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UNIVERSIDADE O ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – DCH VI – CAETITÉ – BA


COMPONENTE: ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS EM LÍNGUA MATERNA
DISCENTE: LAYLA STEFANNY E LUISA ARGOLO

ATIVIDADE SOBRE O FILME EXCALIBUR

- Produzir um texto sobre a transição da cultura pagã para a cultura e crença cristãs
presentes nas novelas de cavalaria e representadas pelo filme Excalibur, citando elementos
que demonstram essas mudanças e que fazem parte das duas tradições (a pagã e a cristã).
Exemplifique com cenas do filme, quando for necessário.

Excalibur
Caracterizada como uma prosa trovadoresca, as novelas de cavalaria contavam sobre as
aventuras fantásticas e ilustravam o que era a figura do Cavaleiro medieval, além de
principalmente focar em sua jornada pela busca de honra ou amor. Porém, uma das
grandes características possíveis de se observar nesse tipo de ficção, e merece destaque,
são as alusões à cultura pagã presente em comportamentos e rituais dos próprios heróis,
aliados a crença cristã. Desta maneira, tornando mais notória a transição entre ambas as
culturas, e evidenciando esse fenômeno que se faz presente perante as narrativas dos
Heróis medievais. As heranças celtas permeavam a Europa antiga, seus costumes e
rituais ainda se propagavam e possuíam espaço perante a cultura local. A figura do
Cavaleiro portanto, sendo um peregrino que viajava em busca de aventuras e que
entrava em contato com diversos conhecimentos e costumes, possuía uma aura mística
em torno de si, impregnada no imaginário popular. Contudo, em um contexto medieval,
onde o cristianismo era além de uma crença, uma conduta a ser seguida e temida, era
necessário introduzir seus elementos em qualquer espaço ou produção. 
Surgem então, as novelas de Cavalaria, crônicas com teor fantástico que contém em sua
narrativa diversos símbolos pagãos atrelados à uma conduta cristã. E assim
demonstravam não só uma transição de uma cultura para outra, como também um
sincretismo que vigorava naquele contexto. Pois, para sua sobrevivência, a cultura Celta
se inseriu e se adequou ao cristianismo vigente na época, e sendo assim compôs o
imaginário popular e se perpetuou. Sendo muitos de seus elementos apagados e
modificados, assim como diversos costumes também, acabaram por se diluírem na
cultura Europeia, não sendo possível identificar o que era ou não, pagão, passando a ser
incorporado pelo Cristianismo e então reinterpretado e alterado para ser aceito. Sendo
assim, as prosas Trovadorescas carregam essa mistura, e além de narrar histórias
heroicas, documentam a transição entre culturas. Inspirado na Novela de Cavalaria “O
Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola redonda” o filme “Excalibur” de 1981, faz
referência a diversos costumes e crenças Celtas, além de reforçar e trazer o Cristianismo
em evidência. 
A própria figura do mago Merlim, um personagem de extrema importância para a
trama, exemplifica esta relação. Pois Merlim era um Druida, uma classe Celta que eram
por muitos considerados bruxos e feiticeiros. Cultivavam o amor e sabedoria, além de
serem filósofos e intelectuais. Bem como no início do longa-metragem, após o acordo
que faria Uther Pedragon se tornar rei da Bretanha, há uma celebração onde a rainha
dança, uma performance em comemoração e soldados realizam rituais de sangue,
demonstrando outras práticas além das Cristãs. Outra representação característica do
próprio Merlim, o mago, e dos Celtas, apresentada no longa-metragem, é a forma como
os deuses são vangloriados, transcritos como os responsáveis pelas mudanças na vida
humana, mas ao fim do filme, podemos notar a transmutação de uma crença para outra,
mais evidente em suas falas, quando o mesmo traz a ideia de que não pode fazer mais
nada, que não poderá mais interferir no futuro dos povos ali presentes, pois aqueles que
já acreditaram em vários, agora acreditam em apenas um, e esse chegou para afugentá-
los,[...]“Os nossos dias estão contados, O Deus único veio para expulsar os vários
Deuses”[...], fazendo uma breve referência, dá saída do politeísmo para a chegada do
monoteísmo.
Outra cena que ilustra o contexto histórico ao qual o filme, e a história original estão
inseridos, é o momento onde ocorre o casamento de Arthur e sua rainha. Na cerimônia,
os noivos, abençoados por um Padre, bebem o vinho de um cálice que simboliza para os
cristãos o sangue de Jesus. Contudo, essa prática é proveniente dos povos celtas, que
acreditavam sobre os poderes sobrenaturais de um cálice sagrado que daria vitalidade e
força. Após a cristianização do mito, o objeto passa a receber uma conotação sagrada a
partir de sua relação com Jesus Cristo, mesmo que existem diversas vertentes deste
mesmo mito. Mais tarde, tornando-se o objeto que viria a se tornar inspiração para mais
uma novela de cavalaria “A demanda do Santo Graal”, onde os Cavaleiros da Távola
Redonda sairiam em uma jornada em busca deste cálice sagrado, denominado como
Santo Graal. Uma relíquia cristã em que Jesus bebeu uma última ceia e no qual foi
coletado o ultimo sangue de Cristo. Simbolizando a busca pela redenção espiritual,
pondo o corpo a serviço da Igreja, com punição aos pecados e pecadores.
Contudo, o Cristianismo se encontra forte nas passagens do filme. Um primeiro
exemplo sendo encontrado na cena onde Arthur empunhará Excalibur, a retirando da
pedra. minutos antes, é possível observar, o discurso de um padre, que reza à Deus e
pede que ele os envie um rei digno, legítimo. Bem como a cena onde um dos guerreiros
da Távola Redonda ofende a rainha, a acusando e à Lancelot. A vontade Divina, sendo
tratada como lei, é evocada por Arthur, que decide não defender a esposa e propõe que
ambos os cavaleiros duelem para decidir quem está contado a verdade e profere: “Pois
pela lei de Deus, nenhum cavaleiro que minta pode vencer em combate”. Neste
momento a cena se intercala com o sofrimento de Lancelot, o qual luta incansavelmente
contra o seu desejo, o amor. Nas novelas medievais, o amor aparece como um desígnio
de Deus, como uma força além da humana, que vitima os amantes, e estes ficam à
mercê da mesma, sem poder controlar suas ações. Outra ilustração do amor como força
incontrolável, é retratada pelo instante em que o rei Arthur, descobre a traição, e pensa
em matá-los, mas não o faz, pois, mesmo sendo traído e a procura de vingança, entende
a contextualização do amor, como um laço sobrenatural que atua sobre os amantes,
independentemente da vontade do homem. Outra passagem que poderia demonstrar as
características presentes no cristianismo, é o fato de almejar o poder, exposto em meio
cristão, como pecado, por isso para ser um cavaleiro era necessário que apresentasse
características como humildade, bondade, entre outras.
Por outro lado, não é somente em momentos que favorece o amor e dos amantes, que
são representadas as influências culturais pagãs celtas, mas também em elementos das
paisagens naturais, em espaço como: território, cultura, imaginação. Transcrito no filme
como a representação de magos, feiticeiros, águas misteriosas, florestas encantadas,
metamorfoses, e dragões, configurando a natureza como mística, movido por forças
sobrenaturais, que interferem nos destinos dos humanos ou possibilitam uma
comunicação entre mundos, físico e metafisico.
Contudo, o longa-metragem “Excalibur” é uma mistura de partes, de culturas e crenças,
onde a imersão em um mundo fantástico, torna mais fácil a compreensão do processo de
mudança dos tempos. Apresentando aspectos indispensáveis a história.
Caracterizada como uma prosa trovadoresca, as novelas de cavalaria
contavam sobre as aventuras fantásticas e ilustravam o que era a figura
do Cavaleiro medieval, além de principalmente focar na sua jornada pela
busca de honra ou amor. Porém, uma das grandes características
possíveis de se observar nesse tipo de ficção, e merece destaque, são as
alusões à cultura pagã presente em comportamentos e rituais dos
próprios heróis, aliados a crença cristã. Desta maneira, tornando mais
notória a transição entre ambas as culturas, e evidenciando esse
fenômeno que se faz presente perante as narrativas dos Heróis
medievais. As heranças celtas permeavam a Europa antiga, os seus
costumes e rituais ainda se propagavam e possuíam espaço perante a
cultura local. A figura do Cavaleiro, portanto, sendo um peregrino que
viajava em busca de aventuras e que entrava em contato com diversos
conhecimentos e costumes, possuía uma aura mística em torno de si,
impregnada no imaginário popular, contudo, em um contexto medieval,
onde o cristianismo era além de uma crença, uma conduta a ser seguida
e temida, era necessário introduzir os seus elementos em qualquer
espaço ou produção. Surgem então, as novelas de Cavalaria, crônicas
com teor fantástico que contém na sua narrativa, diversos símbolos
pagãos atrelados a uma conduta cristã. E assim demonstravam não só
uma transição de uma cultura para outra, como também um sincretismo
que vigorava naquele contexto. Pois, para a sua sobrevivência, a cultura
Celta se inseriu e se adequou ao cristianismo vigente na época, e sendo
assim compôs o imaginário popular e se perpetuou. Sendo muitos dos
seus elementos apagados e modificados, assim como diversos costumes
também, acabaram por se diluírem na cultura Europeia, não sendo
possível identificar o que era ou não, pagão, passando a ser incorporado
pelo Cristianismo e então reinterpretado e alterado para ser aceito.
Sendo assim, as prosas Trovadorescas carregam essa mistura, e além
de narrar histórias heroicas, documentam a transição entre culturas.
Inspirado na Novela de Cavalaria “O Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola
redonda” o filme “Excalibur” de 1981, faz referência a diversos costumes
e crenças Celtas, além de reforçar e trazer o Cristianismo em evidência.
A própria figura do mago Merlim, um personagem de extrema
importância para a trama, exemplifica esta relação. Pois, Merlim era um
Druida, uma classe Celta que eram por muitos considerados bruxos e
feiticeiros. Cultivavam o amor e sabedoria, além de serem filósofos e
intelectuais. Bem como no início do longa-metragem, após o acordo que
faria Uther Pedragon se tornar rei da Bretanha, há uma celebração onde
a rainha dança, uma performance em comemoração e soldados realizam
rituais de sangue, demonstrando outras práticas além das Cristãs. Outra
representação característica do próprio Merlim, o mago, e dos Celtas,
apresentada no longa-metragem, é a forma como os deuses são
vangloriados, transcritos como os responsáveis pelas mudanças na vida
humana, mas ao fim do filme, podemos notar a transmutação de uma
crença para outra, mais evidente em suas falas, quando o mesmo traz a
ideia de que não pode fazer mais nada, que não poderá mais interferir
no futuro dos povos ali presentes, pois, aqueles que já acreditaram em
vários, agora acreditam em apenas um, e esse chegou para afugentá-
los, […]“Os nossos dias estão contados, O Deus único veio para expulsar
os vários Deuses”[…], fazendo uma breve referência, dá saída do
politeísmo para a chegada do monoteísmo. Outra cena que ilustra o
contexto histórico ao qual o filme e a história original estão inseridos, é
o momento onde ocorre o casamento de Arthur e a sua rainha. Na
cerimônia, os noivos, abençoados por um Padre, bebem o vinho de um
cálice que simboliza para os cristãos o sangue de Jesus. Contudo, essa
prática é proveniente dos povos celtas, que acreditavam sobre os
poderes sobrenaturais de um cálice sagrado que daria vitalidade e força.
Após a cristianização do mito, o objeto passa a receber uma conotação
sagrada a partir da sua relação com Jesus Cristo, mesmo que existam
diversas vertentes deste mesmo mito. Mais tarde, tornando-se o objeto
que viria a se tornar inspiração para mais uma novela de cavalaria “A
demanda do Santo Graal”, onde os Cavaleiros da Távola Redonda
sairiam em uma jornada em busca deste cálice sagrado, denominado
como Santo Graal. Uma relíquia cristã em que Jesus bebeu uma última
ceia e no qual foi coletado o último sangue de Cristo. Simbolizando a
busca pela redenção espiritual, pondo o corpo a serviço da Igreja, com
punição aos pecados e pecadores. Contudo, o Cristianismo se encontra
forte nas passagens do filme. Um primeiro exemplo sendo encontrado na
cena onde Arthur empunhará Excalibur, a retirando da pedra. Minutos
antes, é possível observar, o discurso de um padre, que reza a Deus e
pede que ele os envie um rei digno, legítimo. Bem como a cena onde um
dos guerreiros da Távola Redonda ofende a rainha, a acusando e
à Lancelot. A vontade Divina, sendo tratada como lei, é evocada por
Arthur, que decide não defender a esposa e propõe que ambos os
cavaleiros duelem para decidir quem está contado a verdade e profere:
“Pois, pela lei de Deus, nenhum cavaleiro que minta pode vencer em
combate”. Neste momento a cena se intercala com o sofrimento
de Lancelot, o qual luta incansavelmente contra o seu desejo, o amor.
Nas novelas medievais, o amor aparece como um desígnio de Deus,
como uma força além da humana, que vítima os amantes, e estes ficam
à mercê da mesma, sem poder controlar as suas ações. Outra ilustração
do amor como força incontrolável, é retratada pelo instante em que o rei
Arthur, descobre a traição, e pensa em matá-los, mas não o faz, pois,
mesmo sendo traído e a procura de vingança, entende a
contextualização do amor, como um laço sobrenatural que atua sobre os
amantes, independentemente da vontade do homem. Outra passagem
que poderia demonstrar as características presentes no cristianismo, é o
fato de almejar o poder, exposto em meio cristão, como pecado, por isso
para ser um cavaleiro era necessário que
apresentasse características como humildade, bondade, entre outras.
Por outro lado, não é somente em momentos que favorece o amor e dos
amantes, que são representadas as influências culturais pagãs celtas,
mas também em elementos das paisagens naturais, em espaço como:
território, cultura, imaginação. Transcrito no filme como a representação
de magos, feiticeiros, águas misteriosas, florestas encantadas,
metamorfoses, e dragões, configurando a natureza como mística,
movido por forças sobrenaturais, que interferem nos destinos dos
humanos ou possibilitam uma comunicação entre mundos, físico e
metafisico. Contudo, o longa-metragem “Excalibur” é uma mistura de
partes, de culturas e crenças, onde a imersão em um mundo fantástico,
torna mais fácil a compreensão do processo de mudança dos tempos.
Apresentando aspectos indispensáveis a história.

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