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Quando a irmã de telefona, pedindo ajuda

depois de descobrir que o marido traiu, Mia arruma sua vida


em Montana e se muda para o Tennessee para estar lá para
ela e suas três meninas. Quando Mia começa a se instalar,
surge um tornado, trazendo consigo , um
homem determinado a provar a ela que bons homens
existem.

Talon sabe que ele tem seu trabalho cortado para ganhar a
confiança de Mia, mas lentamente suas paredes começam a
desmoronar e eles começam a construir algo bonito.
Infelizmente, alguém do passado de Talon não está feliz por
ele estar de volta ao Tennessee e está disposto a fazer
qualquer coisa para impedir que ele seja feliz.

O boom entre Talon e Mia é forte o suficiente para


resistir à tempestade que está chegando?
Capítulo Um
Mia
Bato minha caneta contra o topo da minha mesa
enquanto vejo o casal do outro lado da sala discutir. O homem
balançando a cabeça, a mulher acenando com a mão,
enquanto o garotinho em seu quadril chuta seus pés
minúsculos para se abaixar para que ele possa correr com
suas duas irmãs atualmente brincando de pega-pega.
Trabalho com Annie e Sam há um mês. Todas as semanas,
eles chegam, me pedem para levá-los para um test drive e me
mostram os números da minivan que Annie está de olho,
todas as semanas eles vão embora depois de discutir por vinte
minutos. Se Annie fizesse o que queria, eles iriam para casa
hoje em seu carro novo. Se Sam conseguisse, sua esposa
pararia de incomodá-lo por um carro novo e ficaria feliz com a
sucata que ela possui atualmente, então ela entregaria o
pagamento inicial que economizou, para que ele pudesse
pegar a caminhonete que está de olho.

Se eu fosse Annie, diria a Sam para comprar um carro


novo e talvez um homem novo.

— Quais são as chances de eles comprarem hoje? —


Meu gerente de vendas Ken pergunta, inclinando seu quadril
contra minha mesa enquanto cruza os braços sobre o peito,
observando o casal do outro lado da sala.

— Ela não puxará o gatilho a menos que ele dê seu sinal


verde para ela. Então, eu diria que isso não vai acontecer. —
admito, olhando para a minivan híbrida vermelha rubi dos
seus sonhos na tela do meu computador. Gostaria que ela
colocasse o pé no chão e dissesse a ele que merece um carro
novo. Ela é a única no relacionamento que ganha dinheiro e
ainda está arrasando em ser mãe. Se os papéis fossem
invertidos e ele fosse o ganha-pão, ela lhe diria para comprar
uma nova caminhonete ou o que ele quisesse.

Mas essa é a diferença entre homens e mulheres. Nós,


mulheres, estamos sempre nos dobrando e se virando para
cuidar das pessoas que amamos, isso nem sempre é
correspondido. Talvez em mais cem anos as coisas realmente
mudem.

Uma mão repousa em meu ombro e eu olho para Ken.


— Diga a ela que vou dar a ela três mil de desconto. Talvez
isso ajude na decisão. — diz ele antes de se afastar da minha
mesa. — Eu vou almoçar. Quer alguma coisa?

— Não, obrigado. Eu trouxe almoço. — digo a ele. Eu o


vejo ir enquanto solto um suspiro. Nunca pensei que venderia
carros, mas, afinal, nunca pensei que estaria morando no
Tennessee. Mudei-me para cá depois que minha irmã ligou,
dizendo que precisava de mim, depois que seu marido
confessou a traição e ela o expulsou de casa. Vim pensando
que ficaria aqui por algumas semanas, ajudaria minha irmã a
se acomodar e depois voltaria para Montana. Isso foi há seis
meses.

No primeiro mês, gastei minhas economias, porque Cece


estava com as contas atrasadas e um teto sobre sua cabeça,
eletricidade e comida são uma espécie de necessidade. No
meu segundo mês, eu sabia que precisava de um emprego,
mas minha licença CNA1 não era facilmente transferível, então
me candidatei em varios lugares para fazer diversas coisas.
Em casa, trabalhava em uma casa de repouso e não tenho
nenhuma experiência em vendas. Ainda assim, Ken se
arriscou comigo e me ofereceu um emprego,
surpreendentemente, eu me saí bem.

O som de uma discussão me tira dos meus pensamentos


e me levanto de trás da minha mesa. Não tenho certeza se
qualquer quantia de dinheiro mudará a opinião de Annie, mas
não vai doer informá-la sobre a oferta de Ken. Atravesso o
piso de cerâmica e me encolho quando ouço Sam dizendo para
Annie, deixar de ser estúpida por querer um carro tão caro.

1
CNA é abreviatura de (certified nursing assistant) Certificado de enfermeira assistente: Nos Estados
Unidos, uma pessoa precisa ser oficialmente registrada para ajudar pessoas doentes ou idosas em
tarefas cotidianas, como lavar e vestir, especialmente em um hospital ou casa de repouso.
— Annie? Sam? — Eu interrompo, os dois se viram para
olhar para mim, Annie com um sorriso forçado, Sam com o
mesmo beicinho no rosto que seu filho está fazendo. — Meu
chefe só queria que eu avisasse que ele está disposto a lhe dar
três mil de desconto. — eu digo, então sorrio para uma de
suas filhas enquanto ela me usa para se proteger de sua irmã.

— Serio? — Annie sussurra antes de olhar para o


marido. — Isso é incrível, não é, querido?

— Sim, incrível. — ele murmura, olhando para seu filho


quando ele o alcança. Ele o tira de sua esposa e o coloca no
chão.

— Ele não está de sapatos, Sam. — Annie encara o


marido antes de correr atrás do menino e pegá-lo de volta
para segurá-lo no quadril mais uma vez.

Sentindo a tensão vindo dos dois, digo baixinho. — Vou


dar a vocês dois alguns minutos para falar sobre isso.

Annie tira uma mecha de seu cabelo loiro do rosto. —


Obrigada, Mia.

Eu aceno e me afasto, quando tudo que eu realmente


quero fazer é levar seus filhos comigo para dar a ela uma
pausa por alguns minutos. Sento-me na minha mesa e os vejo
continuar a discutir, em seguida, pulo quando uma sirene
estridente começa a tocar. Pego meu telefone, a fonte do som,
quando olho para a tela, meus olhos se arregalam enquanto
leio o aviso de tornado na área. Eu levanto com meu coração
batendo forte, sem saber o que fazer.

Quando percebo que ninguém mais está reagindo, vou


rapidamente para a sala do meu colega de trabalho, Scott,
quando o vejo em sua mesa. Ele levanta o dedo quando eu
passo pela porta enquanto ele continua a falar ao telefone.

— Há um tornado. — eu assobio para ele, segurando


meu celular para que ele veja a tela.

Ele cobre o bocal do telefone e sorri para mim. — Esta é


a temporada. Está tudo bem, Mia, apenas um aviso. Você
aprenderá que eles acontecem o tempo todo.

— Oh. — Eu descanso minha mão sobre o meu coração


acelerado, desejando que ele se acalme enquanto ele volta
para sua chamada.

Deixo sua mesa e atravesso o chão de ladrilhos para


olhar para fora através do vidro, o céu escuro e com chuva
forte. Em Montana, não temos tornados. Temos grandes
tempestades de neve no inverno, mas, além disso,
normalmente não precisamos nos preocupar com desastres
naturais. Acho que isso é apenas mais uma coisa que terei
para me acostumar a viver aqui no Tennessee.

— Mia. — Annie toca meu braço e eu me viro para


olhar para ela. — Você está bem?

Droga, ela realmente é doce. — Sim eu estou bem. —


Estendo a mão para tocar a bochecha de seu filho, ele agarra
meu dedo com sua mãozinha. — Você e Sam tiveram a
chance de conversar?

Seu queixo cai para o peito e ela olha para o filho,


dizendo naquele tom que os bebês parecem amar. — Acho
que vamos esperar um pouco mais.

— Tudo bem. — eu asseguro, fazendo cócegas em seu


filho sob o queixo, sorrio quando ele ri. — Estarei aqui
quando você estiver pronta.

Ela olha para mim mais uma vez e depois para o marido,
que está ao telefone, com suas filhas a poucos metros de
distância, enchendo os bolsos com os salgadinhos que
servimos. — Sinto muito, Mia. Não quero que você sinta que
continuo perdendo seu tempo.

— Você pode vir me ver todos os dias, ainda não acho


que você estará perdendo meu tempo. — garanto a ela.
— Obrigada. — Ela suspira quando seu filho puxa para
baixo o topo de sua camisa para que ele possa agarrar seu
seio.

— A vida de mãe não é brincadeira. — repito algo que


minha irmã diz quase diariamente.

Ela ri, pegando a mão do filho e pergunta. — Você tem


filhos?

— Não, mas minha irmã tem três, ela é uma maldita


estrela do rock aos meus olhos. Eu não sei como vocês fazem
isso. Eu mal consigo cuidar de mim e dos meus dois
cachorros.

— Cachorros são mais difíceis do que crianças.

— Eu terei que concordar em discordar de você nisso.


Eu vi o dano que minhas três sobrinhas podem causar em
cinco minutos. Enquanto meus filhotes Mercury e Retro
demoram cinco minutos para se levantar da cama na maioria
dos dias.

Ela ri, erguendo o filho até o ombro, ele descansa sua


cabecinha ali enquanto seus olhos lutam para permanecer
abertos. — Obrigado por nos aguentar hoje. Vou levar ele e
minhas meninas para casa.
— Diga ao seu marido para colocar as crianças na cama
esta noite e tomar banho ou fazer algo por você.

— Sim, vou fazer isso. — ela mente com um sorriso e


depois grita os nomes das meninas junto com os do marido.
Poucos minutos depois, os cinco correm pelo estacionamento,
tentando evitar ficar encharcados, então eu os vejo se
espremendo em seu carro minúsculo.

Enquanto eles vão embora, eu examino o céu ainda


escuro, em seguida, tiro minha atenção para longe dele
quando as portas da concessionária apitam quando se abrem.
A primeira coisa que noto é uma camiseta azul do Grateful
Dead2 esticada em um peito musculoso, as mangas curtas
mostrando um braço cheio de tatuagens. Meus olhos viajam
para cima e meu coração para uma batida. Eu já vi homens
bonitos antes. Eu até namorei alguns deles. Mas nunca tive
um homem que fez querer me beliscar para ver se estou
sonhando. Eu não sei se é sua pele beijada morena pelo sol,
cabelo loiro sujo, queixo esculpido, a covinha no queixo ou
seus olhos azuis, mas o homem com seu olhar fixo no meu
parece o tipo de homem que você vê na capa de uma revista
de rock and roll ou Harley. Ele caminha lentamente em minha
direção, suas botas soando pesadas no chão de ladrilhos, o

2
Grateful Dead foi uma banda norte-americana de rock formada em 1965 na cidade de São Francisco,
Califórnia, berço do movimento hippie.
som me deixando no limite. Eu me mexo
desconfortavelmente enquanto seus olhos procuram os meus
como se eu fosse de alguma forma familiar.

— Oi, posso ajudá-lo? — Nossa recepcionista Mandy o


cumprimenta, parando na minha frente.

Eu pisco quando nossa conexão é cortada e solto a


respiração que eu não sabia que estava segurando. Eu ouço o
estrondo de alguma coisa, mas não consigo entender suas
palavras por causa do som repentino das janelas de vidro
balançando e as portas se abrindo. Eu me viro e meu
estômago embrulha enquanto vejo através da névoa de chuva
soprada pelo vento um carro parar no semáforo na estrada
ser levantado do chão e bater em um caminhão ao lado dele.

— Oh meu Deus. — Eu fico parada no lugar enquanto


as pessoas gritam ao meu redor para me proteger. Tento
fazer meus pés se moverem, mas o caos lá fora me paralisa.
Quando um dos carros no estacionamento é levantado do
chão, eu me viro para correr, mas antes mesmo de ter a
chance de girar, sou levantada do chão, meu estômago atinge
um ombro, fazendo minha respiração sair um grunhido
quando meu corpo salta.

Eu agarro a cintura do homem me segurando de cabeça


para baixo enquanto o que parece uma cachoeira fica mais
forte e meu cabelo chicoteia ao meu redor. Eu ouço pessoas
gritar e gritar, eu aperto meus olhos fechados. Então, uma
porta bate e eu fico de pé. Quando eu abro meus olhos, eu
pisco contra a escuridão, em seguida, choramingo quando sou
empurrada para o chão e esmagada pelo peso do homem que
estava me segurando.

A construção ao meu redor geme e as paredes parecem


tremer enquanto eu me agarro ao meu salvador e enterro
meu rosto em seu peito. Uma grande mão segura à parte de
trás da minha cabeça, a outra circula meu pescoço, me
segurando com segurança. O medo em meu peito começa a
diminuir conforme o som ensurdecedor morre para um ronco
baixo, mas meu coração ainda bate como se estivesse
tentando escapar do confinamento das minhas costelas.

— Acabou. — As palavras suaves faladas contra o lado


da minha cabeça me deixam saber que estou bem, mas o medo
me impede de me mover, incapaz de soltar a camisa que estou
segurando também. Ouço pessoas se movendo e, um
momento depois, a luz se infiltra no quarto escuro quando a
porta é aberta. Um carro do estacionamento está tombado do
lado de fora da porta, a parede além dele desapareceu. O
homem que está sobre mim levanta e eu olho em volta,
percebendo que estamos no depósito no meio do prédio, um
dos poucos quartos da concessionária sem janelas.
— Estão todos bem? — Minha voz treme enquanto eu
olho em volta para meus colegas de trabalho, todos eles
parecendo em estado de choque, mas vivos e ilesos.

— Vamos. — O homem que estava me segurando me


põe de pé e então, antes que eu possa dar um passo, ele me
levanta.

Sem pensar, eu envolvo meus braços em volta do seu


pescoço e prendo a respiração enquanto ele me carrega ao
redor dos escombros espalhados pelo chão. — Obrigada. —
eu digo baixinho enquanto ele me coloca de pé no meio da
sala de vendas, sua mão grande e quente encontra a minha,
dando um aperto.

Eu olho em volta, atordoada pela destruição que me


cerca. Os carros estão de cabeça para baixo, um lado inteiro
do prédio desapareceu e as árvores e arbustos recém-
plantados que cercavam a concessionária recém-construída
estão arrancados e agora espalhados, alguns através das
janelas dos carros, outros presos nas paredes como peças de
arte estranhas.

Meus pés começam a me colocar em ação no momento


em que ouço sirenes à distância, um lembrete de que outras
pessoas podem ter se machucado. Esta área da cidade está
repleta de tráfego, compradores e pessoas viajando para
chegar aos restaurantes e lojas nas proximidades.

— Aguarde.

Eu paro quando sou puxada para trás e olho por cima do


ombro para encontrar um conjunto de olhos azuis
preocupados. — Precisamos ajudar. — As palavras saem
ásperas por causa do aperto na minha garganta, seus olhos
suavizam nos meus.

— Tudo bem, mas fique perto.

Eu aceno, ele segue comigo para fora das portas que


estão destruídas, então nós dois vamos em direção à estrada
para verificar as pessoas em seus carros.

O primeiro carro que encontro tem uma senhora idosa


ao volante com um corte acima do olho. Abro a porta dela e
rapidamente tiro a blusa que estou usando por cima de uma
regata. — Senhora. — eu chamo, meu coração batendo forte.
Eu posso ver que ela está respirando, mas ela nem mesmo se
encolheu. — A ajuda está chegando. — Eu pressiono a blusa
contra o ferimento e começo a me agachar do lado de fora da
porta aberta, mas congelo quando ela rapidamente agarra
meu pulso.

— Por favor, não me deixe.


— Eu não vou a lugar nenhum. — asseguro-lhe,
afastando o cabelo de seu rosto pálido e enrugado, aliviada
por ela estar acordada.

— Porra. — eu ouço o cara atrás de mim assobiar,


inclino minha cabeça para trás em direção a ele. Quando seus
olhos encontram os meus, meu coração dispara. — Fique
aqui. Eu voltarei.

— OK. — Eu aceno, um momento depois, ele se foi.


Com um aceno de cabeça, me concentro na mulher que ainda
está segurando em mim como se eu pudesse desaparecer.

— Está tudo bem. A ajuda está chegando. — digo a


única coisa que posso, esperando que isso lhe traga algum
conforto.

— Eu não quero ficar sozinha. — Suas palavras fazem


meu coração doer.

— Eu não estou indo a lugar nenhum. Eu prometo. —


Ela balança a cabeça, depois solta um suspiro cansado e fecha
o olho. — Qual o seu nome?

— Grace. — Ela abre o olho ileso para me olhar mais


uma vez. — Qual é o seu? Você não soa como se fosse daqui.
— diz ela, então continua em um murmúrio. — Não que isso
importe mais. Hoje em dia ninguém é daqui.
Eu sorrio. — Eu sou Mia e você está certa. Eu não sou
daqui. Na verdade, eu sou de Montana.

— Big Sky Country.

— Sim. Eu ri.

— Sempre quis ver Montana.

— Não é tão tarde. — Eu limpo seu queixo quando


sangue escorre pelo lado de seu rosto.

Ela ri, acariciando minha mão e me lembrando da minha


própria avó. — Estou velha, querida. Agora levo dias para
criar coragem para enfrentar o trânsito e fazer compras. Não
consigo entrar em um avião.

— Você tem a idade que se sente.

— Bem, eu me sinto velha como sujeira. — Ela suspira,


fechando os olhos e encostando a cabeça no encosto. Sem
saber o que fazer, inclino minha cabeça para trás para olhar
para o céu acima de mim, encontrando-o azul com algumas
nuvens fofas, como se a tempestade fosse algo que eu
imaginei. Eu mordo meu lábio nervosamente, em seguida,
olho ao redor para ver se há alguém por perto, mas ninguém
está por perto.
— Grace. — chamo o nome dela, mas ela não responde,
meu estômago se enche de inquietação. — Grace? — Eu
agarro sua mão e aperto.

— Sim? — Ela responde, olhando para mim, eu respiro


um suspiro de alívio.

— Acho que preciso buscar ajuda para você. — digo a


ela, sem me sentir nem um pouco confortável em deixá-la,
mas acho que preciso. Posso ver o corte acima do olho, mas
ela pode estar mais ferida do que eu imagino. — Eu prometo
que já volto, ok?

— Ok. — ela concorda, eu levanto sua mão para segurar


minha blusa contra seu olho.

Eu começo a me levantar, mas uma mão repousa no meu


ombro, me parando. Eu inclino minha cabeça para trás,
ficando cara a cara com um homem mais velho em um
uniforme de policial. — Ela precisa de ajuda.

Ele acena com a cabeça, então se inclina para dentro do


carro sobre mim e toca a bochecha de Grace. — Senhora,
pode abrir os olhos?

— Eu posso, mas não quero. — ela responde, me


fazendo sorrir e o oficial rir.
— Você pode tentar para mim? — Ele pergunta.

Ela bufa quando abre o olho bom e pergunta. — Você


está feliz?

— Sim. — ele diz. — Você está ferida em algum outro


lugar?

Droga, por que não perguntei isso a ela?

— Acho que não. Mas minha cabeça está me matando.

— Você bateu no volante?

— Sim. — Ela solta minha mão para estender a mão e


tocar o volante. — A Besta foi levantada do chão quando o
tornado passou e quando ele desceu, bati com a cabeça. — A
Besta. Eu sorrio com o nome de seu carro. Parece mesmo uma
besta. O Buick Century azul-bebê deve ter pelo menos vinte e
sete anos, se não mais, é do tamanho de um barco. — Graças a
Deus não dei ouvidos ao meu filho e ganhei um daqueles
carrinhos que estão na moda. Se eu tivesse, estaria do outro
lado da cidade.

— Você provavelmente está certa sobre isso. — o


policial concorda antes de pedir uma ambulância no pequeno
alto-falante preso a seu ombro. — Eu vou levar você para o
hospital. Esse corte acima do seu olho vai precisar de pontos.
— Você vai ficar comigo, Mia? — Grace pergunta,
agarrando minha mão com tanta força que dói.

— Sim, Grace, vou ficar com você. — asseguro a ela.

— Obrigada. — ela diz baixinho, fechando os olhos mais


uma vez. Eu seguro sua mão enquanto esperamos os
paramédicos chegarem e, quando eles chegam, entro na
ambulância com ela. Enquanto as portas estão sendo
fechadas, vejo o homem que me salvou anteriormente em pé
com um grupo de homens, com as mãos nos quadris. Como se
ele sentisse meus olhos nele, ele levanta a cabeça e eu fecho
minhas mãos em punhos enquanto nossos olhos se
encontram.

Observo seus olhos se estreitarem antes de as portas se


fecharem e, um momento depois, sinto a ambulância se
mover. Soltei minha respiração e sacudi a sensação de
arrependimento em meu peito. A última coisa de que preciso
agora é me apaixonar por um homem, especialmente quando
aprendi continuamente que homens são uma perda de tempo.
Meu pai me decepcionou repetidas vezes enquanto eu crescia.
Meu ex provou seu valor quando me deixou ir sem nem
mesmo lutar um pouquinho. E minha irmã agora está
tentando ter sua vida de volta depois que seu marido foi
procurar algo entre as pernas de outra mulher.
Eu não preciso de outro homem para entrar e reforçar
minhas ideias sobre a espécie masculina. Preciso me
concentrar nas coisas boas que tenho a meu favor e trabalhar
para criar uma vida para mim mesma, uma na qual sei que
nunca serei dependente de um homem.
Capítulo Dois
Mia
ESTACIONO MEU carro na garagem da minha irmã e
desligo o motor. Assim que o silêncio cai sobre mim, deixo
minha cabeça cair para trás no encosto. As últimas semanas
foram um turbilhão e estou exausta. Tenho conversado com
Ken todas as semanas e ele me garantiu que, assim que
obtiver a aprovação do engenheiro estrutural para que a
concessionária possa abrir, terei meu emprego de volta, mas
até agora isso não aconteceu. Nesse meio tempo, tenho
trabalhado no bar onde minha irmã trabalha, no turno do
almoço, o que significa que aceitei uma grande redução no
pagamento. Então, novamente, eu tenho sorte de ter um
emprego, mesmo que o dinheiro que eu ganho seja consumido
rapidamente com apenas os custos do dia-a-dia e ajudando
minha irmã agora.

Solto um suspiro, em seguida, abro os olhos. Por mais


que eu queira apenas ficar aqui em silêncio por mais alguns
minutos, sei que na casa a poucos metros de distância, minha
irmã está cercada pelo caos. Antes do caso de seu marido, ela
era uma dona de casa com apenas um diploma do ensino
médio. Agora, ela trabalha como bartender à noite e vai para
a escola online durante o dia para obter sua licença de
professora, algo que sempre quis fazer. Estou orgulhosa dela,
orgulhosa por ela estar assumindo o controle de sua vida e
trabalhando para melhorar. Ainda assim, estou chateada por
ela ter deixado Mike, “que ainda é tecnicamente seu marido”
fora do gancho ao negar qualquer ajuda. Parte de mim se
ressente disso, mas eu tenho que dar um apoio a ele, porque
ele ainda é um ótimo pai, todo mês ele paga o que deveria e
até pergunta se é necessário mais. Não que minha irmã
teimosa vá aceitar algo extra dele.

Com um suspiro de frustração, pego minha bolsa do


banco do passageiro e abro a porta. Eu a fecho com o quadril,
em seguida, sigo para a calçada até a porta da frente da casa
de tijolos de quatro quartos em que minha irmã mora. A
primeira vez que vi sua casa, pensei que parecia uma versão
menor da casa de Esqueceram de mim. Tijolo vermelho, com
venezianas pretas e pilares brancos na frente, acentuando a
entrada.

Quanto mais perto eu chego da porta da frente, mais


altos os gritos e as risadas de dentro se tornam. Eu sorrio
enquanto digito o código para a fechadura, quando ela abre,
eu entro. — Ei, meus bebês. — Eu me agacho para
cumprimentar Mercury e Retro, que estão deitados na cama
de Retro perto da porta, nenhum deles, nem mesmo tentando
se levantar, provavelmente exaustos, depois de brincar com
as meninas quando voltam da escola. Eu os esfrego enquanto
suas caudas e corpos gordinhos balançam de excitação.

Eu adotei minhas duas cachorras a cinco anos de um


cara estacionado no supermercado com uma placa dizendo
que ele tinha filhotes de graça. Eu não planejava ter um
cachorrinho naquele dia, mas não consegui não parar e dar
uma olhada. O cara me disse que elas eram buldogues e outra
coisa. Eu não me importava que raça elas eram, eu só sabia
que precisava delas quando me apaixonei instantaneamente.
Minhas meninas são quase gêmeas, exceto que Mercury é toda
branca e Retro tem uma orelha bege.

Depois de esfregar a cabeça em ambas, coloco minha


bolsa em cima da pilha crescente de sacolas, jaquetas e outras
bugigangas na entrada, em seguida, caminho pelo longo
corredor que leva à cozinha e à sala de estar. Assim que chego
ao final do corredor, vejo minha irmã Cece na cozinha, de
costas para mim e seu telefone no ouvido. Minha sobrinha
Ruby de seis anos de idade está parada no balcão, misturando
algo que é verde brilhante em uma tigela de vidro. Minhas
sobrinhas gêmeas de nove anos, Lola e Kate, estão sentadas
do outro lado da ilha, cada uma em seus iPads, Kate
provavelmente jogando um jogo enquanto Lola
provavelmente está lendo.
— Mimi! — Ruby grita quando me vê, eu me agacho
enquanto ela pula do banquinho e corre em minha direção,
em seguida, rio quando ela me atinge com força total.

— Ei, pequena baguncinha. — Eu beijo o lado de sua


cabeça enquanto ela envolve seus braços em volta dos meus
ombros, coloco a palma da mão na parte de trás de sua cabeça
enquanto fico de pé. — Você foi boazinha hoje? — Eu
pergunto, ela se inclina para trás, sorrindo seu sorriso torto e
mostrando seu dente da frente faltando.

— Eu sou sempre boa. — Eu levanto uma sobrancelha e


seu sorriso cresce. — O que? Eu sou sempre boa.

— Mentirosa. — Eu faço cócegas nela enquanto


caminho até suas irmãs, que estão sorrindo. — Ei, minhas
doces meninas. — eu sussurro, em seguida, beijo cada uma
de suas cabeças, ganhando um “Ei, Mimi” em troca antes de
carregar Ruby ao redor do balcão. Eu a coloco na banqueta
em que ela estava, em seguida, observo por cima do ombro
enquanto ela pega o batedor da tigela e começa a girar na
gosma verde novamente.

— O que você está fazendo?


— Slime3.

— Slime. — eu repito em um sussurro horrorizado,


girando para olhar para minha irmã. Quando seus olhos
encontram os meus, eu levanto uma sobrancelha, observando-
a encolher um ombro em resposta. — Fracote. — eu
murmuro, ela revira os olhos antes de voltar para sua ligação.
Ela é fraca, se você me perguntar. Quando vi que o slime tinha
voltado, fui a primeira a comprá-lo, sem fazer ideia de que a
gosma divertida da minha infância havia mudado e se tornado
algo que ninguém pode controlar. Dei um balde de meio galão
dessa coisa para minhas sobrinhas, como qualquer boa tia
faria. Foi um desastre. A gosma rosa neon tinha se espalhado
de uma ponta a outra da casa, ficando presa em lugares e em
lugares que o lodo não tem nada a ver. Depois dessa última
experiência, Cece e eu juramos que nunca mais deixaríamos as
garotas com slime novamente. Eu acho que isso não incluiu
Ruby fazendo o seu próprio.

Pego o batedor da minha sobrinha e bato na lateral da


tigela antes de colocá-lo no balcão, ignorando a poça que está
saindo. — Que tal, — eu começo sem reconhecer seu
beicinho, — Deixarmos isso descansar por algum tempo, para
que possa atingir a consistência máxima e assistir a um filme?

3
A geleca, também conhecida por amoeba, flubber ou slime, é um brinquedo em forma de massa
gelatinosa. O produto tem o formato de uma massa colorida que possui uma textura maleável, e que
pode ser modelada em vários formatos como se fosse uma geleia amolecida nas mãos
— Frozen 2? — Ela pergunta com um olhar feliz em seu
rosto enquanto as duas irmãs gemem em desaprovação. Eu
não posso culpá-las. Acho que assisti ao filme mais do que
qualquer pessoa deveria. Não importa o quão adorável Olaf
seja ou quão cativantes sejam as canções, há apenas um
determinado número de vezes que uma pessoa pode assisti-lo
antes de ser admitida em um manicômio.

— Eu estava pensando que deveríamos assistir a algo


novo. — Eu a carrego até o sofá e pego o controle remoto da
TV.

— Como o quê? — Ela pergunta. Ficando de pé na


almofada enquanto envolve seus braços em volta do meu
pescoço e salta. Eu a arrasto para o meu colo enquanto suas
irmãs se juntam a nós, em seguida, folheio os filmes que foram
gravados no DVR. Quando vejo Uma Noite de Aventuras 4 na
lista, sorrio e pressiono Play.

— Você vai adorar este. — Eu beijo o topo de sua


cabeça, em seguida, a seguro contra o meu peito com Lola se
inclinando para mim e Kate se aconchegando em sua irmã
gêmea.

4
Filme de 1987. Na história Chris aceita passar a noite como babá, após ter seus planos de sair com o
namorado frustrados. O que parecia um simples trabalho se torna uma aventura, quando uma amiga
pede socorro. Ela decide ajudar, levando as crianças para uma noite muito louca.
— Eu vou me preparar para o trabalho. — diz Cece,
parando perto do sofá quando o filme começa, eu encontro
seu olhar, percebendo a sombra sempre presente de tristeza
em seus olhos. Os últimos meses foram um ajuste para ela.
Não é apenas o fim do casamento, é que ela não consegue
mais passar todos os momentos possíveis com as meninas,
algo que ela adorava fazer.

— Você está bem?

Com a minha pergunta, ela olha para as crianças


rapidamente, eu quero chutar minha própria bunda por fazer
essa pergunta a ela na frente deles. Ela não quer que elas se
preocupem, ela não quer que elas saibam mais do que sabem
sobre o que aconteceu entre ela e o pai delas, eu a admiro por
isso.

— Eu estou bem. Eu só queria ficar em casa assistindo


filmes com vocês quatro.

— Você pode ficar com a gente, mamãe, — Ruby diz


com sua vozinha doce enquanto se levanta. Eu agarro sua
mão enquanto ela caminha sobre as almofadas até o braço da
cadeira, em seguida, estremeço de preocupação quando ela
pula para ir até sua mãe.
— Eu queria meu docinho. — diz Cece, pegando-a. —
Mas estarei em casa com vocês na sexta à noite. — Ela enfia o
rosto no pescoço de Ruby, fechando os olhos. Quando Cece se
inclina para trás, Ruby encosta a testa na de sua mãe e meu
coração derrete. Adoro ver minha irmã com suas filhas, vê-la
com elas sempre me faz questionar o que quero para mim.

A ideia de ter um filho me assusta. Não é apenas


carregar um ser humano vivo dentro do meu corpo por nove
meses, mas ser responsável por outra pessoa pelo resto da
minha vida é muito assustador para sequer pensar nisso. Nos
últimos anos, tenho vivido minha vida dia-a-dia sem nenhum
pensamento real no futuro e, com uma criança, você não tem
escolha a não ser pensar no que vai acontecer em uma
semana, um mês, ou em alguns anos. Além disso, há o fato de
que ainda não encontrei um homem com quem sequer
pensaria em ter um filho. Isso não significa que eu não ouço
aquele relógio com números em forma de ovo
constantemente tiquetaqueando.

— Vá abraçar a Mimi e assistir ao seu filme, eu te vejo


pela manhã. — Ela beija a testa de Ruby antes de colocá-la no
chão.

Quando seus olhos encontram os meus mais uma vez, eu


dou a ela um sorriso junto com um olhar que diz, “Nós
conversaremos amanhã antes que as meninas se levantem” e eu
a ouço suspirar. Suas garotas não são as únicas de quem ela
gosta de esconder as coisas. Ela está sempre tentando
esconder coisas de mim, de minha mãe e de qualquer outra
pessoa que se importe com ela. A única diferença é que não a
deixo escapar quando ela tenta evitar minhas perguntas e com
certeza não acredito quando ela diz que está tudo bem.

Eu deixo o olhar da minha irmã ir quando Ruby rasteja


de volta para o meu colo, então descanso meu queixo no topo
de sua cabeça enquanto fecho meus olhos, só querendo
descansar por um momento.

— Mimi, podemos fazer pipoca? — Lola pergunta, eu


pisco meus olhos abertos, em seguida, viro minha cabeça para
o lado e olho para minha sobrinha, notando então que seus
olhos são do tom exato de castanho que os meus. A cor
bronzeada combina quase exatamente com nosso cabelo.

— Claro querida. — Eu tiro Ruby do meu colo e me


levanto. Entro na cozinha e vasculho os armários até
encontrar uma caixa de pipoca. Pego uma, sacudo a cabeça e
pego outra, porque pipoca salgada e amanteigada soa bem
agora. Depois de ter uma tigela cheia de coisas boas, volto
para o sofá e me sento com minhas sobrinhas. Pouco depois,
Cece desce e se despede antes de sair para o trabalho.
Depois que ela se foi, passo a próxima hora rindo e
relembrando um filme que foi uma das pequenas partes da
minha infância que não tinha nada a ver com drama exterior,
apenas felicidade pura e simples. Quando o filme termina,
peço uma pizza para o jantar e, depois de comermos, levo as
meninas para cima, onde conduzo uma após a outra para o
chuveiro, enquanto cada uma delas conversa com o pai no
telefone, algo que fazem todas as noites antes de dormir.

Vendo os sorrisos em seus rostinhos doces quando


finalmente as coloco na cama, sei que minha irmã está
fazendo tudo certo. Sim, a vida dela está de cabeça para baixo.
Sim, ela está trabalhando mais do que antes e não passa tanto
tempo em casa como antes. Mas suas filhas são felizes,
saudáveis e, o mais importante, sabem que o pai as ama,
mesmo que ele não esteja sob o mesmo teto.

_______________

QUANDO O ALARME do meu celular começa a tocar, eu


luto para tirar meu braço de debaixo das cobertas e o peso de
Mercury. Assim que o agarro, rapidamente o desligo,
ressentida por ter me tirado do sonho que estava tendo, um
sonho envolvendo um homem que não consigo esquecer.

Eu mantenho meus olhos fechados e tento arrancar da


memória alguns detalhes sobre ele, mas não importa o quanto
eu tente, nenhum deles parece fazer justiça a ele. Não tenho
certeza se é gratidão ou outra coisa, mas não passou uma hora
sem que não pensei nele. Mesmo no meu sono, ele me
encontra.

Um nariz frio contra minha bochecha me tira de meus


pensamentos, eu abro meus olhos, encontrando o teto coberto
de estrelas brilhantes de Lola acima de mim antes de me
concentrar em um par de olhos castanhos calorosos.

— Você está pronta para o café da manhã? — Eu seguro


o rosto redondo de Retro, ela se inclina para frente, lambendo
minha bochecha e me fazendo sorrir. Então eu rio quando
Mercury se junta à irmã dela para me dar um amor matinal.
— Tudo bem, meninas. Vamos levantar. — Uma vez que as
duas pularam da cama, eu lanço o lençol de unicórnio, o
cobertor e me sento, colocando meus pés no tapete arco-íris
no chão.

Eu olho ao redor do quarto de Lola e me pergunto por


quanto tempo mais vou ser capaz de ficar aqui. Sei que minha
irmã e as meninas gostam de me ter por perto, mas chegará
um ponto em que todas precisarão encontrar um pouco de
normalidade, isso inclui eu conseguir um lugar meu para que
Lola possa ter seu quarto de volta. Eu me forço a ficar de pé,
então me arrasto até a porta e abro para minhas filhotes. A
casa está silenciosa, com as meninas ainda dormindo do outro
lado do corredor, mas o cheiro de café me permite saber que
minha irmã já está subindo e descendo depois de chegar tarde
em casa, fazendo café da manhã e almoços, algo que ela faz
todas as manhãs.

Eu ouço as patas das minhas garotas enquanto elas


descem as escadas, quando eu ouço Cece cumprimentar
Mercury e Retro, eu vou ao banheiro, escovo os dentes e
coloco um sutiã, legging e uma camisa grande para que eu
possa levar as meninas na escola. Eu coloco um par de
chinelos, em seguida, silenciosamente saio do meu quarto,
precisando desesperadamente de uma xícara de café.

Vou direto para a porta dos fundos para deixar minhas


meninas entrarem, em seguida, ouço-as me seguirem até a
cozinha, onde Cece está parada na ilha, fazendo sanduíches.
Ela levanta a cabeça quando me ouve, posso ver a tristeza e o
cansaço que ela tenta esconder. Minha irmã sempre foi linda,
sem realmente tentar, mas o peso que ela perdeu e a dor de
cabeça que ela sentiu estão gravados em seus traços bonitos.
— Bom dia.

— Bom dia, eu já alimentei Merc e Ret e as deixei sair.

— Obrigada. — Eu passo por ela e vou direto para a


cafeteira. Eu encho minha xícara favorita, coloco meu creme
de baunilha e levo para a ilha. — Como foi o trabalho? — Eu
pergunto a ela enquanto me sento, soprando na parte
superior da minha caneca de café.

— Bom. — ela murmura, espalhando manteiga de


amendoim em uma fatia de pão antes de colocá-la
cuidadosamente em cima de outra fatia coberta de geleia.

Espero que ela diga mais, então ponho minha xícara na


mesa. — Você falou com Mike?

— Nós conversamos ontem. Ele vai buscar as meninas


no sábado de manhã, elas vão passar a noite com ele.

— Elas vão? — Essa notícia me surpreende. Mike está


morando com seus pais desde que se manifestou sobre seu
caso, ele e Cece concordaram que as meninas não passariam a
noite com ele lá. Seus pais têm apenas um apartamento de
dois quartos, o quarto vago na casa de seus pais só tem o
colchão de ar que Mike usou enquanto estava com eles.
Nenhum deles queria que as meninas ficassem sem uma cama
de verdade para dormir.
Ela termina de preparar outro sanduíche, em seguida,
encontra o meu olhar. — Ele alugou um apartamento de dois
quartos na cidade e comprou para as meninas beliches com
uma bicama embaixo e uma de solteiro em cima, para que
todas possam dormir no mesmo quarto quando ficarem com
ele.

— Oh. — digo, estudando-a e vendo seus olhos


começarem a lacrimejar. — Isso é bom, certo?

— Elas precisam do pai. Elas sentem falta de estar com


ele. — Ela abaixa a cabeça na tentativa de esconder as
lágrimas. Eu mastigo o interior da minha bochecha enquanto
tento descobrir o que dizer. Toda essa situação é uma bagunça
e, mais uma vez, fico ressentida com Mike por não manter seu
pau dentro das calças. Se ele tivesse sido fiel ou pelo menos
homem o suficiente para dizer que não era feliz antes de
seguir em frente, as coisas teriam sido difíceis, mas não tão
difíceis como agora.

— Você está chorando porque as meninas vão ficar com


ele?

— Sim. — Ela balança a cabeça, olhando para mim. —


Não. — Ela balança a cabeça novamente. — Eu não sei. Acho
que pensei que resolveríamos as coisas e ele acabaria
voltando para casa. — Ela desvia o olhar brevemente antes de
encontrar meu olhar novamente. — Agora ele tem um lugar
próprio, então acho que isso significa que realmente
terminamos.

Eu pisco, completamente pasma. — Você o queria de


volta?

Não sei o que significa o olhar que ela está me dando,


mas ainda prendo a respiração enquanto ela fala. — Eu quero
o que prometemos um ao outro quando começamos a
namorar e nos casamos. — Ela enxuga as lágrimas do rosto.
— Eu não o quero, não o homem que ele é agora. Eu só desejo
isso... Eu só queria que as coisas fossem diferentes. Eu
gostaria que ele não tivesse feito o que fez. Eu gostaria de não
ter que pensar em começar de novo, realmente começar de
novo. Eu gostaria que meus bebês não tivessem que pular
entre a casa dele e a minha, que elas não tivessem que
experimentar o que fizemos enquanto crescíamos.

— Cece. — O nome dela sai em um sussurro, porque


minha garganta parece que está fechando. — Elas não estão
crescendo como nós. A única coisa que sabem é que ambos os
pais as amam e se dedicam a garantir que sejam felizes. Eu sei
que tudo isso é difícil para elas, mas eu não acho que elas já
sentiram o que nós sentimos enquanto crescíamos.
Ela deixa cair o queixo sobre o peito e seus ombros
tremem. — Eu estou tão brava com ele.

— Você tem o direito de estar chateada. Isso não faz de


você uma pessoa má. Sei que isso não é fácil para você, mas sei
que você é uma mãe incrível e, mesmo que Mike seja um
idiota, ele ainda é um bom pai.

— Eu o odeio. — ela choraminga, eu me levanto e ando


em sua direção, puxando-a em meus braços.

— Você não odeia. — Eu esfrego suas costas e a balanço


de um lado para o outro. — É por isso que você está tão
brava.

— Você está certa, mas eu realmente quero odiá-lo. —


Ela enterra o rosto no meu pescoço.

— Eu sei que você quer e está tudo bem. É normal odiá-


lo ou amá-lo. Você pode sentir como precisa sentir. Não há
regras.

— Eu só não quero que meus bebês sofram por causa


disso.

Fecho os olhos, desejando ter o poder de realizar o


desejo dela, mas sei que não é possível. No final do dia, as
meninas vão vivenciar o divórcio dos pais e, na idade delas,
verão e ouvirão mais do que provavelmente deveriam. Não
porque os pais não as estejam protegendo, mas porque são
crianças, não importa o que você faça, elas sempre têm uma
maneira de descobrir as coisas e tirar suas próprias
conclusões. — Vai ficar tudo bem. Não importa o que
aconteça, vai ficar tudo bem.

— Sim. — Ela funga, recostando-se. — Você está certa.


— Ela tenta sorrir, mas seus olhos se arregalam, eu sei por
que um momento depois, quando nós duas ouvimos o som de
pezinhos descendo as escadas e patas minúsculas indo
cumprimentar um de seus humanos favoritos. Eu vejo Cece
rapidamente se afastar de mim com as mãos indo para o
rosto, onde tenho certeza que ela está enxugando as lágrimas
do rosto. Querendo dar a ela mais alguns segundos para se
recompor, eu me viro em direção à escada e sorrio para Ruby
enquanto ela salta no último degrau apenas para ser atacada
com beijos de cachorro.

— Ei, baguncinha. — Eu a bloqueio antes que ela possa


correr para sua mãe e a pego.

— Mimi! — Ela ri enquanto eu a giro, fazendo cócegas


em seus lados.

— Mimi o quê? — Eu continuo fazendo cócegas, ouvindo


sua risada enquanto a carrego mais para a cozinha. Eu olho
para Cece, quando vejo seu sorriso suave, sei que ela está
bem. Com uma última risadinha de Ruby, eu a entrego para
sua mãe, em seguida, recuo e vejo as duas se abraçando como
se estivessem separadas por anos, em vez de horas.

Enquanto elas se aconchegam no meio da cozinha, eu


sento, pego meu café de volta e tomo um gole. Antes mesmo
de engolir, ouço Lola e Kate descendo as escadas, então as
duas recebem o mesmo tratamento de Mercury e Retro antes
de se juntarem a sua mãe e irmã. Sabendo que este momento
é delas, volto para o meu café enquanto as quatro se
aconchegam em um abraço coletivo. Enquanto eu bebo, eu as
observo, sabendo com certeza que, embora elas enfrentem
algumas dificuldades com o desenrolar das coisas, elas sairão
mais fortes e mais próximas do que nunca.

Quando o momento entre elas acaba, Cece olha para cada


uma das crianças e pergunta: — Então, quem quer panquecas
e quem quer ovos? — As meninas rapidamente recitam seus
pedidos de café da manhã e, então, pelos próximos quarenta
minutos, ajudo minha irmã a alimentá-las.

Como tenho feito há semanas, coloco-as em sua minivan


e as levo para a escola para que ela possa voltar para a cama
por algumas horas antes de ter que se levantar para a aula.
Depois de deixar cada uma delas, paro no Starbucks para
tomar um café gelado e um bolinho de cranberry aquecido,
um dos meus poucos vícios. Devoro os dois no caminho de
volta para casa e, depois que estou em casa, subo as escadas
em silêncio, com cuidado para não fazer muito barulho. Não
quero acordar Cece se ela estiver dormindo, eu sei que ela
precisa descansar, mesmo que ela nunca vá admitir isso.

Depois de tomar banho, pego meu celular para verificar


a hora e percebo que tenho uma chamada perdida de Ken.
Esperando que ele tenha boas notícias para mim, eu disco seu
número e coloco a ligação no viva-voz enquanto abro minha
bolsa de maquiagem.

— Mia.

— Ei, Ken. Como está indo? — Eu pergunto, manchando


meu rosto com corretivo.

— Tenho algumas boas notícias.

— Bem, eu preciso de boas notícias. — Eu sorrio para o


telefone quando ele ri.

— Eu sei que sim, o que significa que estou feliz em fazer


esta ligação. Conseguimos a aprovação e abriremos nossas
portas no sábado.

— Serio? — Meu nariz arde e meus olhos lacrimejam.


— Realmente.

— É estranho eu querer chorar agora?

— Por favor, não. Não posso com lágrimas, nem mesmo


pelo telefone. — diz ele, começo a rir.

— Então, vejo você no sábado? — Ele pergunta.

— Você definitivamente vai me ver no sábado.

— Bom, até lá. — ele se despede e a linha fica muda.

Depois de algumas respirações profundas, termino


minha maquiagem e me visto para o trabalho com uma calça
jeans, uma camiseta azul-escuro com Winston’s Bar and Grille
no peito em escrita branca e meu Converse. Se eu fosse me
demitir em qualquer outro lugar, me sentiria mal, mas o chefe
de Cece, Winston, me deu um trabalho como um favor para
minha irmã, por quem tenho certeza que ele tem uma queda,
pelo menos é o que eu acho, já que ele está sempre
perguntando sobre ela quando estou trabalhando.

Pensando nisso agora, me pergunto por que Cece nunca


o menciona. Então, novamente, talvez ela ainda esteja com o
coração partido a ponto de ignorar o homem seriamente
atraente de quarenta anos que assina seus contracheques.
Sabendo que talvez nunca tenha a resposta para essa
pergunta, especialmente dada a história de sigilo da minha
irmã, desço para levar minhas meninas para sair uma última
vez. Depois de jogar a bola para elas por trinta minutos, volto
para dentro e rabisco uma nota rápida para Cece, informando-
a sobre a ligação de Ken, então entro no carro e vou para o
trabalho, me sentindo mais feliz do que em semanas.
Capítulo Três
Mia
PASSO O contrato em minha mão junto com uma caneta
para Annie, que está sorrindo como se tivesse acabado de
ganhar na loteria. Então eu olho para seu marido e pressiono
meus lábios para não rir, algo que eu sei que seria
completamente antiprofissional. Enquanto vejo Annie
sinalizar seu carro novo, seu marido a observa com uma
expressão desanimada.

Não posso dizer que fiquei surpresa quando os vi entrar


na concessionária hoje para nossa grande reabertura, mas
fiquei chocada quando Annie marchou até mim com seu filho
no colo e anunciou que comprariam sua van hoje e que eles
não queriam outro test drive. Tenho orgulho dela por assumir
o controle e adoro isso, embora seu marido não goste, ele
ainda está aqui.

Talvez ele conheça o velho ditado, Mulher feliz, vida feliz.

— Eu estou tão animada. — Annie sorri, me devolvendo


a papelada assim que ela terminar.

— Estou animada por você. — Eu sorrio, descansando


minha mão no meu telefone de mesa. — Se você estiver
pronta, vou ligar para Judy para ter certeza de que ela está
pronta para você em seu escritório.

— Estamos prontos. — Annie acena com a cabeça


enquanto Sam suspira.

Ignorando-o com meu sorriso ainda no lugar, pressiono


7 e, quando Judy responde, confirmo com ela que está livre.
Levo Annie, Sam e as crianças de volta ao escritório e deixo
Annie com um abraço e Sam com um tapinha no ombro rígido
enquanto suas garotas correm em círculos ao nosso redor.
Sabendo que eles estão em boas mãos, volto para a minha
mesa para esperar Mandy me avisar quando eu tiver um
cliente.

Ao contrário do que eu assistia nos filmes, não


perseguimos clientes potenciais agressivamente, trabalhamos
em rotação. Eu sei que alguns dos funcionários não gostam,
mas eu gosto. Não quero sentir que preciso ser
excessivamente assertiva com as pessoas que chegam, apenas
para conseguir uma venda. Enquanto espero, pego meu
celular e encontro uma mensagem de texto da minha mãe
esperando por mim.
Mãe: Como estão minhas meninas?

Eu: Estamos bem, só sentindo sua falta. Eu espero que


você possa vir nos visitar em breve.

Eu pressiono enviar, pensando que é tão estranho como


o tempo parece mudar sua perspectiva. Enquanto crescia,
minha mãe colocou eu e Cece bem no meio dos problemas
dela e do meu pai, nos usando como uma caixa de ressonância
e como peões quando necessário. Aos nove anos, a mesma
idade de Kate e Lola, eu sabia que meu pai a traiu, sabia
quantas vezes e com quem, Cece sabia ainda mais do que eu.
Ela tinha quatorze anos na época, minha mãe se apoiava nela
para obter apoio emocional, pensando nela como uma melhor
amiga em vez de sua filha que ela deveria ter protegido. Por
causa disso, meu relacionamento com minha mãe estava
tenso, eu me ressentia por ela não ser forte o suficiente para
deixar meu pai, mesmo depois que ele continuou fazendo
coisas que a estavam deixando infeliz.

Só quando fiquei mais velha é que entendi que ela teria


ido embora se pudesse, mas ela dependia financeiramente
dele e tinha medo de como seria a vida sem ele em cena.
Quando meu pai pediu o divórcio à minha mãe para que ele
pudesse se casar com outra mulher, ela não teve escolha a não
ser enfrentar a vida de frente. Ela nos mudou para um
pequeno apartamento de dois quartos, conseguiu um
emprego como secretária em um escritório de advocacia em
nossa cidade e, depois de um ano, começou a namorar Chaz,
seu atual marido.

Foi quando as coisas mudaram para nós. Chaz deu a ela


outra pessoa para compartilhar sua dor enquanto ela
descobria como ser feliz e confiar novamente. As coisas no
início de seu relacionamento não foram fáceis para mim ou
Cece. Demorou muito para descobrirmos que poderíamos
confiar no homem por quem minha mãe estava se
apaixonando, enquanto lidávamos com a perda de nosso pai,
que estava começando uma nova vida que não envolvia as
duas meninas que ele já havia criado.

Embora ainda possa me lembrar agudamente da dor que


senti durante aquele período da minha vida, não desejo que as
coisas acabem de forma diferente. Minha mãe cresceu e se
tornou uma mãe melhor, Chaz me mostrou com compreensão,
amor e apoio o que eu deveria esperar de qualquer homem
com quem me envolva.

Pensando em meu padrasto, mando uma mensagem


rápida de “te amo”. Não falo com meu pai biológico, não
porque não tentei ter um relacionamento com ele, mas porque
ele é um idiota egocêntrico que só se importa consigo mesmo.

Ok, então eu ainda posso ter um pouco de ressentimento


em relação ao meu pai, mas acho que isso é normal, dado o
que passei quando era criança.

— Mia falando. — eu atendo meu telefone de mesa


quando ele toca e coloco meu celular de volta na minha bolsa.

— Você tem um cliente. — Mandy me avisa, então antes


que eu tenha a chance de agradecê-la, ela desliga. Não estou
surpresa com sua falta. Está uma loucura hoje, mais louca do
que o normal. Parece que todo mundo estava esperando que
reabríssemos, tenho certeza que ela tem estado atarefada o
dia todo, em vez de ficar descansando como normalmente faz.

Eu me levanto e endireito minha blusa creme e aliso


minhas mãos na frente da minha calça azul marinho de
cintura alta. Ken não se importa com o que vestimos para
trabalhar, mas os caras que trabalham aqui se vestem com
calças compridas e camisas de botões, as outras mulheres se
vestem bem, então eu sempre tento parecer tão arrumada
quanto elas, esperando que os clientes me aceitem um pouco
mais seriamente.
Deixo minha mesa com os olhos nos pés, recusando-me a
olhar para a parede fechada de tábuas das janelas à minha
esquerda. Poderíamos ter conseguido abrir, mas ainda há
trabalho a fazer, aqueles painéis de madeira bloqueando a luz
apenas me lembram do medo que experimentei semanas
atrás.

— Mia.

Eu levanto minha cabeça quando Mandy chama meu


nome e tropeço quando vejo o homem que está me
assombrando em pé perto da porta da frente com os olhos em
mim. Meu coração bate forte quando ele dá um passo em
minha direção. Bom Deus, ele é ainda mais bonito do que eu
me lembro. E com o sol brilhando através das portas, ele
parece algum tipo de deus grego moderno com suas botas
pretas, jeans e camiseta branca justa acentuando seu torso
musculoso. Seu cabelo loiro sujo está despenteado como se
ele tivesse passado os dedos por ele, as tatuagens em seus
braços parecem mais vibrantes contra sua pele bronzeada. Ao
vê-lo se aproximar, me sinto oprimida, com medo, gratidão,
arrependimento e saudade. A mistura de emoções me dá
vontade de correr, só não sei se quero fugir ou cair em seus
braços.
— Mia. — Mandy dá um passo na minha frente,
cortando a visão que eu tenho dele, eu pisco com sua
expressão irritada. — Steph é a próxima para obter um
cliente, mas Talon pediu por você. — Ela balança a cabeça. —
Bem, ele não perguntou por você, mas ele descreveu você e foi
inflexível para que visse você, então ele é seu.

— Talon. — eu repito, gostando de finalmente saber seu


nome depois de semanas dando-lhe nomes aleatórios,
nenhum deles tão perfeito quanto o dele.

— Ela já trabalhou com ele no passado, então ela vai


ficar brava.

— Ok, — eu reconheço, sem me importar se ela vai ficar


brava, já que ela parece sempre estar muito brava. Com todos
trabalhando principalmente em comissão, há muita
competição. Pessoalmente, não tenho desejo de ser a melhor
vendedora da concessionária. Eu só quero ganhar dinheiro
suficiente para pagar minhas contas, se eu tiver um pouco
mais, tudo bem também.

Seus olhos se estreitam, então ela murmura. — Bem,


não diga que eu não avisei. — Ela gira nos calcanhares e
cambaleia de volta para o balcão de recepção.
Eu olho para Talon para ver se ele a verifica quando ela
passa por ele e estou surpresa que ele não faz. Mandy é linda,
muito bonita, a maioria das pessoas a reconhece, já que ela
está em cada um dos comerciais locais da concessionária.
Caramba, às vezes os homens vêm apenas para tentar obter o
número dela.

Com ela indo embora, eu engulo e me viro para o homem


que me salvou quando o sinto se aproximar. Eu lentamente
levanto meu olhar para o dele e me lembro de respirar
quando nossos olhos se encontram. Acho que nunca vi alguém
com olhos tão azuis quanto os dele, tão azuis que parece que
eu poderia mergulhar neles como o oceano em que pulei uma
vez em uma viagem à Jamaica.

Eu me mexo nos calcanhares enquanto ele examina meu


rosto como se estivesse tentando memorizar cada uma das
minhas características, então lambo meu lábio inferior e digo
a única coisa que eu posso pensar. — Você me salvou. — Ele
não responde, mas seus olhos caem para a minha boca e, em
resposta, minhas unhas cravam em minhas palmas. —
Obrigado. Não sei o que teria acontecido se você não tivesse
feito o que fez.

— Aquela garota disse que seu nome é Mia. — Ele tira


os olhos da minha boca e eu aceno. — Eu tentei descobrir
quem você era depois que saiu da ambulância, mas foi como
se eu tivesse imaginado você. Ninguém sabia de quem eu
estava falando. — Ele enfia as mãos nos bolsos da frente da
calça jeans. — Eu disse para você ficar perto e você foi
embora.

Minhas sobrancelhas se juntam com seu tom. — Eu fui


com Grace. Ela não queria ficar sozinha.

— Eu sei. Fui para o hospital, depois de localizá-la,


conversei com ela.

— Você foi ao hospital e procurou pela Grace? — Meu


estômago afunda e meu coração dispara.

— Ela me disse que você desapareceu quando o filho


dela chegou e que não se despediu nem deixou seu número.

— Eu não queria atrapalhar. — murmuro, sentindo-me


culpada. Eu deveria ter dito adeus, mas sua família estava lá,
eu sabia que ela estava em boas mãos.

— Ela me deu seu número para dar a você quando eu te


encontrasse. — Ele puxa um pedaço de papel esfarrapado do
bolso e me pergunto se ele o está carregando com ele o tempo
todo.
— Obrigado. — Meus olhos encontram os dele
enquanto eu pego, luto contra o desejo de me inclinar para
ele. Seu cheiro me lembra de casa, profundo e rico, como a
floresta em Montana após uma tempestade de verão, ou
sentar na varanda da casa dos meus pais depois de escurecer,
ouvindo o chilrear dos grilos.

— Sem problemas. — Ele olha por cima da minha


cabeça, algo que é fácil para ele fazer, já que ele é alto, cerca
de trinta centímetros mais alto do que eu em minhas
sapatilhas, então seus olhos encontram os meus mais uma
vez. — Você quer me dar um test drive?

Um arrepio desce pela minha espinha, minhas bochechas


aquecem enquanto meus mamilos se endurecem. Bom Deus,
preciso me afastar desse homem antes de me jogar a seus pés
e me oferecer para ter seus bebês. — Umm... — Eu olho em
volta rapidamente, procurando uma desculpa para fugir, vejo
Steph me olhando do outro lado da sala com uma carranca em
seu rosto bonito. — Acho que Mandy disse que você tem
trabalhado com Steph.

Suas sobrancelhas se juntam. — Quem?

— Steph. — eu repito e aceno minha mão em sua


direção. — Ela é a loira ali. Ele nem olha. Eu vou chamá-la e
você vai se lembrar.
Eu me viro para ir embora, mas ele me impede
agarrando minha mão. — Eu não a quero. Eu quero você.

Meus olhos se arregalam. — Oh. Bem, ok. — Eu puxo


minha mão da dele, o que não é fácil de fazer. — Que carro
você quer fazer um test drive?

— O Jipe preto na frente do estacionamento.

— Aquele meio estacionado na rocha? — Eu pergunto,


ele levanta o queixo em uma afirmação.

— Que cara é essa? — Ele pergunta baixinho.

Eu percebo que estou carrancuda e sorrio. — É um


ótimo Jipe. É também o único carro que queria desde que
comecei aqui... embora provavelmente nunca poderei pagá-lo,
a menos que comece a competir com meus colegas de
trabalho e me torne a vendedora líder. Eu só preciso ver sua
identidade para fazer uma cópia, então pegarei as chaves e
encontrarei você lá.

— Eu irei com você. — afirma.

Eu rio enquanto balanço minha cabeça. — Eu posso


pegá-los e encontrar você lá.

— Prefiro ir com você para que não tente me enganar e


me passar para outra pessoa.
Ofendida, coloco minhas mãos nos quadris. — Eu não
vou enganar você e te dar para outra pessoa.

— Você tentou me enganar um minuto atrás.

— Eu não estava enganando você. — minto, minhas


bochechas aquecendo por ter sido acusada. — Eu ia deixar a
pessoa com quem você está trabalhando continuar
trabalhando com você. As pessoas por aqui levam seus
clientes muito a sério.

— O cliente pode opinar sobre com quem deseja


trabalhar?

Eu aceno minha mão entre ele e eu. — Obviamente,


estou trabalhando com você agora, não estou?

Ele encolhe os ombros. — Ainda assim, prefiro não


arriscar. Eu irei com você.

— Bem. — Eu cerro os dentes, em seguida, vou em


direção à minha cabine. Uma vez lá, vou para trás da minha
mesa e, depois que ele entra, estendo a mão e mexo os dedos.
— Eu preciso da sua identificação.

— Certo. — Ele sorri, puxando a carteira do bolso de


trás. Eu vejo seus longos dedos puxarem seu cartão, em
seguida, estreito meus olhos para ele quando ele ri e o entrega
para mim.

— O que é engraçado?

— Você fica fofa quando está chateada. — Seu sorriso


lindo permanece firme no lugar, ele realmente tem um sorriso
lindo e dentes muito bonitos, o que é algo estranho de se
notar em alguém.

— Eu não estou chateada.

— Hmm.

— Eu não estou. Estou irritada. Você está me irritando.


— eu estalo, pegando sua identidade e colocando-a na
pequena copiadora na minha mesa. Assim que a luz vermelha
aparece no dispositivo, eu sei que ela foi enviada para onde
quer que as informações estejam armazenadas. Devolvo o
documento para ele e pego minha bolsa. — Vamos pegar as
chaves.

— Lidere o caminho. — Ele faz um gesto para que eu


saia na frente dele, ouço-o rir quando passo por ele. Eu o levo
de volta para o escritório principal e rapidamente digito as
informações para o test drive no computador antes de pegar
as chaves da caixa na parede. Assim que as tenho em minhas
mãos, me viro e fico cara a cara com ele, depois olho para
cima. — Você não precisa ficar tão perto.

— Eu gosto de ficar perto de você.

Mais frustrada comigo mesma do que com ele pela forma


como meu corpo parece estar reagindo à sua proximidade, eu
rosno baixinho e o empurro para trás um centímetro antes de
me mover ao redor dele. Eu nem mesmo procuro ter certeza
de que ele está me seguindo, não que eu precise. Eu posso
sentir seus olhos perfurando minhas costas enquanto saímos
do prédio para o estacionamento.

Quando saímos, puxo uma golfada de ar, desejando que


estivesse mais frio, já que o ar úmido me faz sentir sufocada
em vez de renovada. Isso é uma coisa que sinto falta em
Montana, os verões são perfeitos. A maioria dos dias é quente
o suficiente para usar shorts, mas fria o suficiente para usar
um suéter, se quiser.

— Merda. — murmuro quando chegamos ao Jipe. O


jeito que está estacionado em duas grandes pedras parece
legal, mas a parte inferior da porta do lado do motorista está
pelo menos um metro do chão e, como eu tenho apenas um
metro e meio, não sei como vou entrar. Com alguns palavrões
para qualquer idiota que estacionou aqui, eu ando até o lado
do passageiro. É melhor, mas ainda terei problemas para
entrar. Descansando minhas mãos em meus quadris, eu olho
para o homem ao meu lado e o vejo cruzar os braços sobre o
peito enquanto ele vira a cabeça na minha direção.

— Você quer que eu te ajude aí?

Meu nariz torce. — Só porque sou mulher não significa


que não posso subir sozinha.

— Tudo bem. — Ele encolhe os ombros.

Mais determinada agora do que antes, entrego-lhe minha


bolsa. — Por favor, segure isso.

— Certo. — Ele a pega, eu subo na pedra menor do lado


do passageiro, grata por usar um par de sapatilhas hoje em
vez dos meus saltos habituais. Uma vez que estou na rocha,
me viro para dar a ele um sorriso presunçoso, quando ele
sorri de volta, meu coração palpita e meu estômago dança.
Respirando fundo, me viro em direção à porta e a abro com
cuidado, mas quando olho para o banco do motorista, meu
estômago embrulha. Eu sei logicamente que o Jipe não vai
tombar quando eu subir, mas mesmo assim o ângulo é difícil
e, para ser honesta, sou uma covarde. Não consigo nem pular
de um trampolim de piscina porque parece muito arriscado.
— Você está bem, Mia?
— Estou bem, totalmente bem. — grito, obrigando-me a
não soar como se estivesse surtando. Com uma respiração
profunda, seguro a barra de segurança acima do porta-luvas e
me puxo para cima, em seguida, ofego quando o Jipe balança.
— Oh Deus. — Eu aperto meus olhos fechados enquanto caio
no assento enquanto seguro para salvar minha vida.

Uma mão repousa na minha coxa e meus olhos se abrem.


— Estou aprendendo muito sobre você hoje, Mia. — Talon
suspira, parado na pedra do lado de fora da porta. — Vamos.
Saia que eu tirarei o Jipe da rocha.

— Eu não preciso que você faça isso. Eu posso subir e


movê-lo sozinha, Ken gosta que levemos cada cliente para
fora, em seguida, entregamos as chaves depois de mostrarmos
a eles como o carro pode dirigir.

— Você pode assumir assim que eu tirar.

Eu tento. Eu realmente tento deixar pra lá, mas


honestamente, não consigo. É como se minhas mãos tivessem
se agarrado à barra.

— Vamos. — Ele pousa a mão sobre a minha e


lentamente afasta meus dedos, um por um, então coloca
minha mão livre em seu ombro. Uma vez que ele tem minha
outra mão livre, ele envolve um braço em volta da minha
cintura e me ajuda a descer da pedra. Eu me sinto uma idiota
quando ele me entrega minha bolsa. — Posso pegar as
chaves?

Eu as tiro do meu pulso e entrego, em seguida, volto para


observá-lo manobrar facilmente para dentro do Jipe como
uma espécie de ninja. Depois que ele tem todas as quatro
rodas em solo firme, ele estaciona com a porta do lado do
motorista ao meu lado. Ele sai e segura à porta aberta para eu
entrar, eu rolo meus olhos ao ver o olhar de orgulho
masculino em seu rosto.

— Obrigada. — murmuro, tentando parecer tão


graciosa quanto ele enquanto subo ao volante, mas sei que
pareço um cervo bebê que está aprendendo a andar, porque o
Jipe está suspenso e ainda muito alto fora do terreno para eu
entrar facilmente. Assim que estou ao volante, não olho para
ele quando fecha minha porta ou quando entra no lado do
passageiro. Quando coloco o motor em movimento, digo a ele.
— Vamos para fora da cidade. Há algumas estradas vicinais
que podemos percorrer, onde você pode testar alguns dos
recursos off-road. — Eu ligo minha seta e mudo de faixa. —
Então você pode nos levar de volta para a cidade, para sentir
como é na estrada.
— Você vai ficar bem se eu testar alguns dos recursos de
off-road?

— Você acha que vai ficar bem se eu te empurrar porta


afora a setenta por hora na estrada? — Eu gorjeio enquanto
entro na rodovia e acelero.

— É só uma pergunta. — Ele ri, o som vibra contra


minha pele, me deixando quente. — Você já fez isso?

— Eu namorei um cara que tinha um Jipe. Todo fim de


semana, ele e um grupo de amigos se reuniam e levavam seus
Jipes ou caminhões para as montanhas para sair da estrada,
quando comecei a vê-lo, fui com ele algumas vezes. Não posso
dizer que adorei ficar presa na lama e ter que caminhar pela
lama enquanto seu Jipe era rebocado, mas foi divertido.

— Você não está mais saindo com ele? — Ele pergunta,


seu tom soando estranho, mas como eu não consigo olhar
para ele, não consigo ler sua expressão.

— Não. Quando eu disse a ele que estava vindo aqui


para ajudar minha irmã, ele me disse que não poderia lidar
com um relacionamento à distância e terminou comigo.

— De onde você é?

— Montana. Eu cresci lá.


— Já estive em Montana algumas vezes. É um belo
estado.

— É lindo aqui também.

Eu o vejo se mexer na cadeira com o canto do olho. —


Então, é seu plano ficar no Tennessee?

— Sim, ou acho que sim. — eu respondo, querendo


dizer mais, mas é estranho ter uma conversa sobre meus
planos para o futuro com um completo estranho,
especialmente quando não falei oficialmente com minha irmã
ou pais sobre fazer do Tennessee minha casa.

— Você disse que está ajudando sua irmã. Ela está bem?

— Ela está bem. — eu digo enquanto saio da rodovia e


paro em um sinal vermelho atrás de uma longa fila de carros.

— Você é realmente um livro aberto. — ele brinca, eu


olho para ele.

— Isto não é um encontro. Não estamos nos


conhecendo. Sou eu fazendo meu trabalho.

— Justo. Que tal eu te levar para um encontro?


— Não estou interessada. — minto. Duvido que haja
uma mulher viva que não estaria interessada nele. Dito isso,
não preciso da distração de um homem agora.

Segurando meu olhar, ele inclina a cabeça para o lado


com um olhar de determinação em seus olhos. — O sinal está
verde.

Eu tiro meus olhos dos dele e aperto o acelerador, me


perguntando por que sinto que acabei de acenar uma
bandeira vermelha na frente de um touro.
Capítulo Quatro
Talon
Enquanto ando em direção ao escritório de Mia, eu a vejo
em sua mesa, o cara em frente a ela se inclinando para frente
como se estivesse tentando chegar o mais perto possível,
mesmo com a mesa entre eles. À medida que me aproximo,
ouço-o convidá-la para sair, quando ela balança a cabeça, ele
coloca as mãos juntas como se estivesse rezando, fazendo-a
rir. O ciúme faz minhas mãos se fecharem em punhos, mesmo
que eu não tenha direitos sobre ela, eu entro na sala.

— Ei, querida. — eu saúdo, seus olhos se arregalam


quando ela olha para mim, mas eu não lhe dou outro olhar. Eu
olho para o homem, jurando que ele parece familiar. — Como
vai, cara?

— Uh... bem. — Ele olha entre mim e Mia e se levanta,


endireitando a gravata. — Obrigado por me deixar testar a
caminhonete, Mia. Entrarei em contato depois de configurar o
empréstimo.

— Claro, Harry. Estou ansiosa para ouvir de você. —


Ela estende a mão para apertar a mão dele, minha mandíbula
se contrai quando ele a levanta para dar um beijo em seus
dedos.

— Tenha um bom dia. — Ele sorri para ela e se vira


para mim. — Até mais.

— Sim, até mais. — eu resmungo.

— Eu preciso obter uma ordem de restrição, Talon? —


Mia pergunta, sentando-se, seus olhos castanhos quentes nos
meus enquanto eu me inclino na beirada de sua mesa.

— Para aquele cara, definitivamente. — eu digo,


observando seus lábios carnudos formarem um leve sorriso.
Porra, ela é linda, teimosa pra caralho, mas ainda a mulher
mais linda que eu já vi, me mata que eu não possa andar até
ela, puxá-la em meus braços e beijá-la como eu quero. Foi uma
semana disso, uma semana comigo chegando quase
diariamente, tentando convencê-la a sair comigo, apenas para
ela me dar uma merda e me recusar.

— Sério, Talon, isso está ficando ridículo. — Ela suspira,


jogando seu longo cabelo que me lembra do meu sorvete de
chocolate amargo favorito com espirais de caramelo por cima.

— Estou aqui apenas para um test drive, Mia.


— Certo. — Ela revira os olhos enquanto se levanta,
permitindo-me ver suas curvas acentuadas pela saia justa e
top que ela está vestindo. — Você sabe que, se eu perder uma
venda de verdade e sair com você de novo, vou ficar chateada.

— Se você apenas concordasse em sair comigo, eu


assinaria os papéis do Jipe agora.

— Por que sinto que deveria ficar ofendida com essa


oferta? — Ela pergunta, envolvendo os dedos em volta da
cintura, eu sorrio enquanto seus olhos se estreitam.

— Guarde suas garras, gatinha. Eu só quero você mais


do que quero o Jipe. — eu digo, observando suas bochechas
ficarem em um tom bonito de rosa, meu pau se contorce atrás
do meu zíper.

— Não me chame de gatinha.

— Por que não? Você me lembra um gatinho fofo que


mostra suas garras quando está irritado.

Olhando-me por um momento, ela suspira enquanto


desvia o olhar do meu. — Eu preciso pegar as chaves do Jipe.

— Eu irei com você.

— Claro que você vai.


Percebo um toque de seu suave aroma de baunilha
quando ela passa por mim e luto contra o desejo de estender a
mão e tocá-la. Porra, eu nunca estive obcecado por uma
mulher antes, mas no momento em que a vi, me senti como se
tivesse levado um soco. Com um olhar, eu sabia exatamente
quem ela era e que faria qualquer coisa para tê-la.

— Mia. — chamo o nome dela, sem ter ideia do que vou


dizer, apenas sabendo que preciso dizer algo.

Parando de repente, ela se vira para me encarar, me


pegando desprevenido. — Você sabe o que? Bem. — Ela
levanta a mão com a palma entre nós. — Entendi. Eu sou um
desafio e seu ego frágil está ferido. Que tal almoçarmos agora
e acabar logo com isso?

Minha mandíbula se contrai de frustração. Porra, as


coisas seriam muito mais fáceis se isso fosse apenas sobre o
meu ego. — Não.

Suas sobrancelhas se juntam. — Não? Você não quer


sair comigo?

— Eu quero um encontro, um encontro de verdade.


Quero buscá-la para jantar e levá-la para casa depois.
Cruzando os braços sobre o peito, ela suspira. — Tudo
bem, vou jantar com você, mas vou encontrá-lo onde você
quiser.

— Não.

Suas narinas dilatam e ela bate o pé. Por que não?

— Eu já disse por que não.

— Tudo bem, mas só posso ir no sábado depois das


cinco.

— Isso funciona para mim.

— OK. — Ela descruzou os braços e começou a voltar


para o escritório.

— Onde estamos indo?

— Vou anotar meu número para você e depois vou


voltar ao trabalho.

— Você ainda precisa da chave do Jipe.

— Por quê? — Ela chora, jogando as mãos no ar


enquanto gira de volta. — Eu concordei em sair com você.
Você tem o seu encontro. Não há necessidade de eu levá-lo
para outro test drive, onde você vai me pedir para sair com
você e eu vou recusar. — Cristo, ela é teimosa.
— Eu ainda quero um test drive. — Eu sei que é egoísta,
mas preciso da minha dose dela.

Com um gemido alto, ela gira nos calcanhares e passa


por mim, seus quadris balançando. É uma coisa boa eu saber
que ela está atraída por mim, porque se não, o ego que ela
acabou de mencionar estaria seriamente ferido agora.

Espero que ela pegue as chaves do Jipe e a sigo até o


estacionamento. Abro a porta para ela, em seguida, dou a
volta para entrar no lado do passageiro. Antes de sairmos do
estacionamento, ela liga o rádio, algo que ela faz toda vez que
estamos juntos. Quando “I’m a Sucker for You”5 começa a
tocar, meu celular vibra. Quero ignorar, mas sei que não
posso quando o puxo do bolso e vejo que é minha mãe
ligando.

— Ei, mãe, eu respondo.

— Talon. — O medo em sua voz deixa os cabelos da


minha nuca em pé.

— O que está errado? Você está bem?

— Seu pai… Seu… — Sua voz falha. — Ele sofreu um


acidente.

5
Musica da banda Jonas Brothers
— Ele está bem?

— Eu não sei.

— Onde você está? — Tento manter minha voz suave,


mas sei que minha pergunta sai áspera, porque com o canto
do olho vejo Mia pular.

— Eu… — Ela soluça. — Su-sua tia está me pegando e


me levando para o hospital. Ele está sendo levado para o
West.

— Eu vou te encontrar lá. — eu digo, descansando meu


cotovelo no meu joelho e deixando cair minha cabeça em
minha mão.

— Ok, querido. Dirija com cuidado, por favor.

— Eu vou, mãe.

Com o coração batendo forte, desligo e levanto a cabeça,


percebendo então que Mia estacionou o Jipe na beira da
estrada, não muito longe da concessionária.

— Eu preciso pegar minha caminhonete.

— Eu vou levar você.


Correndo meus dedos pelo meu cabelo, eu balanço
minha cabeça. — Não, apenas me leve de volta. Vou pegar
minha caminhonete e você pode voltar ao trabalho.

— Eu estou levando você. Apenas me diga para onde


estamos indo.

— Apenas me leve para a porra da minha caminhonete!


— Eu grito, ela estende a mão, envolvendo-a em volta do meu
punho e puxando-o em sua direção.

— Você está tremendo, Talon. Eu estou levando você,


então me diga aonde eu estou levando você.

Eu fecho meus olhos e respiro fundo, desejando me


acalmar. Ela não merece que eu a ataque. — Me desculpe,
merda. — Eu esfrego minha mão no meu rosto. — Meu pai
está sendo levado para o West. Você sabe onde é?

— Sim. Vai ficar tudo bem. — Sua mão repousa em


cima da minha enquanto eu olho para o meu celular.

Não quero ser eu a ligar para minha família, mas não


tenho certeza de quem sabe o que aconteceu ou se minha mãe
estará mentalmente em condições de ligar para todos.
Enquanto Mia entra no trânsito, eu faço telefonema após
telefone, deixando todos saberem o que eu sei, o que não é
muito.
A viagem de apenas alguns minutos parece durar uma
eternidade e, quando chegamos ao hospital, Mia para na
frente da entrada de emergência e põe o motor em ponto
morto quando abro a porta. — Obrigado.

— Espere, me dê as chaves da sua caminhonete! — Ela


grita quando estou prestes a fechar a porta, sem pensar, eu
pego do meu bolso e jogo para ela. Eu a vejo pegá-las e, em
seguida, sem olhar para trás, bato a porta e passo pelas portas
automáticas, rezando para que meu pai esteja bem.

Com meus irmãos e alguns de seus cônjuges sentados ao


meu lado na longa fileira de cadeiras do lado de fora das
portas cirúrgicas, o resto da nossa família reunida ao redor da
sala, vejo minha mãe andar de um lado para o outro enquanto
mastiga o lábio inferior. Minhas mãos se fecham em punhos
nos braços da minha cadeira e fecho os olhos. Meu pai é o
homem mais forte que conheço, mas ele não é invencível.

Hoje, ele decidiu ir de moto para o trabalho, um presente


que meus irmãos e eu demos para ele quando ele fez
cinquenta anos. A Harley preta era o passeio dos seus sonhos,
nossa mãe detestava, mas nunca o impediu de andar quando
sentiu vontade. Pelo que nos foi dito, um carro o atropelou
quando ele saiu da rodovia. O motorista do carro não
verificou antes de mudar de faixa. Em sua caminhonete, ele
estaria bem, mas em sua moto, ele não tinha a menor chance,
ossos quebrados e ferimentos internos. Rangendo os dentes,
abro os olhos, recusando-me a pensar no que poderia ter sido.
No momento, só preciso confiar nos médicos que estão
trabalhando nele.

Me sentindo inquieto, eu me levanto e vou até minha


mãe, quando ela me vê chegando perto, ela para e inclina a
cabeça para trás. A dor que vejo em seus olhos faz meu peito
doer. Se ela perder meu pai, não sei se ela vai sobreviver, sei
que papai sentiria o mesmo se a situação se revertesse. Eles
não podem viver um sem o outro, eles são duas metades de
um todo. O amor que eles têm um pelo outro vai além de
apenas ter, segurar e manter. É eterno e algo que nunca pode
ser substituído.

Eu envolvo meus braços em torno dela e a puxo contra


mim como ela fazia quando eu era criança, sempre que eu
precisava de conforto. Suas lágrimas começam a molhar
minha camisa e eu luto contra a dor em meu peito. Sei que ela
está preocupada, mas também tenho fé que tudo ficará bem e,
agora, preciso ser forte por ela e por papai.

— Sophie Mayson. — Viro ao ouvir o nome da minha


mãe e vejo um homem baixo e mais velho que parece exausto
entrar na sala.
— Eu sou Sophie. — mamãe diz, enxugando as lágrimas
de seu rosto.

— Podemos conversar? — Ele pergunta, olhando ao


redor antes de olhar para ela mais uma vez.

— Essas pessoas são da família de Nico. Você pode falar


aqui. — mamãe responde, ele acena com a cabeça uma vez.

— Seu marido está indo muito bem e está sendo levado


para a recuperação enquanto conversamos. — Com sua
declaração, mamãe cede contra mim e o nó no centro do meu
peito diminui. — Achamos que o fígado dele estava mais
danificado, o que tornaria as coisas mais complicadas. Ele tem
muita sorte. — Ele olha para todos em volta. — Não quer
dizer que será um caminho fácil, mas com o tempo e um
pouco de fisioterapia, ele deve se recuperar totalmente.

— Obrigada. — mamãe engasga, enterrando o rosto no


meu peito.

— Quando podemos vê-lo? — Eu pergunto, sabendo que


mamãe perguntaria se ela não estivesse chorando.

— Uma enfermeira descerá assim que o instalarem.

— Obrigado. — eu digo, ouvindo aquele sentimento


ecoando atrás de mim por todos os outros na sala.
— De nada. — Ele tira um cartão do bolso e o entrega
para mamãe, cujas mãos estão tremendo. — Aqui tem o
número do meu celular. Se você tiver alguma dúvida ou
preocupação, não tenha medo de ligar.

— Obrigada. — mamãe responde, ele dá um sorriso


tranquilizador, depois se vira e vai embora. Depois que ele
sai, a energia na sala se ilumina e todos se levantam para se
reunir em torno de mamãe para compartilhar seu alívio.
Poucos minutos depois, uma enfermeira entra para nos
informar que apenas duas pessoas por vez serão permitidas
na sala de recuperação, mas assim que papai for transferido
para uma sala privada, ele poderá receber mais alguns
visitantes. Meus tios, suas esposas e meus primos decidem ir
para casa então, dizendo que estarão de volta pela manhã.
Para que, mamãe, meus irmãos e eu possamos nos revezar
para visitá-lo na recuperação.

O tempo parece se arrastar à medida que a noite avança,


quando papai está em seu quarto, já passa das sete da noite e
sinto que passei o dia em uma montanha-russa. Exausto, eu
coloco meus pés no parapeito da janela ao lado de onde Bax e
Sage estão sentados e esfrego minhas mãos no meu rosto.

— Vocês precisam ir para casa. — A voz rouca de papai


rompe o silêncio no quarto, eu me viro para encontrá-lo
focado em mamãe, Willow e Nalia, que estão todas enroladas
juntas na cama que uma das enfermeiras fez ao lado dele.

Eu me levanto e caminho em direção a ele enquanto ele


tenta se sentar. — Queremos estar aqui. — Eu estendo minha
mão para que ele possa usá-la como alavanca, ele se inclina
para sentar na cama.

— Eu sei. — Ele recua, não tenho dúvidas de que está


com dor, mesmo com as drogas que lhe deram. Uma perna
quebrada, três costelas quebradas, além de ser operado, seria
demais até mesmo para a pessoa mais forte. — Vocês podem
voltar amanhã. Não precisa passar a noite. — Ele olha para
meus irmãos Bax e Sage, depois para minhas irmãs Nalia, que
acabou de chegar hoje à tarde, Willow. A única de nós que não
está aqui é Harmony, isso só porque ela está grávida e mamãe
a expulsou depois que seu marido trouxe sanduíches mais
cedo.

— Seu pai está certo. — Mamãe se senta, tirando o


cabelo do rosto. — Está ficando tarde. O horário de visita vai
acabar em breve. Todos vocês podem voltar amanhã.

— Baby, você deveria ir para casa também. — papai diz,


mamãe olha para ele, estreitando os olhos.

— Eu não vou para casa.


Sua mandíbula aperta. — Eu não quero você dormindo
naquela coisa a noite toda. Você deveria ir para casa.

— Isso nem está em discussão, senhor Mayson. Eu não


vou sair do seu lado. — ela sibila, em seguida, olha para seus
filhos. — Vocês precisam ir para casa.

— Pai. — Nalia chama, seus olhos suavizam sobre ela.

— Vá ter algum descanso. Você pode voltar amanhã,


querida. — papai repete, ela olha para ele com lágrimas nos
olhos. — Estou feliz que você esteja em casa.

Quando minha irmã começa a soluçar, mamãe a puxa


contra o peito e eu olho para Sage, notando sua mandíbula
apertando e abrindo. Ao contrário do resto de nós, ele não
entende por que ela se mudou ou por que ela foi tão inflexível
sobre ter um relacionamento com sua mãe biológica, uma
mulher que os negligenciou quando crianças. Não posso dizer
que realmente entendo seu raciocínio, mas sei como é
procurar por algo, nunca realmente tendo certeza do que é
esse algo. Também sei que minha irmã se sente culpada por
estar tão dividida, sinto que é meu dever como irmão dela
garantir que ela saiba que não importa o que aconteça,
estaremos aqui quando ela descobrir as coisas.
Assim que suas lágrimas param, mamãe a solta e ela se
levanta, indo para a cama e dando um abraço cuidadoso em
papai antes de olhar para Sage quando ele chamar seu nome.

— Seu sobrinho ficará feliz por você estar na cidade.


Você é bem-vinda para ficar comigo e com Kim enquanto
estiver aqui.

— Aww, posso ir dormir lá também? — Willow


pergunta.

Sage revira os olhos. — Você vai manter meu filho


acordado a noite toda como fez da última vez em que ficou
aqui?

— Não foi a noite toda, estávamos assistindo Trolls, não


jogando beer pong. Você faz parecer que sou uma má
influência.

— Você é uma má influência. Você o estraga.

— Ele é meu sobrinho. É meu trabalho mimá-lo. — Ela


suspira, levantando-se da cama antes de se inclinar para
abraçar a mamãe e então ir até o papai beijar sua bochecha.

— Pode ser. — Sage balança a cabeça e vai até a mamãe,


imitando minha irmã, antes de ir até o papai e encostar a testa
na dele. Depois disso, os três vão embora e espero até Bax
dizer boa noite para fazer o mesmo.

Como Sage e Bax, descanso minha testa contra a de meu


pai, algo que fazemos desde que me lembro. Meu peito aperta
quando sua mão envolve minha nuca e as lágrimas queimam a
parte de trás dos meus olhos. Não sei o que faria se perdesse
meu pai, não é algo em que quero pensar. Depois de nos
despedirmos com planos de voltar amanhã, Bax e eu saímos
da sala, coloco a mão no bolso em busca das chaves, em
seguida, resmungo.

— O que? — Ele pergunta enquanto entramos no


elevador.

— Mia está com minhas chaves. — murmuro e xinguei,


porque nem mesmo tenho o número do celular dela. Você se
importa de me dar uma carona para casa?

— Quem é Mia?

— Ela trabalha na concessionária. — digo a ele, deixando


de fora o fato de que a mulher corajosa, forte, independente e
teimosa pra caralho também é a garota que foi feita para mim.
Não estou pronto para dizer a ninguém quem ela é, não até
convencê-la a me dar uma chance.
— Você está tendo dúvidas sobre o Jipe? — Ele pergunta
enquanto o elevador para e as portas se abrem.

— Algo como... — Minhas palavras morrem quando vejo


Mia sentada em um banco do lado de fora das portas agora
abertas, com seus olhos em mim e um livro em seu colo.

— Você está bem? — Bax pergunta, então eu o pego


olhando entre Mia e eu, sorrio. — Deixa pra lá. Vejo você
amanhã. Vou para o canteiro de obras pela manhã para ter
certeza de que está tudo bem antes de voltar para ver o papai.

— Sim, encontro você lá. — eu digo, ele levanta o queixo


para mim, em seguida, deve piscar ou fazer uma careta para
Mia, porque ela sorri para ele e ri.

Enquanto ele se afasta, eu fecho a distância entre nós e


ela se levanta. — Ei.

— Ei. — Eu enfio minhas mãos nos bolsos da frente da


minha calça jeans para me impedir de puxá-la em meus
braços. — Quanto tempo você esteve aqui?

— Um tempo. — Ela encolhe os ombros, dando um passo


mais perto de mim. — Seu pai está bem?

— Ele está bem. Ele levou uma pancada lateral em sua


motocicleta e está bastante machucado, mas vai ficar bem.
Seus olhos procuram os meus por um longo momento,
então ela dá um passo em mim e envolve seus braços em volta
da minha cintura. — Estou feliz que ele vai ficar bem. — ela
me diz, quando ela não se afasta, eu a abraço de volta e meus
olhos fecham enquanto descanso meu queixo no topo de sua
cabeça. Porra, ela se encaixa perfeitamente em meus braços.
— Estive preocupada com você o dia todo.

— Eu acho que isso significa que você gosta de mim.

— Você simplesmente não desiste, não é? — Ela


pergunta, inclinando a cabeça para trás para que seus olhos
sorridentes brilhem para mim.

— Nunca. — Eu encolho os ombros, deixando-a ir


quando ela sai do meu domínio, balançando a cabeça.

— Eu dirigi sua caminhonete até aqui. Você se


importaria de me dar uma carona até o meu carro? Além
disso, estou morrendo de fome, então podemos parar e pegar
algo para comer?

Merda, há quanto tempo ela está aqui esperando por


mim?

— Ir comer com você agora contar como nosso


encontro?
— Se eu disser que sim, você me fará morrer de fome? —
Ela levanta uma sobrancelha.

— Não, vou comprar um hambúrguer para você no


drive-thru no caminho para a concessionária.

Seu nariz franze adoravelmente, ela bate no queixo. —


Eu não sei. Eu adoro um bom e velho cheeseburger com
batatas fritas.

— Espertinha. — Eu agarro sua mão e puxo-a comigo em


direção à porta.

— Você sabe que não pode me guiar exatamente quando


não sabe onde estacionei. — Ela ri quando saímos. — Vamos,
garotão. — Ela caminha à minha frente pelo estacionamento e,
quando vejo minha caminhonete, devo apertar minha mão na
dela que ainda segurando enquanto me encolho. — Você deve
saber que tentei estacionar três vezes, foi o melhor que pude
fazer. — diz ela, apontando para a minha caminhonete que
está no meio-fio. — Também devo dizer que não é porque eu
não sei dirigir, é porque esta era a única vaga disponível, o
carro que estava estacionado ao lado do seu estava além da
linha. Eu não queria que uma velhinha ou homem não
pudesse entrar no carro, então não tive outra opção. — Eu
olho ao redor do lote vazio e depois para ela. — Estava cheio
aqui esta tarde.
— Esta tarde? — Eu levanto uma sobrancelha enquanto
ela me entrega minhas chaves.

— Eu disse que estava aqui há um tempo.

— Baby, você deveria apenas ter deixado minha


caminhonete na concessionária. Eu poderia ter pego pela
manhã. — digo a ela, sentindo-me culpado por ela estar aqui o
dia todo esperando por mim.

— Eu queria ter certeza de que você estava bem. Além


disso, consegui um café e um livro na loja de presentes. — Ela
levanta o referido livro. — Eu não leio com muita frequência,
então isso foi bom, a senhora que trabalha lá ficava de olho
por mim caso você aparecesse sempre que eu precisasse usar
o banheiro.

— Como ela saberia quem eu era? — Eu pergunto,


abrindo a porta para ela.

Ela entra, uma vez que sua bunda está no assento, ela
sorri para mim. — Eu descrevi você para ela.

— Você me descreveu?

— Sim, eu disse para procurar o cara com a cabeça


grande e ela não deixaria você passar.
— Você é uma mulher má. — Eu bato a porta, ouvindo
sua risada enquanto me dirijo ao redor da caminhonete.
Quando abro a porta, me espremo atrás do volante, a distância
entre ele e o assento empurrando meus joelhos no meu peito
e tornando difícil respirar. — Você também é baixa. — Eu
pressiono o botão para colocar meu assento de volta no lugar.

— Baixa parece um termo depreciativo. Gosto de pensar


que sou uma deficiente vertical.

— Desculpe, querida, não importa o quanto você tente


fantasiar, você ainda é baixa. — Eu luto contra um sorriso
quando ela bufa e coloco a chave na ignição. Enquanto o
motor ruge, eu me viro para ela. — Como você se sente sobre
panquecas?

— Panquecas são sempre uma vitória para mim.

— Panquecas, então. — eu digo, colocando minha mão


no encosto de cabeça atrás de sua cabeça e recuando para fora
do estacionamento. Assim que saio do estacionamento do
hospital, dirijo-nos a um dos poucos restaurantes 24 horas da
cidade. Quando chegamos, eu estaciono e dou a volta para
ajudá-la. Eu pego sua mão, porque é bom tocá-la, estou feliz
pra caralho que ela não tente me deter.
Entramos no restaurante lado a lado e encontramos uma
cabine silenciosa nos fundos. Eu não me sento ao lado dela,
mesmo que eu queira, mas não posso reclamar que consigo
sentar em frente a ela e olhar em seus lindos olhos castanhos
dourados.

— Suponho que você já esteve aqui antes? — Ela


pergunta enquanto tira o pequeno cardápio do suporte no
meio da mesa, examinando-o.

— Eu cresci aqui, embora a cidade tenha mudado muito


desde que eu era criança, não há muitos lugares onde eu e
minha família não tenhamos ido comer pelo menos uma ou
duas vezes. Este é um dos nossos lugares favoritos para
tomar café da manhã a qualquer hora do dia ou da noite. —
digo a ela enquanto uma mulher mais velha se aproxima de
nossa mesa com um bule de café na mão.

— Café? — Ela pergunta, olhando entre Mia e eu, eu


espero que Mia responda primeiro.

— Eu tomarei suco de laranja se você tiver.

— Nós fazemos. E você, lindo?

— Eu terei água.
— Tudo bem, você precisa de tempo para olhar o menu
ou está pronto para pedir agora?

Eu olho para Mia. — Você está pronta?

— Se você estiver. — Ela coloca o menu de volta no


suporte.

— Peça. — eu digo, ela recita algum tipo de panqueca


com pedaços de canela, eu peço uma pilha dupla de gotas de
chocolate. Enquanto a garçonete se afasta, o celular de Mia
toca e ela o tira de sua bolsa sentada ao lado dela.

— Desculpe, é minha irmã. Eu volto já.

— Tudo bem. — Eu levanto meu queixo, em seguida,


vejo ela se levantar e ir para fora.

Ela não demorou muito, apenas alguns minutos, quando


ela voltou, sentou no assento na minha frente mais uma vez.
— Me desculpe por isso.

— Está tudo bem?

Ao me estudar, ela mastiga o interior da bochecha e


posso ver as engrenagens em sua cabeça girando enquanto ela
tenta descobrir se quer responder à minha pergunta e como.
— Acho que mencionei me mudar para cá para ajudar minha
irmã.
— Você fez. — Espero que ela continue não querendo
estragar o progresso que fizemos, já que a última vez que
tentei fazê-la se abrir não foi tão bem.

— Ela tem três filhas e está separada do marido. — Ela


morde o lábio, em seguida, solta um suspiro profundo. — Ela
umm... bem, ele se mudou da casa que compartilhavam juntos,
ele estava morando com seus pais até recentemente. — Ela
brinca com o guardanapo e meus dedos se contraem,
querendo estender o braço e segurar sua mão. — Então ele
conseguiu uma casa própria, o que é bom, mas... bem, no
último fim de semana, as meninas passaram a noite com ele,
esta noite, quando minha sobrinha mais nova estava no
telefone com ele, minha irmã a ouviu perguntar se a
namorada dele vai jantar no sábado quando elas ficarem com
ele novamente.

Eu recuo, sabendo que deve ser doloroso de ouvir. —


Por que eles se separaram?

Ela desvia o olhar brevemente e então diz baixinho. —


Ele admitiu que a traiu.

— Merda.

— Sim. — Ela suspira. — Acontece que acho que ela


pensou que iriam resolver as coisas, mas as coisas estão
ficando mais claras para ela que não é algo que ele quer fazer,
ela está tendo dificuldade em lidar com isso.

— Você precisa ir para casa? — Eu pergunto, sua cabeça


joga para trás enquanto seus olhos se arregalam.

— Eu… — Ela lambe os lábios e balança a cabeça. — Não,


está tudo bem.

— Eu estou bem se você quiser ficar com ela agora. —


digo a ela em voz baixa, segurando seu olhar.

— Você... é sério? — Ela sussurra, me estudando.

Eu me inclino sobre a mesa, agarro sua mão e passo o


polegar sobre seu pulso. — Sei que não nos conhecemos, mas
entendo que a família vem em primeiro lugar, especialmente
quando os tempos são difíceis. — Eu a deixo ir e me inclino
para trás. — Podemos levar nossa comida para viagem e, se
sábado ainda funcionar para você, então jantaremos.

— Eu não quero dizer sim, mas ela está chateada e...

— Você não tem que explicar, Mia. Entendi. Sua irmã


precisa de você agora, então é onde você deveria estar.

— Obrigado.
Eu sinalizo para a nossa garçonete quando eu olho para
ela e pergunto se eles podem embalar nossa comida enquanto
eu entrego meu cartão.

— Posso te perguntar uma coisa? — Mia diz quando a


garçonete vai embora.

— Qualquer coisa.

— Você é real?

Não tenho certeza do que ela está perguntando, eu


franzo a testa. — Perdão?

— É só... eu não sei. Eu nunca conheci um cara como


você antes, estou tendo muita dificuldade em aceitar que você
é real e que isso não é algum tipo de esquema elaborado para
entrar em minhas calças.

— Sem querer soar como um idiota, Mia, mas se eu


quisesse transar, iria a qualquer bar da cidade e encontraria
uma garota disposta. — Seu nariz torce, eu alcanço o outro
lado da mesa, segurando sua mão mais uma vez. — O que eu
quero é conhecer você, se em algum momento você sentir
vontade de me deixar entrar, eu também estou disposto a isso.
— Eu sorrio, ela pressiona os lábios para não sorrir.
Claro, naquele momento, a garçonete aparece, então eu
pego a sacola que ela me entrega, em seguida, levo Mia para a
minha caminhonete e a levo de volta para a concessionária.
Quando entramos no estacionamento, ela me direciona para
onde está estacionada, eu saio com ela e me certifico de que
ela está dentro do carro antes de entregar a sacola de comida.

— Você não quer suas panquecas?

— Acho que sua irmã vai precisar de panquecas de


chocolate mais do que eu.

Sua expressão se suaviza e ela lambe os lábios antes de


perguntar. — Você está com seu telefone?

Eu o puxo do bolso e ela tira de mim, tocando na tela,


mas então ela começa a devolvê-lo quando pede minha senha.
— O código é 1-2-3-4.

— Claro que é. — Ela ri, digitando antes de clicar no


ícone de contatos. Com uma mão no batente da porta acima
de sua cabeça, a outra na parte de trás de seu assento, eu a
vejo adicionar seu nome e número aos meus contatos, em
seguida, ouço seu telefone tocar um momento depois.

— Agora você tem meu número e eu tenho o seu. — Ela


sorri, me devolvendo meu celular.
Enfio no bolso de trás, em seguida, toco o queixo dela
com os dedos, observando seus olhos brilharem. — Ligue-me
a qualquer hora. — digo a ela, ela acena com a cabeça
enquanto seus olhos caem para a minha boca. Porra, eu quero
me inclinar e beijá-la, mas me contenho. Eu sei que há química
entre nós. Eu sei que ela sente isso também, mas eu preciso
que ela entenda que há mais do que isso, especialmente
porque ela é quem tem sido tão tímida até mesmo para ir a
um encontro comigo. Por mais que isso me mate, bato no teto
do carro dela, em seguida, dou um passo para trás, segurando
sua porta com meus olhos fixos nos dela. — Chegue em casa
em segurança e me diga que você chegou bem.

— C-claro, — ela gagueja, parecendo uma mistura de


surpresa e decepção.

— Boa noite, querida. — Fecho a porta e recuo, em


seguida, espero até que ela saia do estacionamento antes de
voltar para a minha caminhonete. Assim que estou ao volante,
sorrio. Apesar da maneira como o dia começou, foi um dia
realmente bom pra caralho.
Capítulo Cinco
Mia
ACORDO COM o cheiro de bacon, com minha cabeça
latejando e meu rosto sendo lambido enquanto patas pesadas
pousam em meu peito e braço. Gemendo, agarro minhas
garotas para impedi-las de atacar meu rosto com beijos de
bom dia e abro os olhos, apenas para apertá-los um minuto
depois para bloquear a luz. Com mais força do que pareço ter,
sento-me e descanso meu rosto em minhas mãos, lamentando
minha decisão impulsiva de beber na noite passada.

Quando cheguei em casa, encontrei Cece na cozinha com


uma garrafa de vodca e decidi me juntar a ela para tomar
algumas doses, o que provavelmente foi estúpido, já que eu
raramente bebo outra coisa que não uma taça de vinho de vez
em quando. O único aspecto positivo é que Cece finalmente se
abriu comigo sobre a vodca e as panquecas de chocolate de
Talon sobre como ela se sentiu durante seu casamento, que
aparentemente estava desmoronando muito antes de Mike
decidir traí-la.

Ela explicou que eles lutaram por alguns anos, cada


discussão parecendo se concentrar em como ela não estava
fazendo o suficiente em casa ou como ela deveria estar
fazendo mais com as meninas. Então ela me disse que antes de
ele revelar seu caso, eles não eram íntimos há meses e, antes
disso, eles passavam semanas entre qualquer tipo de contato
físico. Tentei tranquilizá-la de que, com filhos e a vida, às
vezes isso é normal, mas ela me disse que, mesmo quando ele
iniciava o sexo, ela o afastava, porque simplesmente não
estava interessado.

Eu não queria dizer a ela que ela provavelmente não


queria ser íntima com ele por causa da maneira como ele
estava agindo, "como um idiota" mas, eu mantive minha boca
fechada, porque eu sabia que não ajudaria. Eu disse a ela que
mesmo que ele estivesse infeliz, ele deveria ter saído e dito a
ela que queria sair antes de dormir com outra pessoa. Odiava
ouvi-la chorar e, por mais que fosse uma pena que ela
estivesse abrindo velhas feridas, acho que a ajudou a refletir e
enfrentar a dura verdade sobre seu casamento e a perceber
que talvez as coisas não estivessem bem antes de terminar.

Descobrindo meu rosto, eu olho ao redor da sala de


estar. Lembro-me de Cece subindo as escadas ontem à noite
enquanto eu limpava a cozinha. Não me lembro de ter
escolhido dormir no sofá em vez de subir para a minha cama.
Provavelmente foi bom eu não ter tentado subir as escadas,
considerando o fato de que nem me lembro de desmaiar no
sofá. Eu lentamente me levanto e vou para a cozinha, onde o
cheiro de bacon é forte o suficiente para me dar vontade de
vomitar.

— Bom dia. — Cece sorri, meus olhos se estreitam sobre


os dela. Não sei como ela pode ser tão alegre quando sei com
certeza que ela bebeu tanto quanto eu ontem à noite.

— Bom dia. — Eu conduzo minhas garotas por ela até a


porta dos fundos e as deixo sair.

— Café? — Ela pergunta quando eu chego à ilha, eu


aceno uma vez e coloco minha bunda no banquinho, querendo
nada mais do que me enrolar em uma bola e dormir por pelo
menos vinte e quatro horas.

— Obrigado por ontem à noite. Eu precisava disso. — ela


me diz, colocando uma xícara de café bem entre minhas mãos.

Eu tomo um gole, olhando-a por cima da borda do copo e


me perguntando como é possível que ela pareça ter tido o
melhor sono de sua vida, quando eu sinto que fui atropelada
por um caminhão e depois atropelada por uma fila de carros
que o seguiam. — Estou feliz que você se sinta melhor. —
murmuro, colocando minha xícara no balcão, cansada demais
para segurá-la por mais tempo.
— Eu estou. — Ela sorri, mas então a expressão
desaparece quando ela inclina a cabeça para o lado. — Você
está se sentindo bem? Você parece um pouco verde.

Me sinto verde. O gole de café que tomei está


atualmente rodando no meu estômago e lutando para voltar à
minha garganta. Fechando os olhos, me pergunto se ainda
estou bêbada ou apenas de ressaca.

— Talvez você devesse ir se deitar. Vou levar as meninas


para a escola. Eu estava planejando fazer isso de qualquer
maneira.

— Tenho trabalho. — digo a ela, apoiando a cabeça nas


mãos e afastando o cabelo do rosto, sem admitir que tenho
quase certeza de que ainda estou bêbada e não teria levado as
meninas de qualquer maneira. A única razão pela qual o
trabalho ainda é possível é porque eu não preciso estar lá por
algumas horas.

— Acho que você deveria subir e voltar para a cama. —


diz ela com simpatia. — Também seria inteligente comer
alguma coisa e tomar um pouco de Tylenol. — À menção de
comida, minha boca se enche de saliva, não porque estou com
fome, mas porque a ideia de comer me dá vontade de vomitar.
— Ok, então sem comida. — Ela lê minha expressão. —
Ainda não, mas você precisa se hidratar e dormir. — Ela pega
uma das xícaras maiores do armário e a enche com água da
geladeira. Em seguida, ela me ajuda a subir e entrar no
chuveiro, prometendo que vai ajudar. Quando eu saio, ela se
foi, mas eu a ouço do outro lado do corredor, tentando manter
as meninas quietas antes de ouvi-la conduzi-las para baixo. Eu
não me preocupo em me vestir, visto meu robe e caio na
cama, segundos depois de minha cabeça bater no travesseiro,
desmaio.

— Mimi. — Abro um olho enquanto meu ombro está


sendo sacudido agressivamente e encontro Ruby com o rosto
a uma polegada do meu. — Mimi, acorde.

— Estou acordada. Está tudo bem? — Eu pergunto a ela,


sentando-me, aliviada pela dor na minha cabeça ter ido junto
com a constante virada no meu estômago que eu estava
sentindo antes.

Ela dá um passo para trás, olhando para mim com os


olhos arregalados e um sorriso estranho curvando sua
boquinha fofa. — Um menino está aqui para você.

— O que? — Procuro meu celular para ver as horas, mas


não está na mesinha de cabeceira onde normalmente o coloco.
— Que horas são?
— Eu não sei. — Ela encolhe os ombros. — Quase na
hora do jantar.

Meus olhos se arregalam e o pânico toma conta do meu


estômago. — Jantar? — Ela acena com a cabeça e eu gemo.
Dormi o dia todo e mais um pouco, nunca liguei para o
trabalho para avisar que não estaria. Merda, vou ser demitida.

— Vamos. — Ela puxa minha mão. — Mamãe disse para


vir buscar você.

Com um aceno de cabeça, eu a sigo para fora do quarto e


desço as escadas, me perguntando se Ken veio me verificar
quando eu não apareci para o trabalho. Chegamos ao último
andar, Mercury e Retro circulam meus pés. Normalmente, eu
pararia para dar a elas um pouco de atenção, mas o homem
sentado na ilha da cozinha em jeans e uma camiseta azul
escura de mangas compridas esticada em seu peito largo me
parou no meu caminho. Eu quero virar e correr de volta para
cima, mas ele se vira e olha para mim por cima do ombro, em
seguida, gira seu banquinho para me encarar, me prendendo
no lugar com seus lindos olhos azuis.

— Ei, querida. — Meus dedos do pé enrolam e o


estômago afunda com seu tom suave e expressão calorosa.
— Ei. — Eu lambo meus lábios e faço a pergunta na
ponta da minha língua. — O que você está fazendo aqui?

— Passei na concessionária para ver você. Disseram que


sua irmã ligou para dizer que você estava doente. Tentei ligar
algumas vezes, mas você não atendeu. Eu estava preocupado,
então vim verificar você.

— Oh. — Eu balanço minha cabeça e deixo escapar. —


Como você descobriu onde eu moro?

— Eu perguntei àquela garota na recepção. — Ele


encolhe os ombros.

— Ela simplesmente deu meu endereço quando você


pediu a ela? — Quer dizer, eu acredito nele porque Mandy não
parece ser tão brilhante, mas tenho certeza de que isso é
contra a lei e, se não for, deveria ser.

— Se isso faz você se sentir melhor, depois que ela me


deu, eu disse que ela poderia ser demitida por fornecer
informações de funcionários a clientes. — ele sorri.

Eu ouço minha irmã rir, olho por cima de seu ombro


largo, estreitando meus olhos sobre ela e observando-a
encolher os ombros. Eu rolo meus olhos para ela quando ela
aponta para ele enquanto que está de costas e abana seu rosto
em um silêncio, “ele é gostoso”. Eu sei que ele é gostoso. Toda
a população feminina do mundo e provavelmente as galáxias
ao redor da nossa sabem que ele é gostoso.

— Então, Talon, você gosta de espaguete? — Ela


pergunta a ele, meu estômago embrulha, porque eu sei o que
vem a seguir.

— Sim. — ele responde, virando-se para ela.

— Bem, eu sempre cozinho o suficiente para alimentar


um exército, então fique à vontade para jantar conosco. — ela
convida.

— Eu sinto muito. Eu não posso esta noite.

Fechando meus olhos, eu digo um silencioso


agradecimento a Deus.

— Mimi. — Ruby puxa minha mão para chamar minha


atenção. Abro meus olhos e inclino minha cabeça em direção
a ela. — Seu seio está fora. — Ela cutuca o dito seio, eu olho
para baixo, vendo um dos seios saindo pela abertura em meu
manto.

Eu suspiro, agarrando meu robe em meu peito. — Umm...


eu vou me vestir. Volto já. — gaguejo antes de girar sobre os
calcanhares e correr escada acima com minhas garotas atrás
de mim.
Quando chego ao banheiro, olho meu reflexo no espelho.
Eu pareço me sentir, exausta e ainda um pouco de ressaca.
Mesmo com a dor de cabeça e a náusea passando, eu me sinto
desmaiada, como se tivesse dormido muito, mas ainda
precisasse dormir mais. Rapidamente abro a torneira e jogo
um pouco de água fria no rosto, escovo os dentes e passo uma
escova no cabelo antes de desistir e amarrá-lo em um coque
bagunçado. Eu nem me incomodo em tentar encontrar algo
decente para vestir. Eu visto um par de shorts e uma camisa
de manga comprida tingida com o logotipo de Def Leppard6
impresso no peito, em seguida, olho para Mercury quando ela
choraminga.

— Desculpe. Eu tenho negligenciado vocês, meninas. —


Eu me abaixo e dou a ela um pouco de amor, em seguida, faço
o mesmo com Retro quando ela empurra a irmã para fora do
caminho.

Não me sentindo bem, mas sabendo que não posso


deixar minha irmã e Talon sozinhos por muito tempo, eu
sussurro. — Vamos lá.

Eu volto para baixo, quando chego ao último degrau,


encontro Ruby sentada em suas canelas ao lado de Talon,

6
Def Leppard é uma banda de rock formada na cidade de Sheffield, Inglaterra, em 1977. Fez parte da
geração chamada NWOBHM, porém tem outros estilos, como hard rock. É considerada uma das bandas
mais populares do mundo e já vendeu mais de 100 milhões de álbuns mundialmente.
mostrando a ele algo em seu iPad. — Desculpe. — eu digo a
ele quando ele se vira para mim e rapidamente diz algo para
Ruby antes de se levantar. — Você quer sair? — Eu pergunto,
brincando com a barra da minha camisa.

— Claro. — ele responde, me vira para olhar para Cece.

— Volto logo.

— Na verdade, vocês dois podem ficar aqui. Eu e Ruby


vamos correr para a escola para pegar Lola e Kate. Elas
decidiram entrar na peça da escola, então hoje é seu primeiro
ensaio. — ela responde.

— Oh... ok, você precisa que eu faça alguma coisa com o


jantar?

— Não, está praticamente pronto. Vou terminar quando


chegar em casa. — Ela coloca a tampa da panela no fogão e
desliga o queimador. Uma vez feito isso, ela olha para Ruby.
— Vamos, querida, vamos buscar suas irmãs.

— Eu vou ficar com Mimi. — ela diz a sua mãe, Cece dá a


ela um olhar que a faz suspirar enquanto pula de seu
banquinho.

— Volto em cerca de vinte minutos. — Cece me informa,


balançando as sobrancelhas para mim atrás das costas de
Talon, então ela coloca um sorriso no rosto enquanto sai da
cozinha. — Foi bom finalmente conhecê-lo, Talon. — Já que
ontem à noite foi a primeira vez que me abri para ela sobre
ele, eu rolo meus olhos com seu comentário.

— Você também. — ele diz, então seus olhos caem para


Ruby. — Obrigado por me fazer companhia, garota. — Ele
estende o punho, ela bate o dela contra ele, então ele bagunça
seu cabelo, fazendo-a rir.

— De nada. Tchau, Talon.

— Tchau. — ele diz, um minuto depois, ouço a porta da


frente abrir e fechar. Uma vibração nervosa enche meu
estômago e eu fico inquieta, sem saber o que fazer comigo
mesma.

— Você está se sentindo melhor? — Ele pergunta


baixinho, sentando-se em um dos bancos do balcão, o que é
uma coisa boa, porque seu tamanho e presença são
avassaladores.

— Sim, quero dizer, só estou cansada.

— Você provavelmente está desidratada. Sua irmã


mencionou que vocês duas beberam na noite passada e que
ela esqueceu que você não bebe de verdade. — Droga, minha
irmã tem uma boca grande. — Você já comeu alguma coisa?
— Não, dormi o dia todo. — admito, sabendo que ele
está certo, que preciso me hidratar. Pego uma xícara da
cozinha e a encho com água. Eu engulo e encho novamente,
em seguida, ando para o lado oposto do balcão dele. —
Obrigado por ter vindo me verificar. Você não precisava fazer
isso. — Eu mastigo o interior da minha bochecha.

— Eu sei que provavelmente exagerei, mas estava


honestamente preocupado. — Ele suspira, esfregando a mão
no rosto.

— Por quê?

— Por que eu estava preocupado? — Ele esclarece, eu


aceno. — Não tive notícias suas ontem à noite, vamos apenas
dizer que se você conhecesse minha família e algumas das
merdas que aconteceram, você entenderia por que eu estava
preocupado. — Ok, isso é vago, estranho, honestamente, me
faz sentir vergonha e confusa. E agora me sinto mal por não
ter mandado uma mensagem a ele ontem à noite dizendo que
cheguei bem em casa. Não sei porque eu não fiz. Eu debati
sobre isso, mas não fiz. — Um dia, vou explicar para você.

— Ok. — eu concordo.

— Sua irmã parece estar bem.


— Acho que na noite passada, com a ajuda da vodca, ela
aceitou algumas coisas que não estava disposta a admitir para
si mesma antes.

— Isso é bom.

— É. — eu concordo. — Como está seu pai?

Sua expressão se aquece. — Melhor hoje. Mamãe o está


deixando louco. Ela se recusa a deixar o hospital, ele não
gosta que ela passe o dia e a noite lá com ele. Minha mãe é
teimosa, então até ele chegar em casa, vai ser uma batalha,
mas tenho certeza que a mamãe vai ganhar.

Eu sorrio com isso, porque no pouco tempo que o


conheço, eu aprendi o quão teimoso ele é, agora eu sei que ele
herdou essa característica de sua mãe. — Estou feliz que ele
esteja melhor. Os médicos disseram quando ele seria
liberado?

— Ainda não. Eles querem esperar mais alguns dias,


apenas para ter certeza de que todas as suas taxas ainda estão
boas e que sua dor está sob controle.

Eu aceno e fico em pé. É estranho tê-lo aqui. Por muito


tempo, ele foi como uma invenção da minha imaginação,
então ele se tornou a pessoa que eu esperava ver todos os
dias, mesmo que eu nunca admitisse isso para ele. E agora...
bem, agora parece que as coisas entre nós mudaram, eu não
tenho certeza do que fazer ou como agir perto dele.

Um nariz frio cutuca minha panturrilha, eu olho para


Retro e depois para o relógio. São quase cinco horas. Droga,
eu realmente dormi o dia todo. Tenho certeza de que Cece
alimentou meus bebês, mas ela não gosta de levá-las para
passear, porque elas realmente não andam. Elas vagueiam em
seu próprio ritmo e param para cheirar tudo, então demoram
ainda mais para chegar em casa, porque a essa altura, elas já
estão exaustas.

— Você ir comigo levar minhas garotas para passear? —


Eu pergunto a Talon, com a menção de uma caminhada,
Mercury corre para mim e tenta pular em cima de mim,
apenas para cair de quatro e tentar novamente.

— Se você comer uma torrada para comer enquanto


caminhamos. — ele diz, eu encontro seu olhar. Meu primeiro
instinto é negar seu pedido, mas o olhar que vejo em seus
olhos me permite saber que ele não está me dizendo o que
fazer porque quer controlar, mas porque está preocupado. E
dado o fato de que eu não comi desde ontem à noite, eu sei
que provavelmente seria inteligente colocar algo no meu
estômago.

— Eu realmente não gosto de torradas.


— Você não gosta de torradas?

Eu sorrio e balanço minha cabeça. — Eu gosto de pão,


porque o pão é incrível, mas eu não gosto de pão torrado.
Bem, eu deveria dizer, a menos que esteja com Nutella, eu não
gosto.

— É bom saber. — ele responde, dou-lhe outro sorriso


antes de ir para o armário e pegar o pão. Tiro duas fatias junto
com a manteiga de amendoim e pego a geleia na geladeira.
Depois de fazer meu sanduíche, dou uma mordida e me viro
para ele. — Podemos dar um passeio agora?

— Sim. — Ele ri, levantando seu grande corpo do


banquinho enquanto eu pego uma toalha de papel. — Então
os cachorros são seus? — Ele pergunta, agachando-se para
dar a cada uma delas um pouco de amor quando eles vão até
ele.

— Mercury e Retro são minhas. — Eu olho para as


minhas meninas, que estão absorvendo sua atenção. — Mas
você deve estar preparado antes de sairmos. —meus olhos se
arregalam quando ele olha para mim. — Quero dizer na
caminhada. — eu limpo minha garganta. — Elas realmente
não andam. Elas caminham e normalmente têm preguiça de
voltar para casa, então... hum... se você tem um lugar para
estar, pode repensar em vir comigo.
— Estou bem onde quero estar. — Ele se levanta, então
eu tenho que inclinar minha cabeça para trás para encontrar
seu olhar. — Onde estão suas coleiras?

— Ao lado da porta da frente. — Eu engulo em seco,


tentando não dar muita atenção a sua boca quando ela se
curva em um sorriso. É mais difícil do que deveria ser, porque
seus lábios parecem macios, eu realmente quero saber como
eles ficariam contra os meus.

Sabendo que não quero fazer algo estúpido como ficar na


ponta dos pés e pressionar minha boca na dele, eu me viro e
me dirijo para a porta, ouvindo seus passos e o bater das
unhas de minhas garotas clicando contra a madeira enquanto
elas me sigam. Eu pego suas coleiras e, como elas sabem o
que isso significa, recebem uma explosão de energia e
começam a pular aos meus pés.

— Sentem-se. — Talon ordena, como minhas garotas


sempre fazem nesse comando, elas caem de bunda com suas
caudas balançando. Ele pega as correias de mim então, como
um profissional, engancha-os em suas coleiras e se posiciona.
—— Lidere o caminho. — pego as chaves de casa, abro a
porta, saio e tranco atrás de nós antes de segui-lo para a
calçada. — Coma. — Talon cutuca meu ombro com o dele,
então eu dou uma mordida no meu sanduíche. — Minha prima
Ashlyn mora a poucos quarteirões daqui. — ele me diz
enquanto eu mastigo. — Ela e o marido têm um consultório
dentário na cidade.

— Você tem muita família por aqui? — Eu pergunto


depois de engolir e ele ri, então eu olho para ele. — O que é
engraçado?

— Se você fosse daqui, você saberia quantos Maysons


vivem nesta área. Minha família está aqui há gerações, muito
antes que esta cidade fosse sequer uma cidade. Eles moravam
aqui quando este lugar era apenas um lugar para abastecer
antes de você ir para Nashville.

— Foi assim que cresci em Montana. Minha família


viveu lá desde sempre. Meus tataravós e antes deles.

— Sua irmã foi a primeira a sair? — Ele pergunta


enquanto eu termino meu sanduíche.

Limpo minha boca com a toalha de papel na mão e


aceno. — Sim. Bem, ela e Mike se conheceram quando ele
estava se formando na faculdade e ela no ensino médio. A
família dele é daqui, ela não queria ficar sem ele, então eles se
casaram no tribunal de nossa cidade. Ela recusou sua
admissão à MTSU para segui-lo para cá. — Eu aceno minha
mão para abranger a área ao nosso redor. — Nem um mês
depois de casados, eles descobriram que estavam grávidos de
gêmeos. Tenho certeza de que ainda existem rumores
circulando pela cidade em que cresci, de que foi um
casamento forçado, o que não foi, mas você sabe como as
pessoas conversam.

— Sei muito bem. — ele concorda, pegando minha mão e


entrelaçando nossos dedos.

Minha pele formiga onde nossas mãos estão conectadas,


meu estômago se torce e gira enquanto seu polegar alisa meu
pulso. Nunca senti esse tipo de atração por ninguém antes, é
enervante e revigorante, uma combinação que é confusa. —
Então o que você vai fazer esta noite? — Eu pergunto,
precisando preencher o silêncio e curiosa, já que ele disse que
não poderia ficar para o jantar. A menos que ele tenha dito
isso porque não queria me deixar desconfortável.

— Meu irmão e eu estamos construindo uma casa fora


da cidade. Tem sido difícil encontrar empreiteiros que
apareçam, então temos feito muito do trabalho sozinhos. —
Ele aperta minha mão. — Então, esta noite, ele e eu vamos
colocar o azulejo no banheiro principal.

— Isso parece divertido.


— Eu não sei sobre diversão, mas precisamos arrumar
esta casa. É a nossa primeira construção e é importante
terminarmos dentro do prazo, o que está começando a
parecer que pode não ser possível.

— Você pode atrasar o seu prazo? — Eu pergunto.

— Nossa prima, April, que é corretora de imóveis,


conseguiu para nós um anúncio em uma grande revista
imobiliária para casas de luxo, ela programou o lançamento
com decoração e fotógrafos. Tenho certeza de que poderíamos
adiar a data, mas não há garantia de que seríamos capazes de
obter esse tipo de exposição novamente. — Eu ouço o estresse
em seu tom.

— Bem, eu não sei muito sobre assentamento de


ladrilhos, mas posso empunhar um pincel ou empurrar uma
vassoura se você precisar de ajuda.

— Obrigado, posso aceitar essa oferta em algum


momento. — Ele diminui quando as meninas o fazem, dando-
lhes tempo para cheirar a grama em um dos gramados. —
Você vai trabalhar amanhã?

— Sim... bem, se eu não chegar à concessionária e for


demitida. — digo enquanto começamos a andar novamente
com as meninas liderando o caminho.
— Por que você seria demitida? — Ele franze a testa.

— Eu deveria ter ligado para o trabalho para avisá-los


que eu não estaria lá antes de voltar para a cama esta manhã.
Duvido que meu chefe fique impressionado com minha irmã
ligando por mim. — Pensando nisso agora, eu provavelmente
deveria ter ligado para ele quando me levantei, mas encontrar
Talon na cozinha da minha irmã me tirou do jogo. Vou enviar-
lhe uma mensagem quando voltarmos para casa.

Ele ri e eu franzo a testa. — Desculpe, querida, mas você


não vai ser demitida. Eu vi sua bunda pular em minha direção
e vi os homens na sala observando você, esperando que você
fosse o vendedor deles. Seu chefe não vai querer perder você.

Meu nariz torce. — Isso é muito sexista, Ken não se


importa com isso. Recebemos clientes em rodízio, então nem
importa se alguém quer trabalhar com você, a menos que você
já tenha trabalhado com eles no passado ou eles tenham tido
um problema com a pessoa com quem estão trabalhando.

— Tudo bem, então, quantos carros você vendeu desde


que abriu novamente após o tornado?

Eu penso sobre isso por um minuto, então dou de


ombros. — Acho que doze.

— Novamente, você não será demitida.


— Tanto faz. — eu murmuro. Ele provavelmente está
certo, mas não porque eu tenho uma tonelada de vendas ou
algo assim, mas porque Ken gosta de mim. — Acho que
provavelmente deveríamos voltar para a casa. — eu digo
quando Retro cai de nádegas na calçada e Mercury se
esparrama no gramado de alguém. — A menos que você possa
arrastar dois cães de dezoito quilos por alguns quarteirões.

— Elas são sempre assim?

— Você está perguntando se elas são sempre tão


preguiçosas?

— Eu ia dizer ‘relaxada’, mas sim. — Ele sorri enquanto


voltamos para a casa.

— Quando eram cachorrinhas, preferiam dormir a fazer


qualquer outra coisa. Tive sorte com elas. Eles eram fáceis de
treinar e sempre aceitavam apenas abraços e passatempos,
em vez de estarem em qualquer coisa e em qualquer lugar.

— Você teve sorte. Meus pais têm dois cães que estão
constantemente correndo latindo e são difíceis de controlar
quando estranhos chegam.

— Que tipo de cachorro eles têm?

— Um Yorkie e um Chihuahua.
Eu rio, sabendo que ele não está exagerando. — Minha
mãe tem um Yorkie também, ele age da mesma maneira. Sua
personalidade é enorme e ele se acha maior do que é. A única
coisa boa sobre ele é que quando ele está saindo do controle,
ele é pequeno o suficiente para você simplesmente pegá-lo e
segurá-lo.

— Você tem razão. — Seu polegar alisa meu pulso e eu


estremeço. Quando voltamos para casa, a minivan de Cece
está na garagem, então eu paro perto da caminhonete de
Talon. — Então, ainda estamos saindo no sábado?

— Sim, estou trabalhando até as duas da tarde cuidando


das meninas, já que Cece está trabalhando naquela noite. Mas
o pai delas deve pegá-las por volta das quatro.

— Tudo bem, estarei aqui às cinco, se ainda funcionar


para você?

— Isso funciona. Posso perguntar para onde vamos,


para saber o que vestir?

— Minha casa. — Eu levanto uma sobrancelha e ele


sorri. — Vou me comportar da melhor maneira, prometo. Só
sei que quero passar um tempo com você sem interrupção e
pensei em um churrasco. E como o tempo está bom, podemos
ficar no convés e dar um passeio pela água atrás da minha
casa. Você pode trazer Retro e Mercury se quiser.

— Isso realmente parece muito bom. — eu admito. Quer


dizer, eu gosto de ir a um bom restaurante tanto quanto
qualquer outra garota, mas eu prefiro jeans e tênis a vestidos
e saltos, eu duvido que depois de trabalhar o dia todo
cuidando das garotas que eu vou conseguir colocar no esforço
de sair para algum lugar legal.

— Bom. — Ele se inclina e eu me preparo quando seu


rosto se aproxima do meu. — Vejo você no sábado, Mia. —
Meus olhos se fecham e agarro seu braço quando seu perfume
amadeirado envolve em torno de mim, em seguida, ele escova
seus lábios quentes contra minha bochecha.

Quando ele se afasta, eu abro meus olhos, encontrando-o


olhando para mim com uma expressão que não consigo
decifrar. Tudo que sei é que me faz sentir confortável, segura
e importante. — Vejo você no sábado. — repito.

Ele dá um passo para trás e libera o aperto que tem na


minha mão apenas para preenchê-la com as duas correias que
ele estava segurando. — Além disso, me ligue. Eu gostaria de
ouvir sua voz, se você não puder fazer isso, me envie uma
mensagem. — Ele abre a porta de sua caminhonete e desliza
para trás do volante.
— Você é muito exigente.

Seu olhar se torna perverso enquanto seus olhos


vagueiam sobre mim, fazendo minha espinha formigar. — Oh,
você não tem ideia, querida. — Ele bate a porta, liga o motor e
abaixa a janela. — Me liga.

— Eu vou pensar sobre isso. — eu insisto.

— Ate mais querida.

— Ate. —Eu levanto minha mão para acenar, ele pisca


antes de colocar o motor em movimento. Eu observo sua
caminhonete até que esteja fora de vista, em seguida, bato
minha mão na minha coxa. — Vamos, garotas. — eu chamo,
elas lentamente se levantam de onde estão esparramadas na
grama, em seguida, as solto das coleiras quando chegamos à
varanda da frente. Quando entramos, elas vão para suas
camas, obviamente muito cansadas para sequer verificar por
que há música tocando junto com risos e cantos vindo do
corredor.

Quando chego à cozinha, encontro uma festa de dança


acontecendo com a música "Me" de Taylor Swift. Eu vejo
minha irmã girando em círculos com suas meninas, um
sorriso no rosto e as meninas parecendo que não se importam
com o mundo.
— Dance com a gente, Mimi. — Kate agarra minha mão e
eu rio enquanto a giro. Dançamos e cantamos a plenos
pulmões por mais quatro canções, depois comemos espaguete
e sorvete de sobremesa, sentados no sofá assistindo a reprises
de The Goldbergs7.

Quando terminamos o último episódio, levamos as


meninas para cima e as conduzimos através dos chuveiros e
de sua ligação noturna para o pai. Depois de colocá-las na
cama, não quero nada mais do que voltar para a cama, mas
Cece sinaliza para que eu a siga escada abaixo, então eu faço.
Chegamos à cozinha e eu me sento na ilha enquanto ela vai até
o armário, pegando duas xícaras e enchendo ambas com água
da geladeira.

— Então... Talon. — Ela sorri, encostando-se no balcão à


minha frente e colocando as xícaras entre nós. Eu enterro
meu rosto em minhas mãos. Eu deveria saber que essa
conversa iria acontecer, mas não me preparei mentalmente
para isso. Honestamente, não tive a chance de me preparar
mentalmente para nada hoje. — Eu sei que você me disse o
quão quente ele era, mas eu não acreditei em você. — eu
levanto minha cabeça e encontro seu olhar. — Quero dizer,

7
The Goldbergs é uma série de TV americana transmitida originalmente pelo canal American
Broadcasting Company (ABC). A história segue os Goldbergs, uma família dos anos 80 amorosa como
qualquer outra— apenas gritam um pouco mais.
ele até mesmo dá ao meu chefe Winston uma igualada em
questão de dinheiro, isso só porque seu nome é Winston,
nenhum homem que se pareça com ele deve se chamar
Winston.

— Você acha que o Winston é gostoso? — Minhas


sobrancelhas se juntam. Quer dizer, eu sei que ele é gostoso.
Estive em sua presença mais de uma vez, mas não acho que
ela percebeu.

— Todo mundo acha que Winston é gostoso. Não


importa se você tem vagina ou pênis.

— Isso é verdade. — eu concordo. — Mas não achei que


você notaria.

— Umm, como eu poderia não perceber? Ele é Winston.


Ele meio que rouba os

Holofotes mesmo que ele não esteja tentando. Mas ele


também é casado.

— Ele é casado? — Eu suspiro. Isso é novidade para


mim. Eu nunca vi um anel em seu dedo ou o ouvi mencionar
sua esposa.

Sua expressão fica cautelosa. — Ele é. A esposa dele


entrou no restaurante outro dia fazendo uma cena e vamos
apenas dizer que ela não é muito legal. — Ela acena com a
mão como se estivesse tentando apagar a memória. — Mas
não estamos falando sobre Winston. Estamos falando sobre
Talon, que é tão quente quanto seu nome e totalmente a fim
de você.

— Você acha? — Ele deixou claro que ele é, mas ao


mesmo tempo, não tenho certeza se realmente acredito nele.
É difícil confiar que ele é real. Eu sei como a maioria dos
homens opera. Eles tendem a fazer, dizer e prometer o
mundo, mas é raro isso durar muito tempo. E dada a minha
experiência, acho difícil acreditar que sua atração por mim vai
durar mais do que a primeira vez que o permiti em minhas
calças.

— Quantos homens você conhece apareceriam na casa


de uma mulher, “especialmente” quando descobrem que estão
doentes? — Ela enfatiza a palavra. — Quando eles não estão
namorando. Eles nem mesmo estão realmente se vendo. Sem
mencionar o fato de que ele olha para você como ... — ela
fecha os olhos por um momento e depois suspira. — Deus, eu
nem sei, porque eu nunca vi um homem olhar para mim desse
jeito. Tudo que sei é que ele está totalmente a fim de você, e se
você não fosse minha irmã, eu ficaria com tanto ciúme agora.

— Ele me chamou para um encontro no sábado.


— Então você vai? — ela pergunta. Eu franzo a testa e ela
revira os olhos. — Ontem à noite, você continuou falando
sobre como não sabia se deveria ir. Aconteceu toda vez que
você pegava o telefone, se perguntando se deveria mandar
uma mensagem para ele. Nós realmente precisamos trabalhar
em sua tolerância ao álcool.

— Acho que ficarei feliz em nunca mais beber. E eu não


sabia se deveria mensagem ou ir, porque não sei se confio que
ele é real. Mas, como você disse, quantos caras provavelmente
obteriam ilegalmente seu endereço e apareceriam em sua
casa para ver como você estava quando você não ligou para
avisar que você está bem?

— Tenho certeza de que um perseguidor faria isso. —


ela brinca, e eu suspiro. — Mas, sério, Mia, como eu disse
ontem à noite, o que você tem a perder se passar um tempo
com ele? Além disso, se você tiver sorte, terá a memória de
seu pênis. Eu só espero que não seja pequeno, porque isso
seria realmente uma merda, não só para você, mas para a
população de mulheres no mundo que está babando por ele.

Eu não deveria rir, mas eu faço, quando estou sóbrio,


solto um suspiro profundo. — Eu vou sair com ele. Bem, não
como um passeio. Ele está me levando para sua casa e...

— Estourar seus miolos? — ela me corta.


— Oh meu Deus, o que há de errado com você? Ele está
apenas fazendo o jantar.

— Bem, eu ainda espero que ele arranque seus miolos.

— Você pode parar? — Eu gemo.

— Desculpa. Você está certo. Eu irei parar. — Ela finge


fechar os lábios.

— Obrigado. Senhor… acho que você precisa transar.


Talvez seja a hora de você começar a se inscrever em um
aplicativo de namoro ou pedir um novo vibrador.

— Já feito. Não a primeira opção, mas a segunda. Eu não


preciso de outro homem.

— Por Agora.

— O que? — ela pergunta.

— Você não precisa de um homem agora.

— Sempre. — Ela toma um gole d'água. — Eu... eu só


quero que minhas meninas sejam felizes e para mim
estabelecer. Eu não quero outro homem.

Eu a estudo por um momento, querendo muito dizer a


ela que nem todos os homens são iguais, mas sei que soaria
como uma hipócrita. Ela e eu temos os mesmos problemas
quando se trata de confiar no sexo oposto, e eu sei que os dela
são mais profundos do que os meus, dado o que ela acabou de
passar. — Eu te amo. — digo a ela em vez disso e vejo seus
olhos lacrimejarem.

— Eu também te amo. — Sua expressão se suaviza para


um olhar que eu a vi dar às meninas. — Eu vejo coisas boas
com você e Talon, então espero que você o deixe entrar e
realmente lhe dê uma chance. — ela sussurra então ela limpa
a garganta antes de levar seu copo até a pia. Ela se vira para
mim. — Vou para a cama e não se preocupe em levantar de
manhã. Estou levando as meninas para a escola, já que não
tenho aula antes do meio-dia e não trabalhei esta noite.

Ela contorna o balcão e eu viro meu banquinho em sua


direção enquanto ela envolve seus braços em volta de mim. —
Amo você.

— Sempre. — Eu a abraço de volta e assim que me solta,


vai em direção das escadas. Eu a vejo ir embora, me
perguntando se eu deveria ter dito algo diferente, me
perguntando se eu deveria ter tentado convencê-la de que um
dia ela encontrará o amor. Mas, novamente, é difícil tentar
convencer outra pessoa que o amor existe, quando você
realmente não acredita nele.
Capítulo Seis
Talon
— NÃO QUERO ouvir mais desculpas. Eu quero saber
quando diabos meu pedido estará aqui. — eu rosno no meu
telefone enquanto olho para a casa de dois milhões de dólares
em que meu irmão e eu temos trabalhado por meses. A casa
que supostamente fará o nosso negócio decolar, uma
construção que esperamos que nos diferencie de outros
construtores da região. Algo que seria muito mais fácil de
fazer se não continuássemos sendo atingidos por atrasos,
contratempos e fornecedores constantemente nos fodendo.
Não estamos no negócio há muito tempo e não temos a
influência que alguns desses grandes construtores têm, o que
nunca consideramos que seria um problema até o início da
construção.

— Sinto muito, Sr. Mayson. Vou marcar a data de


entrega do seu piso assim que eu tiver um. — diz o homem do
outro lado da linha, eu passo a mão no cabelo. Com apenas
mais alguns meses antes de nosso prazo acabar, outro atraso
de merda, estou perdendo a fé em terminar a tempo para a
visitação pública que planejamos há meses.
— Eu quero isto aqui amanhã. Eu sei que foi entregue no
seu armazém. Encontre e entregue para mim, ou eu vou
encontrar outra empresa para comprar. — Eu termino a
ligação e coloco meu celular no bolso de trás.

— Você tem outro fornecedor que eu não conheço? —


Meu irmão Bax pergunta do meu lado enquanto eu ando em
direção à casa.

— Não. — eu mordo.

— Só perguntando. — Ele suspira enquanto subimos as


escadas para a varanda.

Eu entro pela porta da frente com ele seguindo, nossos


passos ecoam no espaço quase vazio. — Você não está
cansado de eles foderem com a gente? Eu olho para ele por
cima do ombro.

— Você sabe que eu estou.

— Talvez se eles acharem que vamos encontrar outra


pessoa, eles vão entregar a merda que pedimos no prazo. —
Eu paro na grande ilha no meio da cozinha aberta e aliso
minha mão sobre o topo da bancada de granito recém-
colocada, com ricos veios de ouro e cobre correndo pelo
creme da pedra.
— Você pode estar certo, mas estamos lidando com esse
tipo de coisa há meses e nunca vi você reagir assim.

— Você já olhou em volta? — Eu aceno com a mão para


abranger a cozinha e a sala de estar, as janelas do chão ao teto
que dão para uma área florestal de quinze acres onde a casa
está, a lareira de vidro no centro da sala, que será um ponto
focal quando acabado, as paredes de madeira recortadas. —
Mesmo com toda a beleza ao nosso redor, há muita merda
inacabada, a maior parte é porque continuamos a ter
problemas com entregas e funcionários.

— Tivemos que implorar e implorar para que cada item


fosse entregue. — Eu balancei minha cabeça. — Merda,
acabamos de ter uma equipe com a qual podemos contar, não
sei se você se lembra, mas temos uma casa aberta em menos
de dois meses. Se as coisas continuarem como estão agora,
não vamos conseguir terminar a tempo, o que significa que
podemos muito bem começar a jogar dinheiro pela porra da
janela. — eu encontro seus olhos e balanço minha cabeça
novamente. — Estou cansado dessa merda.

Ele olha ao redor, seus olhos se concentrando em todo o


trabalho inacabado enquanto eles se movem pela sala. Eu sei
que ele vê o que eu vejo, faltando pedra no chão ao redor da
lareira porque nosso pedido não foi entregue por completo,
madeira inacabada acima da lareira e portas, muitas pequenas
coisas que somam grandes problemas. Quando seus olhos
encontram os meus mais uma vez, ele parece tão frustrado
quanto eu.

Estou determinado a ver essa merda passar. Quero


provar a todos que temos o que é preciso para construir uma
casa que se destaque da concorrência. Uma casa inteligente
com eficiência energética e ecologicamente correta, diferente
de qualquer outra pessoa que esteja construindo na área.
Uma casa que existirá por centenas de anos e uma casa que
uma família terá orgulho de possuir. Mas para fazer isso, algo
precisa mudar.

— Eu estive pensando. — diz ele, eu mantenho seu olhar,


esperando que ele não me diga que está jogando a toalha,
desistindo como nós dois fizemos tantas vezes no passado.

— Sobre o que? — Eu me inclino no balcão enquanto


espero que ele continue.

— O nome Mayson tem muito peso por aqui. Talvez


possamos perguntar ao tio Asher sobre a fusão da T&B com a
Mayson Construction. Se tivermos a Mayson Construction
Company nos apoiando, as pessoas podem começar a nos
levar um pouco mais a sério.
Ele tem razão. A construtora Mayson existe há anos.
Todos na área sabem sobre eles, não apenas por meio de sua
propaganda atraente com slogans como "Bato o Martelo", 8

mas por causa do boca a boca. Meus tios e meu pai, quando
estavam no negócio, construíram uma empresa baseada na
honestidade e no trabalho árduo. Eles sempre fizeram o que
disseram que fariam, no prazo ou antes, o trabalho foi e é o
melhor que existe.

— Tudo bem, liga para o tio Asher e diz que queremos


falar com ele e com todos esta noite. — eu digo, ele levanta o
queixo. — Enquanto você faz isso, vou buscar o Bobcat9 na
cidade para que possa nivelar o quintal. Quero que possamos
começar no convés amanhã.

— Avisarei quando vamos nos encontrar com todos. —


ele responde, erguendo o queixo, saio de casa e atravesso o
quintal em direção à minha caminhonete.

Quando estou na metade do caminho para a cidade, meu


celular vibra e a tela no painel pisca quando uma voz
automática me diz que é uma mensagem de Mia. Pela primeira
vez hoje, eu sorrio. Eu pressiono o botão para retransmitir e
sorrio ainda mais. — Sou eu. Estou apenas enviando uma

8
Expressão voltada para dar segurança e garantia do produto ou serviço fornecido
9
As escavadeiras Bobcat podem ser sobre rodas (ideais para serviços de terraplanagem) ou esteiras
(nivelamento de terrenos). São utilizadas para transporte, descarregamento e remoção de materiais no
canteiro de obras.
mensagem de texto, porque... bem, só porque. Espero que
você tenha um ótimo dia.

Quando chego ao local alugado, respondo por mensagem


de texto, informando que não irei assediá-la no trabalho hoje,
mas ligarei quando tiver uma chance. Uma hora depois,
quando volto para casa, não me preocupo em entrar para
verificar o andamento do interior. Em vez disso, eu
descarrego o Bobcat e começo a trabalhar. Eu passo o dia
nivelando a terra, grato pela distração dos textos da Mia
quando eles chegam.

Quando estou terminando, tudo que quero fazer é ir para


casa, tomar um banho, beber uma cerveja e falar com Mia
antes de ir para a cama. Mas meus planos são frustrados
quando Bax me diz que jantaremos esta noite com nossos tios,
cada um deles igualmente investido na construção Mayson.

Duas horas depois, com uma cerveja gelada na mão, eu


olho para os homens reunidos ao redor da mesa no Winston’s,
restaurante de um amigo próximo da família
apropriadamente nomeado em sua homenagem. Eu observo
as expressões dos meus tios enquanto Bax coloca todas as
nossas cartas na mesa, contando a eles sobre a casa, os
contratempos que tivemos e quanto devemos ganhar se
vendermos a casa pelo preço que estabelecemos com nossos
credores. Mesmo com esses homens sendo família, isso ainda
é um negócio, então prendo minha respiração enquanto
espero sua reação quando Bax para de falar.

— Acho que seríamos estúpidos se não nos fundíssemos


com vocês, meninos. — diz tio Asher, eu respiro fundo.

— Estou pensando a mesma coisa. — concorda Tio Cash,


sentando-se ao meu lado e dando um tapinha em meu ombro.
— Porra, gostaria que tivéssemos pensado em usar produtos
sofisticados há alguns anos.

— Eu tenho que concordar. — tio Trevor acrescenta,


levantando sua cerveja em nossa direção.

— Tudo bem, vamos fazer isso. Vamos apoiá-los e


garantir que você tenha tudo o que precisa e, amanhã,
passaremos na casa para sabermos para quem precisamos
ligar. — disse o tio Asher, olhando entre Bax e eu.

Um peso que eu nem sabia que estava carregando nos


ombros sai, olho para meu irmão, sabendo de todas as merdas
que fizemos, todos os trabalhos que tivemos, nos trouxeram
até aqui. — Vamos deixar vocês orgulhosos. Eu olho ao redor
da mesa.
— Você já fez. — afirma o tio Asher com firmeza. — Diz
muito sobre um homem que está disposto a pedir ajuda
quando ele precisa. Estou orgulhoso de vocês, meninos.

Eu engulo em seco e viro minha cerveja para ele antes de


tomar um gole. Saber que temos os homens ao nosso redor
nas nossas costas me traz alívio, mas ainda temos mais alguns
obstáculos a superar antes que eu consiga respirar melhor.

— Não é a garota do hospital? — Bax cutuca meu ombro


e eu sigo seu olhar através da sala até uma mesa onde Mia
está sentada com três garotas ao seu redor. Ela me disse antes
que estava levando as sobrinhas para comer fora. Eu nem
pensei em perguntar a ela onde.

— É. — Como se ela sentisse meu olhar sobre ela, ela


levanta a cabeça e seus olhos brilham em reconhecimento,
então ela inclina a cabeça para o lado, sorri e levanta a mão,
balançando os dedos. Porra, toda vez que eu olho para ela,
parece que levei um soco. E quando ela é fofa e um pouco
idiota, isso só me faz desejá-la ainda mais. Eu não aceno de
volta, em vez disso, empurro minha cadeira para longe da
mesa e fico de pé. — Já volto.

— Quem é aquela? — Pergunta o tio Trevor. Eu me viro


para ele, antes que eu possa responder, seus lábios se erguem
em um sorriso. — Bem, merda.
— Bem, merda o quê? — Bax pergunta, confusão
aparente em seu tom.

— Vou explicar para você. — diz o tio Cash.

— Tudo o que vou dizer é... Boom. — Tio Asher ri.

Eu balanço minha cabeça para eles e saio da mesa,


carregando minha cerveja comigo pelo restaurante. Quando
chego à mesa em que Mia está sentada, ela sorri para mim
enquanto Ruby se levanta na almofada e grita: Talon!

— Ei, garota. Estendo meu punho, ela bate o dela contra


o meu, então eu olho para sua tia. Ei.

— Ei. — Ela olha para as meninas sentadas à sua


esquerda. — Kate. — ela aperta a garota mais próxima a ela.
— Lola, este é meu amigo Talon.

— Oi. — elas dizem em uníssono e, embora as duas


garotas sejam muito parecidas, você ainda pode distingui-las
pela marca de beleza na bochecha de Kate e a covinha na de
Lola.

— Prazer em conhecê-las. — Puxo uma cadeira e sento.

— Engraçado ver você aqui. — diz Mia baixinho


enquanto as meninas voltam a brincar nos iPads na frente
delas, Ruby pula de cadeira em cadeira ao redor da grande
mesa até que ela está em pé ao lado da minha.

— Eu tenho um novo jogo. — ela me diz, colocando seu


dispositivo na mesa ao meu lado e colocando os joelhos na
almofada. — Você quer me assistir jogar?

— Claro — eu respondo, ela sorri, em seguida, abaixa a


cabeça e volta a jogar.

Uma vez que ela esquece que eu deveria estar assistindo,


eu olho para sua tia. Jesus, quanto tempo vai demorar até que
eu me acostume a olhar para ela? — Eu não sabia que você
estaria aqui.

— Cece trabalha aqui. — Ela levanta o queixo, apontando


na direção do bar, eu me viro para olhar por cima do ombro e
vejo Cece conversando com um cliente. — As meninas e eu
estávamos com vontade de hambúrgueres, então decidimos
vir aqui.

— Os melhores hambúrgueres da cidade. — Eu sorrio e


ela acena com a cabeça. — Winston é próximo da minha
família. Quando ele se mudou para a cidade, meus tios
construíram sua casa, eles têm sido próximos desde então.
— Trabalhei aqui durante o fechamento da
concessionária e passei a conhecê-lo um pouco. Ele parece ser
um cara legal.

— Ele é. — Porra, eu odeio não poder tocá-la agora.

— Então, quem é a mesa dos homens nos olhando do


outro lado da sala? — Ela pergunta, um rubor subindo por
suas bochechas, provavelmente porque eles estão assistindo
nossa interação.

— Meus tios e meu irmão. Você provavelmente se


lembra de ter visto Bax comigo na noite em que estava no
hospital.

— Eu lembro. — Ela morde a parte interna da bochecha,


algo que parece fazer quando está nervosa. — Sua comida
acabou de chegar à sua mesa.

Eu olho naquela direção e vejo nossa garçonete lá com


nossas refeições, não que qualquer um dos homens à mesa
pareça notar, já que todos os olhos estão em nós. Porra.

— Vocês se importam se eu me juntar a vocês para


jantar? — Eu me viro para ela, ela olha para suas sobrinhas,
que estão todas ocupadas.
— Eu gostaria disso, mas... — ela olha por cima do meu
ombro. — Você acha que sua família se importará?

Pessoalmente, não dou a mínima se eles fizerem, mas sei


que não vão. Todos eles vão entender. Bax talvez não, mas ele
sentirá quando sentir o que estou fazendo agora. — Eles não
vão.

Eu começo a me levantar, mas paro quando uma mão


pousa no meu ombro. — Talon. — Eu inclino minha cabeça
para trás e vejo o rosto sorridente de Cece. — Mia não me
disse que você viria com ela e as meninas esta noite.

— Isso é porque ele não veio aqui conosco. Ele veio aqui
com seus tios e irmão. — afirma Mia, sua irmã a olha por um
momento antes de olhar ao redor do restaurante.

Sei no instante em que ela avista a mesa onde está minha


família, sua boca forma um O suave e seus olhos se arregalam.
— Umm... uau, ok. Então você é dali que você herdou sua
gostosura. — Suas bochechas adquirem um tom cativante de
rosa. — Quero dizer... quero dizer... Deixa pra lá. Eu já volto.
Eu preciso verificar o jantar das meninas.

Eu rio, ouvindo Mia rir enquanto a observamos sair


correndo. Mas então eu franzo a testa. Winston dá um passo
na frente de Cece, segurando seus ombros e abaixando o rosto
perto do dela. Minha carranca fica mais profunda quando a
vejo balançar a cabeça e sua expressão se suaviza. Eu conheço
Winston e sei que ele é casado, não porque ele fala sobre sua
esposa como meu pai, tios e primos falam sobre suas esposas,
mas porque ela faz questão de aparecer sempre que minha
família o convida para um evento. Ela também sempre causou
uma impressão, não uma boa impressão.

— Oh meu Deus. — Mia sussurra, eu me viro para ela,


observando-a balançar a cabeça. — Ele está totalmente
interessado nela, ela está nele.

— Eu realmente espero que não. — eu afirmo, seus olhos


se arregalam quando ela encontra o meu olhar.

— Umm — ela murmura, eu estreito meus olhos para


ela, apenas para ter seu olhar rapidamente por cima do meu
ombro. Acho que sua família está tentando chamar sua
atenção para que saiba que o jantar está na mesa.

Quero dizer a ela que não dou a mínima para isso, mas
sei com suas sobrinhas na mesa que preciso pelo menos
tentar observar o que digo. Eu me afasto da mesa e os olhos
de Ruby voam para mim. — Já volto garota.

— OK. — Ela sorri e eu me levanto.


Deixo minha cerveja pela metade e atravesso o
restaurante para onde meu tio e meu irmão estão sentados.
Quando chego à mesa deles, olho através deles. —Espero que
não se importem que eu vá jantar com Mia.

— Não nos importamos. — todos meus tios dizem, mas


sem ouvir o mesmo de meu irmão, eu olho para ele.

— Vá jantar com sua garota. — Ele sorri. — Que bom que


é você e não eu.

— Ah, cara, quando acontecer com você, você vai cantar


outra música. — Tio Cash ri.

— Porra, não, eu não vou. Eu sei exatamente o que


acontece quando um Mayson morde a poeira e não quero
participar desse tipo de drama.

Meu estômago dá um nó, porque meu irmão não está


errado. Cada vez que um dos membros da minha família
encontra o amor, a merda não é toda merda de corações e
rosas. É mais como sequestros, perseguidores, merda de
família fodida ou um monte de outro drama. Não querendo
pensar no que pode estar vindo em minha direção, pego meu
prato da mesa. Se estiver bem, vejo vocês amanhã de manhã
em casa.
— Vejo você amanha. — ouço ecoar atrás de mim
enquanto atravesso o restaurante com Mia assistindo.

Quando chego à mesa, os olhos de Ruby se iluminam


quando me sento, então ela pega uma batata frita do meu
prato. — Obrigada.

— De nada. Eu sorrio para ela, ela sorri de volta.

— O jantar está servido. — Cece anuncia atrás de mim,


Ruby rapidamente empurra seu tablet sobre a mesa para que
sua mãe possa colocar seu prato diante dela. Eu ajudo Cece
com os outros pratos, uma vez que todas estão servidas, ela
enfia a bandeja debaixo do braço. — Vocês estão bem?

— Acho que estamos bem por agora. — responde Mia


enquanto pego o ketchup do meio da mesa, esguichando um
pouco no prato de Ruby.

— Voltarei para verificar vocês depois de verificar


minhas mesas. — Cece dá um tapinha no meu ombro antes de
ir embora.

— Você é o namorado da tia Mia? — Lola pergunta,


olhando para mim enquanto Mia pega o ketchup que eu
entrego.
Eu começo a abrir minha boca para responder, mas Mia
chega antes de mim. — Ele é um amigo, querida.

— Eu sei. — Lola revira os olhos. — Mas ele também é


seu namorado?

— Não. — Mia ri.

Eu rio com o olhar desapontado em seu rosto, em


seguida, me preparo quando seus olhos se estreitam nos
meus. — Você não gosta dela?

— É claro que ele gosta dela, — Ruby interrompe. —


Todo mundo gosta da Mimi.

— Você? — Kate pergunta.

— Sim. — digo, Kate parece acreditar em mim na hora,


mas Lola me estuda por um momento antes de parecer
satisfeita com o que quer que veja.

— Tudo bem, garotas, comam. — Mia ordena, as três


começam a comer.

Pego meu hambúrguer para fazer o mesmo, mas noto a


atenção de Mia se voltar para algo por cima do meu ombro e
sua expressão fica preocupada. Eu me viro e examino a sala.
É quando vejo um homem indo em direção a Cece com raiva
clara em suas feições. Sem saber, eu entendo que o homem é
o ex de Cece, Mike.

— Não, de jeito nenhum, — Mia sussurra enquanto ele


se aproxima de sua irmã, colocando o dedo em seu rosto, que
empalidece enquanto ele fala.

Começo a me levantar para intervir, quando Kate grita.


— Papai! — Ela salta da cadeira e corre pela sala.

— Merda. — Os olhos de Mia voam para mim enquanto


ela se levanta. — Você pode ficar aqui com as meninas por um
minuto enquanto eu vou buscá-la? — Ela sussurra.

— Estou aqui.

Ela balança a cabeça e olha para Lola, que ainda está


sentada, parecendo dividida entre seguir a irmã e ficar à mesa.
— Fique aqui, por favor, querida, — Mia implora.

— Eu não vou me mover, — ela responde baixinho,


olhando para sua tia, que então se inclina, beijando sua
bochecha antes de mover seu olhar para Ruby. — Fica com
Talon, baguncinha.

Eu posso dizer que ela não quer, mas ela concorda.

Minhas mãos se fecham em punhos enquanto Mia


caminha rapidamente pela sala, leva tudo de mim para ficar
parada enquanto o ex-babaca de sua irmã balança a cabeça
para Mia. Ela balança a cabeça para trás, em seguida, estende
a mão para Kate, que relutantemente a pega. Enquanto ela e
Kate caminham de volta em nossa direção, Winston se
aproxima de Cece e cruza os braços sobre o peito enquanto
encara o homem que tenta entrar em seu espaço pessoal.

— Por que o papai está aqui? — Lola pergunta baixinho,


eu olho para ela, vendo sua expressão preocupada enquanto
observa seus pais.

— Ele e sua mãe estão apenas conversando. — Mia diz,


conduzindo Kate de volta para seu assento. Eu movo minha
cadeira para bloquear a visão das meninas, em seguida, pego
o iPad de Ruby e o ligo, encontrando rapidamente algo para
ela assistir que a distrairá.

— Vocês se importam se nos juntarmos a vocês? — Tio


Trevor pergunta, largando o prato e se sentando, então Tio
Cash segue o exemplo. Espero que meu irmão e tio Asher se
juntem a nós, mas me viro e os vejo saindo do restaurante,
com Cece, Mike e Winston andando na frente deles.

Volto para a mesa e faço as apresentações, em seguida,


me concentro em Mia, que está vigiando a porta enquanto
meus tios, que tiveram filhos e agora têm netos, distraem as
meninas como profissionais. Quando o olhar de Mia vem para
mim, eu alcanço minha mão sobre a mesa e, sem demora, ela
engancha seu dedo indicador no meu. Quero perguntar se ela
está bem, se ela sabe o que está acontecendo, mas com as
meninas tão próximas, eu não sei. Em vez disso, tento agir
como se tudo estivesse bem e, depois de alguns minutos, ela
faz o mesmo.

Nenhum de nós toca na comida e, como estou sentado


em ângulo, não consigo ver a porta, mas sei no minuto em que
sua irmã e todos voltam, porque os músculos de Mia ficam
tensos e seus olhos se enchem de ansiedade. Eu olho por cima
do ombro e vejo Tio Asher e Bax com Mike liderando o
caminho, vindo em nossa direção. Cece e Winston não estão à
vista. Quando os três homens chegam à mesa, Ruby e Kate se
levantam para cumprimentar o pai, mas Lola não se move até
que Mia sussurra algo em seu ouvido que a faz concordar.

— Eu não sabia que vocês estariam aqui esta noite. —


diz Mike, olhando para Mia com pesar em seus olhos, então
beija o topo da cabeça de Kate. Vocês, meninas, terminem o
jantar com a tia Mia e seus amigos. Eu te amo e te vejo
amanhã. Sem protestar, as meninas encontram seus lugares à
mesa e, em seguida, sem outra palavra, Mike se vira e
desaparece.
— Comam, minhas queridas. — Mia diz as sobrinhas
suavemente, Kate abaixa a cabeça enquanto Lola esfrega os
lábios. As duas podem não saber o que aconteceu, mas
obviamente têm idade suficiente para ter suas próprias ideias.

— Que tal? — Eu começo, as duas mudam suas atenções


para mim. Ate Ruby, que estava distraída com seu iPad, faça o
mesmo. — Se vocês garotas comerem seus hambúrgueres,
vou convencer sua tia a levá-las para comprar sorvete.

— Yay! Sorvete! — Ruby grita, suas irmãs sorriem para


ela antes de começarem a comer.

— Realmente? — Mia pergunta, levantando uma


sobrancelha. — Espero que você não tenha planos depois do
jantar, porque vou precisar da sua ajuda. Três crianças e o
sorvete é um problema.

— Estarei lá para ajudar. — garanto a ela.

— Parece que você tem tudo sobre controle. — afirma


Tio Cash, chamando minha atenção. Eu encontro seu olhar
enquanto ele se levanta, sem realmente entender o olhar em
seus olhos. Tudo que sei é que faz meu peito esquentar. —
Vejo você na casa amanhã.

— Vejo você amanha. — Eu toco meu punho no dele, em


seguida, sinto uma mão no meu ombro e inclino minha cabeça
para trás para olhar para o tio Asher. Ele não diz uma palavra,
mas o olhar que ele me dá só faz aquela sensação de calor no
meu peito expandir. Então fica mais quente ainda quando eu
levanto meu queixo para o tio Trevor e Bax antes de eles irem
embora. Porra, tenho bons homens em minha vida.

— Feito! — Ruby grita com a boca cheia antes de


começar a tossir. Eu rio enquanto dou um tapinha nas costas
dela, em seguida, entrego sua bebida. Depois que ela mastiga
e engole, ela sorri para mim. — Obrigado.

— Não era uma competição. — Mia balança a cabeça,


pegando seu hambúrguer e dando uma mordida.

— Mas eu quero sorvete.

— Querida, todos nós temos que comer antes de


conseguir a sobremesa. — digo a ela, ela suspira.

Com um sorriso, pego meu hambúrguer e dou uma


mordida. Mesmo frio, ainda é bom.

— Vocês estão bem? — Cece pergunta, ela deve


surpreender até Mia com sua presença, a julgar pela forma
como ela pula. Quando eu olho para ela, posso dizer que ela
estava chorando, mas demorou para arrumar a maquiagem, o
que é uma coisa boa, porque suas meninas já estão no limite.
— Nós vamos comprar sorvete! — Ruby conta para sua
mãe.

— Você vai? — Cece olha para Mia.

— Talon subornou as meninas para que elas comessem.


— Mia admite.

Cece olha para mim e seus olhos se suavizam. — Isso


parece divertido. — ela alisa a mão sobre o topo da cabeça de
Ruby antes de se inclinar e beijar seu cabelo. — Eu tenho que
trabalhar, mas vejo vocês, no café da manhã. — ela contorna a
mesa até Kate e Lola, dando um beijo em cada uma delas.

— Vejo você quando você em casa. — afirma Mia, o aviso


claro em seu tom. As duas mantêm uma conversa silenciosa
enquanto se encaram antes que Cece olhe ao redor da mesa,
ordenando suavemente para suas meninas que sejam boas,
antes que ela desapareça.

Depois que as meninas terminam de comer, sigo Mia até


uma das sorveterias da cidade e comemos do lado de fora. O
clima está leve, mesmo com os acontecimentos desta noite
ainda na mente das meninas. Quando terminamos nosso
sorvete, deixo Mia na porta de seu carro com a promessa dela
de me ligar depois que ela colocar as meninas na cama, eu
beijo sua bochecha.
Eu entro na minha caminhonete e ligo o motor, as
palavras do meu irmão no início desta noite soando em meus
ouvidos. Não estou ansioso por qualquer drama que está para
se desenrolar, mas sei sem dúvida que lidaria com qualquer
coisa se no final eu tivesse Mia ao meu lado.
Capítulo Sete
Mia
Com um suspiro CANSADO, fecho a porta do quarto de
Lola e Kate. Levá-las para a cama esta noite foi um pouco
mais difícil do que tem sido, a ligação que tiveram com o pai
não pareceu ajudar em nada. Não escutei a conversa deles
porque estava fazendo Ruby dormir, mas quando cheguei ao
quarto delas para colocá-las na cama, as duas meninas tinham
perguntas sobre o casamento dos pais que me incomodaram.
Não tenho certeza do que seu pai disse a elas, mas pude
perceber por suas perguntas que tinha algo a ver com o
divórcio dos pais e a casa em que cresceram.

Pego meu celular do meu quarto, onde o carreguei, o


levo comigo para baixo, onde pretendo esperar Cece chegar
em casa. É óbvio para mim que algo aconteceu e ela mais uma
vez me deixou no escuro. Eu não quero ficar com raiva dela,
mas eu superei ela não ser honesta até que seja tarde demais.
Quando chego à cozinha, vou até a geladeira e pego uma Coca
Diet, em seguida, sento-me na ilha. Eu abro e tomo um gole,
em seguida, toco na tela do meu telefone, encontrando uma
mensagem de Talon esperando por mim. Eu não li, em vez
disso, disco o número dele e coloco meu telefone no ouvido.
— Ei. — ele responde ao primeiro toque.

— Ei.

— Você colocou as meninas na cama? — Ele pergunta


baixinho, eu fico absorvendo a maneira como apenas o som de
sua voz me faz sentir.

— Eu fiz.

— Tão ruim assim, hein? — Ele pergunta, eu me


pergunto como ele sabe. — A que horas sua irmã sai?

— Eu acho que onze. — Olho para o relógio e vejo que


são 8h30, o que significa que ainda tenho algumas horas antes
que ela chegue em casa e já estou cansada.

— Você está esperando por ela?

— Sim, ela tem algumas explicações a dar. Não tenho


certeza do que se tratava esta noite, mas quando coloquei as
meninas para dormir, elas estavam perguntando sobre o
divórcio dos pais e onde elas iriam morar quando isso
acontecesse. — Esfrego o ponto entre meus olhos que está
começando a latejar. — Eu não sabia o que dizer a elas,
porque Cece não falou comigo. Então, tenho certeza de que
não as fiz sentir melhor, o que é uma merda, porque agora
elas estão tentando dormir com isso em suas mentes.
— Você acha que talvez ela tenha pedido o divórcio a
ele?

Eu encolho os ombros e lembro que ele não pode me ver.


— Eu não sei. A última vez que falamos sobre isso, ela não
tinha dinheiro para os papéis do divórcio, ele se recusava a
pagar.

— Talvez ele a queira de volta.

— Talvez, mas então por que ter uma mulher em sua


casa quando suas filhas estão lá? Para mim, é uma declaração
clara de que você está seguindo em frente.

— Você não está errada sobre isso. — diz ele, parecendo


irritado, eu sorrio. — Você ainda está bem em vir à minha
casa amanhã para jantar?

Minha pulsação bate com o lembrete de que estarei


sozinha com ele em sua casa amanhã à noite. — Ainda estou
bem, mas acho que devo dirigir até sua casa. Assim, se
acontecer alguma coisa, poderei ir embora sem que você seja
incomodado.

— Se algo acontecer? Você já está trabalhando em uma


maneira de se livrar de mim? — Eu ouço o sorriso em sua
voz.
Eu não posso deixar de rir. — Eu não vou abandonar
você.

— Eu também não vou ser incomodado se eu tiver que te


levar para casa, mas entendi. Então, se isso faz você se sentir
melhor, vou mandar uma mensagem com meu endereço.

— Obrigada. — Eu sorrio. — Me diga o que você quer


que eu leve.

— Você mesma, mas pode me dizer o que você bebe para


que eu possa pegar quando for à loja à tarde. Peguei um pouco
de cerveja e uísque, mas nada de vinho ou algo assim.

— Depois de beber com Cece na outra noite, vou dar


uma pausa em qualquer tipo de álcool por um tempo. — eu
digo, ele ri. — Estarei bem com refrigerante ou chá.

— Entendi. — Ele fica quieto, então ouço o barulho de


tecido e o que parece ser ele deitado.

— Você está indo dormir?

— Sim, eu tenho que acordar cedo para encontrar meus


tios e meu irmão na casa para que possamos bolar um plano
para cumprir o nosso prazo.

— Avise-me quando estiver pronto para eu empunhar


uma vassoura.
— Tão doce. — ele diz asperamente, o som profundo
fazendo meus músculos do estômago se contraírem. — Tenho
que deixar você saber, querida, se você estivesse na minha
frente, eu teria muita dificuldade em não beijar você.

Com os dedos dos pés enrolados e meu peito quente, eu


limpo minha garganta. — Vá dormir e eu te vejo amanhã.

— Tente descansar um pouco e, se precisar de mim,


meu celular está ligado.

— Boa noite, Talon.

— Boa noite, baby.

Eu desligo e fecho meus olhos, tentando me lembrar que


eu realmente não o conheço, então eu não deveria confiar no
que eu sinto. Mas isso não muda o fato de que eu gosto dele.
As ações sempre falam mais alto que as palavras e, no pouco
tempo que o conheço, ele me mostrou ser o tipo de homem
que é. Um homem que interviria para salvar um estranho, um
homem que ama profundamente seu pai e sua mãe, um
homem que se preocupou o suficiente por que não apareci no
trabalho e foi checar se estava tudo bem e um cara que tentou
fazer três meninas sorrirem ao ver como elas estavam
preocupadas.
Então, sim, não sei se devo confiar na maneira como me
sinto, mas pela primeira vez, não vou pensar muito sobre isso.
Eu vou apenas ver o que acontece, se eu acabar machucada,
não será a primeira vez. Meu telefone toca me tirando dos
meus pensamentos, abro os olhos e suspiro quando vejo que
minha mãe está ligando. Quero responder, porque sinto falta
dela, mas sei que ela vai me fazer perguntas para as quais não
tenho respostas e, dado o que aconteceu esta noite, isso é
ainda mais claro.

Eu deixo a chamada ir para o correio de voz e começo a


me preocupar um momento depois, quando começa a tocar
novamente. Chaz, meu padrasto, tem um histórico de
problemas cardíacos e eu me odiaria se minha mãe estivesse
tentando me ligar para dizer que ele está no hospital e eu não
atendesse.

Eu deslizo meu dedo pela tela e coloco no ouvido. —


Mamãe.

— O que diabos está acontecendo ai? — Ela chora


dramaticamente e minha cabeça cai sobre meus ombros.
Acabei de falar com sua irmã quando ela estava de folga e ela
me disse que Mike deixou uma mulher vir jantar com as
meninas. E então, quando ela o recebeu com os papéis do
divórcio, ele veio ao trabalho dela e fez uma grande cena.
Bem, eu acho que isso responde por que ele apareceu no
bar esta noite. —Mamãe.

— Eu pensei que vocês estavam bem. Então eu descubro


que ela está atrasada nas contas e provavelmente estaria
perdendo a casa se você não estivesse ai.

Ok, isso é novidade para mim. — Mamãe.

— Só não entendo por que vocês, meninas, se recusam a


pedir ajuda até que seja tarde demais. Só não sei por que
vocês duas são tão reservadas.

— Mamãe! — Eu grito.

— O que? — Ela grita de volta.

— Você pode, por favor, se acalmar?

— Acalmar? Como posso me acalmar quando você e sua


irmã estão sempre me estressando?

— Não estamos estressando você.

— Você não está? Você não está? Se eu fosse checar


minha pressão arterial agora, seria através do telhado.

— Mamãe.
— Chaz estava tão chateado que não conseguia nem ficar
em casa. Ele saiu para sua loja, onde tenho certeza que ele
ficará pelo resto da noite, provavelmente construindo outra
casa de pássaros. De quantas casas de pássaros precisamos?
Neste ponto, temos mais casas de pássaros do que pássaros.

Eu pressiono meus lábios para não rir. Crescendo com


eles, sempre que Chaz ficava chateado, ele desaparecia em sua
loja por horas e, alguns dias depois, você veria uma nova casa
de pássaros no quintal.

— Mamãe.

— Estamos indo para o Tennessee.

Oh senhor. — Mãe, eu não...

— Partimos depois de amanhã. — ela me interrompe


mais uma vez. — Estamos dirigindo, então não precisamos
nos preocupar com o carro enquanto estivermos ai, podemos
ficar o tempo que formos necessários, já que Chaz pode
trabalhar em qualquer lugar e eu trabalho para ele.

— Umm ... você falou com a Cece sobre isso?

— Você acha que há espaço para nós na casa, ou


devemos procurar um lugar para alugar? — Ela pergunta,
ignorando minha pergunta.
— Mãe, Cece sabe que você vem? — Repito, sem vontade
de desistir, porque já tenho coisas que não estou ansiosa para
falar com Cece, então não há nenhuma maneira de eu querer
dizer a ela que nossa mãe e Chaz estão vindo só Deus sabe
quanto tempo.

— Eu mencionei que íamos visitar e conversamos. —


Então isso seria um não.

— Eu acho que você deve esperar para falar com Cece


antes de vir, mãe.

— Mia, querida, eu te amo. Adoro que você sempre


pense que pode cuidar de tudo sozinha e que nunca precisa de
ajuda. Sinto muito, mas você não pode, nem sua irmã. —
Meus pulmões parecem congelar, é doloroso até mesmo
respirar enquanto a verdade de suas palavras é absorvida. Sua
voz suaviza. — Chaz e eu estaremos ai em alguns dias.

— Ok, mãe. O sofá da sala de entretenimento se abre.


Tenho certeza que você e Chaz podem dormir aí.

— Tudo bem. — diz ela, parecendo que está à beira das


lágrimas. — Te amo querida.

— Eu também te amo. — Eu descanso minha testa no


topo da ilha. — Eu sei que pode não parecer, mas estou feliz
que você esteja vindo. Eu sinto sua falta e de Chaz.
Ela funga, em seguida, limpa a garganta. — Nós também
sentimos sua falta e mal podemos esperar para conhecer seu
namorado. Cece diz que ele é muito bom.

É bom saber que minha irmã não tem problemas em


dizer às pessoas sobre mim quando ela nem mesmo pode me
dizer a dela. — Eu nem mesmo saí com ele, mãe, então ele não
é realmente meu namorado.

— Hmm. — ela cantarola, eu suspiro. — Te amo querida.


Falaremos em breve e beijarei minhas netas, mas não diga a
elas que a vovó e o vovô estão chegando, queremos
surpreendê-las.

— Eu não vou contar a elas. — eu concordo, em seguida,


ouço-a dizer que me ama mais uma vez antes de desligar. Eu
levanto minha cabeça do balcão e pego minha Coca para levá-
la comigo para a sala de estar. Pego o controle remoto e
procuro por algo para assistir enquanto espero minha irmã
chegar em casa.

— Mia. — Eu pisco meus olhos abertos para encontrar


Cece de pé sobre mim. Eu estava apenas acordando você,
porque não pensei que você gostaria de passar a noite aqui. —
diz ela calmamente.
— Eu estava esperando por você. — Sento-me e percebo
que a TV está em espera. — Que horas são?

— Um pouco depois da meia-noite.

— Oh. — Meu nariz torce. — Achei que você sairia às


onze.

— Sim, mas fiquei conversando com Winston e meio


que perdi a noção do tempo.

— É bom que você esteja falando com alguém. — Eu


nem tento esconder minha frustração.

— O que isto quer dizer? — Ela franze a testa.

— O que aconteceu esta noite? — Eu pergunto, ela torce


as mãos. — Cece, eu te amo. Você sabe que te amo. Mas,
honestamente por Deus, se você não começar a falar,
compartilhar e ser honesta sobre essas merdas, vou perder a
cabeça.

— EU.

— Você percebe que quando me mudei para cá, deixei


minha vida inteira para trás? Eu tinha um apartamento,
amigos, um namorado e uma vida em Montana. Desisti de
tudo porque você precisava de mim. Acho que mereço saber o
que está acontecendo.
— Você disse que Shep era um idiota e que estava feliz
por ele ter mostrado quem ele é e que você não estava mais
com ele. — ela divaga.

— Ele era um idiota, mas esse não é o ponto. — eu gemo.


— A questão é que eu mereço saber o que diabos está
acontecendo.

— Você está certa. Eu... eu juntei o dinheiro e pedi o


divórcio a Mike.

— Eu sei disso. — Eu balanço minha cabeça quando ela


parece confusa. — Mamãe me contou. Ela também me disse
que você está com as contas atrasadas e provavelmente
perderia a casa se eu não estivesse aqui. Então, vou perguntar
de novo, o que está acontecendo?

Seu lábio inferior balança. — O dinheiro que Mike me dá


não cobre tudo, nem chega perto. — Ela apoia os cotovelos
nos joelhos e coloca o rosto nas mãos. — Eu estava tão
decidida a não querer tirar nada dele e querer fazer isso
sozinha que estourei o limite de meus cartões de crédito, o
que foi estúpido. Eu fui tão estúpida. — Ela levanta a cabeça
para olhar para mim. — Agora percebo que não posso fazer
isso sozinha e sustentar minhas meninas.
Ela limpa a garganta. — Hoje à noite, ele veio ao bar,
porque eu fiz com que ele recebesse os papéis do divórcio, o
advogado colocou quanto eu estou pedindo que ele me pague
a cada mês, o que é cerca de quatro vezes o que ele está me
dando. — Lágrimas enchem seus olhos. — Ele não teve
problemas em me conceder o divórcio, ele teve um problema
com o dinheiro e queria que eu soubesse que vai lutar pela
custódia em vez de pagar e que quer que vendamos a casa.

Lágrimas escorrem pelo seu rosto e meu coração dói por


ela. Por que você não me disse que estava entrando com o
divórcio? — Eu pego a mão dela. — Por que você não me disse
que estava atrasando as contas? Eu teria ajudado.

— Eu me sentia uma fracassada, Mia. A única coisa que


tenho para mostrar nos últimos dez anos da minha vida são
três lindas garotas. Eu não tenho um diploma universitário.
Estou trabalhando pela primeira vez desde que estava no
ensino médio e, em breve, estarei divorciada. Eu sei que você
teria ajudado se eu perguntasse, mas isso é... Você já fez
muito. — Ela enxuga as bochechas. — Nunca pensei que seria
assim. Achei que ele fosse voltar para casa. — ela termina com
um soluço.

— Você não é um fracasso, Cece, você pode não perceber


isso, mas você e Mike em um ponto ou outro decidiram juntos
que seu trabalho era ficar em casa e cuidar das crianças. Ele
fez o seu trabalho, que era cuidar de vocês. E eu não me
importo com as besteiras que ele vomitou, você fez seu
trabalho e ainda está fazendo, eu sei que é o trabalho mais
difícil do mundo. Ele pode dizer todo dia que vai tirar a
custódia de você, mas você sabe que não é assim que funciona.
Um juiz decidirá o que acontecerá, todos que a conhecem já
testemunharam o tipo de mãe que você é. Mike é um bom pai,
mas ele trabalha sessenta horas por semana, se não mais,
agora, ele só está vendo as meninas um dia por semana por
escolha. Você me diz como ele vai mudar isso de repente.

Eu aperto sua mão para ter certeza de que tenho toda a


sua atenção. — A casa não é importante. Se você tiver que se
mudar porque não pode pagar, então você e as meninas
encontrarão outro lugar que você possa pagar. E se você
quiser ficar aqui, tenho certeza que mamãe e eu podemos
chegar a algum tipo de acordo para ajudá-la a cobrir a
hipoteca até que você possa pagar.

— Eu não quero isso, ela sussurra. Não quero mais


ninguém me protegendo.

Eu soltei um grande suspiro. — Eu sei que você não


quer isso, mas é como mamãe me disse esta noite, às vezes
não podemos lidar com tudo sozinhas. Às vezes, precisamos
de ajuda e não há nada de errado em pedir ajuda ou aceitá-la
quando é oferecida.

— Eu não me importo com nada além dos meus bebês.

— Elas estão bem. Confusas, mas bem. — eu digo, ela


franze a testa. — Kate e Lola conversaram com o pai esta noite
e, a julgar pelas perguntas que elas fizeram quando as
coloquei na cama, acho que Mike mencionou o divórcio e a
venda da casa.

— Ele não fez isso. — ela sibila.

— Não tenho certeza, porque enquanto eles estavam no


telefone com ele, eu estava colocando Ruby na cama.

— Aquele pedaço de… Deus, ele é um idiota. Como eu


nunca percebi que ele era um idiota?

— Tenho certeza que você notou, você simplesmente


não pensou demais, porque ele era "ou é" seu marido.

— Você provavelmente está certa. — ela murmura.

— Então, acho que agora não é o melhor momento para


avisar que mamãe e Chaz estarão aqui em alguns dias.

— Realmente? — Ela fecha os olhos antes de cair no


sofá. — Eu deveria ter pensado sobre isso antes de ter um
lapso de julgamento e ligar para mamãe esta noite quando eu
estava na pausa. Eu só... eu precisava da mamãe. Eu precisava
que ela me dissesse que tudo ficaria bem.

— Eu entendo, eu realmente acho que será bom ter ela e


Chaz aqui. Eles podem ajudar a distrair as meninas das coisas
por alguns dias ou meses.

— Meses? — Seus olhos se arregalam.

Eu encolho os ombros. — Mamãe me lembrou que ela


trabalha para Chaz e ele trabalha para si mesmo. Não sei por
quanto tempo eles vão ficar aqui, mas meu palpite é que vai
demorar até que saibam que você e as meninas estão bem.

— Certo. — Ela se senta para frente e depois se levanta.


— Por falar nisso, vou beijar minhas garotas, deitar na cama e
descobrir o que vou dizer a elas pela manhã durante as
panquecas.

— Eu sei que é mais fácil falar do que fazer, mas você


não deve se estressar muito com a conversa que terá pela
manhã. As meninas sabem o quanto você as ama e elas
confiam em você e em Mike. — Eu inclino minha cabeça para
o lado. —Talvez apenas seja sincera. Eu sei que você odeia a
ideia de elas saberem o que está acontecendo, mas às vezes
não saber é pior do que a verdade. Não vai ser fácil para elas
de qualquer maneira, mas pelo menos elas vão entender o que
está acontecendo e o que pode acontecer.

Eu vejo as lágrimas encherem seus olhos mais uma vez,


em seguida, a ouço respirar fundo.

— Você está certa. — Ela se aproxima de mim e eu me


levanto para envolvê-la em meus braços. — Eu te amo e sou
muito grata por você.

— Eu também te amo. — Meu nariz arde, mas luto


contra as lágrimas. Agora, ela não precisa ver meu choro.
Agora, ela precisa que eu seja forte e mostre a ela que está
tudo bem, porque ela tem pessoas em quem pode confiar. —
Vejo você de manhã para comer panquecas, a menos que você
queira conversar com as meninas a sós. — Eu me inclino para
trás para encontrar seu olhar.

— Eu acho que pode ajudar elas tendo você lá. — Ela me


solta.

— Então eu estarei lá, — eu prometo antes de desligar a


TV e pegar meu celular e a lata vazia.

— Mia, — Cece chama enquanto despejo minha lata na


lixeira.

— Sim? — Eu encontro seu olhar.


— Obrigado por tudo. — Ela esfrega os lábios enquanto
seus olhos se enchem de lágrimas mais uma vez. — Eu nunca
quero que você sinta que estou tirando vantagem de você.

— O que você precisa entender, Cece, é que eu sou sua


irmã. Se precisar de mim, estarei aqui. Eu sempre estarei
aqui. — As lágrimas enchendo seus olhos descem por suas
bochechas, ela acena com a cabeça antes de rapidamente
subir as escadas. Eu a vejo ir, com meu peito parecendo
estranho.

Não sei exatamente o que aconteceu, mas sei que foi algo
grande e estou realmente rezando para que seja algo bom.

E com esse pensamento, vou para a cama, porque


amanhã vai ser outro desafio, não apenas as meninas, mas eu
baixando a guarda com Talon.
Capítulo Oito
Mia

QUANDO A PORTA toca, eu solto um suspiro. Mike ligou


cerca de dez minutos atrás para dizer que estava indo buscar
as meninas. Eu não falei com ele, Lola que atendeu o telefone
de casa e me avisou depois de desligar. Eu disse a ela e suas
irmãs para subir e pegar as malas que sua mãe fez e qualquer
outra coisa que elas possam querer, mesmo que eu realmente
não queira deixá-las ir.

Esta manhã, durante o café da manhã, descobrimos que


Mike perguntou a Kate e Lola na noite passada com quem elas
gostariam de morar, antes de dizer que realmente gostaria
que as duas e Ruby fossem morar com ele. Ele também disse
que depois que a casa for vendida, eles podem procurar uma
casa juntos. Fiquei surpresa que ele fez isso, especialmente
depois que ele parecia estar na mesma página que Cece
quando se trata de proteger as meninas de tudo que está
acontecendo. E, honestamente, fiquei desapontada por ele
não pensar em como isso faria as meninas se sentirem. Então,
não, eu realmente não quero deixá-las ir com ele.
— Kate, Ruby, Lola, seu pai está aqui! — Eu grito escada
acima enquanto caminho em direção à porta da frente.

— Estamos indo! — elas gritam de volta quando eu abro


a porta.

— Ei, Mimi, — Mike cumprimenta.

— Mike. — Eu cruzo meus braços sobre meu peito e olho


para ele, porque mesmo que minha irmã tenha que ser legal,
eu não.

— As meninas estão prontas? — Ele enfia as mãos nos


bolsos enquanto muda de posição, parecendo inseguro.

— Elas estão, — eu digo brevemente, deixando de fora a


palavra idiota.

— Olha, Mimi, eu sou...

— Mike, eu sei que você e Cece conversaram...

— Nós fizemos. — ele me corta. — Eu prometi...

— Não. — Eu balanço minha cabeça rapidamente, ele


fecha a boca. — Quero dizer, durante seu casamento. Tenho
certeza de que vocês dois falaram durante seu casamento
sobre como vivíamos antes de nossa mãe conhecer Chaz. — A
realização enche seus olhos. — Ficamos ressentidas com
nossa mãe por nos arrastar para ela e o casamento fracassado
de nosso pai e depois o divórcio.

— Mimi. — Sua expressão é gentil.

Minha garganta fica apertada, porque me lembro do


porque eu gostava dele, mas luto contra a dor e me recuso a
deixá-lo escapar. — Não faça isso com suas garotas, Mike.
Elas não merecem isso. Elas amam você e a mãe delas. É
difícil o suficiente que as coisas tenham mudado para elas.
Não torne isso mais difícil.

Seu olhar fica preso no meu, ele engole quando o som


das garotas descendo as escadas enche a casa. Quando ele
balança a cabeça, eu solto a respiração que estava prendendo.

— Papai! — Kate grita primeiro, o grito feliz de Ruby


segue. Eu me viro para procurar Lola, me perguntando se ela
ainda está lá em cima, então a vejo atrás de suas irmãs,
caminhando devagar.

Quando vejo uma expressão em seu rosto que preenche


a boca do meu estômago com mal-estar, vou até ela e me
ajoelho para ficarmos cara a cara.

— Ei. — Coloco uma mecha de seu cabelo atrás da


orelha. — Você está bem.
Ela rapidamente olha por cima do meu ombro em
direção a seu pai antes de baixar os olhos para o chão. —
Estou bem, Mimi.

A dor enche meu peito quando me lembro de estar onde


ela está agora, oprimida, machucada e confusa, porque o
mundo como eu o conhecia estava terminando e não havia
nada que eu pudesse fazer. — Eu te amo, doce menina, — eu
sussurro enquanto a envolvo em meus braços. Eu gostaria de
poder escondê-la disso. — Eu prometo que vai ficar tudo
bem. — Beijo o lado de sua cabeça e fico de pé depois que ela
assente.

Quando me viro para Mike, sinto dor e compreensão em


sua expressão, mas ele as enxuga e coloca um sorriso no rosto.
— Ei, querida, — diz ele gentilmente para Lola, estendendo a
mão para abraçá-la. — Eu tenho saudade de você. — Eu a
ouço dizer que ela também sentiu sua falta, então ele a solta e
pega sua bolsa, pegando a de Ruby e Kate também. — Temos
uma noite agitada de pizza, sorvete e filmes, então devemos ir,
— ele diz às meninas e olha para mim. — Obrigado, Mimi.

Eu levanto meu queixo, em seguida, dou abraços em cada


uma das meninas antes de sair na varanda e observá-las
entrarem no carro de seu pai. Quando elas se afastam, eu
entro e fecho a porta, esperando como o inferno ter
conseguido falar com Mike. Espero que ele perceba pelo meu
lembrete e pelo comportamento de Lola que não pode usar
suas garotas como peões, a menos que queira perdê-las. E
essa perda será a pior de sua vida, porque não será imediata.
Será algo que acontecerá lentamente ao longo do tempo
quando Kate, Lola e Ruby começarem a ver que seu pai não
está tentando protegê-las como deveria, mas em vez disso,
usando-as para superar sua mãe, que elas amam.

_______________

LIGO a seta e entro em uma estrada de terra. A casa de


madeira vermelha de dois andares não muito longe da estrada
principal cercada por árvores é atraente, com uma sala inteira
feita de nada além de janelas que devem ter seis metros de
altura. Com o coração acelerando, estaciono ao lado da
caminhonete de Talon e desligo o motor do meu Subaru
Legacy de sete anos, um carro que era necessário quando eu
morava em Montana, mas um pouco deslocado aqui no
Tennessee, onde dificilmente neva.

Eu olho para o meu reflexo no espelho enquanto coloco


minhas chaves na minha bolsa, meu estômago revira. Quando
cheguei em casa do trabalho, coloquei um short e uma
camiseta, tirei minha maquiagem, exceto meu rímel, prendi
meu cabelo em um rabo de cavalo. Eu nunca subi para me
trocar ou me consertar depois que Mike chegou. Eu não
pensei sobre isso, minha mente estava tão consumida pelo
que aconteceu com Lola e por deixar Cece saber, então minha
mãe ligou para dizer que ela e Chaz estavam a caminho.
Agora... agora, parece que nem me incomodei, o que não fiz,
mas não foi de propósito...

— O que diabos eu vou fazer? — Eu murmuro, soltando


meu cinto de segurança antes de pegar minha bolsa. Na parte
inferior, encontro batom, aplico nas bochechas e lábios
rapidamente antes de tirar o elástico de cabelo e correr os
dedos pelos meus cabelos escuros, passando-o sobre meus
ombros. Eu pareço um pouco melhor do que antes, mas
quando meus nervos começam a explodir, discuto comigo
mesma para correr para casa para colocar um vestido ou algo
bonito. Não, não, não. É tarde demais, murmuro para mim
mesma enquanto pego a caixa rosa que contém alguns dos
meus biscoitos e bolos em miniatura favoritos da Julia’s, uma
padaria local, no banco do passageiro. Com minhas mãos
ocupadas, eu viro para a porta e chio quando vejo a causa da
minha ansiedade parada a poucos metros de distância com
um sorriso que afirma claramente que ele está lá há algum
tempo e me testemunhou sendo uma idiota. Ótimo.

Antes que eu possa abrir a porta, ele abre, eu inclino


minha cabeça para trás para ver seu rosto ainda sorridente.

— Por favor, me diga que você não está aqui há muito


tempo, — imploro enquanto o constrangimento faz meu rosto
ficar quente.

— Baby. — Ele estende a mão em minha direção, tirando


as coisas das minhas mãos. — Você fica fofa quando está
nervosa. Eu realmente pensei por um minuto que você
poderia decidir e sair correndo.

— Eu teria voltado — murmuro enquanto saio do meu


carro, ele ri.

— Vamos. — Ele pega minha mão. — Eu estava prestes


a começar o churrasco.

Eu o deixei me levar em direção à casa, o tamanho da


sala de vidro parecendo ainda maior de perto. — Esta é a sua
casa?

— Sim.

— É linda, esta propriedade é linda.


— Não planejava comprar nada, mas esse terreno
apareceu no mercado e eu sabia que precisava dele. Devo
prepará-la, porque a casa não é grande. — Ele abre a porta da
frente e, no momento em que entramos, um gato preto pula de
uma mesa fina e circula nossos pés enquanto mia.

— Você tem um gato? Você nunca me disse que tinha um


gato.

— Soma não é exatamente meu. Eu a estou


promovendo. — Ele encolhe os ombros. — Os gatinhos dela
estão na lavanderia.

— Você tem gatinhos? — Eu nem tento esconder minha


empolgação enquanto sorrio para ele.

Seus olhos caem para a minha boca e ele sorri de volta.


— Eles não são meus. Em algum momento, eles serão
adotados, mas sim, há gatinhos na casa.

— Por que você os colocou para adoção? — Eu pergunto


enquanto me agacho para acariciar Soma, que ronrona
enquanto eu passo minha mão sobre seu pelo sedoso.

— Minha prima é veterinária. Soma e seus gatinhos


foram deixados com ela, não muito tempo depois que os
gatinhos nasceram. Ela tentou levá-los para sua casa, mas seu
gato não estava aceitando, então ela me pediu para ajudá-la
até que eles tivessem idade suficiente para ela encontrar um
lar para eles.

— Então você não planeja mantê-la? — Eu pergunto,


coçando Soma atrás das orelhas.

— Eu não queria. — Ele se abaixa ao meu lado, Soma


perde o interesse em mim e vai direto para ele, levantando as
patas da frente em sua coxa vestida com jeans e começando a
ronronar alto. — Ela me conquistou, mesmo que tenha
estragado a merda da minha mobília com suas garras.

Este homem poderia ser mais perfeito?

— Você deveria dar a ela um poste de arranhar, isso


pode ajudar. — Eu esfrego sua cabeça, em seguida, viro para
olhar para ele, encontrando seu rosto a centímetros do meu.
— Sempre quis um gato, mas a minha irmã e a minha mãe são
alérgicas. Então eu peguei Mercury e Retro, quando pensei
sobre isso novamente, eu estava me mudando para cá, — eu
termino em um sussurro.

— Hmm. — Seu olhar cai para a minha boca e oprimido


por minhas próprias emoções, eu limpo minha garganta.

— Umm ... posso ver os gatinhos?


— Do jeito que Soma está ronronando, duvido que ela se
importe. Vamos largar essas coisas na cozinha e vou levá-la
para a lavanderia. — Ele estende a mão para mim e me ajuda
a levantar.

Caminhamos pela casa, que é como ele disse, não muito


grande. As paredes estão nuas e, quando passamos por uma
sala de estar, vejo alguns móveis esfarrapados junto com uma
TV grande demais e nada mais. Em seguida, vamos para a
cozinha. Foi atualizada recentemente, com novos
eletrodomésticos, armários brancos e uma grande ilha com
granito creme.

Depois da cozinha, ela se abre e estou chocada. A sala de


vidro que é tão atraente do lado de fora é tão linda por dentro.
Uma luz brilhante e nada além da floresta, até onde posso ver,
com um sofá de aparência confortável e uma mesa redonda
com cadeiras. Se eu morasse aqui, acho que nunca sairia
deste lugar.

— Isso é lindo. — Eu me viro para encarar Talon,


percebendo então que vaguei pela sala, agora ele está
encostado na ilha da cozinha, me observando.

— Quando comprei a casa, as janelas estavam fechadas


com tábuas e uma família de guaxinins morava nela.
— Realmente? — Eu sorrio.

— Realmente. — Ele caminha lentamente em minha


direção e minha respiração fica presa no fundo da minha
garganta. — Pensei apenas em deixá-la parada e construir
algo mais perto do lago em alguns anos, mas toda vez que eu
vinha aqui, eu derrubava uma prancha, cada vez, mais luz
entrava. — Ele para na minha frente, os músculos do meu
estômago vibram enquanto seus dedos envolvem meu
quadril. — Eu já sabia o quão perfeita esta casa era, mas
quanto mais aparecia, mais sua beleza transparecia.

Ele abaixa o queixo e seus lábios tocam os meus


suavemente. O suspiro que escapa está fora do meu controle.
Parece que esperei minha vida inteira pelo momento em que
ele me beijaria. Eu o sinto se afastar, meus olhos se abrem,
encontrando seus olhos vagando sobre minhas feições como
se ele estivesse tentando memorizá-los antes de abaixar a
cabeça e me beijar novamente.

Meus lábios se separam quando sua língua toca meu


lábio inferior, eu não me contenho. Eu me agarro a ele,
minhas unhas cavam em seus quadris, onde meus dedos se
torceram em sua camisa, eu abro minha boca quando sua
língua busca a entrada. O beijo não é faminto ou ganancioso.
É lento e sensual e nada que eu já experimentei antes. É
abrangente. Eu sinto cada passagem de sua língua pela minha,
a forma como suas mãos ficam nas minhas costas, uma
viajando para segurar minha nuca, a outra me puxando para
mais perto. Minha pele formiga e meus mamilos ficam duros.

Um gemido escapa de sua garganta quando ele se afasta


para descansar sua testa contra a minha, eu choramingo com
a perda de sua boca. — Cristo, eu queria fazer isso desde o
momento em que te vi pela primeira vez.

— Eu queria a mesma coisa.

Ele segura minhas bochechas, parecendo satisfeito com


a minha admissão. — Você está pronta para ver os gatinhos?

A decepção me preenche, porque o que eu realmente


quero é beijá-lo novamente.

Ele ri e se inclina, tocando seus lábios nos meus. É bom


saber que minha garota gosta da minha boca.

— Não seja presunçoso. — Tento me afastar dele, mas


ele envolve seus braços em volta de mim e captura minha
boca mais uma vez, mordiscando meu lábio inferior antes de
chupar o topo e lamber em minha boca. Eu fico bêbada com
seu gosto e a sensação de estar rodeada por sua força. Eu
deveria me sentir impotente em minha necessidade por ele,
mas sei que ele está sentindo exatamente o que eu estou.
Quando suas mãos deslizam pelas minhas costas e sobre
a minha bunda para apertar, meu núcleo se aperta e as
estrelas dançam atrás das minhas pálpebras fechadas. Eu
nunca senti isso antes, esse desejo irresistível por outra
pessoa. Ele me levanta do chão e me segura embaixo das
minhas coxas. Um momento depois, ele se senta comigo em
seu colo no sofá, nossas bocas nunca se separando. Eu
balanço contra sua dureza sem pensar, ele puxa sua boca da
minha.

— Jesus. — Seus olhos percorrem meu rosto, em


seguida, caem para suas mãos enquanto sobem pelas minhas
coxas. — Eu não sei como essas coisas são chamadas, mas é
uma agonia ver você nelas e uma porra de tortura sentir seu
calor tão perto, mas tão longe. — suas mãos se curvam em
torno da parte interna das minhas coxas e seus polegares se
movem em uníssono sobre minha boceta coberta, fazendo
meus quadris pularem. Eu vejo o tic na sua mandíbula, então
seu olhar encontra o meu enquanto ele move suas mãos para
descansar em meus quadris.

— Talon. — Deus, eu pareço carente. Eu me sinto


carente e molhada, tão excitada.

Com o peito arfando, ele balança a cabeça. — Baby, eu...


— Por favor, me toque, — eu o cortei antes que ele
pudesse dizer algo para ele, como, "Acho que precisamos
diminuir o ritmo" ou "Isso é apenas para ser o jantar". Com
qualquer outro cara, eu ficaria grata por isso, mas agora, meu
corpo está em chamas, ele não é qualquer outro cara.

— Foda-se. — Ele move as mãos para cima da minha


camisa rapidamente, eu levanto meus braços para ajudá-lo
antes que ele abaixe o bojo do meu sutiã transparente.
Quando sua boca quente envolve meu mamilo, minha
respiração engata e eu deslizo meus dedos em seu cabelo. Tão
perdida na sensação de sua boca em mim, não estou
preparada para que sua mão deslize sob o cós do meu short e
desça para dentro da minha calcinha, onde ele se concentra
em meu clitóris inchado e eu grito seu nome.

— Você está tão molhada, Mia. — Ele circula meu clitóris


e geme, parecendo frustrado. — Eu amo esses shorts, mas
você tem que tirá-los. — antes que eu possa me preparar, ele
me vira de costas, fica em cima de mim e ajusta a grande
protuberância atrás de seu zíper. Minha boca enche de água e
eu o alcanço, apenas para vê-lo balançar a cabeça e se mover
entre minhas pernas, onde ele agarra meu short e arrasta-o
junto com minha calcinha pelas minhas coxas. — Isso é sobre
você. Ele abre minhas pernas e eu tento lutar contra ele, de
repente me sentindo vulnerável em minha nudez com ele
totalmente vestido. — Não tente se esconder de mim. Você é
perfeita. — Ele abre minhas pernas, em seguida, passa dois
dedos entre os lábios da minha boceta. — Tão linda. — seus
olhos travam com os meus enquanto ele leva os dois dedos à
boca. — Tão doce.

Ele puxa meus quadris para fora do sofá, em seguida,


levanta uma das minhas pernas em seu ombro. Eu mordo
meu lábio com tanta força que sinto o gosto de sangue quando
ele beija meu osso púbico, em seguida, prendo minha
respiração quando ele me mantém aberta para que sua língua
possa bater contra meu clitóris. Eu me contorço contra ele,
em seguida, grito seu nome quando ele entra em mim com
dois dedos grossos. O peso que vem crescendo na minha
barriga libera quando ele chupa meu clitóris, assim, minha
mente fica vazia de tudo, exceto da onda do meu orgasmo. Eu
tremo quando outro se forma e segue o primeiro como um
tsunami inesperado. Lentamente, eu volto a mim mesma
enquanto sou movida, então Talon envolve seus braços em
volta de mim e beija o topo da minha cabeça. Conforme meu
orgasmo desaparece e a realidade do que acabei de fazer se
instala, eu fecho meus olhos.

Nunca fiz nada parecido com ninguém. O cara com quem


namorei por alguns anos não me levou ao ponto de implorar
para ele me levar. Deus, Talon nem mesmo tirou a roupa,
quando eu o alcancei, ele disse. “Isso é sobre você”, como...
como se eu nem soubesse.

— Eu deveria...

— Não. — ele me corta e aperta os braços em volta de


mim quando tento me levantar. — Enquanto você está
sentada aqui no meu colo, em meus braços, enlouquecendo,
baby, quero que saiba que foi a merda mais quente que eu já
vi na minha vida.

— O que? — Eu sussurro, inclinando minha cabeça para


trás para vê-lo, sua mão sobe para cobrir minha bochecha.

— Mia, eu quero você. Acho que deixei isso bem claro.


— diz ele, eu engulo contra a intensidade em seu olhar. — Ter
você tão excitada por mim a ponto de gozar quase no minuto
em que coloco minha boca em você não é algo que considero
um problema.

— Oh Deus. — Minhas bochechas esquentam. — Isso


nunca aconteceu comigo antes.

— Não vou ficar chateado com essa merda também, mas


já que estamos no assunto... — Seus dedos alisam meu queixo.
— Eu sei que você tem um passado. Eu também tenho um, se
você tiver perguntas para mim, eu vou respondê-las, mas eu
não quero falar sobre os homens com quem você esteve. —
Ele me dá um aperto, que parece tão possessivo quanto sua
próxima palavra. — Nunca.

Eu lambo meus lábios, em seguida, aceno. — Entendi.

— Bom, você está bem agora? — Seus dedos continuam


a roçar minha bochecha.

— Para ser honesta, me sinto um pouco sobrecarregada


com tudo. — Quer dizer, eu sabia que ele gostava de mim, mas
agora percebo que ele realmente gosta de mim, isso me faz
sentir muito medo, mas ainda mais certeza sobre perseguir
coisas com ele.

— Entendi. — Ele sorri suavemente. — Muita coisa


aconteceu desde que você chegou aqui.

— Você pode dizer isso de novo. — Eu tremo, ele se


inclina para frente, roçando seus lábios nos meus antes de
muito docemente ajustar meu sutiã e se inclinar para pegar
minha camisa, que ele me ajuda a colocar.

— Por mais que eu esteja gostando de você aqui, — Sua


palma sobe pela minha coxa nua, me lembrando de como
ainda estou exposta. — Eu preciso te alimentar, o que
significa que preciso começar o jantar.
— Ok, — eu digo baixinho, então seguindo meu instinto,
eu me inclino para beijá-lo antes de ficar com as pernas
trêmulas, grata por minha camisa ser longa o suficiente para
cobrir meu traseiro. — Umm... posso usar o banheiro? —
Minhas bochechas esquentam, porque só pelo olhar que ele
me dá, eu sei que ele sabe o quanto eu ainda estou molhada, a
julgar por ele se ajustando, ele ainda está muito excitado.

— Vamos. — Ele pega meu short, em seguida, pega


minha mão e me leva de volta para a cozinha e por um
pequeno corredor antes de abrir a porta no final. Quando
entramos em seu quarto, fico surpresa mais uma vez, porque
tudo o que há é uma cama que parece meio feita e uma
cômoda, nada mais. Ele me leva a uma porta aberta que posso
ver é um banheiro, em seguida, pega uma toalha em uma das
prateleira. — Eu estarei na cozinha. — Ele beija minha testa e
depois desaparece.

Eu faço um rápido trabalho de limpeza e, quando vejo


meu reflexo, pisco de surpresa. Não sei se é a honestidade de
Talon ou os orgasmos alucinantes que acabei de ter, mas
pareço contente, feliz até, em vez de assustada ou talvez em
pânico como acho que deveria estar, como normalmente
estaria depois de experimentar aquele nível de intimidade
com um homem que estou começando a conhecer. Eu
termino de me vestir, corro meus dedos pelo meu cabelo,
então vou em busca de Talon. Eu o encontro no convés de trás,
quando eu saio, seus olhos são quentes enquanto vagueiam
sobre mim do meu cabelo aos dedos dos pés antes que ele
estenda a mão. Ando em direção a ele e, no momento em que
estou perto, ele me coloca sob o braço, usando a mão livre
para colocar os bifes na grelha.

— Tem um cheiro delicioso. — eu digo, meu estômago


ronca em concordância.

— Um amigo meu me ensinou como fazer a marinada


quando eu estava no Alasca.

— O que há nela? — Eu pergunto quando ele fecha a


tampa da grelha.

— Cerveja, suco de laranja, limão, alho, orégano, molho


inglês e algumas outras coisas que não posso te dizer.

— Já guarda segredos?

— Depois que nos casarmos, eu vou te dizer. — Ele se


vira para mim para que estejamos frente a frente, em seguida,
coloca um pouco de cabelo atrás da minha orelha. — Tão
bonita. — Ambos são comentários descartáveis, eu sei disso
pela maneira como ele as diz facilmente. Isso não significa
que eles não me acertem bem no estômago enquanto eu olho
em seus lindos olhos. Bom Deus, eu mal o conheço, ele já
rastejou sob minha pele e se sentiu em casa lá.

— Cece pediu o divórcio a Mike. — eu deixo escapar,


querendo cobrir o pânico de repente rodando em meu
sistema.

— Perdão?

— Umm... — Limpando minha garganta, eu descanso


minhas mãos em seu peito quente e duro quando ele não dá
um passo para trás. Parece que tantas coisas aconteceram
desde que me afastei dele ontem à noite na sorveteria, não
tive tempo de explicar tudo o que aconteceu enquanto
estávamos enviando mensagens de texto. — Ele apareceu no
bar porque ela pediu mais pensão alimentícia, ele acha que é
demais, então sua grande ideia foi dizer a ela que ele vai ficar
com a guarda completa e conversar com as meninas sobre
com quem elas queriam morar e vender a casa.

— Idiota.

— Concordo? — Concordo com a cabeça, em seguida,


dou um passo para o lado em direção ao corrimão na borda do
convés. — Como está seu pai? — Eu olho para ele por cima do
ombro e, como sempre que estou em sua presença, pareço ter
toda a sua atenção, algo que envia um arrepio na espinha.
— Ele está bem. Deve ter alta amanhã, o que é uma coisa
boa, já que duvido que ele e mamãe conseguiriam passar
outro dia no hospital juntos.

— Eles não estão se dando bem? — Eu inclino minha


cabeça para o lado, estudando-o.

— Eles se amam e se preocupam um com o outro, então,


embora mamãe esteja preocupada com ele, ele está
estressado por ela passar todo o tempo no hospital sem
dormir e quase não comer. Eles ficarão bem quando
chegarem em casa, mas agora, eles estão na garganta um do
outro.

— Parece minha mãe e Chaz. — Eu me inclino sobre a


saliência do corrimão e noto que a parte de trás da casa está
em uma inclinação, esta parte do deck está pelo menos três
metros no ar, se não mais alto.

— Chaz? — Sua mão repousa nas minhas costas, em


seguida, a barra da minha camisa é puxada, me viro para
encontrá-lo segurando-a em seu punho.

— Eu não vou pular. — Eu rolo meus olhos e rio quando


ele encolhe os ombros, como se ele estivesse dizendo “so
apenas no caso de você tentar, eu não vou deixar”. — Chaz é
meu padrasto. Ele e minha mãe estão juntos desde que eu
tinha cerca de onze anos. A única vez que realmente os ouvi
brigar foi quando ele estava no hospital depois de um ataque
cardíaco. Ele não queria a mamãe lá, porque sabe que ela
odeia hospitais e é uma pessoa preocupada, ela estava brava
por ele ficar tentando fazê-la ir embora. — Solto um suspiro e
ele solta minha camisa quando inclino meu quadril contra o
corrimão. — Eles devem estar aqui em alguns dias.

— Eles estão vindo para uma visita?

— Cece ligou para mamãe para contar o que está


acontecendo, mamãe sendo mamãe decidiu que era hora de
ela e Chaz intervirem, então eles estão dirigindo de Montana.

— É bom que eles estejam vindo. Tenho certeza de que


sua irmã poderia usá-los agora.

— Será bom para as meninas tê-los por perto. Kate


parece estar lidando com tudo com calma. Ruby é Ruby, ela
está sempre feliz. Mas Lola é... Lola não está bem. — Ele
engancha seu dedo indicador no meu, meu corpo parece
relaxar com o contato. — O casamento e o divórcio dos meus
pais foram horríveis. Lembro-me de me sentir assustada e
dividida, porque independentemente do que estava
acontecendo, eu amava meu pai e minha mãe, não queria ter
que escolher entre eles, mas sempre senti que tinha que fazer.
— Eu odeio que você tenha experimentado isso, baby.

— Eu odeio que Lola possa estar sentindo isso agora


também. — Eu deixo cair meu olhar para nossos dedos
unidos. — Ela não queria ir com ele hoje. Eu vi tudo em seu
rosto. A única coisa boa é que ele viu isso também e soube
que causou isso.

— Talvez essa seja a motivação que ele precisa para


mudar.

Eu levanto meus olhos para os dele. — Espero que sim.


— concordo, ele deixa meu dedo abrir a grelha e vira os bifes
antes de me levar para dentro da cozinha. — Posso ajudar em
alguma coisa?

— Você pode abrir uma cerveja para mim e escolher o


que quer beber, enquanto eu pego as batatas assadas no
forno. Abro a geladeira e pego uma cerveja para ele e para
mim uma garrafa de chá doce, enquanto ainda a tenho aberta,
ele grita. — Pegue a salada, querida e o molho que você
quiser. — Eu o sigo de volta para fora e coloco tudo que esta
em minhas mãos em uma pequena mesa de plástico enquanto
ele coloca dois pratos com batatas embrulhadas em papel
alumínio e alguns talheres. — Como você gosta do seu bife?
— Mal passado. — Eu torço a tampa de sua cerveja
abrindo e pego meu chá. Ele chega com um prato com dois
bifes e coloca um no meu antes de se sentar. Eu desembrulho
minha batata assada com cuidado quando ele o faz, em
seguida, sorrio quando a encontro cheia de queijo, creme de
leite e pedaços de bacon. —Batatas assadas recheadas, bife e
salada. Você ligou para minha irmã para perguntar a ela
minha refeição favorita?

— Você é uma garota de Montana, então imaginei que


você comesse carne, quem não gosta de batatas assadas
recheadas?

— Pessoas loucas. — Minha boca saliva, porque tudo na


minha frente tem um cheiro delicioso. — Eu nem me lembro
da última vez que comi uma refeição de adulto. As meninas
vivem de uma dieta de pizza, massa, nuggets de frango e
macarrão com queijo, eu as alimento quase todas as noites,
então como o que elas comem, provavelmente por isso que
minhas roupas começaram a ficar apertadas.

— Você não vai me ouvir reclamar. Você tem um corpo


lindo, eu amo sua bunda, especialmente nesse short.

— Eu sinto que você mencionou isso antes. — Eu rio e


ele sorri.
— Coma, bebê. Quando terminarmos, eu vou limpar,
você pode brincar com os gatinhos, então vamos dar um
passeio pela água, se você quiser.

Quatro horas depois, ainda cheia de um jantar incrível,


cansada de uma caminhada ao redor de um pequeno lago a
um pulo da porta dos fundos, feliz a ponto de ficar tonta após
abraços de gatinhos, eu deitei com minha cabeça no peito de
Talon. Não falei muito quando ele me colocou nesta posição,
mas tenho que admitir que gosto muito.

— Você está adormecendo em mim? — Ele pergunta


baixinho enquanto minhas pálpebras parecem ficar mais
pesadas, o programa na TV nem mesmo faz sentido.

— Sim. — Eu planto minhas mãos em seu peito e levanto


minha cabeça, então estou olhando para ele. — Eu
provavelmente deveria ir para casa. — Eu seguro seu queixo,
sentindo a barba por fazer, então passo meu dedo sobre seus
lábios que eu senti contra os meus mais vezes do que posso
contar esta noite. — Só para você saber, você ganhou o
prêmio de melhor primeiro encontro de todos.

— Bom saber. — Ele sorri, virando a cabeça para beijar a


palma da minha mão. — Então, isso significa que tenho um
segundo encontro?
— Você com certeza terá um segundo encontro. — Eu
rio, ele enreda os dedos no meu cabelo ao lado da minha
cabeça.

— Amanhã? — Ele usa seu aperto para trazer meu rosto


mais perto do dele.

— Amanhã? — Repito, não mais surpresa que ele não


pareça estar fazendo o que alguns outros homens que conheci
fariam em sua situação.

— Café da manhã na minha cama?

— Você está me pedindo para vir logo de manhã?

— Eu prefiro que você passe a noite. — Ele levanta a


cabeça para roçar a boca na minha. — Mas eu estaria bem se
você viesse pela manhã.

Minha barriga afunda. Devo dizer que o verei amanhã,


mas não é isso que sai da minha boca. — Eu não tenho nada
para vestir para dormir.

Seus lábios se curvam. — Tenho certeza que posso


encontrar algo para você vestir.

Oh, meu Deus, estou realmente fazendo isso. — Eu não


tenho escova de dentes.
— Eu tenho extras para mim. Você pode usar uma.

— Você ronca?

— Você? — Ele levanta uma sobrancelha.

— Acho que você vai descobrir. — Eu sorrio, ele ri


enquanto puxa minha boca para a dele.
Capítulo Nove
Talon
PISCO MEUS olhos abertos, encontrando meu quarto
escuro como breu com a mulher na qual estou enrolado,
quente e macia, o cheiro de seu shampoo enchendo minhas
narinas. Porra, eu nunca dormi de conchinha um dia na
minha vida, mas sei que devo tê-la perseguido na cama
durante o sono, porque esse não é meu lado normal.

Ontem à noite, depois que ela concordou em ficar, nós


ficamos no sofá até eu sentir dor, então eu diminuí a
velocidade e coloquei suas costas contra o meu peito, onde ela
dormia enquanto eu assistia ao noticiário. Eu queria transar
com ela e sei que, se eu tivesse instigado, ela teria ido lá de
boa vontade, não apenas depois que eu a comi, mas enquanto
ela estava se esfregando contra mim no sofá. Eu também sei
que há uma chance de que o tiro saiu pela culatra para mim.

Ela pode agir como se pudesse lidar com tudo e qualquer


coisa, mas estou começando a ver que é tudo para mostrar.
Ela é amável, sensível, preocupada e doce pra caralho. Então,
em vez de levá-la para o meu quarto e transar com ela como
eu queria, quando o noticiário acabou, eu a acordei, conduzi-a
para o meu banheiro, entreguei a ela uma das minhas camisas
e uma escova de dente, em seguida, fechei a porta para dar-lhe
espaço.

Quando ela saiu, ela ligou para sua irmã para avisá-la
que ela não estaria em casa, enquanto eu entrei e me troquei,
então me juntei a ela na cama, onde a segurei até que ela
adormecesse, algo que demorou um pouco. Agora acordado,
duro e dolorido, eu cuidadosamente tiro meu braço de
debaixo de sua cabeça e levanto minha mão de sua cintura. Eu
saio da cama e vou para o banheiro, fechando a porta antes de
acender a luz e abrir a torneira.

Eu mordo de volta um gemido enquanto puxo meu pau


para fora do cós da calça do meu pijama. Com a imagem de
Mia na minha cabeça e a memória do gosto dela na minha
língua, eu me masturbo, esperando como o inferno que seja o
suficiente para me segurar, mas algo me diz que não.

_______________

— VOCÊ NÃO RONCA. Com essa declaração tranquila, —


eu acordo totalmente, abro um olho e olho para a mulher com
seu quadril sobre o meu, seu pé preso sob minha panturrilha e
seu pulso em minha mão pressionado contra o meu lado. —
Mas você se aconchega e controla a cama. — Ela flexiona o
pulso para provar um ponto.

— Você dorme selvagem, bebê. Normalmente, eu


adormeço em um ponto e acordo lá, mas ela não parava de se
mover e, eventualmente, me cansei de persegui-la, então a
prendi na posição em que estamos agora.

— O que?

— Você estava em todo lugar na noite passada. — Beijo o


topo de sua cabeça, em seguida, levo sua mão até o centro do
meu peito coberto pela camisa. — Você é sempre tão
inquieta?

— Eu não sei. — Ela franze a testa. — Tenho dormido no


quarto de Lola e ela esta com a irmã gêmea, então acho que
não.

— Hmm, talvez seja porque você tinha espaço. — Eu


fecho meus olhos de dor quando ela move sua coxa e cutuca
meu pau duro com seu joelho.

— Você está bem? — Ela abre a palma da mão no meu


peito e se inclina sobre o cotovelo, um movimento que coloca
seu seio macio contra o meu.

— Porra.
— O que? — Ela se move novamente e eu agarro seu
quadril para mantê-la quieta.

— Não se mova. — eu ordeno em um rosnado, seus


olhos se arregalam. — Por favor.

— Talon.

— É de manhã, — eu explico meio burro.

— Eu não... — ela começa, então suas pupilas dilatam e


seus lábios se abrem, o olhar não ajudando em nada na minha
situação atual, porque é sexy pra caralho. "Oh." Seus olhos
caem para a minha cintura e então ela pressiona os lábios.

— Nem pense em rir, Mia.

— Eu não vou rir, Talon. — Ela abaixa a cabeça antes de


uma risadinha escapar de seus lábios.

— Jesus, até a porra da sua risada me deixa duro, —


murmuro, cobrindo os olhos com o cotovelo e tentando
pensar em qualquer coisa para fazer minha ereção morrer.

— Desculpe. — Ela bufa.

— Certo. — eu resmungo.

— Sério, sinto muito. — diz ela enquanto tenta mover


meu braço, mas eu a seguro. Eu descubro que é um erro
quando ela se move novamente, desta vez para escarranchar
meus quadris, a posição colocando sua boceta quente pra
caralho bem sobre meu pau duro. — Mia. — Eu movo meu
braço e seguro seus quadris.

— Que bom, chamei sua atenção. — Ela inclina a cabeça


para o lado. — Então, quando você se convenceu de que
precisava me proteger de seu pênis?

— Perdão?

— É isso que você está fazendo, não é? Estou


aprendendo que me proteger é uma coisa sua, então acho que
em algum momento na noite passada você convenceu que
você precisa me proteger de seu pênis.

Meus lábios se contraem e eu balanço minha cabeça. —


Estou te dando um tempo.

— Isso é fofo, Talon. — Ela se inclina para frente,


descansando uma mão contra meu peito, o que faz meu pau
latejar em resposta. Sua outra mão se move para o meu
queixo, seu dedo médio e indicador deslizam pelo centro da
minha boca, pegando meu lábio inferior. — Então, eu posso
dizer o que eu quero? — Ela rola os quadris para frente. — Ou
você toma todas as decisões por mim?

— Mia. — Minha voz está rouca de desejo e frustração.


— Estou apenas fazendo uma pergunta. — Sua língua
desliza para umedecer os lábios enquanto sua respiração
para. — Se eu pudesse escolher, diria que quero você. — ela
desliza para frente mais uma vez, eu nem mesmo tento
impedi-la. — Mas se não é isso que você quer... — ela se move
como se fosse sair de cima de mim, mas antes que ela possa,
eu a viro de costas e me coloco entre suas coxas.

Ficando de joelhos, tiro minha camisa. — Você tem


certeza? — Eu pergunto enquanto ela olha para o meu peito e
abdômen. — Mia. — Ela não responde, então eu repito. —
Mia!

Balançando a cabeça, ela pisca para mim.— Você não


pode fazer essa pergunta a uma mulher depois de tirar a
camisa. Você precisa perguntar isso antes. — Minha risada
termina em um gemido quando ela levanta as mãos no meu
peito e as alisa sobre o meu abdômen até o cós da minha calça
de dormir, puxando-as para baixo. — Se você precisa do meu
acordo verbal, minha resposta é sim, tenho certeza.

Tendo a confirmação de que preciso, envolvo minha mão


em torno de sua nuca e a puxo para que possa tomar sua boca.
Eu deslizo minha mão livre por sua coxa, debaixo da minha
camisa que ela está vestindo, descubro que, em algum
momento, ela perdeu a calcinha.
— Surpresa. — ela sussurra, então suas costas se
arqueiam e sua boca se abre em um grito silencioso quando
eu deslizo meus dedos entre suas pernas, encontrando-a
macia, molhada e quente. — Oh Deus, Talon. — Suas unhas
cravam em meu ombro enquanto eu circulo seu clitóris.

— Tire a camisa, Mia. — eu exijo asperamente, ela tira a


camisa rapidamente. No momento em que seus seios estão
expostos, eu lambo meus lábios. Seus seios são perfeitos, nem
muito grandes, nem muito pequenos, com mamilos rosa-
escuros que se contraem contra o frio do quarto. Inclinando
minha cabeça, eu chupo um e depois o outro, ouvindo seu
gemido, então mergulho dois dedos dentro dela. Encontrando
aquele pedaço áspero de carne que faz sua boceta apertar, eu
enrolo meus dedos contra ela e agarro um seio, chupando
forte.

— Eu vou gozar. — Suas unhas cavam em meu couro


cabeludo, eu solto um suspiro, dividido entre querer transar
com ela e querer comê-la em seu próximo orgasmo. Meu pau
lateja enquanto ela embebe minha mão, estar dentro dela
vence. Uma vez que seu corpo relaxa, eu a beijo enquanto
removo minha mão de entre suas pernas, em seguida, rolo-
nos novamente para que ela esteja montada em minha
cintura, chutando minhas calças pelo resto do caminho. —
Preservativo. — ela choraminga, envolvendo a mão em volta
do meu pau e bombeando duas vezes.

Eu seguro seu quadril e oro enquanto pego minha calça


jeans no chão. Pego minha carteira e, quando encontro um
único preservativo, agradeço às minhas estrelas da sorte. Eu o
rasgo com meus dentes, ela o pega de mim e rapidamente
desliza pelo meu comprimento. — Calma, baby. — Eu cubro
sua mão com a minha quando ela tenta se posicionar sobre a
cabeça. Seu olhar aquecido vem até mim e ela lambe os lábios.
Porra, eu nunca vi nada mais lindo do que Mia quando ela está
excitada. Mas quando suas bochechas escurecem, eu sei que
ela está pensando demais, então eu a viro de costas e lambo
sua boca enquanto trabalho meus dedos entre suas pernas,
levando-a ao limite mais uma vez.

— Oh Deus. — Ela começa a se contorcer, procurando


por mais, eu me posiciono em sua entrada assim que ela
levanta os quadris.

No momento em que seu calor apertado envolve a


cabeça do meu pau, nós dois gememos, então lentamente eu
afundo nela até chegar ao fundo. Eu me inclino para trás,
afastando o cabelo de seu rosto e, quando nossos olhos se
encontram, meu peito se contrai com a quantidade de
confiança que vejo em seu olhar. — Cristo, Mia.
— Talon, — ela ofega, girando seus quadris e levantando
suas pernas mais alto na minha cintura enquanto seu pescoço
e costas se arqueiam. — Estou toda preenchida.

Eu belisco seu queixo, seu pescoço, em seguida, lambo


para baixo entre seus seios antes de capturar um mamilo
entre meus lábios e puxar para fora apenas para deslizar de
volta para dentro. — Jesus, baby. — Eu seguro seu seio, em
seguida, deslizo minha mão para cobrir sua garganta. — Olhe
para mim, Mia. — ordeno, ela abaixa o queixo. No momento
em que seus olhos atingem os meus, eu puxo e bato de volta,
mais e mais. Quando seus olhos que já estão escuros ficam
mais escuros e sua respiração acelera, eu movo minha mão
entre nós para circular seu clitóris. Suas paredes começam a
se contrair em torno de mim, com mais duas estocadas fortes,
eu me planto dentro dela e inclino minha boca sobre a dela,
bebendo seus gritos enquanto nós dois cavalgamos nossos
orgasmos.

Com meu coração batendo forte e minha respiração


difícil, eu arrasto minha boca da dela e descanso minha testa
úmida contra seu peito por um momento antes de rolar em
minhas costas, nunca perdendo nossa conexão. Conforme
nossa respiração se equilibra, eu corro meus dedos pelo
cabelo dela, em seguida, pergunto baixinho. — Você está
pirando? — Eu sinto seu corpo parado por um momento e
prendo minha respiração.

Ela levanta a cabeça e descansa o queixo no meu peito,


eu estudo seu sorriso.

— Não estou surtando, então você não precisa me


convencer a não fugir.

— Progresso.

— Progresso. — Ela leva os dedos à minha boca e eu os


beijo quando eles pousam nos meus lábios. — Eu realmente
gosto dos seus lábios.

— Sim? — Eu aliso meus dedos sobre a maçã de sua


bochecha.

— Sim e isso. — Ela toca a covinha no meu queixo.

— Bom saber.

— E suas tatuagens. — Ela leva a mão ao meu peito e


depois ao braço. — Eu quero fazer outra tatuagem algum dia.

— Outra? — Eu levanto uma sobrancelha.

— Eu tenho uma pequena. — Ela sorri.


— Eu obviamente não fui muito meticuloso se perdi uma
tatuagem.

Ela ri e depois sorri enquanto murmura. — Obviamente,


então acho que teremos que fazer isso de novo.

— Droga, é uma merda ser eu. — Eu a arrasto no meu


peito e perco nossa conexão, o que é uma merda. O que não é
ruim é ver a expressão em seu rosto com a perda. — Então,
onde está essa tatuagem?

— Isso é para você descobrir.

— Desafio aceito. — Sento-me com ela ainda no meu


colo, ela envolve os braços em volta do meu pescoço. — Acho
que terei mais sorte em encontrá-la no chuveiro. — Eu me
levanto e ela ri enquanto a carrego para o banheiro. Demoro
um pouco para encontrar sua tatuagem escondida, mas,
eventualmente, encontro o pequeno símbolo do infinito na
parte interna do bíceps de seu braço direito, em seguida,
recompenso-me comendo-a até que ela grite meu nome.

_______________

COM MIA EM nada além da minha camiseta e sua bunda


no balcão da minha cozinha, eu deslizo minhas mãos pelo
topo de suas coxas, ela abre as pernas. Eu gemo contra sua
língua, em seguida, me afasto e vejo seus cílios se abrirem, sua
língua sai para tocar seu lábio inferior. — As panquecas vão
queimar. — eu murmuro.

Rindo, ela pressiona meus ombros e me empurra. — Eu


estava cuidando da minha própria vida quando você veio aqui
para me atacar.

— Você é muito tentadora. — Eu viro a última panqueca,


em seguida, olho para ela por cima do ombro enquanto ela
brinca com a barra da minha camiseta, meu pau se contorce.
É um saco nela, mas ainda assim suas pernas estão
aparecendo junto com seus mamilos através do material fino.
— A que horas você precisa estar em casa hoje?

Rindo de novo, ela balança a cabeça. — Eu não tenho


toque de recolher. Avise-me quando estiver cansado de mim
e irei para casa.

— Sua irmã trabalha hoje à noite?

— Não, ela tem o dia de folga e Mike está com as


meninas até esta noite, então tenho certeza de que ela está
colocando em dia os trabalhos escolares hoje.
— Quer ver a casa que Bax e eu estamos construindo e
jantar comigo? — Eu pergunto enquanto retiro dois pratos do
armário e tiro as panquecas da grelha.

— Eu gostaria disso, — diz ela, pulando do balcão,


pegando seu café e o meu, levando os dois para a mesa. Eu só
preciso passar em casa e me trocar.

— Que tal deixarmos o seu carro aqui, vou levá-la até a


casa da sua irmã e podemos sair de lá? — Eu coloco nossos
pratos na mesa e ela sorri para mim de onde está sentada.

— Isso funciona. — Eu toco minha boca na dela em


aprovação, em seguida, vou até a geladeira para pegar a
manteiga. Sento-me na cadeira ao lado da dela, ela pega a
garrafa de calda, ensopando as panquecas.

Quando pego a calda dela, a campainha toca. — Merda.

— Você está esperando alguém? Ela pergunta,


parecendo um pouco nervosa.

— Não. — Eu me afasto da mesa e ela olha para a porta


quando a campainha toca novamente. — Coma, eu já volto. —
Depois que recebo seu aceno de cabeça, vou para a frente da
casa e, no momento em que a porta da frente fica à vista, vejo
Bax parado do outro lado do vidro. Porra. Abro a porta e
levanto uma sobrancelha. — E aí?
— Estou tentando ligar para você há uma hora.

— Mia está aqui.

— Achei que era o carro dela quando parei. — Ele passa


a mão pelo cabelo, eu noto que ele parece assustado ou
chateado, talvez os dois.

— O que está acontecendo? — Eu saio e fecho a porta.

— A casa. — Ele faz uma pausa, esfregando as mãos no


rosto. — Porra, cara, a casa está completamente destruída.

— O que você quer dizer com a casa está destruída?

— Decidi ir até lá para ter certeza de que os caras do tio


Asher tinham argamassa e azulejos suficientes para terminar
o resto dos banheiros esta semana. Quando cheguei lá, a
porta estava aberta, o que às vezes acontece com a fechadura,
mas quando entrei... — Ele balança a cabeça. — Eu chamei a
polícia. Eles ainda estão lá junto com todos os outros. — Meu
estômago afunda e minhas mãos se fecham em punhos
enquanto ele continua. — Alguém deu uma porra de uma
marreta em tudo dentro da casa, as bancadas, armários,
janelas, pias. Qualquer coisa que eles pudessem destruir, eles
o fizeram.

— Quem?
— Você acha que se eu soubesse quem fez essa merda,
eu estaria aqui com você? — ele rosna.

— Maldição, estamos tão fodidos, — eu rosno, em


seguida, viro e abro a porta e saio pelo corredor.

— Está tudo bem? — Com aquela pergunta suavemente


falada por Mia, parte da raiva que estou sentindo se dissipa.
Eu vou para onde ela ainda está sentada à mesa, só que agora
ela está vestindo seu short e uma das minhas camisetas com o
cabelo ainda ligeiramente úmido do nosso banho anterior.

— Eu sinto muito, querida. Eu tenho que ir com Bax. —


Eu fico de cócoras na frente dela e pego suas mãos, esperando
que o contato me acalme o suficiente para pensar com clareza.

— Ok, — ela concorda, olhando nervosamente por cima


do meu ombro. — Umm... não nos conhecemos oficialmente,
mas é um prazer conhecê-lo.

— Você também, querida, — murmura Bax, eu aperto


suas mãos para chamar sua atenção.

— Eu ainda quero jantar com você esta noite.

— Certo. — Ela lambe os lábios e pergunta baixinho. —


Está tudo realmente bem?
— Alguém invadiu a casa que estamos construindo e
causou alguns danos. Os policiais estão lá agora, junto com
meus tios.

— O que? — Suas mãos convulsionam nas minhas. —


Quem?

— Eu não sei. — Eu me inclino para frente e toco minha


boca na dela, em seguida, mergulho meu queixo em direção ao
seu prato. — Coma e fique o tempo que você quiser. Vou
deixar uma chave na mesa ao lado da porta para você trancar,
mando uma mensagem quando sei que voltarei aqui. — Ela
acena com a cabeça e eu solto suas mãos e me levanto, em
seguida, volto para o meu quarto para vestir algumas roupas.
Quando eu volto, encontro Bax sentado onde eu estava antes,
fazendo Mia rir enquanto ele come minhas panquecas. — Pare
de flertar com a minha garota e comer a porra do meu café da
manhã. — eu estreito meus olhos para meu irmão, ele sorri
em resposta, o que faz Mia rir. — Não o incentive.

— Você não sabe que nunca deve deixar uma mulher


bonita ou comida em uma mesa sem supervisão? — ele
pergunta antes de enfiar o último pedaço de panqueca em sua
boca.

— Você sabe que ainda posso chutar o seu traseiro,


certo?
— Pode tentar. — Ele encolhe os ombros enquanto se
levanta, em seguida, olha para Mia. — Você notou que ele é
um pouco possessivo?

— Um pouco. — Ela luta contra um sorriso e eu caminho


até ele, empurrando suas costas, o ouço rir enquanto puxo Mia
de sua cadeira. No momento em que ela está parada na minha
frente, eu seguro seu rosto.

— Vou vê-la hoje à noite.

— Me mande uma mensagem e me diga que está tudo


bem.

— Eu vou. — inclino minha cabeça e a beijo, minha


língua saboreando sua boca. Quando eu me afasto, eu toco
meus lábios em sua testa, em seguida, olho para meu irmão.

— Vamos.

Ele se move para sair antes de mim, então para e se vira


para olhar por cima do ombro e piscar. — Ate mais tarde, Mia.

— Apenas vá, seu idiota. — Eu o empurro para frente,


ouvindo Mia rir enquanto saímos de casa.

— Eu posso ver por que você gosta dela, — murmura


Bax enquanto ele sai da minha garagem.
— Sim.

— Então, é legítimo? — ele pergunta baixinho depois de


alguns minutos.

— O que é legítimo?

— Toda a merda da maldição?

Eu sorrio. — Eu não sei, cara. Tudo que sei é que no


momento em que a vi, soube que precisava falar com ela.
Então eu sabia que falar com ela não seria suficiente, que eu
queria mais. E eu não acho que esse sentimento irá embora
até que eu tenha tudo dela.

— Você não poderia ter esperado até que


terminássemos com esta casa para encontrá-la? — Ele
resmunga, entrando na estrada que nos levará para a casa. —
Quero dizer, foda-se, cara, olhe a história de azar que alguém
com nosso sobrenome têm quando se trata de se estabelecer.

— Você está tentando dizer que acha que eu ficando


com Mia é por isso que alguém destruiu nossa casa? — Eu
pergunto em descrença.

— Tudo o que estou dizendo é que é uma coincidência


muito grande, — ele murmura, eu começo a rir, mas o som
morre na minha garganta quando chegamos à casa onde as
viaturas da polícia e cerca de seis caminhões estão
estacionados.

Saio com Bax e cumprimento meus tios e primos


levantando o queixo, sem me preocupar em juntar-me a eles
com os oficiais com quem estão conversando. Eu subo os
degraus para a varanda da frente e entro. Toda a raiva que eu
estava sentindo antes volta dez vezes mais quando vejo o
dano que foi feito. Quando olho em volta, percebo que deve
ser mais de uma pessoa, ou isso ou alguém estava aqui há
muito tempo, o que parece improvável, porque eles não
gostariam de ficar muito tempo e correr o risco de serem
pegos.

Bax não mentiu, tudo o que podia ser destruído foi, até
mesmo alguns dos pisos de madeira.

— Tudo vai dar certo. — Eu me viro para meu tio Asher.


— O segurador já está a caminho junto com uma seguradora.
Colocaremos câmeras aqui, limparemos tudo e começaremos
de novo. A casa ainda está de pé. Isso é o que importa.

Ele tem razão. Eu sei que ele está certo, mas isso não
ajuda a fúria crescendo dentro de mim. — Eu quero saber
quem fez isso.
— Vamos tentar descobrir. — diz meu primo Cobi, se
juntando a nos. — Também vou perguntar aos caras se eles se
importam de fazer uma corrida aqui quando estiverem na
área, só para que as pessoas saibam que estamos de olho.

— Obrigado, cara.

— Você sabe que eu cuido de você. — Ele dá um tapinha


no ombro do tio Asher. — Eu vou sair. Hadley está em casa e
eu tenho o dia de folga.

— Vou acompanhá-lo, — murmura tio Asher, Cobi


levanta o queixo em minha direção antes que os dois
desapareçam.

Sozinho, esfrego as mãos no rosto e me lembro de que,


depois de lidar com essa besteira, vou para casa e vou passar
a noite com Mia, o que significa que meu dia vai terminar tão
bem quanto começou, em outras palavras, espetacularmente.
Capítulo Dez
Mia
Eu calço minha Toms10, pego um dos meus suéters finos
e grandes do meu armário e desço as escadas. Talon ligou há
uma hora para me avisar que ele estaria em casa por volta das
quatro e que eu poderia encontrá-lo lá a qualquer momento
depois disso. Eu deveria ir com calma e esperar pelo menos
4h30 para ir até lá, mas estou andando de um lado para o
outro há quarenta e cinco minutos e sei que não vou
conseguir aguentar tanto. Quando chego à cozinha, encontro
Cece sentada na ilha em seu laptop olhando imóveis, a mesma
coisa que ela estava fazendo quando cheguei em casa esta
tarde.

— Alguma sorte? — Eu pergunto, acenando com a


cabeça para a lista que ela abriu.

— Eu encontrei alguns lugares que podem ter potencial.


Só não tenho certeza se posso pagar uma com quatro quartos
agora, — diz ela enquanto me agacho para dar às minhas
meninas um pouco de amor quando elas circulam meus pés.

10
A TOMS, marca de alpargatas criada pelo americano Blake Mycoskie, que inicialmente ia se chamar
Tomorrow's Shoes (sapatos para o amanhã), trabalha sob o lema “One for One” (um por um): para cada
alpargata vendida, uma é distribuída a uma criança com necessidades
— Tenho certeza de que Lola e Kate ficarão bem
dividindo o quarto. Por que não procurar um de três quartos?

— E você? Ela pergunta, parecendo nervosa, eu paro o


que estou fazendo para realmente me concentrar nela.

— Mesmo que vocês acabem ficando nesta casa,


eventualmente vou querer minha própria casa. Eu te amo,
mas por favor, não se preocupe comigo enquanto você está
tomando essa decisão.

— Você tem certeza? Quero dizer, você veio aqui


porque...

— Porque eu amo você e minhas sobrinhas, — eu a


cortei. — Não me arrependo de me mudar para cá.

— Ok, — ela diz calmamente.

— Quando mamãe e Chaz chegarem, talvez eles possam


ficar de olho nas garotas um dia, você e eu podemos ir dar
uma olhada.

— Eu agradeceria, — ela concorda, parecendo aliviada,


eu me levanto. — Você está saindo agora?

— Sim, Talon disse que ele estaria em casa às quatro, —


eu digo a ela, ela olha para o relógio, em seguida, volta seu
olhar para o mim, levantando uma sobrancelha depois de ver
que ainda faltam trinta minutos antes que ele chegue em casa.
— Nem comece.

— Eu não disse nada. — Ela sorri e pergunta. — Você vai


passar a noite com ele novamente esta noite?

— Não, estarei em casa.

— Não sinta que precisa voltar para casa. Eu planejava


levar as meninas para a escola amanhã de manhã.

— Vou manter isso em mente. — Eu reviro meus olhos.


— O que você vai fazer até as meninas chegarem?

— Lavanderia, — eu posso pedir comida tailandesa para


o jantar. — Além disso, vou colocar os trabalhos escolares em
dia para não me sentir sobrecarregada esta semana.

— Diversão.

— Muita diversão. — Ela ri e eu sorrio, em seguida, olho


para o relógio para verificar a hora. — Uau, você realmente
está mal.

— Eu sei. — Eu nem tento mentir.

— Vá ver o seu cara. Se eu não te ver esta noite, te vejo


amanhã. — Ela se levanta e caminha comigo em direção à
porta, eu paro para dar um pouco mais de amor às minhas
filhas.

— Se você precisar de mim, meu celular estará ligado.

— Estaremos bem sem você. — Ela abre a porta, quando


eu saio para a varanda da frente, uma grande caminhonete
que parece um tanto familiar estaciona atrás da minivan de
Cece.

— Quem é aquele? — Eu pergunto e meus olhos se


arregalam quando vejo Winston sair segurando um grande
saco de papel. — Parece que você está guardando segredos de
novo. — eu assobio para Cece, ela encontra meu olhar,
balançando a cabeça e parecendo em pânico. Droga, ela não
sabia que ele estava vindo. Eu me viro para Winston e sorrio
para ele enquanto ele caminha pela calçada. — Ei, Winston.

— Mia. — Ele inclina o queixo na minha direção, em


seguida, se concentra na minha irmã. — Tenho ligado para
você.

— Eu sei. — Eu olho entre os dois e me pergunto o que


diabos aconteceu. Tem que ser alguma coisa, porque ele está
olhando para ela como se quisesse devorá-la e torcer seu
pescoço, ela parece que quer beijá-lo e chutar sua bunda.

— Precisamos conversar, — afirma.


— Não, não precisamos, — ela nega.

— Nós precisamos muito, — ele rosna.

— Certamente não temos nada para conversar.

— Você sabe que isso é mentira, Cece, — ele responde


com sua mandíbula tiquetaqueando.

— Umm... o que está acontecendo aqui?

Eu me movo entre eles, Winston volta sua atenção para


mim enquanto Cece diz. — Nada.

— Sua irmã teimosa pensa que sou casado, o que não


sou, porra.

— Você não é? — Eu franzo a testa, porque não apenas


Cece me disse que ele era, mas Talon também.

— Estou separado da minha ex há três anos.

— Separado, não divorciado, o que significa que você


ainda está muito casado! — Cece chora.

— Apenas pela lei. — ele responde, parecendo irritado e


aborrecido.
— Sim, Winston, aos olhos da lei, você ainda é casado, o
que significa que você é casado! — Cece joga as mãos no ar,
por pouco me acertando no rosto.

— Umm... eu vou sair.

— O que? — Cece chora, tentando estender a mão para


mim.

— É óbvio que vocês dois têm coisas para conversar. —


Desço as escadas correndo antes que ela possa me impedir. —
Ligue se precisar de mim.

— Te odeio! — ela grita.

— Você não odeia! — Eu chamo por cima do ombro.


Quando entro no meu carro, eu os vejo continuar a discutir e
só ligo o motor quando Cece finalmente abre a porta para
deixá-lo entrar.

Se ela estiver acordada esta noite quando eu chegar em


casa, vou perguntar a ela sobre isso, mas algo me diz que
Winston a está perseguindo. E mesmo que ela possa estar
interessada, o fato de que Mike traiu e Winston é
tecnicamente casado significa que ela não irá por aí.

Vinte minutos depois, eu paro na garagem de Talon e


estaciono, em seguida, pego meu celular para enviar uma
mensagem de texto, sem saber se ele está em casa. Antes que
eu possa terminar de digitar minha mensagem, minha porta é
aberta e Talon está se inclinando sobre mim, desenganchando
meu cinto para que ele possa me arrastar para fora do meu
carro. Eu não hesito em envolver meus braços em volta de
seu pescoço, quando ele cobre minha boca com a dele, eu toco
minha língua em seu lábio inferior e choramingo quando ele
assume o beijo, enfiando sua língua em minha boca.

Logicamente, eu sei que deveria estar preocupada com


minha necessidade por ele, mas isso não me impede de cair no
beijo com abandono ou envolver minhas pernas em volta de
sua cintura quando ele me levanta do chão. Quando
entramos, ele para no corredor, virando-se para pressionar
minhas costas contra a parede, eu agarro sua camisa até que
ele rapidamente a tira, deixando-a cair no chão quando sua
boca encontra a minha mais uma vez.

Eu me esfrego contra ele enquanto ele me carrega pela


casa, quando alcançamos a porta de seu quarto, ele arranca
sua boca da minha. — Porra, porra, porra.

— O que? — Eu lambo seu pescoço e mordo a parte


inferior de sua mandíbula.

— Preservativos.
— Preservativos? — Repito em transe, encontrando seu
olhar aquecido, tenho certeza que reflete o olhar em meus
próprios olhos.

— Eu não tenho nenhum preservativo. — Ele abaixa sua


testa para descansar contra a minha enquanto fecha os olhos.

— Oh, — eu sussurro, cavando meus dedos em seus


ombros e parecendo tão desapontada quanto parece.

— Eu me empolguei. — Ele dá um aperto na minha


bunda, em seguida, afrouxa seu aperto, eu desembrulho
minhas pernas de sua cintura.

— Eu acho... — Eu rio, percebendo que esta é a primeira


vez que falamos desde que ele me arrastou do meu carro. —
Acho que nós dois nos empolgamos. — Eu coloco minha testa
em seu peito e meus ombros tremem, então um bufo de
hilaridade que não consigo conter escapa.

— Baby. — Ele me dá um aperto.

— Desculpe. — Eu inclino minha cabeça para trás e


sorrio. — Não é engraçado. É só que nem consegui dizer oi.

Seus olhos se suavizam e seus lábios se contraem em um


sorriso enquanto ele passa os dedos pelo cabelo. — Me
desculpe por isso.
— Eu não tenho o que desculpar. — Eu descanso
minhas mãos contra seu peito, ele as cobre com as suas.

— Que tal sairmos para jantar?

— Jantar parece bom.

Ele dá um passo para trás, liberando o domínio que tem


sobre mim, eu deixo meus olhos caírem em seu peito e o V
profundo que desaparece no topo de sua calça jeans,
lambendo meus lábios.

— Vou pegar uma camisa. — Eu ouço o rir, mas eu nem


levanto a cabeça para ver. Em vez disso, aproveito esse tempo
para observar seus músculos das costas flexionar enquanto
ele entra em seu quarto.

Quando ele está fora de vista, eu respiro fundo e depois


caminho pelo corredor até a lavanderia. Eu passo por cima do
portão do bebê destinado a manter os gatinhos dentro e
coloco minha bunda no chão de ladrilhos, pegando um dos
dois gatinhos cinza que está acordado, os outros dois são
quase totalmente brancos. Soma pula o portão para se juntar
a mim e se esfrega no meu joelho, então eu lhe dou um pouco
de amor enquanto os outros três bebês, que devem sentir sua
mãe, começam a se mover.
Quando todos começam a chorar, ela se deita e eu sorrio
quando o gatinho em minhas mãos começa a se mexer. Eu o
coloco perto de Soma e vejo quando eles começam a se
alimentar, a mãe os puxando um de cada vez para limpá-los,
algo que eles não parecem gostar muito.

— Achei que você estaria aqui. — Eu olho para cima e


encontro Talon com seu ombro contra o batente da porta, me
observando com os braços cruzados sobre o peito coberto por
uma camiseta.

— Desculpe, não consegui evitar. — Eu me levanto,


limpando minha bunda, em seguida, pego sua mão para dar
um passo para trás sobre o portão. — Quando eles estiverem
um pouco mais velhos, devo trazer as meninas. Elas
adorariam brincar com eles, seria bom para os gatinhos ter
alguma experiência com crianças.

— Você também precisa trazer suas cachorras, para que


possamos garantir que Soma e elas se dêem bem antes de eu
falar com minha prima sobre mantê-lá. — diz ele enquanto
me guia pela casa.

Abro a boca para perguntar a ele por que importaria se


minhas garotas se dessem bem com ela, mas então meu
estômago dá uma cambalhota quando percebo que ele me
quer e meus cães aqui com frequência suficiente para que
minhas garotas influenciem em sua decisão. — Vaca sagrada.

— O que? Ele se vira para olhar para mim quando


chegamos à porta da frente.

— Umm... puta merda, estou com fome. — minto, seus


olhos aquecem antes de sua boca tocar a minha. Quando ele
se afasta, quero envolver meus braços em volta do seu
pescoço e ficar na ponta dos pés para mais, mas tenho a
sensação de que, se o fizer, nenhum de nós será capaz de se
afastar, então me mantenho no lugar.

— Vamos pegar algo para você comer.

— Sim. — Eu limpo minha garganta. — Isso


provavelmente seria inteligente.

— Seria definitivamente inteligente, — ele concorda,


baixando o olhar para a minha boca antes de balançar a
cabeça e abrir a porta para me deixar sair.

Quando chegamos à garagem, pego minha bolsa e celular


do meu carro, em seguida, entro em sua caminhonete. Assim
que estou afivelada, ele me beija, quente e profundamente,
antes de se afastar e bater minha porta. Eu o observo
enquanto ele ronda o capô e aperta minhas coxas para aliviar
a dor insatisfeita que se instalou entre minhas pernas.
— Como é que um cara que se parece com você não tem
preservativos? — Eu deixo escapar quando ele abre a porta
para entrar atrás do volante, ele para com a mão no volante,
os olhos nos meus. Prendo minha respiração, porque ele não
parece feliz com minha pergunta. Na verdade, ele parece
irritado com isso. — Desculpe, eu nem sei por que perguntei...
Quer dizer, eu sei por que, mas eu não deveria ter perguntado,
— eu divago, mudando meu assento.

Sem responder, ele entra, bate a porta, liga o motor e sai


do quintal. Quando ele puxa para a estrada principal, vejo sua
mandíbula se contrair antes que ele olhe para mim
rapidamente. — Desde que voltei ao Tennessee, tenho me
concentrado em meus negócios, não em transar. — Os nós dos
dedos ficam brancos enquanto ele segura o volante. — Mesmo
antes disso, eu nunca fui ligado a mulheres aleatórias. Nunca
foi meu estilo foder sem que houvesse algum tipo de conexão.

A náusea revira meu estômago e minhas mãos se fecham


em punhos. Eu realmente não queria saber disso. Isso me faz
sentir que o que temos não é realmente especial, é apenas
uma parte de quem ele é, o que não é surpreendente, dado o
que sei dele.

— O que temos é diferente, então não tente usar essa


informação para reconstruir suas paredes e me afastar. Você
fez a pergunta, Mia. Estou apenas lhe dando honestidade, —
ele rosna.

— Ok, — eu concordo calmamente.

— Inferno, se você soubesse metade do que eu estou


pensando quando se trata de você, você estaria pulando da
minha caminhonete.

— Você não sabe disso, — eu me defendo.

Ele olha para mim, levantando uma sobrancelha.


Demorou semanas para concordar em sair comigo. Você está
pronta para eu começar a falar sobre o futuro? — Eu mastigo
o interior da minha bochecha em vez de responder com não,
ele murmura:— Achei que não.

O silêncio se instala entre nós, minha mandíbula aperta


enquanto tento lutar contra as lágrimas que enchem meus
olhos. Eu gostaria de não estar tão confusa, mas a verdade é
que sempre encontrei um motivo para escapar de todos os
relacionamentos que tive. Encontrei algo de errado com cada
homem com quem namorei para tornar mais fácil para mim
andar para longe antes de eu entrar muito fundo. Antes que
eu acabe machucada. Eu também nunca senti o que estou
sentindo agora ou quis nada mais do que quero isso.
— A maioria dos homens que conheci traiu, mentiu e foi
embora sem sequer olhar para trás. — Minha garganta dói
enquanto eu engulo. — Meu pai me ensinou desde muito
jovem que eu era fácil de esquecer, então sempre saio antes
de ser abandonada, — admito enquanto ele para em uma vaga
de estacionamento em frente a um pequeno café no meio da
cidade. — Eu quero acreditar que isso é real, é apenas difícil
para mim.

— Você não vai descobrir que isso é real se tiver um pé


fora da porta, baby. — Ele pega minha mão.

— Você está certo. — Eu respiro instavelmente. — Você


tem sido tão doce e eu estou uma bagunça. Você não merece
meu drama.

— Venha aqui. — Ele destrava meu cinto de segurança,


em seguida, me levanta com facilidade sobre o console entre
nós e me coloca em seu colo.

— Viu? Mesmo agora, você está sendo legal, — eu choro,


ele ri. — Não é engraçado, Talon. Estou tentando avisá-lo que
sou louca.

— Eu gosto da sua loucura. — ele passa os dedos pelo


cabelo ao lado da minha cabeça e sua expressão se suaviza. —
Os homens que você conheceu são idiotas, querida. Eu nunca
vou facilitar para você ir embora ou permitir que você me
afaste sem lutar.

Meu queixo vacila e eu coloco minha testa em sua


clavícula para esconder as lágrimas que enchem meus olhos.
Eu deveria me sentir envergonhada por desabar na frente
dele, mas tudo que sinto é aliviado, como se um peso tivesse
sido tirado de meus ombros agora que ele conhece alguns dos
meus medos.

— Sinto muito, — sussurro, afastando-me dele quando


minhas lágrimas diminuem, sua expressão se suaviza quando
ele passa a ponta do dedo sob meus olhos para enxugar as
lágrimas que ainda estão molhadas em meu rosto.

— Você não precisa se desculpar. — Seus olhos


percorrem meu rosto, em seguida, seus dedos roçam meu
queixo. — Meu pai sempre me disse que tudo de bom na vida
é conquistado, não dado, Mia pretendo ganhar cada parte de
você, até mesmo sua confiança.

— Oh Deus, eu vou chorar de novo, — eu sussurro


enquanto minha garganta queima com uma nova onda de
lágrimas.

— Chega de chorar, você precisa comer alguma coisa.

— Pare de ser doce e me fazer querer chorar, — eu exijo.


— Tudo bem, eu vou parar.

— Mentiroso, — murmuro, ele sorri, em seguida, se


inclina para roçar sua boca contra a minha antes de perguntar
baixinho. — Estamos bem agora? — Eu aceno, seus olhos são
quentes. — Bom.

— Em uma escala de um a dez, quão bagunçada está


minha maquiagem?

— Você ainda está linda.

Eu reviro meus olhos e viro em seu colo, em seguida,


ajusto seu espelho. Quando vejo o rímel escorrendo pelo meu
rosto, suspiro.

— Suponho que você não tenha um lenço umedecido ou


algo que eu possa usar, tem? — Eu pergunto enquanto tento
esfregar o preto sob meus olhos e bochechas, mas ele não se
move.

— Não é realmente algo que eu carrego na minha


caminhonete.

Meu nariz torce com a ideia de enfrentar pessoas como


eu estou, me viro para olhar para ele. — Você se importa se
apenas passarmos pelo drive-thru em algum lugar e levarmos
a comida de volta para sua casa para comer?
— Isso funciona para mim.

— Obrigado. — Beijo seus lábios, em seguida, a covinha


em seu queixo antes de subir no console e voltar para o meu
assento. Assim que coloco o cinto, ele sai do estacionamento e
se dirige a uma lanchonete onde nos abastecemos de
hambúrgueres, batatas fritas e milkshakes. Então, a caminho
de sua casa, ele faz um desvio até a farmácia e, quando ele sai
cinco minutos depois carregando duas sacolas plásticas cheias
de preservativos, eu começo a rir.

_______________

COM OS MEUS OLHOS ficando pesados, digo a mim


mesma que devo me levantar, ir para casa e verificar Cece,
mas os dedos de Talon deslizando para cima e para baixo na
minha espinha estão tornando difícil fazer qualquer coisa,
exceto ficar aqui. Também não ajuda que minha barriga
esteja cheia, eu tive cinco orgasmos, o homem em que estou
deitada se sente mais confortável do que qualquer cama em
que já estive. — Acho que algo aconteceu entre Cece e
Winston.
— O que? — Ele pergunta, seus dedos parando na parte
inferior da minha espinha.

Erguendo minha cabeça, eu descanso meu queixo em seu


peito, ele inclina seu queixo para baixo para encontrar meu
olhar. — Quando eu estava saindo esta noite, Winston
apareceu em casa, eu pude perceber que algo aconteceu entre
eles, porque eles estavam discutindo sobre ele dizer que ele
não é casado, quando tecnicamente ele é, mesmo que ele
tenha sido separado de sua esposa por três anos.

— Faz três anos que não fico em casa, querida, posso


dizer que Winston foi convidado para alguns churrascos da
minha família desde que voltei, sua esposa sempre aparece,
deixando claro que ele é o homem dela.

— Mas talvez.

— Sem, mas, — ele me corta e me vira de costas, então


ele está pairando sobre mim. — Se ele está interessado em
sua irmã, ele precisa se divorciar de sua esposa e cortar os
laços com ela completamente antes de persegui-la. Sua irmã e
aquelas meninas não precisam dessa bagunça agora, se ele se
preocupa com ela, ele deveria saber disso.

Meu coração bate quando suas palavras envolvem meu


interior, eu o circulo com meus braços e me inclino, colocando
minha boca contra a dele. Quando eu caio de volta na cama,
eu pego seu queixo com minha mão e corro meus dedos em
sua nuca. — Eu só quero que minha irmã e minhas sobrinhas
sejam felizes.

— Um novo homem entrando em suas vidas não os fará


felizes, baby. Isso vai ser outro desafio que eles precisam
superar. E se aquele homem tem uma tonelada de bagagem,
as coisas só vão se tornar mais complicadas. — Seus olhos
travam nos meus enquanto seus dedos alisam o cabelo do
meu rosto. — Sinto muito, querida, mas não acho que seja
inteligente sua irmã se envolver com Winston agora.

Não quero admitir que ele esteja certo, mas sei que ele
está. Winston ainda é casado e isso só vai complicar as coisas
quando se trata de construir um relacionamento com Cece e
as meninas. Isso nem mesmo leva em consideração o que
Mike pode ser capaz de usar contra ela enquanto eles passam
pelo processo de divórcio. Se Mike descobrisse que ela está
tendo um caso com um homem casado, tudo o que ela
dissesse sobre a traição dele sairia pela janela. — Você está
certo, vou falar com a Cece e ver onde está a cabeça dela.

Ele me beija, então rola de costas e me ajusta até que eu


esteja descansando contra seu peito com minha orelha sobre
seu peito. Eu ouço a batida de seu coração e fecho meus olhos
enquanto o som me lembra que ele é real, que isso é real, ele
não é um sonho do qual eu vou acordar. Nunca soube que
homens como ele existiam, mas agora que sei, não sei se
algum dia serei capaz de seguir em frente. Ele me arruinou
para qualquer outra pessoa com sua honestidade, doçura e
afeto. E por mais assustada que esteja com essa constatação,
não mudaria nada. Eu pularia de cabeça, olhos fechados de
um penhasco, se ele me dissesse que eu estaria segura em
seus braços quando pousasse. Talvez seja esse o ponto,
confiar em alguém o suficiente para que você saiba que seu
coração em suas mãos estará seguro, que eles preferem se
machucar a machucar você. À medida que meus olhos ficam
pesados e meu corpo relaxa, espero estar certa.
Capítulo Onze
Mia
FICO NA porta aberta do meu carro, com o ar da manhã
esfriando minha pele e meus lábios ainda formigando com o
beijo de Talon, minhas mãos descansando em seu peito e seus
braços em volta da minha cintura. — Você sabe que, para eu ir
embora, você tem que me deixar ir.

— Eu sei. Estou tentando me convencer, — diz ele, me


fazendo rir enquanto minhas entranhas vibram de felicidade.
— Estarei em casa por volta das seis da noite se você quiser
vir jantar.

— Não tenho certeza se posso. Eu mexo com um dos três


pequenos botões na gola de sua blusa. — Minha mãe e Chaz
deveriam estar aqui esta tarde, eu não sei se Cece estará
trabalhando. — Eu levanto meu queixo e encontro seu olhar.
— Mas se eu puder fugir, eu venho.

Dando-me um aperto de aprovação, ele inclina a cabeça


e toca sua boca na minha antes de me soltar. Entro no carro e,
quando ele fecha a porta, ligo o motor e abro a janela.

— Envie-me uma mensagem quando chegar em casa.


— Eu irei — eu concordo, sorrindo contra sua boca
quando ele se inclina para me beijar mais uma vez. Quando ele
dá um passo para trás, eu saio do meu lugar e sigo para a
estrada, acenando para ele enquanto ele levanta o queixo. Eu
não sei como posso sentir falta dele, mas eu sinto.

Chego em casa dez para as sete, cedo o suficiente para


que as meninas provavelmente ainda estejam na cama, o que
tornará as coisas um pouco menos estranhas. Eu entro, Retro
e Mercury saltam para me cumprimentar, então eu me agacho
e beijo seus rostos moles. — Também senti sua falta. Da
próxima vez, vocês virão comigo. — Eu me levanto depois de
dar uma última esfregada nelas e paro quando vejo Cece
parada no final do corredor.

— Olha o que o gato arrastou para casa. — Ela me dá um


sorriso conhecedor antes de se virar para a cozinha, onde
cheira como se ela estivesse cozinhando bacon.

Depois de colocar minha bolsa no chão, eu a sigo e sento


em um dos banquinhos, aceitando a xícara de café que ela me
passa. — Eu deveria ter ligado para você ontem à noite para
dizer que eu ficaria fora, mas honestamente, eu desmaiei e...

— Sinto muito, — ela me interrompe, olhando para si


mesma. — Eu me tornei sua mãe de repente e você precisa me
informar as coisas? — Ela pergunta, eu rolo meus olhos. —
Mia, você é uma mulher adulta. Você não precisa me
informar, não é como se eu não soubesse onde você estava ou
com quem estava. — Ela se vira para o fogão, onde o bacon
está fervendo em uma frigideira. — Então, eu estou supondo,
já que você ficou com ele duas noites seguidas, as coisas estão
ficando sérias?

Pego minha xícara e tomo um gole de café, precisando de


um momento para pensar em como responder. A verdade é
que só tivemos realmente dois encontros, mas no pouco
tempo que o conheço, eu me abri mais do que com qualquer
outro homem com quem estive. — É estranho eu querer dizer
sim?

— Por que seria estranho? — Ela pergunta, olhando para


mim por cima do ombro. — Se é como você se sente, é como
você se sente.

— Eu não sei. — Eu encolho os ombros. — Eu não o


conheço há muito tempo.

— Quanto tempo você acha que precisa conhecer


alguém antes de conhecê-lo?

— Eu não sei. Um tempo. — Eu encolho os ombros


novamente.
— Mia, você pode pensar que conhece alguém e não tem
a menor ideia de quem é. Você acha que eu alguma vez, em
meus sonhos mais loucos, pensei que Mike iria trair ou
começar a namorar outra pessoa antes mesmo de assinarmos
os papéis do divórcio?

Eu franzir a testa. — O que você quer dizer?

— Sobre o que?

— Mike está namorando? Gosta mesmo de namorar?


Quer dizer, eu sabia que ele tinha aquela mulher no fim de
semana passado, mas não sabia que ele tinha namorada.

— Ele está apaixonado. — Ela revira os olhos enquanto


tira o bacon da frigideira, colocando-o sobre uma toalha de
papel. — Tammy voltou ontem para almoçar com as meninas.
Ruby está obcecada por ela, porque ela gosta dos mesmos
jogos que ela, Kate a acha bonita.

— E Lola? — Eu pergunto, vendo sua expressão se


encher de preocupação.

— Lola está tendo dificuldades com tudo isso, mas ela


também é minha garota, que torce para que todas as princesas
da Disney encontrem seu Príncipe Encantado. Ela vai ficar
bem.
— E você está bem sobre ele namorar e ter alguém perto
das garotas? — Eu pergunto, ela vem para ficar na minha
frente e se inclina no balcão.

— Eu não estou exatamente bem com ele tendo uma


mulher perto das minhas meninas, mas conversamos sobre
isso, ele me garantiu que elas não estão sozinhas com ela e
que se não fosse sério, ele não a teria perto delas. Não quero
tornar as coisas mais difíceis para as meninas ficando feio ou
mesquinho. Elas estão lidando com o suficiente. Elas não
precisam ver ou ouvir seu pai e eu brigarmos. Sinceramente,
estou apenas tentando me concentrar no meu futuro e
felicidade.

Eu a observo por um minuto, então pergunto baixinho.


— Winston vai fazer parte da felicidade futura?

— Não. — Sua resposta imediata e firme.

— Ontem parecia muito intenso.

Ela lambe os lábios e fecha os olhos. — Antes de saber


que ele era casado, Winston e eu ficamos juntos. Eu... eu nem
sei como isso aconteceu, mas aconteceu, foi incrível. Ele é
incrível. — Ela abre os olhos e me dá um sorriso triste. — Mas
ele não é para mim. Eu não posso... Não estarei com alguém
que é casado com outra pessoa, ele não vai se divorciar de sua
esposa tão cedo, então não importa o quanto eu goste dele ou
o quanto ele goste de mim. Isso nunca vai funcionar.

— Por que eles ainda estão casados se não estão juntos?

— É uma longa história, mas no final do dia, não importa,


porque ele é casado, mesmo que não estejam morando juntos
ou compartilhando uma cama. — Ela pisca enquanto as
lágrimas enchem seus olhos. — É uma merda, porque eu
realmente me importo com ele, mas não vou me envolver. Eu
nunca vou me apegar novamente.

Minha garganta fica apertada quando a dor que ela está


tentando tanto esconder penetra na minha pele. — Sinto
muito, Cece.

— Eu também. — Ela se afasta do balcão. Eu vou acordar


as meninas e prepará-las para a escola.

— Vou subir e ajudar.

— Deixa comigo. Termine o seu café e, se não se


importar, adicione um pouco de água à mistura para
panquecas.

— Certo. Eu sorrio.

— Obrigado. Ela beija o lado da minha cabeça e me viro


para vê-la desaparecer escada acima. Quando ela está fora de
vista, eu solto um suspiro profundo e me levanto para fazer
panquecas para minhas sobrinhas, esperando como o inferno
que, o que eu encontrei no Talon seja real, porque eu nunca
quero estar onde Cece está agora.

_______________

— VOVÓ! VOVÔ! — RUBY, Lola e Kate gritam enquanto


correm pela calçada em direção a mamãe e Chaz, que
chegaram quando Cece foi buscá-las na escola.

— Meus bebês! — Mamãe chora, caindo de joelhos e


abrindo bem os braços. — Oh, eu senti tanto a falta de vocês.
— Ela sufoca cada uma delas com beijos antes de permitir que
elas vão para Chaz, que está parado e esperando por sua
chance de abraçá-las.

— Você acha que elas vão notar se sumirmos por alguns


dias? — Cece pergunta, juntando-se a mim na varanda.

— Provavelmente não, — eu murmuro, envolvendo meu


braço em volta de sua cintura e descansando minha cabeça
em seu ombro. — Como você se sente sobre a Jamaica?
— Sol, areia, bebidas geladas... o que tem para não
gostar? Mas já que estou falida, você deve reservar os
ingressos, — ela murmura de volta, nós duas rimos.

— Do que vocês duas estão rindo? — Mamãe pergunta,


subindo os degraus com Chaz e as meninas seguindo de perto
em seus calcanhares.

— Nada, — nós duas dizemos ao mesmo tempo,


cortando nossas risadas.

Ela olha para nós duas com ceticismo e então suspira. —


Tudo bem então, vamos dar um lanche para as meninas e
descobrir o que devemos fazer para o jantar.

— Eu tenho trabalho esta noite, mãe, então você terá que


trabalhar com Mia nos planos para o jantar. — diz Cece
enquanto entramos em casa e nos dirigimos para a cozinha.

— Eu pensei que você fosse ver como conseguir a noite


de folga? — Mamãe faz beicinho.

— Eu tentei, mas algumas garotas estão com uma virose


que está circulando. Eu deveria ter o fim de semana inteiro de
folga, então talvez possamos fazer algo.
— Podemos ir para Gatlinburg11? — Kate pergunta,
cortando Cece com um sorriso esperançoso.

— Isso seria divertido. — Mamãe sorri. Vou procurar


uma cabana esta noite. Um fim de semana nas montanhas
parece uma ótima ideia.

Cece olha através de suas meninas antes de dizer


baixinho. — Vou ter que falar com seu pai sobre isso, já que os
sábados são dele. — Droga, eu nem pensei sobre isso e eu sei
que olhando para a expressão de Cece ela não pensou sobre
isso até aquele momento.

— Mas... — mamãe começa.

— Nós vamos encontrar algo para fazer, — Chaz insere,


usando um tom que eu não tinha ouvido antes enquanto seu
olhar se fixa no de mamãe.

— Certo. — Ela solta um suspiro. — Encontraremos algo


divertido para fazer. — ela caminha até as meninas. — Agora,
o que você acha que devemos comer no jantar? Estou
pensando em sorvete ou bolo.

— Bolo, — Lola e Kate dizem em uníssono.

11
Gatlinburg, uma cidade nas montanhas situada no leste do Tennessee. Muitas das principais atrações
oferecem vistas panorâmicas do parque, entre elas a torre de observação Space Needle, com 407 pés de
altura, e o Sky Lift, um teleférico de 2,1 milhas de extensão que viaja do centro da cidade até o famoso
parque de diversões e estação de esqui
— Sorvete. — Ruby ri.

— Você não está alimentando as meninas com bolo ou


sorvete no jantar, quando eu nunca comia isso quando tinha a
idade delas. — Eu reviro meus olhos. — Que tal pizza?

— Você não é engraçada. — Mamãe suspira


dramaticamente, fazendo as meninas rirem, a tensão na sala
desaparece como se nunca tivesse existido.

— Que pena. — Atravesso a cozinha, pego os cardápios


da gaveta perto da geladeira e os entrego para minha mãe
para que ela e as meninas possam olhar. Quando me viro, vejo
Chaz passar o braço em volta dos ombros de Cece e beijar o
lado de sua cabeça. Vendo a expressão no rosto da minha
irmã, lágrimas brotam dos meus olhos, mas eu luto enquanto
caminho até Chaz, que estende o braço em minha direção. Eu
caio em seu abraço e mergulho em sua força.

Não quero nem imaginar como teria sido minha infância


se ele e minha mãe não estivessem juntos. Ao contrário de
Cece, que eu sei que é capaz de ficar sozinha, nossa mãe
precisava de alguém e, felizmente, ele estava bem em se
apaixonar por uma mulher que tinha dois filhos com um
homem que estava ausente, ele não se importava de
preencher esse vazio. Não pegamos leve com ele, mas ele
nunca desistiu ou desistiu de nos provar que era diferente e
que não iria a lugar nenhum.

— Então, quando vou conhecer o cara que você está


namorando? — Chaz pergunta, interrompendo meus
pensamentos, eu olho para Cece em torno de seu peito largo,
estreitando meus olhos quando ela ri.

— Umm... — Eu olho entre ele e mamãe. — Nós apenas


começamos a namorar. Não tenho certeza se estou pronta
para começar a apresentá-lo à família ainda.

— Ele conheceu as meninas, jantou com elas e as levou


para tomar sorvete. — diz Cece, sorrindo para mim, então ela
acrescenta, olhando para mamãe e Chaz. — Ele é muito legal,
realmente legal.

— Eu quero conhecê-lo. O que ele está fazendo hoje à


noite? — Mamãe exige.

— Ele está trabalhando. — mesmo se não estivesse, eu


não iria simplesmente apresentar meus pais para ele. —
Preciso avisá-lo e prepará-lo para essa apresentação.

— Você trouxe Sheppard para jantar assim que começou


a namorar com ele, — mamãe diz, meu nariz torce, porque ela
está certa. Eu fiz. Mas eu também não me importava muito
com ele. Quer dizer, eu gostava dele, mas era apenas
superficial. Eu sabia que nunca seria nada mais do que já era.
Eu também o conhecia há anos, meus pais o conheceram
algumas vezes antes de começarmos a nos ver, então não
pensei que isso fosse grande coisa.

— É tão sério? — Chaz pergunta, uma vez que seu braço


ainda está em volta dos meus ombros, eu tenho que inclinar
minha cabeça para trás para encontrar seu olhar. — Droga, é
sério, — ele murmura enquanto seus olhos procuram os
meus.

Mastigando o interior da minha bochecha, decido ser


honesta. — Cece está certa. Ele é muito legal e gosto muito
dele. Eu quero que vocês o conheçam. Eu só quero ver onde
sua cabeça está quando se trata desse tipo de coisa.

— Vamos esperar até que você esteja pronta. — Chaz diz


baixinho, segurando meu olhar antes de tocar seus lábios na
minha testa.

— Eu odeio ter que sair, mas eu preciso me preparar


para o trabalho, — Cece murmura antes de olhar para as
meninas e se afastar de Chaz. — Façam sua lição de casa para
não ter que se preocupar com isso depois do jantar.

— Claro, mãe. — diz Lola, Kate suspira.


— Vovó, você vai me ajudar a estudar meu vocabulário
de palavras? — Ruby pergunta.

— Claro que eu vou. — Ela beija o topo de sua cabeça. —


Pegue suas coisas e vamos sentar na sala de estar.

— Eu vou descarregar o carro. — Chaz pega suas chaves


do balcão.

— Depois de acomodar as meninas e cuidar de suas


lancheiras, vou sair e ajudá-lo. — digo a ele.

— Tudo bem querida. — Ele diz antes de ir para a porta


da frente sem olhar para trás.

Enquanto ele entra e sai carregando bolsas, eu coloco


Lola e Kate com seus deveres de casa no balcão da cozinha,
enquanto mamãe e Ruby se sentam no sofá da sala. Entre
ajudar as meninas quando elas precisam, eu desembrulho as
lancheiras e limpo os recipientes para amanhã, então, quando
chega a hora, eu faço um pedido para o jantar. Cece desce e se
despede, assim que ela sai, mando uma mensagem de texto
para Talon para avisá-lo que não poderei vê-lo esta noite, mas
vou ligar para ele assim que as meninas dormirem. Ele manda
uma mensagem de volta antes mesmo de eu desligar meu
celular para que eu saiba que ele entende.
Horas depois, com as meninas na cama e meus pais no
andar de baixo assistindo a um filme, vou para a cama com
meu telefone e disco o número de Talon.

— Ei, — ele responde no primeiro toque, sua voz rouca


de sono.

— Desculpe, eu acordei você? — Eu pergunto,


desligando a lâmpada antes de me deitar.

— Não, eu tenho cochilado, mas minha cama não é tão


confortável sem você monopolizando-a.

Sorrindo, eu o informo. — Eu não monopolizo a cama.

— Você faz, — ele murmura, em seguida, pergunta. —


Seus pais chegaram bem?

— Sim, eles chegaram aqui um pouco antes de as


meninas chegarem em casa e não sabiam da visita, por isso
ficaram animadas em vê-los.

— Isso é bom.

— Sim, — eu concordo, em seguida, limpo minha


garganta. — Umm, mamãe e Chaz querem conhecê-lo. Mas...
— acrescento rapidamente. — Não se sinta obrigado. Está
tudo bem se você não estiver pronto para isso.
— Estou pronto quando você estiver, baby, — diz ele
facilmente. — Já que estamos falando sobre reuniões de
família, minha mãe está fazendo uma coisa para o meu pai no
sábado e quer que você venha. Eu disse a ela que teria que
falar com você antes de concordar.

— Oh. Você contou a seus pais sobre mim?

— Sim, isso e meus tios disseram às esposas que


conheceram você, então a mãe iria descobrir de qualquer
maneira. — Eu ouço o sorriso em sua voz. — Você está
pirando?

— Um pouco. — eu admito.

— Não precisa. Minha família é legal e minha mãe é a


melhor. Você vai amá-la. Mas, baby, está tudo bem se você
não estiver pronta para isso ainda.

— Você diz que está tudo bem, mas eu não sei se está. Se
sua mãe e seu pai sabem sobre mim, eles sabem que eu sei o
que aconteceu com seu pai, tenho certeza que pensarão um
pouco menos de mim se eu não aparecer.

— Eles não vão, — diz ele com firmeza, mas eu sei tenho
certeza de que vão.

— Que horas no sábado?


— Eu não tenho certeza. Normalmente, as pessoas
simplesmente aparecem quando podem. Não há realmente
um horário definido. Eu estava planejando ir para a casa
deles por volta das quatro.

— Eu trabalho até as três no sábado, então se você


concordar, talvez eu possa ir até sua casa para trocar de roupa
e depois ir com você. Depois, no domingo, se as meninas
estiverem com o pai, podemos almoçar com meus pais e tirar
tudo do caminho de uma só vez.

— Querida, não é tão ruim. — Ele ri.

— Não é ruim, é apenas rápido. — eu digo, ele fica


quieto. — Talon?

— Minha mãe e meu pai se conheceram e logo foram


morar juntos, questão de semanas depois de se conhecerem.
O mesmo aconteceu com meus tios e primos que são casados.
Pode parecer rápido, querida, mas se parece certo, quem
diabos se importa?

— Eu sei que você me pediu para não falar com você


sobre meus relacionamentos anteriores, mas eu vou de
qualquer maneira.

— Mia.
— Por favor, — eu sussurro, precisando que ele entenda,
mais uma vez ele fica quieto, mas eu ainda ouço sua
respiração constante através do telefone. — Eu namorei
muito. Alguns relacionamentos eram mais intensos do que
outros, mas nunca me senti como estou quando se trata de
você. Estou tentando, realmente tentando deixar as coisas
fluírem naturalmente, porque isso é bom. Mas isso não
significa que eu não esteja morrendo de medo. — respiro
fundo e expiro lentamente antes de continuar. — A confiança
não é fácil para mim, mas estou aprendendo que posso confiar
em você. Eu só preciso de tempo, para confiar em mim.

— Baby é seu pé está no acelerador. Você que esta no


controle. Contanto que estejamos avançando, estou bem com
qualquer velocidade que estamos indo.

— Obrigada, — eu digo baixinho.

— Merda, é uma merda que você não esteja aqui agora.

— Eu sei e se meus pais não estivessem lá embaixo, eu


fugiria para ver você. —Eu rio.

— Não me deixe duro quando você não está aqui para


me ajudar, — ele rosna, meu núcleo se aperta em resposta.

— Desculpe, eu só sinto sua falta. — eu admito


calmamente.
— Não tanto quanto eu sinto sua falta. Minha cama está
solitária sem você nela, provavelmente não vou dormir uma
merda esta noite, o que vai ser uma merda amanhã.

— Vou trabalhar amanhã, se você precisar de um test


drive... — digo, ele ri, o que me faz sorrir.

— Vejo você amanhã. Eu preciso entrar e assinar o Jipe.

— Então você está comprando?

— Baby, eu dei uma entrada quando você subiu sua linda


bunda no banco do passageiro pela primeira vez. Eu
simplesmente não tive a chance de voltar lá e assinar a
papelada.

— Malandro.

— Chame do que quiser, baby. Você ainda está na minha


cama.

— Tanto faz. — murmuro, a única resposta que tenho.

— De qualquer forma, vejo você no almoço amanhã.

Sabendo que logo vou conseguir minha dose dele, meu


corpo relaxa. — Isso soa bem para mim. Envie-me uma
mensagem para que eu possa ter certeza de que não estarei
com um cliente quando você chegar à concessionária.
— Eu avisarei você quando estiver saindo de casa. A
papelada não deve demorar muito, então vou parar para te
beijar antes disso.

— Ok, — eu concordo e bocejo.

— Vá dormir, baby. Vejo você amanhã.

— Vejo você amanhã, — eu concordo antes de sussurrar.


— Boa noite.

— Boa noite, baby. — ele sussurra de volta, eu desligo,


em seguida, coloco meu celular na mesa de cabeceira antes de
enrolar meus braços em volta do meu travesseiro. E mesmo
que eu esteja exausta, leva uma eternidade para adormecer
sem Talon enrolado em mim.
Capítulo Doze
Talon
— VOCÊ ESTÁ CERTO. ISTO estava delicioso. — Mia
suspira parecendo feliz enquanto se recosta na cadeira e
coloca a mão na barriga.

— Eu te disse.

— Sim, mas você tem que admitir que a ideia de um


sanduíche de rabanada recheado com presunto e queijo que
você mergulha em compotas de framboesa soa estranho.

— Um pouco. — Eu sorrio, pegando sua mão quando ela


estende a mão em minha direção por cima da mesa.

— A única coisa ruim sobre este almoço é que agora


estou cheia e duvido que consiga passar o resto do dia sem
tirar uma soneca.

— Você pode dormir no Jipe quando eu te levar de volta


ao trabalho. — Eu corro meu polegar sobre seu pulso. Você
não conseguiu dormir?

— Não. — ela revira os olhos. — Você me arruinou


depois de duas noites em sua cama. Agora parece que não
consigo dormir sem você. —Ela franze a testa quando eu
sorrio. — Isso te deixa feliz?

— Sim.

— Não estou nem mesmo surpresa com isso. — diz ela,


então olha por cima do meu ombro e acena enquanto fica de
pé com um sorriso no rosto. — Ei, Harry.

— Mia. — O homem que a convidou para sair antes de


ela concordar em sair comigo envolve um braço em volta de
sua cintura e beija sua bochecha. Minha mandíbula se aperta
quando me levanto para olhar para ele, ele sorri
estranhamente enquanto olha entre Mia e eu. — Achei que
você tivesse dito que não namorava clientes.

— Talon foi muito persistente. — Ela ri, olhando para


mim com um sorriso caloroso que ajuda a aliviar um pouco a
tensão que estou sentindo.

— Vou ter que manter isso em mente, — ele responde,


agarrando a mão dela. — Adoraria ficar e conversar, mas
tenho uma reunião com um cliente. — Ele beija os nós dos
dedos dela e, de alguma forma, consigo não dar um soco no
rosto dele. — Entrarei em contato em breve, — ele diz a ela,
em seguida, muda sua atenção para mim. — Prazer em ver
você de novo.
Eu levanto meu queixo, em seguida, o vejo caminhar
entre as mesas para se sentar em frente a Roscoe Brute, uma
das principais incorporadoras imobiliárias da área e uma das
maiores bolas de lama ao redor. Quando Bax e eu estávamos
comprando o terreno para a casa que estamos construindo,
ele tentou nos superar, mas a família que possuía a
propriedade estava vendendo apenas um pedaço de seu
terreno, eles não queriam que o lote que compramos fosse
super desenvolvido, então eles o rejeitaram. — Você está
pronto para ir? — Mia pergunta, descansando a palma da mão
no meu peito e me puxando dos meus pensamentos.

— Sim, baby, vamos. — Eu puxo algum dinheiro da


minha carteira e jogo sobre a mesa, em seguida, coloco minha
mão no meio de suas costas para levá-la para fora do
restaurante. Uma vez que ela colocou o cinto de segurança,
bato a porta, entro atrás do volante e saio da minha vaga, o
relacionamento de Roscoe e Harry me incomodando ao ponto
da irritação.

— Que tipo de trabalho Harry faz? — Eu pergunto


enquanto dirijo em direção à concessionária.

— Não sei ao certo, mas acho que algo no mercado


imobiliário. Por quê?

— Só curiosidade.
Ela se estica para colocar a mão na minha coxa. — Você
não gosta dele.

— Ele quer entrar em suas calças.

— Ele não está entrando nas minhas calças.

Eu olho e pego seu sorriso. — Eu o mataria se ele


tentasse, Mia. Eu mal pude me controlar quando ele colocou
as mãos em você, — eu admito, em seguida, olho para ela
quando paro no sinal vermelho. — Mas é mais o que o fato
dele querer você que me deixa nervoso.

— O que você quer dizer?

— Eu não sei. Não consigo definir o que é, mas algo nele


está errado.

— Vou manter minha guarda alta quando estiver perto


dele, — ela garante, apertando minha coxa e cubro sua mão
com a minha. Felizmente, ela não está fechando minha
preocupação e pensando que estou sendo um namorado
ciumento e possessivo.

— Obrigado, baby.

— Eu cuido de você, — ela diz enquanto entro na


concessionária e estaciono em uma das vagas vazias, em
seguida, viro em sua direção depois de colocar o motor em
ponto morto. Soltando o cinto de segurança, ela rasteja sobre
o console entre nós e pega meu rosto em suas mãos. — Mais
dois dias.

— Dois dias. — Eu sorrio, porque sexta-feira não pode


chegar logo. — Se eu não tivesse tanto trabalho para me
manter ocupado, não tenho certeza se isso funcionaria para
mim. — digo, afastando o cabelo do rosto.

— Eu sei. — Ela encosta a testa no meu queixo. — Mas


com meus pais aqui agora, posso conseguir sair com um
pouco mais de frequência.

— Ei. — Eu coloco meus dedos sob seu queixo para


levantar seu olhar para o meu. — Vamos fazer isso funcionar.
Eu sei que você precisa estar lá para sua irmã e suas
sobrinhas. Eu sabia disso quando começamos, estou bem com
isso. Encontraremos nosso tempo. — Eu encosto minha boca
contra a dela, em seguida, suspiro quando vejo a hora no
painel. — Você precisa começar a trabalhar, eu também.

— Eu não quero. — Ela faz beicinho e eu rio, envolvendo


meus braços em volta dela enquanto seus braços circundam
minhas costas e sua cabeça repousa contra meu peito sob meu
queixo. — Teremos o fim de semana inteiro.
— Exceto que eu tenho que trabalhar no sábado, — ela
geme.

— Certo, então teremos a maior parte do fim de semana.

Ela se inclina para trás e, no momento em que seus olhos


encontram os meus, vejo que ela está tão envolvida neste
relacionamento quanto eu. Que, embora ela possa ter medo
de se machucar, ela deixou suas barreiras caírem. Eu me
inclino para frente e cubro sua boca com a minha, esperando
pra caralho que ela sinta o quanto estou grato por ela estar
disposta a colocar seu coração em risco.

_______________

QUANDO MIA PUXA para a garagem, eu saio pela porta


da frente para encontrá-la. Mesmo vendo-a para almoçar
quase todos os dias e a quantidade de trabalho que tive para
me manter ocupado, a semana se arrastou. Quando chego ao
fim da passarela, me preparo enquanto ela corre em minha
direção e dou um passo para trás quando ela pula em meus
braços.
— Senti sua falta. — Suas mãos capturam meu rosto
enquanto sua boca pousa na minha, eu sorrio enquanto ela
enche meu rosto com beijos.

— Senti sua falta também. — Eu me viro para carregá-la


para a casa, em seguida, paro quando vejo Retro e Mercury
indo para a porta da frente. — Você trouxe as meninas.

— Está tudo bem? Achei que, já que ficaremos aqui a


noite toda, seria uma boa hora para descobrir como elas vão
ficar com o Soma.

— Você trouxe suas coleiras? — Eu pergunto, ela se


mexe para se abaixar, eu relutantemente a solto.

— As coisas delas ainda estão no carro. Fiquei animada


quando vi você. — Ela ri, voltando para a garagem. — Eu
realmente acho que elas vão ficar bem. Elas nunca parecem
prestar muita atenção a qualquer um dos animais quando
estamos caminhando.

— Tenho certeza que você está certa, mas em algum


momento entre a noite, a madrugada e hoje de manhã, os
gatinhos aprenderam a escalar o portão, então eles estão
explorando a casa.
— Oh. — Ela se vira para mim quando chega ao porta-
malas de seu carro, de repente parecendo insegura. — Talvez
eu deva levá-las para casa.

— Que tal vermos o que acontece? — Eu sugiro.

Depois de colocarmos as duas garotas na coleira,


abrimos a porta e as deixamos entrar em casa, Soma nos
cumprimenta, parecendo insegura sobre os novos convidados.
— Venha aqui, mamãe. — Mia a pega no colo quando ela pula
no suporte perto da porta e esfrega a cabeça.

Tanto Retro quanto Mercury, por sua vez, a ignoram


completamente depois que Mia se abaixa para permitir que
elas tenham a chance de cheirá-la, as duas mais interessadas
em explorar a casa.

— Eles já cresceram muito desde a última vez que estive


aqui. — Mia ri quando chegamos à cozinha e os gatinhos se
espalham em diferentes direções. Eu a vejo cair de joelhos,
ainda segurando Soma, que eu posso ouvir ronronando do
outro lado da sala enquanto ela se curva na tentativa de atrair
um dos gatinhos brancos de debaixo da beirada do sofá no
solário.
— Minha prima me ligou hoje para avisar que preciso
comprar comida mole para eles na próxima semana, já que
Soma só come a coisa seca.

— Isso significa que chegará a hora de encontrar uma


casa para eles em breve? — Ela pergunta, parecendo arrasada
enquanto abraça Soma contra o peito como se eu fosse
arrancá-la dela.

— Não em breve. Eles têm apenas um pouco mais de


três semanas e precisam ter pelo menos doze, antes que isso
aconteça. Você ainda tem tempo com eles.

Quando minha resposta não parece apagar o olhar de


seu rosto, eu sei que estou ferrado. — Por que tenho a
sensação de que serei dono de cinco gatos?

— Porque você é um grande molenga, — ela diz


enquanto Soma se contorce para fora de seu controle.

— Sim. — Eu suspiro, observando seu sorriso e sua


expressão suavizar antes de seus olhos se arregalarem de
pânico.

— Retro, não! — Ela grita, eu olho para os meus pés,


onde os dois cães estão sentados, encontro Retro lambendo
um dos gatinhos cinzentos, que é obviamente mais corajoso
do que os outros. Retro, aderindo ao comando, para o que está
fazendo antes de gemer e cair de barriga.

— Baby, relaxe. Se Retro ou Mercury estivessem um


pouco interessadas em machucar Soma ou os gatinhos, elas
teriam deixado isso claro quando entramos pela porta. Elas
são boas.

— Eu sei que você está certo, mas os gatinhos ainda são


tão pequenos. — Ela agarra o gatinho branco quando ele tenta
passar por ela e o segura como se estivesse segurando Soma.

— Eles também são rápidos e seus cães são preguiçosos.


Elas desistiriam depois de dois minutos tentando pegá-los. —
Eu me curvo para acariciar as duas filhotes antes de soltá-las
das coleiras. Como eu suspeitava que fariam, elas não usam a
liberdade para correr soltos. Em vez disso, eles se espalham
no chão, onde um único raio de sol brilha na sala. — Está com
fome?

— Sim. — Ela se levanta de onde estava ajoelhada e vem


comigo para a cozinha. — Quer pedir alguma coisa?

— Consegui fazer hambúrgueres e um saco de batatas


fritas que podemos jogar no forno.
— Hum. —Ela se inclina em uma demanda silenciosa por
um beijo, eu me curvo para dar o que ela quer. — O que você
precisa que eu faça?

— Nada. Tome uma bebida e relaxe.

— Deixa pra lá. — Ela revira os olhos. — Vou descobrir


enquanto você acende a grelha. — Ela solta o gatinho que
ainda segurava e vai até a pia lavar as mãos. Eu a deixo
sozinha e saio para ligar a grelha. Depois que entro para ligar
o forno, tempero o hambúrguer enquanto ela corta uma
cebola e um tomate. Trabalhamos em sincronia enquanto
conversamos sobre a semana e depois nos dirigimos para o
deck, levando as meninas conosco quando vamos.

— Deixe-me ver se entendi. — Eu me viro para


encontrar o olhar de Mia enquanto começo a tirar nossos
hambúrgueres da grelha. — Mike não deixaria sua irmã e os
pais dela levarem as meninas para um fim de semana, mas ele
ainda não vai vê-las até o final da noite de sábado?

— Sim, — ela concorda, revirando os olhos. — Cece é


mais legal do que eu, porque eu teria dito a ele para enfiar
isso. Não é como se ele as visse durante toda a semana,
quando poderia se quisesse.
— Ele não vê suas garotas durante a semana? — Levo
para a mesa os hambúrgueres que acabei de tirar da grelha.

— Não, ele trabalha de segunda a sexta-feira, então


sábado à tarde ele joga softball com seus amigos, então ele as
pega depois disso e as deixa em casa no domingo depois de
jantarem.

— Querida, você tem que saber que é uma merda, certo?


Eu entendo que ele precisa trabalhar para sustentar suas
meninas, mas também precisa passar mais de vinte e quatro
horas por semana com elas.

— Eu não estou discordando de você. — Ela enche seu


hambúrguer enquanto eu faço o mesmo com o meu. — É
assim que é, agora que ele está namorando alguém, eu duvido
que isso vai mudar. Só espero que não piore.

— Pior do que é?

Ela coloca a batata frita que está segurando e limpa os


dedos no guardanapo em seu colo antes de tomar um gole de
chá e limpar a garganta. — Meu pai fez a mesma coisa quando
ele e mamãe se divorciaram. Ele se casou com a mulher com
quem estava tendo um caso e depois parou de aparecer para
me ver e a Cece. Então, eventualmente, ele se esqueceu de nós.
Testemunhando sua dor, leva tudo de mim para não
pegar a mesa entre nós e jogá-la no convés.

— Felizmente... — Ela solta um suspiro, nós ganhamos


Chaz, que estava disposto a trabalhar e ganhar nossa
confiança. — Ela dá um sorriso triste. — Não sei o que minha
mãe ou minha irmã e eu teríamos feito sem a força dele
durante esse tempo.

— Você não tem nenhum contato com seu pai? — Eu


questiono, já sabendo a resposta.

— Nenhum, também não conheço meus irmãos.

— Ele teve mais filhos? — Minha mandíbula aperta. Eu


sei que isso acontece, mas crescer como eu cresci, ver o amor
entre meus pais e outros membros da minha família, divórcio
e famílias secundárias são um conceito estranho para mim.

— Dois rapazes. Ele sempre quis meninos, então tenho


certeza de que está feliz.

— Quem perde é ele, baby. Você tem que saber disso.


Ele está perdendo em conhecer você, sua irmã, suas netas.

— Eu não estou triste. — Ela estende a mão, segurando


minha mão. — Tive muito tempo para superar a raiva que
sentia quando se tratava dele, você está certo, quem perde é
ele e eu ganho. Quando ele foi embora, minha mãe se tornou
uma mãe melhor, quando ela ficou com Chaz, Cece e eu
tivemos um pai que queria ser pai. Pode ter levado algum
tempo para percebermos isso, mas eu sei agora, o considero.

— Você ama ele. — Não é uma pergunta. Sua devoção a


ele está estampada em seu rosto.

— Mais do que tudo. — Ela pega uma batata frita e


mergulha em um pouco de ketchup em seu prato antes de
encontrar meu olhar mais uma vez. Eu sei que você pode
discordar, mas estou orando para que minha irmã encontre
um Chaz para ela e as meninas.

— Eu entendo porque você quer isso para eles, baby. —


eu digo a ela em voz baixa, e eu entendo, dada a história dela e
a falta de envolvimento de Mike na vida dos filhos. Está
compreensível por que ela quer isso para sua irmã e suas
sobrinhas. Não é sobre ter um homem por perto; é sobre ter
alguém disposto a assumir ser o que cada um deles precisam.
— Sua irmã vai encontrar alguém, mas espero Mike tira a
cabeça da bunda e se torna o pai que suas meninas precisam,
certo agora.

— Eu também. — ela concorda, em seguida, balança a


cabeça. — Chega de falar sobre isso. Conta-me sobre a casa.
— Vou levá-la lá no domingo, antes de almoçarmos com
seus pais.— Eu sorrio quando o olhar cruza seu rosto que
afirma que ela ainda está claramente nervosa com a
apresentação. — Tivemos uma equipe completa a semana
toda, então agora as coisas continuarem como estava,
estaremos de volta onde estávamos antes da invasão em
algumas semanas e devemos estar no caminho certo para
terminar a construção no nosso prazo.

— Tenho certeza de que você e Bax estão aliviados com


isso.

— Estamos, mas até termos um comprador, acho que


não vamos relaxar. Mas estou grato que as coisas estejam
fluindo em uma direção que nos levará a colocar uma placa de
Vende-se no gramado da frente.

— Bem, mal posso esperar para ver. — Ela sorri,


mergulhando uma de suas batatas fritas em um pouco de
ketchup antes de jogá-la na boca, eu sigo o exemplo.

Assim que terminamos de comer, nos limpamos e, em


seguida, levamos as meninas para uma curta caminhada antes
de colocar um filme. Eu acordo na metade, tendo desmaiado
em algum momento, encontro Mia dormindo em meu peito.
Não querendo acordá-la e ficar confortável onde estou,
arrasto o cobertor do encosto do sofá, jogando-o sobre nós
antes de desligar a TV e voltar a dormir.

_______________

— EU NÃO POSSO ESTAR atrasada para o trabalho, —


Mia sussurra contra minha boca enquanto eu a levo de costas
do banheiro em direção à cama.

— Você não vai se atrasar. — asseguro-lhe, ajudando-a a


tirar a minha camisa que ela colocou esta manhã antes de
tomarmos o café da manhã.

— Isso tem que ser rápido.

— Vai ser rápido. — Eu começo a arrastar minha boca


por seu pescoço até seu seio, em seguida, sorrio quando ela se
vira para que ela possa me empurrar de volta para a cama e
subir para sentar em meus quadris. Quando seu calor úmido
esfrega contra a cabeça do meu pau, eu luto contra uma
maldição e envolvo minhas mãos em volta de sua cintura. —
Precisamos de um preservativo.

— Certo— ela concorda em transe enquanto eu alcanço


a gaveta onde joguei cerca de oito dúzias de preservativos na
semana passada. — Eu preciso... — Seus dentes beliscam meu
pescoço e depois meu ombro. — Marcar uma consulta sobre
controle de natalidade.

— Porra. — Meu pau lateja com a ideia de estar nela


sem nada entre nós, mas sabendo que isso não vai acontecer
agora, eu me concentro na tarefa em mãos e rasgo a camisinha
que estou segurando e de alguma forma consigo colocá-la. —
Jesus, baby — eu assobio, capturando seus seios em minhas
mãos enquanto ela desliza pelo meu comprimento e começa a
me montar, sua cabeça inclinada para frente, seus olhos nos
meus.

— Você esta tão molhada. Porra senti falta disso. — ela


murmura, cavalgando-me mais forte enquanto seus quadris
giram em círculos apertados.

Eu quero assumir. Eu quero transar com ela até ela


gritar. Mas vê-la como ela é, eu não faço isso. Eu nunca vi
nada mais bonito do que ela se esforçando para se libertar do
meu pau.

— Estou tão perto. — Seus quadris rolam, eu coloco


minhas mãos em seus quadris e os aperto em resposta,
incitando-a e segurando-a firme, construindo a liberação que
eu sei que virá. Eu observo fascinado quando sua cabeça cai
para trás em seus ombros, em seguida, gemo quando ela cai
para frente para cobrir minha boca com a dela. Eu assumo o
beijo, enfiando minha língua em sua boca, em seguida, rolo-a
de costas e afundo nela enquanto meu polegar encontra seu
clitóris, girando duas vezes. Eu serguro uma maldição quando
ela goza, suas paredes apertando, me enviando ao climax.
Com mais três estocadas, eu me fico profundamente dentro
dela enquanto seus braços e pernas me envolvem, me
segurando com força. Eu fecho meus olhos, em seguida, tiro a
última gota de força que tenho para rolar de costas, trazendo-
a comigo.

— Ligue para o trabalho e passe o dia comigo, — eu digo


quando meu batimento cardíaco começa a diminuir e minha
respiração começa a voltar ao normal.

— Eu queria poder. — Ela inclina a cabeça para trás para


encontrar meu olhar. — Se eu não tivesse uma reunião
agendada com Ken e Harry esta tarde, eu ficaria.

— Você tem uma reunião com Harry?

Ela beija meu peito enquanto coloco um pouco de cabelo


atrás da orelha. — Ele está comprando doze caminhões para
sua empresa e Ken me quer lá, porque vai ser sua maior venda
desde a abertura da concessionária.

— Isso é grande para você, baby.


— É, mas não é.

— O que você quer dizer?

— Não é como se eu tivesse que convencê-lo a comprar


os caminhões que está comprando. Ele sabe o que precisava e
queria. Acontece que fui eu quem fez o negócio. Estou muito
feliz que a comissão me permitirá ajudar Cece se ela decidir
manter a casa ou se ela precisar de algum dinheiro para
encontrar outro lugar para ela e as meninas.

— Sua irmã tem sorte de ter você.

— Temos sorte de ter uma à outra. — Ela apoia o queixo


no meu peito e suspira. — Vou levar minhas filhotes para
casa, preciso tomar banho e me preparar para o trabalho.

— Que tal você deixá-las comigo? — Eu sugiro,


descansando minha mão em sua bochecha enquanto aliso
meu polegar ao longo da borda de seu lábio inferior. —
Estarei aqui a maior parte do dia, elas podem ir comigo
quando eu resolver alguns problemas esta tarde.

— Tem certeza de que não se importa em cuidar delas?

— Eu não sugeriria se o fizesse, isso poderia animá-las


se passassem um tempo fora de casa na selva.
— Eu não teria muitas esperanças, porque é improvável
que isso aconteça. Mesmo com os gatinhos se unindo contra
elas na noite passada, elas não se preocuparam em exercer a
energia necessária para mostrar a eles quem manda. — Ela
sorri, eu sei que algo inteligente vai sair de sua boquinha
bonita. — Não que eu esteja surpresa, já que a boceta sempre
vence.

— É mesmo, — eu rosno, ouvindo sua risada enquanto a


rolo de costas, acomodando meus quadris entre suas pernas.
Eu pego seus seios em minhas mãos e abaixo minha cabeça,
levando um de seus mamilos em minha boca e chupando forte
antes de beliscar a ponta, fazendo-a gemer. Eu movo a mão
entre suas pernas e circulo seu clitóris antes de enfiar dois
dedos dentro dela. — O que você estava dizendo sobre
boceta?

— Eu não sei. — Ela envolve as pernas em volta dos


meus quadris enquanto meus dedos se movem lentamente
para dentro e para fora dela, sua cabeça arqueia para trás no
travesseiro. — Por favor, não pare.

— Goze para mim, — eu insisto, usando meu polegar


para circundar seu clitóris, em seguida, puxar seu seio em
minha boca e morder a ponta de seu mamilo levemente,
enviando-a sobre a borda. Ela goza, sua boceta ondulando em
torno dos meus dedos, ofegante enquanto agarra meu cabelo
e arrasta minha boca para a dela. Eu lambo em sua boca, em
seguida, gemo enquanto ela chupa minha língua.

— Agora eu realmente preciso de um banho. — ela


sussurra quando sua cabeça cai de volta no travesseiro e seus
cílios se abrem.

De alguma forma, consigo levar nós dois para o banheiro,


então antes que a água esquente, ela me arrasta para baixo do
jato e cai de joelhos. Com as palmas das mãos na parede do
chuveiro, eu me perco em sua garganta, gemendo . — Foda-se,
— enquanto gozo. Eu a puxo em meus braços e a beijo até que
ambos estejamos sem fôlego, em seguida, descanso minha
testa contra a dela. — Case comigo.

Rindo, ela descansa as palmas das mãos no meu peito,


sei que ela pensa que estou brincando, mas eu me casaria com
ela amanhã se ela dissesse sim.
Capítulo Treze
Mia
SENTADA NA sala de conferências da concessionária
com Ken ao meu lado e Harry e Judy na nossa frente, vejo Judy
colocar uma pilha de papéis que Harry acabou de assinar em
uma pasta comum. Depois de apenas vinte minutos, Harry é
oficialmente o proprietário de uma frota de caminhões para
seu negócio, eu fiz comissão suficiente para ajudar Cece e
encontrar um apartamento para mim quando chegar a hora.

Eu deveria estar nas nuvens, mas as palavras de Talon


sobre Harry têm me incomodado, não é porque eu acho que
ele está sendo ridiculamente ciumento. É porque nas poucas
vezes que Harry entrou na concessionária, ele perguntou
sobre Talon, mesmo que eu não tenha pensado muito nisso na
hora, agora parece estranho, como se ele pudesse estar
procurando informações e não apenas curioso.

— Por que não saímos para almoçar para comemorar?


— Harry sugere, inclinando-se para frente em sua cadeira,
seus olhos focados em mim. Ao contrário de Talon, que usa
um uniforme de botas jeans e camisetas com uma vibração
que afirma claramente que ele estaria pronto para tomar uma
cerveja e atirar na merda, eu nunca vi Harry em nada além de
ternos que o faziam parecer um advogado de alto nível em vez
de alguém que trabalha na construção. Como mulher, posso
admitir que ele é um homem bonito, mas o ar de arrogância
que o cerca sempre me desanima.

— EU...

— Eu adoraria, mas infelizmente não posso. — Ken me


interrompe antes que eu possa inventar uma desculpa do por
que não posso ir. — Mas eu insisto que você e Mia vão tomar
uma bebida por mim para comemorar. — Ele se vira para
mim parecendo em êxtase. — Na verdade, você deveria tirar o
resto do dia de folga. Acho que você merece.

Merda, merda, merda.

— O que você diz, Mia? — Harry sorri enquanto se


levanta, sabendo que eu realmente não posso sair dessa sem
possivelmente ofender meu chefe, eu me pergunto se posso
usar o tempo para descobrir um pouco mais sobre Harry.

— Parece ótimo. — minto, levantando-me quando Ken o


faz.

Ele parece surpreso com a minha concordância e então


sorri. — Você gosta de comida mexicana?
— Eu amo isso. Tenho vontade de experimentar aquele
lugar atrás da cafeteria em Main.

— Então é para lá que iremos. — diz ele enquanto se


move em direção à porta.

— Ótimo, encontro você lá em trinta minutos. — digo a


ele, não querendo que ele pense que estamos juntos. Não
espero para ter certeza de que isso funciona para ele antes de
me virar para Ken, que quero chutar e abraçar ao mesmo
tempo. — Vejo você na segunda.

— Vejo você segunda-feira. — Ele segura meu ombro


antes que eu possa ir embora. — Também devo dizer
parabéns. Mesmo antes do acordo de Harry, você alcançou o
primeiro lugar neste mês.

— Serio? — Meu queixo cai.

— Sim. — Ele ri, recuando e tocando meu queixo com os


nós dos dedos. — Vá aproveitar o almoço e o resto do fim de
semana.

— Obrigada. Ken. — Eu não me importo se é aceitável,


eu envolvo meus braços em torno dele em um abraço rápido
antes de recuar. — Você é o melhor.
Seu rosto se suaviza e ele balança a cabeça antes de
acenar com as mãos em direção à porta. — Vá em frente antes
que você me faça parecer um molenga.

— Você é um molenga. — Eu rio enquanto me dirijo para


minha mesa, em seguida, pego minha bolsa e saio para o
estacionamento, acenando para algumas pessoas enquanto
vou. Quando entro no meu carro, encontro meu celular e ligo
para Talon, ouvindo o toque e rezando para que ele atenda.

— Ei, querida.

— Eu preciso que você me encontre em um lugar, — eu


deixo escapar, empurrando as chaves na ignição e ligando o
motor.

— O que foi? — Eu ouço a carranca em sua voz e posso


imaginar suas sobrancelhas juntas, o que sempre faz a
covinha no queixo que eu tanto amo parecer mais
pronunciada.

— Lembra daquele lugar mexicano que eu disse que


queria ir algum dia? — Eu preciso que você me encontre lá
dentro da próxima hora.

— Baby...
— Você também deve trazer seu irmão. — eu o
interrompi, pensando na ponta dos pés. — Vou almoçar com
Harry. — Eu continuo rapidamente, querendo tranquilizá-lo.
— Não quero almoçar com ele, mas comecei a pensar que
talvez esta seja a oportunidade perfeita para você descobrir o
que há nele que te deixa no limite.

— Que porra é essa, Mia? — Ele rosna, a confusão em


sua voz substituída por raiva ou aborrecimento, mas eu não
posso dizer, já que não consigo ver seu rosto.

— Por favor, me encontre lá, — eu imploro. — E quando


você chegar lá, finja que não sabia que eu estaria lá com ele.

— Tenho certeza de que não será difícil, já que não


consigo acreditar que você vai almoçar com ele, baby.

— Então, você vai me encontrar?

— O que você acha? — Ele suspira.

Eu pressiono meus lábios para não sorrir. — Vejo você


em breve.

— Não sei o que vou fazer para puni-la por isso, mas
garanto que vou passar os próximos quarenta minutos
pensando em algo, — ele murmura. — Seja boa.
Revirando os olhos com seu tom cortante, eu desligo e
coloco meu cinto de segurança antes de sair da minha vaga de
estacionamento. Então, pensando que provavelmente é
inteligente matar algum tempo, dirijo até o posto de gasolina,
encho meu tanque e perambulo pelos corredores lá dentro,
saindo com um saco de Cheetos e algumas barras de chocolate
para mais tarde esta noite.

Chego ao restaurante cerca de quinze minutos depois do


que disse que faria, quando finalmente atravesso as portas,
noto que o lugar está lotado para o almoço. Vejo Harry
sentado em uma mesa no fundo da sala, de costas para a porta
e distraído pelo telefone que está segurando no ouvido. Ele
está obviamente esperando ansiosamente pela minha
chegada.

— Você está comendo sozinha? — Um homem idoso fofo


com sotaque espanhol pergunta, me fazendo pular.

— Não, desculpe. Aponto para a cabine em que Harry


está sentado. Estou com alguém.

— Aproveite seu almoço. — Ele sorri, eu sorrio de volta


antes de atravessar a sala.

Quando chego à mesa em que Harry está, deslizo para a


mesa em frente a ele, suspirando dramaticamente. —
Desculpe estou atrasada. Eu não sabia que meu tanque estava
vazio até que eu estava na metade do caminho, eu minto.
Então eu tive que dirigir cinco minutos fora do caminho até o
posto de gasolina. — Eu tiro minha bolsa do ombro e coloco
ao meu lado antes de descansar minhas mãos sobre a mesa. —
Então meu cartão de crédito não funcionava na máquina da
bomba, então tive que entrar para pagar.

— Você está aqui agora. — Ele me dá um sorriso


apaziguador, acariciando minha mão.

— Estou aqui agora, — concordo, pegando um dos dois


menus do meio da mesa e olhando rapidamente para o tipo de
bebida disponível, porque acho que não vou conseguir
sobreviver. Este almoço sem um pouco de coragem líquida.

— Vocês dois estão prontos para pedir? — Uma voz


suave e doce pergunta, eu olho para uma senhora muito
pequena e idosa com longos cabelos grisalhos e sei
instantaneamente que o homem que me cumprimentou
quando eu chego deve ser seu marido, se ele não é, ele deveria
ser.

— Acho que sim. — Eu olho para Harry e recebo seu


aceno. Aponto para a foto de uma marguerita que vem em um
balde de areia bonitinho e digo a ela que vou bebê-la junto
com um pedido de fajitas de camarão.
— Você tem bom gosto. — Ela sorri para mim e depois
olha para Harry, que desfia seu pedido, algo que nem consigo
pronunciar, com uma cerveja e uma dose de algum tipo de
uísque. Nós dois entregamos nossas identidades quando ela
pede para vê-los.

— Obrigado. — pego minha identificação e entrego-lhe


os menus, ela sorri antes de ir embora.

— Então. — Eu volto minha atenção para Harry


enquanto descanso meus cotovelos na mesa, algo que eu
normalmente nunca faria. — Qual é a sensação de ser o
orgulhoso novo proprietário de doze caminhões?

— Não é diferente de ser parte de um negócio


multimilionário. — Ele dá de ombros, afrouxando a gravata,
seu comentário sobre dinheiro me irritando.

— Hmm, — murmuro, então meus olhos se arregalam


quando um grande balde de gelo e o que cheira a um monte
de tequila são colocados na minha frente.

— Umm. — Eu olho para a nossa garçonete e pergunto


baixinho: Qual é o seu nome?

— Você pode me chamar de Tita.


— Isso é doce. — Meu peito aquece, porque sei que é
semelhante a "tia".

— Tita, esta é mesmo a bebida da foto?

— É. — Ela sorri.

— Bem, ok então, — eu murmuro, ela ri antes de nos


avisar que ela estará de volta em breve com a nossa comida.

— Então, onde está seu namorado hoje? — Harry


pergunta. — Você ainda está namorando com ele, não é?

— Talon, sim, ainda estamos nos vendo. Ele está


trabalhando hoje. — Eu aceno para ele, tomando um gole do
canudo enquanto rezo para que Talon chegue aqui logo. —
Então me fale sobre você, Harry.

— Não há muito o que contar. — Ele pega sua cerveja,


tomando um gole dela, então eu tomo outro gole do meu
canudo, o álcool queimando minha garganta. Cresci aqui na
cidade, fui para a faculdade e voltei quando tive a
oportunidade.

— O que você faz exatamente? — Eu pergunto,


inclinando-me e esperando parecer interessada.

— Eu possuo parte de uma empresa de desenvolvimento


de terras. Compramos terrenos para construir subdivisões.
— Isso é impressionante.

— Não sei se é impressionante, mas me saí bem.

— Você sempre quis fazer o que está fazendo? — Eu


tomo um longo gole do meu balde.

Ele parece pensar na minha pergunta por um minuto


antes de responder. — Sempre quis ter sucesso. Tive a sorte
de encontrar um trabalho que tornou isso possível.

— Isso é sorte, — eu concordo, em seguida, pulo quando


uma mão desce com força suficiente sobre a mesa para fazer
minha bebida tremer.

— Mia! — Bax explode, olhando entre Harry e eu, eu


olho por cima do ombro para Talon, lutando contra um
arrepio quando vejo a expressão em seu rosto. — Eu disse que
era ela. O que você está fazendo aqui? — Ele pergunta
enquanto se senta ao lado de Harry, forçando-o a entrar na
cabine.

— Viemos almoçar para comemorar a nova compra de


Harry. O que vocês estão fazendo aqui? — Eu me afasto,
abrindo espaço para Talon se sentar, em seguida, agarro sua
coxa quando ele descansa o braço em volta dos meus ombros.
— Achei que você estivesse trabalhando.
— Estávamos, mas todo mundo precisa de almoço,
certo? — Bax arrasta meu balde de tequila pela mesa em sua
direção e toma um gole do canudo. — Merda, querida, isso é
forte, — ele sibila, eu rio. Eu não posso evitar, há algo em Bax
que é cativante e adorável, mesmo que ele seja um pouco
rude.

Quando o braço de Talon em volta dos meus ombros


aperta, lembro que este não é apenas um almoço normal. —
Desculpe. — Eu limpo minha garganta. — Harry, você conhece
Talon, mas este é o irmão dele, Bax. Bax, este é o Harry.

— Prazer em conhecê-lo, cara, — murmura Bax antes de


tomar outro gole da minha bebida, algo que duvido que vá
afetá-lo como se estivesse me afetando agora, porque ele tem
cerca de quatro vezes o meu tamanho. Mesmo depois de
apenas alguns goles, me sinto quente. Então, novamente, eu
provavelmente só tomei duas ou até três doses de tequila sem
nem mesmo saber.

— Digo o mesmo, — disse Harry, sem parecer nem um


pouco feliz.

— Você parece familiar, cara. Nós nos conhecemos? —


Bax pergunta, Harry parece ficar tenso com a pergunta antes
de se recompor.
— Eu estava pensando a mesma coisa, — Talon
concorda.

— Acho que não. Então, novamente, esta cidade é


pequena. Provavelmente já nos cruzamos uma ou duas vezes
no supermercado.

— Você provavelmente está certo. — murmura Bax,


pegando o menu laminado do suporte no meio da mesa. —
Espero que vocês não se importem se nos juntarmos para
almoçar. Eu não quero estragar o seu encontro.

— Não é um encontro, apenas um almoço comemorativo.


— repito, não para fazer questão de Harry, mas porque,
embora eu tenha certeza de que Talon conversou com Bax
sobre o que está acontecendo, não quero que ele pense que eu
sairia com outro homem quando estou vendo o irmão dele.

— O que você pediu, baby? — Talon pergunta, eu olho


para ele enquanto ele inclina o queixo para baixo, um
movimento que aproxima nossas bocas.

— Eu tenho as fajitas.

— Vou compartilhar com você.

— Ok, — eu concordo, realmente desejando que ele me


beijasse para me dizer que estamos bem.
— Vou pegar os nachos, — afirma Bax, depois pergunta.
— Então, o que é que estamos comemorando?

— Mia me vendeu alguns caminhões.

— Oh sim? — Bax pergunta, olhando para mim.

— Sim.

— Quantos? — Ele pergunta.

— Doze.

— Bem merda, isso é motivo para celebração. Bom


trabalho.

— Obrigado. — Eu rio enquanto ele empurra o balde de


volta em minha direção, como uma idiota, tomo outro gole
enquanto ele concentra sua atenção em Harry, perguntando a
ele algo sobre que tipo de trabalho ele faz.

— Então, — eu digo baixinho, virando-me para Talon,


ele abaixa o queixo para encontrar meu olhar mais uma vez.
— Ken me disse hoje que fui a número um nas vendas este
mês, mesmo antes da compra de Harry.

— Isso é grande, baby. Estou orgulhoso de você.

Vendo a expressão em seus olhos, meu peito aquece. —


Obrigada. Eu me inclino para tocar minha boca na dele, ele me
encontra no meio do caminho, então ele torna ainda melhor
quando ele escova a língua contra meus lábio inferior.

— Quanto álcool há nessa bebida? — Ele acena para o


balde.

— Eu não sei. Uma garrafa inteira de tequila?

— É assim que tem o gosto. — , ele murmura, eu bufo,


em seguida, cubro minha boca e olho ao redor da mesa,
encontrando Bax com um sorriso malicioso no rosto e Harry
parecendo que preferia estar em qualquer lugar diferente
daqui.

— Desculpe, — diz Harry quando seu telefone toca,


puxando-o para fora do bolso, verificando a tela antes de
olhar para nós. — Eu tenho que atender isso. Você se importa
em me deixar sair? — Ele pergunta a Bax, que se levanta,
assim que sai da cabine, ele coloca o telefone no ouvido
enquanto se afasta.

— Esse cara é sempre tão pomposo? — Bax murmura


quando Harry está fora do alcance da voz.

— Eu não o conheço bem, mas estou começando a


pensar assim, — respondo enquanto aceno minha mão na
frente do meu rosto em uma tentativa de me refrescar. — Está
quente aqui?
— Não está quente. — Bax empurra um copo de água
gelada pela mesa em minha direção, Talon o pega, colocando o
canudo perto da minha boca. Você está apenas bêbada.

— Eu não estou bêbada.

— Baby, você está totalmente bêbada. Você conseguiu


até uma cor. — Bax aponta para meu rosto.

— O que você quer dizer? — Eu procuro em minha bolsa


até encontrar meu telefone, em seguida, ligo a câmera.
Quando vejo a vermelhidão na ponta do nariz que percorreu
minhas bochechas, eu gemo. — Eu não posso estar bêbada.
Vou conhecer seus pais hoje.

— Não ria de mim, — eu sibilo para ele, o que só parece


fazê-lo rir ainda mais, então eu volto minha atenção para
Talon. — Eu não posso estar bêbada e conhecer seus pais.

— Baby. — Seus olhos suavizam quando ele coloca uma


mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Está tudo bem.
Você estará sóbria quando formos vê-los.

— Oh Deus. — Eu me inclino para frente, descansando


minha cabeça em minhas mãos. — Por que sou tão fraca? Eu
realmente deveria ter seguido o conselho de Cece e
desenvolvido minha tolerância ao álcool, — eu choramingo,
ouvindo Bax rir novamente, em seguida, sentindo Talon tenso
ao meu lado.

— Desculpe, — Harry diz enquanto limpa a garganta e,


de alguma forma, consigo levantar a cabeça que parece que
pesa cinquenta libras das minhas mãos para olhar para ele. —
Eu tenho que sair. Surgiu uma coisa. Já cuidei da conta, então
aproveite seu almoço.

— Oh. — Tento pensar em outra coisa para dizer, mas


nada vem à mente, porque ainda estou tendo um colapso
mental sobre o fato de que devo encontrar a mãe e o pai de
Talon em apenas algumas horas, não sei se estarei sóbria até
lá.

— Tenha um bom almoço. — Ele olha entre nós antes de


puxar o telefone que toca do bolso e ir embora.

— Por favor, me diga que você aprendeu algo e que não


estou bêbada sem motivo, — imploro, olhando entre Bax e
Talon.

— Você quer dizer além do fato de que ele é um idiota?


— Bax pergunta.

— Sim, além disso, — eu gemo enquanto cubro meu


rosto com as mãos.
— Ele trabalha para o pai dele, — Talon diz,
descansando sua mão nas minhas costas. — E se eu estiver
certo, o pai dele é Roscoe Brute.

— O sobrenome dele é Charmers, — digo a eles, sabendo


das informações de sua identidade que eu vi e da papelada
que ele preencheu na papelada de hoje.

— Harry Charmers. — Bax ri, eu olho para ele, tendo a


sensação de que seu irmão lhe dá o mesmo olhar que eu, a
julgar por sua expressão desbotada.

— O que? — Ele olha entre Talon e eu. — Você tem que


admitir que essa merda é engraçada.

Ignorando Bax, eu me concentro em Talon. — Quem é


Roscoe?

— Ele é um dos maiores desenvolvedores da área.


Quando almoçamos outro dia, era com quem ele estava se
encontrando.

— Ser desenvolvedor é ruim? — Eu pergunto, sem


entender.

— Quando você usa dinheiro e táticas de medo para tirar


as pessoas de suas terras e de suas casas, é, — diz Bax, soando
repentinamente sombrio.
— Eu não sei como é em Montana, baby, — Talon chama
minha atenção tocando minha bochecha, — Mas aqui, a terra
está sendo consumida por grandes corporações e, quando isso
acontece, gerações de famílias perdem aquilo que as mantinha
e talvez centenas de outras pessoas alimentadas por anos.

— Não é escolha deles se querem vender ou não? — Eu


pergunto antes de engolir um pouco mais de água.

— É, mas não é. Quando a terra de um fazendeiro é


repentinamente cercada por conjuntos habitacionais, torna-se
difícil para eles não cederem quando alguém lhes oferece
milhares, senão milhões de dólares por suas terras, — explica
Talon.

— Ou quando são questionados se estão dispostos a


vender e dizer não, então são perseguidos até que não tenham
escolha a não ser ceder à pressão, — diz Bax com raiva.

— Isso acontece? — Eu pergunto, porque isso parece


algo que só acontece no cinema.

— Não com frequência, mas acontece ocasionalmente, —


Talon me diz gentilmente.

— Mesmo que ocorra apenas ocasionalmente, é uma


merda, — murmuro, ele se inclina para beijar minha testa.
Quando ele se afasta, ouço o chiar das fajitas e encontro
Tita parada ao lado da mesa com uma frigideira de ferro
fundido na mão que ela coloca na minha frente. Ela se vira e
ajuda um jovem a colocar o resto da nossa comida na mesa,
incluindo os nachos de Bax, que ele deve ter pedido em algum
momento quando eu estava preocupada.

— Isso cheira delicioso. — digo a ela, ela me dá um largo


sorriso.

— Você precisa de mais alguma coisa?

Olho para os dois homens e, quando eles balançam a


cabeça, volto-me para Tita. — Acho que estamos bem por
enquanto. Obrigada.

— Então, por favor, aproveite. — Ela faz uma meia


reverência enquanto se afasta com um sorriso no rosto. Eu
pego meu prato e me sirvo, esperando que ao colocar algo no
meu estômago ajude a diluir o álcool, cada mordida é tão
deliciosa que quase bato na mão de Talon quando ele alcança
meu prato, mas me contenho, porque eu disse a ele que
compartilharia.

Quando terminamos de comer, Talon puxa sua carteira e


deixa cair uma nota de vinte dólares na mesa antes de me
ajudar a sair da mesa.
— Deixe-me pegar suas chaves, baby, Talon diz quando
chegamos ao estacionamento, eu as entrego para ele, ele as
joga para Bax. Nos encontraremos em casa.

Levantando o queixo, Bax se dirige ao meu carro


enquanto Talon me leva até seu Jipe e abre a porta para eu
entrar.

— O Mercury e o Retro estão na sua casa? Eu pergunto


enquanto ele liga o motor.

— Lá na casa dos meus pais. Mamãe precisava de ajuda


para arrumar as mesas e cadeiras, então é onde Bax e eu
estávamos quando você ligou.

— Me desculpe por ter afastado você disso.

— Estávamos quase terminando, minhas irmãs


apareceram, então mamãe tem ajuda. Ele cobre minha mão
com a dele.

— Bem, obrigado por ter vindo me encontrar.

— Ainda não sei o que diabos você estava pensando,


concordando em almoçar com ele.

— Honestamente, também não sei o que estava


pensando. Ele me encurralou no local e Ken insistiu para que
eu viesse. Então pensei que talvez pudesse usar aquele tempo
com ele a meu favor e descobrir um pouco sobre ele. Não que
funcionou, — eu gemo, deixando cair minha cabeça para trás
no encosto.

— Que tal nós dois concordarmos que não haverá mais


expedições de pesca em Colombo.

— Acordada. Eu rio, em seguida, viro minha cabeça em


direção a ele para observar enquanto ele levanta minha mão
para beijar meus dedos. — Você quer que a gente vá até os
seus pais para ajudar e pegar meus filhotes?

— Eu estava pensando em deixar você em casa. Você


pode tirar uma soneca enquanto levo Bax para a casa dos
meus pais, já que a caminhonete dele ainda está lá. Vou ver se
a mamãe precisa de mais ajuda e pegar as meninas.

— Você vai ficar chateado comigo se eu concordar com


esse plano, mesmo que tenha sido você quem o sugeriu?

— Eu não sou seu pai ou qualquer um dos idiotas que


você namorou, Mia. Eu não digo merda, não quero dizer, eu
nunca fiz nenhum tipo de jogo mental fodido com você, — diz
ele calmamente, mas ainda assim a declaração rugiu na minha
cabeça e a culpa enche o fundo do meu estômago, porque ele
está certo. Ele nunca disse nada que não quisesse e, desde o
início, ele foi honesto e sempre tentou me proteger. O que eu
sei que ele está fazendo agora, permitindo-me tempo para
ficar sóbria, então não me sentirei mais estressada do que já
estarei quando encontrar sua família.

— Você está certo. Sinto muito. — eu digo através do


aperto na minha garganta, ele leva minha mão aos lábios,
beijando-a antes de apertá-la. Enquanto ele descansa nossas
mãos em sua coxa, eu sei que estamos bem. Também sei que
preciso descobrir como lidar com meus problemas pessoais.
Por mais assustador que seja, estou me apaixonada por ele,
não é justo continuar pintando-o com o mesmo pincel que
usei para definir todos os outros homens na minha vida que
me decepcionaram e me decepcionaram, quando ele não é
nada como nenhum deles.
Capítulo Quatorze
Talon
— SE VOCÊ ESTIVER BEM, vou pegar as meninas e ir
para casa tomar banho e depois voltar com Mia. — digo,
parando na porta da cozinha onde minha mãe e minhas irmãs
estão trabalhando para preparar a comida antes que todos
comecem aparecer.

— As filhotes estão bem. Apenas deixe-as. Dessa forma,


você não precisa carregá-las para todo lugar. — Mamãe para o
que está fazendo e limpa as mãos em um pano de prato
enquanto olha para Mercury e Retro, que estão esparramadas
no chão da sala de jantar. — As pessoas entraram e saíram o
dia todo e fizeram exatamente o que estão fazendo agora. Até
Willow as verificou duas vezes para ter certeza de que ainda
estavam vivas, porque é tão estranho. — Eu rio quando ela
vem me dar um abraço. — Vá para casa, tome um banho,
pegue a Mia e volte. Se elas de repente começarem a agir
como cachorros normais, vou chamá-los para que possam
voltar correndo aqui e testemunhar aquele milagre.

— Tudo bem, — eu desisto, inclinando-me para beijar


sua bochecha. Eu voltarei com Mia.
— É melhor ter cuidado. — Willow sorri para mim do
outro lado da cozinha, eu levanto uma sobrancelha. — Acho
que Bax tem uma queda pela sua garota.

— Sim, ele continua falando sobre o quão engraçada ela


é, — Nalia acrescenta enquanto Harmony ri.

— Bax só gosta de mulheres bonitas. — Eu sorrio


quando mamãe tenta me bater com o pano de prato que está
segurando.

— Ela deve ser legal. Você sabe que seu irmão não gosta
de muitas pessoas.

— Ela é. Vocês todos vão amá-la, — eu digo, o rosto da


mamãe suaviza. Eu sei que mesmo que ela não diga que está
nervosa com o encontro iminente, ela ainda está. Como Mia,
minha mãe não teve a infância mais fácil e, crescendo como
ela, sempre foi difícil para ela confiar nas pessoas. Ainda não
tenho dúvidas de que ela verá em Mia o que eu faço e desejará
colocá-la sob sua proteção e protegê-la.

— Vai. Veremos você quando você voltar aqui.

Eu levanto meu queixo, em seguida, vou para o quintal,


onde meu pai e Harlen estão aproveitando o sol, digo a eles
que voltarei. Quando chego em casa, encontro Mia dormindo
na minha cama cercada por Soma e seus gatinhos, mas em vez
de deixá-la descansar enquanto tomo banho, eu a arrasto para
o banheiro comigo e termino de deixá-la sóbria com um
orgasmo.

_______________

— Acho que é seguro dizer que sua garota se encaixa, —


papai diz do meu lado, descansando a mão pesada no meu
ombro, de alguma forma consigo tirar meus olhos de Mia, que
está cercada por minha mãe, irmãs, primas e tias, todas
reunidas em círculo e conversando entre si. — Ela é doce.

— Ela é, — concordo, pegando minha cerveja da mesa e


admitindo baixinho:— Estou apaixonado por ela.

— Ela sabe disso?

— Eu não disse a ela, não acho que ela acreditaria em


mim se eu contasse. Ela ainda não chegou. — Tem sido uma
luta para nos levar onde estamos agora.

— Mesmo que ela não acredite, você precisa dizer a ela,


então você precisa continuar dizendo a ela repetidamente até
que você perceba. — Ele dá um tapinha no meu ombro.
— Vocês dois estão falando sobre Mia? — Tio Asher se
senta ao lado de meu pai, colocando sua cerveja na mesa.

— Como você adivinhou? — Papai sorri e eu suspiro,


porque sei que meu pai e meus tios tendem a dar conselhos
que não são necessariamente desejados ou necessários,
também fofocam mais do que as mulheres de nossa família, o
que significa alguma coisa.

— A expressão no rosto do seu filho e o fato de que ele


não consegue tirar os olhos da garota.

— Você se lembra de como é no começo, — diz papai.

— Sim. —Tio Asher ri. — Boa sorte, garoto, só para você


saber, não existe nada mais fácil. Simplesmente muda com o
tempo.

— É verdade? — Papai concorda, levantando seu copo


de água para batê-lo na cerveja de seu irmão.

— Leve o tempo que precisar.

— Como vocês dois fizeram? — Eu olho entre eles,


ambos sorriem antes que as sobrancelhas do meu pai se
juntem.

— Algo aconteceu. — Eu sigo seu olhar através do pátio


até Mia, que está com o telefone no ouvido e os olhos
arregalados de preocupação. Eu me levanto e vou em direção
a ela enquanto ela e minha mãe se levantam.

— Estarei aí em breve, — ouço-a dizer quando a


encontro no meio do quintal.

— O que está acontecendo? — Eu pergunto, arrastando-


a em meus braços quando as lágrimas brotam de seus olhos.

— Cece e meus pais saíram para jantar e quando


chegaram em casa, entraram e encontraram a casa destruída.

— As meninas estão com o pai? — Eu questiono,


esfregando suas costas tentando manter a calma para ela,
sabendo que se eu perder a cabeça, isso só vai tornar as coisas
mais difíceis para ela.

— Sim, — ela sussurra.

— Bom, — murmuro, beijando o topo de sua cabeça


antes de olhar para minha mãe e minhas irmãs, que parecem
preocupadas. — Você se importa em colocá-la no Jipe
enquanto eu pego os cachorros?

— Estou bem. — Ela se vira em meus braços e a sinto


tensa quando vê que todos se reuniram para descobrir o que
está acontecendo. — É— Ela limpa a garganta. — Foi muito
bom conhecer todos vocês.
Eu ouço uma risadinha vindo de alguém e luto contra
meu próprio sorriso, porque apenas Mia gostaria de ter
certeza de que minha família não pensaria que ela é grosseira,
mesmo depois de receber o telefonema que ela acabou de
receber. — Vamos, querida. — minha mãe diz, pegando sua
mão.

— Estarei com você em um minuto. — garanto-lhe


quando ela se fecha em mim como se não quisesse me soltar.

— Ok, — ela balança a cabeça e solta minha mão.

Eu não espero para ver minha mãe e as meninas levá-la


pelo quintal até o portão lateral que leva à garagem onde meu
Jipe está estacionado. Em vez disso, vou em direção a casa.

— Você acha que a invasão da casa dela e nossa


propriedade estão conectadas? — Eu pergunto, olhando para
os homens que me seguiram para dentro quando paro na sala
de jantar, onde os cachorros estão dormindo debaixo da mesa.

— Eu não acho que você saberá a resposta a isso até


descobrirmos quem é o responsável pela invasão em sua
propriedade e se eles têm um suspeito pelo que aconteceu na
casa dela, — disse Jax depois de conversar com Cobi e fazer
algumas investigações por conta própria.
— Vou apenas dizer que duas invasões com apenas
algumas semanas de diferença são coincidência demais para
mim, — Bax interrompe, passando os dedos pelo cabelo antes
de apontar para mim. — Eu te disse.

— Aqui vamos nós, porra, — murmura Sage, cruzando os


braços sobre o peito. — Guarde suas teorias de conspiração
para você, cara. Eles não estão ajudando ninguém agora.

— Jesus, é como se todos vocês se esquecessem no


minuto em que o drama acabar com o que aconteceu com as
mulheres por quem vocês se apaixonaram. — Bax balança a
cabeça. — Tudo o que estou dizendo é que está conectado,
então ou alguém quer Mia ou você. Ele aponta para mim.
Então vocês dois precisam fazer um exame de consciência e
descobrir quem diabos você irritou.

Não tendo tempo para discutir com ele agora, eu me


curvo e chamo os dois cachorros até que levantem a cabeça,
então fico de pé e dou um tapinha na minha coxa. Leva um
minuto para elas saírem de debaixo da mesa e, quando fazem,
olho para meu pai, que pousa a mão no meu bíceps. — Ligue.
Deixe-nos saber o que está acontecendo ou se você precisa de
nós.

— Eu vou. — Eu dou um abraço nele, em seguida,


levanto meu queixo para todos os outros antes de sair da sala.
Quando entro no Jipe, minha mãe, que está parada na
porta do passageiro aberta, me lança um olhar preocupado. —
Eu te amo.

— Também te amo, mãe. Eu vou te ligar.

Ela acena com a cabeça, em seguida, estende a mão para


tocar a bochecha de Mia. — Ligue-me se precisar de alguma
coisa, querida.

— Obrigada, — diz Mia baixinho, depois acrescenta mais


uma vez, — Foi um prazer conhecer todos vocês. E minha
mãe, irmãs, primas e tias, todas dizem boa noite.

Mamãe bate a porta e eu saio da garagem, em seguida,


descanso minha mão na coxa de Mia.

— Sinto muito por termos que sair, — ela corta o


silêncio quando estamos no meio do caminho para a casa de
sua irmã, eu dou um aperto em sua perna. — Cece parecia tão
assustada que eu...

— A casa dela foi arrombada. Acho que qualquer um


pareceria assustado com esse tipo de coisa. Estou muito feliz
que as meninas estejam com Mike esta noite.

— Eu também, — ela concorda enquanto pousa a mão


sobre a minha antes de se virar para olhar pela janela.
Dez minutos depois, quando chegamos em casa, duas
viaturas da polícia estão estacionadas na frente e todas as
luzes da casa estão acesas com um policial parado na porta da
frente aberta. — Espere até eu dar a volta para deixá-la sair,
digo a ela enquanto estaciono na rua, sua mão aperta a minha
quase dolorosamente.

— Vai ficar tudo bem, — eu asseguro a ela, abaixando


ambas as janelas da frente alguns centímetros antes de
desligar o motor, sair e correr ao redor da frente do Jipe para
abrir a porta. Eu a deixo sair, deixando os cachorros no carro,
então pego sua mão, levando-a até a porta da frente, onde o
policial ainda está parado na varanda. "Ela é a irmã da
proprietária", digo a ele, ele levanta o queixo, saindo do
caminho para que possamos entrar. No minuto em que
entramos, parece um déjà vu. Alguém levou o que parecia ser
uma marreta nas paredes, no espelho, nos quadros e nos
móveis da entrada, demolindo tudo à vista.

— Cece! — Mia grita por sua irmã, que vem correndo


pelo corredor antes de correr para seus braços. Dou um passo
atrás de Mia enquanto elas colidem para segurá-las, em
seguida, olho para o final do corredor, onde sei que fica a
cozinha, encontrando um homem e uma mulher abraçados. —
Você está bem? — Mia pergunta.
— Sim. Não. — Cece choraminga em meio às lágrimas.
— Não sei por que alguém faria isso.

— Vamos, vocês duas. A mulher que suponho ser sua


mãe envolve os braços em volta das duas meninas, levando-as
em direção à sala de estar fora da cozinha. Enquanto as vejo
se afastando, minhas mãos se fecham em punhos, porque sei
que Bax estava certo. O que aconteceu em nosso prédio e o
que aconteceu aqui estão conectados. Não há como não ser, o
que significa que alguém está tentando se vingar de mim. Não
há outra explicação, considerando que Mia acabou de se
mudar para a cidade há alguns meses.

— Você deve ser Talon.

Eu me concentro no homem de repente parado na minha


frente e tento me recompor, quando tudo que eu realmente
quero fazer é enfiar minha mão na porra da parede.

— Chaz, certo? — Eu pergunto, a raiva tornando minha


voz rouca. Ele estende a mão e eu aperto a dele com força. —
Odeio conhecer você assim.

— Eu também, mas estou feliz que minha garota estava


com você e não aqui enquanto fizeram tudo isso acontecer. —
Ele solta minha mão para acenar.
— Eu estava pensando a mesma coisa, — digo a ele, em
seguida, olho por cima do ombro quando ouço alguém entrar
na casa e travar os olhos com meu primo Cobi. — Sua mãe
mencionou esta tarde que você estava trabalhando esta noite.
— Dou-lhe um abraço com um braço enquanto apertamos as
mãos, então dou um passo para trás e me movo entre ele e
Chaz. — Este é o pai da minha garota. Chaz, este é meu primo,
Cobi Mayson.

— Já nos conhecemos, — diz Chaz, depois pergunta. —


Algum dos vizinhos ouviu ou viu alguma coisa?

— Aqueles que atenderam suas portas não viram, mas


alguém estará de volta amanhã à noite em torno do jantar
para falar com seus vizinhos e rastrear a área para qualquer
tipo de câmera que possa ter capturado qualquer coisa.

— Alguém deve ter ouvido algo, — Chaz diz a ele,


virando-se para caminhar em direção à cozinha conosco o
seguindo. Quando vejo os armários quebrados, pratos
quebrados e eletrodomésticos destruídos, a raiva que senti
quando entrei em nosso prédio é multiplicada por dez. — Eles
não estavam quietos e não estavam procurando coisas para
roubar. Isso é pura raiva.

— Eu concordo, gostaria de poder lhe dar paz de


espírito, dizendo que sabemos quem fez isso, mas não
sabemos, — Cobi diz baixinho enquanto olha entre Chaz e eu.
— Tudo o que posso dizer agora é que não recomendo que
ninguém fique aqui esta noite ou até quando um sistema de
segurança for instalado.

— Eles vão ficar comigo, — digo a ele, nem mesmo me


preocupando em olhar para Chaz para sua aprovação.

— Isso seria inteligente, — responde Cobi, parecendo


aliviado. — Meus rapazes e eu faremos uma varredura a cada
poucas horas apenas para ter certeza de que está tranquilo
esta noite.

— Obrigado, cara. Eu agradeço muito.

— A qualquer hora, — ele murmura, descansando a mão


no balcão que percebo que está lascada ao longo da borda,
como se alguém não tivesse força para esmagá-lo como
queria. Eu prometo que faremos tudo ao nosso alcance para
descobrir quem fez isso.

— Obrigado, — Chaz diz a ele calmamente.

— Sem problemas. Descanse um pouco e entraremos


em contato. — Ele levanta o queixo antes de sair de vista.

Eu olho para a sala de estar, onde posso ver Mia, Cece e a


mãe amontoadas no encosto do sofá. — Eu sei que tudo isso é
novo, mas acho que seria inteligente tirar todos de casa, —
digo, virando-me para Chaz.

— Certo. — Ele suspira. — Vou encontrar um hotel para


nos reservar.

— Isso não está acontecendo. — Eu cerro os dentes


enquanto ele puxa o telefone. — Mia não vai querer ficar
longe de sua irmã esta noite, mas eu não a quero fora de vista.
Eu vou entender se você e sua esposa não se sentirem
confortáveis em ficar na minha casa, mas nenhuma das
garotas ficará com você, então você só precisará de um
quarto.

Estudando-me por um minuto, ele suspira novamente.


— Você tem espaço para todos nós? Porque, como você, não
estou prestes a ficar longe das minhas garotas, especialmente
esta noite.

— Eu tenho espaço, — digo a ele. — Você só vai ter que


me ajudar a fazer algumas camas.

— Eu posso fazer isso, — ele murmura, em seguida,


levanta o queixo para a sala de estar. — Eu diria que devemos
fazer as malas para elas, mas duvido que isso funcione bem.

— Acho que você está certo sobre isso, — concordo.


— Tudo certo. — Ele dá um tapinha no meu ombro. —
Vou quebrar o amontoado delas e colocá-las em movimento.

— Enquanto você faz isso, vou dar uma olhada para me


certificar de que tudo está trancado. Quando ele balança a
cabeça, seguimos caminhos separados. Eu vou pela casa,
verificando todas as janelas e portas, quando vejo a extensão
dos danos, tento descobrir quem eu poderia ter irritado o
suficiente para fazer isso em uma casa onde uma família
obviamente vive e como é isso conectado com o que
aconteceu comigo.
Capítulo Quinze
Mia
MANTENDO MEUS OLHOS fechados, não tento me
afastar de Talon, que me prendeu contra ele, com minha
perna presa entre ele e meu pulso firmemente em seu aperto.
Eu ouço seu batimento cardíaco constante enquanto seu peito
sobe e desce, sabendo que eu ficaria feliz pelo resto da minha
vida se eu acordasse todos os dias nesta posição.

Minha garganta fica apertada quando os eventos da


noite passada invadem minha bolha quente e segura, mas
lembro a mim mesma que meus pais estão dormindo no
quarto de hóspedes no andar de cima, minha irmã está
dormindo no corredor e minhas sobrinhas estão com seu pai,
sem ter ideia do que aconteceu ontem. Não quero nem
imaginar o que elas teriam pensado se tivessem voltado para
casa e encontrado sua casa destruída. E não estou ansiosa
pelos próximos dias, enquanto tentamos descobrir como
navegar nas conversas que terão que acontecer.

Não há como Cece ou as meninas ficarem em casa, vai


levar semanas, senão meses, para que a casa chegue a um
ponto em que possam morar lá novamente.
Eu respiro fundo e abro meus olhos, inclinando minha
cabeça para trás para olhar para Talon dormindo, então
cuidadosamente desalojo meu pulso e movo minha perna,
esperando não acordá-lo. Tenho certeza de que ele deve estar
exausto depois de ontem, não apenas por ajudar sua família,
mas por lidar com a minha. Eu nem sei a que horas ele veio
para a cama ontem à noite, Só sei que foi algum tempo depois
que adormeci por volta de uma. Quando eu finalmente
consigo sair da cama, eu calmamente pego um par de shorts
da minha bolsa e vou para o banheiro, passando pela minha
rotina matinal antes de deixá-lo dormir.

Quando chego à cozinha, encontro um bule de café já


aberto e vejo minha mãe no deque com meus cachorros
através das portas de vidro, sentada em uma cadeira com uma
caneca na mão. Depois de preparar uma xícara, saio para me
juntar a ela, ela se vira para sorrir para mim quando a porta se
abre.

— Ei. — Eu ando até ela, inclinando-me para beijar sua


bochecha. — Achei que seria a primeira a acordar esta manhã.

— Você me conhece. Não consigo dormir, mesmo


quando sei que deveria.

— Sim. — Eu arrasto uma cadeira pelo convés e sento ao


lado dela, levantando meus pés para o corrimão.
— É bonito aqui, se as árvores fossem pinheiros, acharia
que estou em Montana, — diz ela em voz baixa antes de tomar
um gole de café.

— Eu pensei a mesma coisa da primeira vez que estive


aqui, digo a ela, em seguida, aponto para além da grade. Você
não pode ver daqui, mas há um caminho atrás da casa que
leva a um lago do tamanho de um lago com um daqueles que
tem pedalinhos nele. Vou ter que levar você e Chaz vão até lá,
ele se divertem com isso.

— Então, eu acho que você não planeja voltar para


Montana, mesmo depois que Cece e as meninas estiverem
acomodadas? — Ela vira a cabeça na minha direção, a tristeza
que vejo em seus olhos me faz odiar o que estou prestes a
admitir.

— Eu amo isto aqui. Demorou um pouco para me


estabelecer, mas me apaixonei pelo Tennessee.

— Você se apaixonou pelo Tennessee, ou se apaixonou


pelo dono desta casa?

Lambendo meus lábios, eu viro meu olhar de volta para


as árvores na nossa frente, em seguida, digo a ela a verdade.
— É ele. — Eu encolho um ombro. — Fico tentando me
lembrar que é muito cedo para me apaixonar por ele, mas isso
não muda o que sinto por ele.

— Quando eu conheci Chaz, — ela toca minha bochecha,


sorrindo. — Meu primeiro pensamento foi "Vou me casar com
ele." Isso me assustou a ponto de negá-lo a cada passo, mas
felizmente ele nunca desistiu de mim. — Ela tira os olhos dos
meus, mas eu ainda pego sua expressão sombria antes que ela
possa esconder. — Eu sei que baguncei vocês, garotas, odeio
ter influenciado negativamente sua visão sobre
relacionamentos e amor. Eu gostaria de poder voltar no
tempo e fazer as coisas de forma diferente.

— Mãe, está...

— Não me diga que está tudo bem, Mia, — ela me


interrompe antes que eu possa dizer que entendo por que ela
fez o que fez, agora que sou um adulto. — Eu era fraca. Eu
sabia o que deveria ter feito toda vez que seu pai traiu, mas
nunca fiz isso. Pior ainda, arrastei você e sua irmã para nossos
problemas, porque precisava de alguém, qualquer pessoa, que
me dissesse que o que eu estava sentindo e como estava
reagindo estava bem. E porque vocês meninas não sabiam
nada melhor, vocês me alimentaram com o que eu queria
ouvir. — Ela enxuga os olhos rapidamente. — Eu odeio ter
colocado você e Cece nessa posição. Você nunca deveria ter
que lidar com isso quando eram crianças.

— Você está certa, mas, mãe, isso também nos tornou


mais fortes.

— Não funcionou. — Ela fixa os olhos nos meus. — Cece


saiu à procura de um homem para preencher o papel que seu
pai não pode, e terminou com um homem como ele. E você
evitou o amor a todo custo, com tanto medo de se machucar
que sempre termina as coisas ao primeiro sinal de que está se
tornando sério. — Ela agarra minha mão, entrelaçando nossos
dedos. — Você merece amor, sua irmã merece amor. Eu nunca
quero que nenhuma de vocês se conforme com o
contentamento, não quando há muito mais lá fora para vocês
duas, se vocês simplesmente se abrirem para isso. — Ela
aperta minha mão. — Prometa-me que você vai se abrir para
isso.

— Eu prometo, — eu digo, ela beija as costas da minha


mão depois solta e se inclina a cabeça para trás contra a
cadeira, fechando os olhos. Pensando que nossa conversa
acabou e precisando de alguns minutos para mim mesma,
começo a me levantar para voltar para casa, mas suas
próximas palavras me fazem parar. — Se você está curiosa, eu
gosto muito dele, Chaz também. Ele é bom para você, não faz
mal que ele não seja difícil de olhar.

— Bom saber. — me levanto da cadeira e vou para a


porta dos fundos com Mercury e Retro nos meus calcanhares,
provavelmente sabendo que é hora do café da manhã. Antes
que eu tivesse a chance de alcançar a maçaneta da porta, ela
se abre e um Chaz de aparência sonolenta sai para o convés
vestindo uma camiseta e calças de dormir. — Bom dia. — Eu
sorrio para sua expressão, com certeza ele não está feliz por
estar acordado agora.

— Bom dia. — Ele se inclina para beijar minha testa,


então me viro para vê-lo caminhar até mamãe e se inclina
para beijá-la antes que ele caia na cadeira ao lado dela,
roubando a xícara de café de suas mãos.

Eu fecho a porta atrás de mim e coloco minha caneca


quase cheia no balcão antes de ir para a despensa para a
comida das minhas meninas. Coloquei meia lata de comida
molhada em cada uma das tigelas antes de seguir pelo
corredor até o quarto, onde Talon ainda está dormindo. No
momento em que meu joelho atinge a cama, seus olhos se
abrem, pousando nos meus, ele levanta o braço em uma
demanda silenciosa para que eu vá até ele. Eu não hesito em
cair em seus braços ou beijá-lo quando ele abaixa o queixo
para olhar para mim.

— Você tem gosto de café. Há quanto tempo você está


acordada? — Ele pergunta rispidamente, o sono ainda é
evidente em sua voz enquanto ele joga os cobertores sobre
nós.

— Não muito, mas minha mãe estava acordada e do lado


de fora, então passei alguns minutos com ela. — Eu fecho
meus olhos enquanto me aconchego contra ele.

— Ela está bem? Eu sei que você mencionou antes que


ela é alérgica a gatos. Eu nem pensei sobre essa merda na
noite passada.

Só ele se lembraria de um pequeno detalhe como esse.


— Ela não disse nada, então acho que ela está bem. — Eu
descanso minha mão em sua cintura e minha perna em seu
quadril.

— Você dormiu bem? — Ele nos rola, nos colocando cara


a cara, em seguida, arrasta o dedo pela minha bochecha até a
minha orelha.

— Sim, — eu admito, inclinando-me para beijar seu


queixo antes de descansar minha palma em sua bochecha. —
Obrigado por ontem à noite e por deixar minha família ficar
aqui.

— Eles são bem-vindos aqui enquanto quiserem ficar. —


Ele descansa sua testa contra a minha.

— Quero chamá-lo de mentiroso, mas tenho a sensação


de que você ficaria bem se minha família inteira
permanecesse em sua casa por um futuro próximo.

— Talvez não tanto tempo. — Ele sorri, movendo a mão


para minha bunda e apertando.

— Você sabe o que eu quero dizer. — Eu rolo meus olhos


enquanto rio.

— Eu sei. — Ele capta minha atenção apoiando a mão em


volta do meu pescoço, seu polegar alisando ao longo do meu
queixo. — Conversei com minha família ontem à noite. Todos
eles vão me encontrar na casa da sua irmã esta tarde para a
limpeza, na próxima semana, vamos mover a equipe da
construção para a casa dela para que as coisas voltem ao
normal para ela e as meninas.

— O... o quê? — Eu engasgo, movendo minha mão para


seu bíceps e cavando minhas unhas em sua pele. — Você não
pode fazer isso. — digo a ele, sabendo que ele e Bax estão
atrasados em seu prazo por causa do que aconteceu em seu
projeto, é algo que o preocupa.

— Não se preocupe comigo.

— Então, eu deveria simplesmente ignorar o quão


chateado e ansioso você está desde que a casa que está
construindo foi arrombada e destruída e deixá-lo mover sua
única chance de concluí-la a tempo para a casa da minha
irmã?

— Está decidido. — Ele me segura com mais força


quando tento rolar para longe. — Eu amo que você esteja
preocupada comigo, baby, mas no final do dia, minha
construção não significa uma merda no longo prazo. Sabemos
que, mesmo sem uma grande exibição e uma divulgação de
revista, alguém vai comprar a nossa casa. O que importa
agora é Ruby, Lola e Kate se sentindo seguras, especialmente
com o quanto suas vidas já mudaram. Elas não precisam lidar
com mais nada do que já fizeram.

Lutando contra as lágrimas, eu balanço minha cabeça. —


Como posso estar com raiva de você e ao mesmo tempo
querer mostrar para você a minha gratidão?

— Não tenho certeza se estou chateado por ter sua boca


em volta do meu pau quando você está com raiva, baby. — Ele
sorri enquanto seus dedos deslizam ao longo da minha
bochecha.

Rindo, fecho meus olhos e coloco minha testa sob seu


queixo enquanto envolvo meu braço em volta de sua cintura.
— Então acho que vou me contentar em dizer obrigado por
agora. Vou acrescentar que não sei como tive tanta sorte. —
Beijo o centro de seu peito com as palavras eu te amo na ponta
da língua. Eu engulo de volta, desejando não ter tanto medo
de qual seria sua resposta, porque uma coisa é admitir para
mim e para minha mãe o que sinto por ele, mas outra é ele
saber e descobrir não parece o mesmo.

— Eu... — Ele começa a dizer algo, mas uma batida na


porta do quarto o interrompe.

— Espere. — eu grito, em seguida, rolo para fora da


cama e vou para a porta. Quando eu abro, Cece está do outro
lado. — Ei, está tudo bem?

— Você se importa se eu fizer algo para comer?

— Vou preparar o café da manhã, — diz Talon, me viro


para vê-lo sair da cama de boxers e nada mais, então seus
olhos se fixam nos meus. — Enquanto eu me visto, você quer
informá-la sobre o que vai acontecer hoje?
— Sim, querido, — eu digo, seus olhos suavizam antes de
ele se virar e caminhar em direção ao banheiro, porque ele é
um espetáculo para se ver, eu não tiro meus olhos de suas
costas e bunda até a porta fechar.

— Eu te odeio, — murmura Cece.

— O que? — Eu me viro para olhar para ela, franzindo a


testa.

— Te odeio. Ele não é apenas o cara mais legal do


mundo, mas você vai dormir com ele e ele é assim pela manhã.

Eu sorrio e encolho os ombros. Se isso te faz sentir


melhor, eu também me odiaria se eu fosse você.

— Não importa, obrigada, — ela resmunga e se vira. —


Eu preciso de café, então você pode falar comigo enquanto eu
preparo.

Eu olho para a porta do banheiro onde Talon


simplesmente desapareceu e suspiro enquanto saio do quarto
e fecho a porta para seguir minha irmã para a cozinha.
Enquanto ela se serve de uma xícara de café, pego minha
caneca do balcão e levo ao micro-ondas para aquecê-la, já que
esfriou.
— Então, sobre hoje, — digo a Cece enquanto pressiono
os botões do micro-ondas, — Talon vai encontrar sua família
em sua casa para começar a limpar, na próxima semana, a
equipe que está trabalhando na casa que ele e seu irmão estão
fazendo, vão mudar para a sua casa para que tudo seja
reparado. — Eu me viro para encará-la, encontrando-a parada
no meio da cozinha, segurando sua caneca nas mãos e
olhando para mim sem piscar. — Esta me ouvindo? — Eu
pergunto quando ela não se move.

— Eu te ouvi. — Ela dá dois passos para o lado e se


encosta no balcão. — Eu só... eu simplesmente não sei o que
dizer. — Lágrimas enchem seus olhos. — Ele não pode fazer
isso, Mia.

— Bem, boa sorte em dizer isso a ele, — eu digo, ela ri


quando a porta dos fundos se abre e rapidamente limpa suas
bochechas.

— Porque você está chorando? — Mamãe franze a testa,


olhando para ela, em seguida, vira a cabeça na minha direção,
estreitando os olhos como se fosse minha culpa.

— Não me olhe assim. Eu não a fiz chorar. Talon fez.

— O que eu fiz? — Talon pergunta, entrando na cozinha


e parando ao meu lado.
— Você fez Cece chorar. — Eu inclino minha cabeça para
trás para olhar para ele, suas sobrancelhas se juntam antes
que ele olhe para Cece.

— Você não pode deixar sua família limpar minha casa


ou sua equipe consertá-la, — afirma ela com firmeza. — Mia
mencionou que você está tentando terminar sua construção,
então eu sei que você precisa se concentrar nisso. Além disso,
não posso fazer nada agora, não até conseguir o dinheiro do
seguro...

— Isso não está em discussão, — ele diz a ela,


gentilmente, mas com firmeza, interrompendo-a antes que ela
possa dizer mais. — Dinheiro não é problema. Minha família
quer ajudar e, como disse a Mia, a casa que estou construindo
será construída e vendida, mas agora, algo mais importante
surgiu, então vamos transferir nossa energia para isso.

— Por quê…? — Ela balança a cabeça. — Por que você


faria isso? Nós nem mesmo nos conhecemos de verdade.

— Porque eu amo sua irmã, — ele diz a ela facilmente


enquanto agarra minha mão como se tivesse medo de que eu
possa fugir. — A família cuida da família.

Lágrimas enchem seus olhos mais uma vez e escorrem


por suas bochechas mais rápido do que ela consegue enxugá-
las. — Agora você realmente me fez chorar. — Ela funga
enquanto caminha em direção a ele, eu solto sua mão e me
afasto enquanto eles se abraçam, ainda muito atordoada para
se mover ou dizer qualquer coisa depois que ele acaba de
lançar a bomba.

— Obrigado. Eu pagarei você de volta quando eu


conseguir o dinheiro do seguro.

— Não, você vai colocar esse dinheiro onde precisar, —


ele diz baixinho, o que a faz chorar ainda mais.

Seu olhar encontra o meu e as lágrimas queimam o


fundo da minha garganta. Eu pensei que o amava antes deste
momento, mas agora eu sei que era apenas a metade, ou
talvez seja o amor, encontrar algo novo a cada dia que te
lembra porque você escolheu a pessoa a quem deu seu
coração.

O momento é quebrado quando a campainha toca,


depois toca novamente e novamente. Eu olho para Talon, me
perguntando se ele está esperando alguém, ele balança a
cabeça murmurando, — Eu volto logo. — antes de parar para
beijar minha testa.
Quando ele sai da cozinha, Cece vai para minha mãe e
Chaz, que passam os braços em volta dela enquanto ela
continua a soluçar.

Sem saber o que fazer, pego minha xícara de café no


microondas e começo a tomar um gole, mas paro quando ouço
alguém gritar. — Deixe-me entrar para vê-la! — e Talon
rosnou de volta, — Porra, não, você precisa ir embora.

— E agora? — Chaz pergunta, olhando para mim

— Eu não sei. — Eu coloco minha xícara na mesa e os


deixo na cozinha, em seguida, suspiro quando vou em direção
da porta da frente e vejo Talon empurrar o peito de Winston,
empurrando-o para fora, para varanda.

— Ah não. — Cece corre ao nosso redor para ficar entre


Winston e Talon com os braços estendidos para mantê-los
separados.

— Quem é aquele? — Mamãe me pergunta.

— Umm... chefe da Cece?

— Jesus, o que diabos vocês têm feito? — Chaz pergunta,


avançando em direção à porta da frente, mas eu corro na
frente dele quando Talon sai.
— Por que você está aqui, Winston? — Cece pergunta,
parecendo perturbada.

— Ouvi dizer que sua casa foi invadida. — Ele passa a


mão pelo cabelo antes de continuar. — Fui verificar você, mas
você não estava lá, então fiz algumas ligações e descobri que
você veio aqui na noite passada.

— Onde está sua esposa? — Talon pergunta a ele, sua


voz vibrando com raiva enquanto eu envolvo meu braço em
volta de sua cintura, ele descansa sobre meus ombros.

— Eu não sei. — Winston o encara. — Provavelmente na


casa dela.

— Winston, — Cece chama baixinho, sua mandíbula


clica enquanto ele se concentra nela. — Como você pode ver,
estou bem. Vá para casa.

— Por que você não me ligou? — A dor em seu tom faz


meu peito doer.

— Você sabe por quê, — ela sussurra, com os ombros


caídos. — Eu disse que não posso fazer isso.

— E daí? Eu apenas devo deixar você ir? — Ele


questiona, parecendo devastado.
— Você fez sua escolha e, embora eu desejasse que as
coisas fossem diferentes, não posso viver uma mentira ao seu
lado.

— Eu te amo, Cece.

— Eu sei. — Sua cabeça cai para frente, ele começa a se


mover em direção a ela, mas ela dá um passo para trás fora de
alcance. — Por favor, vá embora.

— Isso não acabou, — ele sussurra antes de se virar e ir


embora.

— Vamos, — digo a Cece enquanto ele vai para seu SUV,


envolvo meu braço em volta da cintura dela, em seguida, viro-
a de costas para a casa. Uma vez que estamos dentro, eu a
levo para o sofá na soleira e me sento ao lado dela, agarrando
sua mão enquanto Chaz e Talon saem pela porta dos fundos.

— Que raio foi aquilo? — Mamãe pergunta, sentando-se


do outro lado dela.

— Mamãe. — Eu balanço minha cabeça, dizendo a ela


sem palavras para ficar quieta.

— O que? Quero saber quem era aquele homem e do


que se tratava.
— Ele não é ninguém. — Cece se inclina para frente,
descansando o rosto nas mãos. — Podemos apenas tomar café
da manhã e esquecer o que aconteceu?

— Não, não podemos, — mamãe rebate. — Durante


meses, você manteve sua separação de Mike para si mesma,
pensando que poderia lidar com tudo sozinha e veja o que
aconteceu. — Agora não é hora de esconder as coisas.

— Mãe, por favor, pare. Você não está ajudando as


coisas agora. Por que você não tira um momento para se
vestir?

— Bem. — Ela se levanta e começa a sair furiosa da sala,


mas faz uma pausa para acrescentar: — Mas essa conversa
não acabou, nem de longe.

Balançando minha cabeça para seu drama, eu esfrego as


costas de Cece, em seguida, pergunto baixinho,

— Você está bem?

— Estou apaixonada por um homem casado. — Ela tira


as mãos do rosto. — Eu não estou bem. Eu sou uma idiota. Eu
nem sei como isso aconteceu, mas aconteceu, e... e Deus, eu
sou tão estúpida.
— Você não é estúpida e ele obviamente sente o mesmo
por você, — digo a ela, na esperança de fazê-la se sentir
melhor, mas sei que parece ridículo, considerando que ele é
casado. E ele obviamente não vai mudar isso, o que eu
realmente não entendo, visto que ele admitiu que está
apaixonado por Cece. — Ele disse que está separado de sua
esposa há anos. Por que ele simplesmente não se divorcia
dela se eles não estão juntos?

— Eles têm um acordo pré-nupcial. Se ele trapaceia ou é


quem pede o divórcio, ela fica com tudo, o dinheiro dele, o
negócio dele, tudo. Acho que depois de dez anos, torna-se nulo
e sem efeito, mas não vou viver uma vida onde ficaremos
juntos apenas a portas fechadas pelos próximos três anos, o
resto do tempo eu tenho que fingir que ele não significa nada
para mim.

— Uau, isso é... isso é...

— Fodido. Eu já sei, de jeito nenhum vou sujeitar


minhas garotas a esse tipo de drama, não quando eu estaria
mentindo para elas ou pedindo-lhes que mentissem para que
a verdade não vazasse.

— Eu não posso acreditar que ele pediu para você fazer


isso.
— Ele não me perguntou, mas eu não sou idiota. Eu sei
que é exatamente o que aconteceria, sua esposa é louca, louca
de verdade. Ela aparece onde quer que ele esteja e sempre faz
questão de começar o drama. Eu nem quero imaginar o que
ela faria se descobrisse sobre nós. — Ela balança a cabeça. —
Acabei de terminar. É hora de eu parar de pensar com meu
coração e começar a usar minha cabeça.

— Eu sinto muito. Eu gostaria que você não estivesse


lidando com isso além de todo o resto, — digo a ela, sem ter a
menor ideia de como fazê-la se sentir melhor agora.

— Eu ficarei bem. Contanto que minhas meninas estejam


felizes, nada mais importa.

— Mesmo assim, você sabe que estou sempre aqui se


precisar conversar e sempre estarei com você.

— Eu sei. — Ela se inclina para me abraçar. — Não sei o


que eu ou as meninas faríamos sem você.

— Eu te amo.

— Eu também te amo. Ela me solta e então se levanta.


Vou lavar o rosto e me vestir.

— Certo. — Eu a vejo ir embora, em seguida, vou para a


cozinha para começar o café da manhã, já que Talon e Chaz
ainda estão do lado de fora, mamãe provavelmente escondida
no quarto, esperando alguém para ver como ela está.

Com panquecas no fogão e bacon cozinhando no forno,


eu olho para a porta dos fundos quando ela é aberta e
encontro o olhar de Talon. — Eu estava entrando para
preparar o café da manhã. — Ele caminha em minha direção e
eu encolho os ombros.

— Eu precisava de algo para fazer e não sabia quanto


tempo você ficaria com Chaz, já que ele não tem sua loja para
se esconder. Achei que ele poderia mantê-la ocupada por
algum tempo.

— Sua loja? — Ele se encaixa nas minhas costas,


envolvendo os braços em volta da minha cintura.

— Ele faz casas de pássaros quando está trabalhando


com o que quer que esteja sentindo. Na casa dele e da mamãe,
há milhares de gaiolas por todo o quintal. — Eu sorrio quando
ele ri, então pergunto. — Ele está bem?

— Sim, apenas preocupado com sua irmã. Ele sabe que


ela está lidando com muita coisa, agora com a invasão e a
aparição de Winston, ele não sabe o que pensar. — Ele
suspira. — Como está a sua irmã?
— Ela está chateada, mas ela vai ficar bem. — Eu me viro
em seus braços para que estejamos de frente para frente. —
Obrigado por cuidar dela. Eu sei que já disse isso, mas quero
que você entenda o quanto isso significa não só para ela, mas
para mim. — Eu me inclino na ponta dos pés e pressiono
minha boca na dele, em seguida, volto para o chão. — Você se
importa de assumir aqui para que eu possa me vestir?

— Sim, baby, vá em frente.

— Obrigada, — digo quando ele tira a espátula da minha


mão e começa a colocar as panquecas que virei um minuto
atrás em um prato. Enquanto eu vou para o seu quarto, eu
paro no corredor, sabendo que é agora ou nunca. — E Talon?

— Sim, baby? — Ele me olha por cima do ombro.

— Eu também te amo, — eu admito, observando seus


olhos quentes e suas feições suavizarem.

— É melhor você trazer sua bunda de volta aqui e me


beijar, — ele rosna, eu rio enquanto corro para ele e pulo em
seu abraço. Com suas mãos sob minha bunda e meus braços
em volta de seu pescoço, eu o beijo até ficarmos ambos sem
fôlego.
Capítulo Dezesseis
Mia
— CECE, VOCÊ ESTÁ pronta para ir? — Eu grito
enquanto amarro meus sapatos, algo que não é fácil de fazer
com quatro gatinhos curiosos atacando os cadarços.

— Sim. — Ela vem com sua bolsa de viagem no ombro.


— Você acha que devemos ligar para a mamãe e Chaz para ter
certeza de que acharam bom o lugar para alugar? — Ela
pergunta enquanto eu pego as chaves do Jipe de Talon da
mesa perto da porta.

— Acho que eles são totalmente capazes de nos ligar se


precisarem de ajuda. — Caminhamos para fora, garantindo
que os gatinhos não escapem antes de trancar a porta.
Durante o café da manhã, Bax apareceu e Talon decidiu ir com
ele até a casa de Cece para que eles pudessem começar a
limpar. E já que meus pais nos disseram que queriam
encontrar um lugar para alugar por uma semana, Talon
insistiu que eu ficasse para ajudá-los e dirigir seu Jipe quando
estivesse pronto.
— Por quanto tempo você acha que mamãe vai ficar
chateada? — Cece pergunta enquanto eu saio para a estrada
principal.

— Até que você seja honesta, — eu digo baixinho, então


acrescento: — Você tem que admitir que guardou muito para
si mesma e isso dói especialmente quando tudo o que
queremos fazer é ajudar.

Eu olho para ela quando ela não responde e percebo que


ela está olhando pela janela. Não querendo incomodá-la,
dirijo o resto do caminho até a casa dela em silêncio, depois
estaciono na rua porque a garagem está cheia de três
caminhões e uma grande lixeira. Depois que desligo o motor,
saio e sei que ela sai comigo porque ouço sua porta bater.
Assim que entro, vou em busca de Talon e o encontro na
cozinha, trabalhando na remoção dos balcões.

— Olá baby. — Ele para o que está fazendo para me


cumprimentar com um beijo. — Seus pais encontraram um
lugar?

— Eles acharam. Estão indo para lá agora, depois estão


indo para loja. — Eu olho em volta. — Vocês já fizeram
bastante. — A frente dos armários sumiu, os pratos
quebrados e outras coisas foram limpos e os
eletrodomésticos, que estavam amassados, não estão mais por
perto.

— Ainda há muito a fazer, mas vamos resolver. — Ele dá


um aperto no meu quadril quando Cece vem seguida por
Sophie, November, April, Nalia e Willow.

— Apenas quem nós estávamos procurando. — Sophie


agarra minha mão, me puxando para longe de seu filho.

— Mamãe. — Ele balança a cabeça, suspirando e me


pergunto o que está acontecendo enquanto ela me arrasta
para fora da cozinha em direção à porta dos fundos, que
November abre.

— Não se preocupe, querido, vamos cuidar bem dela.

— Certo, como eu acredito nisso. — Eu o ouço


murmurar quando sou puxada para fora.

— Não deveríamos estar lá dentro ajudando na limpeza?


— Cece pergunta enquanto a irmã de Talon, Willow, a
empurra para baixo em um assento no convés sob um grande
guarda-chuva que foi aberto.

— Não, — afirma sua prima April, enquanto puxa uma


garrafa de tequila cara de sua bolsa.
— Estaríamos apenas no caminho, — murmura Sophie,
sentando-se ao meu lado e dando tapinhas na minha coxa.

— Exatamente, — November concorda, — quantas vezes


você quer ouvir ‘não levante isso’, ‘tome cuidado’, ‘espere por
mim e meus grandes e fortes músculos para ajudá-lo’?

— É bem por ai... — Sua irmã Nalia ri, tirando uma pilha
de copos de plástico rosa choque de sua bolsa. — Em vez de
ficarmos irritadas com homens que acreditam que somos
incapazes de ajudar, vamos beber até sermos incapazes de
ajudar.

— Eu não sei, — diz Cece, olhando para mim parecendo


insegura, dou de ombros porque tenho a sensação de que elas
não estão erradas.

— Confie em nós. — November aconselha. — Temos


lidado com esses caras desde sempre, se você voltar lá, você
só vai ficar parada porque eles não vão deixar você fazer nada.

— OK! — Ela desiste.

— Para o que estamos bebendo? — Nalia pergunta,


segurando seu copo, todas nós seguimos seu exemplo,
levantando o nosso.
— Para mulheres duronas que têm a capacidade de
cuidar de tudo, mas o mais importante, cuidar umas das
outras. — April dispara de volta, todo mundo faz o mesmo.
Sabendo que isso vai queimar, eu aperto meus olhos fechados
e viro de uma vez, ofegando por ar depois de engolir.

— Então, — Sophie diz, focando em mim enquanto April


começa a encher o copo de todos novamente. — Onde estão
seus pais hoje?

— Eles encontraram uma casa de aluguel temporária na


cidade, então eles vão ao supermercado para comprar
algumas coisas, depois vão pra lá e darão uma olhada. — Eu
deixo de fora o que aconteceu esta manhã e que também
tenho certeza que eles precisam de algum tempo sozinhos
para falar sobre isso e, com sorte, superar isso.

— E suas filhas? — November pergunta, olhando para


Cece antes de virar sua bebida novamente.

— Elas estão com o pai. Elas vão passar a noite com ele
esta noite, então ficaremos com meus pais até que esteja tudo
bem para nós voltarmos aqui.

— Não vai demorar muito. Os caras estão determinados


a levar você e seus bebês de volta para sua casa o mais rápido
possível. Sério, eu não ficaria surpresa se todos eles
decidissem acampar aqui até que isso fosse feito, —
November diz a ela, então se inclina para abril. — Mais um.

Eu viro o drink que esta no meu copo, em seguida, coloco


o copo na beira da fogueira entre nós antes que ela possa me
dar outro. — Eu não posso beber mais. — Cubro o topo com a
mão quando ela tenta enchê-lo mais uma vez.

— Ah, vamos lá. — Willow cutuca meu pé. — Mais uma


bebida não vai doer.

— Mia é fraca para bebida. — Cece sorri para mim. —


Ela provavelmente desmaiaria até amanhã à noite se tivesse
outra dose.

— Ela não está mentindo. — Eu encolho os ombros e


todos riem.

— Bem, vou prestar homenagem a Mia. — Nalia estende


seu copo, eu a vejo dar outra dose, todas seguem seu exemplo.
Com meu corpo relaxado, coloco meus pés próximos da
lareira enquanto conversamos.

— Todas as meninas deveríamos tomar café da manhã


juntas amanhã, — sugere November, olhando ao redor do
grupo. — Se chegarmos por volta das oito, todas nos seremos
capazes de ate cuidar dos bebês. Ela começa a pegar o
telefone, suponho que devo enviar uma mensagem e
perguntar a elas.

— Eu gostaria, mas vou pegar minhas filhas na casa do


pai delas e levá-las para a escola, — diz Cece, eu franzo a testa
para ela.

— Mike não pode levar as meninas para a escola amanhã


de manhã? — Eu pergunto, sentando-me.

— Ele tem que trabalhar, — ela me diz com um encolher


de ombros.

— Só por volta das nove. Ele pode deixá-las antes de ir


para o escritório, então você pode sair para tomar café ou
dormir pela primeira vez.

— Eu não me importo em levá-las.

— Claro que não. Você não se importa em fazer tudo. —


Eu reviro meus olhos.

— O que isso deveria significar? — Ela estreita seu olhar


no meu.

— Você o deixa fora de tudo, Cece. Ele vê as meninas um


dia por semana. — “1.” Eu levanto um dedo, ou tenho certeza
que é um dedo, porque parece que são dois. — Eu entendo
como ele funciona, mas você também trabalha e está indo
para a escola. Não é justo que tudo caia sobre você.

— Você está certa, — ela concorda comigo enquanto


estende o copo para April. — Eu só não quero balançar o
barco agora.

— Então, quando você vai balançar o barco? — Eu


pergunto, não tenho certeza se eu teria coragem se não
estivesse meio bêbada, ou principalmente bêbada.

— Eu não sei, — ela responde, minha espinha enrijece


em resposta ao seu tom afiado. — É isso que você quer que eu
diga?

— Não, — eu respondo. — Eu quero que minha irmã


cresça e exija que o homem com quem ela teve filhas se
apresente e cuide de suas responsabilidades mais do que um
dia por semana.

— Estou fazendo o melhor que posso, — ela sibila.

— Não, Cece, você está fazendo tudo porra e deixando


Mike fazer o que diabos ele quiser, quando ele é quem deveria
estar se preocupando para se certificar de que você e suas
garotas sejam felizes, independentemente de estarem juntos
ou não. — Estou pronta para sair furiosa, então me lembro
que a mãe e a família de Talon estão assistindo. — Desculpe.
— Eu olho para elas. — Vou ver se os caras precisam de
ajuda.

Eu não espero que elas respondam. Eu entro e encontro


Talon no andar de cima com Bax no banheiro principal,
limpando o vidro quebrado do box e o longo espelho acima
das pias duplas. No momento em que seus olhos encontram os
meus, eu começo a chorar e levo alguns minutos para me
recompor o suficiente para explicar o que aconteceu.

Tudo depois disso é um borrão, mas sei que ele me leva


de volta para sua casa e me ajuda a ir para a cama, insistindo
que vou me sentir melhor depois de dormir, que Cece e eu
vamos conversar e as coisas vão ficar bem. Mas conforme
meus olhos se fecham, não sei se ele está certo. Sempre tentei
expor as coisas para Cece de uma forma que não a magoasse,
mas não fiz isso desta vez. E mesmo que eu não me
arrependa, não tenho certeza se falar a verdade era a coisa
certa a fazer, especialmente com tudo o que aconteceu.

Eu acordo sentindo calor com o peso de Talon me


segurando como refém, seu braço curvado em volta da minha
cintura, sua coxa jogada sobre a minha e seu queixo no meu
pescoço enquanto ele respira profundamente no sono.
Precisando me levantar e beber um pouco de água antes que a
leve dor de cabeça que estou sentindo por causa da
desidratação se torne insuportável. Começo a me mover, mas
paro quando ouço vários gemidos de desaprovação vindos do
que deve ser Soma e seus gatinhos, que se juntaram a nós na
cama. Sem escolha a não ser perturbá-los, eu cuidadosamente
saio da cama e, quando estou de pé, percebo que estou usando
uma camiseta que deve ter sido colocada em mim quando
desmaiei. Prometendo seriamente nunca mais beber ou pelo
menos parar quando sei que deveria, saio do quarto e
caminho pelo corredor até a cozinha, onde pego um copo e o
encho com água da torneira.

— Não consegue dormir? — Eu não grito com essa


pergunta. Em vez disso, eu me assusto e me atrapalho com o
copo cheio de água na minha mão, mal o pegando antes que
ele se espatifasse no chão, por sorte consigo pegar com minha
camiseta no processo. — Desculpe. — Cece vem em minha
direção, pegando o copo da minha mão e enchendo-o da
torneira enquanto eu pego um pano para limpar minha
bagunça. — Eu não queria te assustar. Achei que você tinha
me visto sentada aqui.

— Eu não vi. — Eu pego meu copo de volta quando ela o


entrega para mim e tomo em apenas alguns goles. Assim que o
esvazio, encho o copo novamente, perguntando. Por que você
está aqui?
— Precisamos conversar, — diz ela, a luz fraca vinda de
fora escondendo sua expressão, então eu não sei o que
esperar dela enquanto mantenho minha boca fechada e
espero. — Você está certa. Eu deixei Mike livre de tudo, não é
justo deixá-lo continuar como esta. Mas o mais importante,
não é justo com nossas meninas. — eu a ouço respirar fundo.
— Eu sei que ele deveria estar mais envolvido. Eu sei que
deveria exigir mais dele, mas estou com medo.

— De que? — Eu pergunto quando ela não fala mais.

— Dele saindo de cena completamente, dele


abandonando as garotas como papai nos abandonou. Quero
dizer... — Eu vejo nas sombras enquanto sua cabeça balança
para frente e para trás. — Eu não quero que elas
experimentem isso. Eu não quero que elas sintam que são
facilmente esquecidas.

— Você sente falta do papai? — Eu pergunto, sabendo a


resposta, mas ainda querendo que ela admita em voz alta.

— O que?

— Papai, nosso pai biológico, você sente falta dele?

— Eu nunca realmente penso nele, para ser honesta, —


ela diz, eu fecho meus olhos.
— Você não vê, Cece, que você não pode perder algo que
nunca teve? Ou Mike quer fazer parte da vida de suas garotas
ou não. Ou ele quer torná-las uma prioridade ou não.
Compartilhar DNA com uma criança não faz de você um pai. O
vínculo construído ao longo do tempo, expresso por meio da
devoção e do amor, não é. Eu sei que você quer o que é
melhor para Ruby, Kate e Lola, mas querer que ele se
apresente e seja o pai que deveria ser não vai fazer isso
acontecer. — Dou um passo em direção a sua sombra quando
vejo seus ombros caírem para frente em derrota. — Eu sei que
você quer o que é melhor para seus bebês, mas deixar Mike
continuar como tem feito não é dar a elas o que precisam. As
meninas precisam de tempo com o pai, você precisa exigir que
ele dê isso a elas.

— Vou falar com meu advogado sobre como ele acha que
eu deveria trazer as coisas para Mike.

— Você sabe o quão ridículo isso soa? Mike conseguiu


um apartamento sem falar com você, apresentou sua
namorada às meninas sem falar com você, agora você vai falar
com seu advogado sobre como você deve falar com o pai de
suas filhas sobre algo que afeta todos vocês? — Não consigo
esconder meu desgosto. — Juro por Deus, você e Mike
precisam aprender a se comunicar, porque as meninas estão
ficando mais velhas, haverá coisas que surgirão com elas que
exigirão que vocês dois estejam na mesma página, sem usar
alguém como intermediário.

— Você acha que eu não sei disso? — Ela pergunta,


parecendo irritada.

— Não estou dizendo que você não sabe disso, Cece.


Estou perguntando o que você vai fazer para mudar a maneira
como as coisas estão agora, porque Mike não vai ser o único a
resolver os problemas, uma vez que ele não tem nenhum
problema para resolver. Para ele, tudo está perfeito. Ele está
vivendo a vida como sempre viveu, enquanto tudo para você
mudou completamente.

— Eu gostaria que as coisas fossem tão fáceis quanto


você as está fazendo parecer.

— E eu gostaria que você entendesse que está tornando


isso mais difícil do que deveria ser. A conversa que você
precisa ter com ele não precisa ser feia ou conflituosa. Só tem
que ser honesta. Mike pode não saber que, o que está fazendo
está machucando as meninas e tornando as coisas mais
difíceis para você, porque você nunca disse nada a ele. Ele
pode não achar que é grande coisa ele ver as garotas apenas
um dia por semana, porque ele fala com elas todas as noites e
está disponível se elas ligarem. Você não saberá como ele
reagirá até que você converse com ele, depois disso, se ele não
disser que está disposto a trabalhar nas coisas, então você fale
com seu advogado. Mas tenho a sensação de que você pode
ficar surpresa com a reação dele. Ambos amam as meninas e
querem o que é melhor para elas. Vocês dois só precisam
aprender a conversar um com o outro sobre as coisas antes
que transborde.

— Eu vou falar com ele, — ela concorda calmamente. —


Vou ver se ele pode me encontrar amanhã à noite, quando sair
do trabalho.

— Eu acho que isso seria bom, — eu digo, alívio evidente


em minha voz.

— Estamos bem?

— Quase. — Eu solto um suspiro. — Eu sinto muito por


trazer tudo isso na frente da família de Talon. Foi rude, eu
deveria ter me controlado melhor. — eu digo, — não tenho
certeza de quando estarei pronta para enfrentar a mãe de
Talon ou o resto de sua família depois dessa minha explosão
de comportamento.

— Está tudo bem, todas concordaram com você e


queriam ir atrás de você para ter certeza de que você estava
bem, mas sabíamos que você estaria com Talon e ele cuidaria
de você.
— Elas me protegeram?

— Oh sim... bem, quero dizer, Sophie e November se


reuniram ao meu redor para ter certeza de que eu estava bem,
embora eu pudesse dizer que elas não concordavam comigo
em tudo, mas April, Nalia e Willow estavam tão indignadas
quanto você, mas foram gentilmente e me disseram. — Eu a
ouço respirar fundo. — Eu sei que não é da minha conta, mas
tenho que te dizer que é melhor você não estragar o que você
e Talon têm, porque eu prometo que você vai se arrepender.
Não é só por que ele é um cara tão bom e não tem muitos por
aí, é também a família que ele tem.

— Não vou estragar o que eu e ele temos, sei exatamente


o quanto sou sortuda por ele ter decidido me perseguir. — Eu
sorrio. — Estou feliz que ele estava tão determinado.

— Estou feliz por você. — Ela pega minha mão e me


puxa para um abraço.

— Eu te amo.

— Eu também te amo, você deve saber que não importa


o que aconteça, eu sempre estarei aqui para você e as
meninas.
— Eu sei. — Ela me dá um aperto e depois me solta. —
Agora que conversamos, vou para a cama, pois preciso
acordar cedo.

— A que horas você tem que se levantar?

— Estou configurando meu alarme para 6h30. Assim


posso tomar banho antes de precisar sair de casa.

— Basta pensar, se Mike as deixasse, você não teria que


se levantar tão cedo e poderíamos sair para tomar café da
manhã, o que não fazemos há muito tempo.

— Eu sei, eu sei, como eu disse, vou falar com ele


amanhã. — Eu não posso ver ela revirar os olhos, mas posso
ouvi-la suspirar.

— Boa noite. — Eu ri.

— Sim, boa noite.

Eu ouço seus passos pelo corredor, em seguida, encho


meu copo mais uma vez e vou para o quarto. Não querendo
fazer nenhum barulho, eu abro a porta lentamente para que
não range como às vezes faço, achando meu esforço inútil,
porque Talon sentado está na cama com a luz do banheiro
entrando. — Querido, você realmente precisa de algumas
mesas de cabeceira e lâmpadas. E não para sobrecarregá-lo,
mas talvez você possa até adicionar algumas fotos para que
pareça mais um quarto e menos uma cela de prisão.

— Uma cela de prisão? — Ele ri e eu sorrio para ele,


percebendo que os gatinhos e o Soma se foram, então ele
provavelmente acordou quando eles quiseram sair, o que
significa que ele provavelmente me ouviu falando com Cece.
Eu coloco meu copo na única superfície do quarto, que é a
cômoda, antes de ir para a cama quando ele mexe os dedos
para mim. — Podemos ir às compras quando você se mudar
para cá comigo.

— Quando eu vim morar com você? — Eu paro com um


joelho na cama.

— Sim, quando você se mudar. — Ele estende a mão


para mim, em seguida, me puxa através do colchão para ele
antes de me rolar de costas. Uma vez que ele me prendeu com
sua perna entre as minhas, sua palma quente sobe pela minha
coxa nua.

— Talon, — eu sussurro.

— Eu sei que não vai ser amanhã, baby, mas quando


acontecer, você está livre para mudar o que quiser para fazer
desta nossa casa. — Minha garganta queima enquanto eu olho
em seus olhos. Nunca fui de chorar, mas juro que, desde que
conheci este homem, derramei mais lágrimas do que em toda
a minha vida. A única diferença é que sempre são lágrimas de
felicidade. Para esconder a súbita onda de emoções que estou
sentindo, eu levanto meu pescoço e mordo seu lábio inferior.
— Minha camisa está molhada. Me ajude a tirar isso. — Eu o
sinto sorrir contra meus lábios, em seguida, gemer quando ele
move a mão entre minhas pernas, segurando meu sexo
através do tecido fino da minha calcinha.

— Engraçado, este é o único lugar que me parece


molhado.

— Isso é estranho, — choramingo enquanto ele desliza


minha calcinha para o lado e seu dedo médio rola sobre meu
clitóris, fazendo com que minhas costas arquem para fora da
cama.

— Talon. — Eu mordo meu lábio e agarro seu bíceps,


cavando minhas unhas em sua pele enquanto ele afunda dois
dedos dentro de mim.

— O quê, baby?

Eu não respondo a ele. Honestamente, eu não poderia


responder a ele mesmo se eu quisesse, não com seu polegar se
movendo em círculos rápidos e apertados sobre meu clitóris
enquanto ele batia contra meu ponto G com dois dedos, me
puxando cada vez mais perto de um orgasmo que está se
formando a uma velocidade estonteante. Minha respiração
fica presa e gozo, vendo estrelas enquanto prendo minhas
coxas ao redor de seu braço, segurando-o como refém antes
de ficar mole.

— Você está bem? — Ele pergunta, mordendo meu lábio


inferior.

— Não. — Eu deslizo minha mão pela frente de sua


boxer e envolvo minha mão ao redor do seu pau, deslizando
para cima e para baixo o ouço gemer. Ele afasta minha mão e
eu lambo meus lábios enquanto ele tira sua boxer. Eu tiro
minha calcinha antes de sentar de joelhos e tirar minha
camisa.

Ele se ajoelha diante de mim e eu descanso minhas mãos


contra sua pele quente, me perguntando como é possível que
algo tão duro ainda possa ser tão macio. Eu gemo quando suas
mãos envolvem minhas coxas, em seguida, choramingo
quando eu caio de volta na cama e suas coxas ficam entre as
minhas. Eu envolvo minhas pernas em torno de seus quadris
enquanto ele me beija e movo minhas mãos para cima e para
baixo na pele lisa de suas costas enquanto seu pau cutuca
minha entrada.
— Espere, — ele geme enquanto eu levanto meus
quadris, tentando levá-lo onde eu mais preciso.

— Eu não posso. — Eu uso cada grama de força que


tenho e consigo rolar ele de costas, descanso minhas mãos
contra seu peito, observando suas pupilas incendiarem
enquanto afundo em seu comprimento, sentindo o
estiramento e queimar enquanto ele me preenche. — Deus.
— Eu me sento e seguro meus seios. — Não há nada melhor
do que ser preenchida por você.

— Jesus Cristo, Mia. — Ele segura meus quadris e seus


olhos escurecem enquanto deslizam pelo meu corpo. Eu vejo
sua mandíbula se contrair enquanto levanto meus quadris e
desço, então faço isso de novo, de novo e de novo, me
perdendo na sensação dele. — Porra.

— Sim. — Eu mordo meu lábio inferior e minha cabeça


se inclina para trás.

— Me beija. — Seus dedos afundam no cabelo atrás da


minha cabeça enquanto ele se senta. Eu encontro seu olhar,
minha pele formigando quando vejo o olhar faminto em seus
olhos. Envolvo minhas pernas ao redor dele e me inclino para
frente enquanto seu braço envolve minha cintura, nos
mantendo juntos. Minhas paredes internas espasmam
enquanto nos movimentamos, sua boca vem a minha em um
beijo tão profundo que faz meus dedos do pé se curvarem. Eu
me agarro a ele, nunca me senti mais conectada a ninguém em
minha vida enquanto as ondas lentas do meu orgasmo
começam a tomar conta de mim. Eu o seguro com mais força
e enterro meu rosto em seu pescoço.

— Talon, — eu sussurro enquanto ele nos move me


fazendo deitar de volta na cama, sua mão desliza entre nós. —
Eu não posso. — Eu balanço minha cabeça quando seu
polegar encontra meu clitóris hipersensível.

— Você pode. — Ele sai de mim lentamente, apenas para


penetrar de volta, seu impulso profundo acertando apenas o
lugar certo. Eu cavo minhas unhas em suas costas e os
calcanhares dos meus pés em sua bunda enquanto ele
manipula cada um dos meus seios com sua língua e dentes.
Na beira de outro orgasmo, pressiono as pontas dos dedos em
seu couro cabeludo e ele se afasta para olhar para mim.
Percebo o olhar caloroso em seus olhos antes que ele abaixe a
cabeça para me beijar enquanto suas estocadas ficam cada vez
mais rápidas. Até que ele entra profundamente dentro de
mim, gemendo seu orgasmo na minha garganta e fazendo-me
gozar junto com ele.

Respirando de forma irregular, saboreio a sensação de


seu peso quando ele cai contra mim e o seguro tão forte
quanto posso, não estando pronta para a nossa conexão
terminar. — Eu te amo, — eu sussurro, ele beija o meu
pescoço antes de se afastar para procurar meu rosto.

— Não sei se vou me acostumar a ouvir você dizer isso.


— Ele afasta meu cabelo da testa úmida. — Não pensei que
você estivesse lá ainda.

— Eu queria te contar antes de você me contar, mas


temia que você não sentisse o mesmo, — admito.

— Medrosa.

— Sim. — Eu rio, ele esfrega seu nariz contra o meu.

— Você nunca precisa ter medo de mim, baby.

— Tenho aprendido isso. — Eu deslizo meus dedos ao


longo de sua mandíbula, em seguida, abaixo em seu pescoço e
os coloco sobre seu coração, que ainda está batendo forte. —
Obrigado.

— Pelo quê?

— Eu sei que não facilitei as coisas para você, mas estou


feliz que você estava disposto a tentar, mesmo quando eu
estava te afastando. E mesmo que pareça cafona, acho que
parte de mim estava com tanto medo, porque eu sabia que
queria isso, mas estava com medo de que você acabasse sendo
igual a todos os caras que conheci antes. Eu não queria
manchar a imagem de quem pensei que você fosse, se isso
fosse verdade.

— Eu não sou perfeito, baby, nem de longe. Mas te amo


e sempre lutarei por nós, pois o que encontrei em você é mais
do que jamais pensei ser possível. Eu pensei que tinha uma
ideia de como seria ter o seu amor, mas não chegou nem perto
da coisa real.

— Você vai me fazer chorar, — sussurro enquanto meu


nariz começa a arder.

— Sem choro. Apenas me diga que você me ama, então


precisamos nos limpar e ir para a cama, porque minha mãe
disse para ter certeza de que você estará no café da manhã
amanhã de manhã, o que significa que você terá apenas
algumas horas antes de se levantar.

— Sua mãe está brava comigo por causa de ontem?

— Claro que não, ela entende. E baby, uma vez que você
faz parte da família, é isso. Não há retorno. Todo mundo te
aceitou, o que significa que todos eles estarão ao nosso redor,
gostemos ou não. Mas o bom é que isso significa que você tem
muitas pessoas que agora protegem você.

— Isso é um pouco assustador.


— Isso é a família, “ou essa é a minha família, de
qualquer maneira.” — Ele sorri.

— Certo. — Solto um suspiro profundo, em seguida, me


inclino e o beijo rapidamente. — Eu deveria ir tomar banho.

— Sim, mas primeiro você precisa me dizer que me ama.

Meu rosto se suaviza e toco sua bochecha. — Eu te amo,


Talon Mayson, mesmo que você seja mandão e um pouco
louco, — eu sussurro.

— Tudo que me importa é que você me ama, — ele


sussurra de volta, eu sei naquele momento que, enquanto eu o
tiver, posso lidar com qualquer coisa que a vida jogar em mim.
Capítulo Dezessete
Mia
— Então, como foi? — Pergunto a Cece sobre seu
encontro com Mike enquanto me sento no sofá da sala com
janela ao lado da cozinha com o telefone no ouvido. Os
gatinhos imediatamente começam a lutar aos meus pés, me
fazendo sorrir.

— Correu tudo bem, — diz ela, parecendo cansada.

— Tudo bem?

— Bem, ele ficou na defensiva quando mencionei a


quantidade de tempo que ele passa com as meninas, ele jogou
na minha cara que tem que trabalhar para pagar todas as
contas.

— Serio? — Eu nem mesmo tento esconder meu


aborrecimento.

— Você está realmente surpresa com isso? — Ela


suspira. — Eu disse a ele que também tenho que trabalhar e
que se não fosse você estar aqui, não sei o que faria.

— Você teria feito funcionar, — digo a ela suavemente,


sei que ela faria. Pode não ter sido fácil, mas ela teria
encontrado uma maneira de fazer tudo. Isso, ou ela seria
forçada a falar com Mike.

— Eu não teria, Mia, você e eu sabemos que eu estava


me afogando e ele nem percebeu.

Eu ouço lágrimas em sua voz e minha garganta fica


apertada. — Por favor, não chore.

— Eu não vou chorar. As meninas e eu estamos em uma


boa situação, comigo conseguindo um novo emprego e a casa
sendo colocada à venda em breve, estaremos ainda melhor.

— Novo emprego? — Eu franzo a testa. Eu sabia que um


corretor de imóveis veio checar a casa ontem e começar a
papelada, sabia que ele disse a ela que o assalto pode ter sido
uma bênção, porque tinta fresca e atualizações sempre
ajudam com uma venda rápida. Mas eu não sabia sobre um
novo emprego.

— Esta tarde me candidatei a um café da cidade e eles


me ofereceram um emprego. O salário é um pouco menor do
que eu ganhava no Winston's, mas com as gorjetas, deve
equilibrar. E é de dia, então eu estarei em casa com as
meninas à noite, posso simplesmente mudar minhas aulas
online para a noite e fazer meus trabalhos escolares enquanto
elas estão na cama.
— Cece, você não precisa.

— Mia, eu te amo e sou muito grata por você. Mas,


honestamente, não posso esperar que você me ajude até eu
terminar a escola. Eu sei que você não vai se mudar conosco
para o apartamento, então não seria justo da minha parte
esperar que você cuidasse das minhas filhas quando elas têm
dois pais que são capazes de cuidar delas. — Eu a ouço
respirar fundo e soltar o ar lentamente. — Você estava certa
sobre Mike. Ele precisa começar a fazer sua parte, vou
começar a responsabilizá-lo, porque as meninas e eu
merecemos isso dele.

— Mesmo assim, quero que saiba que estou aqui de


qualquer maneira, mesmo que não more com você. — O
lembrete me faz perceber que vou ter que fazer um exame de
consciência. Eu sei que quero viver com Talon, Só não sei se é
muito cedo. Então, novamente, seria estúpido entrar em um
contrato de aluguel em algum lugar e comprar móveis e
outras coisas apenas para deixá-lo fechado, porque eu fico
aqui o tempo todo.

— Eu sei disso. — Sua declaração me tira dos meus


pensamentos. — Mas eu quero... não, eu preciso fazer isso. Eu
preciso saber que posso cuidar das minhas meninas. Quero
que vejamos seus pais, mesmo que não estaremos juntos,
colocando suas diferenças de lado para ter certeza de que
estão felizes.

— Eu quero isso para todos vocês também.

— Eu sei que sim, mesmo que a conversa tenha


começado de forma ruim, Mike acabou concordando que ele
tentaria estar mais perto. Então agora, tudo que posso fazer é
esperar para ver o que acontece com ele.

— Winston sabe que você está se demitindo? — Eu


pergunto, esperando que Mike dê um passo como ele precisa.

— Sim, ele entende, mesmo que não goste. E


honestamente, eu não podia trabalhar lá e vê-lo todos os dias.
Aconteceu muita coisa entre nós.

— Eu entendo isso, Cece, eu realmente acho que é mais


saudável para você que você não trabalhe mais lá.

— Eu sei, — ela diz quando ouço a porta da frente abrir,


o que significa que Talon está em casa. E mesmo que eu o
tenha visto algumas horas atrás, quando parei na casa da Cece
para levar para ele e os meninos o jantar, eu sinto sua falta
desde que deixei sua presença. — Só vou sentir falta de vê-lo.
Meus olhos se fecham e meu coração dói por ela, porque
eu entendo esse sentimento, mesmo que minhas emoções não
estejam nubladas pela dor. — Sinto muito, — eu sussurro.

— Eu também, — ela sussurra de volta. — Qual é o seu


plano para amanhã à noite? Mamãe estava perguntando
sobre ficarmos juntas para jantar com você e Talon.

— Umm. — Abro meus olhos quando ouço Talon entrar


na cozinha, sorrio quando ele para dar um pouco de amor a
Retro e Mercury. Claro, minhas garotas descontraídas se
acomodaram na casa dele sem problemas e até parecem
gostar da companhia de Soma e dos gatinhos. — Talon
acabou de chegar em casa. Deixe-me perguntar a ele.

Ele caminha em minha direção, de alguma forma


parecendo seriamente gostoso em uma camiseta suja, jeans e
botas. Minha língua fica presa no céu da boca, todos os
pensamentos, exceto ele, deixam minha mente quando ele se
abaixa para me beijar rapidamente, ainda conseguindo tocar
sua língua no meu lábio inferior. — E aí? — Limpando minha
garganta, eu pisco enquanto ele tira a camisa. — Baby.

— Tudo certo. — Eu lambo meus lábios. — Meus pais


estão se perguntando se podemos todos nos encontrar para
jantar amanhã à noite.
— Claro. — Seus dedos se movem para o cinto,
distraindo-me enquanto ele o desabotoa, chamando a atenção
para a fina faixa de cabelo que eu sei que leva ao céu.

— Mia.

— Hmm? — Eu perco o foco quando ele começa a


desabotoar a calça jeans.

— Deixa pra lá. — Ele pega o telefone na minha mão,


colocando-o no ouvido. — Cece, tudo bem, o jantar amanhã
funciona. Que tal você e seus pais nos encontrarem aqui por
volta das cinco, eu vou jogar algo na grelha? — Ele me puxa do
sofá antes que eu possa perguntar o que ele está fazendo,
então ele começa a me conduzir em direção ao quarto com sua
mão enrolada firmemente na minha. — Legal. Vejo você
então. Sim. Tudo bem, tenha uma boa noite e, com certeza,
direi a Mia que você disse isso. — Ele desliga e joga meu
telefone no balcão da cozinha antes de se virar e me pegar. —
Sua irmã disse boa noite.

— OK. — Eu respiro enquanto envolvo minhas pernas


ao redor de seus quadris e coloco minha boca na dele.
Quando chegamos ao banheiro, embora eu tenha tomado
banho quando cheguei em casa, não tenho nenhum problema
quando ele me arrasta para debaixo do jato de água com ele.
E eu com certeza não reclamo dos dois orgasmos que ele me
dá enquanto me fode contra o azulejo.

_______________

MEUS PAIS, IRMÃ, sobrinhas, Talon e eu nos sentamos


ao redor da mesa em seu deck traseiro, com pratos
espalhados pela mesa e nada além de restos de salmão,
batatas assadas e espigas de milho que cozinhei. Talon acabou
ficando preso na casa de Cece, então eu preparei tudo para o
jantar antes que ele chegasse em casa. Pego meu chá gelado e
tomo um gole.

— Mia estava contando a Chaz e a mim sobre a casa que


você está construindo. Adoraríamos ver esta semana se você
tiver tempo, — diz minha mãe, pegando sua taça de vinho.

— Deixe-me saber quando querem ir . — Talon


descansa seu braço nas costas da minha cadeira e alisa seu
polegar para cima e para baixo em meu ombro enquanto eu
descanso minha mão em sua coxa.

— Você sabe quanto está planejando definir o preço? —


Ela pergunta a ele, minha espinha se enrijece.

— Mamãe.
— O que? — Ela franze a testa para mim. — Chaz e eu
temos conversado e estamos pensando em nos mudar para cá.

— O que? — Eu pergunto, claro que ouvi errado. Ela


viveu em Montana toda a sua vida, Chaz também, então é
difícil para mim acreditar que eles se mudariam. E não só isso,
mas Chaz tem um escritório de advocacia bem estabelecido lá,
não o vejo se aposentando tão cedo, embora tenha quase 70
anos.

— Chaz está planejando se aposentar nos próximos


anos, nós nos apaixonamos por esta área e estamos
conversando sobre encontrar um lugar aqui.

— Realmente? — Eu olho para Chaz.

— Queremos estar mais perto de todas as nossas


garotas, — diz ele, seu rosto suave enquanto olha entre mim,
Cece, Ruby, Lola e Kate.

— Eu não ficaria chateada com isso, — digo a ele.

— Nem eu, — concorda Cece que pergunta às meninas.


— Vocês ficariam muito felizes se vovó e vovô se mudassem
para cá?

— Tão feliz. — Lola sorri.


— Tão, tão feliz, — Kate diz, sempre querendo superar
sua irmã como ela pode.

— Posso ir brincar com os gatinhos? — Ruby pergunta,


quicando em sua cadeira e nos fazendo rir.

— Sim, vá em frente. Basta ser gentil com eles, Cece —


diz a ela, suas irmãs a seguem para dentro. Quando a porta se
fecha atrás deles, Cece olha para Talon e aponta. — Só para
você saber, eu vou te matar se você oferecer às minhas
garotas um daqueles gatinhos.

— Oh, é uma boa ideia. Você pode ter dois, assim eles
ainda poderão brincar um com o outro, — eu digo feliz, minha
irmã me encara. — Você tem que admitir que eles são fofos e
você não teve nenhum tipo de reação alérgica a eles.

— Não. — Ela balança a cabeça.

— Você não pode me impedir de dar um presente a elas.


— Eu encolho os ombros, sorrindo quando Talon ri e beija o
lado da minha cabeça.

— Viu? Isso é o que não queremos perder, — mamãe


diz, eu olho para ela. — E pense, querida, se conseguirmos um
lugar aqui, estarei muito mais por aqui e poderei ajudá-la a
planejar seu casamento.
— Mãe, — eu gemo, cobrindo meu rosto.

— O que?

— Talon e eu...

— Sua filha tem que concordar em se casar comigo


antes que vocês dois comecem a planejar um casamento, —
Talon me interrompe, eu me viro para encará-lo.

— Não a incentive.

— Por quê? Eu te perguntei.

— Não, você não fez, — eu nego, então meus olhos se


arregalam quando me lembro dele me perguntando depois
que eu fiz um boquete nele, ele sorriu como se estivesse lendo
minha mente . — Isso não contou. — digo a ele, ouvindo Cece
rir enquanto eu balanço minha cabeça. — De qualquer forma,
acabamos de ficar juntos. Vai demorar um pouco antes que
isso aconteça.

— Então você não vai se mudar para cá quando Cece


conseguir o apartamento dela? — Chaz me pergunta.

— Bem… — Eu olho em volta, me sentindo colocada no


lugar.
— Vamos viver um dia de cada vez, Talon — diz,
apertando meu ombro. — Mia sabe que a quero aqui comigo,
mas não vou pressioná-la se ela não estiver pronta.

— Bax é solteiro? — Mamãe deixa escapar, olhando para


Talon como se ele fosse o único responsável por acabar com a
fome no mundo.

— Mãe, — Cece se junta, sabendo onde ela quer chegar


com essa pergunta.

— O que? — Mamãe responde. Ele é muito bonito, é


obviamente um trabalhador árduo e é irmão de Talon, então
eles provavelmente são muito parecidos.

— Apenas pare, mãe. — Cece se afasta da mesa para se


levantar e começa a ir para a porta, dizendo por cima do
ombro. — Vou dar uma olhada nas minhas meninas.

— Eu só estava perguntando. — Mamãe suspira quando


Chaz balança a cabeça para ela.

— Cece tem problemas suficientes com garotos agora,


você não acha? — Ele pergunta a ela.

— Eu só quero que ela seja feliz, — mamãe diz baixinho,


ele cobre a mão dela sobre a mesa.
— Acho que você, mais do que ninguém, sabe que ela
não encontrará isso em um homem. Ela precisa encontrar em
si mesma, — ele diz suavemente, meus dedos envolvem a coxa
de Talon e cravam.

— Você está certo. — Mamãe abaixa a cabeça em


direção a ele, ele beija sua testa.

Observando-os naquele momento, sei exatamente por


que minha mãe se apaixonou por ele, tenho que admitir que o
amo ainda mais do que já amava, o que é muito. É preciso um
tipo especial de homem para entender que eles podem
acrescentar algo à sua vida, mas não podem ser sua vida. Uma
coisa que tenho aprendido com a ajuda do homem ao meu
lado é que você tem que encontrar felicidade e contentamento
dentro de você antes de ser capaz de fazer alguém feliz, mas
se você tiver sorte, você encontrará alguém que está disposto
a esperar por você enquanto você descobre as coisas.
Capítulo Dezoito
Talon
COM MINHA MÃO no cabelo de Mia e ela ajoelhada entre
minhas pernas, eu vejo enquanto ela envolve seus lábios em
volta do meu pau, chupando a ponta e sacudindo a cabeça
antes de me levar totalmente em sua boca. Entre sua fome e
habilidade, cada vez que ela coloca sua boca em mim, eu luto
contra o desejo de gozar imediatamente. — Maldição, Mia, —
eu assobio, minha cabeça caindo para trás, incapaz de segurá-
la enquanto ela torce a mão em sincronia com cada
movimento de sua boca. Eu endireito minha cabeça quando
sua mão se move na minha coxa, gemo quando ela a desliza
entre suas pernas. Sabendo quão doce ela é e querendo-a na
minha língua, eu a puxo do meu pau, ignorando seu protesto,
a arrasto sobre minha boca.

— Eu estava fazendo algo, — ela reclama, com seus


quadris sacudindo enquanto eu corro um dedo por suas
dobras e circulo seu clitóris. Eu coloco minhas mãos na parte
interna de suas coxas, abrindo-a e lambendo seu centro. —
Oh Deus.

— O que você estava dizendo, baby? — Eu pergunto,


seus olhos encontram os meus e se estreitam.
— Não pare, — ela ofega, eu a lambo novamente e me
concentro em seu clitóris, sacudindo-o com a minha língua
enquanto olho seu corpo. Sua cabeça está para trás e suas
mãos estão cobrindo seus seios, puxando seus mamilos.

— Talon! — Ela grita, deixando cair a cabeça para frente,


eu mantenho seu olhar enquanto enterro minha língua dentro
dela. Então eu gemo quando ela goza, seus quadris sacudindo
e as coxas tremendo. Beijando a parte interna de sua coxa,
espero que leve um minuto para ela se recuperar quando
começo a movê-la, mas antes que eu tenha a chance de mudar
nossa posição, ela monta em meus quadris, envolve sua mão
em volta do meu pau e afunda em meu comprimento.

— Foda-se, Mia. — Meu corpo estremece quando seu


calor úmido e apertado estrangula meu pau, eu envolvo
minhas mãos em torno de seus quadris para mantê-la firme
antes que ela possa se mover. Quando seus olhos encontram
os meus, o olhar selvagem que ela me dá prova que ela está
meio louca de luxúria. Nós continuamos nus, — Mia, vou
engravidar você.

Meu pau estremece com a ideia dela carregando meu


filho, suas paredes sofrem espasmos em resposta. Sem
responder à minha declaração, ela cai para frente, sua boca
cobrindo a minha enquanto ela levanta seus quadris e cai de
volta no meu comprimento em movimentos lentos e
constantes que estão me deixando meio fora da minha mente.

Precisando de mais, eu a viro de costas, fico de joelhos,


em seguida, giro-a de barriga para baixo, colocando suas
pernas em cada lado das minhas e levantando-a pelos quadris.
Assim que estou pronto, eu afundo nela com um golpe forte,
em seguida, deslizo minha mão por suas costas para seu
ombro e a puxo para cima. — Eu estou supondo, já que você
não me fez pegar uma camisinha, que você está bem em ter
meu bebê, — eu digo asperamente, fodendo com força, ela
geme, estendendo as mãos atrás de mim para agarrar minha
bunda. Beliscando seu pescoço, eu envolvo meus braços em
volta dela, um movendo-se para seu seio e puxando seu
mamilo, o outro segurando sua mandíbula e virando sua
cabeça em minha direção até que seu olhar encontre o meu.
— Eu não estou mais brincando, Mia. Se você está disposta a
me dar isso, pode morar comigo, usar meu anel e ser minha
esposa. — Eu a beijo, enfiando minha língua entre seus lábios
antes que ela possa responder. Liberando sua mandíbula, eu
deslizo minha mão sobre sua barriga até entre suas pernas,
encontrando seu clitóris com meu dedo médio.

— Talon. — Ela cobre minha mão com a dela, eu


amaldiçoo enquanto seus dedos cobrem os meus enquanto eu
afundo nela. Ela vira a cabeça na minha direção. — Eu te
amo.

— Eu sei, Baby. — Eu a beijo quando ela se inclina para


minha boca, como acontece quase todas às vezes com ela, ela
goza e eu gozo junto com ela, sempre disposto a segui-la.
Meus quadris empurram e eu a seguro mais apertado
enquanto seus gritos enchem o ar. Suado, saciado, com meu
coração batendo forte e minha respiração saindo em ofegos
ásperos, eu desabo na cama, levando-a comigo, não querendo
perder nossa conexão.

— Não, — ela sussurra quando tento me mover, certo de


que meu peso é demais para ela. Só me dê um minuto. Ela
agarra minha mão e entrelaça nossos dedos, puxando-me
contra seu peito. Eu não luto com ela, em vez disso, beijo o
lóbulo de sua orelha e relaxo contra ela, ouvindo sua
respiração voltar ao normal. — Tem certeza sobre eu vim
morar aqui? — Ela pergunta, cortando o silêncio, meus olhos
se fecham.

— Você sabe que eu tenho certeza, baby.

— Ok, — ela diz baixinho, então sua respiração se


equilibra e levo um minuto para perceber que ela adormeceu.
Não querendo acordá-la, eu cuidadosamente me desvencilho
de seus braços e me levanto, jogando o cobertor sobre ela
antes de ir ao banheiro. Depois de pegar um pano e limpá-la,
apago a luz do banheiro e subo na cama, puxando-a contra
mim. Ela se aninha no meu lado e curva o braço em volta da
minha cintura, dando um aperto. — Estou me mudando, então
precisamos ir às compras, — diz ela, parecendo meio
adormecida, eu sorrio para o teto.

— Deus, eu odeio esse som, — Mia, que está presa


embaixo de mim, geme, arrastando o travesseiro sobre a
cabeça enquanto eu alcanço meu celular atrás de mim para
desligar o alarme. — Como já é de manhã?

Rindo, eu puxo o travesseiro de suas mãos e seguro seu


rosto enquanto seus olhos piscam e se abrem para encontrar
os meus. — Você quer tomar banho?

— Já que não consigo voltar a dormir, posso muito bem


ter um orgasmo por ter que acordar. — Ela toca o dedo na
covinha do meu queixo, em seguida, passa ao longo do meu
lábio inferior. — Você tem dormido menos do que eu. Como
você não está cansado?

— Estou com muita adrenalina. Sempre foi assim


comigo. Quando há trabalho a fazer, estou focado em fazê-lo,
porque sei que haverá um tempo de inatividade quando não
poderei fazer nada além de relaxar.
— Exceto que você não será capaz de relaxar depois de
terminar com a casa de Cece, porque você ainda tem que
terminar sua construção. — Ela descansa a testa sob meu
queixo. — Quando você tiver uma folga, acho que devemos
sair de férias.

— Onde você quer ir?

— Eu não me importo, contanto que seja só você e eu.

— Eu farei isso acontecer. — Beijo o topo de seu cabelo


e, em seguida, digo baixinho. — Vou ligar o chuveiro.

— Encontro você lá, — diz ela, eu saio da cama,


esperando que ela volte a dormir, mas ela se junta a mim
alguns minutos depois. E aproveito ao máximo esse tempo,
dando a ela um orgasmo antes de ter o meu.

_______________________________

— Talon, desça aqui agora! — Tio Asher grita, eu


encontro os olhos de Bax ao no canto do espelho que estamos
tentando pendurar no banheiro principal de Cece.
— Sim, me dê um minuto! — Eu grito de volta,
balançando minha cabeça. — Quantas vezes você acha que eu
preciso dizer a eles que não vamos melhorar nada antes que
elas saibam? — Eu pergunto enquanto colocamos o espelho
na parede para que possamos terminar de parafusá-lo no
lugar. Na última semana, estivemos na casa da Cece todos os
dias, todos os dias, tive que explicar aos meus tios que ela está
colocando esta casa no mercado, para que as coisas em
conserto não precisem ser atualizadas ou renovadas.

— Já que eles continuam perguntando, vou dizer até


terminarmos, — ele resmunga, tirando a maior parte do peso
do espelho enquanto pego a furadeira.

— Sim, bem, seria diferente se Cece não fosse vender,


mas com tudo o que aconteceu, ela está mais determinada a
colocar este lugar no mercado e encontrar um lugar para
alugar.

— Eu não a culpo.

— Nem eu. — Eu recuo e olho ao redor do banheiro


principal. Eu não vi o quarto antes de começarmos a
trabalhar nele, mas com um novo espelho, novo vidro no
chuveiro e tinta fresca, acho que parece melhor do que antes
da invasão, o que ajudará quando ele for para o mercado, da
mesma forma que o resto da casa.
— Talon! — Tio Asher grita mais uma vez.

— Droga, o que diabos você fez?

Eu não respondo Bax. Recolho os panos do chão e saio da


sala, passando por baixo do andaime da escada que os
pintores montaram. Quando chego ao pé da escada, vejo
minha família reunida na cozinha e meu primo Cobi com os
olhos em mim, seu corpo parecendo eletrizado.

A preocupação começa a invadir minha mente e meu


coração começa a bater forte. Baixei a guarda na semana
passada, tendo Mia em minha cama quando acordo todas as
manhãs e em minha casa todas as noites quando ela sai do
trabalho, com seus pais, irmã e sobrinhas a salvo na casa de
alugada. — O que está acontecendo?

— Precisamos conversar, — afirma Cobi, contornando a


ilha em minha direção.

— Sobre o que? — Bax pergunta, colocando-se entre


mim e todos os outros na sala.

— Onde está Mia? — Exijo com Bax pressionando mais


perto do meu lado.

— Mia está bem. — Cobi tenta me tranquilizar, mas o


medo que passa por mim está tornando difícil acreditar nele.
— Você conhece Harrison Charmers, mais conhecido como
Harry hoje em dia? — Ele pergunta, eu congelo com a menção
do homem que está com meus dentes no limite por semanas.
Eu vou para a porta, precisando ver por mim mesma se Mia
está bem, mas ele envolve sua mão em volta do meu bíceps,
me parando. — Você tem minha promessa de que ela está
bem. Agora, ela está fazendo um test drive com um dos meus
rapazes, eles estão explicando a ela exatamente o que estou
prestes a explicar para você.

— Que porra está acontecendo? — Eu encolho os


ombros, pronto para levá-lo e todos os outros para chegar até
Mia, se necessário.

— Corina Schmidt lançou um golpe sobre o marido, o


amante dela e a família dela alguns dias atrás.

— Quem diabos é Corina Schmidt? — Bax faz a pergunta


na ponta da minha língua.

— Corina Schmidt é a esposa de Winston, — diz o tio


Asher, Cobi passa a mão pelo cabelo e suspira antes de
encontrar meu olhar mais uma vez.

— Como disse o tio Asher, ela é esposa de Winston e,


alguns dias atrás, Winston pediu o divórcio depois de
encontrar provas de que ela estava tendo um caso de longa
data com Harry Charmers. Um caso que tornou seu acordo
pré-nupcial nulo e sem efeito. O acordo pré-nupcial é a única
coisa que mantém ele e Corina juntos por todos esses anos. —
Sua cabeça balança de um lado para o outro como se ele não
pudesse acreditar no que está prestes a dizer. — Depois que
Winston a confrontou sobre Harry, Corina começou a
procurar um assassino profissional.

— Então Mia e sua família estão em perigo? — Eu rosno,


interrompendo-o, minha raiva voltando dez vezes, pensando
não só na minha mulher, mas também nas sobrinhas, irmã e
pais dela estarem em perigo. Saio pela porta, mas todos me
cercam, impossibilitando a saída. Meu peito arfa quando me
concentro em meu primo enquanto outro policial entra na
casa, este em uniforme completo.

— Deixe-me explicar, — diz Cobi, erguendo as mãos.

— Então pare de nos levar em uma jornada de merda


pela trilha da história e vá direto ao ponto, — Bax exige com
raiva e frustração colorindo seu tom.

Olhando para Bax, Cobi então volta sua atenção para


mim. — As meninas, Cece, Mia e seus pais vão ser todos
presos em seu apartamento esta noite, amanhã de manhã,
depois que o assassinato deveria acontecer, nosso oficial, que
“Corina acredita ser seu assassino” vai chamá-la para que ela
saiba que o trabalho está feito.

— Jesus. — Eu esfrego minhas mãos no meu rosto, não


acreditando que essa merda seja real. — Diga-me que todos
estarão seguros.

— Eles estarão todos seguros. Temos um plano para


obter as evidências de que precisamos. Eu só preciso saber
que você será capaz de manter a calma enquanto trabalhamos
em nosso caso, para que Harry e Corina recebam as sentenças
que merecem.

— Você quer que eu seja legal sobre a ideia de minha


mulher ter um golpe contra ela? — Eu pergunto em
descrença.

— Não estou dizendo que vai ser fácil, mas quando você
sair desta casa, você precisa agir como se fosse negócio usual,
você não sabe o que vai acontecer, você não sabe que merda
está prestes a acontecer. Basta lembrar que amanhã à noite,
quando você for para a cama, sua garota estará deitada ao seu
lado e essa merda vai acabar. Você pode fazer isso?

— Eles estão me observando?

— Pelo que nosso agente secreto conseguiu arrancar de


Corina enquanto falava com ela sobre o assassinato, ela
explicou que seu amante, Harry, deveria conquistar Mia e
obter informações dela sobre o caso que Winston e Cece
estavam tendo. O que teria dado a ela a oportunidade de se
divorciar dele e conseguir tudo. Quando você entrou em cena,
o plano deu errado, seu relacionamento com Mia o impediu de
se aproximar dela. E com a pressão de Corina, ele com raiva
destruiu primeiro sua contrução e depois este lugar.

— Jesus, — murmura Bax,

— O amor te faz fazer coisas malucas, — diz Cobi e eu


fecho meus olhos. Ele tem razão, eu sei que o amor o leva a
fazer coisas que você normalmente nem pensaria em fazer,
mas fazer parte de machucar pessoas e matar uma família
inteira é apenas insanidade. — Estou muito feliz que Corina e
Harry foram muito estúpidos para realmente verificar a
pessoa que eles contrataram para o golpe, porque a merda
poderia estar indo para o lado, estaríamos tendo uma
conversa totalmente diferente.

Abro meus olhos para encontrar os dele, me sentindo


nauseado. — Eu preciso estar com Mia e sua família esta noite.

— Não posso deixar isso acontecer, — diz Cobi, apoiando


a mão no meu bíceps. — Se eles ficarem assustados, isso pode
explodir todo o caso contra eles.
— Mia está ficando comigo esta semana.

— Sim, mas pelo que eles sabem, ela não mora com você,
então não vai parecer estranho que ela fique com a família
esta noite, — diz ele, em seguida, se aproxima até que
estejamos cara a cara. — Eu prometo, quando isso acabar,
acabou. Você não terá que se preocupar em ficar longe dela
novamente. Eu só preciso que você confie em mim e saiba que
vou fazer o certo por você e por ela, no fim de semana, isso vai
acabar e vocês poderão começar sua vida juntos sem se
preocupar.

Com minha mandíbula apertada, pego meu telefone e


disco o número de Mia enquanto caminho em direção à porta
dos fundos.

— Ei, querido, — ela diz baixinho, o medo em sua voz me


fazendo querer enfiar meu punho na parede.

— Você está bem?

— Não. — Ela respira fundo. — Estou preocupado com a


Cece. Ela não está aceitando nada disso muito bem.

Tenho certeza que não, o que é compreensível. Cobi me


garantiu que ela e as meninas estão bem, baby.
— Eu sei, mas isso é muito... além de muito. — Ela está
pirando porque vai ter que explicar as coisas para Mike, ela
sabe que isso não vai cair bem.

— Como estão seus pais?

— Mamãe estava abrindo uma garrafa de vodka para ela


e Chaz, já que ele não tem sua loja aqui para desaparecer.

Eu sorrio com isso. — Onde você está?

— Dirigindo de volta para a concessionária. Hum... O


oficial Jameson está me levando de carro enquanto falo ao
telefone. Ele disse que não posso fazer com que pareça
suspeito quando voltar para a concessionária saindo
imediatamente.

— Isso vai acabar logo.

— Eu te amo, — ela sussurra, minha cabeça cai para


frente quando meus olhos se fecham. — Eu vou te encontrar
hoje à noite no lugar dos seus pais.

— Talon, — Cobi rosma, mas eu o ignoro.

— Eles disseram que não podemos fazer nada parecer


fora do comum, então ficarei apenas para o jantar. Eu só
preciso ver você, — digo a ela, Cobi geme.
— Obrigado.

— Amo você, baby. Ligue-me quando estiver saindo do


trabalho assim que chegar ao seu carro.

— Eu vou. — Ela desliga e eu coloco meu telefone no


bolso de trás.

— Não foda meu caso, Talon.

— Se essa merda estivesse acontecendo com Hadley, —


ninguém seria capaz de mantê-lo longe dela, eu digo, sua
mandíbula se contrai, porque ele sabe que eu estou certo. —
Eu não vou ficar a noite toda. Eu vou jantar. Seria mais
estranho para mim não ver Mia.

— Bem. — Ele balança a cabeça. — Eu vou sair. Entrarei


em contato amanhã de manhã, quando Corina e Harry
estiverem atrás das grades.

Quando ele sai, eu me viro para encarar todos. — Eu vou


sair.

— Você quer conversar? — Tio Cash pergunta, o olhar


preocupado em seus olhos refletido em todos os outros na
sala.

— Não, eu preciso de algum tempo para colocar minha


cabeça no lugar.
— Você sabe que Mia estará segura, junto com as
meninas.

— Sim, — eu concordo, mas ainda assim não muda a


sensação de merda na boca do meu estômago. — Eu terei meu
celular ligado se você precisarem de mim. Saio da casa e vou
para casa ver como estão os filhotes e levá-los para fora.
Quando Mia liga para avisar que está com os pais, coloco os
filhotes no carro, sigo em sua direção e não saio até perto da
meia-noite. Eu não sento no meu carro do lado de fora como
quero. Vou para a casa dos meus pais e sento com meu pai até
às quatro da manhã, quando Cobi liga para dizer que Harry e
Corina foram presos. Depois disso, vou direto para Mia, pego-
a e a levo para casa comigo.

COBI

DE PÉ COM MEUS braços cruzados sobre o peito com


Winston ao meu lado, observamos Corina Schmidt sentar-se
no espelho quando a porta se abre. Ela se agita nervosamente
quando o detetive Jameson e o detetive Clarkston entram na
sala.

— Senhora, — Clarkston abaixa o queixo antes de se


sentar em frente a ela, enquanto Jameson fica perto da porta.
— Alguém poderia me dizer por que estou aqui? —
Corina implora, envolvendo seu suéter em volta da cintura, se
abraçando. — Estou aqui há horas e ninguém apareceu para
me dizer nada.

— Sinto muito sobre isso, foi uma noite agitada, —


Jameson diz a ela, movendo sua cadeira para a beira da mesa e
depois sentando com os cotovelos nos joelhos, trazendo seu
corpo para mais perto dela, fazendo a situação parecer mais
íntima.

— Esse tipo de coisa nunca é fácil.

— O que aconteceu? — Ela sussurra, olhando entre os


dois homens.

— Lamento ser o único a dizer que seu marido levou um


tiro em sua casa há algumas horas.

— O que? — Ela sussurra, seu corpo caindo enquanto


seus olhos começam a lacrimejar. — Ele está bem?

Eu tenho que dizer ela é uma boa atriz e se eu não


soubesse a verdade, eu poderia estar convencido de que ela
realmente se importava.

— Ele está morto, — diz Jameson, ela cobre o rosto com


as mãos e começa a soluçar.
— Não, não, não! — Ela cai de joelhos, descansando a
testa no chão enquanto grita e Clarkston se olha no espelho
revirando os olhos.

— Senhora. — Jameson toca o ombro dela. — Sei que


não é fácil, mas tenho algumas perguntas para você.

— Eu não sei de nada. — Ela balança a cabeça


freneticamente enquanto ele a ajuda a se sentar, entrega a ela
uma caixa de lenços de papel e espera que ela pare de chorar.

— Você conhece Cece Willimson?

— Sim, ela trabalhou com Winston, por quê?

— Estamos tentando descobrir a conexão entre o


assassinato do seu marido e o dela, — ele diz e continua.

— Pelo que pudemos reunir, seu marido e você não


estão mais juntos. Posso perguntar o que levou à sua
separação?

— Winston me traiu. — Ela funga. Estávamos tentando


resolver as coisas, mas nem sempre é fácil superar um caso.

— Foi o caso dele que levou ao seu relacionamento com


Harry Charmers? — Clarkston pergunta. Seu rosto empalidece
quando ela registra o que o policial disse. — Vocês dois estão
juntos há alguns anos, certo?
— Eu Nós… — Ela muda sua atenção para frente e para
trás entre os dois homens. — Harry e eu somos apenas
amigos.

— Isso é estranho porque Harry está na sala do outro


lado do corredor, ele admitiu seu caso para nós, — afirma
Clarkston, assumindo o papel de policial malvado enquanto
olha para ela de cima a baixo.

As lágrimas em seus olhos parecem secar


instantaneamente, seus lábios pressionam em uma linha
tensa. — Ele está mentindo!

— Ele também estava mentindo quando disse que foi sua


ideia encontrar um assassino para assassinar seu marido e a
mulher com quem ele está saindo e toda a família dela?

— Isso nunca aconteceu, ela cospe quando a porta se


abre novamente e Ace, um dos nossos policiais disfarçados, é
escoltado para a sala algemado com a cabeça baixa.

— Você conhece este homem? — Clarkston pergunta a


ela, posso ver como o pânico enche seus olhos.

— Não foi ideia minha! — Ela deixa escapar, olhando ao


redor como se estivesse procurando uma maneira de escapar.
— Harry queria se casar comigo, Winston não se divorciaria
de mim, não importa o quanto eu implorasse a ele.
— Não acredito nessa vadia, — murmura Winston do
meu lado, passando os dedos pelo cabelo. — Nem uma vez
sequer perguntou onde nosso filho está, quando ele estava
comigo na noite passada.

— Você quer enfrentá-la? — O capitão pergunta, vejo


Winston erguer o queixo antes de ser levado para fora da sala.

— E você estava bem com nove pessoas morrendo para


que você pudesse se casar? — Clarkston pergunta a Corina
enquanto eu volto minha atenção para o vidro. Ela começa a
sacudir a cabeça, parecendo completamente em pânico.

— Eu não... eu não fiz nada, — ela choraminga, então a


porta se abre mais uma vez para deixar Winston entrar na
sala. No momento em que o vê, a cor desaparece de seu rosto
e ela parece prestes a vomitar. — Você…

— Sim, estou vivo. — Ele a encara enquanto ela tenta se


levantar e andar até ele. — Eu gostaria de poder dizer que
estou surpreso com seu último ato egoísta de desespero, mas
não estou. Eu também deveria deixar você saber, não que você
dê a mínima, que nosso filho está bem. — Ele se vira para a
porta e para quando ela grita seu nome.

— Winston, pare por favor, me desculpe!


— Diga isso ao juiz e eu entregarei os papéis do divórcio
ao seu advogado. — Ele sai da sala e assim que a porta se
fecha atrás dele, ela desmorona.

— Vocês fizeram bem. — O capitão dá um tapinha no


meu ombro enquanto ele liga o interruptor, transformando o
vidro na minha frente preto. — Com a evidência de vídeo de
Ace, Harry admitindo sua parte, os registros bancários onde
Corina retirou dinheiro suficiente para pagar pelo golpe, o
caso contra os dois é sólido.

— Sim, — eu concordo, passando a mão pelo cabelo, feliz


que o último drama familiar acabou, depois de lidar com uma
porrada de papelada, vou para casa e ver minhas meninas,
que vão me lembrar que há mais bom neste mundo do que
mau.
Epílogo
Talon
Três meses depois

— O PROJETO ARQUITETÔNICO exclusivo de Talon e Bax


Mayson, estilo, atenção aos detalhes e uso de tecnologia
inteligente em suas construções trouxeram algo novo para o
mercado imobiliário do Tennessee. Se você está procurando
uma casa que não seja apenas energeticamente eficiente, mas
elegante e acolhedora, você vai querer colocá-la no topo da sua
lista de construtores. Eles, junto com a Mayson Construction,
estabeleceram uma nova precedência no mundo da construção
e, em minha opinião, fizeram isso com uma explosão. Stan
Miller, crítico de design doméstico da revista Tennessee Million
Dollar Home, — Mia termina de ler e depois grita enquanto
empurra o telefone na minha cara. E como estou dirigindo,
mal tenho a chance de olhar a imagem, não que eu precise ver.
Eu conheço a foto escolhida para a revista de seis páginas,
aquela de Bax e eu parados em frente à casa que construímos,
sorrindo largamente. — Estou tão orgulhosa de você, querido.

— Obrigado, baby. — Eu coloco minha mão em sua coxa.

— E mesmo sem este artigo, vocês já venderam a casa.


— Nós fizemos, — eu concordo, embora sua mãe e Chaz
não acreditassem. Um casal que está se mudando da
Califórnia superou o lance dos pais de Mia e, felizmente, eles
concordam que Bax e eu aceitemos a oferta por mais dinheiro.
Também podemos ter dito a eles que construiríamos para
eles, se é isso que eles decidem fazer.

— Ruby deu isso a você? — Mia pergunta, me arrastando


dos meus pensamentos e passando os dedos pela fita grossa
rosa que está amarrada em volta do meu pulso há quatro dias.
Eu sorrio, entrelaçando meus dedos nos dela.

— Não. — Eu levo a mão dela à minha boca e beijo as


costas dela. — Você verá para que serve quando chegarmos à
Montanha Fire Fox.

— Oh, um mistério. — Ela ri enquanto se vira para


verificar a corrente de ar que estamos puxando. — Sabe,
quando você me disse que deveríamos ir acampar em vez de
ir a uma praia em algum lugar, pensei que você tinha perdido
a cabeça, mas acho que nunca tive férias melhores na minha
vida.

— Estou feliz, baby.

— E não faz mal que meu guia turístico pessoal do


Tennessee seja seriamente gostoso e muito bom em dar
orgasmos, — acrescenta ela. Rindo, saio da rodovia. — Eu
simplesmente não consigo acreditar que teremos que ir para
casa logo. Não estou pronta para voltar à vida real.

— Eu sei, baby, mas ainda temos alguns dias antes de


sairmos, — eu digo enquanto estaciono o Jipe e trailer em
uma vaga dupla, em seguida, saio, colocando meu colete por
cima do capuz enquanto caminho até o lado do passageiro e
abro a porta de Mia.

— Burrr, está muito mais frio aqui do que em


Chattanooga. — Ela esfrega as mãos enquanto pula para
baixo, em seguida, se inclina para roubar um beijo antes de eu
abrir a porta dos fundos para pegar sua jaqueta, ajudando-a a
vesti-la.

— Estamos perto do leste, então isso provavelmente tem


algo a ver com a queda da temperatura. Bem, isso e é outubro,
— eu digo, pegando sua mão enquanto a levo para o parque, já
tendo pago nossa entrada online. Quando entramos,
seguimos as placas para o Velho Poço dos Desejos, ela sabe
assim que a área perto do poço aparece, porque ela engasga e
sua mão tem espasmos na minha.

— Você acha que alguém vai se casar? — Ela aponta para


a ponte que é decorada com flores brancas e tule, fazendo com
que pareça algo saído de um conto de fadas. — Talvez
devêssemos dar meia volta.

— Não vejo ninguém se casando, estamos apenas de


passagem. Está tudo bem, — digo a ela enquanto pisamos na
ponte, ela inclina a cabeça para trás para olhar para o teto,
onde milhares de fitas multicoloridas estão penduradas. —
Eles dizem... Eu solto a mão dela e desamarro a fita do meu
pulso e encontro um local vazio para colocá-la. — Que se você
fizer um desejo em uma fita, amarre-o no teto aqui e toque a
campainha, — Eu puxo a corda esfarrapada, fazendo com que
uma campainha toque. — Os gnomos irão realizar seu desejo.
— Eu a encaro e vejo um pequeno sorriso um tanto confuso
em seu lindo rosto, então seus olhos se arregalam quando eu
puxo uma fita rosa com um anel de diamante preso a ela do
bolso da minha calça jeans e a seguro, caindo em um joelho. —
Então, baby, você vai ajudá-los a tornar meu desejo realidade?

— Você está falando sério? — Ela pergunta com lágrimas


enchendo seus olhos, logo antes de bater em mim, me
derrubando de bunda. — Sim, eu vou casar com você. Sim Sim
Sim! — Ela ri, salpicando meu rosto de beijos. Eu me sento,
ajusto-a no meu colo e pego sua mão, colocando o anel em seu
dedo. Assim que esta no lugar, ela encosta a testa na minha.
— Eu te amo, Talon Mayson, tenho tanta sorte de poder
chamá-lo de meu.
Enxugando as lágrimas de seus olhos, eu balanço minha
cabeça. — Eu sou o sortudo, Mia. — Eu a beijo enquanto estou
com ela em meus braços e, naquele momento, nossas famílias
saem do esconderijo e começam a torcer.

— Você não fez, — ela ri contra minha boca.

— Eles insistiram em vir. — Eu sorrio e ela balança a


cabeça antes de correr para abraçar a todos. Eu fico para trás
e a observo, me perguntando quanto tempo vai demorar até
que eu me acostume com ela sendo minha. Então eu olho em
volta para minha família e aqueles que encontraram o que eu
agora, percebo que encontrei.

Mia
Seis meses depois

ESPERANDO EM FRENTE às portas traseiras da casa dos


pais de Talon, fico inquieta. Não estou nem um pouco nervosa
com o que está para acontecer. Estou ansiosa para finalmente
me casar com o homem que está esperando por mim do outro
lado da porta.

Depois que Talon me pediu em casamento, minha mãe e


sua tia November se prepararam para planejar o evento, eu
meio que deixei que elas mostrassem o caminho, embora eu
ficaria feliz em me casar no tribunal. Nosso casamento estava
planejado para daqui a seis meses, mas dois meses atrás,
Talon disse a eles que eles precisavam acelerar as coisas,
porque descobrimos que estou grávida de gêmeos, ele se
recusou a me mostrar sem seu sobrenome.

— Se você está ficando nervosa, você deve saber que eu


já prometi a Talon que iria buscá-la e carregá-la pelo corredor
até ele, — Chaz diz, eu rio enquanto inclino minha cabeça para
trás para olhar para ele.

— Eu não estou ficando nervosa, — eu prometo,


encontrando sua mão e apertando-a.

— Eu não penso assim.

— Mas estou um pouco desapontada que você escolheria


o lado de Talon se eu tentasse fugir.

— Desculpe, querida. — Ele sorri. Não estou me


desculpando por saber o que é melhor para você. Ele beija o
lado da minha cabeça enquanto eu sorrio.

— Você tem um minuto até que as portas se abram, —


diz November, parecendo uma planejadora de casamento
profissional com sua pasta nos braços e um microfone preso
ao ouvido. Honestamente, eu não sei o que eu teria feito sem
ela, ou sem qualquer um da família de Talon. Eles não apenas
estiveram aqui por mim enquanto planejava o casamento e se
preparavam para dois bebês, mas também foram uma dádiva
de Deus para minha irmã e suas filhas depois que meus pais
voltaram para Montana para colocar sua casa à venda. Algo
que não fazia parte do plano deles até que descobriram que eu
estava grávida.

— Você está pronta? — Pergunta tia November.

— Sim.

— E você, pai? Você está bem? Ela olha para Chaz, eu o


vejo engolir em seco.

— Estou pronto.

— Ok, vamos colocar esse show na estrada. — Ela olha


para o grupo de crianças brincando ao lado de onde estamos.
Obviamente, eu não poderia fazer o show normal de florista,
não com todas as crianças dizendo que queriam fazer parte da
cerimônia, então November teve uma ideia que era muito fofa
para não acompanhar. “Vamos, crianças,” ela grita para todas
as crianças, entregando a cada uma delas uma arma de bolha.

— Vocês sabem o que fazer. Só por favor não atirem uns


nos outros ou em qualquer outra pessoa com bolhas, — ela
implora, eu começo a rir, porque ontem durante o nosso
ensaio, foi exatamente o que aconteceu. Uma vez que as
crianças estão na minha frente, as portas se abrem e eles
começam a descer o corredor com suas armas de plástico no
ar, soprando bolhas que se tornam pedaços de mágica com a
luz das luzes de fada brancas brilhando no quintal.

Eu os sigo, segurando Chaz com força, querendo evitar


tropeçar em meus calcanhares no corredor branco e cair de
cara. Quando chegamos ao final do corredor, Talon desce do
palco que ele e seu irmão construíram e pega minha mão de
Chaz, que se vira para beijar minha testa antes de ir encontrar
seu assento ao lado de minha mãe. Com minhas pernas
tremendo, não tenho certeza se posso ir mais longe, mas com
a ajuda de Talon, subo dois degraus e fico de frente para ele na
frente de nossa família e amigos, meu nariz ardendo enquanto
olho em seus olhos.

Não quero chorar e bagunçar minha maquiagem, mas as


lágrimas ainda enchem meus olhos quando o pastor de sua
família começa a falar sobre família, amor e devoção, tudo que
encontrei no homem que segura minhas mãos. Enquanto
dizemos nossos votos, não consigo mais conter as lágrimas e
começo a chorar, o que significa que quando dizemos “SIM” e
o pastor diz que você pode beijar a noiva, estou soluçando.
TALON

Dois anos depois

PRENDO SOMA e seus filhos para que não tentem


escapar quando saio para a varanda dos fundos da casa que
projetei e construí para minha família e vejo Mia em um
vestido de verão cor de pêssego, com a barriga crescendo com
o menino que estará aqui em alguns meses, deitada na grama
em um cobertor. Nosso filho Tobias e nossa filha Eleanor
giram em torno dela como Mercury e Retro ficam de guarda,
ambos filhotes sempre encontrando energia para cuidar das
crianças sempre que estão fora.

Desço as escadas para o quintal e, no minuto em que


chego à grama, as crianças correm em minha direção gritando
“Papai!” enquanto Mia se senta e esfrega a barriga. Eu pego os
dois e caminho em sua direção, caindo de joelhos ao seu lado.

— Ei, papai. —Mia sorri, estendendo a mão para mim e


tocando a covinha no meu queixo como sempre fazia antes de
passar o dedo pelo meu lábio inferior. Sentimos sua falta hoje.

— Senti sua falta. — Eu me inclino para beijá-la


enquanto as crianças me usam como um trepa-trepa, subindo
nas minhas costas e no meu peito.
— Eu sei. — ela sussurra, segurando meu queixo
enquanto eu me afasto, até você, eu nunca teria acreditado
que essa seria minha vida, mas todos os dias, sou grata por
sua determinação em me fazer ver que eu poderia confiar
você para me dar uma vida linda.

— Baby. — Eu me inclino para trás, olhando para ela,


meus filhos e meu bebê ainda crescendo em sua barriga. —
Você me deu mais do que eu poderia desejar e, a cada dia, sou
grato por você. — Eu toco minha boca na dela, sabendo que
ela nunca vai realmente entender o que eu faria para ter
certeza que ela está feliz. Mas, novamente, isso é amor,
provando todos os dias que você é digno da pessoa com quem
está.
MODERADORAS

KAMY B. / JESS E. / ANA R.

JESS E. / BLOSSOM/ RYLES / KAMY

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