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TIC´s | tecnofobia | tecnofilia

Uma breve reflexão |Refererencial: PEDRO DEMO


Tércia Maria de Souza Silva | Mestranda Prof Artes - UFRN


Marineide Furtado Campos | Docente
UFRN | PFA - ELABORAÇÃO DE PROJETOS E TECNOLOGIAS DIGITAIS PARA
O ENSINO DAS ARTES | Formato Remoto

NATAL

18 de abril de 2022
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Minhas impressões

A busca da autonomia do indivíduo em termos de Educação tem percorrido um


caminho de esforços na tentativa de construir uma pedagogia libertadora que vise o
fortalecimento das suas organizações. Neste sentido, sugere-se ser as TIC´s uma
alternativa para a construção dessa conquista. Farei aqui, uma breve reflexão sobre,
cabendo, inicialmente, uma importante observação: tem-se aqui como referência, para
essa reflexão, os textos de autoria do Pedro Demo.

Para nós educadores que atravessamos décadas de transformações na


educação, é importante compreender os processos formativos como ambientes que
constroem potencialidades de autonomia, que possibilitam e desenvolvem habilidades
de lidar com a informação, com o conhecimento, com o saber pesquisar e elaborar,
constituindo uma postura científica e de análise metódica; assim como, politicamente,
no quesito do exercício da cidadania. Da mesma forma, entender os processos
educacionais como ambientes marcados pela condição de sujeito envolvido por parte
do aprendiz, ambientes reconstrutivos, interpretativos de aprendizagem; e por isso,
dinâmico, que desconstrói e reconstrói, interminavelmente.

Para Demo, todo processo de aprendizagem requer a condição de sujeito


participativo, envolvido, motivado, na posição ativa de desconstrução e reconstrução de
conhecimento e informação que, segundo ele, nunca passiva, consumista, submissa.
Diferentemente do que se é hoje, instrucionista, disciplinar, tradicional, voltada para o
século passado. E nesse pensamento é que se constrói e alimenta uma esperança, as
TICs. Atrelado a elas, a inclusão digital, por entender ser a melhor aliada aos
processos de alfabetização nos contextos sociais e escolares que estamos hoje.

As TICs não apenas facilitam acessos e interatividades, elas são expressões


próprias dessas habilidades. Daí a importância extrema de envolver as TICs em
ambientes educacionais, não apenas para que estes se tornem tecnologicamente
corretos, mas também para que as plataformas tecnológicas signifiquem novas
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oportunidades de aprender e formar-se. Para Demo, as TICs são, hoje, parte do direito
de todos de aprender bem e permanentemente.

É salutar concordar com o pensamento do autor tendo em vista o contexto sócio


cultural que estamos envolvidos. Basta pensarmos num mundo sem internet; no
repertório que as tecnologias de informação e comunicação nos possibilitaram e ainda
abre novos caminhos para percorrermos. Situações como comunicação a todo tempo e
espaço, na busca pelo imediatismo. O que antes durava dias para se obter um
feedback, hoje demora minutos, ou ainda segundos. Assim vão diminuindo distâncias,
no tempo e no espaço, e a partir disso surge uma inquietação: E por que não encurtar
ou dirimir tantos gargalos que permeiam o processo de ensino, na alfabetização por
exemplo?

Contudo, há de se pensar no uso dessas tecnologias. Trago, portanto, o que o


autor definiu como “tecnofilia”(para quem aprecia em excesso) e “tecnofobia” (para
quem aprecia menos). Há, contudo, um entrave para definir o que seria excesso, e, o
que seria uma posição equilibrada. O fato é que hoje, estamos diante de um cenário
imerso nas novas tecnologias, não havendo, sequer, alternativas que não sejam
aliarmos a elas. E quando se trata de educação temos a preocupação, como educador,
em trazer ao ambiente de aprendizagem para melhor serem trabalhadas. E nesse
quesito, vale a ressalva de qualificação tanto para a geração nativa quanto para a
geração iniciantes. Diria, pois, o termo qualificação mais para a essa, uma vez que,
saindo da zona de conforto, deverá conduzir com mais determinação os novos
desafios, de reinventar-se, de recriar, passear por plataformas ainda não habitadas ou
pouco exploradas. Para os nativos, a disciplina caberia bem, da mesma forma que
outrora, em outros contextos, pois sabemos que as mudanças vão ocorrendo
velozmente e, resta-nos acompanhar essa desenfreada evolução, e nesse caso, com o
que veio para ficar, aprendizagem virtual e suas diversas facetas.

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