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QUALIFICAÇÃO PARA

INSPETOR DE PINTURA
INDUSTRIAL
NÍVEL 1

MÓDULO III
PREPARO DE SUPERFÍCIE
E
FALHAS E DEFEITOS

ABRACO, Associação Brasileira de Corrosão


Avenida Venezuela, 27 sala 414 - Rio de Janeiro – RJ
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INDICE
MÓDULO III.............................................................................................................................................. 4
PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIE
1. Principais Métodos de Aplicação de Tintas................................................................................ 4
1.1. Aplicação com Trincha ............................................................................................................. 5
1.2. Aplicação a Rolo....................................................................................................................... 5
1.3. Aplicação com Pistola Convencional........................................................................................ 6
1.4. Aplicação com Pistola Sem Ar (“Airless Spray”) ...................................................................... 9
1.5. Imersão................................................................................................................................... 13
1.6. Pintura Eletrostática................................................................................................................ 14
1.7. Pintura Eletroforética .............................................................................................................. 15
2. Sistemas de Pintura..................................................................................................................... 16
2.1. Sistemas de Pintura Normalizados ........................................................................................ 16
2.2. Retoques em Sistemas de Pintura ......................................................................................... 17
2.3. Solventes e Diluentes ............................................................................................................. 20
3. Aplicação de Sistemas de Pintura ............................................................................................. 21
3.1. Normas de Limpeza de Superfícies ....................................................................................... 23
3.2. Aplicação de Tintas ................................................................................................................ 28
4. Rendimentos, Espessuras e Diluição de Tintas ....................................................................... 30
4.1. Rendimento Teórico ............................................................................................................... 30
4.2. Rendimento Prático ................................................................................................................ 32
4.3. Espessura Seca x Espessura Úmida ..................................................................................... 33
4.4. Diluição ................................................................................................................................... 34

FALHA E DEFEITOS
5. Falhas Durante a Aplicação de Tintas ....................................................................................... 35
5.1. Falhas mais Comuns que Ocorrem Durante a Aplicação de Tintas ...................................... 35
5.2. Recomendações Especiais .................................................................................................... 40
5.3. Gabaritos para Avaliação de Falhas: Normas e Diagramas .................................................. 41
6. Falhas Após a Exposição............................................................................................................ 42
6.1. Alterações Normais e Falhas da Película Pintada ................................................................. 43
6.2. Fatores e Condições de Exposição Associados a Falhas e Alterações da Película Pintada 43
6.3. Classificação e Tipos de Falhas............................................................................................. 43
6.4. Terminologia das Falhas ........................................................................................................ 44
Resumos .................................................................................................................................48
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................... 77

LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fatores para o bom desempenho de um sistema de pintura .................................................. 23
Figura 2 Exemplos de falha localizada e falha generalizada................................................................. 41

LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Diâmetro interno de alguns bicos de pistola convencional ....................................................... 7
Tabela 2 Bicos e pressões a serem utilizadas em uma pistola sem ar para determinadas tintas ........ 11
Tabela 3 Relação entre a peneira e o orifício do bico utilizado na pistola............................................. 12

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APRESENTAÇÃO

Dentre as medidas existentes para a prevenção da corrosão, sem nenhuma dúvida, a aplicação
de revestimento para recobrimento das estruturas, isolando a estrutura do meio corrosivo, é a técnica
de maior aplicação prática. Dentro dos diferentes tipos de revestimentos, a pintura industrial dos
equipamentos e instalações se torna a mais importante, principalmente no que diz respeito aos seus
custos, tanto de produto como de aplicação.
Com isso, a pintura industrial e sua manutenção possuem um grande destaque no investimento
necessário à construção das unidades industriais, garantia de sua integridade estrutural e continuidade
operacional. Assim, a atividade de inspeção de pintura se torna fundamental para o controle do
processo e do produto final. Os inspetores ajudam a subsidiar todo o processo de qualidade das
fabricações, evitando que haja um comprometimento sério na confiabilidade do processo.

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MÓDULO III – SISTEMA DE PINTURA
1. PRINCIPAIS MÉTODOS DE APLICAÇÃO DE TINTAS

Na pintura industrial os métodos mais usuais para aplicação de tintas são:


T - trincha
R - rolo
P - pistola convencional
A - pistola sem ar (“airless spray”)

A finalidade destes métodos é a mesma, ou seja, aplicar a tinta para obtenção de um filme
uniforme sobre uma superfície. Estes métodos podem ser classificados em 2 grupos:

a) Espalhamento – Trincha e rolo

A tinta líquida, como se encontra no recipiente, é aplicada espalhando-se na superfície.


Normalmente, a espessura aplicada não é uniforme e não se consegue aplicar espessuras elevadas
com as tintas de alta espessura (“high build” - HB), requerendo neste caso, maior número de demãos.
Seu rendimento produtivo é bastante baixo.

b) Pulverização – pistola convencional e pistola sem ar (“airless spray”)

A tinta líquida é pulverizada antes de chegar à superfície. Esta pulverização se faz na pistola
convencional com auxílio de ar comprimido, e na pistola sem ar (“airless spray”) mediante elevada
pressão na tinta e posterior descompressão através de um bico com geometria especial.
A pulverização tem vantagem sobre o espalhamento, por conseguir maior rendimento produtivo,
melhor acabamento da película, uniformidade e espessuras mais elevadas.
Existem outros métodos de aplicação que daremos apenas noções sobre estes métodos. São
eles: Pintura eletroforética, de imersão e pintura eletrostática.

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1.1. Aplicação com Trincha

É o método de aplicação mais antigo e até hoje é de grande utilidade, sendo considerada uma
ferramenta insubstituível na pintura industrial. Quesitos importantes a serem considerados são: largura,
diâmetro e dureza das fibras.
Para a pintura de áreas grandes, utilizam-se trinchas de até 5” e para pequenas áreas trinchas
de 1” a 1 ½”.
É muito importante observar se está ocorrendo desprendimento das fibras da trincha durante a
aplicação. Fibras deixadas na película de tinta são possíveis pontos corrosão no futuro.
Na pintura industrial, a trincha deve ser utilizada para recorte ou pintura de reforço (“stripe coat”)
em cordões de solda, cantos, quinas, regiões com pites severos, acessórios e locais de difícil acesso. A
trincha deve ser usada para pintura de peças de pequena dimensão, tipo tubulações de pequeno
diâmetro, estruturas leves e cantoneiras.
Na pintura por pulverização, a trincha deve ser usada como ferramenta auxiliar para correção
de escorrimento, pintura de regiões inacessíveis para a pistola, etc.
As tintas a base de silicato inorgânico de zinco não devem ser aplicadas à trincha e rolo.

1.2. Aplicação a Rolo

Este método tem a vantagem de proporcionar maior rendimento produtivo do que a pintura com
trincha. Por ser também um método de aplicação por espalhamento, a espessura final pode apresentar
grande variação. O movimento do rolo não deve restringir a um sentido apenas. Fazer passes cruzados
com o rolo para obter melhor uniformização na película quanto à espessura.
O rolo utilizado em pintura industrial é confeccionado com pêlos de carneiro. O “rolo epóxi” de
pêlos aparados é recomendável para pintura de tintas epóxi. Rolos de espuma não resistem a solventes
orgânicos e se desmancham deixando grumos na película. Fazer “overlaping” de 5 cm entre faixas
adjacentes.
Os defeitos mais comuns na aplicação à trincha e rolo são: espessuras variáveis, estrias,
impregnação de pelos e fibras, acabamento rugoso, etc.
A aplicação de tintas não conversíveis, como a borracha clorada, tende a apresentar
sangramento no método de espalhamento.

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1.3. Aplicação com Pistola Convencional

Na pintura por pulverização utilizando pistola convencional, a atomização é feita com auxílio de
ar comprimido que entra na pistola por passagem distinta da tinta e são misturados e expelidos pela
capa de ar, formando leque cujo tamanho e forma são controláveis.
A alimentação da tinta pode ser por sucção, pressão e gravidade. Os mais comuns na pintura
industrial são alimentação por pressão (tanques) e por sucção (caneca).
A alimentação por sucção, conhecido como pistola de caneca, é feita criando-se vácuo com a
passagem de ar comprimido na capa de ar que succiona a tinta contida num recipiente de um quarto de
galão e aberto para o exterior. São ideais quando necessita de trocas freqüentes de cores e pintura de
pequenas áreas. Bastante usado em oficina de pintura de automóveis.
A alimentação por pressão é feita pressionando a tinta contida em recipiente metálico fechado
com ar comprimido que fornece a tinta para a pistola em vazão e pressão constante. As capacidades
dos tanques de alimentação por pressão mais comum são de 2 a 10 galões. As mangueiras de tinta
devem ser resistentes ao solvente. As usuais são revestidas de Tiocol (DeVilbiss).
É possível substituir os tanques de pressão por bomba de transferência, que são bombas
“airless” de baixa relação de multiplicação.
As principais partes de uma pistola convencional são:
Capa de ar
Bico de fluído
Agulha de fluído
Gatilho
Parafuso de ajuste da agulha de fluido
Válvula de ajuste da largura do leque
Válvula de ar
Corpo da pistola

A capa de ar que fica localizada na extremidade dianteira da pistola tem a função de dirigir o ar
comprimido sobre o jato de tinta proveniente do bico de fluido, a fim de atomizá-la As capas de ar
expelem ar através de um ou até 15 orifícios. As capas de ar com vários orifícios proporcionam maior
uniformidade na configuração do leque, melhor atomização devido a melhor distribuição do ar na capa.
Alguns exemplos de capa de ar da DeVilbiss: a capa nº 30, é usada para pistola de sucção ou
pistola de caneca. As capas 64 e 67 para tintas abrasivas, a 765 para tintas leves e médias e a 704 de
uso geral.
O bico de fluído é um bocal situado atrás da capa de ar e dirige a tinta para as correntes de ar
da capa de ar. O bico forma um acento para a agulha de fluído que interrompe o fluxo de material.
Existem bicos de fluidos de várias aberturas, permitindo a passagem de quantidade de tinta necessária
para diferentes velocidades de aplicação.
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Alguns exemplos de diâmetro interno de bicos da DeVilbiss são mostrados na tabela 1.

Tabela 1 Diâmetro interno de alguns bicos de pistola convencional

BICO DIÂMETRO INTERNO (mils)


FX .0425
FF .0550
EX/E/EE .0700
D .0860

O gatilho abre tanto a válvula de ar como a agulha de fluido.


O parafuso de ajuste da agulha de fluido controla o deslocamento da agulha de fluido, admitindo
a passagem de mais ou menos material através do bico de fluido.
A válvula de ar controla a taxa de fluxo de ar através da pistola para a capa de ar.
A válvula de ajuste da largura do jato serve para controlar o ar que passa pelos orifícios da capa
de ar e que regula a dimensão da configuração de pulverização, fazendo variar o leque desde a largura
máxima até a mais estreita ou até mesmo de forma circular.
As partes da pistola que necessitam de lubrificação são: a guarnição da agulha de fluído, a
guarnição de válvula de ar e o suporte prisioneiro do gatilho.
Ocasionalmente deve-se colocar uma gota ou duas de óleo na guarnição da agulha de fluído, a
fim de conservá-la macia. A mola da agulha deve ser untada com vaselina.
Quando a tinta requerer agitação constante, utilizar tanques equipados com agitador mecânico
movido a ar, motor elétrico ou manual.
Tinta alumínio fenólica não deve ser aplicada com pistola de pulverização com agitador
mecânico (de alta rotação). A agitação deve ser sempre manual para esta tinta.
A rede de alimentação de ar comprimido deve estar provida de regulador de pressão e filtro de
ar com sílica gel e carvão ativado, para remoção de impurezas de ar comprimido como poeira, umidade
e óleo. O ar para pintura convencional deve estar isento de umidade e óleo.
A pintura deve ser executada com a pistola em posição perpendicular a superfície a ser pintada,
mantendo distância entre 15 a 20 cm (aproximadamente 1 palmo). O movimento circular com a pistola
resulta em aplicação com espessura desigual. Inicie a pintura pelos cantos e áreas de difícil acesso.
Não utilizar este método em dias de muito vento de muito vento ou em estruturas delgadas cuja
geometria resultem em perda alta de tinta.
Não se recomenda a aplicação de tintas antincrustantes e tinta de aderência (“wash primer”)
pigmentado com cromato básico de zinco em ambientes confinados com pistola convencional, devido à
alta toxidez.
Tintas ricas em zinco requerem agitação constante.

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Para aplicação com pistola convencional de tintas de altos sólidos, alta espessura e de alta
tixotropia, muitas vezes é necessário uma diluição. O escorrimento é mais propício em tintas diluídas
devido a quebra da tixotropia.
Alguns defeitos que ocorrem durante a aplicação de tinta com pistola convencional:

a) VAZAMENTO DE TINTA NO BICO:


Bico ou agulha de fluido gastos ou danificados;
Tinta seca ou sujeira acumulada no bico do fluido;
Mola da agulha quebrada;
Agulha de tamanho errado;
Sobreposta da guarnição muito apertada.

b) DESCONTINUIDADE NA PULVERIZAÇÃO
Falta de material suficiente no recipiente ou recipiente ou em ângulo excessivo;
Passagens de fluido obstruídas;
Tubos de fluido solto (pescador);
Material muito pesado para alimentação por sucção;
Orifício de suspiro da caneca obstruído;
Tubo de fluído encostando ao fundo da caneca.

c) CONFIGURAÇÃO DO LEQUE EM FORMA DE PONTO DE INTERROGAÇÃO OU INVERTIDO


Orifícios do chifre parcialmente obstruídos;
Obstrução parcial no bico de fluido;
Sujeira no assento da capa de ar do bico de fluido.

Para determinar se a obstrução é na capa de ar ou no bico de fluido, faça uma configuração e


posteriormente gire a capa de ar e faça nova configuração. Se a configuração inverter, a obstrução
estará na capa de ar.

d) CONFIGURAÇÃO DO LEQUE TIPO MEIA LUA


Orifício lateral do chifre obstruído;
Sujeira na parte lateral do bico do fluido.

e) CONFIGURAÇÃO DO LEQUE CARREGADA NO CENTRO

Válvula de ajuste da largura do leque em posição baixa demais;


Pressão do fluido muito elevado para o ar de atomização usado, ou fluxo de fluído excessivo
para a capacidade de ar;
Dimensão do bico muito grande para o material usado.
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f) CONFIGURAÇÃO DO LEQUE TIPO “8”

Desequilíbrio entre pressão de ar e quantidade de tinta. Reduzir a largura da configuração por


meio da válvula de ajuste da largura do leque e aumentar a pressão do fluido.

1.4. Aplicação com Pistola Sem Ar (“Airless Spray”)

A pintura com pistola “airless spray” ou pistola sem ar, também conhecida como pistola
hidráulica, é um método de aplicação por pulverização indicado para pintura de grandes áreas, como
cascos de navios e tanques de armazenamento de petróleo devido ao elevado rendimento produtivo.
Ideal para pintura por pulverização de tintas com elevada viscosidade.
A produção com pistola convencional é de aproximadamente 60m²/h enquanto com pistola sem
ar a produção média é de 250m²/h.
Este método requer maiores cuidados quanto a segurança por operar com pressões bastante
elevadas. Na pintura convencional, a pressão de pulverização é de 80 psi. Já na pintura com pistola
sem ar (“airless spray”) é comum ter pressão de pulverização na ordem de 2.500 psi (175 kgf/cm²). Um
jato de tinta a esta pressão pode perfurar a pele e causar sérios danos.
Existem dois tipos de equipamentos de pintura “airless spray”: com motor elétrico ou motor
pneumático. A bomba airless elétrico funciona com motor elétrico e tem a vantagem de não precisar de
um compressor de ar. Muito comum em pintura da construção civil. Na pintura industrial, o mais comum
é equipamento com motor pneumático.
O equipamento airless spray é basicamente constituído de: conjunto moto-bomba, mangueira
de tinta de alta pressão e a pistola airless.

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a) CONJUNTO MOTO-BOMBA:

O motor pneumático é constituído de um cilindro com um disco no interior, funciona admitindo o


ar comprimido, ora pela parte superior ora pela parte inferior, movimentando o disco para cima e para
baixo. Este disco é acoplado a um eixo que transfere o movimento ao pistão da bomba que se localiza
na parte inferior do motor.
A bomba é constituída por um cilindro e pistão com gaxetas de teflon ou de couro e válvulas de
retenção. O ar comprimido que alimenta o motor tem pressão até 100 psi reguláveis na entrada. A tinta
na bomba pode estar com pressão até 2.500 psi dependendo da relação de multiplicação do conjunto
moto bomba.
Se a pressão na entrada do motor for de 80 psi numa bomba 30:1, a pressão na tinta será de
2.400 psi.

b) MANGUEIRA DE TINTA DE ALTA PRESSÃO:

A mangueira de tinta deve ser adequada para transferir a tinta da bomba para a pistola a uma
elevada pressão. As pressões normais de um equipamento airless estão entre 1.800 a 3.500 psi e as
mangueiras de alta pressão devem ter a pressão de ruptura acima de 5.000 psi. As mangueiras são
revestidas internamente com teflon e reforçadas com malhas de poliéster.
As mangueiras mais comuns são de diâmetro de ¼” e 3/8”.

c) PISTOLA:

A pistola “airless”, ao contrário da pistola convencional, não tem regulagens de ajuste de leque
e fluido. Basicamente, a pistola “airless” é uma válvula abre/fecha acionada por um gatilho e um bico
airless caracterizado pelo orifício e pelo leque.
A atomização da tinta se faz no bico pela súbita descompressão da tinta. Existem bicos de
diversos orifícios e leques. Dois bicos com mesmo orifício e leques diferentes terão a mesma vazão de
tinta porém leques diferentes.
A tabela 2 exemplifica os bicos e pressões a serem utilizadas em uma pistola sem ar para
algumas tintas.

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Tabela 2 Bicos e pressões a serem utilizadas em uma pistola sem ar para determinadas tintas

TINTA ORIFÍCIO (mils) PRESSÃO (psi)


Acrílica 15 a 18 2.500
Borracha clorada primer 21 a 26 3.000
Borracha clorada acabamento 15 a 18 2.500
Epoxi acabamento 15 a 21 2.500
Epóxi primer 18 a 26 3.000
Epóxi shop primer 15 a 27 1.250 a 2.500
Zinco silicato inorgânico 18 a 24 1.600 a 2.000
Zinco shop primer silicato 18 a 24 1.000 a 2.000
Betuminosa 26 a 31 3.000
Epóxi alcatrão 23 a 31 2.500
Alquídico acabamento 15 a 18 2.500
Alquídico primer 15 a 21 2.500
Antiincrustante tradicional 21 a 26 2.500
Antiinscrustante copolímero 21 a 31 2.500

A tabela 2 mostra que o orifício varia de acordo com as características da tinta (viscosidade,
grau de moagem, consistência, etc.)
O ângulo ou leque deve ser escolhido em função das dimensões da superfície a ser pintada,
isto é, para extensas superfícies planas, o ângulo indicado é 80º e para estruturas por exemplo, pode-se
usar um bico com ângulo de 45º.
Os acessórios importantes da pintura “airless”: Bicos reversíveis ou bicos auto limpantes, cuja
finalidade é facilitar a limpeza em caso de entupimento do bico.
“Pole Gun” ou pistola de extensão, é um tipo de pistola com haste prolongador. Bastante
comum em estaleiros de todo mundo. Atinge maior área por passada e resulta em rendimento produtivo
maior. Alguns defeitos mais comuns que ocorrem durante a aplicação com pistola airless e cuidados
que devem ser tomados são descritos a seguir:

• ENTUPIMENTO

Normalmente causado por tinta velha se desagregando das paredes da mangueira ou do


equipamento. Dê uma sangria melhor com solvente ou troque a mangueira. Pode ser causado por
grumos de tinta formada por armazenamento prolongado. Neste caso filtrar a tinta.

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A peneira deve estar relacionada com o orifício do bico utilizado, como demonstrado na tabela
3.

Tabela 3 Relação entre a peneira e o orifício do bico utilizado na pistola

BICOS (mils) PENEIRAS (mesh)


13 100
15 80
18 80
21 60
28 60
31 48

• LEQUE RISCANDO

Uma pulverização correta é aquela que não apresenta faixas com excesso de tinta na parte
superior e inferior do leque. O leque deve ser uniforme. Riscos são causados por sujeiras no bico ou
bico muito usado. Troque o bico. Pequena diluição pode melhorar muito o leque de pulverização sem
troca de bico. Também agitação constante em tintas de elevada tixotropia melhora a pulverização.

• LEQUE OSCILANTE

Causado por ar insuficiente na bomba. Aumente a pressão na entrada do motor. Também pode
ser devido a bico com orifício muito grande em relação a vazão da bomba ou bomba de pouca vazão
para o orifício do bico. Substituir a bomba por outra de maior vazão ou substituir o bico por outro de
orifício menor.

• BOLHAS OU ESPUMAS

A formação de pequenas bolhas em quantidade ou espuma na película de tinta aplicada indica


que a espessura está acima da recomendada. Use bico de orifício menor. Caso prejudique a
pulverização, faça pequena diluição.

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• ESCORRIMENTO

Se o “SAG-TEST” indicar que a tinta está com a tixotropia recomendada, certamente a causa do
escorrimento é espessura da película molhada acima da recomendada ou diluição excessiva. Aplique
espessura mais baixa, aumentando a distância à superfície, ou a velocidade da pistola. Ou substitua o
bico por outro de menor orifício ou ângulo mais aberto. Evite diluição em excesso.

• OVERSPRAY

Defeito muito comum na pintura por pulverização. A tinta atomizada vai perdendo solvente no
trajeto da pistola até o substrato a ser pintado e estas partículas quando chegam no destino não
conseguem se alastrar, formando uma película rugosa com aspecto de lixa. As causas são a distância
muito grande entre a pistola e a superfície a ser pintada, ventos fortes, temperatura ambiente elevada, e
também elevada pressão de pulverização.Pulverização muito fina ou leque muito aberto também
causam este defeito. Substitua o bico por outro mais adequado. Adição de solvente retardador melhora
bastante a aplicação.

D) Cuidados com pintura sem ar (“Airless Spray”)

Devido à pintura sem ar ser feita com pressão bastante alta, todo cuidado deve ser tomado. São
eles:
Não apontar a pistola para ninguém ou contra parte de seu corpo;
Não coloque a mão ou dedo no bico airless;
Não tente impedir a pintura colocando a mão ou o corpo na frente da pistola;
Antes de desentupir um bico padrão, trave o gatilho ou alivie a bomba.
Certifique-se que todos componentes da bomba airless suportam a pressão de trabalho
principalmente as mangueiras com as conexões.
Certifique-se também se o equipamento “airless” e a peça a ser pintada estão devidamente
aterrados.

1.5. Imersão

A pintura por imersão pode ser dividida em imersão eletroforética e imersão simples. Na
imersão eletroforética, a peça a ser pintada é mergulhada em um banho de tinta contida em um tanque,
sendo que entre o tanque e a peça é estabelecida uma diferença de potencial em torno de 300 volts,
com película uniforme, da ordem de 15 a 30 µm. O banho deve ser mantido com agitação constante. Já
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na imersão simples, não é estabelecida a diferença de potencial entre a peça e o tanque, havendo
simplesmente o banho de tinta com agitação constante.
A tinta não deve ter “pot life” curto. O método de aplicação conhecido como “Flooding” pode
substituir a pintura por imersão. Faz-se um esguicho com mangueira, dando um banho de tinta na peça.
Este método é utilizado para a pintura de transformadores elétricos.
Como principal vantagem da pintura por imersão pode-se citar a minimização de perdas.
Entretanto, esta técnica possui a desvantagem de gerar muitos problemas de escorrimento.

1.6. Pintura Eletrostática

A pintura eletrostática é um método de aplicação de tintas muito utilizado na pintura de fábrica.


Somente há poucos anos passou a ser usada na aplicação de esquemas de pintura em campo. Vem
sendo largamente utilizada na pintura de dutos enterrados ou submarinos.
Esta pintura consiste na aplicação de cargas elétricas na tinta e na superfície que se quer
proteger, criando uma diferença de potencial da ordem de 100.000 Volts e provocando a atração da
tinta pela superfície. As espessuras são uniformes e as bordas são bem protegidas devido ao efeito de
bordas.
As tintas aplicadas a pó são curadas pela ação do calor. A ausência de solventes dá origem a
películas de baixíssima porosidade.
A pintura eletrostática a pó vem sendo largamente utilizada pela indústria automobilística, em
eletrodomésticos, em móveis de aço e em vários outros acessórios e utilidades do lar.
Outra aplicação importante de pintura eletrostática é em chapas de aço zincado onde a
zincagem sozinha não confere uma proteção adequada. Neste caso, a aplicação é feita em planta
contínua, onde a bobina é desenrolada, desengordurada e submetida ao processo de aplicação das
tintas, que inclui tinta de aderência, tinta anticorrosiva de base epoxídica e uma tinta de acabamento,
por exemplo, acrílica.
Uma característica importante da pintura eletrostática é o fato de ser um método de aplicação
de tintas de elevada produtividade e com reduzida perda de tinta. As tintas utilizadas são especialmente
fabricadas para este fim e são normalmente de preços elevados. Ainda como característica do
processo, convém destacar o fato de conseguir-se a aplicação de películas de espessura uniforme,
mesmo em cantos vivos, reentrâncias e superfícies irregulares geometricamente. Figura...
A aplicação de tintas pelo processo eletrostático requer ajustes em função das tintas que se
quer aplicar, particularmente em termos de seleção do bico da pistola, tensão e pressão do ar utilizado
para expulsão da tinta pelo bico da pistola, o que deve ser feito com base em orientação do fabricante
da tinta.

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1.7. Pintura Eletroforética

A pintura eletroforética muito se assemelha à pintura eletrostática. A diferença básica é que no


processo eletroforético, a superfície que se quer pintar é submetida à eletrodeposição que pode ser
anódica ou catódica. Esta última é a atualmente utilizada.
É um processo de aplicação somente utilizado em pintura de fábrica, tendo na indústria
automobilística sua maior aplicação. Neste tipo de aplicação, as espessuras são uniformes e as bordas
são bem protegidas devido ao efeito de bordas.
Em eletrólitos aquosos, sob o efeito de corrente contínua com tensão suficiente, ocorre uma
decomposição da água.
No anodo, ocorre a reação:

2H2O → 4 H+ + O2 + 4e-

No caso de eletrodos de aço, ocorre também a dissolução do ferro, com formação de íons de
ferro.
No catodo ocorre a seguinte reação:

4 H2O + 4e- → 4 OH- + 2H2O

Enquanto que as resinas aniônicas são coaguladas pelos prótons,

R-COO- + H+ → R-COOH (película anódica)

na eletroforese catódica, ocorre um aumento do pH devido ao acúmulo de íons hidroxilas o que


provoca a precipitação da resina básica na peça.

Vantagens da deposição catódica


• Não há dissolução eletroquímica da peça metálica, como na deposição anódica. Como
conseqüência, tem-se uma maior resistência a corrosão, pois a presença de íons metálicos
embutidos na camada promovem a corrosão devido a processos osmóticos.
• A composição química das resinas catiônicas constitui outra vantagem pois polímeros básicos
atuam como “inibidores” de corrosão;
• Pouco ataque a camada de fosfato durante as reações no catodo.

Desvantagens da deposição anódica:

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• Dissolução do ferro e consequente impregnação dos íons metálicos na película de tinta;
• Polímeros ácidos promovem a corrosão;
• Ataque a camada de fosfato.

2. SISTEMAS DE PINTURA

Os sistemas de pintura consistem de um conjunto constituído por vários elementos que, dentre
os mais importantes pode-se destacar:
Padrão de limpeza da superfície;
Especificação das tintas: de fundo, intermediária e acabamento;
Processo de aplicação das tintas:
Número de demãos de tintas e espessuras secas por demão;
Intervalo entre demãos;
Ensaios para aceitação e qualificação do sistema de pintura (espessura seca final, aderência,
descontinuidade e outros).

Na seleção ou elaboração de um sistema de pintura, principalmente aqueles destinados à


anticorrosiva, diversos fatores são levados em considerações a fim de se obter o desempenho
esperado. Os mais importantes são:
Condições de exposição das superfícies (submersa, enterrada ou exposição atmosférica);
Agressividade do meio corrosivo ao qual o material a ser protegido ficará exposto;
Condições operacionais de trabalho (temperatura, abrasão, etc).

Além destes, outros fatores podem determinar variações no sistema de pintura, em função de
certas situações, por exemplo:
Equipamentos ou instalações de grande importância, em um processo industrial e que
dificilmente podem ser colocados em manutenção, necessitam de um sistema de pintura de alta
performance;
Equipamentos ou instalações de maior responsabilidade, que possuam utilização em apenas
certos períodos, ou que entrem em manutenção periodicamente, podem ser pintados com
sistemas mais econômicos do que aqueles indicados exclusivamente do ponto de vista de
ambiente corrosivo.

2.1. Sistemas de Pintura Normalizados

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Sistemas de pintura normalizados devem ser elaborados levando-se em consideração todos os
fatores relacionados acima (condições de exposição, agressividade do meio corrosivo e condições
operacionais de trabalho) de modo a compatibilizar as tintas com os mesmos. Esta combinação material
/ meio concorre substancialmente para se obter uma relação custo / benefício mais adequado.
O grande número de sistemas de pintura normalizados decorre evidentemente de grande
variedade de equipamentos e estruturas existentes numa refinaria os quais estão submetidos a
diferentes condições de agressividade e de trabalho. Os sistemas de pintura por eles normalizados
certamente foram decorrentes de trabalhos de pesquisas e da experiência alcançada ao longo dos
anos. Isto não implica em que possa haver, para uma determinada condição, outros sistemas de pintura
capazes de promoverem um desempenho contra a corrosão tão bom quanto àqueles por ela
normalizados.

2.2. Retoques em Sistemas de Pintura

Já vimos como é complexo o fenômeno de aderência. Como para obter-se aderência de nada
pode negligenciar. Também, o retocar é uma ciência dentro da ciência.
Dá-se pouca importância, pois numa pintura nova, a média de retoques é 2 a 4%. Área
considerada pequena em função do todo, mas, este pequeno percentual é o suficiente para a
“delaminação” ou o início de um desastre. Obviamente, muitos casos que temos que tratar são áreas
maiores que as citadas.

A) REGRAS GERAIS DE RETOQUES:

Dê preferência à trincha para retoques. Promove aderência mecânica;


Sempre observe que não haja poeira solta (As vezes fazemos algum lixamento, esquecendo de
remover a poeira);
O retoque será realizado na área propriamente dita e deverá estender-se por mais uma área
adjacente de uns 3 a 5 cm. Com isto, nos asseguramos de uma maior integridade;
Evitar formar por lixamento, ou tratamento tais como jato ligeiro ou escova rotativa de formas
geométricas de ângulos agudos.

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B) TIPOS DE RETOQUES

b.1 Danos causados pela Operação de Montagem

Normalmente os retoques deste tipo não serão muitos, pois se forem observados todos os
procedimentos de montagem descritos pelos fabricantes, tais como: “os equipamentos ou tubulações
pintados antes da montagem não devem ser manuseados sem ter sido alcançado o tempo de secagem
para repintura da tinta utilizada”, “o manuseio após o tempo de secagem mencionado, deve ser
efetuado de forma a minimizar danos á pintura, utilizando-se cabos de aço com proteção ou cintas de
couro, para pequenas peças”, “ou equipamentos, tubulações ou partes estruturais pintados e ainda não
montados devem ser mantidos afastados entre si e do solo e devem ser posicionados de modo a tornar
mínima a quantidade de locais coletores de água de chuva, terra, contaminação ou deterioração da
película de tinta”, etc., nós teremos poucas áreas que nos causem aflição.
Normalmente, os danos causados pela montagem não deveriam ser tal ordem, que
comprometessem as tintas primárias, porém por ordem de maior para menor, nós podemos ter:
Caso 1: Todo esquema comprometido;
Caso 2: Comprometimento até a tinta intermediária;
Caso 3: Danos causados só ao acabamento.

Estas áreas devem ser identificadas, após o diagnóstico responsável. Usar algum tipo de
codificação para facilmente identificar.

Caso 1: De todos os problemas, realmente, o caso 1 é o mais complexo e trabalhoso. Devemos retirar
por meios mecânicos a tinta danificada, que ainda encontra-se no substrato. Se as condições permitem,
usar jateamento ligeiro ou hidrojateamento sob ultra alta pressão. Não sendo possível, fazer o
tratamento mais adequado. Se a área for pequena, trabalhar a trincha. (Não se esquecer que a trincha
obtém a melhor condição de aderência mecânica). Refazer o esquema, respeitando os intervalos entre
demãos, assim como as espessuras. Nunca trocar a tinta primária do esquema original, a não ser por
orientação e autorização de órgão competente da empresa ou de norma padronizada.

Caso 2: Lixar manual ou mecanicamente a tinta intermediária e recompor o esquema. Respeitando as


espessuras e os intervalos entre demãos.

Caso 3: Lixar manual ou mecanicamente a tinta de acabamento afetada. Repintar.

b.2 Regiões Soldadas após a Montagem

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Primeira providência a ser tomada é ver a solda e seus salpicos. O cordão de solda, mesmo
que tenho recebido a aprovação de profissional qualificado, não pode eximir que o inspetor de pintura
avalie e chame o responsável da obra, se notar algo de anormal.
Os cordões de solda, vistos a “olho nu” não podem apresentar porosidade, descontinuidade,
nem grosseiros desnivelamentos. Tendo passado no exame, temos que localizar os salpicos de solda
para tentar removê-los. Como já foi visto, na aula de corrosão, cada ponto de solda representa uma
pilha galvânica, portanto, é necessário remover todos os salpicos mediante preparação do aço que visa
a remoção dos salpicos de solda, quebra de quinas, esmerilhar cordões de solda, etc. Quando o
jateamento abrasivo, não for técnica e economicamente recomendado, o preparo de superfície deve ser
feito com escovamento mecânico até o padrão St-3 da norma ISO 8501-1.
Mas observe bem, devemos dar preferência total do jateamento e em pintura de manutenção, a
preparação recomendada é hidrojateamento sob ultra alta pressão. Só fazer tratamento mecânico
quando realmente, não for possível o uso do jateamento ou hidrojateamento.
Retirar toda a tinta nas áreas adjacentes da solda, que foram afetadas.
Refazer todo o esquema, respeitando intervalos entre demãos, secagem e método de
aplicação.
A primeira demão de aplicação sobre o cordão de solda deve ser com trincha. As outras
demãos podem ser aplicadas por outro método. A seguir refazer o esquema.

b.3 Retoque por Manutenção Preventiva

Em vários locais, defrontamo-nos com o problema de termos que fazer retoques em várias
áreas para refazer um esquema. Aqui, não se trata de problemas causados por danos mecânicos, mas,
sim por um desgaste em áreas, que normalmente acontece por qualquer tipo de ataque mais agressivo.
Aqui, após diagnosticar as áreas e suas extensões temos que dirigir-nos ao responsável, com o
máximo de dados:
Área afetada;
Causa provável;
Esquema que foi usado;
Data da aplicação do esquema.

O que fazer num esquema envelhecido, que seja necessário uma parcial reposição, que em
função da sua pequena área, temos, que classificar como retoque, é discutível entre os da área.
Nosso ponto de vista após remoção do esquema na área afetada, é efetuar o melhor tipo de
limpeza, jato Sa 2, ou jato comercial, ou tratamento mecânico, após utilizar como “primer de aderência
um epóxi isocianato”.
Nossa experiência pessoal nos aconselha a usar o epoxi isociato. Em muitos casos onde
tivermos problemas de retoques em esquemas envelhecidos, fossem esses epoxidicos ou não, o uso de
epóxi isocianato solucionou os problemas que tínhamos. Deve lembrar que este tipo de exercício
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precisaria ser aprovado previamente pelos órgãos responsáveis, entretanto, julgamos de interesses que
se tenha mais esta ferramenta à mão.

2.3. Solventes e Diluentes

Temos visto com tristeza o descaso com que no campo, e mesmo em formulações os solventes
são tratados. Para se ter uma exata idéia, as tintas formuladas com solventes convencionais, ainda são
as que apresentam melhor performance. Tintas sem solventes, tintas em pó e tinta à base d’água ainda
não se comparam aquelas formuladas com solventes convencionais para pintura industrial.
Para exemplificar uma tinta epoxídica, por exemplo, contendo xilol e butanol apresenta uma
performance muito superior a um epóxi em pó ou sem solvente.
Nunca podemos esquecer que os solventes fazem parte integrante da composição da tinta.
Como conseqüências, transmitem muitas das qualidades que nós desejamos. O solvente determina a
taxa de evaporação que queremos, sendo responsável por tanto pela secagem inicial em alguns tipos
de tintas tais como: alquídicas, epoxídicas e todas aquelas cuja formação do filme final seja por reação
química. Todas as tintas que secam por simples evaporação de solventes, o solvente usado determina
a segam inicial e final do filme.
A necessidade do conhecimento técnico do uso e do tipo do solvente é de muitíssima
importância. Imaginemos que a nossa tinta tenha que ter uma alta resistência a imersão à água do mar.
O solvente a ser usado teria que ser do tipo hidrófobo, por exemplo: um xilol e um butanol, e nunca um
do tipo hidrofílico como por exemplo o oxitol. Devemos levar em consideração que o solvente leva dias,
em alguns casos meses para sua total evaporação. Ora, se ele for hidrofílico chamará para o filme a
umidade do meio ambiente.
Dependendo das espessuras em que uma tinta está sendo indicada, nós temos que selecionar
o solvente. Imaginemos uma tinta de alta espessura, que contenha solvente de lentíssima evaporação,
fatalmente teremos um problema de retenção de solventes, com todos os problemas inerentes a este
fenômeno.
A prática de comprar tinta de um fabricante e o solvente de outro não é em absoluto
recomendável.

Quando se formula uma tinta, o pesquisador faz um rigoroso estudo de solventes envolvendo
reconhecimentos de parâmetro de solubilidade, taxa de evaporação, ponto de fulgor, inflamabilidade,
etc. E na hora da aplicação alguém usa um solvente não indicado, pela simples razão de custo.
Por achar que muitas das propriedades das tintas são determinadas pelo tipo de solvente
utilizado, aconselhamos que o uso de solvente deve ser sempre o tipo e o seu percentual os indicados
pelo fabricante, que deve ter previamente estipulado como, quando, quanto deve ser usado.

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Neste capítulo, temos objetivo de conscientizar a importância dos solventes e diluentes, muito
mais do que transmitir um uso puramente científico.
Entre as famílias de solventes os mais conhecidos são: hidrocarbonetos, álcoois, ésteres,
cetonas, etc. Como exemplo de hidrocarbonetos nós temos aguarraz e querosene que são chamados
alifáticos. E, também temos toluol e xilol que são os aromáticos.
Como álcoois nós temos o etílico, metílico, butílico, etc. Como cetonas, temos metil isobutil
cetona, acetona, metil etil cetona, etc.
Em função da resina utilizada, é que fazemos a escolha da família ou famílias dos solventes a
serem utilizados. Outras propriedades tais como espessura de película método de aplicação, etc,
perfazem as condições determinadas do tipo solvente.

3. APLICAÇÃO DE SISTEMAS DE PINTURA

A eficiência da proteção anticorrosiva conferida por um sistema de pintura depende de uma


série de fatores que dentre os mais importantes podemos destacar:
Especificação do sistema de pintura;
Preparação da superfície;
Qualidade das tintas;
Aplicação das tintas.

Além dos fatores acima mencionados convém ressaltar ainda:


Preparação do aço;
“Lay Out” anticorrosivo

A preparação do aço é a etapa da pintura que consiste em quebrar quinas vivas, remover
respingos de soldas, preencher porosidades, esmerilhar superfícies irregulares como cordões de solda
manual e cortes a maçarico, etc.
O “Lay Out” anticorrosivo se refere aos cuidados específicos que devem ser tomados durante a
fase de projeto das estruturas ou equipamentos, com objetivos de se evitar, por exemplo, locais que
permitam a estagnação de água, a presença de frestas, formação de pilhas galvânicas, etc.
Todos estes fatores são importantes para o desempenho global da proteção anticorrosiva e
atuam de forma conjunta no sistema de pintura. Portanto, caso uma das etapas seja mal executada
todo sistema ficará comprometido.
Em relação a especificação do sistema de pintura, esta deve ser elaborada adequadamente em
função da agressividade do meio e das condições de trabalho das estruturas ou equipamentos, a fim de
se selecionar as tintas e os métodos de preparação da superfície mais apropriados.

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A preparação da superfície é um fator determinante para garantir a adesão das tintas aos
substratos em geral e como conseqüência concorrerá para aumentar a proteção anticorrosiva do
sistema de pintura. A grande maioria dos casos de falhas prematuras em sistemas de pintura, são
decorrentes de uma má preparação da superfície. Uma superfície preparada inadequadamente não
proporcionará boa proteção anticorrosiva, mesmo que se aplique sobre ela tintas de boa qualidade.
Em relação a qualidade das tintas, este fator é importante pois se elas não atenderem os
requisitos contidos nas suas respectivas especificações e não resistirem às condições do meio a que
serão expostas, certamente a proteção anticorrosiva ficará prejudicada, mesmo que se faça um
excelente preparo de superfície.
Quanto à aplicação das tintas, esta é uma das etapas que também se não for executada
adequadamente todo o sistema de pintura ficará comprometido. Condições climáticas durante a
aplicação (umidade relativa, temperatura do ar e do substrato), controle de espessura úmida e seca,
intervalo de repintura entre demãos, adesão ao substrato metálico e verificação de porosidades, são
algumas das principais propriedades que normalmente são observadas durante e após a aplicação das
tintas.
Como se pode observar não se pode separar estes fatores em termos de importância pois caso
uma das etapas seja mal executada ou elaborada todo sistema de pintura ficará prejudicado, como já foi
mencionado anteriormente.
Alguns fatores importantes para o bom desempenho de um sistema de pintura são mostrados
na figura 1.

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ESPECIFICAÇÃO
ADEQUADA

QUALIDADE DAS APLICAÇÃO DAS


TINTAS TINTAS

SISTEMA DE PINTURA

PROTEÇÃO

ANTICORROSIVA
“LAY OUT”
PREPARAÇÃO ANTICORROSIVO
DO AÇO

PREPARAÇÃO
DE SUPERFÍCIE

Figura 1 Fatores para o bom desempenho de um sistema de pintura

É evidente que um trabalho de pintura requer durante a execução do mesmo um


acompanhamento com objetivo de verificar se todas as etapas descritas da especificação técnica da
pintura estão sendo cumpridas. Para tal o inspetor responsável pela execução do serviço deve
conhecer e estar familiarizado com as Normas mencionadas na especificação técnica da pintura.

3.1. Normas de Limpeza de Superfícies

A) LIMPEZA DE SUPERFÍCIE DE AÇO POR AÇÃO FÍSICO-QUÍMICA

A limpeza de superfície por ação físico química é bastante abrangente pois se destina, a
remoção de óleo, graxa, terra, compostos usados para o corte das chapas e outros contaminantes das
superfícies de aço, mediante o emprego de solventes, emulsões, compostos para limpeza, vapor ou
outros materiais e métodos de ação solvente.
Apesar da abrangência desta Norma, na grande maioria dos casos a limpeza por ação físico
química é usada para remover óleos e graxas das superfícies metálicas antes da aplicação de tintas ou
da remoção de carepa de laminação enferrujada, ferrugem e tinta antiga. A presença destes
contaminantes (óleos e graxas) na superfície, por menor que seja, é extremamente prejudicial à adesão
das tintas aos substratos metálicos, bem como poderá ocasionar defeitos superficiais na pintura como
por exemplo o aparecimento de crateras.

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É importante ressaltar que o processo de limpeza com solventes orgânicos não remove
ferrugem, carepa de laminação e a grande maioria de tintas antigas. A sua eficiência está na remoção
de óleos ou graxas que preferencialmente deve ser removidos com detergentes ou desengraxantes
biodegradáveis.
Antes da operação para remover óleos e graxas a superfície deverá estar isenta de terra,
salpicos de cimento, sais e outros materiais estranhos, os quais devem ser removidos por meio de
ferramentas manuais (escovas de fibra ou arame, raspadeiras) ou pela aplicação de soluções de
limpeza alcalina.
Diversos procedimentos são escritos para a remoção de óleos ou graxas. É evidente que a
geometria das estruturas ou equipamentos a serem pintados, os locais onde será executados o
desengorduramento (questões de segurança) e a viabilidade técnica-econômica são os fatores que irão
determinar o procedimento mais apropriado. No caso do desengorduramento por meio de vapor
utilizando-se hidrocarbonetos clorados é necessária a presença de estabilizadores no meio, pois caso
contrário estes compostos podem decompor-se pela ação do calor dando origem a formação de ácido
clorídrico (HCl) o qual corroerá a superfície metálica.
Outros tipos de limpeza também podem ser utilizados (emulsões, detergentes, removedores).
Notar que quando se utilizam estes tipos de produtos é necessário que se faça uma lavagem
final bem feita a fim de se retirar possíveis resíduos decorrentes do procedimento, os quais podem ser
prejudiciais à pintura.
Quanto ao aspecto de segurança, o inspetor deve estar bem familiarizado com as
recomendações descritas no mesmo a fim de poder selecionar os produtos mais apropriados em função
das condições de trabalho. Notar que o ponto de fulgor dos solventes tem uma importância muito
grande, principalmente, em função da temperatura de trabalho. Uma ventilação adequada é importante
para manter a concentração do solvente no ar abaixo das mínimas concentrações tóxicas ou
inflamáveis. Os demais itens completam os tópicos relativos à segurança.

B) TRATAMENTO DE SUPERFÍCIES DE AÇO COM FERRAMENTAS MANUAIS E MECÂNICAS

O tratamento de superfícies através de ferramentas manuais e mecânicas é um procedimento


bem antigo e também aceitável no preparo de superfícies expostas a atmosfera e interiores em
condições normais, aplicável a grande parte dos trabalhos de pintura de manutenção. Trata-se de um
procedimento bem limitado pois remove somente ferrugem e carepa da laminação soltas, bem como
tintas antigas e outros materiais não aderentes. Por se tratar de um método pouco eficiente na remoção
dos produtos de corrosão, as tintas devem possuir boas propriedades de umectação para se obter
melhor desempenho na pintura.
As ferramentas manuais normalmente utilizadas neste processo são: escovas de arame de aço,
lixas, raspadores e martelos e picadores (ferramentas de impacto).

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As ferramentas mecânicas utilizadas são: escova de aço rotativa, lixadeira rotativa, pistolete de
agulha ou agulheiro ou desincrustador, esmeril e outras ferramentas com ação rotativa de impacto ou
impacto-rotativa.
O tratamento de superfícies metálicas através da utilização de ferramentas manuais e
mecânicas, é um procedimento bem aceitável e empregado o preparo das mesmas, principalmente em
grande parte dos trabalhos de pintura de manutenção e também nos casos em que o preparo de
superfície por meio de jateamento abrasivo, por alguma razão, não possa ser empregado.
Este processo de limpeza remove tintas antigas, ferrugem e carepa de laminação soltas.
Entretanto, não remove estes contaminantes quando eles estão bem aderidos ás superfícies metálicas.
Estes contaminantes são considerados aderentes quando não forem removíveis pela introdução de uma
espátula cega sob os mesmos. Em relação ao processo de limpeza com ferramentas manuais, a
limpeza com ferramentas mecânicas são mais eficiente na remoção dos contaminantes mencionados
anteriormente, bem como proporciona maior velocidade e rendimento na execução do serviço.
Os graus de intemperismo e de preparação de superfícies não pintadas, referidos nesta Norma,
estão reproduzidos na Norma ISO 8501-1, por meio de uma série de padrões fotográficos. No caso de
superfícies pintadas, em função do grau de intemperismo e da presença de falhas no aço pintado, a
norma ASTM D 610 as classifica coerentemente.
Esta Norma também classifica os graus de intemperismo ou enferrujamento das superfícies de
aço definindo-os pelos padrões fotográficos A, B, C e D os quais são descritos a seguir:

A = superfície de aço completamente coberta de carepa de laminação intacta e aderente, com


pouca ou nenhuma corrosão.
B = superfície de aço com princípio de corrosão e da qual a carepa de laminação tenha
começado a desagregar.
C = superfície de aço da qual a carepa de laminação tenha sido completamente eliminada pela
corrosão ou possa ser retirada por meio de raspagem, desde que não apresente corrosão
alveolar.
D = superfície de aço da qual a carepa de laminação tenha sido eliminada pela corrosão e que
apresenta corrosão alveolar bastante intensa.

Dependendo do grau de original da superfície, os graus de limpeza a serem atingidos após o


procedimento descrito nesta Norma deverão corresponder aos padrões St2 e St3, a saber: B St2, C
St2, D St2, B St3, C St3 e D St3. Um aspecto de suma importância que é a limpeza nas regiões de
solda e áreas adjacentes a mesma, rebites, cantos vivos, juntas e aberturas seja bem executada pois
caso contrário conduzirá ao aparecimento de falhas no sistema de pintura.
Portanto os padrões de tratamento mecânico são St-2 e St-3 e a definição destes padrões está
nos padrões fotográficos constantes na norma ISO 8501-1.
Erroneamente muitos profissionais em pintura consideravam o padrão St-2 como resultante de
limpeza com ferramentas manuais e St-3 de ferramentas mecânicas. Pode-se atingir o padrão St-2 com
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ferramentas mecânicas e St-3 com ferramentas manuais. Depende somente se está de acordo com os
padrões fotográficos.

C) LIMPEZA DE AÇO COM JATEAMENTO ABRASIVO

A limpeza de superfícies por meio de jateamento abrasivo é um dos processos mais largamente
utilizados e eficientes na preparação de superfícies ferrosas para aplicação de sistemas de pintura.
Além disso, proporciona excelentes condições para a aderência e desempenho dos sistemas de pintura.
O processo consiste em impedir as superfícies materiais abrasivos, como, por exemplo, a granalha de
aço, por meio de ar comprimido, através de bicos aplicadores.
Os graus de preparação de superfície por meio de jateamento abrasivo são classificados,
segundo a Norma ISO 8501-1, em:

• Sa 1: Limpeza por Jateamento abrasivo ligeiro – carepas de laminação soltas, ferrugem e outros
materiais estranhos devem ser removidos. A superfície deve ser limpa, imediatamente, com aspirador,
ar comprimido limpo e seco ou escova limpa. A aparência final deve corresponder a uma das gravuras
com designação Sa 1, conforme o grau de ferrugem inicial. Esta limpeza não se aplica a superfície com
grau de intemperismo A originalmente. Portanto, os padrões de limpeza possíveis de serem obtidos
neste caso, conforme Norma ISO 8501-1 são: B Sa 1, C Sa 1 e D Sa 1.

• Sa 2: Limpeza por jateamento abrasivo comercial – quase toda a carepa de laminação, ferrugem e
material estranho devem ser removidos. A superfície deve ser limpa, imediatamente, com aspirador, ar
comprimido limpo ou seco ou escova limpa. A superfície final deve apresentar coloração acinzentada e
corresponder, em aparência, a uma das gravuras designadas Sa 2 em função do grau de intemperismo
inicial. Esta limpeza não se aplica a superfície com grau A de intemperismo. Portanto os padrões de
limpeza possíveis de serem obtidos neste caso são: B Sa 2, C Sa 2 e D Sa 2.

• Sa 2 ½: Limpeza por jateamento abrasivo ao metal quase branco – As carepas de laminação,


ferrugens e materiais estranho devem ser removidos de maneira tão perfeita que seus vestígios
apareçam somente como manchas tênuas e que correspondam no máximo a 5% da superfície. A
superfície deve ser limpa imediatamente com aspirador, ar comprimido limpo e seco ou escova limpa.
Esta limpeza aplica-se as superfícies com quaisquer graus de intemperismo original. Portanto a
superfície final deve apresentar aspecto semelhante a uma das gravuras correspondentes a designação
Sa 2 ½ (A Sa 2 ½, B Sa 2 ½, C Sa 2 ½ e D Sa 2 ½).

• Sa 3: Limpeza por jateamento abrasivo ao metal branco – As carepas de laminação, ferrugem e outros
materiais estranhos devem ser completamente (100%) removidos. A superfície deve ser limpa,
imediatamente, com aspirador, ar comprimido limpo e seco ou escova limpa. Esta limpeza, a exemplo
do caso anterior (Sa 2 ½), pode ser aplicada ás superfícies com quaisquer graus de intemperismo
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original. Portanto a superfície deve apresentar uma coloração acinzentada uniforme, correspondente a
uma das gravuras da Norma ISO 8501-1 com designação Sa 3 (A Sa 3, B Sa 3, C Sa 3 e D Sa3).

Menciona a norma que a limpeza por jato abrasivo deve ser feita de modo a não causar danos a
parte do trabalho já executado: isto é muito comum quando se vai pintar grandes áreas, pois o trabalho
é feito por partes. Desta forma é importante que a tinta, nas áreas adjacentes ao local que se vai jatear,
esteja seca.
Checar sempre as condições climáticas e não jatear as superfícies sujeitas a ficarem molhadas
antes da pintura ou com temperatura mais baixa do que 3ºC acima do ponto do orvalho ou quando a
umidade relativa do ar estiver acima de 85% e nem mesmo que haja expectativa de chegar a este
percentual, com objetivo de evitar a condensação de umidade sobre a superfície metálica.
A preparação de superfície e a aplicação da tinta de fundo devem ser executadas dentro da
mesma jornada de trabalho. A tinta de fundo deve ser aplicada antes do aparecimento de sinais visíveis
de oxidação.
Quanto aos critérios de aceitação e rejeição antes e após o jateamento, é importante observar
que o teor máximo de cloreto no abrasivo deve ser no máximo 40 ppm, que a rugosidade deve estar
entre 40 e 85 micrometros e o critério para aceitação de abrasivos é que pelo menos 80% do abrasivo
esteja dentro da granulometria para se atingir esta rugosidade.
Com a proibição do jateamento abrasivo em local aberto como indústrias e estaleiros, ganha
força a preparação de superfície mediante hidrojateamento a altíssima pressão ou ultra alta pressão.
São pressões hidráulicas superiores a 25.000 psi com uso de bicos especiais que resulta em jato cônico
oco rotativo.

Os padrões de limpeza da norma STG-2222 que são:

DW-1: padrão de limpeza similar a Sa 1


DW-2: padrão de limpeza similar a Sa 2
DW-3: padrão de limpeza similar a Sa 2 ½

Padrões de limpeza adotados pela Norma SSPC-SP12/NACE5 (utilizado pela PETROBRAS em


suas normas):

WJ-1: padrão de limpeza similar a Sa 3


WJ-2: padrão de limpeza similar a Sa 2 ½
WJ-3: padrão de limpeza similar a Sa 2
WJ-4: padrão de limpeza similar a Sa 1

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Após a limpeza com hidrojateamento com ultra alta pressão, a superfície quando fica exposta
pode apresentar uma oxidação instantânea conhecida como “Flash Rust” e também foi classificado em
três grupos:
Leve: pouca presença de “flash rust”
Moderado: presença significativa de “flash rust”
Severo: presença intensa de “flash rust”

Tanto os graus de limpeza com hidrojateamento com ultra alta pressão quanto os graus de
“flash rust” estão em forma de fotos em padrões fotográficos nas normas citadas.

3.2. Aplicação de Tintas

Como já mencionado, aplicação das tintas é um dos fatores fundamentais para se obter bom
desempenho dos sistemas de pintura. A aplicação das tintas feitas inadequadamente certamente não
promoverá uma proteção eficiente mesmo que elas sejam de alta qualidade. São inúmeras as variáveis
a serem controladas durante a aplicação das tintas dentre as quais se pode destacar:
Procedimento de homogeneização das tintas;
Proporção de mistura, para as tintas de dois componentes;
Utilização correta dos métodos de aplicação em função do ti po de tintas;
Umidade relativa do ar, ponto de orvalho, temperatura do substrato e do ar;
Intervalo entre demãos;
Espessuras;
Diluição;
Tempos de vida útil (“shelf life”), vida útil da mistura (“pot life”)
Testes de aderência, descontinuidade, espessuras;
Defeitos (enrugamento, escorrimento, empolamento, crateras etc.)
Aplicação de pintura de reforço (“stripe coat”)
Como se pode observar, os cuidados na aplicação de tintas são muito grandes. Todos estes
fatores tem que estar elucidados de forma clara e explicativa.
Numa norma de aplicação deve considerar as condições gerais de aplicação, o procedimento
de inspeção, recebimento de tintas, armazenamento, prazo de validade, mistura, homogeneização e
diluição, preparação de superfície e aplicação de tintas.
Na aplicação de tintas é sempre importante observar:
• as condições climáticas
• temperatura do substrato (importante para pintura de superfície que esteja em contato com
líquido)

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NOTA
Existem casos que a umidade relativa do ar não serve de parâmetro para liberar a pintura. Deve ser
observada a temperatura da chapa que deve estar pelo menos 3oC acima do ponto de orvalho.

Nas condições específicas:


• Tintas alumínio fenólica (não deve ser aplicada com agitação mecânica.)
• Tintas ricas em zinco (não deve ser aplicada com agitação mecânica)
• Tintas sem solvente podem ser aplicada no sistema “wet on wet” ou molhado sobre molhado,
isto é, a segunda demão pode ser aplicada sobre a primeira assim que a primeira demão estiver
seca ao toque. E neste caso, o teste de aderência deve ser feito apenas na segunda demão.

Os métodos de aplicação, alguns pontos:


Trincha: utilizado principalmente para retoque e pintura de reforço;
Rolo: pintura de áreas extensas;
Pistola Convencional: também para áreas extensas e não se recomenda para pintura em locais
onde existam ventos fortes e em estruturas muito delgadas que levem a perdas excessivas de
tinta.
Pistola Sem Ar: para tintas com baixo teor de solvente, alta viscosidade, alta tixotropia e quando
se quer espessuras altas.

Outro ponto importante trata das inspeções que devem ser realizadas:
Recebimento das tintas;
Preparo de superfície
Perfil de rugosidade
Condições climáticas
Temperatura do substrato
Película
Aderência
Espessura de filme úmido
Espessura do filme seco
Descontinuidade.
Freqüência de cada teste e o número de testes a serem efetuados.
Critérios para aceitação e rejeição (parâmetros que o inspetor deve se basear em sua inspeção
para aprovação ou reprovação)

Cuidados devem ser tomados na observância de muitos parâmetros de inspeção e critérios de


aprovação pois ocorrem alterações de acordo com as revisões. É importante que o inspetor esteja
preparado para interpretar cada revisão.

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E por fim a deve-se ser observado norma de segurança. O mais importante é não utilizar o
aparelho para teste de descontinuidade em dias que haja descargas elétricas (relâmpagos) e embora
não conste na norma, principalmente em locais confinados em que haja presença de solventes pelo
risco de explosão.

4. Rendimentos, Espessuras e Diluição de Tintas

4.1. Rendimento Teórico

O cálculo do rendimento teórico de uma tinta é feito utilizando a seguinte equação:

RT (m²/l) = SV (%) x 10
EFS (µm)

Onde:
RT = Rendimento teórico expresso em m²/l
SV = Sólidos por volume da tinta em %
EFS = Espessura do filme seco em µm

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a) EXERCÍCIO 1

Calcular o rendimento teórico de uma tinta com 60% de sólidos por volume (SV) e aplicado na
espessura de 50 µm.

Resposta:

Utilizando a fórmula acima: RT = 60 x 10


50
RT = 600/50 RT = 12 m²/L

b) EXERCÍCIO 2

Qual o valor de sólidos por volume (SV) de uma tinta que aplicada com a espessura de 100 µm
resulta em um rendimento teórico de 8 m²/L?

Resposta:

Utilizando a mesma fórmula acima, temos:

8 = SV x 10
100
8 x 100 = SV x 10
800 = 10 x SV
SV = 80%

c) EXERCÍCIO 3

Agora, qual a espessura aplicada de uma tinta com 50% de sólidos por volume e que tenha um
rendimento teórico de 10 m²/L?

Resposta: Substituindo na mesma fórmula, temos:

10 = 50 x 10
EFS
10EFS = 500
EFS = 50 µm

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4.2. Rendimento Prático

RP = RT (1 – FP )
100
Onde:
RP = Rendimento prático expresso em m²/l
RT = Rendimento teórico expresso em m²/l
FP = Fator de perda expresso em %

Portanto o rendimento prático é calculado multiplicando-se o rendimento teórico por uma


variável chamada de fator de perda.
O fator de perda normalmente na pintura industrial tem a seguinte grandeza: 30%, 35%, 40%,
50%. Para pintura de manutenção de navios em docagem, o fator de perda para a pintura de casco
externo com equipamento de pistola sem ar é de 30 %.
Fator de perda não significa desperdício. Desperdício ou perda de tinta no fundo do balde, na
mangueira, no equipamento de pintura, etc. está em torno de 3 a 5 %.
Para facilitar o cálculo do rendimento prático, apresentamos uma constante para cada fator de
perda:
A segunda parte da equação: (1 – FP ) se substituir FP por 30, dá:
100
1 – 30 , ou seja, 1 – 0,3 que resulta em 0,7
100

Portanto, toda vez que o fator de perda for 30%, o rendimento prático é calculado,
multiplicando-se o rendimento teórico por 0,7.
Da mesma maneira, se o fator de perda for 40%, o rendimento prático é calculado
multiplicando-se o rendimento teórico por 0,6. E assim por diante.

EXERCÍCIO 4

Calcular o rendimento teórico e prático de uma tinta com 75% de sólidos por volume e aplicado
na espessura seca de 120 µm e fator de perda de 30%?

Resposta: O cálculo do rendimento teórico = 75 x 10


120
O rendimento teórico é 6,25 m²/L

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E para calcular o rendimento prático, como o fator de perda é 30%, basta multiplicar o
rendimento teórico por 0,7. Portanto, o rendimento prático é 4,38 m²/L

4.3. Espessura Seca x Espessura Úmida

Toda espessura seca tem uma correspondente em espessura úmida que depende dos sólidos
por volume, ou seja:

EFS(µm) = EFU(µm) x SV(%)


100

EFS(µm) = EFU(µm) x 100


SV (%)

EXERCÍCIO 1

Qual a espessura seca de uma tinta com 80% de sólidos por volume e aplicada com espessura
úmida de 150 µm?

Resposta:

Com a equação EFS = EFU x SV e substituindo-se os dados, temos


100
EFS = 150 x 80/100 ou
EFS = 120 µm

EXERCÍCIO 2

Qual a espessura úmida de uma tinta com 40% de sólidos por volume e aplicada na espessura
seca de 50 µm?

Resposta:

Substituindo-se na equação EFU = EFS x 100


SV
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Temos: EFU = 50 x 100/40 ou
EFU = 125 µm

EXERCÍCIO 3

Quais os sólidos por volume de uma tinta que aplicada com espessura úmida de 100 µm resulta
em espessura seca de 70 µm?

Resposta: 70%

4.4. Diluição

Quando se dilui uma tinta, quebra-se muito a tixotropia e os sólidos por volume diminuem
proporcionalmente à diluição.
A fórmula para se calcular os novos sólidos por volume em função da diluição é:

Sólidos por Volume da Tinta Diluída = Sólidos por Volume x 100


100 + Diluição (%)

Na prática, o rendimento teórico deve sempre ser calculado após a diluição, caso haja diluição.

EXERCÍCIO

Calcular os sólidos por volume após diluição com 10% de uma tinta que tenha os sólidos por
volume de 60%?

Resposta: Utilizando a fórmula acima, temos:

Sólidos por volume da tinta diluída = 60 x 100


110
Sólidos por volume da tinta diluída = 54,5%

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5. FALHAS DURANTE A APLICAÇÃO DE TINTAS

O reconhecimento do tipo de defeito que encontramos na pintura industrial, a compreensão de


sua causa e como corrigi-lo prontamente reduzem o custo da manutenção enquanto permitem manter
uma aparência estética de alto nível de aceitação.
Todas as tintas falham, eventualmente, por causa do intemperismo, sobretudo as externas.
Contudo, falhas precoces são onerosos e freqüentemente ocorrem.
Quando as falhas da pintura concernentes a aplicação podem ser imediatamente detectadas.
Modificações nas condições de aplicação resultam no remédio imediato. Quando o defeito é detectado
após a secagem da tinta, com ou sem exposição, a pintura tem que ser removida do substrato para
evitar ocorrência de corrosão. Se, contudo o defeito é restrito a aspectos superfícies como cor, brilho ou
textura bastará, no geral, lixar e aplicar outra demão.

5.1. Falhas mais Comuns que Ocorrem Durante a Aplicação de Tintas

A) ESCORRIMENTO

Outra denominação: Descaimento


Descrição: Excessiva fluidez da tinta em superfícies verticais. Ocorre sob a forma de cordões
(leve) ou de cortina (pesado)
Causas: Excesso de espessura, diluição excessiva da tinta, tixotropia insuficiente
Correção:
a. Antes da Secagem: Remova o excesso de tinta com trincha ou boneca de pano e
modifique as condições da aplicação à pistola. Usar trincha macia. Reformular a tinta.
b. Após Secagem : Lixar e aplicar outra demão.
Importante: O controle da espessura molhada é um dos melhores métodos para evitar este
defeito.

B) ESPESSURA IRREGULAR (FALTA E/OU EXCESSO:

Outra denominação: Desconhecemos


Descrição: Falta de uniformidade do filme, fora das tolerâncias médias. As áreas em escassez
apresentam pouca cobertura, “sombreamento” da demão anterior, podendo até favorecer a
corrosão.
Causa:
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a. Falta de habilidade do pintor;
b. Trincha ou rolo inadequados;
c. Pintura a pistola com vento;
d. Tinta muito viscosa ou com pouco alastramento;
e. Diluição incorreta;
f. Falta de controle da espessura molhada;
g. Pistola com pulverização espasmódica;
h. Superfícies difíceis de pintar.
Correções:
a. Antes da Secagem: Áreas com excesso remover com trincha macia Áreas em
escassez, aplicar outra demão.
b. Após a Secagem: Lixar e procurar uniformizar áreas com outra demão. Modifique as
condições de aplicação com pistola.
c. No caso da 1ª demão, onde há riscos ou já houve ocorrência de corrosão por
insuficiência de espessura, remover toda a pintura e aplicar outra demão.
d. Não se observando outro defeito deixar como está. No caso de primer de zinco
(pequenas áreas), convém remover o excesso com lixamento manual controlado, para
evitar fendilhamento ou descolamento do primer e/ou sistema.

C) MANCHAS

• Outra denominação: Manchamento.


• Descrição: O filme apresenta-se manchado.
• Causa:
a. Contaminação da superfície, dos equipamentos de aplicação ou da área de trabalho;
b. Tinta mal misturada, heterogênea;
c. Tinta defeituosa – Vide nota.
d. Respingos de solvente sobre a tinta fresca ou seca.
• Correções:
a. Antes de Secar: Remover com pano embebido em solvente.
b. Aguardar que a área de trabalho fique sem contaminantes, adequada a pintura.
c. Inspecionar os equipamentos de aplicação.
d. Homogeneizar a tinta, agitando-a.
e. Após secagem: No caso de falta de agitação, aplicar outra demão.
f. Demais casos, remover a pintura

• Importante:
a. No caso de alvenaria, poderá estar havendo infiltração.

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b. No caso de madeira, poderá estar havendo exsudação ou solubilização de susbtâncias
resinosas.
c. No caso de tinta defeituosa, as manchas poderão ocorrer por flutuação dos pigmentos.

D) “OVER SPRAY” (PULVERIZAÇÃO DEFICIENTE)

• Outra denominação: Atomização seca.


• Descrição: Superfície sem brilho, áspera, porém o pó da tinta não sai ao contato dos dedos.
• Causas:
a. As partículas da tinta quase secas atingem a superfície devido a evaporação muito
rápida do solvente;
b. Pistola muito distante da superfície;
c. Forte calor ambiente;
d. Vento
e. Pressão de pulverização muito alta.
• Correções
a. Antes da Secagem: Aplicar um pano com solvente
b. Após a Secagem: Lixar e aplicar outra demão, corrigindo eventuais ajustes na pistola
e/ou na diluição usando solvente mais lento, tipo retardador, adequado ao verão.
NOTA
Este defeito é mais comum nas tintas de secagem rápida. Pode também ser a causa de um outro
defeito chamado Porosidade, ou mesmo causar surgimento de corrosão precoce em áreas recém
pintadas, porém não se deve ser confundida com empoamento: poeira de tinta que suja as áreas
pintadas fácil de ser removida e que suja a ponta dos dedos (o mesmo que gizamento).

E) POROSIDADE

Outra denominação: Poros


Descrição: A pintura apresenta diminutas descontinuidades em forma de orifícios, invisíveis a
olho num, somente detectável com aparelho.
Causas:
a. Oclusão de ar ou solvente no filme;
b. Superfície contaminada;
c. Atomização deficiente, muito grossa;
d. Espessura insuficiente;
e. Perfil de Ancoragem: rugosidade muito alta;
f. Temperatura da superfície muito quente;
g. Falta de habilidade do pintor;

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h. Falta de controle do filme úmido;
i. “Over Spray”.
• Correções:
a. Antes da secagem: Corrigir a atomização
b. Após secagem: Dependendo da extensão lixar e aplicar outra demão ou remover a
pintura toda.

F) SANGRAMENTO

Outra denominação: Ressolubilização


Descrição: A pintura apresenta mancha grande, de cor diferente.
Causas:
a. Ressolubilização de pintura existente do tipo termo-plástica pelo solvente da demão
subseqüente, independentemente do método de aplicação quando a demão existente é
tinta betuminosa ou derivada que migra para a demão superior;
b. Este defeito também ocorre com aplicação a trincha ou rolo de outro termo-plástico, por
exemplo acabamento branco de borracha clorada aplicada à trincha sobre primer de
borracha clorada vermelho. Devido ao método de aplicação a ressolubilização causará
manchas róseo-avermelhadas no acabamento.
Correções:
a. Após Secagem, no caso das betuminosas, remover toda a pintura, inclusive a
betuminosa. No caso de tintas do mesmo tipo aplicar com pistola em vez de rolo ou
trincha.

NOTA:
Dependendo das condições o aparecimento do sangramento poderá ocorrer após exposição.

G) CRATERA

Outra denominação: Craterização


Descrição: Defeito semelhante a pequenas e uniformes crateras que ocorre no filme de tinta e
que são formadas de bolhas que após romperem não mais se nivelam.
Causas:
a. Oclusão de solvente ou ar durante a aplicação;
b. Água no ar de atomização da pistola;
c. Superfícies quentes;
d. Excessiva atomização: pressão alta;
e. Chuva de respingo d’água sobre a tinta fresca.
Correções:
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a. Lixar e aplicar outra demão.

H) IMPREGNAÇÃO DE ABRASIVOS E/OU DE MATERIAIS ESTRANHOS

Outra denominação: “Lixa”


Descrição: A superfície fica áspera, arenosa como uma lixa.
Causas
a. Pintura sobre superfícies contaminada com poeira e/ou grãos de abrasivo;
b. Contaminação da superfície da tinta ainda úmida pelo abrasivo que cai sobre ela;
c. Tinta, rolo ou trincha contaminada por areia, terra, abrasivo, etc.
d. Poeira levada pelo vento cobre a tinta fresca.
Correções:
a. Antes da secagem: aplicar panos com solventes para remover a pintura contaminada.
b. Após secagem: Dependendo da intensidade, lixar ou remover toda a pintura
contaminada e aplicar outra demão.
c. Limpar o equipamento contaminado
d. Filtrar a tinta contaminada
e. Limpar a superfície, removendo o pó antes de pintar.
f. Melhorar as condições do canteiro, protegendo a área de pintura contra contaminação.

I) INCLUSÃO DE PÊLOS

Outra denominação: Desconhecemos


Descrição: A pintura fica impregnada por pêlos ou fiapos que podem aflorar, tornando-se
visíveis ou ocluídos no seio da pintura, marcando a superfície.
Causas:
a. Contaminação da superfície a ser pintada ou ainda com tinta fresca por pêlos (fios,
fiapos, cabelos, etc), originados de trinchas, rolos, trapos, panos, etc.;
b. Pêlos levados pelo vento e que caem sobre a tinta fresca;
c. Tinta contaminada por estes tipos de impurezas.
Correções:
a. Antes da Secagem: remover as impurezas e retocar.
b. Após a secagem: Lixar e retocar as áreas contaminadas.
c. Descartar trinchas e rolos defeituosos
d. Limpar os equipamentos contaminados
e. Filtrar a tinta contaminada
f. Limpar as superfícies antes de pintar
g. Evitar o uso de estopa. Use pano.
h. Melhorar as condições do canteiro, protegendo a área de pintura contra contaminação.
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J) EMPOLAMENTO / BOLHAS

Outra denominação: Bolha


Descrição: A pintura apresenta protuberâncias semi-esféricas que variam de tamanho e
intensidade.
Causas:

1) Empolamento Seco
a. Ocorre em condições secas
b. Oclusão de solvente ou ar no filme.
c. Tintas incompatíveis ;
d. Superfícies muito quentes.

2) Empolamento com líquido no interior:


a. Ocorre em condições de imersão
b. Incompatibilidade com proteção catódica ou excesso de proteção catódica;
c. Pintura sobre sal solúvel.

. Correções:

a. Antes da secagem: Remover a pintura com pano e solvente


b. Após a secagem: Dependendo da intensidade lixar e retocar ou lixar e aplicar outra
demão.
c. Drenar e limpar os equipamentos contaminados com água e a superfície.
d. Não aplicar tintas incompatíveis entre si nem as que sejam inadequadas para proteção
catódica.
e. Evitar pintar sobre superfícies muito quentes.

5.2. Recomendações Especiais

A) POLIURETANOS (2 COMPONENTES)

Chamamos a atenção para a extrema sensibilidade dos poliuretanos com relação a água seja
de contaminação pelo ar da pistola, de alta umidade durante aplicação ou de solvente contaminado: a
água decompõe esta tinta resultando em empolamento, tipo “fervura” algo parecido com uma espuma
sólida. Também ocorre com aplicação de espessura excessiva.

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B) PINTURA SOBRE PRIMER DE ZINCO

De superfície porosa, estes primers tendem a ocluir muito ar. Por isso convém aplicar um “tie-
coato qual por suas baixas espessuras e viscosidade penetra no primer de zinco, expulsando o ar. Caso
a demão subseqüente ao primer de zinco seja uma tinta viscosa e espessa, tipo AE/HB aplique-a
conforme a técnica do “mist-coat” isto é, aplique o 1° passe bem delgado ao que chamamos na prática
de “queimar o primer de zinco” com uma “poeira de tinta” permitindo ao ar ocluído sair, caso contrário é
empolamento na certa.

5.3. Gabaritos para Avaliação de Falhas: Normas e Diagramas

Além da caracterização morfológica das falhas é igualmente importante, quantificá-las, o que


não é tarefa simples. Erros mais comuns são:
• Relaciona a falha com a totalidade da superfície pintada e não, como seria correto, com a
porção da superfície que está sendo inspecionada. Por exemplo:
• Superfície total (pintada e aprovada) 395m²;
• Porção da superfície sob inspeção (além dos 395m²) – 59m².
• Superestimar ou subestimar a realidade (geralmente o erro é a maior). Quando a falha é
localizada é mais fácil a avaliação do que quando espalhada e generalizada. Por exemplo:

Figura .2 Exemplos de falha localizada e falha generalizada

Assim, para evitar estes erros, aconselhamento o uso de trena.

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Quando o local for de difícil medição ou não tiver trena, a maneira prática é imaginar linhas de 1
metro de distância formando quadrados como nas ilustrações acima, porém resultará em uma
estimativa menos exata que com a trena.
As Normas que tratam do assunto são: ASTM D 610 e SSPC-VIS2 conforme vistas no item “N”
– Preparação da Superfície para Pintura.
No caso específico de empolamento/bolhas emprega-se a Norma ASTM D 714 que, em vez de
percentagem, avalia através de pontuação par (2,4,6 e 8) correspondentes aos conceitos: Pouco,
Médio, Denso Médio, Denso. Esta Norma D 714 pode ser empregada para avaliar outras falhas, além
de Bolhas.

5.4. Critérios da Petrobras:

Quanto à INTENSIDADE, isto é, tamanho específico da falha:


(1) Leve ou Fraca
(2) Média
(3) Acentuada
(4) Diversificada (quando a forma da falha é variável).

Quanto a DENSIDADE, isto é, quanto à freqüência e/ou distribuição da falha sobre a superfície:
(1) Pouca incidência
(2) Média incidência
(3) Generalizada
(4) Diversificada

6. FALHAS APÓS A EXPOSIÇÃO

Logo após formada, pela aplicação e secagem da tinta, a película de pintura começa ser
submetida as ações decorrentes do meio ambiente, sofrendo efeitos que irão determinar alterações
superfícies ou em sua integridade. Estas alterações poderão ser pouco ou muito significativas e
poderão ocorrer a curto ou em longo prazo, dependendo de uma série de fatores, e finalmente poderão
ser consideradas alterações normais para determinado sistema de pintura e sob determinadas
condições ou deverão ser consideradas como falha, quando a alteração for anormal para condições e
para o sistema de pintura considerado.

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6.1. Alterações Normais e Falhas da Película Pintada

Alterações da película pintada quando inerentes ao tipo usado, estão certamente, dentro das
expectativas da especificação ou do projeto e se espera sejam do conhecimento do inspetor de pintura,
não devendo ser consideradas como defeito ou falha da película pintada.
Situa-se neste caso, de alteração normal e esperada, a sensível perda de brilho que se observa
em curto prazo nas pinturas feitas com tintas de acabamento epóxi-poliamina ou epóxi-poliamida,
seguida de gizamento (“chalking”) a médio prazo, quando exposta a radiação solar direta.
A alteração acima se ocorrer em acabamentos acrílicos ou poliuretânicos alifáticos, a curto ou
em médio prazo, deve ser interpretada como falha.
Outro exemplo de alteração normal na superfície da pintura, é a forte retenção de poeira que se
observa nas películas de pintura de borracha clorada, quando em clima quente e exposta a atmosfera
empoeiradas. Esta alteração é conseqüência de termo-plasticidade da resina de borracha clorada e do
plastificante usado na preparação destas tintas. Com o calor a tinta de borracha clorada tem sua dureza
diminuída e retém o material particulado que eventualmente se deposite em sua superfície. Para tintas
conversíveis ou termo rígida como epóxi-poliamina ou epóxi-poliamida ou de poliuretano, a retenção de
poeira em sua películas é considerado falha.

6.2. Fatores e Condições de Exposição Associados a Falhas e


Alterações da Película Pintada

A radiação solar, a água e a poluição atmosférica são normalmente os principais fatores que
uma película de pintura exposta deve resistir. A maior ou menor incidência desses fatores sobre a
película está relacionada às condições de exposição.
Evidentemente, deve ser lembrado que a Especificação de Pintura, envolvendo: o Sistema de
Pintura (tipos das tintas e espessuras); a Preparação da superfície (padrão de preparação); e a
Aplicação (método, intervalo entre demãos e condições atmosféricas); deve ter sido corretamente
dimensionada para as condições de exposição, caso contrário as falhas se relacionarão ou com a
inadequabilidade da Especificação de Pintura ou com falha de execução.

6.3. Classificação e Tipos de Falhas

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As falhas que aparecem após a exposição da película podem ser classificadas em dois grupos.
No primeiro ou Grupo A estão as falhas admitidas como de efeito superficial; e no segundo, ou Grupo B
estão as falhas consideradas como de efeito estrutural.
As falhas de efeito superficial afetam fundamentalmente as propriedades óticas da película, cor
e brilho, interferindo nas características decorativas, estéticas, de segurança ou ainda de identificação
pela cor da película.
As falhas de efeito estrutural comprometem a integridade da película e por conseqüência a
eficiência protetora do revestimento.

A) GRUPO A – FALHAS DE EFEITO SUPERFICIAL:

• A.1. Perda de Brilho


• A.2. Alteração de Cor (desbotamento, escurecimento, alteração total e amarelecimento)
• A.3. Calcinação e erosão
• A.4. Sangramento
• A.5. Enrugamento
• A.6. Retenção de Poeira

B) GRUPO B – FALHAS DE EFEITO ESTRUTURAL:

• B.1. Descascamento
• B.2. Empolamento
• B.3. Fendimento
• B.4. Enferrujamento

6.4. Terminologia das Falhas

A) PERDA DE BRILHO:

Redução do brilho original da película

B) ALTERAÇÃO DA COR:

Alteração da cor da película pode ser de natureza química resultante da ação de poluentes
atmosféricos sobre os pigmentos ou sobre o veículo da tinta, ou pode estar associada à calcinação de
pigmentos que compõem a cor.

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C) CALCINAÇÃO (GIZAMENTO) E EROSÃO:

• Calcinação (gizamento)

É o acontecimento apresentado na película de pintura caracterizado pela presença de pós


soltos, removíveis, envolvidos da própria película, na ou imediatamente abaixo da superfície. A
calcinação pode ser facilmente detectada friccionando a película com um tecido de cor contrastante ou
mesmo com o dedo (ASTM D-659-44).

• Erosão

Desgaste da película pelas chuvas como conseqüência natural da calcinação. De acordo com o
tipo da tinta e com as condições do meio a calcinação que antecede a erosão apresentará um grau
maior ou menor de aderência do pó formado na superfície da película, o qual por sua vez será removido
pelas chuvas com maior ou menor facilidade.
A conseqüência final será o aparecimento das demãos anteriores ou mesmo do substrato.
Acabamentos epóxi bem formulados, podem perder por erosão cerca de 50um de espessura após 10
anos de exposição em clima tropical de litorânea ao desabrigo.

D) SANGRAMENTO:

Formação de manchas na superfície do acabamento. Esta ocorrência é mais acentuada na


aplicação ou logo após a aplicação, como resultado da solubilização de pigmentos solúveis nas demãos
anteriores que se difundem para a última demão, no entanto, pode ocorrer tardiamente como resultados
da migração de plastificante, corantes, óleos ou substâncias betuminosas presentes nas demãos
anteriores.

E) ENRUGAMENTO:

A película com aspecto de pele ou couro enrugado. Esta ocorrência, quando não intencional é
conseqüência da forte contração superficial da película de tintas alquídicas e principalmente óleo
resinosas com óleo de tungue, mal formulada. A configuração da película enrugada pode se assemelhar
a de couro de jacaré, recebendo o nome inglês de “alligatoring”, ocorrência comum em tintas de piche
de alcatrão expostas ao desabrigo.

F) RETENÇÃO DE POEIRA:

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Película com sujidade aderida. Esta ocorrência está relacionada com a retenção de poeira,
cisco e pó na superfície da película. A sujidade depositada penetra à película, não se conseguindo
removê-la completamente mesmo após vigorosa lavagem com detergente em solução aquosa. A
película fica suja e encardida.

G) DESCASCAMENTO:

Perda de aderência caracterizada pela separação de uma ou mais demãos do sistema de


pintura do substrato. Quando acontece entre demãos a ocorrência é chamado “descascamento entre
demãos”, delaminação ou desfolhamento.

H) EMPOLAMENTO:

A formação de bolhas em uma película de tinta seca. A falha é avaliada levando em conta a
quantidade de bolhas (densidade) e o tamanho das bolhas, conforme a Norma ABNT MB-786 ou
conforme a Norma Internacional ISSO 4628/1-1978 (É), ambas contendo padrões fotográficos para
comparação, ou ainda a Norma ASTM Method D 714 Evaluating Degree of Blistering of Paints.
A formação de bolhas acontece devido a formação de pressão em determinados pontos da
interface substrato-película, podendo as bolhas ficarem cheias de líquidos ou de gases. Com a elevação
da pressão, a película perde sua aderência ao substrato e sofre alongamento com a forma de domo.

I) FENDIMENTO:

A ocorrência de fratura, trincas, quebras, fissuras ou fendas na película constituem falha


classificável em um dos tipos abaixo:
Fendimento Superficial (“checking”) – A película forma ligeiras fissuras estreitas e pouco
profundas que não penetram até o substrato.
Fendimento até o Substrato (“Cracking”) – A película apresenta fendas profundas que penetram
até o substrato. O uso de lupa com 10 aumentos é recomendado para distinguir o fendimento superficial
do fendimento até o substrato.
A Norma ASTM D 660-44 apresenta padrões fotográficos relativos ao fendimento superficial
(“checking”) e a Norma ASTM D 661-44 STANDARD METHOD OF EVALUATING DEGREE OF
CRACKING OF EXTERIOR PAINTS apresenta padrões fotográficos de referência para fendimento até
o substrato.
Fendimento Gretado (“Mud-cracking”) - Fendimento da película até o substrato, caracterizado
pela configuração similar a que ocorre em camadas de terra argilosa molhada (barro ou lama) ao secar
superficialmente. Este tipo de fendimento é bastante comum em tintas de zinco etil silicato aplicadas
com excesso de espessura neste caso a falha poderia ser classificada como de aplicação.

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J) ENFERRUJAMENTO:

Degradação da película em relação ao meio, com visível deterioração do substrato. Em termos


da Norma Internacional ISO 4628/1, adotada pela ABNT sob denominação ABNT NBR – 5770 –
determinação do grau de enferrujamento de superfícies pintadas, designa o grau de formação / de
ferrugem constatada em superfícies de aço pintadas, tendo como referência padrões fotográficos
publicados na Norma.

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RESUMOS
APLICAÇÃO DE TINTAS

1. Introdução

Temperatura do Ar

Ponto de Orvalho

* Pelo menos 3° C acima do PO ou 2° C °

Umidade Relativa do Ar

* Porque 85%?

A quantidade máxima de água em função da temperatura pode ser visto na tabela abaixo:

Temperatura do Ar (° C) Teor Máximo de Água (g/m³de Ar )


0 4,8
5 6,8
10 9,5
15 12,8
20 17,3
25 23,0
30 30,4
35 39,6
40 51,1
45 65,0

U.R.A. = quantidade de água existente no ar


quantidade máxima (saturação)

Ábacos e tabelas

Psicrômetro: bulbo seco e bulbo úmido

Depressão entre bulbo seco e úmido

Como entrar na tabela

Ponto de Orvalho depende da temperatura

da chapa?

Tintas

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Tintas não convertíveis:

Borracha clorada, acrílica, betuminosa, etc.

Resistência a calor e a solventes

Tintas Convertívies

Alquídico, epóxi, poliuretano, silicatos...

Tornam-se insolúveis no próprio solvente

Resistência mecânica, intervalos de

repintura, pot life.

Outras características de tintas

Sólidos por volume

Rendimento teórico

RT (m2/l) = SV (%) x 10
EFS(µm)

* Calcule o RT de uma tinta com SV = 60% e

Aplicada na espessura seca de 50 µm?

* Calcule o SV de uma tinta cujo RT é de

8 m2/l e aplicada com EFS de 100 µm?

* Calcule a EFS de uma tinta com SV de


72% e que tenha o RT de 6 m2/l?

Rendimento Prático

Rendimento teórico = espessura mínima

Rendimento prático = espessura média

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Fator de Perda

RP (m2/l) = RT (m2/l) x (1 - FP )
100

* Calcule o rendimento prático de uma tinta

Com SV de 50% e aplicada na espessura

seca de 100 µm e fator de perda de 30%.

Para facilitar o cálculo do rendimento prático, um guia prático que pode ser usado:

Fator de Perda Multiplicar o Rendimento Teórico por


10% 0,9
20% 0,8
30% 0,7
35% 0,65
40% 0,6
50% 0,5

* Calcule o rendimento prático de uma tinta

que tenha o rendimento teórico de 8 m2/l

E fator de perda de 40%.

Espessura do Filme Úmido

EFS (µm) = EFU (µm) x SV (%)


100

*Calcule a espessura seca de uma tinta com

60% de SV e aplicada com EFU de 120 µm?

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Equação invertida:

EFU (µm) = EFS (µm) x 100


SV (%)

* Calcule a espessura úmida de uma tinta

Com 40% de sólidos por volume e aplicada

com espessura seca de 50 µm.

Diluição

SV diluido (%) = SV (%) x 100


100 + diluição (%)

* Calcule a SV diluido de uma tinta que

tem SV de 60% e foi diluido com 20% de

solvente.

* Calcule o RP de uma tinta que tem 60%

de SV e foi diluido com 20% de solvente e

aplicada com EFU de 100 µm, considerando-

se fator de perda de 30%.

Principais Métodos para Aplicação de

Tintas

Espalhamento

Trincha

Recorte, “stripe coat”

Rolo

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Materiais

Defeitos mais comuns

Pulverização

Pistola Convencional

Tipos de alimentação

Acessórios: capa de ar, bico de fluido,

agulha de fluido, gatilho, ajuste de

fluido, largura do leque e corpo da

Pistola

Bicos Diâmetro Interno (mils)

FX 42,5

FF 55,0

EX/E/EE 70,0

D 86,0

Agitação mecânica

Pistola convencional: ideal para pintar...

E não se deve pintar....

Defeitos comuns nos leques:

Meia lua

Em 8

Carregada no centro

Produção: 60 m2/h/pintor

Pistola Sem Ar ou “Airless Spray”

Ideal para grandes áreas e tintas de alta

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Viscosidade e alta espessura.

Produção 250 m2/h/pintor

Pressão de pulverização: 2.500 psi

Tipos de motor: elétrico ou pneumático

Conjunto moto-bomba

Taxa de multiplicação

Mangueira de tinta de alta pressão

Pistola airless

Orifício e pressão de pulverização recomendada para cada tipo de tinta:

Tinta Orifício (mils) Pressão (psi)


Acabamento Acrílica 17 a 21 2.500
Primer Epóxi 19 a 27 3.000
Acabamento Epóxi 17 a 25 2.500
Primer e Acabamento Alquídico 17 a 21 2.500
Antiincrustante 21 a 31 2.500
Shop Primer 19 a 23 2.000

Tamanho do orifício em função da

Viscosidade

Leque em função da geometria da peça

Bico reversível ou auto-limpante

Pole gun

Defeitos comuns

Entupimento

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Defeitos comuns na pintura airless

Leque riscando

Leque oscilante

Bolhas ou espumas

Escorrimento

Overspray

Utilizacão de peneira no airless

Bico (mils) Peneira (mesh)

13 100

14 80

18 80

21 60

28 60

31 48

Cuidados com a pintura airless:

Não apontar a pistola

Não colocar o dedo, mão ou corpo

Não desentupir o bico padrão com a máquina

em carga

Verificar aterramento

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Controle Volumétrico por Área

Quando se mede a espessura seca a tinta

está aplicada e seca.

Espessura aquém, demão adicional.

Espessura excessiva, custo

Passo a passo do Controle Volumétrico por

Área:

a) Calcular a área a ser pintada

b) Definir os limites das áreas ou setores

c) Calcular o rendimento teórico

d) Considerar diluição

e) Calcular o rendimento prático

f) Considerar fator de perda usual

g) Calcular o volume de tinta para cada área

h) Separar as tintas para cada área

i) Orientar o pintor e monitorar aplicação

j) Medir espessura úmida

l) Verificar sobra de tinta

m) Separar vasilhames vazios e contar

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PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIE PARA PINTURA

1. Corrosão

Tipos de corrosão:

Corrosão Química

Corrosão Eletroquímica

Corrosão Eletroquímica: Água

Oxigênio

Resultado: Fe2O3H2O

E os eletrólitos?

2. Métodos de Combate contra a

Corrosão
a) Superdimensionamento

b) Alteração do Meio Corrosivo

c) Emprego de Materiais Resistentes

d) Proteção Catódica

e) Pintura Industrial

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Proteção Catódica

Metal

Magnésio

Alumínio Anodos

Zinco

Ferro

Ferro Fundido

Latão

Cobre/Carepa de Laminação Catodos

Bronze

Níquel

Aço Inox

Diagrama da Proteção Catódica

Ferro Zinco

Diagrama da Corrosão Galvânica

Ferro Aço Inox

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Importante:

Proteção Catódica é nociva à Pintura

Proteção Catódica por corrente galvânica

Proteção Catódica por corrente impressa

Super proteção catódica

PC por corrente galvânica não é regulável

Proteção Catódica

Potencial do Aço na Água do Mar

Relativo ao Eletrodo de:

Corrosão/Proteção Ag/AgCl Zn/Água do Mar Fenômeno

- 300 mV + 750 mV Corrosão Severa

-400 mV + 650 mV Corrosão Severa


Sem Proteção
-500 mV + 550 mV Corrosão Normal

-600 mV + 450 mV Corrosão Normal

-700 mV + 350 mV Corrosão Leve

-800 mV + 250 mV Proteção Correta

- 900 mV + 150 mV Proteção Correta

- 1000 mV + 50 mV Super Proteção *


Proteção Catódica
- 1100 mV - 50 mV Super Proteção *

- 1200 mV - 150 mV Super Proteção**

- 1300 mV - 250 mV Super Proteção**

- 1400 mV -350 mV Super Proteção**

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* Aumento de alcalinidade, depósito de

calcáreos, risco de empolamento por

osmose e saponificação.

** Aumento na geração de Hidrogênio,

risco de empolamento e completa perda

de aderência da pintura.

3. Pintura Industrial

Objetivos da pintura industrial:

Sinalizar

Antiderrapante

Embelezar

Controle biológico

Proteção anticorrosiva

3.1 Componentes da Pintura Industrial

a) Tinta

Resina, pigmento, aditivo, solvente, PVC,

CPVC, tixotropia, secagens, viscosidade

b) Especificação de Pintura

Número de demãos, tinta, cor, espessura

seca, intervalos de repintura, métodos de

aplicação e item

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c) Preparação de Superfície

Limpeza por ação físico química, tratamento

mecânico, jateamento abrasivo e hidroja-

teamento sob altíssima pressão

d) Aplicação de Tintas

Condições climáticas, métodos de aplicação,

Preparação da tinta, pot life, shelf life, etc

e) Preparação do Aço

Quinas vivas, respingos de soldas, salpicos

de solda, porosidade, cordões de soldas....

f) Lay Out Anticorrosivo

Frestas, metais dissimilares, acesso…..

3.2 Carepa de Laminação

⌦ Dura, aderente, azulada e coeficiente

de dilatação superficial diferente do metal

base. Fissura com variação da temperatura

e trabalho sofrido. Catódico em relação ao

ferro e enferruja com a presença de oxi-

gênio e água. Aumenta de volume e solta

do substrato.

Pinta-se sobre carepa de laminação?

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3.3 Condições Prévias do Substrato

(Aço Nu, carepa de laminação intacta ou

deteriorada em diferentes graus de

Intemperismo) – ISO 8501-1

Grau A – Superfície de aço completa-

mente coberta de carepa de laminação

intacta e aderente, com pouca ou nenhuma

corrosão.

Grau B – Superfície de aço com princípio

de corrosão da qual a carepa de laminação

tenha começado a desagregar.

Grau C – Superfície de aço da qual a ca-

repa de laminação tenha sido removida pela

corrosão ou possa ser retirada por meio de

raspagem e que apresenta pequenos álveo-

los.

Grau D – Superfície de aço da qual a ca-

repa de laminação tenha sido removida pela

corrosão e que apresente corrosão alveolar

de severa intensidade.

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Condições Prévias do Substrato

(Graus do Estado da Pintura Existente)

Manutenção e Repintura – ASTM D 610

Grau 8 – Pintura existente quase intacta.

Pequena quantidade de primer pode estar

exposta. Intensidade de corrosão menor

que 0,1% da superfície pintada.

Grau 6 – Pintura de acabamento calcinado

ou com gizamento, podendo apresentar

exposição do primer. Leve manchamento ou

empolamento é admitido. Após a limpeza

das manchas, menos que 1% da área total

deve estar afetada pela corrosão, empola-

mento ou tinta solta.

Grau 4 – Pintura totalmente calcinada,

Empolada ou manchada. Até 10% da super-

fície está coberta de corrosão bolhas com

Oxidação e tintas soltas. Pequena presença

de pites

Grau 2 – Igual Grau 4 só que com 33%.

Grau 0 – Intensa presença de corrosão,

pites e tintas soltas. Formação severa de

pites e alvéolos.

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3.4 Estimativas da Área Afetada

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3.4 Estimativas da Área Afetada

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4. Preparação de Superfície de
Aço
Para Pintura

A durabilidade de qualquer sistema de

pintura é diretamente dependente da

qualidade da preparação da superfície

antes da aplicação da tinta.

Objetivos:

Aderência

Remoção de Contaminantes

Normas Petrobrás a serem consultadas:

N-5

N-6

N-9

N-13

E também as Normas Internacionais:

ISSO 8501-1

SSPC

4.1 Limpeza com Solventes ou


Limpeza
com Ação Físico Química (N-5)
Utilizam-se:

Água doce, solventes orgânicos e minerais,

Vapor d’água, detergentes, desengraxantes

e removedores de tintas.

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Cuidados:

Áreas confinadas

Apenas diluir contaminação oleosa

Utilizar produtos biodegradáveis

Utilização de Solventes Orgânicos

Solvente Concentração Máxima (ppm)

Acetato de Etila 400

Acetona 1.000

Aguarrás Mineral 500

Álcool Etílico 1.000

Álcool Isopropílico 400

Gasolina 500

Nafta de Petróleo 500

Toluol 200

Xilol 200

4.2 Limpeza de Superfície de Aço


com Ferramentas Manuais e
Mecânicas (N-6)
Como escolher o melhor método?

Obras Novas e Manutenção

Produtividade

Vantagens e Desvantagens

Ferramentas

Escovas, Raspadeiras e Marteletes Manuais


Escova de Aço Rotativa

Lixadeira Rotativa

Agulheiro

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Esmeril de Ponta

Marteletes pneumáticos

Padrões de Limpeza

St-2

St-3

ISO 8501-1 (Padrões Fotográficos)

Cuidados:

Ferramentas elétricas

Ferramentas pneumáticas

“Solventização”

4.3 Limpeza de Superfície de Aço


com jateamento abrasivos

Aplicações

Acabamento Superficial

Shot Peening

Rebarbação

Limpeza Superficial

Limpeza Superficial

Pneumáticos:

Pressão e Succção

Turbinados:

Shot Blasting

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Instalação Completa para Jateamento Abrasivo a Seco

1 – Um adequado e eficiente suprimento de ar comprimido.


2 – Mangueira de ar, acoplamentos e válvulas de diâmetro adequado
3 – Máquina de jato portátil (garrafa, tanque de pressão)
4 – Mangueira de jato com engates rápidos
5 – Bicos de jato tipo reto ou venturi
6 –Válvulas pneumáticas de controle remoto
7 – Eficiente separador de umidade
8 – Alta pressão de ar no bico
9 – Abrasivo idôneo
10- Capacete, elmo ou máscara de jato e purificador de ar
11 – Operador bem treinado

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Componentes do Jateamento Abrasivo:

Ar Comprimido

Máquina de Jato

Bicos de Jato

Abrasivos

Areia, Granalha de Aço, Escória de

Fundição de Cobre e Óxido de Alumínio

Sinterizado

Mangueira de Jato

Válvula Dosadora de Abrasivo

Controle Remoto

Filtro Separador de Umidade

Máscara de Jato

Engates Rápidos

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Consumo de Areia e Vazão de Ar para Jateamento

Diâmetro do Pressão kg 4,2 5,6 7,0


Bico de Jato Consumo psi 60 80 100
Ar
(pcm) 54 68 81
1/4" Areia
(kg/h) 142 186 224
Ar
(pcm) 89 113 137
5/16” Areia
(kg/h) 242 305 368
Ar
(pcm) 126 161 196
3/8” Areia
(kg/h) 347 436 524
Ar
(pcm) 224 280 338
1/2" Areia
(kg/h) 608 764 920

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Padrões de Limpeza

B Sa 1, C Sa 1, D Sa 1

B Sa 2, C Sa 2, D Sa 2

A Sa 2 ½ , B Sa 2 ½ , C Sa 2 ½ , D Sa 2 ½

A Sa 3, B Sa 3, C Sa 3, D Sa 3

Períodos de exposição:

Locais até 100 m da orla marítima: 4h

Locais acima de 100 m da orla marítima: 6h

Equivalências de Padrões de Jateamento


Tipos de Graus de Preparação
Preparação de Superfície ISO 8501-1 SSPC Petrobrás NACE
Com Ferramentas Mecânicas
Limpeza Mecânica St-2 SSPC-SP-2 St-2
St-3 SSPC-SP-3 St-3

Com Jateamento Abrasivo


Brushoff Sa 1 SSPC-SP-7 Sa 1 Nace 4
Comercial Sa 2 SSPC-SP-6 Sa 2 Nace 3
Metal Quase Branco Sa 2 ½ SSPC-SP-10 Sa 2 ½ Nace 2
Metal Branco Sa 3 SSPC-SP-5 Sa 3 Nace 1

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Altura de Perfil de Rugosidade em Função da Granulometria do Abrasivo
Abrasivo Tamanho Máximo da Partícula que Atravessa Altura Máxima
a Peneira: do Perfil
Areia Abertura (mm) N° Micrometros
Muito Fina 0,2 80 40
Fina 0,4 40 50
Média 1,0 18 65
Grossa 1,7 12 70

Granalha de Aço
Angulosa
G-25
G-18
G-16 0,7 25 85
G-12 1,0 18 90
1,2 16 100
1,7 12 170
Granalha de Aço
Esférica
S-230 1,0 18 80
S-280 1,4 14 90
S-330 1,7 12 95

Jateamento Abrasivo – Alternativas

Jateamento Úmido - Sa 1, Sa 2 e Sa 2 ½

Jateamento com Abrasivo Solúvel

Vacuum Blast

Hollo Blast e Spin Blast

Hidrojateamento

Limpeza com baixa pressão

Limpeza sob alta pressão

Hidrojateamento sob alta pressão

Hidrojateamento sob altíssima pressão

(Ultra alta pressão)

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Hidrojateamento sob Altíssima Pressão

Equipamento

Bico

Produção

Cuidados

Padrões de Limpeza (NACE5/SSPC-SP12)

WJ-1

WJ-2

WJ-3

WJ-4

Flash Rusting

Inibidor de Corrosão

Quando utilizar?

O que é?

Qual concentração?

Remove ou não remove?

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“Flash Rust

O que é:

“Flash Rust” Leve

“Flash Rust” Moderado

“Flash Rust” Intenso

Presença de Sais Solúveis após


Hidrojateamento

Grau SC-1

Grau SC-2

Grau SC-3

Especificação: WJ/SC

Condições Gerais:

Granulometria

Perfil de Rugosidade

Tinta para hidrojateamento

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Bico

Hidrojateando

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BIBLIOGRAFIA

M.E. Almeida, Guia sobre proteção anticorrosiva na indústria automóvel, 2000.

J. Fazenda, Tintas e vernizes – Ciência e tecnologia, São Paulo, 2005.

V. Gentil, Corrosão, Rio de Janeiro, 2003.

C.G. Munger, Corrosion prevention by protective coatings, Houston, 1999.

L.P. Nunes, Pintura industrial na proteção anticorrosiva, Rio de Janeiro, 1998.

P.R. Roberge, Protective coatings, in “Corrosion basics – An introduction”, Houston, 2006, pp. 411-466.

D.G. Weldon, Failure analysis of paints and coatings, Chichester, 2005.

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