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A implementação da Base

Nacional Comum Curricular


da educação infantil nos
sistemas de ensino - estudo
em cinco estados
Projeto MEC/Coedi / Fundação
Maria Cecilia Souto Vidigal
Sumário Executivo
A implementação da base nacional comum curricular da
educação infantil nos sistemas de ensino

A implementação da base
nacional comum curricular
da Educação Infantil nos
sistemas de ensino - estudo
em cinco estados
A proposta da Base Nacional Comum Curricular para a
Educação Infantil traz algumas especificidades, que demandam
um olhar atento de todos os atores envolvidos no processo de
implementação. Esta pesquisa, conduzida pela Fundação Maria
Cecilia Souto Vidigal, analisou os documentos curriculares de
cinco estados - Pernambuco, Pará, Mato Grosso do Sul, Santa
Catarina e São Paulo - destacando as boas práticas, os desafios e
propondo alguns pontos a serem considerados para a formação
continuada dos professores.

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A implementação da base nacional comum curricular da
educação infantil nos sistemas de ensino

Principais aspectos positivos observados


sobre os currículos:
Direito de aprender Famílias Transições
Destacam fortemente os Levam em conta a importância Propõem atenção para
direitos de aprendizagem de se trabalhar em parceria especificidades de cada idade/
e desenvolvimento, os com as famílias como parceiras fase no processo de transição,
posicionando como instrumento do trabalho pedagógico, para considerando-se os direitos da
conceitual básico para se propor potencializar o desenvolvimento criança. A maior parte considera
os projetos político-pedagógicos e a aprendizagem das crianças, principalmente a transição entre
das unidades com implicações além de promover uma gestão Educação Infantil e Ensino
na prática pedagógica cotidiana. democrática da creche ou escola. Fundamental, mas menciona-se
Os documentos de Pernambuco O currículo do Pará propõe maior também a entrada da criança
e Mato Grosso do Sul apontam interação entre a família e a na Educação Infantil. É o caso
que os princípios éticos, escola, como forma de estabelecer do currículo de São Paulo,
políticos e estéticos já elencados uma relação mais forte e que considera como princípio
nas Diretrizes Curriculares constante, enquanto o currículo fundante a acolhida da criança
Nacionais da Educação Infantil de Santa Catarina ressalta que, desde a matrícula.
estão materializados nos para contemplar a diversidade de
direitos de aprendizagem que relações que convivem em nossa
são a essência da proposta sociedade, não podemos falar de
da BNCC: conviver, brincar, família, mas de famílias.
participar, explorar, expressar
e conhecer-se. Esses direitos
devem estar expressos nos
objetivos de aprendizagem
e desenvolvimento através
de experiências que sejam
significativas para as crianças.

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A implementação da base nacional comum curricular da
educação infantil nos sistemas de ensino

Desafios encontrados:

Campos de experiências Bebês Avaliação


Uma dificuldade conceitual A questão dos bebês foi pouco Apesar de discorrerem sobre
dos documentos foi contemplada, o que dificulta a avaliação como forma de
explicar o que são e como a compreensão do valor de acompanhar o desenvolvimento
trabalhar com os Campos novas práticas para esta faixa da criança e como ferramenta
de Experiências. Há uma etária. Este é um tópico que para aprimorar a prática
sensível gradação entre os merece maior investimento na pedagógica, os documentos
documentos: alguns situam divulgação de boas práticas, não dão pistas de como efetivá-
a criança como centro do para fugir de uma ideia de la. Para o currículo paraense,
processo de desenvolvimento mero cuidado dos pequeninos. o registro de práticas pode
e aprendizagem, e outros Destaca-se o currículo de São assumir um caráter formador,
centram o professor. O Paulo, que busca integrar as identitário e promotor do
documento catarinense, por diferentes faixas etárias, sempre desenvolvimento tanto do
exemplo, considera que o foco fazendo menção ao atendimento professor quanto das crianças.
dos campos é proporcionar aos bebês.
às crianças experiências
significativas em um conjunto
de situações e linguagens,
e propõe que professores e
educadores compreendam
que suas ações pedagógicas
incidem sobre as vivências e
experiências das crianças.

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A implementação da base nacional comum curricular da
educação infantil nos sistemas de ensino

O que considerar na formação continuada para a Educação Infantil

Ao planejar a formação contin- • A concepção de Campos • A diversidade dos contextos


uada de equipes de Educação de Experiências, que colo- em que as crianças vivem e
Infantil, é importante considerar ca as crianças no centro do aprendem e apoiar o esta-
a falta de experiência de esco- processo de aprendizagem belecimento de diretrizes e
las e redes municipais com cur- e desenvolvimento - e não parâmetros validados para
rículos desta etapa e a cultura os professores. O que elas populações indígenas, qui-
muito forte de que para atuar já fazem/sabem é o ponto lombolas, ribeirinhas e outros
na Educação Infantil o professor de partida para organi- cenários. A discussão sobre
não precisa ter tantas habili- zar o ambiente para novas como fica o currículo para
dades. A BNCC traz conheci- aprendizagens, estruturar atender as crianças alvo da
mentos que vão exigir mais dos a rotina diária assegurando educação especial também
professores. Diante disso, e do momentos mais informais de precisa ser contemplada.
que está proposto nos currículos aprendizagem nos diversos
analisados, elencamos alguns espaços e situações cotidi- • Seja qual for o processo
pontos sensíveis para o planeja- anas, e planejar momentos formativo adotado, deve-se
mento da formação continuada: onde modalidades didáticas problematizar e rejeitar alter-
que dão espaço à iniciati- nativas didáticas que trazem
• As concepções de direitos de va infantil possam ocorrer uma postura pedagógica (in-
aprendizagem e de objetivos (como hora da história, brin- cluindo as instruções, os ma-
de aprendizagem, a relação cadeiras, projetos, sequências teriais didáticos, as histórias)
dos direitos de aprendiza- de atividades etc). de rigidez e inflexibilidade,
gem propostos com o PPP da que conduzem o processo
unidade de EI e a gestão dos • A avaliação deve ser objeto pedagógico como metas que
tempos e espaços a partir da de discussões e de oficinas são impostas à criança sem
criança, e como monitorar e de formação que lidem com considerar seu significado na
avaliar este processo. situações reais. experiência infantil.

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