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(1). Daruma – um mestre iluminado e grande divulgador do budismo.
CAPÍTULO 1 – AULA 7 – NIVEL 3 EAD
Em 1953, quando a Igreja Kannon do Japão foi fundada, um membro idoso, que
era um pouco excêntrico, contava-me frequentemente suas experiências pessoais.
Após quinze ou dezesseis anos sem tê-lo visto, encontrei-o por ocasião da palestra
proferida por Meishu-Sama no auditório do Kyoritsu Kodo, em maio de 1950. Ele devia
estar com aproximadamente noventa anos de idade.
Esse senhor realizou estudos para conhecer o sentimento das pessoas através da
voz. Ele contava que seu mestre, Norikiyo Kamo, disse-lhe o seguinte: “ Quando você
encontrar uma pessoa extremamente virtuosa, ou seja, que esteja bem próxima de
Deus, e ouvir sua voz, com certeza, sentirá a doçura do néctar na garganta e um aroma
indescritivelmente a, agradável. Esta será a pessoa que, posicionada entre Deus e os
homens, salvará a humanidade. E você se encontrará com ela.”
Muitos anos depois, pela afinidade espiritual, aquele senhor conheceu Meishu-
Sama e, ao ouvir sua voz, sentiu que esta era violeta e luminosa, experimentando ao
mesmo tempo, um gosto doce na garganta e um perfume inebriante, semelhante ao do
incenso do Templo Todai-Ji. Ele teve a impressão de ter chegado ao paraíso. Enfim, as
sensações que experimentou ao encontrar Meishu-Sama foram ainda maiores que a
predição de seu mestre. Ele ficou surpreso com o acerto de seu orientador e, por isso,
ingressou na fé. A partir de então, seu êxtase era deleitar-se com a voz de Meishu-Sama.
Um servidor
O fato a seguir ocorreu logo após o término da Segunda Guerra Mundial, uma
época em que havia escassez de arroz. Certa vez, conseguimos comprar um arroz
especial, fizemos moti 1 e o levamos à Sede.
Bem cedo, três companheiros e eu partimos de Niigata com destino a Atami. Não
havia ainda os trens expressos, de sorte que chegamos ao nosso destino após as onze
horas da noite. Pareceu-nos que seria melhor dormir na estação e prosseguir pela
manhã; contudo, havia muitos desocupados pelas redondezas, e concluímos que ali não
era um lugar bom para pernoitar. Achamos, pois, melhor ir direto para a residência de
Meishu-Sama.
Assim que chegamos, uma das servidoras veio nos receber e agradeceu as caixas
de moti. Fizemos menção de ir embora, dizendo-lhe que retornaríamos na manhã
seguinte. “Por favor, fiquem conosco e durmam aqui”, disse ela. “ Por volta das nove
horas, Meishu-Sama disse: “Às onze horas da noite, chegarão quatro pessoas de Niigata
com moti”, e deu-me instruções para que os convidasse a ficar. Já preparamos o lugar
para vocês dormirem.”
Ficamos tão surpresos com isso que, por um instante, perdemos a fala, pois não
havíamos avisado Meishu-Sama da nossa vinda. Como ele soube? Até hoje não
encontrei uma explicação.
Um chefe de igreja
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(1). Moti – massa de arroz cozido, feita, tradicionalmente, num pilão de madeira.