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No Solo Sagrado de Atami, a última construção dirigida diretamente pelo Fundador foi
o Palácio de Cristal. Eis um poema que ele compôs sobre o monte onde está edificado esse
prédio:
“No Monte Paisagem,
Fico embevecido.
É como se fosse
Um desenho em rolo
Que vai se desenrolando.”
O prédio tem um desenho muito original. É como uma circunferência cortada ao meio.
Para que os fiéis e todas as pessoas que visitassem a Terra Celestial pudessem apreciar da
melhor forma possível a paisagem que dali descortina, o Fundador construiu a face sul do
prédio todo em acrílico. O termo “Cristal” simboliza o mundo ideal, sem impurezas. A
transparência da parte da frente, bem ampla, sem nenhum pilar, é realmente muito adequada
a esse nome. Quando o terreno do Monte Paisagem ficou pronto, o Fundador mandou
construir um patamar e, subindo nele, estudou a direção para a qual ficaria voltado o Palácio
de Cristal, a altura do chão etc., de modo que a paisagem pudesse ser vista da forma mais
perfeita possível.
A construção desenvolveu-se em ritmo acelerado, ficando pronta em apenas três
meses, graças à dedicação dos fiéis provenientes de todo o país. Após sua conclusão, em
dezembro de 1954, o Fundador disse: “O Palácio de Cristal não pertence exclusivamente à nós.
Desejo que o maior número de pessoas se deleite com este lugar pitoresco concedido por
Deus.” Por trás dessas palavras, percebemos o sentimento do Mestre, que, preocupando-se
até com os pormenores, queria fazer daquele local um ambiente de lazer e tranquilidade não
só para os fiéis como para todos que o visitassem.
Na viagem a Kyoto, o Fundador captou uma importante Vontade Divina: construir, ali,
o terceiro Solo Sagrado, o qual se somaria aos de Hakone e Atami. Ele pregou a necessidade
de construir esse Solo Sagrado com base na percepção espiritual de que, concluído o de
Hakone, que representa o Fogo, o de Atami, que representa a Água, e o de Kyoto, que
representa a Terra, estaria constiuída a trilogia que daria impulso final à Obra Divina. Suas
palavras tiveram ressonância concreta na primavera de 1952, quando empreendeu a terceira
viagem missionária àquela região.
No dia 30 de abril de 1951, o Fundador visitou Sagano e, tendo gostado do local à
primeira vista, deu instruções para que se adquirisse um terreno nas redondezas. No ano
seguinte, foi colocada à venda uma propriedade localizada junto ao Lago Hirosawa. Pertencia
a Kanji Usami, que se destacou muito na China durante a guerra e foi presidente de uma
companhia de transporte naquele país. As negociações começaram imediatamente, mas não
foram levadas adiante, pois o preço era muito alto. No outono daquele mesmo ano,
entretanto, como a família Usami estivesse necessitando de capital, as negociações foram
retomadas e concluídas sem mais delongas.
A propriedade foi adquirida um ppouco antes da viagem missionária empreendida pelo
Fundador no outono de 1952. Por isso ele lhe deu o nome de Shunjyu-An ( Vila Primavera-
Outono). Mais tarde, conseguiu-se adquirir o terreno e a casa situados do outro lado da
estrada, e o Fundador chamou o conjunto de Terra da Tranquilidade ( “Heian-Kyo”),
determinando-o como o terceiro Solo Sagrado.
Uma vez que o ideal de nossa religião é construir um mundo sem doença,
pobreza e conflito, as pessoas que nela ingressam passam a viver com saúde e
prosperidade, plenas de harmonia e alegria. Todavia, do ponto de vista daqueles que
padecem numa sociedade infernal, como a de hoje, isso é algo inimaginável. Eles
refutam a possibilidade da concretização desse ideal e pensam que tudo não passa de
artimanhas para atrair o povo. Pode ser também que, para essas pessoas, os modelos
do Paraíso Terrestre que estamos construindo sejam meras construções suntuosas,
totalmente desnecessárias. Nosso objetivo, no entanto, é promover o cultivo de nobres
sentimentos possibilitando, de vez em quando, que as pessoas se distanciem desta
sociedade infernal e se deleitem em lugares paradisíacos envoltas por uma atmosfera
celestial de Verdade, Bem e Belo, imersas em um estado de suprema alegria. Assim, fica
claro que a construção desses modelos é uma necessidade para o homem
contemporâneo.
Atualmente, o ambiente social produz pessoas desprezíveis e degrada os jovens,
não havendo, portanto, um lugar sequer que não seja origem do mal social. Por esse
motivo, podemos afirmar que o nosso Paraíso Terrestre é o único oásis no mundo atual.
Se as pessoas compreendessem realmente o quanto nosso projeto é nobre e arrojado,
ao invés de nos censurarem, deveriam manifestar seu inteiro apoio.
Existe, ainda, uma importante questão. Nem é preciso dizer o quanto os
japoneses, devido às guerras e invasões que perpetraram tempos atrás, foram
recriminados pelo mundo e perderam sua confiança. Portanto, recuperar essa
confiança, o mais breve possível, é uma questão seriíssima que nos é imposta. Neste
sentido, o modelo do Paraíso Terrestre é um local de extrema importância para mostrar
tanto as belezas naturais do Japão, como também o talento artístico característico dos
japoneses. Desde já, minha expectativa é que esse modelo, ao ser concluído, se torne
alvo de admiração mundial, pois, além de contribuir para a satisfação dos visitantes
estrangeiros, fará reconhecer o elevado nível da cultura japonesa. De acordo com o que
foi dito acima, fica explicado o que é fé shojo e fé daijo.
11 de março de 1950
Fé Shojo , Nossa religião cria uma vida de alegria, Alicerce do Paraíso , V.2 , p.48 e 49, 6ª
ed.