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ENSINAMENTOS NIVEL3 EAD – CAPÍTULO 1 – AULA 5

O KANZAN-TEI ( CASA DE CONTEMPLAÇÃO DA MONTANHA)

A primeira construção iniciada pelo Fundador na Terra Divina foi a Casa de


Contemplação da Montanha. Embora se estivesse em plena guerra, ele recebia muitos
visitantes e, além disso, vários dedicantes moravam com ele. Assim, o Mestre construiu essa
casa pela necessidade de ter uma residência mais reservada, a fim de poder realizar as tarefas
Divinas com tranquildade.
Eis, porém, que iniciada a obra, em março de 1945, surgiu outro problema: assegurar
a alimentação dos trabalhadores. Se não lhes fornecessem comida, eles teriam de parar o
serviço para ir compra-la, e a obra sofreria atraso. Nessa época, a situação alimentar era
péssima, mas na casa do Fundador, felizmente, havia um estoque de arroz ofertado pelos fiéis
do interior e ele o cedeu para os trabalhadores. Certo dia, ao vê-lo comendo um simples pão
feito de farinha de macarrão, alimento que na época substituía o arroz, um discípulo imaginou
que ele estava vendendo este último para empregar o dinheiro nas despesas diárias. Talvez
decifrando seu pensamento, o Fundador lhe disse: “Vou trabalhar nesta casa. Quando ela ficar
pronta, a humanidade estará mais perto da salvação. Se deixarmos os trabalhadores
passarem fome, a obra atrasará. Por isso estou-lhes fornecendo arroz.”
Quando a construção finalmente se normalizou e um terço da obra já estava concluída,
os ataques aéreos se intensificaram e o estoque de arroz fornecido aos trabalhadores chegou
ao fim. Entretanto, exatamente nessa época, um discípulo comprou seis sacas de arroz branco
e o enviou ao Fundador, que, através desse fato, sentiu a vigorosa Vontade Divina de que a
obra continuasse.
Durante a construção da Casa de Contemplação da Montanha, ocorreu um episódio
que comprova o misterioso poder do Fundador. Foi no verão de 1945. O tempo muda com
muita facilidade nas montanhas. Issho Murata, que ocasionalmente estava na obra para
inspecionar o local, ficou olhando as nuvens, preocupado com a chuva. Nisso, o profissional
que estava fazendo a cobertura, foi correndo ao seu encontro e lhe pediu: “Sr. Murata! Estou
em apuros... Se eu não terminar o trabalho antes que chova, os pilares ficarão manchados.
Por favor, diga ao Grande Mestre para fazer alguma coisa!” Murata, por intermédio de
Motokiti Inoue, imediatamente transmitiu o pedido ao Fundador, que, no mesmo instante,
foi lá fora:
- Que aconteceu?
- Parece que vai começar a chover a qualquer momento e...
- Está bem. Quanto tempo ainda é necessário?
- Em uma hora, no máximo, a cobertura estará terminada.
- Sim, mas qual o tempo mínimo que ainda leva?
- Quarenta minutos.
- Ah, é?
Então, o Fundador fixou os olhos no céu durante dois ou três minutos. Depois,
voltando-se para o operário, disse: “ Pronto, termine a cobertura.”
O profissional terminou o trabalho às pressas e, exatamente no momento em que ia
descer a escada, começou a cair uma chuva bem forte. Entretanto, não estava chovendo até
cerca de cinco metros ao redor da casa; dali para frente, era uma chuva torrencial. Murata,
que se tornara fiel recentemente, duvidara do resultado daquele olhar fixo do Fundador;
constatando, porém , o poder incomum do Mestre, sentiu por ele um respeito tão grande que
estremeceu instintivamente.
A casa foi usada para os encontros com os diretores da Igreja, com os comerciantes de
obras de arte e com muitas outras pessoas; aí, também, foram ditados e revisados um grande
número de Ensinamentos. Ela foi muito importante como ponto central da Obra Divina no
Solo Sagrado de Hakone.

O Kanzan-Tei ( Casa de Contemplação da Montanha), Luz do Oriente, V.2, p. 237-240, 3ª ed -


TRECHOS
ENSINAMENTOS NIVEL3 EAD – CAPÍTULO 1 – AULA 5

O HAGUI-NO-YA (CASA DO TREVO)

Em maio de 1947, o Fundador transportou uma das casas de aluguel localizadas


no antigo jardim em estilo japonês do Gora-En para o declive existentes atrás da Casa
de Contemplação da Montanha. Depois de reformá-la, deu-lhe o nome de Casa do
Trevo.
No início, a Casa do Trevo era utilizada para hospedar visitantes, mas depois
passou a servir exclusivamente para o Fundador fazer as caligrafias a pincel. Em frente
a ela foi construído, mais tarde , o Caminho do Trevo. No começo do outono, o trevo
“miyaguino” dá flores vermelhas e brancas nos seus galhos pendentes, os quais formam
um túnel, proporcionando um espetáculo de graça e elegância que deleita os visitantes.
A sensibilidade com que o Fundador o construiu, utilizando o trevo para
esconder, de forma natural, a composição das rochas, causou admiração.
O Fundador disse: “Como sempre falo, não gosto de falsidade; por isso, além de
achar que enfeitar ou usar de artíficios é uma espécie de falsidade e também de
esnobação, acho que, de certa forma, causa má impressão aos outros.” Esse seu
sentimento está contido não apenas no Caminho do Trevo, mas em toda parte dos
jardins sagrados de Hakone e Atami.

O Hagui-No-Ya ( Casa do Trevo), Luz do Oriente, V.2, P.240-242, 3ª ed. - TRECHOS


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O SUISHO-DEN ( PALÁCIO DE CRISTAL)

No Solo Sagrado de Atami, a última construção dirigida diretamente pelo Fundador foi
o Palácio de Cristal. Eis um poema que ele compôs sobre o monte onde está edificado esse
prédio:
“No Monte Paisagem,
Fico embevecido.
É como se fosse
Um desenho em rolo
Que vai se desenrolando.”
O prédio tem um desenho muito original. É como uma circunferência cortada ao meio.
Para que os fiéis e todas as pessoas que visitassem a Terra Celestial pudessem apreciar da
melhor forma possível a paisagem que dali descortina, o Fundador construiu a face sul do
prédio todo em acrílico. O termo “Cristal” simboliza o mundo ideal, sem impurezas. A
transparência da parte da frente, bem ampla, sem nenhum pilar, é realmente muito adequada
a esse nome. Quando o terreno do Monte Paisagem ficou pronto, o Fundador mandou
construir um patamar e, subindo nele, estudou a direção para a qual ficaria voltado o Palácio
de Cristal, a altura do chão etc., de modo que a paisagem pudesse ser vista da forma mais
perfeita possível.
A construção desenvolveu-se em ritmo acelerado, ficando pronta em apenas três
meses, graças à dedicação dos fiéis provenientes de todo o país. Após sua conclusão, em
dezembro de 1954, o Fundador disse: “O Palácio de Cristal não pertence exclusivamente à nós.
Desejo que o maior número de pessoas se deleite com este lugar pitoresco concedido por
Deus.” Por trás dessas palavras, percebemos o sentimento do Mestre, que, preocupando-se
até com os pormenores, queria fazer daquele local um ambiente de lazer e tranquilidade não
só para os fiéis como para todos que o visitassem.

O Suisho-Den (Palácio de Cristal), Luz do Oriente, V.2, p.257-259, 3ª ed - TRECHOS


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A TERRA DA TRANQUILIDADE (“HEIAN-KYO”)

Na viagem a Kyoto, o Fundador captou uma importante Vontade Divina: construir, ali,
o terceiro Solo Sagrado, o qual se somaria aos de Hakone e Atami. Ele pregou a necessidade
de construir esse Solo Sagrado com base na percepção espiritual de que, concluído o de
Hakone, que representa o Fogo, o de Atami, que representa a Água, e o de Kyoto, que
representa a Terra, estaria constiuída a trilogia que daria impulso final à Obra Divina. Suas
palavras tiveram ressonância concreta na primavera de 1952, quando empreendeu a terceira
viagem missionária àquela região.
No dia 30 de abril de 1951, o Fundador visitou Sagano e, tendo gostado do local à
primeira vista, deu instruções para que se adquirisse um terreno nas redondezas. No ano
seguinte, foi colocada à venda uma propriedade localizada junto ao Lago Hirosawa. Pertencia
a Kanji Usami, que se destacou muito na China durante a guerra e foi presidente de uma
companhia de transporte naquele país. As negociações começaram imediatamente, mas não
foram levadas adiante, pois o preço era muito alto. No outono daquele mesmo ano,
entretanto, como a família Usami estivesse necessitando de capital, as negociações foram
retomadas e concluídas sem mais delongas.
A propriedade foi adquirida um ppouco antes da viagem missionária empreendida pelo
Fundador no outono de 1952. Por isso ele lhe deu o nome de Shunjyu-An ( Vila Primavera-
Outono). Mais tarde, conseguiu-se adquirir o terreno e a casa situados do outro lado da
estrada, e o Fundador chamou o conjunto de Terra da Tranquilidade ( “Heian-Kyo”),
determinando-o como o terceiro Solo Sagrado.

A Terra da Tranquilidade ( “Haian-Kyo”), Luz do Oriente, V.3, P.192-193, 3ª ed – TRECHOS


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A OBRA DIVINA SOB PRESSÃO


A- A KANNON HYAPU KAI ( Associação dos Cem Kannon) E O FUJIMI-TEI (Solar de
Contemplação do Monte Fuji)

Em setembro de 1936, pouco depois do “Caso Omiya”, foi instituída, no Solar da


Montanha Preciosa, uma associação com o nome de Kannon Hyapuku Kai. No seu estatuto,
consta o seguinte:
“ Por serem as imagens de Kannon, pintadas com o máximo cuidado pelo Fundador e
possuírem uma elegância altiva e delicada, não encontrada na atualidade, ele recebeu
muitos pedidos.
Agora, tendo conseguido tempo disponível, o Fundador irá se empenhar na confecção
de cem imagens de Kannon, desejo que vem acalentando há longos anos. Tratando-se de
obras confeccionadas com todo o amor, nem é preciso falar sobre a excelência de suas
qualidades, devendo ser preservadas para as gerações futuras como tesouro de família.
A Kannon Hyapuku Kai foi um meio do qual se valeu o Fundador, que tivera suas
atividades interrompidas, para, através da pintura de obras de arte, outorgar imagens de
Kannon. Como seu nome indica, estava prevista a distribuição de cem imagens.
Nesse período logo após os acontecimentos de Omiya e Tamagawa, muitos fiéis
vacilavam e a distribuição não podia ser feita conforme se desejava. Entretanto, havia
pessoas convictas que continuaram ao lado do Fundador e receberam as imagens
coloridas, de elevado teor artístico, como objeto de fé. Assim, não obstante a época
rigorosa, as imagens de Kannon pintadas por ele com todo o amor serviam de apoio e
davam grande força e esperança às pessoas que não se cansavam de venerar o Mestre,
sem se importar com o perigo que corriam.
Mas, voltemos ao período que antecedeu a pressão ocorrida em 1936.
O número de dedicantes aumentava, assim como também era cada vez maior o
número de pessoas que vinham em busca do Johrei; além disso, muitos doentes se
hospedavam no Hozan-So, que já estava se tornando pequeno demais. Então, o Fundador
teve a idéia de construir uma moradia particular.
Era uma casa bem pequena, mas foi construída voltada para o oeste, de modo que, de
seu interior , se pudesse ver o Monte Fuji; por essa razão, recebeu o nome de Fujimi-Tei,
ou seja, o Solar da Contemplação do Monte Fuji.
Desde que fundara a Igreja, por diversas vezes, o Fundador havia reformado e
ampliado casas, mas aquela era a primeira que ele construía. Além do mais, na época do
Hozan-So, em que se edificaram os alicerces da Igreja, o Fujimi-Tei foi o lugar onde ele
viveu durante quase dez anos.
Valorizando o silêncio que ali reinava, o Fundador passou a fazer, nessa casa, as
caligrafias a pincel e a escrever os Ensinamentos. Sob rigorosa vigilância das autoridades,
o Fujimi-Tei adquiriu um importante significado na Obra Divina, por sua localização nos
fundos do terreno, o que o transformava num ótimo lugar para conversar com os
discípulos.
A Obra Divina sob pressão, Luz do Oriente, V. 2, p.81-84, 3ª ed – TRECHOS
ENSINAMENTO – NIVEL 3 EAD – CAPÍTULO 1 – AULA5

NOSSA RELIGIÃO CRIA UMA VIDA DE ALEGRIA

Uma vez que o ideal de nossa religião é construir um mundo sem doença,
pobreza e conflito, as pessoas que nela ingressam passam a viver com saúde e
prosperidade, plenas de harmonia e alegria. Todavia, do ponto de vista daqueles que
padecem numa sociedade infernal, como a de hoje, isso é algo inimaginável. Eles
refutam a possibilidade da concretização desse ideal e pensam que tudo não passa de
artimanhas para atrair o povo. Pode ser também que, para essas pessoas, os modelos
do Paraíso Terrestre que estamos construindo sejam meras construções suntuosas,
totalmente desnecessárias. Nosso objetivo, no entanto, é promover o cultivo de nobres
sentimentos possibilitando, de vez em quando, que as pessoas se distanciem desta
sociedade infernal e se deleitem em lugares paradisíacos envoltas por uma atmosfera
celestial de Verdade, Bem e Belo, imersas em um estado de suprema alegria. Assim, fica
claro que a construção desses modelos é uma necessidade para o homem
contemporâneo.
Atualmente, o ambiente social produz pessoas desprezíveis e degrada os jovens,
não havendo, portanto, um lugar sequer que não seja origem do mal social. Por esse
motivo, podemos afirmar que o nosso Paraíso Terrestre é o único oásis no mundo atual.
Se as pessoas compreendessem realmente o quanto nosso projeto é nobre e arrojado,
ao invés de nos censurarem, deveriam manifestar seu inteiro apoio.
Existe, ainda, uma importante questão. Nem é preciso dizer o quanto os
japoneses, devido às guerras e invasões que perpetraram tempos atrás, foram
recriminados pelo mundo e perderam sua confiança. Portanto, recuperar essa
confiança, o mais breve possível, é uma questão seriíssima que nos é imposta. Neste
sentido, o modelo do Paraíso Terrestre é um local de extrema importância para mostrar
tanto as belezas naturais do Japão, como também o talento artístico característico dos
japoneses. Desde já, minha expectativa é que esse modelo, ao ser concluído, se torne
alvo de admiração mundial, pois, além de contribuir para a satisfação dos visitantes
estrangeiros, fará reconhecer o elevado nível da cultura japonesa. De acordo com o que
foi dito acima, fica explicado o que é fé shojo e fé daijo.

11 de março de 1950

Fé Shojo , Nossa religião cria uma vida de alegria, Alicerce do Paraíso , V.2 , p.48 e 49, 6ª
ed.

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