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Transmito aos membros da Loja Santa Cecilia 1636 a minha gratidão pelas
muitas horas que agüentaram ouvir minhas conversas e palestras por um
período de dez anos, quando explicava o que havia descoberto e avaliava a
reação deles aos meus achados. Em particular, gostaria de agradecer ao
bom amigo e pesquisador por pro issão, o Ven. Irm. Mike Oulten, que ouvia
atentamente minhas divagações em outros tempos e me incentivava a
continuar procurando. E Mike, mais uma vez, em companhia do Ven. Irm.
Ron Cuff OBE, ambos os quais perceberam que eu devia registrar meus
achados na expectativa de que seriam de interesse e valor para outras
pessoas. Foi o incentivo deles que me inspirou a escrever este livro. Junto a
isso, eu gostaria, da mesma forma, de agradecer ao Grão-Mestre Provincial
da Província Maçônica de Sussex pela permissão de utilizar a grande
quantidade de fotogra ias do Templo Maçônico de Sussex nesta obra.
Também agradeço ao Ven. Irm. Reg Barrow, curador do Museu Maçônico
de Sussex, pela paciência de comentar a respeito de algumas de minhas
observações, pouco sabendo onde isso poderia terminar.
Meus agradecimentos também vão para Crichton Miller pelo uso das
imagens que ele criou relacionadas à utilização da cruz céltica; para dr.
Robert Lomas por seu incentivo e pela permissão de usar o material
desenvolvido a respeito da Jarda Megalítica [Megalithic Yard] e as obras de
William Preston; para Paul Bush e o deão da Catedral de Peterborough
pela permissão de usar informações e desenhos previamente produzidos a
respeito da catedral - novamente são muitas pessoas para mencionar
individualmente.
Abertura - O nascer do Sol, uma inspiração
Tal sentimento vivo deixou sua marca. Ainda hoje, tantos anos depois,
posso fechar os olhos e ser transportado de volta àquela manhã e
experimentar tudo isso: a luz, o calor, o movimento do ar, até mesmo o
cheiro do mundo misturado com o café. Foi uma experiência espiritual que
jamais esqueci.
Muitos anos depois, minha atenção foi particularmente atraída para o Sol
nascente e sua in luência sobre as pessoas das antigas civilizações. Precisei
de pouquíssimas pesquisas para constatar que tais civilizações cultuavam
esse evento como a base da própria vida e que o impacto que ele teve há
tantas gerações continua a ser sentido hoje. Isso voltou à tona nos lugares
mais inesperados.
Alguns anos depois da minha iniciação, aquela sala, junto com sua
arquitetura e decoração, tornou-se um foco de minha atenção. Isso
resultaria em um fascínio que me levaria a uma jornada de descoberta e
mudaria, de uma maneira que eu jamais havia pensado, meu entendimento
e minha percepção sobre o quadro histórico de certos eventos associados
às principais religiões ortodoxas.
O tema da Maçonaria é algo que, por várias vezes nos últimos séculos,
atraiu um misto de excitação e histeria do público. Existem famílias nas
quais a iliação a essa sociedade fraterna tão antiga existe há gerações,
com pais iniciando ilhos, e depois netos, com grande orgulho. Existem
outras pessoas que a vêem como uma organização que perpetra
sentimentos diabólicos e anti-religiosos; uma sociedade secreta na qual os
membros estão empenhados em golpes para desestabilizar e derrubar
governos, uma associação de homens que está comprometida em garantir
que seus membros sejam promovidos a altos cargos no governo local, em
instituições ou corporações importantes, em detrimento de qualquer outra
pessoa com capacidade similar. Porém, repetidas investigações de
funcionários de governos e de pessoas respeitadas, que não eram maçons,
mas pesquisaram sua história e estrutura, concluíram que tais temores são
infundados. Em vez disso, eles relatam que se trata de uma organização
altamente intelectual e moral, que no passado foi instigadora, motivadora e
patrocinadora de signi icativos empreendimentos cientí icos e de caridade,
papel que ainda continua existindo.
(...) basicamente ele está dizendo que as histórias do Antigo Testamento são
composições iccionais, escritas no segundo século a.C., e que, como resultado,
seria uma "completa perda de tempo" (em suas palavras) alguém tentar
confirmar essas histórias por meio da arqueologia (...).
Alguns anos após a minha iniciação, tivemos uma palestra em nossa Loja, a
primeira em muitos anos, conhecida como Palestra de Preston, assim
chamada em homenagem a um dos grandes registradores e historiadores
maçônicos, Willian Preston. Este é especialmente lembrado pela obra
Illustrations of Masonry [Ilustrações da Maçonaria], publicada pela
primeira vez em 1772 e que se tornou referência freqüentemente citada
nos registros maçônicos antigos. Uma Palestra de Preston é aquela,
segundo o que nos dizem, fundamentada em uma pesquisa bem
estruturada. O título da palestra a que assistimos naquela noite era "A
História da Maçonaria na Inglaterra". O tema em pauta prendeu a minha
atenção e aguardei com interesse o início dos trabalhos, pois desejava ter
uma compreensão clara de uma história que até aquele momento
continuava amplamente desconhecida para mim. Ouvi atentamente. Fiquei
pouco entusiasmado com as conclusões. Elas afirmavam que:
Por razões que não posso explicar, uma descrença completa nessas
conclusões cresceu dentro de mim nos meses seguintes. Acho que eu
esperava que algo mais misterioso fosse revelado, e como isso não
aconteceu, senti que deveria existir alguma coisa a mais. Assim sendo,
gastei os dois anos seguintes lendo uma ampla variedade de livros sobre a
história maçônica. Embora eles trouxessem uma quantidade considerável
de informações, não respondiam as muitas questões fundamentais que
surgiram em minha mente. Muitos dos livros o iciais sobre a Maçonaria
haviam sido escritos algumas décadas antes e, muitas vezes, baseavam-se
em pesquisas realizadas no inal do século XIX. A maioria tratava da
história da instituição, especulando sobre suas origens e/ou de onde
derivavam certas práticas e elementos de nossas cerimônias. Ao inal
desse breve período de leitura e pesquisa, muitas outras questões haviam
surgido em minha mente:
b . Existia alguma coisa a respeito desse edi ício que não fosse
imediatamente óbvia?
3. Meus instintos levaram-me de volta à referência sobre sistema próprio
de moralidade. Sem uma análise mais profunda, este é um ideal altamente
respeitável, para encorajar a honestidade e a integridade em todas as
coisas que uma pessoa faz na vida. A moralidade é um código pelo qual
uma pessoa deve viver sua vida e regular suas ações. É, portanto, um
código que governa a vida e lhe dá ordem. É um código pelo qual povos
civilizados devem conduzir seus negócios e se relacionar uns com os
outros. Comecei a me perguntar por que a palavra próprio precisava ser
usada. Convenci a mim mesmo de que talvez a referência a um sistema
próprio de moralidade pudesse se referir a algum outro código que, de
modo organizado, influenciasse a nossa vida.
Quando alguém participa pela primeira vez de uma Loja Maçônica, é aceito
naquilo que é conhecido como O O ício. As Lojas de O ício na Maçonaria
abrangem três níveis de capacitação, conhecidos como graus. Esses graus
são chamados:
Aprendiz: signi ica, como nas pro issões de antigamente, aquela pessoa
que não sabe nada das habilidades da pro issão em que ingressará e que
está no ponto de partida de seu processo de aprendizagem. O nome desse
indivíduo é incluído no registro para mostrar sua aceitação como apto para
treinamento, exatamente como no sistema das antigas Guildas.
Não foi antes de 1928 que o Templo Maçônico de Sussex foi construído no
complexo que existe hoje em dia. Uma das razões para a demora na
construção do Templo foi a Primeira Guerra Mundial, a Grande Guerra que
ocorreu de 1914 a 1918, após a qual, por causa da colossal carni icina
humana nos campos de batalha da Europa, houve considerável redução de
mão-de-obra especializada. Essa redução de homens capacitados retardou
as oportunidades para a construção.
Algo especial foi o que a construção se tornaria, como veremos nas páginas
seguintes. Por uma dessas estranhas coincidências que às vezes
acontecem, a Loja na qual fui iniciado se reuniu nas salas do Pavilhão Real
a maior parte do tempo nos anos iniciais de sua existência, antes de se
mudar para o Templo Maçônico de Sussex, pouco depois do edi ício ter
sido concluído.
No centro do pavimento, existem dois círculos de diferentes tamanhos, um
dentro do outro; o menor contém a letra "G" pintada em dourado. Mas a
característica dominante da sala é um zodíaco enorme, lindamente
decorado, no teto. Medindo cerca de 40 pés (12,5 metros), seu efeito é
irresistível quando visto pela primeira vez. Em intervalos equidistantes em
torno da circunferência do zodíaco, existem 12 pequenos painéis que
exibem a representação ilustrativa de cada símbolo do zodíaco - cada qual
pintado à mão por um artista desconhecido. Dentro do círculo descrito pelo
zodíaco, o teto sobe para formar uma cúpula, a abóbada celeste, pintada à
mão em azul pastel suave e complementada com estrelas e com um
símbolo do Sol. O teto em abóbada projeta-se por inteiro diretamente em
cima do pavimento mosaico. Fica evidente que nenhuma despesa foi
economizada quando tudo isso foi instalado originalmente. Definitivamente,
tal sala era considerada de grande importância para receber tanto esmero
e atenção.
Cada Loja realiza o que é conhecido como Instrução da Loja, noites em que
cerimônias são ensaiadas e alguns fatos menos conhecidos sobre a
Maçonaria são revelados. Tendo participado regularmente dessas noites,
iquei um pouco surpreso de não ter sido informado da razão e do
signi icado das instalações do Templo. Indaguei aos mais antigos da Loja o
motivo do zodíaco estar ali. Fiquei pasmo ao descobrir que nenhum deles
sabia. Alguns membros dos mais antigos comentou que nosso Grão-Mestre
Provincial Adjunto, um cargo muito alto da Maçonaria sediada em Sussex,
certa vez disse que ele mesmo havia se perguntado sobre o signi icado de
o zodíaco. Pedi a opinião do curador do Templo, e ele comentou que
também não sabia. Por meio dessas respostas percebi que, se aquilo tivera
algum signi icado na época em que foi instalado, então esse entendimento
se perdera para a atual geração de maçons. Esse ponto icou mais bem
demonstrado quando o curador acrescentou o comentário: "Se algum dia
você icar sabendo, então, por favor, conte-me. Essa é a primeira pergunta
que sempre me fazem quando recebo visitantes no Templo". Depois iquei
sabendo que o curador era muito bem informado a respeito da história
maçônica, de modo que o comentário dele dava a entender que a
descoberta de alguém que conhecesse o signi icado do zodíaco seria
bastante improvável. Se eu quisesse encontrar a resposta, então precisaria
procurá-la por mim mesmo.
• que existe um cargo para marcar o meridiano (o ponto mais alto) que o
Sol alcança no céu, ponto que chamamos meio-dia;
• que a Terra gira constantemente sobre seu eixo em sua órbita em torno
do Sol.
Imagens perdidas
O Templo Maçônico de Sussex tem outra característica: mantém um museu
e um centro de exposições de itens da memória do passado maçônico. Isso
inclui grande quantidade de aventais e outros objetos ilustrativos que
faziam parte das imagens que compunham as insígnias da Maçonaria nos
séculos XVIII e XIX. O que surpreende é que grande parte dessas imagens
contém o símbolo do Sol, da Lua e das estrelas, e também ilustrações
pictóricas de referências bíblicas: a escada de Jacó, conectando o Céu e a
Terra, está particularmente bem representada. Hoje em dia, as insígnias da
Maçonaria são produzidas em massa por poucos fornecedores
especializados e adquiridas pelos membros como objeto necessário ao
progresso e à posição de alguém.
Porém, nos séculos XVIII e XIX, tudo era feito à mão, especialmente os
aventais, alguns dos quais exibiam imagens pictóricas maravilhosas,
delicadamente bordadas com muita habilidade. Hoje em dia, adquirimos as
insígnias a cada nova posição que avançamos. Nos séculos anteriores, os
membros acrescentavam novas imagens às insígnias existentes para
indicar a posição que ocupavam na Loja. Assim, no passado, essas imagens
indicavam conhecimento e entendimento, enquanto hoje em dia as
insígnias são estilizadas, com mais simplicidade, destituídas de imagens
elaboradas e mais indicativas da hierarquia e do tempo da iliação. O que
havia ocorrido, me perguntei, para causar tal mudança? Por que, de
repente, o Sol, a Lua, as estrelas e as imagens bíblicas saíram de moda das
insígnias maçônicas?
A Loja em que fui iniciado é, por padrões modernos, muito antiga, tendo
sido fundada em 1876. Originalmente, para alguém ser aceito como
membro, precisava ser músico ou de alguma forma estar ligado à música,
como um organista de igreja. O resultado dessa conexão musical foi que a
Loja acabou sendo batizada de acordo com a santa padroeira da música,
Santa Cecília. Na época em que a Loja foi fundada, um estandarte foi feito
para ser exibido sempre que a Loja estivesse reunida. Esse estandarte
media cerca de 1,82 metro de comprimento por 1,5 metro de largura, e foi
delicadamente bordado com ios de seda para exibir a maravilhosa
imagem dessa famosa santa. Também bordadas no estandarte existiam
imagens geométricas, semelhantes aos símbolos que se destacavam em
outros objetos do século XIX, inclusive o símbolo do pentagrama. Depois de
cerca de 75 anos de bons serviços prestados, durante os quais ela foi
reparada várias vezes, o estandarte original foi considerado sem condições
de mais reparos, sendo doado ao Museu Maçônico de Sussex. Outro
estandarte foi feito, semelhante em cada aspecto ao original, mas com uma
revisão principal: o pentagrama foi omitido. Na mesma época, existiam
duas lâmpadas ornamentais, cuidadosamente fabricadas em ferro fundido,
que iluminavam a entrada principal do Templo Maçônico de Sussex. Uma
delas tinha o símbolo geométrico do Selo de Salomão e a outra era
decorada com o pentagrama. Em um tempo de vandalismo insensato, essas
lâmpadas tornaram-se alvo de persistente estrago, durante o qual em uma
ocasião a lâmpada que mostrava o pentagrama foi arrancada da parede.
Quando a mesma foi substituída, o pentagrama foi removido e a lâmpada
substituta foi decorada com mais um Selo de Salomão. Lamentavelmente,
desde então, ambas as lâmpadas foram removidas. Por que o até então
altamente respeitado modelo geométrico do pentagrama, um exemplo do
qual se destaca orgulhosamente nos degraus principais do Freemasons
Hall, em Londres, na sede da Grande Loja Unida da Inglaterra, a
corporação que governa a Maçonaria, caiu tão dramaticamente em
desgraça? Essas eram questões para as quais não havia resposta imediata.
Imagens místicas
Existia ainda mais alguma coisa a respeito do Templo de Sussex que era
intrigante. Assim como o degrau da entrada principal do Freemasons Hall,
em Londres, mostra a representação de um pentagrama, o degrau
principal do complexo de Sussex exibe um modelo completamente
diferente: seções de círculos rodeadas por um círculo externo.
Porém, antes que eu chegasse a esse estágio, alguma coisa mais aconteceu.
Lições mais justas e morais são di íceis de imaginar e ainda assim são
ilustradas de uma forma tão simples. Isso, porém, levanta questões
específicas:
A orla dentada representa para nós os planetas que, em suas várias rotações,
formam um belo arremate ou orla em volta desse grande luminar, o Sol...
Novamente o Sol!
Das observações feitas nas Lectures, parecia que a abóbada, como símbolo
do céu, representava o Céu, enquanto o pavimento era o re lexo de nossa
vida na Terra. Porém, isso não explica por que deveria existir qualquer
menção aos planetas, nem por que atenção especí ica deveria ser dirigida
a eles. Eu observara que a maioria das salas de Loja tinha o pavimento
mosaico, mas nem todas elas tinham a orla dentada; então para estas tal
simbolismo planetário estava perdido. Fiquei sabendo que algumas Lojas
no Norte da Inglaterra reuniam-se em salas com o teto pintado com
estrelas a ixadas, mas estas eram poucas e raras. Das que me informaram,
nenhuma mostrava o zodíaco.
Por causa dos meus anos de envolvimento com essa antiga instituição, eu
sabia que tudo na Maçonaria estava lá para alguma inalidade, quer fosse
um símbolo ou um movimento em uma cerimônia. Isso reforçou em minha
mente que deveria existir um propósito especí ico para o plano da Loja.
Como eu observara anteriormente, o número de ladrilhos do pavimento
mosaico contava 22 de comprimento por dez de largura. Nenhum desses
números parecia relacionado a nada que eu conhecesse. O total de 22 x 10
= 220 fazia menos sentido ainda.
Durante esse período uma tarefa coube a mim, regularmente, como parte
de nossas reuniões. Na cerimônia de segundo grau há uma referência à
habilidade dos primeiros maçons de o ício. Dizem que neste nível os
indivíduos teriam adquirido e demonstrado considerável habilidade em
talhar e esculpir formas ou modelos em pedras nas quais seriam alocados
para trabalhar. Além disso, contava-se uma história a respeito da
construção de parte do Templo do Rei Salomão, tendo como fundo o
cenário bíblico das guerras entre efraimitas e gileaditas. Alguns
componentes do Templo são citados com medidas em côvados. Essa mesma
unidade de medida pode ser encontrada nos livros de Reis e Crônicas do
Antigo Testamento. Também era uma unidade de medida usada pelos
antigos egípcios. Percebi, pela reação dos candidatos, que eles não tinham
a menor idéia a respeito do tamanho de um côvado. Então, sem interferir
no conteúdo da história, eu introduzia o candidato no fato de que um
côvado era medido como o comprimento do ponto do cotovelo até a ponta
do dedo médio da mão esticada, cerca de 18 polegadas de comprido na
medida imperial ou quase meio metro no sistema métrico.
Então, foi assim que, depois de uma dessas reuniões, eu peguei uma trena
para medir o pavimento. Para economizar tempo, decidi medir um ladrilho
e depois multiplicá-lo pelo número de ladrilhos no comprimento e na
largura. A orla dentada parecia ter uma largura igual em toda a volta,
então eu só precisava medir uma borda e aplicar a dimensão ao perímetro
total. Percebi que o complexo do Templo foi erguido em uma época em que
a unidade de medida padrão na Grã-Bretanha estava no sistema imperial
de pés e polegadas, não no sistema métrico. Todavia, veri iquei se a minha
trena tinha ambas unidades marcadas nela. Os ladrilhos mediam
exatamente 18 polegadas quadradas, e o arremate da mesma dimensão,
18 polegadas de largura. Dezoito polegadas - o representativo
comprimento de um côvado. Conforme eu observava o pavimento, icou
imediatamente óbvio que 22 ladrilhos de comprimento podiam ser
interpretados como 22 côvados. Mas a orla signi icava que eu podia somar
um côvado em torno das laterais. Assim, em vez de ser 22 x 10, a medida
agora era 24 côvados x 12 côvados. O perímetro não era 1.296 polegadas,
108 pés ou 33 metros, era 72 côvados. Esta seria a minha primeira
descoberta decisiva. Só, muito depois, descobri os possíveis
relacionamentos que ditavam essa dimensão.
Quanto mais demorava, mais excitado eu icava para descobrir que existia
realmente uma relação proporcional exata entre o pavimento e a abóbada
acima.
da influência do pentagrama;
CAPÍTULO 2
O Nascer do Sol
Da maneira que levamos nossas vidas no mundo ocidental do século XXI,
como estamos agora acostumados, a maioria de nós tem pouco
entendimento ou empatia pelo mundo que nossos ancestrais conheceram,
como eles viveram, como sobreviveram, suas crenças, seus medos, suas
esperanças e sonhos. É, porém, sensato pensar que cada um de nós vem
de uma corrente de antepassados que se estende de volta ao alvorecer da
primeira existência do homem - uma corrente de seres que nasceram,
aprenderam como sobreviver no ambiente em que viviam, associaram-se a
outro ser, tiveram ilhos, depois morreram - em um processo que
continuou por dezenas de milhares de anos. Nós, hoje, meramente estamos
passando os elos dessa corrente do desenvolvimento humano, que,
acreditamos, se estenderá muito longe no futuro.
Vocês já perceberam que quando aquela grande bola de luz surge acima das
árvores ela faz a escuridão ir embora? Que a mesma ica em um lugar
ligeiramente diferente quando o ar está mais quente em comparação com
quando o ar está frio? Vocês já perceberam que quando a outra bola com
menos luz está no céu, no escuro, algumas vezes ela é como uma pedra
totalmente redonda, mas, em outros períodos escuros ela tem pedaços
faltando, e que ela então cresce de novo até icar como uma pedra redonda
cheia? Como será que isso acontece?
O que é o Sol?
O que acontece para ele se mover mais alto no céu em algumas épocas do
ano em comparação com outras?
O que faz o ciclo se repetir dia após dia, ano após ano?
Os estudiosos nos dizem que o Sol foi a principal divindade. Era cultuado
pelos maias, pelos egípcios antigos e pelos babilônicos. No caso dos egípcios
antigos, o deus Sol Ra pode ser rastreado há pelo menos 5 mil anos, por
volta de 3.000 AEC. Atualmente existe na Índia uma marani, cuja família
proclama 5 mil anos de descendência contínua do deus Sol. Para o deus Sol
ter sido uma divindade principal, com forma humana há 5 mil anos, isso
implica que a civilização existente naquela época provavelmente já tinha
um entendimento avançado do signi icado da esfera lamejante, com base
em informações que foram passadas por centenas de gerações antes dela.
Filósofos gregos, que visitaram o Egito em tempos antigos, mencionaram
que os egípcios lhes mostraram registros de dados astronômicos que
remontavam a uma época muito distante.
Claro, esse conhecimento viria com novas questões, como e para onde o Sol
vai quando fica embaixo do horizonte à noite?
Precessão do Equinócio
Existiram outras implicações associadas ao movimento do Sol que teriam
demorado muito mais tempo para ser entendidas, como o fenômeno
conhecido como Precessão do Equinócio. Ao contrário do ciclo do Sol,
erguendo-se acima do horizonte a cada manhã, 366 vezes no ano do
calendário, ou da Lua com seus ciclos de 28 e 30 dias, ou do movimento
anual do Sol pelos equinócios e solstícios, a precessão leva cerca de 26 mil
anos para completar apenas um ciclo.
360/7,2 = 50
O fato de a Terra ser uma esfera parece ter sido bem entendido em
tempos antigos. Está até anotado no Antigo Testamento. Em Isaías 40, 22
está escrito:
A Terra, como esfera, e sua medição parecem ter sido entendidas bem
antes de Eratóstenes registrar sua experiência. Vários autores e
investigadores indicaram que existem vínculos entre as dimensões da
Grande Pirâmide de Gizé e uma gama de atributos geográ icos, inclusive o
diâmetro e a circunferência da Terra. Mais uma vez, observando o que
arqueólogos e historiadores nos dizem a respeito das pirâmides no
planalto de Gizé - que elas foram construídas por volta de 2.500 AEC -, isso
sugere que esse conhecimento havia sido acumulado bem antes dessa
época.
Existe até uma bem fundamentada sugestão de que o côvado real egípcio
de 20,63 polegadas imperiais deriva e está relacionado com a
circunferência da Terra, e é facilmente copiado por meio do conhecimento
do pentagrama. Retornaremos à geometria dessa sugestão em outro
capítulo.
A palavra metro foi retirada da ortogra ia em francês, metre, mas sua raiz
veio da palavra grega metron, que signi ica "medida". Em 1791, a
Academia Francesa de Ciências determinou o estabelecimento de uma
unidade de medida padrão. Várias propostas para resolver esse problema
foram consideradas. A proposta que inalmente foi aceita como a mais
favorável indicava medir a distância do quadrante da circunferência da
Terra, junto a um meridiano que passava por Paris desde o Polo Norte até
o Equador e usar a 1/10.000.000 parte dele para criar o padrão. Essa
proposta foi aceita pelo governo francês em 1793. Nos anos seguintes,
astrônomos e cientistas realizaram suas pesquisas e, em 1799, o padrão foi
determinado com a utilização de uma série de barras feitas de platina.
Infelizmente, descobriu-se que, por causa de um pequeno erro de cálculo,
o padrão de inido icou 0,0002 metro ou 1/5 de um milímetro mais curto.
Assim, com base nesse método francês original de de inição do metro, o
cálculo da distância Polo-Equador pode ser de inido como 10 milhões de
metros. A circunferência polar total da Terra seria, portanto, de 40 milhões
de metros, menos 4/5 de um milímetro.
O ponto-chave, porém, é que o método de medição era por referência ao
meridiano polar, medindo a distância do quadrante da Terra do Polo ao
Equador, a quarta parte de um círculo, e multiplicando o resultado por
quatro para obter a circunferência total do planeta. Os registros sugerem
que esse foi exatamente o mesmo método usado pelos ilósofos e
sacerdotes dos tempos antigos.
A sombra
Exatamente como Eratóstenes usou a sombra de uma vara para ser capaz
de calcular a circunferência do globo, também a civilização que
conhecemos como Egito Antigo usou outra forma de vara, o obelisco, para
seu estudo da mecânica celeste. Dois dos mais famosos obeliscos,
considerados de grande antigüidade, foram retirados do Egito, no século
XIX, quando as nações européias embarcaram em seu período de
construção de impérios. Um deles, conhecido como a Agulha de Cleópatra,
foi removido de Alexandria e levado para Londres, em 1877, por um
maçom, sir James Erasmus Wilson, e erguido ao lado do Rio Tamisa um ano
depois, com grande cerimônia maçônica. Acredita-se que originalmente o
mesmo tenha sido erguido em Heliópolis, mas foi movido para Alexandria
pelos romanos.
O segundo obelisco ica na Praça da Concórdia, em Paris, sendo parte de
um par do Templo de Luxor.
Heliocêntrico x Geocêntrico
Hoje em dia, toda criança em idade escolar no mundo ocidental sabe que a
Terra orbita em torno do Sol. Mas a aceitação desse conceito não foi
conseguida facilmente.
E foi isso o que aconteceu com outro famoso cientista e astrônomo, Galileu
Galilei. Galileu nasceu em 1564, exatamente 21 anos depois da publicação
das teorias de Copérnico. Por meio de seus próprios estudos astronômicos,
ele começou a perceber a verdade da obra de Copérnico, passando a
ensinar as idéias relacionadas a ela. A Igreja não gostou. Galileu foi preso
sob acusação de herege. Conta-se que Galileu foi torturado e somente
escapou de ser condenado à morte porque inalmente admitiu que estava
errado. Mas, como icou registrado, não sem antes gritar, chorando muito
sob tortura: "mas elas se movem" - uma referência às suas próprias
observações sobre o movimento das estrelas e planetas em suas várias
órbitas. Por adotar visões copernicanas, Galileu foi submetido a exílio
interno e passou os últimos oito anos de sua vida sob prisão domiciliar até
sua morte em 1642. Outras pessoas continuaram a explorar a teoria
copernicana até que inalmente houve o reconhecimento de que tanto
Copérnico como Galileu estavam certos: a Terra era redonda e realmente
orbitava em torno do Sol. Copérnico e Galileu, por dedução cientí ica,
demonstraram o universo heliocêntrico como realidade. Crenças religiosas
e científicas estavam agora em sério conflito.
Como foi mencionado antes, o castiçal de sete braços usado pelos israelitas,
a menorá, estava diretamente relacionada aos planetas conhecidos
naquela época. Havia um braço para o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte,
Júpiter e Saturno. De todos, Saturno era considerado o mais signi icativo.
Acreditava-se que o Céu, onde o Deus criador residia, icava bem depois da
órbita de Saturno. Assim, o planeta e sua órbita eram o ponto mais
próximo, que uma pessoa podia imaginar, da fonte da divina criação.
Mais de uma vez, porém, vemos que nossos ancestrais tinham bom
entendimento dos números, provavelmente há 5 mil anos ou mais.
O número três, por exemplo, pode ser relacionado com o movimento do Sol
e suas três posições primárias: o equinócio, os solstícios de verão e de
inverno. O número cinco ocorre freqüentemente em formas de plantas com
o número de pétalas das lores. Como foi mencionado antes, o sete era o
número de esferas celestiais conhecidas nos tempos antigos.
12121212121212
ou
666666666
ou
318318318
2x9=18 1 + 8 = 9
8x9 = 72 7 + 2 = 9
2 4 x 9 = 216 2+ 1 +6 = 9
3 2 x 9 = 288 2 + 8 + 8= 18 1 + 8 = 9
2 3 7 x 9 = 2133 2 + 1 + 3 + 3 = 9
1+2+3=6
1x2x3=6
A figura acima é da flor do arbusto da amora. Ela parece idêntica ao padrão
que conhecemos como pentagrama, com suas cinco pétalas espalhadas em
um padrão geométrico similar. O mesmo se aplica a muitas flores, como pode
ser
visto abaixo.
Exatamente como o padrão de números reteve incontestável simbolismo, o
mesmo aconteceu com a Geometria do mundo natural. Pegue, por exemplo,
o número cinco.
As origens da Geometria
Acredita-se que a base da Geometria tenha se originado do estudo dos
céus:
Pelo que foi dito anteriormente, podemos reparar que, por meio da
observação do ritmo do sistema solar e do efeito resultante no
macrocosmo, essas in luências se entrelaçariam com os princípios da
Geometria. Avançados na observação dos céus foram os mesopotâmicos,
que receberam os créditos pela nomeação das 12 constelações do zodíaco.
Assim, por volta de 2.000 AEC, eles tinham razoável entendimento de
Geometria. Embora o Teorema de Pitágoras de ina o meio de encontrar o
comprimento da hipotenusa de um triângulo reto, usando a soma dos
quadrados dos outros dois lados, esse era um processo que os babilônios
também dominavam. Pitágoras embalou isso de um jeito que seria
facilmente entendido, conquistando a imortalidade ao fazê-lo, mas os
babilônios, que já conheciam esse processo, passaram para a obscuridade.
Uma antiga placa de argila da Babilônia demonstra claramente o
entendimento deles. Mas foram os ilósofos e os matemáticos gregos que
a inal receberam a maior parte do crédito da descoberta geométrica,
embora em muitos casos estivessem construindo sobre os fundamentos
lançados por babilônios e egípcios.
Conclusão
O conhecimento a respeito do Sol, seu nascimento e seu ocaso, o avanço
das estações e a precessão do equinócio, eram características bem
entendidas pelos nossos recentes ancestrais. Eles aprenderam a usar a
sombra lançada pelo Sol para medir a circunferência da Terra com alto
grau de exatidão. Também está claro que tinham completo entendimento
dos ciclos da Lua.
Isso eles viam claramente como luzes guias em suas vidas, de tal maneira
que elas se tornaram o coração de seus sistemas de crenças religiosas.
CAPÍTULO 3
Conhecimento Secreto - Sabedoria Sagrada
(...) Tu vês a fonte de ensinamentos que emana da sabedoria? (...) Que
vantagem existe em conhecer as causas da maneira do Sol se mover, por
exemplo, e o restante dos corpos celestiais, ou de estudar os teoremas de
geometria ou lógica, e cada um dos outros ramos de estudo? (...) Tratar da
descrição dos objetos celestes e da forma do universo, da rotação dos céus e
do movimento das estrelas, levando a alma mais perto do poder criativo,
ensina logo a perceber as estações do ano, as mudanças no ar e o
aparecimento das estrelas; assim como a navegação e a agricultura retiram
muitos bene ícios daí, também acontece o mesmo com a arquitetura e a
construção a partir da geometria. Esse ramo de ensino, igualmente, faz a
alma se elevar ao mais alto grau observador, capaz de perceber a verdade e
de detectar o falso, de descobrir correspondências e proporções, e, ainda, de
afastar a similaridade de coisas diferentes; e nos leva a descobrir o
comprimento sem largueza, a extensão super icial sem espessura e um ponto
indivisível, transportando para o intelecto objetos a partir dos sentidos.
de Textos Sagrados
Área da Vesica Piscis
Vesica Piscis
Vesica Piscis
(...) por volta do século XII, podemos facilmente imaginar como a construção
do triângulo equilátero(...) deve ter assustado os primeiros arquitetos
cristãos, dando a eles, pela intersecção de duas circunferências, um novo
modelo para o arco (...)
A corrente
A Vesica Piscis também permite outro potencial geométrico: o de uma
corrente. Ao desenhar uma linha do topo do eixo vertical de um dos
círculos até o fundo do eixo vertical do círculo adjacente, a linha vai cruzar
o centro da vesica. Um círculo adicional, acrescentado de modo que sua
circunferência se encaixe no ponto central, criará um efeito de corrente,
com base em meios raios. Obviamente tal efeito poderia ser obtido em um
plano horizontal ou vertical. Esse efeito de corrente, aparentemente, era
visto como um símbolo de sorte pelos antigos egípcios; por isso, quatro
desses círculos entrelaçados foram escolhidos para formar o símbolo
usado por um fabricante de veículos de prestígio com sede na Alemanha.
Ele fundiu duas colunas de bronze, cada uma com 18 côvados de altura e 12
covados de circunferência.
1 Reis 7,15
Os egípcios sabiam, porém, que a razão exata era um pouco maior que o
número três exato. Em sua tentativa de descobrir a razão exata, os egípcios
procuraram um quadrado cuja dimensão lateral tivesse uma área
equivalente à de um círculo especí ico. Isso era conhecido como enquadrar
o círculo. Descobriu-se que o círculo com diâmetro de nove unidades (nove
côvados) produzia a mesma área equivalente a um quadrado cujos lados
mediam oito unidades (oito côvados). O nove dividido por oito (9/8) é igual
a 1,125. Acredita-se que isso tenha dado a eles a razão constante de 3,125.
Isso é extraordinariamente próximo do valor normal usado hoje em dia de
3,142, uma variação de apenas 0,5%. A medição de 3 1/8 (três e um
oitavo) não era fácil, mas a medição de 12 1/2 (12,5) era. E 12,5 é um
valor equivalente muito próximo do 4x n (pi).
O valor de Fi
Havia ainda outro relacionamento numérico que parecia ser de particular
interesse para os nossos ancestrais. Assim como os números três, cinco e
sete eram vistos como os mais comuns na natureza, também eles
perceberam que o valor de Fi também podia ser interpretado
geometricamente. Enquanto a maioria dos caracteres aritméticos ou
geométricos tem um número simples de inível, o Fi tem dois valores
numéricos: 1,618 e 0,618, que, por conveniência, são escritos
simplesmente como 1,6 ou 0.6. O Fi também se tornou conhecido como a
Proporção Áurea ou a Proporção Divina. É uma daquelas fascinantes
características geométricas que, mais uma vez, di icilmente ainda é
mencionada hoje em dia, embora nossos ancestrais tenham usado essa
proporção na construção de muitas das maiores e remanescentes
estruturas da Antigüidade, como o Parthenon em Atenas, que as gerações
posteriores aprenderam a respeitar. Os relacionamentos proporcionais
empregados criam um efeito que determina que a estrutura esteja
visualmente em harmonia.
0+1 = 1 8 + 5 = 13
1 + 1 = 2 13 + 8 = 21
2 + 1 = 3 21 + 13 = 34
5 + 3 = 8
A partir daí poderá ser visto que um quadrado de qualquer tamanho pode
ser transformado em um retângulo da Proporção Áurea, com o quadrado
ABCD acima se tornando os retângulos de inidos pela linha de base DZ e
CY. Existem seções das grandes catedrais europeias onde a pessoa pode
claramente ver como os maçons construtores teriam usado esse tipo de
geometria para estabelecer um prédio de proporção divina.
Não pretendo fazer aqui nenhuma revisão detalhada desse material, a não
ser observar que o Sol, a Lua e os macrocosmos eram componentes-chave
de todas as religiões primitivas, que também passaram para o simbolismo
do Cristianismo. O que despertou interesse em mim foi que, à medida que
a doutrina cristã se espalhava pela Europa, outras crenças religiosas eram
removidas de sua frente sob o título de paganismo. Para destruir qualquer
registro dessas religiões, os lugares sagrados dos pagãos muitas vezes
foram absorvidos pelo Cristianismo, talvez com uma igreja sendo
construída no local. Os festivais pagãos foram absorvidos pela religião
cristã e "rebatizados". Nestes estão incluídos:
E qual nome foi sugerido para esse novo mês?... Sol, novamente o Sol.
Princípios teóricos são ótimos, mas não têm nenhum valor a menos que
sejam colocados em prática, ou seja, demanda o desenvolvimento de
aparelhos, instrumentos e procedimentos repetíveis para garantir a
consistência dos resultados. Sabendo que nossos ancestrais não tiveram a
vantagem das tabelas de logaritmos e trigonometria, então qualquer
aparelho que eles desenvolvessem deveria, por necessidade, ser simples
de fazer e de usar. A questão é: nossos ancestrais tiveram instrumentos
que permitissem essas medições so isticadas? A resposta mais provável é
sim. Surpreendentemente, um dispositivo simples pode ter vindo de uma
forma que a maioria das pessoas no mundo ocidental reconhecerá, embora
em um contexto totalmente diferente.
A cruz céltica
Acredita-se que os quatro braços sejam uma referência aos quatro pontos
cardeais de Norte, Sul, Leste e Oeste, que criaram o símbolo da cruz. Como
conseqüência disso, não era incomum que jardins fossem de inidos com
caminhos que se cruzavam em ângulos retos no centro para criar quatro
áreas separadas de cultivo, um padrão que se tornou conhecido como
quadrângulo.
Em tempos pré-cristãos, existia o símbolo de um círculo, dividido com uma
cruz que representava o Sol. A imagem resultante era conhecida como a
roda do Sol, enquanto o círculo sozinho representava a Lua.
O Lábaro
Em The Holy Kingdom [O Reino Sagrado], Adrian Gilbert, junto com Alan
Wilson e Baram Blackett, investigam as possíveis conexões entre os reis
célticos galeses e as lendas do rei Arthur. Eles também exploram as lendas
de que o personagem bíblico José de Arimatéia visitou o Sul de Gales logo
após a cruci icação de Jesus Cristo em Jerusalém. Acredita-se que Llantwit
Major, uma pequena comunidade na costa da baía de Cardiff, não muito
longe de Margam, era o local de um mosteiro estabelecido logo depois da
visita de José de Arimatéia. Em uma pequena igreja de Llantwit Major,
Adrian Gilbert observou os restos de outra cruz céltica que ele avaliou
como sendo de grande antigüidade. A mesma pode até ter relação com o
antigo mosteiro. Se esse fosse de fato o caso, então isso implicaria que a
cruz céltica existia nos anos iniciais dos primeiros séculos da Era Cristã. Ela
tem o desenho que era relativamente exclusivo da área dominada pela
tradição cristã céltica e, assim sendo, implicaria que o conceito original do
desenho deve ter existido antes da chegada do Cristianismo na Grã-
Bretanha. Então, como esse desenho relativamente exclusivo foi
desenvolvido?
Pelo que foi dito anteriormente, não é di ícil entender como a cruz céltica,
em seguida, começou a ser vista como o simbolismo combinado dos celtas e
do Cristianismo primitivo: a cruz do Cristianismo sobreposta ao disco do
Sol. Em muitos aspectos, era a harmonização perfeita das imagens cristãs e
célticas.
Isso levanta questões como: por que o símbolo pagão do Sol era um círculo
inserido em uma cruz? Os sacerdotes celtas eram aqueles que viemos a
conhecer como druidas? Os druidas eram bem conhecidos pelo
entendimento que possuíam do macrocosmo e tinham um conhecimento
bastante avançado da maneira pela qual as esferas celestes e os céus
trabalhavam? Em muitos aspectos, o conhecimento deles era temido pelos
romanos que inalmente os dominaram, forçando-os a se retratar e a se
retirar para a Ilha de Anglesey, ao lado da costa nordeste de Wales, onde
os sacerdotes druidas a inal foram derrotados e dizimados pelos exércitos
de Roma. Com o desaparecimento deles foi-se o conhecimento que
herdaram de centenas de gerações de seus antepassados. Apesar disso, é
possível desenvolver o cenário que pode muito bem ter sido a origem.
Desde a produção de seu fascinante livro The Golden Thread of Time [O Fio
de Ouro do Tempo], Crichton Miller continuou mostrando como a longitude
poderia ter sido medida com razoável exatidão, com o uso do mesmo
dispositivo. Em tempos mais modernos, isso era impossível de ser feito com
alguma exatidão até que John Harrison inventou seus relógios marítimos
no século XVIII. Ao fazer isso, Harrison mudou a face da navegação,
estabelecendo Greenwich como o meridiano global para a medição do
tempo. Crichton Miller relata que, à medida que seu dispositivo foi se
tornando mais amplamente conhecido, um número maior de estudiosos,
particularmente nos Estados Unidos, começou a ter mais interesse em seu
desenvolvimento e em seu uso. Ele indica ainda que um dispositivo antigo,
conhecido como astrolábio, usado para medição celeste por toda a Idade
Média, e com origens estabelecidas também há mais de 2 mil anos, tinha as
características físicas parecidas com a cabeça de uma cruz céltica.
Adrian Gilbert, que foi mencionado antes, escreveu vários livros sobre o
tema do conhecimento antigo e da sabedoria esotérica. Em seu livro Signs
in the Sky [Sinais no Céu], ele observa que o termo serpente era
freqüentemente usado em tempos antigos para de inir uma sombra
lançada pelo Sol. Não pude deixar de lembrar que a cruz céltica de
Northamptonshire (ver foto) mostra a imagem de serpentes entrelaçadas
na cabeça circular. Isso faria sentido se a cruz fosse usada para medições
com o uso da sombra do Sol, lembrando que uma sombra era vista nos
tempos antigos como uma serpente.
No livro de Êxodo, lemos que, quando Moisés voltou do Egito, ele se dirigiu
ao faraó e pediu a liberação de todos os israelitas da escravidão. Durante
esse encontro, ele e os sacerdotes do Egito entraram em uma disputa para
ver quem lançava a maior serpente. Moisés venceu. Êxodo nos conta que
eles lançaram suas varas e elas se tornaram serpentes.
Quando Faraó vos disser: Fazei milagres que vos acreditem, dirás a Arão:
Toma a tua vara e lança-a diante de Faraó; e ela se tornará em serpente...
Então Moisés e Arão se chegaram a Faraó e izeram como o SENHOR lhes
ordenara; lançou Arão a sua vara diante de Faraó e de seus o iciais, e ela se
tornou em serpente... Pois lançaram eles cada um a sua vara... mas a vara de
Arão devorou as varas deles.
Êxodo 7,9-12
Disse o SENHOR a Moisés: Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma
haste... Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste...
No texto de Êxodo acima, alguém pode imaginar que faraó pudesse muito
bem ter esperado que Moisés provasse quem ele era, quais eram suas
credenciais para fazer tal pedido em favor dos israelitas. Uma
demonstração dos métodos de medição e geometria relacionados ao
macrocosmo, originada da sombra do Sol, ou de outras características do
sistema da cruz céltica, provaria que ele não era um simples camponês que
acabara de perambular pelo deserto, mas alguém altamente educado na
sabedoria reservada para algumas poucas pessoas selecionadas na
hierarquia, um tipo de informação que devia ser transmitido a um príncipe
ou governante no Egito.
Crichton Miller cita vários lugares onde o símbolo da cruz poderia ter sido
usado por nossos ancestrais no esboço de círculos e em outros locais
antigos, para o registro e o monitoramento do movimento do Sol e da Lua.
Entre eles estão as forti icações do condado de Pickaway, em Ohio, EUA.
Acredita-se que tenham sido construídas antes das pirâmides de Gizé, isto
é, há pelo menos 4.500 anos. Ele cita ainda outro perto do Rio Tygart,
também em Ohio, que também tem toda a aparência da cruz céltica.
Depois, existe ainda outro conhecido como Callanish, na Ilha de Lewis nas
Hébridas Exteriores, na Escócia.
• pode ter suas origens há milhares de anos antes dos acontecimentos que
supostamente ocorreram em Jerusalém há 2 mil anos;
Conclusão
A minha pesquisa me fez perceber o relacionamento que existia entre o
entendimento da Astronomia primitiva, como nossos ancestrais a
conheceram, e a Geometria; que eles teriam reconhecido uma conexão
entre a Geometria e a natureza, de modo que tudo fosse visto interligado
no macrocosmo; que existiam muitas áreas onde um aspecto de um estudo
envolvia outro, de modo que isso era visto como o trabalho criativo de um
grande e divino arquiteto, o Arquiteto do Universo ou o Geômetra do
Universo.
CAPÍTULO 4
O Segredo do Selo de Salomão
O Hexagrama e o Pentagrama
Tanto o hexagrama quanto o pentagrama são conhecidos como o Selo de
Salomão. Mas como, eu me perguntei, isso podia acontecer? Como ambos
podiam ser o Selo de Salomão?
Deve existir, pensei, uma razão para essas diferenças, o que signi icava
tentar por todos os modos descobrir as suas origens.
O livro que encontrei por acaso foi publicado pela primeira vez em 1928. O
que muito me tocou foi essa a irmação de natureza positiva e inequívoca
que implicava que, em algum momento, essa devia ter sido uma conotação
mais amplamente aceita. Não pude deixar de pensar por que essa função
dos triângulos no hexagrama não era mais amplamente comentada. Talvez
isso aconteça por conta de o símbolo ter sido completamente ofuscado
pelos eventos que afetaram os povos judeus nas décadas de 1930 e 1940,
e as subsequentes vinculações com a formação do Estado de Israel.
O Templo do Rei Salomão foi construído por volta de 950 AEC. Mas parece
que a primeira conexão de inida com o antigo Israel deriva de um selo que
era, de acordo com a tradição, usado no século VI AEC, aparentemente,
como o Selo de Jerusalém. A Enciclopédia Judaica observa que "o mais
antigo exemplo inconteste está em um selo do século VII AEC encontrado em
Sidon". Isso aconteceu cerca de três ou quatro séculos depois da era
atribuída a Salomão. Existe uma tradição de que o símbolo aparecia em um
anel que Salomão usava, porém, apesar dessa lenda constar em muitas
referências que consultei, era quase sempre citada como uma tradição,
sem fatos que ajudassem a veri icar sua autenticidade. Existe ainda a
tradição de que o hexagrama, como Estrela de Davi, surgiu porque o rei
Davi tinha um escudo com o emblema pintado nele, apesar de outra
interpretação da tradição registrar que o próprio escudo era no formato
do hexagrama.
Parece que por volta do século XVII, grupos de judeus dispersaram-se pela
Europa e começaram a buscar um símbolo que de iniria sua unidade
religiosa da mesma maneira que a do Cristianismo era simbolizado pela
cruz. O hexagrama pareceu se encaixar nesse objetivo. Porém, sua
aceitação mais ampla parece ter ocorrido entre 1822 e 1840, quando foi
usado pela família Rothchild em seu brasão de armas, indicando que eles
eram ligados aos Habsburgos e ao imperador austríaco. Somente por volta
de 1897, o símbolo foi o icialmente de inido como emblema global da
comunidade judaica. Hoje, o hexagrama destaca-se ostensivamente na
bandeira da moderna Israel, como símbolo inequívoco dessa nação.
Além do mais, o símbolo do hexagrama pode ser encontrado em muitas
igrejas cristãs e catedrais construídas em tempos medievais. Era uma
época em que as fundações da Igreja estavam irmes como rocha. Havia
literalmente apenas uma única igreja tolerada na Europa, a doutrina da
Igreja Romana. Eu não podia imaginar que um símbolo alquímico ou
indicativo de magia, de paganismo ou de feitiços de sorte, todos os quais
podiam ser vistos como conexão com o mal, podia ser exibido em
construções com signi icado religioso. Um dos hexagramas mais
proeminentes que encontrei em uma catedral na Inglaterra pode ser visto
na catedral de Chichester, característica signi icativa da face norte. Além
do mais, ele ica encaixado em um aro circular, exatamente como na
medalha que é um emblema da Maçonaria do Real Arco.
O Pentagrama
Como o hexagrama, as origens do pentagrama se perdem nas brumas do
tempo, muito antes do período de Salomão. Tal símbolo também é referido
como pentalfa, pentângulo ou pentáculo.
A tradução da outra inscrição diz que "se tu podes entender estas coisas,
então sabes o bastante".
Esfera
Tudo isso é bastante válido para a Estrela de Davi. Mas, e com relação ao
pentagrama?
• Entre cada cateto, por exemplo AFB, é de 144 graus, o que é duas vezes
72.
Se um triângulo for desenhado entre os dois pontos nas pontas dos catetos
do pentagrama mais os lados do triângulo, então a base tem uma
proporção de 1 enquanto os lados têm o valor de 1,618.
Alguém poderia, então, muito bem imaginar que os maçons de antigamente
teriam usado esse método simples de construção da Vesica Piscis em seus
desenhos e implementações. Na maioria das circunstâncias a variação nem
seria perceptível. Então, essa construção geométrica se baseava no mesmo
processo usado para construir um hexagrama. É fácil entender como e por
que o termo Selo de Salomão tornou-se associado a ambas as iguras: a
Estrela de Davi e o pentagrama. Ambos, quando interligados, são derivados
de círculos intercalados da Vesica Piscis. Teria sido um processo de
construção simples para lembrar quando se trabalhava em um local de
construção importante, como um templo ou uma catedral. Desse modo,
deve ter sido incluído no segredo do maçom do Selo de Salomão.
O Selo de Salomão
Conclusão
A respeito do hexagrama, ou Estrela de Davi, as minhas investigações
revelaram que a vinculação global e de initiva do hexagrama com o
Judaísmo é bem recente, data do início do século XIX, embora tal associação
viesse crescendo progressivamente desde o século XIV. Indícios mostram
que o hexagrama foi um símbolo aceito e estabelecido bem antes da era
salomônica. Existem vinculações judaicas antigas com o símbolo, mas não
muito mais além do que o uso em outras culturas como símbolo de boa
sorte, ou com o signi icado esotérico de representar harmonia. Pode ter
sido usado pelos hebreus em tempos antigos como símbolo de casamento,
mas não está claro se tal simbolismo recuaria à época dos monarcas
carismáticos, Saul, Davi e Salomão.
Descobertas arqueológicas na Mesopotâmia traçam o uso do símbolo do
pentagrama a uma época de cerca de 2.500 anos anterior à construção do
Templo de Salomão. Além de ser uma igura geométrica bem
proporcionada, com interessantes características angulares, na
Antigüidade foi associada aos ciclos do planeta Vênus.
CAPÍTULO 5
Pitágoras, Escolas de Mistério e Maçonaria
De que maneira a informação contida na sabedoria antiga era transmitida
de geração em geração? Parte da resposta parece estar relacionada às
"escolas de mistério".
uma gripe leva três dias para chegar, dura por três dias e em três dias vai
embora.
Pitágoras também atribuiu certo signi icado simbólico aos números primos
na faixa de um a nove. Como exemplo considere o número 666. O sistema
de Pitágoras somava em conjunto os números componentes individuais e
depois somava juntos os dígitos da resposta para reduzir isso a um valor
simples, dentro da faixa de um a nove. Assim:
6 + 6 + 6= 18
1 + 8 = 9
Yod-He-Vau-He
10+ 5 + 6 + 5 = 26
Fiquei surpreso por tanto tempo que precisei recuar para encontrar
alguma referência a Pitágoras em materiais maçônicos publicados. A
primeira menção que pude encontrar na literatura maçônica estava em
uma das primeiras obras mais consideradas da fraternidade, Illustrations
of Masonry, de William Preston, publicada em 1772. O original e uma cópia
antiga desta notável obra rara foram disponibilizados para mim por
conexões locais, mas confesso que o estilo próprio do impresso não
facilitava a leitura. Felizmente, Robert Lomas, o elogiado maçom coautor de
The Hiram Key, produziu uma versão on-line bem mais fácil de assimilar,
que foi traduzida do inglês antigo, que era o estilo de escrita comum
quando Preston compilou a obra original, e que oferece a facilidade da
busca de palavras. Robert Lomas foi muito gentil ao permitir que alguns
trechos fossem impressos aqui. A respeito da história da Maçonaria na
Inglaterra, Preston escreveu as seguintes referências a Pitágoras. De modo
que elas não iquem fora do contexto, uma grande parte de texto será
reproduzida.
Os druidas, somos informados, tinham entre eles muitos usos similares aos
dos maçons; mas, no que eles consistiam nesse período remoto não podemos
com certeza descobrir. De acordo com práticas antigas da fraternidade,
aprendemos que eles faziam suas assembleias em lorestas e bosques, e
tinham o mais impenetrável sigilo em seus princípios e opiniões; uma
circunstância que temos motivo para lamentar, tendo em vista que isso,
sendo conhecido apenas deles próprios, acabou perecendo com eles. Eles
foram sacerdotes dos bretães, gauleses e de outras nações célticas e se
dividiam em três classes: os bardos, que eram poetas e músicos, formavam a
primeira classe; os vates, que eram sacerdotes e isiologistas, compunham a
segunda classe; e a terceira classe consistia nos druidas, que juntavam
iloso ia moral ao estudo da isiologia. Como estudo e especulação eram as
ocupações favoritas desses ilósofos, foi sugerido que eles derivaram seu
sistema de governo principalmente de Pitágoras. Muitos princípios e
doutrinas do mesmo parecem ter sido adotados por eles. Em seus refúgios
secretos eles tratavam do exame da origem, leis e propriedades da matéria, da
forma e magnitude do universo, e até se aventuravam a explorar os mais
sublimes e ocultos segredos da natureza. A respeito desses assuntos eles
formulavam uma variedade de hipóteses que passavam em versos aos seus
discípulos, de modo que estes pudessem mais facilmente retê-las na memória,
e prestavam o juramento de não anotá-las por escrito.
As noções mais famosas e ilosó icas de Pitágoras são aquelas que tratam da
natureza da divindade; a transmigração das almas por diferentes corpos (que
ele emprestou dos Brachmans indianos [Brahmins/Brâmanes]) e o sistema
do mundo. Ele foi o primeiro a adotar o nome de ilósofo; quer dizer, o que
amava a sabedoria. Seu sistema de moralidade era admirável. Ele tomou a
unidade o princípio de todos as coisas, e acreditava que entre Deus e o
homem existiam várias ordens de seres espirituais que administravam, a
vontade divina. Ele acreditava na doutrina da metempsicose ou
transmigração das almas; e achava que Deus estava espalhado em todas as
partes do universo, como uma espécie de alma universal, impregnando cada
partícula de matéria e animando cada criatura viva, do réptil mais
desprezível aos próprios seres humanos, que compartilhavam uma larga
porção do espírito divino. A metempsicose estava fundada sobre essa máxima
de que a alma era de origem celeste, não podia ser aniquilada e, portanto,
após abandonar um corpo, necessariamente se transferia para outro, que
freqüentemente penava por suas antigas inclinações viciosas, em forma de
animal ou inseto, antes de aparecer de novo na forma de uma criatura
humana. Ele a irmava que tinha uma faculdade especial, que havia sido dada
a ele pelos deuses, de relembrar os vários corpos pelos quais sua própria alma
havia passado, e confundia os zombeteiros aplicando a eles a própria
experiência. Em seu sistema de mundo, a terceira doutrina que distinguia sua
seita era a suposição de que o Sol icava em descanso no centro, e que a
Terra, a Lua e os outros planetas se moviam em torno dele em diferentes
órbitas. Ele pretendia ter grande habilidade nas propriedades misteriosas dos
números, e sustentava que alguns deles, em particular, continham uma força
e um signi icado peculiar. Ele era um grande geômetra, e só admitia no
conhecimento de seus sistemas aqueles que antes passavam por uma
provação de cinco anos de silêncio. Atribui-se a uma descoberta dele o 47 o
enunciado do primeiro livro de Euclides, que, em soluções e demonstrações
geométricas de quantidades, é de excelente uso; e para o qual, como o sr.
Locke observa, na alegria de seu coração, dizem que ele sacri icou uma
hecatombe. Seu extraordinário desejo de conhecimento e os sofrimentos que
passou para propagar seu sistema acabaram, com justiça, transmitindo sua
fama à posteridade. Os pupilos que eram iniciados por ele nas ciências e nos
estudos da natureza, na escola crotoniana, levavam todas as suas
mercadorias para um tesouro comum, continham os prazeres dos sentidos,
abstinham-se de blasfemar e não comiam nada que tivesse vida. Firmados nas
doutrinas e princípios em que estavam imbuídos, eles se dispersaram no
estrangeiro e ensinaram as doutrinas de seu preceptor em todos os países
por onde viajaram.
Conclusão
CAPÍTULO 6
Influência Eclesiástica - Maçons Admiráveis
Quando Davi morreu, Salomão assumiu o trono de Israel. Com base nos
calendários associados à cronologia bíblica, o intervalo de tempo entre José
sendo feito prisioneiro pelos midianitas, toda a escravidão dos israelitas do
Egito, o Êxodo, a conquista, o reinado de Saul e David, até a era em que
Salomão assumiu o poder como rei de Israel, decorreram impressionantes
700 anos. O lapso de tempo entre o projeto e a construção da Arca da
Aliança e a construção do Templo em Jerusalém chegava perto de 500
anos. O Templo foi construído para abrigar aquilo que já era uma relíquia
antiga.
a. A decoração:
Por dentro, Salomão revestiu a casa de ouro puro; e fez passar cadeias de
ouro por dentro do Santo dos Santos, que também cobrira de ouro.
1 Reis 6,21
Assim, cobriu de ouro toda a casa, inteiramente, e também todo o altar que
estava diante do Santo dos Santos.
1 Reis 6,22
Nas paredes todas, tanto no interior da casa como no seu exterior, lavrou, ao
redor, entalhes de querubins, palmeiras e flores abertas.
1 Reis 6,29
1 Reis 6,30
Formou o rei Salomão uma leva de trabalhadores dentre todo o Israel que se
compunha de 30 mil homens.
1 Reis 5,13
1 Reis 5,14
1 Reis 5,15
1 Reis 5,16
1 Reis 5,9
1 Reis 5,1
1 Reis 6,2
E, no 11 - ano, no mês de bul, que é o oitavo, acabou-se esta casa com todas as
suas dependências, tal como devia ser. Levou Salomão sete anos para edi icá-
la.
1 Reis 6,38
30 + 70 + 80 + 33 = 213,
e, considerando Pitágoras e sua conclusão lógica de redução da resposta a
um número simples, então temos: 1 + 2 + 3 = 6, o valor da harmonia.
O Venerável Bede nasceu há mais de 1.300 anos, cerca de 250 anos após
os exércitos romanos terem deixado a Grã-Bretanha. Muitos dos hábitos
dos romanos ainda continuavam presentes; casas e edi ícios conhecidos
continuavam em pé. A muralha de Adriano, apenas a poucas milhas ao
norte do mosteiro, provavelmente continuava em sua condição original. O
folclore e as histórias a respeito dos romanos provavelmente ainda eram
abundantes nas comunidades. Foi com esse pano de fundo que Bede
escreveu a história dos povos da Inglaterra, como ele então a entendia, a
partir desse folclore e dos documentos que foi capaz de obter. A história de
Bede é uma obra que continua sendo consultada atualmente.
O mosteiro ao qual Bede estava ligado icava às margens do Rio Tyne, bem
no leste da cidade moderna de Newcastle. Aquilo que em outras épocas foi
uma zona rural, com o rio fornecendo peixe para complementar a dieta, é
atualmente uma região altamente industrializada, com um rio que, durante
o século XX, sofreu com a poluição. Onde certo dia Bede deve ter visto, ao
lado do rio, uma área rural e lorestal ainda virgem, hoje ele vislumbraria
uma loresta de tanques de armazenamento de petróleo. O local junto ao
rio se mostrou ideal para Bede. Ele estudou a subida e descida das marés,
e mereceu o crédito pela descoberta da conexão do movimento das marés
com as fases da Lua. Ele sabia que a Terra era uma esfera, entendeu o
relacionamento das estações em relação à posição do Sol no horizonte, pois
o mesmo se movia do hemisfério norte para o sul e voltava. Também
entendeu a relatividade do comprimento das sombras lançadas pelo Sol e
seu relacionamento com a posição da latitude na face do planeta.
Para alguém que não viajou além das imediações de seu mosteiro, Bede
parece ter sido muito bem versado nos princípios da sabedoria antiga.
Quase todo o contato que ele teve com o mundo exterior foi por meio de
cartas e visitas ao mosteiro de monges Irmãos e dignitários da Igreja, o que
implica que o único local em que tal sabedoria poderia ser encontrada
seria dentro da comunidade monástica. A mesma parece ter incluído
conhecimentos dos princípios pitagóricos e misticismo, pois entre os
escritos de Bede existem duas obras intrigantes conhecidas como De
Tabernacle e De Templo. De Templo foi traduzido do original em latim e
agora está disponível em um belo livro com o título de Bede: On the Temple
[Bede: no Templo]. Nessa obra Bede discute vários atributos do Templo de
Salomão que são vistos como uma interpretação alegórica tanto do
Tabernáculo como do Templo. Ele trata da descrição, das dimensões e dos
utensílios como uma profecia comparativa dos eventos que depois foram
registrados como o tema central do Cristianismo.
A partir daí, Bede identi ica os pedreiros como professores, e para ser um
professor é preciso que a pessoa tenha sido educada e entenda o
signi icado de um conhecimento especí ico. O conhecimento que era
predominante naquela época era o mesmo tipo que eu chamei de
conhecimento antigo, que em tempos mais recentes icou conhecido como
as Sete Artes Liberais: Gramática, Retórica, Música, Lógica, Aritmética,
Astronomia (Astrologia) e Geometria. As Sete Artes Liberais eram
conhecimentos especi icamente atribuídos aos maçons de antigamente e
transferidos aos britânicos pelos pedreiros que vieram da França.
Como pode ser visto, existem várias referências a monges, abades e bispos
do período do século VI EC e mais ainda no período até o século XIV. Os
nomes incluem o bispo Willian de Wykeham, que supervisionou a
construção da catedral de Chichester. No período logo após a conquista
normanda, encontramos Gundulph, bispo de Rochester, que não somente
supervisionou a construção de partes da catedral de Rochester como
também construiu a Torre de Londres. A lista de Grão-Mestres ou
Patronos, como aparentemente foram chamados até épocas posteriores,
começa com Austin o Monge. E quem era Austin, o Monge? Como podemos
ver no texto de Preston, trata-se de ninguém menos que Santo Agostinho, o
monge que, pelo que a história nos diz, levou o Cristianismo romano, a
Igreja Católica Romana, para a Inglaterra por volta de 597 EC; converteu o
rei Ethelbert de Kent e sua rainha ao Cristianismo; começou a construção
da primeira catedral de Canterbury em cujo terreno permanece a catedral
atual; começou e estabeleceu o mosteiro São Pedro e São Paulo em
Canterbury; e durante o processo de tudo isso se tornou o primeiro
arcebispo católico romano da Inglaterra. O mosteiro ao qual Bede estava
ligado foi estabelecido em dois conclaves, também conhecido como São
Pedro e São Paulo.
Se as a irmações de Preston a respeito das origens da Maçonaria
estiverem corretas, levando em consideração as referências ao termo
latomi, ica bem claro então que existia uma ligação muito forte com a
instituição eclesiástica dos primeiros tempos. Existem na Maçonaria certos
elementos cerimoniais que têm uma aparência inconfundível de in luência
eclesiástica, a respeito do que, no século XX, vários setores da Igreja
izeram críticas. Mesmo assim temos a impressão de que a partir da íntima
associação com a instituição eclesiástica - os antigos patronos do o ício - a
Maçonaria pode muito bem ter herdado sua aparência visível de ritual
eclesiástico. Edward Condor a irma a mesma coisa em seu livro The Hole
Craft and Fellowship of Masonry que foi publicado em 1897.
A catedral de Peterborough
Na Inglaterra, a catedral de Peterborough mostra evidências de como os
maçons do período medieval usaram a geometria para definir a estrutura.
Senti que existia um passo antes disso. Além do mais, eu senti que a base
que guiava essa etapa havia sido construída na parede sul - a
representação das colunas e dos arcos que resultou na ilustração da
Vesica Piscis.
Também é importante mencionar de passagem que exatamente o mesmo
padrão da Vesica Piscis pode ser encontrado na Igreja Redonda dos
Cavaleiros Templários no Templo, bem próximo da rua Fleet, em Londres.
Esse mesmo padrão forma uma galeria inteira sobre o corpo principal na
ponta circular dessa igreja famosa.
78/28 = 2,785
Esse resultado era tão notavelmente parecido com o valor de 2,83 pés
medido pelo professor Thom para a jarda megalítica que tive o sentimento
de que o mesmo não podia ser ignorado. A variação é de apenas 0,065 pés,
que é apenas cerca de 0,78 polegada ou 19,81 milímetros. Para toda a
dimensão de 78 pés, isso resultaria em uma exatidão de 2,3%. Em um
website produzido como anexo de A Máquina de Uriel, Lomas e Knight
observam que:
Chartres
Chartres é uma cidade construída sobre as margens de um vale raso onde
corre um rio. A catedral se destaca no ponto mais alto acima do vale.
Grande parte da zona rural em torno desse vale é plana e uniforme. Como
conseqüência das modernas técnicas agrícolas, aquilo que em tempos
antigos era uma grande loresta deu lugar a vastos campos abertos. O
resultado é que, quando alguém se aproxima de Chartres a partir de quase
qualquer direção, a catedral se destaca na paisagem e pode ser vista a
muitos quilômetros de distância.
Quando ele reviu a planta do piso de Chartres, a mesma revelou uma série
de quadrados, círculos e octogramas que determinavam os pontos
principais.
A respeito da orientação rumo ao nascer do Sol no solstício de verão, havia
uma con irmação mais positiva. Na biblioteca do Real Instituto de
Arquitetos Britânicos, localizei um livro intitulado Chartres - Sacred
Geometry, Sacred Space [Chartres - Geometria Sagrada, Espaço Sagrado].
Nele, o autor, Gordon Strachan, con irma que a orientação é feita rumo ao
solstício de verão e faz comparações com a disposição de Stonehenge. Ele
também observa que a catedral tem 37 varas megalíticas de largura no
transepto, enquanto o diâmetro do círculo de pedra de Sarsen, em
Stonehenge, mede 37 varas megalíticas. Isso tinha íntimas ligações com as
minhas opiniões iniciais a respeito da catedral de Peterborough e eu
estava particularmente interessado em observar a referência a jardas e
varas megalíticas. Embora Stonehenge seja famoso por seu alinhamento
solar, também tem um certo eixo que era usado para monitorar a Lua. O
mesmo também parece acontecer no caso da catedral de Chartres. Gordon
Strachan comenta:
(...) suas lechas norte e sul, tão diferentes em estilos e altura, simbolizam o
Sol e a Lua(...) Seus dois ciclos complementares foram engenhosamente
integrados à estrutura do desenho, na forma de dois eixos ligeiramente
diferentes, que seguem a extensão da construção.
A Face oeste da Cathedral de Chartres
Barcelona
No inal do século XIX, um jovem arquiteto da região da Catalunha, na
Espanha, e da cidade de Barcelona começou a fazer sucesso pelo mundo,
conquistando fama por meio de seus projetos certamente incomuns. Seu
nome era Antonio Gaudi (1852-1926). Uma das principais obras de Gaudi
foi o projeto de uma nova igreja. Já que existia uma catedral na cidade, o
projeto de Gaudi icou conhecido como basílicaTemplo da Sagrada Família.
Gaudi foi nomeado para projetar a obra em 1884, após uma disputa entre
a Igreja Católica e o arquiteto original indicado para a tarefa. Gaudi partiu
de um desenho totalmente novo e icou ligado ao projeto durante quase 40
anos. A construção dessa vasta nova basílica se tornou um caso de para e
anda: ocorreram di iculdades inanceiras, a morte repentina de Gaudi -
que faleceu em um acidente com um bonde na rua - e a guerra civil
espanhola. Esta última interrompeu a construção da obra e resultou na
destruição de várias maquetes e desenhos originais de Gaudi. Cem anos
depois de Gaudi ter criado seu projeto original, a construção da basílica
havia feito pouco progresso. Foi somente nos anos de 1990 que um
decisivo compromisso com a empreitada foi inalmente acertado, e todos os
esforços estão sendo feitos para garantir sua conclusão no primeiro quarto
do século XXI.
O que Gaudi parece ter feito, reconhecendo o seu valor, foi re letir os
mesmos parâmetros de projeto usados pelos maçons medievais em uma
estrutura relativamente moderna, e isso testemunha a sabedoria e a
identidade com o macrocosmo que nossos ancestrais alcançaram.
Então foi assim que visitei a igreja principal no inal da manhã. O Sol subia
para seu zênite enquanto seus raios re letiam na areia do deserto com um
brilho ofuscante. Enquanto deixávamos os sapatos do lado de fora,
podíamos ouvir o canto entoado por algum sacerdote dentro da igreja. Era
óbvio que a cerimônia ou serviço estava em andamento. Quando entramos,
senti o desconforto que a nossa turma, cerca de 12 pessoas, provocou,
perturbando aquilo que estava acontecendo. Não só por ter invadido a
cerimônia, mas porque fomos convidados a contornar a parte interna da
sala e observar tudo o que era mostrado, enquanto o sacerdote continuava
a cantar e orar, sem hesitação, indiferente com a nossa chegada. A sala
principal da igreja era vagamente iluminada por uma simples lâmpada
elétrica pendurada no centro da sala, diretamente em cima do púlpito que
o sacerdote usava. A atmosfera era densa por causa da névoa fumegante
das velas e do incenso que queimavam. A fumaça pairava no ar, quase sem
movimento, na espera de uma brisa para dispersá-la. Um pequeno grupo
de cerca de oito pessoas estava sentado no chão em frente ao sacerdote
com as pernas cruzadas. Essas pessoas, pelo que nos informaram, vieram
de uma aldeia próxima. Tinham com elas uma criança doente e pediram ao
sacerdote para orar pela cura da criança. Isso só me fez sentir ainda mais
desconfortável pela nossa intromissão.
O Templo de Abu Simbel foi construído por Ramsés II, também conhecido
como Ramsés, o Grande. No capítulo 10, tratarei do tema da cronologia
bíblica e histórica. A partir das informações reunidas, preparei uma tabela
que mostra que Ramsés foi contemporâneo de Roboão, o rei israelita que
sucedeu Salomão. Assim, a construção de Abu Simbel provavelmente
começou cerca de 30 a 35 anos depois de o Templo de Salomão ter icado
pronto. Ramsés II foi identi icado na cronologia como o faraó Shishak, que
invadiu Jerusalém durante o reinado de Roboão, ilho de Salomão, cerca de
25 anos depois de o Templo icar pronto. Shishak/Ramsés, o Grande,
subjugou Jerusalém e levou embora grande quantidade de ouro e prata
em pagamento por não arrasar a cidade por completo. Essa triunfante
aventura de Ramsés II está registrada em painéis nas paredes de Abu
Simbel.
A fachada inteira de Abu Simbel está orientada para o lado leste. Coitado
no lado do morro ica o pórtico de entrada do templo. O pórtico é
lanqueado em ambos os lados por duas estátuas maciças do faraó e sua
rainha. Em cima da porta ica a estátua em forma de cabeça de falcão de
Ra Harakht, completada com o disco do Sol em sua cabeça. Isso não
surpreende, pois esse Templo era supostamente dedicado em parte ao
deus-Sol, Amon-Rá, e retratava o que era chamado de milagre do Sol.
Embora o templo tenha cerca de 125 pés (39 metros) de largura por 210
pés (65 metros) de comprimento, o pequeno pórtico não corresponde à
magni icência do interior. De fato, o pórtico parece inadequadamente
pequeno em comparação com o tamanho das estátuas que o lanqueiam e
com a dimensão da caverna com suas maciças colunas de apoio. Mas o
pórtico é deliberadamente pequeno pois tem uma finalidade prática.
Assim que deixei a escuridão do saguão e emergi para o brilho da luz solar
externa, percebi uma cadeia de montanhas rasa no horizonte distante, no
lado oposto ao Rio Nilo - Lago Nasser. Havia um claro caminho para a luz
do Sol nascente percorrer até o Templo. Do local onde iquei em pé, na
frente do Templo, o topo das montanhas no horizonte parecia mais baixo
que o pórtico de entrada. Em conseqüência, pensei, a luz seria derramada
por sobre as montanhas entre o pórtico e o Santo dos Santos atrás da
câmara interna. Retornei ao Templo e, para grande espanto dos outros
visitantes, ajoelhei e olhei ao longo do comprimento do piso de pedra. Sem
dúvida, o Templo tinha uma ligeira inclinação desde o pórtico na fachada
até o Santo dos Santos, para otimizar o alinhamento. Essa inclinação, muito
suave, era praticamente impossível de perceber quando se caminhava na
parte interna.
CAPÍTULO 7
O Conhecimento Sagrado Ressurge
Antigo Testamento
A Vesica e o desenho
Para começar, o desenho básico do Templo foi facilmente resolvido. Uma
antiga ilustração dos idos de 1920 deu uma dica e, depois, uma cópia da
planta de um arquiteto con irmou que o comprimento e a largura da sala
baseavam-se em três círculos, cada qual com 40 pés de diâmetro em forma
de Vesica Piscis.
Isso rapidamente levou à solução do quebra-cabeça a respeito do desenho no
degrau da porta da frente. Também provava ser derivado da Vesica Piscis.O
símbolo do degrau da porta da frente
Círculos de vesicas e metade do raio
O zodíaco
O zodíaco que se destaca no teto mostrou ter um alinhamento interessante,
que serve para dois propósitos. Primeiro, é o alinhamento da constelação
de Áries que ica diretamente na frente da cadeira do Mestre, o trono do
rei Salomão. Isso é claramente um registro indicativo da época na qual os
eventos em torno dele ocorreram.
4. Foi visto como o número mais puro, sendo tanto o produto como a soma
dos três primeiros, isto é, l + 2 + 3 = 6 e l x 2 x 3 = 6 .
Há muitos anos esse número 666 tem sido associado ao Demônio. Essa
associação tem suas origens no Livro de Apocalipse [em inglês: Book of
Revelation, Livro da Revelação] em que o número 666 é mencionado como
o número da besta. Lemos no texto do Livro de Apocalipse:
Apocalipse 13,18
Esdras 2,3
O peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano era de seiscentos e sessenta
e seis talentos de ouro.
1 Reis 10,14
Ouro naquela época, em parte por causa da cor, também simbolizava o Sol.
Assim, temos duas referências simbólicas ao Sol em uma única passagem
do Antigo Testamento: ouro e o número 6 x 6 x 6 = 216(0).
Procurando Pitágoras
As conexões do Templo não paravam no número seis. Em volta das
paredes há uma sanefa, detrás da qual é emitida uma sutil iluminação
difusa. A sanefa é decorada com lorzinhas de nove pétalas. Da conexão
com Pitágoras, trata-se de um símbolo do homem. Sabendo que o
ensinamento de Pitágoras era um elemento da vida maçônica no começo
do século XX, achei que deveriam existir mais dessas indicações. Em
particular, procurei por evidências de dois outros números: o oito e o dez.
"G" de Geometria
Quando olha pela primeira vez para esse desenho, alguém pode facilmente
chegar à conclusão de que se trata de uma representação simbólica em
que o Grande Geômetra do Universo está no centro de toda criação, de
onde lui toda bondade, e que os losangos são setas decorativas, ligando
nosso mundo material (o piso mencionado antes) ao grande desenho. Mas
existem outras possibilidades:
1. Existem oito losangos. O número oito era aquele que eu procurava, pois
na iloso ia de Pitágoras simbolizava o cubo sagrado. O cubo sagrado
simbolizava o mundo. Os Cavaleiros Templários são conhecidos por terem
cultuado o número oito e sua conexão com o Santo Sepulcro, onde, de
acordo com a tradição, Cristo foi enterrado. Na época dos Cavaleiros
Templários, a doutrina cristã referia-se a Cristo como "a luz do mundo".
Além disso, na Cidade Santa Islâmica de Meca, o artefato fundamental de
veneração e adoração é um cubo: a Kaaba.
Considere mais uma vez a fotografia dos círculos ao lado. Existem oito desses
losangos. Assim o deslocamento angular entre eles é de 45 graus (360/8=45).
Os losangos não começam no eixo vertical ou horizontal. Eles estão
deslocados 22,5 graus. Isso corresponde ao ângulo nominal de inclinação do
eixo da Terra. Então, pode ser que os losangos signifiquem os oito principais
pontos no horizonte que teriam sido mais importantes para os nossos Irmãos
antigos: o Norte, o Sul, os horizontes no Ocidente e no Oriente na hora dos
equinócios e solstícios, o que hoje em dia chamamos de trópicos e equador.
Além disso, eles poderiam significar que a posição angular relativa ao sul, de
quando o Sol está em seu meridiano, seria a mesma de quando o Sol nasce no
horizonte no leste, como o mesmo está para a posição angular relativa ao sul
de quando o mesmo se põe no horizonte ocidental.
Quando o Sol nasce no leste... quando o Sol se põe no oeste... A Terra gira
constantemente sobre seu eixo em sua órbita em torno do Sol...
Aí barras verticais pontudas têm o mesmo desenho do obelisco clássico. Além
disso, o centro do sacerdócio científico do Egito Antigo supostamente ficava
em Heliópolis, perto de Gizé. Existiam dois obeliscos nesse local que mais tarde
foram levados para Alexandria pelos romanos. Um deles foi desmontado no
século XIX e agora está nas margens do Rio Tâmisa, em Londres. É conhecido
como a Agulha de Cleópatra. A instalação no aterro, aparentemente, foi
realizada com uma cerimônia maçônica completa.
Com o maior dos dois círculos no centro do piso, com raio de 1,5 côvado,
um círculo é desenhado e um pentágono construído dentro dele. Um
segundo círculo é então desenhado, com diâmetro de 1,5 côvado também,
de modo a tocar a linha básica do pentágono nos pontos A e B. Mais um
pentágono é então construído como espelho do primeiro. A conexão dos
dois pentágonos, como mostra o diagrama a seguir, produz o mesmo
símbolo dos losangos no centro dos círculos. Tendo em mente que existe
muito mais geometria associada ao Templo, parece altamente provável que
essa solução geométrica, novamente baseada no número cinco, seja
particularmente adequada. Mas existe uma pequena variação. Dois lados
de um pentágono não fornecem um ângulo interno de 90 graus. Porém,
nada disto passou despercebido, como veremos.
O diagrama acima mostra o desenho oculto contraposto no piso do Templo
Maçônico de Brighton. Mas isso não é tudo. Novamente temos de volta os
dois círculos.
O Esquadro e o Compasso
A origem do emblema maçônico do Esquadro e do Compasso tem sido
assunto de debate na Maçonaria por muitos anos. Existiram até mesmo
sugestões de que o símbolo se originou na China há milhares de anos.
(...) não vai escrever esses segredos, nem esculpir, marcar ou de outra
maneira delineá-los em coisa alguma(...) de modo que os segredos de um
maçom possam ser inadvertidamente revelados.
Agora podemos criar dois círculos em Vesica Piscis, cada sentando 40 pés
de diâmetro ou 20 pés de raio.
Porém, deveria ser para uma razão de 1. Temos uma razão de 20.
Conclusão
f) A apresentação de um pentagrama.
CAPÍTULO 8
AS Coisas Podem não Ser como Nos Ensinaram
Aviso:
Escavações em Çatal Hõyük, na moderna Turquia, mostram evidências de
uma comunidade muito avançada que vivia em uma forma primitiva de
blocos de aposentos em vários andares rasos. Çatal Hõyük foi descoberta
nos anos de 1950, e acredita-se que tenha sido fundada entre 7 mil e 8 mil
AEC, cerca de 4 mil a 5 mil anos antes do desenvolvimento do Egito Antigo.
Alguns arqueólogos consideram Çatal Höyük como a primeira cidade, a
partir da qual nossa civilização ocidental se originou. Os habitantes
mantinham animais domesticados, produziam colheitas selecionadas,
moíam uma espécie de trigo primitivo em farinha, tinham acomodações
escrupulosamente limpas forradas com reboco ornamentado, o qual era
substituído aproximadamente a cada seis meses. Também se acredita que
o culto religioso da Deusa Mãe, como símbolo de vida e fertilidade, pode até
ter começado nessa área. Por razões que ainda permanecem obscuras, a
comunidade como um todo parece ter desertado de sua organização
coletiva relativamente segura e protegida. Para onde eles foram também
continua um mistério.
Nos últimos dias da cultura minoica, é altamente provável que alguns dos
navios que visitavam Cnossos pertenciam e eram operados por um grupo
de comerciantes que depois se tornaram conhecidos como fenícios.
Estabelecidos ao longo de uma estreita faixa de terra, que hoje em dia
forma parte do Líbano, a Fenícia na realidade era um grupo de cidades-
estados individuais que operavam em alianças umas com as outras. Uma
dessas cidades-estados era Biblos, conhecida por nós como Tiro - domínio
de Hirão, rei de Tiro, que estava ligado à construção do primeiro Templo
de Jerusalém.
As pragas do Egito
De acordo com o livro de Êxodo do Antigo Testamento, uma série de
pragas castigou o Egito durante o período em que Moisés procurava
liderar seu povo para fora daquele país. Em séculos recentes, essas pragas
foram apresentadas pelas instituições religiosas como milagres que
castigaram os egípcios em apoio aos israelitas, pela divindade deles, para
ajudá-los a escapar do cativeiro. Essas pragas incluíram escuridão caindo
sobre a terra, o Rio Nilo parecendo virar sangue, pragas de rãs, moscas e
gafanhotos, e terríveis chagas e bolhas flagelando o povo que vivia ao longo
das margens dessa importante fonte de vida. Esses castigos agora podem
ser explicados como uma série de eventos naturais, um sendo in luenciado
pelo outro, um determinando as circunstâncias a partir das quais o outro
foi capaz de se desenvolver.
Uma teoria a irma que a escuridão foi causada por cinza vulcânica, talvez a
partir da erupção da Ilha de Santorini. A erupção é conhecida por ter sido
extremamente violenta, explodindo a ilha e lançando poeira e detritos
vulcânicos por várias milhas na atmosfera. Essa poeira e esses detritos
inalmente circularam em volta do mundo pela atmosfera, causando
problemas climáticos em toda parte. Em particular, deve ter criado um
manto escuro na região geográ ica próxima da erupção, ofuscando a
intensidade do Sol, o que deve ter causado queda na temperatura. Nessa
mesma época, deve ter ocorrido a poluição no Rio Nilo por causa da cinza
vulcânica que caiu. A poluição teria matado os peixes, o que por sua vez
teria poluído ainda mais o rio. As rãs teriam fugido do rio para escapar da
poluição, mas, como já haviam sido infectadas, elas morreram na terra.
Isso, junto com os peixes mortos deixados ao longo das margens do rio,
poderia ter criado as condições para um grande aumento de moscas e
piolhos que transmitiram doenças para o gado. Isso fez o gado morrer.
Com o rio tão poluído, o resultado seria água não potável. Então, como está
registrado em Êxodo 7,24, os egípcios cavaram buracos, provavelmente
poços, para ter acesso à água potável. Aqueles que beberam a água
poluída do Rio Nilo acabaram com chagas e bolhas pelo corpo, tendo em
vista que as bactérias contaminaram a corrente sangüínea.
Na verdade, existem evidências de que eventos similares ocorreram em
tempos mais recentes. Um documentário da TV BBC a respeito de Moisés
relatou um incidente que ocorreu em 1999, em New Burn, na Carolina do
Norte, nos Estados Unidos. O Rio Neuse icou com uma cor vermelha, como
se estivesse tingido com sangue. Moradores do local notaram bolhas
aparecendo na pele, exatamente como a Bíblia relata que aconteceu no
Egito cerca de 3.500 anos antes. A causa do incidente na Carolina do Norte
foi descoberta como sendo a mutação de um microrganismo chamado
p iesteria, que por sua vez fora afetado pela poluição de uma fazenda de
porcos.
Dessa maneira, essa história tem sido apresentada por centenas de anos,
com essa sugestão moral para incentivar a vida casta e honesta dentro da
sociedade em que vivemos, com receio de que a divindade possa promover
a sua vingança em qualquer comunidade que se torne ruim e ímpia. Na
ausência de qualquer outra informação, essa história e o contexto no qual
tem sido usada serviram de bom propósito como lição de moral para as
gerações passadas.
Com base na análise cientí ica do evento, podemos ainda especular que
essa é a história de uma família que estava prestes a voltar e fugir para um
lugar mais alto quando o terremoto começou, levada pelo pai da família.
Alguém pode imaginar que, durante o pandemônio, Ló gritaria para sua
família, algo como: "Não parem e não tentem olhar para trás. Vamos embora
o mais rápido possível. Continuem andando. Só não parem para olhar para
trás, estamos contando cada segundo". E a mulher de Ló, porém,
provavelmente icou um pouco para trás da turma que fugia, hesitou e
olhou para trás para ver se alguém que ela conhecia, algum parente ou
amigo, também não estava fugindo. Mas ela se encontrava na borda do
terreno que estava sendo afetado pela liquefação. Ela deslizou lá dentro e
foi absorvida como se tivesse caído em um poço de areia movediça. Tendo
em vista que a cidade afundou no Mar Morto, ela também foi tragada junto.
Isso pode ser interpretado como uma referência à estátua de sal, como um
meio de dizer que ela foi absorvida pelo Mar Morto, seu corpo icou
incrustado e desintegrou pela alta concentração de sal nas águas. Imagine
também que, enquanto Ló e suas ilhas continuavam a fuga, o terremoto
permitiu que colunas de gás metano pegassem fogo, provocando um
incêndio, acompanhado do cheiro irritante da substância sulfúrica que
escapava, causando o fogo e liberando o enxofre. É fácil compreender
como esses eventos em seguida foram eternizados. Continuando a
especulação, vamos imaginar que, sem mais nada a não ser as roupas do
corpo, Ló e suas ilhas inalmente alcançaram outra cidade próxima; no
Livro de Gênesis ela se chama Zoar. Nela os fugitivos contaram suas
histórias e o destino da mulher de Ló. Não é di ícil imaginar como essa
narrativa se tornou um relato permanente, contado em volta das fogueiras
nos acampamentos dos beduínos, e como então passou de geração a
geração até ser escrita 2 mil anos depois do evento pelos escribas. É
totalmente compreensível que as pessoas de épocas posteriores tenham
tomado conhecimento do evento, mas, negando o conhecimento acumulado
que temos hoje à nossa disposição, tenham interpretado isso como um ato
de Deus e registrado o mesmo como tal, passando-o adiante para as
gerações futuras. Também podemos compreender a razão pela qual Ló foi
de inido como o "herói" da história, contra os excessos dos depravados das
duas cidades de Sodoma e Gomorra. E como "bom moço", no sentido da
firmeza moral, ele foi encorajado pela divindade a escapar.
O nome de Jesus
Quando aparecem referências a Jesus Cristo, muitos cristãos acham que
existiu uma pessoa, com o primeiro nome Jesus e o sobrenome de família
Cristo, que andou pela região de Israel e da Palestina há 2 mil anos. Eles
acreditam que ele era chamado assim como hoje, em nossa cultura, nos
referimos a alguém como William Smith - William seria seu primeiro nome
e Smith o sobrenome de família. Os Evangelhos do Antigo Testamento
foram originalmente escritos em grego. O nome Jesus é derivado do nome
grego Jesu, que podemos interpretar como Joshua. Em hebreu o nome
Joshua se tornou Yehoshua. A palavra Cristo parece ter vários signi icados
dependendo da fonte. É a interpretação em grego da palavra hebraica
para Messias, entendida como aquele que será coroado rei dos Judeus.
Durante visita ao Egito, fui informado de que a palavra signi ica aquele que
foi ungido. Essa de inição não está muito distante da interpretação
hebraica. Então, uma pessoa indicada como líder ou governante de um
grupo, investida de poderes específicos de autoridade em um processo que
pode ter exigido alguma cerimônia, onde essa pessoa selecionada era
ungida, como meio de outorga dessa autoridade, podia ser citada como o
Cristo. De fato, os monarcas da Inglaterra são ungidos, o que signi ica uma
forma de líder tribal, por meio do que é conhecido como Coroação. O
monarca é ungido com óleo, como parte do processo de outorga de
autoridade. Seguindo a lógica dessa conclusão, o processo de ungir é a
declaração de um monarca como Cristo. Assim, o uso do termo Jesus Cristo
é realmente uma versão abreviada da a irmação mais adequada de Jesus o
Cristo, ou Yehoshua - aquele que foi ungido para ter a autoridade de líder
tribal. Mas essa é apenas a de inição em nossa cultura. Há algumas
décadas soubemos que a pessoa à qual nos referimos como Jesus Cristo
teria sido conhecido, em sua própria época e cultura, como Yehoshua Ben
Joseph, Joshua ilho de José. Essa é uma revelação que muitos iéis ignoram,
mas que muitos teólogos e sacerdotes sabem há muitos anos. De fato, esse
é o conhecimento comum apresentado na Enciclopédia Católica.
... O Espírito Santo virá sobre você e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua
sombra.
O Novo Testamento, ao falar do ideal essênio, discute o caso de um homem
que "tinha uma virgem", cuja "paixão se tornou forte". Se isso acontecesse
durante o período de noivado, antes do primeiro casamento, e a paixão se
tornasse muito forte, e uma criança fosse concebida, então poderia ser dito
por um jogo de palavras que "uma Virgem concebeu". Legalmente a mulher
continuava Virgem, mas não isicamente. Seria exatamente como o caso de
um casal concebendo uma criança durante seu compromisso.
Voltando ao texto bíblico, ica então sugerido que Maria e José estavam
comprometidos um com o outro, que as paixões se tornaram muito fortes e
que ela engravidou antes da cerimônia de casamento inicial. O divórcio era
proibido após o segundo casamento, o que talvez explique porque, em
Lucas, José considera o divórcio. Como eles não haviam ainda feito a
cerimônia de casamento, então Maria continuava legalmente virgem, e
sendo assim, como foi observado antes, uma virgem concebeu. O
casamento, portanto, não havia ainda sido totalmente rati icado dentro dos
processos normalmente adotados pela comunidade devota da qual Maria
era membro. Por de inição, a legitimidade de uma criança concebida antes
do casamento inicial seria duvidosa, outro aspecto mencionado em Jesus
the Man.
Isso é desenvolvido no livro Jesus the Man, da dra. Barbara Thiering, mas
com uma diferença. Enquanto outros autores se basearam em materiais
especulativos e em evidências circunstanciais, a dra. Thiering deu um
passo a mais. Em uma cronologia detalhada de apoio às evidências no livro,
ela cita o evento a seguir, ocorrido na terça-feira, dia 6 de junho de 30 d.C,
com base no sistema de calendário juliano:
Eu com certeza cresci em uma época em que, por meio da doutrina e das
imagens da Igreja, fui incentivado a acreditar que Jesus não era casado,
sem falar de ter sido pai de quatro filhos.
O texto prossegue para indicar que a obra foi feita com a ajuda de muitos
estudiosos importantes dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha, do Canadá,
da Austrália, da Nova Zelândia, e de uma ampla variedade de
denominações, para preservar, de tendências sectárias, a tradução.
Pois Deus levou o povo em sentido contrário, pelo caminho do deserto ao Mar
Vermelho: e os filhos de Israel armados saíram da terra do Egito.
Assim, Deus fez o povo dar a volta pelo deserto, seguindo o caminho que leva
ao Mar Vermelho. Os israelitas saíram do Egito preparados para lutar.
O Mar de Juncos é uma área a leste do delta do Nilo, uma localização bem
diferente do Mar Vermelho. Além disso, existem aqueles que levantaram a
hipótese de que o Êxodo coincidiu com a erupção de um vulcão na Ilha
grega de Santorini por volta de 1650 AEC. Com base na cronologia
estabelecida, isso signi ica que o evento teria ocorrido cerca de cem anos
antes de Moisés ter nascido. O Santorini foi um evento cataclísmico, que
explodiu a ilha e causou maciços maremotos. A hipótese é que durante
esse evento, ou talvez depois, por causa de um terremoto na mesma área,
um tsunami se criou exatamente quando os israelitas alcançaram as
margens de um rio estreito na área do Mar de Juncos. As águas foram
dragadas à medida que o tsunami ganhava forças, abrindo caminho para
que os israelitas passassem O faraó continuou sua perseguição pelo
mesmo curso de água, exatamente na hora em que o tsunami retornou à
área, varrendo para longe o faraó e seus seguidores. O que de fato
aconteceu é que, no inal do século XX, as referências ao Mar Vermelho
[Red Sea] no livro de Êxodo mudaram em algumas edições da Bíblia, para
se tornarem Mar de Juncos [Reed Sea], Essa mudança inevitavelmente
signi ica que as futuras gerações provavelmente aprenderão essa nova
localização, ao contrário do cenário apresentado às gerações anteriores.
Conclusão
As descobertas arqueológicas, em particular nas terras em torno do Mar
Mediterrâneo, desde que começaram a ser escavadas em meados da Era
Vitoriana, junto com as inovações cientí icas e tecnológicas do século XX,
resultaram em um novo entendimento de certos eventos históricos em
comparação com as interpretações que existiam até o im da Era Vitoriana
quando a Maçonaria começou sua meteórica aceitação na sociedade. Muito
da literatura fundamental que existiu no século XX, relacionada à
Maçonaria e à sua história, baseava-se no entendimento e nas
interpretações de estudiosos da Era Vitoriana. A con iança nisso e sua
perpetuação como fonte de informações válidas, especialmente no que diz
respeito à re lexão do Antigo Testamento e de outras fontes bíblicas,
devem ser questionadas. O efeito de nossa interpretação de certos eventos
sagrados no dogma religioso também está aberto à discussão.
CAPÍTULO 9
Moisés Preparou as Fundações do Templo
Salomão construiu o Templo. Davi o desenhou. Mas foi Moisés quem
preparou as suas fundações.
Entretanto, existem ainda aspectos especí icos dessa jornada israelita que
parecem proporcionar a chave para algumas características do desenho
desse Templo. E eles começam com Moisés.
Para mim, parece óbvio que a construção de qualquer edi ício majestoso,
feito pelas civilizações de 3 mil a 4 mil anos atrás, re letiria as crenças
religiosas, a cultura, a tecnologia e o conhecimento que a comunidade que
empreendia a obra tinha na época. Basta apenas observar as cidades e os
municípios que formam a base de nossa própria cultura e civilização para
ver in luências periódicas. Existem estilos arquitetônicos, princípios de
construção, materiais e desenhos de fachadas que representam o registro
das in luências que a loravam na época da construção. Assim, encontramos
por toda a Europa o estilo gótico, que permeou a era de construção das
grandes catedrais no período de 350 anos, que começa por volta de 1100
EC; os estilos in luenciados pela Renascença, uma época de cerca de 200
anos, entre os séculos XV e XVI. Na Inglaterra, temos os períodos Tudor e
Elisabetano, que duraram aproximadamente 150 anos, também nos
séculos XV e XVI; e o período Georgiano, uma época de aproximadamente
200 anos. O que podemos ver em todos esses estilos é a in luência dos
atributos políticos, culturais e da moda pertinentes à época da construção.
São tantos os afazeres do homem que essas in luências raramente icam
em completo isolamento das inovações e das modas que transcendem
outros aspectos da vida.
A única informação que temos, para continuar a obter pistas sobre como o
era Templo, é uma combinação de detalhes registrados nas escritoras e
escavações arqueológicas dos lugares da mesma época e localização
geográ ica. O exame arqueológico em locais considerados de signi icado
histórico ou religioso só foi realizado há bem pouco tempo, cerca de 150
anos, desde meados do Período Vitoriano. Algumas imagens dos quadros
de desenhos maçônieos, usadas hoje em dia, tiveram suas origens há cerca
de dois séculos atrás, bem antes da era dos estudiosos que se baseiam em
arqueologia. Além disso, a reunião abrangente de fragmentos de
evidências arqueológicas de campo e a capacidade de chegar a conclusões
sustentáveis para os estilos de vida e as in luências de nossos antigos
ancestrais são noções relativamente novas, auxiliadas pela disponibilidade
do desenho, com ajuda do computador (CAD - Computer Aided Design), e
pela reconstrução visual que utiliza tecnologia gráfica computadorizada.
A civilização minoica
Os minoicos estabeleceram-se na Ilha mediterrânea de Creta. Palácios
como o de Cnossos, que os arqueólogos datam de cerca de 1.600 AEC,
foram construídos com madeira e pedra. Onde eram necessárias colunas
para suportar o telhado ou a entrada, exemplos remanescentes sugerem
que elas eram feitas de troncos de árvore que podiam ser facilmente
modelados, principalmente no topo, onde deveriam suportar as escoras do
teto ou a viga de madeira da porta. A aparência externa das construções
não era elaborada, mas a decoração interior revela habilidades bem
desenvolvidas dos artesãos da época, com imagens cuidadosamente
esculpidas e colocadas em um acabamento com reboco. A habilidade e o
conhecimento dos artesãos icam particularmente enfatizados pelo sistema
de drenagem. Existem evidências de que Cnossos tinha água potável
entrando de um lado do local e esgoto sendo levado para fora em dutos
separados do outro lado. Esses dutos eram cuidadosamente trabalhados
em pedra.
1 Reis 7,2
Os assírios
A cultura assíria se desenvolveu no local que atualmente circunda as áreas
fronteiriças do Sul da Turquia, Armênia, Síria e o Norte do Iraque. Os
arqueólogos estabeleceram que existiram assentamentos em vários locais,
desde a remota era de 5.000 AEC, com pelo menos três cidades principais
e sociedades complexas, que foram desenvolvidas por volta de 2.500 AEC.
Em vários estágios de seu desenvolvimento, a Assíria esteve envolvida em
con litos na região, algumas vezes sendo usurpada por outras nações ou
pegando territórios de seus vizinhos. A idade de ouro dos assírios durou
de 2.500 AEC a 1.400 AEC. Por volta de 1.400 AEC, a in luência da
civilização assíria entrou em declínio em conseqüência de uma série de
con litos com os armênios, de modo que, em torno de 1.000 AEC, cerca de
50 anos antes da construção do Templo de Jerusalém, a in luência assíria
na região era virtualmente inexistente. Em torno de 940 AEC, os assírios
novamente consolidaram sua influência territorial. Um novo império assírio
surgiu das cinzas do antigo e teve seu pico por volta de 200 anos depois de
o Templo ser construído. Foi um império que se estendeu de Chipre ao
Eufrates. Esse império declinou aproximadamente em 612 AEC, o que
ofereceu mais tarde a oportunidade para o surgimento da independência
babilônica, sob o comando do líder Nabopolassar. Tamanha era a força
independente dos babilônios nessa época, que foi o ilho de Nabopolassar,
Nebuchadnezzar [Nabucodonosor], quem comandou a invasão de
Jerusalém que destruiu o Templo em torno de 550 AEC.
O Antigo Testamento nota que existia uma associação amistosa entre o rei
Davi e Hirão, rei de Tiro, o que sugere que Tiro e o que atualmente
conhecemos como faixa costeira do Líbano formavam um país separado.
Na realidade, Tiro era uma das cidades-estados que se tornou conhecida
como colônia de comerciantes fenícios. Essas cidades-estados existiram, em
grande parte, em razão do patronato egípcio. Toda a região em torno da
inexperiente nação israelita era dominada pelos egípcios. Assim, parece
lógico que o estilo arquitetônico e o conhecimento técnico adotado pelos
hebreus se espelhassem intimamente nos dos egípcios.
E quem era o faraó que David Rohl identi ica como governante do Egito
nessa ocasião? Nenhum outro senão Akhenaton, o assim chamado faraó
herege, que aboliu a doutrina religiosa então praticada no Egito - o culto de
uma pletora de deuses, mas em particular o deus Amon substituiu-os por
uma religião monoteísta que trouxe de volta o culto de Aton, o deus-Sol.
Akhenaton, acredita-se que pai de Tutankhamon, construiu uma nova
capital dedicada ao deus-Sol - o Aton -, em Tell-el-Amama, nas margens do
Nilo. Embora a cidade tenha sido destruída logo após o im do reinado de
Akhenaton, pesquisas arqueológicas no local sugerem que certos prédios
importantes tinham orientação para acompanhar as várias progressões
solares.
Êxodo 1,7
Então subiu ao trono do Egito um novo rei, que nada sabia sobre José. Disse
ele ao seu povo: "Vejam! O povo israelita é agora numeroso e mais forte que
nós. Temos que agir com astúcia, para que não se tornem ainda mais
numerosos e, no caso de guerra, aliem-se aos nossos inimigos, lutem contra
nós e fujam do país". E puseram sobre eles maiorais de tributos, para os
afligirem com suas cargas.
Êxodo 1,8-10
Filo, ilósofo judeu que viveu depois de mil anos de o primeiro Templo de
Jerusalém ter sido construído, sugeriu que a educação de Moisés incluiu o
estudo de "aritmética, geometria, o saber do metro, ritmo e harmonia" .
Esses assuntos eram ensinados pelos adeptos egípcios, membros dos mais
altos níveis do sacerdócio. Além disso, Moisés aprendeu as línguas das
nações fronteiriças e a ciência da Caldeia dos corpos celestes, que
atualmente chamamos de Astronomia. A isso acrescentou-se a Astrologia,
uma habilidade altamente respeitada entre os sacerdotes do Egito. A
Astrologia era o processo de prever onde o Sol, a Lua e certas estrelas e
planetas estariam em determinados dias e horas. A partir dos resultados
astrológicos, in luências favoráveis ou desfavoráveis poderiam ser
previstas. É dessa ciência que temos as previsões astrológicas atuais, que
vemos regularmente em jornais e revistas. Embora algumas pessoas
possam zombar do conceito da Astrologia, devemos lembrar que ela
permaneceu a ciência dominante em relação aos movimentos planetários
até os séculos XVIII e XIX, quando a ciência mais especializada, Astronomia,
passou à frente. Aos caldeus também se atribui a determinação dos 12
segmentos ou os signos do zodíaco, junto com o entendimento do processo
de rotação e movimentação da Terra, conhecido como precessão. O que há
de interesse particular nos comentários de Filo, porém, é que Moisés
aparentemente aprendeu os conceitos daquilo que nos séculos XVIII, XIX e
XX ficou conhecido como as Ciências e Artes Liberais.
Filo também indica que Moisés recebeu dos sacerdotes do Egito o completo
entendimento dos "símbolos mostrados nas inscrições sagradas". Isso
sugere que existia um segredo de sabedoria que era transmitido pelas
escrituras, uma forma de alegoria, cujo signi icado icaria totalmente
obscuro e ignorado para aqueles que não tinham conhecimentos
relevantes; mas o signi icado ou a interpretação seriam claros para
aqueles que fossem iniciados no entendimento da mensagem contida no
simbolismo.
Cada uma das sardônicas [ônix na qual camadas brancas alternam com
sárdios; cornalinas amarelas e laranjas consideradas pedras preciosas]
declara para nós o Sol e a Lua; aquelas, digo, que estivavam na natureza dos
botões nos ombros dos mais altos sacerdotes.
Josephus era cidadão romano e também judeu. Ele escreveu o que está
acima há 2 mil anos. Isso sugere que ele tinha um conhecimento particular
do simbolismo oculto ligado aos rituais religiosos judeus. Isso levanta uma
questão interessante. Essa informação deve ter sido conhecida dos fariseus
e dos saduceus, membros seniores do sacerdócio judaico, há 2 mil anos. É
possível que o mesmo simbolismo tenha sido transferido para a religião
cristã quando esta foi formalizada?
Certo dia, sendo Moisés já adulto, foi ao lugar onde estavam seus irmãos
hebreus e descobriu como era pesado o trabalho que realizavam. Viu também
um egípcio espancar um dos hebreus. Correu o olhar por todos os lados e, não
vendo ninguém, matou o egípcio e o escondeu na areia.
Êxodo 2,11-12
Agora os egípcios, após terem sido preservados por Moisés, nutriam ódio por
ele e estavam muito ansiosos para conspirar seus desígnios contra ele, pois
suspeitavam que, se ele tivesse a ocasião, pelo seu bom sucesso, levantaria
uma sedição e traria inovações ao Egito; e disseram ao rei que ele deveria ser
morto. O rei também tinha intenções próprias com a mesma inalidade, e isso
da mesma forma por inveja de sua gloriosa expedição à frente de seu exército,
ainda que sem medo de ser abatido por ele e instigado pelos escribas
sagrados, ele estava pronto para mandar matar Moisés; mas como este
tomou conhecimento de todos os complôs que existiam contra ele, fugiu em
segredo; e como as estradas públicas estavam vigiadas, ele empreendeu sua
fuga pelos desertos e por onde seus inimigos não poderiam suspeitar que ele
fosse viajar (...)
Estima-se que o Êxodo tenha ocorrido por volta de 1.400 AEC, cerca de
480 anos antes da construção do primeiro Templo de Jerusalém.
Moisés pastoreava o rebanho de seu sogro Jetro [Raguel], que era sacerdote
de Midiã. Um dia levou o rebanho para o outro lado do deserto e chegou a
Horebe, o Monte de Deus.
Por meio dos dois versículos anteriores, após vários capítulos, descobrimos
que Moisés levou o povo a um lugar que ele conheceu quando cuidava de
ovelhas. Parece altamente provável, portanto, que, com todo o murmúrio a
respeito da falta de água, ele os tenha levado a um lugar que conhecia,
onde possivelmente poderia existir água, uma fonte natural. Era
justamente o tipo de lugar que seu sogro, Raguel, buscaria se quisesse
encontrar Moisés, caso o estivesse procurando.
Tendo conduzido seu povo para longe das garras de um país e de uma
administração que foram seus opressores por várias gerações, Moisés
enfrentaria novas e desa iadoras di iculdades diariamente. Seu
treinamento e experiência como príncipe, funcionário do governo e
comandante do exército, teriam-lhe fornecido conhecimento, tenacidade,
habilidade, determinação e intrepidez, qualidades exigidas do rei não
coroado.
Moisés aceitou o conselho do sogro e fez tudo como ele tinha sugerido.
Êxodo 18,24
Só podemos especular que Raguel ajudou Moisés, pois foi somente depois
que uma estrutura de administração adequada e de justiça e autoridades
delegadas foram implantadas que Raguel voltou para casa.
Finalmente, Moisés conduziu seu povo para a área que conhecemos como
Palestina e, embora tenha visto a terra de seus sucessores, jamais colocou
os pés nela, morrendo nesse importante momento da história. Com base
nas citações bíblicas, Moisés (ou Mousos) tinha 120 anos quando morreu.
Moisés foi educado com toda a sabedoria dos egípcios e veio a ser poderoso
em palavras e obras.
Atos 7,22
A Arca da Aliança
Depois de entregar os Mandamentos, Moisés deu instruções para a
construção da Arca da Aliança, cujo desenho, o Antigo Testamento registra,
também foi transmitido a Moisés por Yahweh no Monte Sinai.
O conceito da Arca provavelmente não era novo para Moisés. O mesmo tipo
de dispositivo, quer dizer, uma caixa ornamentada carregada em varais,
era um item absolutamente trivial usado no Egito pelo faraó. Com relação a
isso, então, Moisés estava seguindo uma idéia já vista durante sua ligação
com a casa real do Egito, que ele uma vez havia desfrutado, sendo educado
como príncipe.
A Arca foi descrita como uma estranha geringonça. Tão estranha, de fato,
que ela e seu uso têm sido assunto de considerável especulação. Entre as
teorias mais extremas, existe a idéia de que esse dispositivo servia para
comunicação com nossos antepassados alienígenas, que icavam sentados
no espaço observando o desenvolvimento das espécies que eles criaram e
enviando mensagens por intermédio de querubins localizados no Trono de
Misericórdia (Note que na versão King James do Antigo Testamento isso
também é chamado de Trono de Misericórdia. Porém, a mesma é a tampa
[o propiciatório], usando a tradução moderna re letida na Nova Versão
Internacional.) Mais uma vez, apesar da especulação, a conclusão é que
durante o período após o Êxodo, e até a construção do Templo, a Arca
representava o objeto da mais alta veneração dos utensílios religiosos. Lá
dentro foram depositados em vários intervalos de tempo:
A Arca foi então recoberta com ouro puro, tanto por dentro como por fora,
e decorada com modelagem de ouro. Duas argolas de ouro depois foram
acrescentadas de cada lado, provavelmente nos cantos ou perto para
ajudar na estabilidade durante o transporte, quatro argolas ao todo. Duas
varas de madeira acácia, também recobertas de ouro, foram inseridas nas
argolas com a instrução de que elas jamais poderiam ser retiradas das
argolas. O comprimento dos varais era de cerca de 20 côvados.
A Arca, então, era um objeto altamente venerado. Mas, como nos contaram,
tinha outro atributo. Acreditava-se que ela tivesse desenvolvido poderes
místicos e perceptivos. Usados de maneira discriminatória, esses poderes
tinham força su iciente para matar aqueles que se aproximassem ou a
tocassem sem autorização, ou que estivessem envolvidos em atos
desagradáveis. É interessante observar que, com algumas poucas
exceções, que podem ser explicadas de outra maneira, o poder da Arca
ferir as pessoas parece que só era possível na presença de Moisés. Ao que
parece, a Arca era tão venerada que foi até mesmo carregada para uma
batalha como um tipo de mascote de proteção. Em uma primeira fase, para
decepção dos israelitas, ela foi capturada pelos ilisteus, que depois a
devolveram quando começaram a experimentar a magia cruel do
dispositivo. A Arca, pelo que foi sugerido, era uma ferramenta que Moisés
usava periodicamente para garantir a adesão à sua liderança e aos valores
que ele defendia por meio dos Mandamentos escritos nas tábuas, e para
criar um clima de temor e respeito. Alguém poderia entender que as
vítimas da Arca eram usadas como exemplo no controle das ações de seus
seguidores. Essa mesma estratégia de controle foi usada na Primeira
Guerra Mundial pelos generais britânicos. Os registros mostram que
alguns homens, fuzilados ao amanhecer por suposta covardia, infração de
regras do exército ou de ordens durante o enfrentamento com o inimigo,
não eram citados na audiência da Corte Marcial por terem cometido
alguma falta disciplinar grave, mas porque eram "usados como exemplo".
Eram fuzilados por um esquadrão de seus próprios compatriotas no
esforço de gerar medo nas tropas para mantê-las na linha.
Porém havia ainda algo mais a respeito da Arca do que aquilo que icava
imediatamente óbvio.
Encheu-os de habilidade(...) toda obra de mestre, até a mais engenhosa(...)
sim, toda sorte de obra
A todos esses deu capacidade para realizar todo tipo de obra como
artesãos(...) Eram capazes de projetar e executar qualquer trabalho
artesanal.
O que então poderia existir nessa caixa de madeira incrustada de ouro que
exigiria astúcia ou esperteza? Vamos falar disso no devido momento.
1,5 + 1,5 + 1,5 + 1,5 = 6, um número altamente respeitado que signi ica
harmonia. As escrituras também dizem que os céus e o mundo foram
criados em seis dias.
12 x 2,5 = 30, que se relaciona com as fases da Lua. As datas dos festivais
religiosos eram ditadas pelo calendário lunar, e algumas, como a Páscoa,
continuam a ser.
E há mais ainda. O comprimento total dos lados das duas pontas dividido
pelo comprimento de um lado da ponta:
É claro, uma linha diagonal desenhada entre dois cantos das pontas dos
lados vai dar um ângulo de 45 graus, enquanto a linha diagonal desenhada
pela face do comprimento vai dar ângulos muito próximos de 30 graus e
60 graus.
Por causa de seu relacionamento com valor de Fi, 1,6, a área do lado do
comprimento da caixa é uma representação visual da Proporção Divina
conforme expressa como a razão de cada uma das pontas.
Cerca de 500 anos depois de a Arca ser projetada e construída por Bezalel
e Oolibá, o primeiro Templo de Jerusalém foi edi icado. Na consagração do
Templo, a Arca foi levada para dentro dele e lá instalada. Depois disso, ela
não desempenhou mais nenhum papel na história dos israelitas.
A história diz que a rainha de Sabá visitou o rei Salomão para aprender
mais a respeito de sua sabedoria e para ver o Templo. Durante a estadia
dela em Jerusalém, um grande caso de amor aconteceu entre eles. Quando
a rainha de Sabá voltou para a Etiópia, ela deu à luz uma criança, ilho de
Salomão, chamado Menelik. O ilho de Salomão foi criado por sua mãe na
Etiópia, mas, depois, perto da idade adulta, visitou seu pai em Jerusalém.
No final dessa visita, Menelik supostamente voltou para a Etiópia, levando a
Arca da Aliança com ele. Considera-se que esse suposto roubo da Arca foi
instigado por Azarius, ilho do sumo sacerdote de Israel. A tradição
também diz que a Arca permanece em Axum, a antiga capital da Etiópia,
até os dias atuais.
O Tabernáculo
A Arca da Aliança, com seu simbolismo oculto de sabedoria antiga, icava
instalada em uma tenda conhecida como o Tabernáculo. Existem
consideráveis detalhes a respeito do Tabernáculo em Êxodo, e a partir
desses detalhes podemos identificar certas características.
Essas duas referências parecem indicar que a tenda era montada para
corresponder aos quatro pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. Essa
orientação signi icaria claramente que a primeira luz do dia, a luz do Sol,
penetraria o comprimento do Tabernáculo, provavelmente alcançando a
Arca, na única hora que fazia isso todo dia. Êxodo 38,13 afirma:
Dessa vez parece haver outro fator oculto. Nós já sabemos que o pátio em
torno da tenda tem dimensões de cem côvados ao longo das bordas norte e
sul, e 50 nas partes leste e oeste. Nós já sabemos que existiam 20 estacas
de apoio marcando os limites dos lados mais compridos, por isso dez além
dos lados mais curtos. Com o comprimento de cem côvados e 20 estacas
para suportar as cortinas, isso signi ica que as cortinas tinham cinco
côvados de comprimento cada uma. Também signi ica que havia um total
de 60 estacas. Assim, temos:
Também existe uma conexão entre 20, 4 e 15. A Terra gira 15 graus em
torno de seu eixo naquilo que atualmente chamamos de hora, e 24 divisões
de 15 graus = 360 graus, uma rotação completa.
Tínhamos agüentado dirigir três horas pelo deserto, altas horas da noite
adentro. Sacudidos por estradas esburacadas e cobertas de areia,
estávamos cansados, mas cheios de animação e esperança.
Era uma noite maravilhosamente limpa. A Lua estava alta no céu, apenas
dois dias depois de icar cheia. A luz branca re letida nas areias do deserto
ao nosso redor criava uma fraca luminescência de fundo. Na retaguarda do
mosteiro havia a sombra escura da montanha, com a silhueta de seu topo
recortada no céu. De algum lugar no vale, escondido atrás de um
afloramento de rochas, ouvia-se o som de camelos blaterando e as vozes de
pastores incitando seus animais de carga.
Nosso guia nos informou que esse era o ponto mais distante que os
camelos podiam chegar. Dali em diante, o resto da subida, demorava cerca
de mais uma hora, tendo de ser feita a pé. Isso signi icou subir quase 700
degraus de pedra, preparados mil anos antes, pelos monges ligados ao
mosteiro. Não eram degraus do tipo que encontramos em modernos
prédios ocidentais, projetados e construídos de acordo com padrões de
construção cuidadosamente elaborados, com largura, altura e
profundidade regulados. Aqueles eram degraus de alturas que variavam
da largura da mão à altura do joelho, feitos de peças de pedras
depositadas umas sobre as outras. Eram blocos arredondados encaixados
na posição por peças de pedras menores. Cada degrau era torto e
irregular. Não era uma subida fácil. Eu subia uns 30 degraus de uma vez e
então desabava ofegante sobre a pedra em frente, buscando recuperar o
fôlego e descansar as pernas antes de castigá-las novamente. Meu único
consolo é que eu não era o único. Os outros membros da nossa turma
estavam sofrendo a mesma tortura. Finalmente, chegamos ao último
degrau. Tínhamos conseguido. Estávamos no topo. Achei uma laje
pedregosa e sentei, feliz pelo sucesso de chegar ali, embora com o
sentimento de exaustão. O suor quente que me ensopou durante a
escalada agora icara gelado com o ar da manhã que nos picava com
rajadas repentinas. A Lua continuava a lançar sua aura brilhante sobre
nós.
Conclusão
Parece claro que quem quer que Moisés/Mousos tenha sido, como príncipe
egípcio, ele foi educado no conhecimento e na sabedoria antiga, retidos
pelos sacerdotes do Egito. Esse conhecimento incluía informações a
respeito do mundo natural, do macrocosmo, inclusive dos céus, do Sol e da
Lua. Também está claro que ele precisou criar um conjunto de regras de
comportamento civilizado para que a multidão que en im o seguiu pelo
Sinai pudesse usar como base de sua sociedade. Além disso, ele evocou seu
conhecimento do macrocosmo como lhe ensinaram, e incluiu elementos do
mesmo nos rituais e utensílios religiosos que criou. Isso sem dúvida incluiu
a educação de novos sacerdotes no signi icado simbólico oculto de certos
personagens das escrituras. Ele fez tudo isso como parte do processo de
moldar uma plebe discrepante no corpo coesivo de uma nova nação.
Todo esse processo pode ser visto claramente como um assunto delicado,
pois Josephus comenta que Samuel estava su icientemente preocupado,
pois, se fosse descoberto, poderia ser assassinado por Saul tanto em
público quanto por meios mais privados.
Jessé mandou chamá-lo e ele veio. Ele era ruivo, de belos olhos e boa
aparência.
1 Samuel 16,13
(...) Então ele [Samuel] sentou-se para comemorar e colocou o jovem sob ele...
após o que ele pegou o óleo na presença de Davi, e o ungiu, e cochichou em
sua orelha...
Inicialmente tudo estava bem, mas Saul icou com inveja de Davi,
especialmente depois deste matar Golias, e começou a tramar a morte dele.
Davi esquivou-se tão bem do esquema de Saul que chegou mesmo a se
casar com Mical, ilha de Saul. Porém, a situação entre os dois homens se
deteriorou, e logo Saul retomou seus esforços para eliminar o carismático
Davi. Felizmente, Davi tinha um bom amigo na pessoa de Jônatas, um dos
ilhos de Saul, que o avisou das intenções de seu pai, e com a ajuda de
Mical, inalmente ele escapou para o deserto. Vários outros desafetos
também foram embora junto com Davi, de modo que o Antigo Testamento
registra, em Samuel, que eles formavam um forte grupo de 600 indivíduos.
Então Davi e seus soldados, que eram cerca de 600, partiram de Queila, e
ficaram andando sem direção definida (...)
1 Samuel 23,13
Quando Davi estava em Horesa, no deserto de Zife, soube que Saul tinha saído
para matá-lo.
E Jônatas, ilho de Saul, foi falar com ele, em Horesa, e o ajudou a encontrar
forças em Deus.
"Não tenha medo", disse ele, "meu pai não porá as mãos em você. Você será
rei de Israel, e eu lhe serei o segundo em comando. Até meu pai sabe disso".
Os dois izeram um acordo perante o Senhor. Então, Jônatas foi para casa,
mas Davi ficou em Horesa.
Saul claramente tratava David como um "ninguém" e casou sua ilha Mical,
mulher de Davi, com outra pessoa: Palti, ilho de Laís. Entretanto, Davi
tinha uma admiradora de nome Abigail que lhe fornecia mantimentos. Tal
era a devoção dela que se casaram.
Então Saul ordenou ao seu escudeiro: "Tire sua espada e mate-me com ela,
senão sofrerei a vergonha de cair nas mãos desses incircuncisos".
Mas seu escudeiro estava apavorado e não quis fazê- lo. Saul, então, pegou
sua própria espada e jogou-se sobre ela.
1 Samuel 31,4
2 Samuel 5,3
O uso da palavra acordo indicava que Davi deveria concordar com atender
a certas obrigações de inidas pelas autoridades antes que a realeza fosse
a inal concedida. Essa obrigação pode muito bem ter incluído algum tipo de
juramento de idelidade. Isso indica que havia um grupo de autoridades
que continuava mantendo influência total sobre os negócios da nação.
O Monitor Secreto
Nos livros de Samuel, a amizade entre Davi e Jônatas, ilho de Saul, é
indiscutível. Jônatas parece saber do destino inal de Davi e é mais leal a
Davi do que ao seu próprio pai.
Ele [o dr. David Rohl] foi muito corajoso ao de inir um novo e revolucionário
modelo histórico para o exame crítico de seus colegas. Creio que eles estarão
preparados para enfrentar esse desa io com o verdadeiro espírito do debate
vigoroso e de mente aberta.
O dr. Rohl refere-se aos calendários derivados de sua obra como The New
Chronology [A Nova Cronologia]. Então foi esse o termo que eu usei.
David Rohl indica que existem certos elementos dos textos traduzidos das
tábuas de barro, encontradas em Tel-el-Amarna, que permitem a
identi icação de Saul e Davi. Em poucas palavras, nas tábuas de barro, é
feita referência ao Habiru. Estes são identi icados como os seguidores
prescritos de Davi, e, portanto, liderados por Davi enquanto este estava no
exílio e fugia de Saul. Existem também algumas cartas escritas diretamente
aos cuidados do faraó, de uma pessoa conhecida como Homem Leão.
Depois ele é chamado de Labayu, que posteriormente foi identi icado como
Saul. Incrivelmente, em uma carta de Labayu (Saul) ao faraó, conhecida
simplesmente como tábua EA254, David Rohl observa que o ilho de
Labayu estivera "implicado nas atividades do Habiru". O Habiru foi
identi icado anteriormente como Davi e seu bando de prescritos quando
eles estavam vivendo no exílio e se mantinham afastados de Saul. O " ilho"
mencionado é provavelmente uma referência a Jônatas e ao conluio deste
com Davi.
Como podemos ver, a janela de tempo alocada para o Êxodo varia por um
período de cerca de 200 anos. Isso é crítico, pois o texto bíblico em relação
à construção do Templo de Jerusalém cita intervalos de tempo relativos ao
Êxodo. Por exemplo, 1 Reis 6,1 afirma que a construção do templo começou
no quarto ano do reinado de Salomão e 480 anos após o Êxodo. Em outras
palavras, se pegarmos os intervalos de tempo como afirmados literalmente,
então o reinado de Salomão começou 476 anos depois do Êxodo. Com base
nos calendários mostrados na tabela, o Templo teria sido construído em
algum momento entre 974 e 775 AEC. Essa é uma variação enorme em
comparação com a data aceita, em tomo de 950 a 960 AEC.
Foi depois de sua posse como rei que Davi decidiu trazer a Arca da Aliança
para fora do armazenamento. Também pela primeira vez somos
apresentados a Hirão, rei de Tiro.
Vamos trazer de volta a arca de nosso Deus, pois não nos importamos com
ela durante o reinado de Saul.
1 Crônicas 13,3
Aarão: Irmão mais velho e porta-voz inicial de Moisés(...) Foi o primeiro sumo
sacerdote de Israel. O sacerdócio aarônico (sacerdotes da tribo de Levi) foi
assim chamado por causa dele.
Então Davi deu a seu ilho Salomão a planta do pórtico do Templo, dos seus
edifícios, dos depósitos, dos andares superiores(...)
1 Crônicas 28,11
Disse Davi a Salomão: "Tudo isso a mão do Senhor me deu por escrito, e ele
me deu entendimento para executar todos esses projetos".
1 Crônicas 28,19
Essa expressão "entendimento para executar todos esses projetos" é digna
de nota pois indica que ele entendia os elementos de arquitetura, os
conceitos e a geometria para a de inição do Templo. Há referência
especí ica ao pórtico e aos andares superiores, o que implica que existia
algo especial no desenho deles.
A Shekiná
Na versão King James do Antigo Testamento existe uma referência a
Shekiná. A palavra aparece no livro de Êxodo por volta do tempo em que o
Tabernáculo estava sendo construído e posicionado. Mas o que era a
Shekiná?
Uma palavra Caldeia que signi ica lugar de descanso(...) usada pelos judeus
posteriores para designar o símbolo visível da presença de Deus no
Tabernáculo, e mais tarde no Templo de Salomão(...) E provável que depois da
entrada em Canaã essa nuvem de glória tenha pairado sobre a Arca da
Aliança no local mais sagrado. Não temos nenhuma referência especial a ela
até a consagração do Templo por Salomão quando a mesma encheu todo o
edi ício de glória, de modo que os sacerdotes não puderam icar para o
o ício(...) Provavelmente permaneceu no primeiro templo no Santo dos
Santos como símbolo da presença de Jeová durante todo o período em que o
templo existiu. Posteriormente, desapareceu.
Conclusão
Na juventude, Davi indubitavelmente esteve ciente da in luência do Sol na
cultura egípcia por meio daquilo que icou conhecido como a Heresia
Amarna. Parece muito provável que ele desenhou o Templo para refletir as
características do Tabernáculo. Este foi desenhado por Moisés e também
in luenciado pelo nascer do Sol na alvorada. E possível ainda que outra
característica do macrocosmo, a órbita de Vênus-Shekiná, também tenha
desempenhado seu papel.
CAPÍTULO 11
Salomão e Sua Sabedoria - Revelados
A sabedoria de Salomão
Após ser entronizado rei dos israelitas, Salomão atrasou a construção do
Templo por cerca de quatro anos, apesar de os materiais e da mão-de-obra
já estarem preparados por seu pai Davi.
1 Reis 6,1
Em 1 Reis 4, 29-34, somos brindados com uma de inição muito mais ampla
da sabedoria de Salomão. Não é a habilidade já demonstrada de
pensamento lateral, mas a sabedoria que adquirira por meio de estudo
especializado.
Descreveu as plantas, desde o cedro do Líbano até o hissopo que brota nos
muros. Também discorreu sobre os quadrúpedes, as aves, os animais que se
movem rente ao chão e os peixes.
1 Reis 4,33
Para ter essa capacidade, provavelmente ele precisaria se inspirar em
algum interesse pelo mundo natural, talvez incentivado e sustentado pelos
sacerdotes levitas. Por meio da referência ao cedro do Líbano e ao hissopo,
o escriba está demonstrando a a inidade com alguma coisa grande e óbvia
por um lado, as árvores de cedro, enquanto, no outro lado da escala, temos
um tipo de hortelã silvestre, o hissopo.
1 Reis 4,30
Com mais essa referência da Nova Cronologia do dr. Davi Rohl, poderia
parecer que o reinado do faraó herege, Akhenaton, tivesse terminado na
época em que Salomão chegou ao trono. O Egito teve o rei-menino
Tutankhamon como sucessor de Akhenaton não muito tempo depois do
falecimento do último, imediatamente seguido por Horemheb, em cujo
reinado o Egito começou a recuperar sua influência política na região.
Davi e o deus-Sol
A partir disso, cheguei à conclusão de que Davi desenhou o Templo para
re letir a in luência do deus-Sol, o Aton, então em voga no Egito. Davi
morreu. Pouco antes da morte de Davi, aconteceu o falecimento de seu
contemporâneo, Akhenaton, de modo que ambos deixaram o poder com
pequeno período de diferença um do outro. David Rohl sugere que a
princesa egípcia, com quem Salomão casou, era ilha de Horemheb, como
parte do que se poderia chamar de um tratado de paz entre as duas
nações, no momento em que Horemheb restabelecia o controle sobre seu
próprio país. Salomão, tendo sido incumbido da construção do Templo e
vendo o falecimento de Tutankhamon, esperou para ver o que aconteceria
no Egito. Ele usou o tempo que dispunha para obter o máximo de
conhecimento do macrocosmo que podia, tendo sido ensinado pelos
sacerdotes de Levi, e talvez até por outros do Egito em conseqüência do
casamento com a ilha do faraó. Então, ele modi icou as plantas de modo
que isso re letiu no desenho que seu pai lhe havia deixado, mas não tão
abertamente que causasse atrito com seu poderoso vizinho, o Egito.
Conclusão
Durante quase 2 mil anos, o texto contido na Bíblia Sagrada foi tratado
como sacrossanto. É fácil entender como vários eventos, que não eram
fáceis de explicar pelos líderes da Igreja no passado distante, foram vistos
como milagres ou como conseqüências da intervenção divina. E, quem
sabe, talvez fossem. Porém, em meados da Era Vitoriana, a exploração
arqueológica na área conhecida como Terra Santa, o exame cuidadoso de
documentos históricos e religiosos e a aplicação da ciência baseada na
investigação colocaram diante de nós informações que permitiram que os
antigos milagres fossem vistos no contexto de eventos naturais, que podem
ser explicados. Tais explicações podem parecer desconfortáveis para
milhões de indivíduos que aceitaram, incondicionalmente, o dogma no qual
foram educados e inspirados a acreditar.
Esse mesmo tema pode ser considerado por meio da suposta sabedoria de
Salomão. Ele recebeu dos pregadores da Igreja atual o mérito do
pensamento lateral no exemplo que envolve os ilhos das prostitutas. Mas
sua sabedoria se estendeu claramente além do conhecimento associado ao
macrocosmo, o que raramente é mencionado, se é que já foi alguma vez.
Como rei israelita, é di ícil imaginar que Salomão não estivesse a par do
simbolismo ligado às vestes sacerdotais, como nota Josephus. Tal
simbolismo é relacionado ao universo celestial e aos corpos celestes
primários do Sol e da Lua. E isso tem uma conexão direta com Akhenaton e
com seu culto ao deus-Sol.
Visto de outra maneira, o novo nome não estaria talvez relacionado a uma
função do Templo, que, como construtor, foi então traduzido como sendo o
nome dele? Ou, tendo ele conquistado o nome, será que o mesmo não se
refletiu de volta no Templo?
Davi e Bate-Seba
Podemos ter uma perspectiva do verdadeiro nome de Salomão por meio do
livro de Samuel. O capítulo 11 nos diz que certo dia Davi acordou e,
olhando fora de seu palácio, viu uma bela mulher banhando-se. O nome
dela era Bate-Seba. Ela foi chamada por ele, que dormiu com ela. O
problema é que ela era casada, sendo nome do seu marido Urias. Davi
havia tomado parte em uma ligação adúltera. Bate-Seba voltou para casa e
descobriu que estava grávida. Ela escreveu a Davi, explicando a situação.
Davi precisava encontrar uma solução. Ele enviou o marido dela, Urias,
para a guerra e deu ordens a seu general, Joab, para que Urias fosse
colocado na linha de frente da batalha, sendo abandonado à própria sorte.
Desnecessário dizer que Urias foi morto. O caminho agora estava livre para
Davi se casar com Bate-Seba e a inal tornar o nascimento da criança, seu
ilho, menos controverso. Natã, o profeta, visitou Davi e castigou-o
severamente pela ação insensata em relação a Urias, e disse a Davi que ele
haveria de pagar caro por seus atos, talvez até com sua própria vida. No
capítulo 12, lemos como a punição lhe foi imposta.
Então Davi disse a Natã: "Pequei contra o Senhor!" E Natã respondeu: "O
Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá".
2 Samuel 12,13
2 Samuel 12,14
Então Natã foi para sua casa. Depois o Senhor feriu a criança que a mulher
de Urias dera a Davi, de sorte que adoeceu gravemente.
2 Samuel 12,15
Depois Davi consolou sua mulher Bate-Seba e deitou-se com ela, e ela teve um
menino, a quem Davi deu o nome de Salomão. O Senhor o amou.
2 Samuel 12,24
E enviou o profeta Natã com uma mensagem para Davi. E Natã deu ao
menino o nome de Jedidias.
2 Samuel 12,25
Explorando as decorações
As colunas do Templo de Salomão, conforme o Antigo Testamento
menciona, podem ter uma signi icância maior do que anteriormente se
acreditava.
Nós já sabemos que o Mar [Tanque] era usado pelos sacerdotes para
limpeza. Não sabemos ainda se essa limpeza era antes ou depois do ritual.
Entre outros utensílios do pátio existiam as pias, dez no total, com cinco
para o norte e cinco para o sul. Elas serviam para a lavagem dos
implementos usados nas oferendas queimadas [holocausto]. Em outras
palavras, durante o sacrifício ritual. Mas o que era sacrificado?
Moloque - Molech
De repente, o texto de 2 Reis, que observei várias vezes mas desprezei
como sendo irrelevante para minhas pesquisas, adquiriu toda uma nova
dimensão. Eu havia desprezado sua importância antes, pois o mesmo
estava relacionado ao período imediatamente anterior àquele em que o
Templo foi a inal destruído pelos babilônicos, em oposição à construção na
primeira instância.
O texto em questão é 2 Reis 23,10 em que lemos:
Foi a última parte do versículo, "para sacri icar seu ilho ou ilha a Moloque",
que chamou minha atenção. Estiveram os israelitas realmente envolvidos
no sacrifício de crianças? E quanto tempo isso durou?
Josias foi rei de Israel cerca de 400 anos após o Templo de Jerusalém ter
sido construído por Salomão. Aqui existia a a irmação de que um grupo de
pessoas, os israelitas, que haviam conquistado a mais alta estima e respeito
por muitas gerações, foram indulgentes na grotesca atividade de sacri ício
de crianças. O sacri ício humano é, evidentemente, bem registrado como
prática tolerada por aquelas culturas consideradas pagãs, como os astecas
e os incas da América do Sul, mas não estava associado aos antepassados
das principais religiões ocidentais. Com certeza, isso não poderia estar
certo? E o que era o "fogo de Moloque"?
Tome seu ilho, seu único ilho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região
de Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto(...)
Vendo isso, Aarão edi icou um altar diante do bezerro e anunciou: "Amanhã
haverá uma festa dedicada ao Senhor". Na manhã seguinte ofereceu
holocaustos e sacri ícios de comunhão. O povo se assentou para comer e
beber, e levantou-se para se entregar à farra.
Derramaram sangue inocente, o sangue de seus ilhos e ilhas sacri icados aos
ídolos de Canaã; e a terra foi profanada pelo sangue deles.
A partir desses versículos, está claro que Salomão devia estar bem
informado a respeito dos rituais de sacri ício ligados a Moloque, e que isso
era praticado mesmo no tempo de Davi, seu pai. Considerando que Abraão
estava vivo bem antes de José ser levado em cativeiro ao Egito, então o
sacri ício de crianças existiu entre os israelitas por cerca de 2 mil anos,
supondo que tenha sido suspenso no reinado de Josias.
Oferendas queimadas
Na consagração do Templo, já sabemos por 2 Crônicas 4,6 que eram feitas
oferendas queimadas [holocaustos]. O que não sabemos ainda é em que isso
consistia. A partir do texto sobre Abraão e Isaque, observamos que, muito
provavelmente, o signi icado era o sacri ício de crianças. Temos mais uma
dica disso depois em 2 Crônicas 7. No versículo 1 podemos ler:
É interessante notar o uso do número dez, que tem conexões notáveis com
a doutrina posterior de Pitágoras. A centena de bacias para aspersão são
dez grupos de dez.
Existe uma tradição de que o nome Salomão foi traduzido pela primeira
vez em forma alquímica. Isso significa que seria Sol Amon (Omon). O que se
percebe imediatamente é a palavra Sol. A palavra Amon tem várias
interpretações. Uma delas dizia: Sol oculto, o Sol que não mais pode ser
visto quando a pessoa está posicionada embaixo do horizonte ocidental.
Era a palavra para a Lua, a luz predominante no céu após o pôr-do-sol.
Assim, o tempo de Sol-Amon seria o templo do Sol e da Lua. Eu era muito
cético em relação a essa conotação de duas palavras até que um conhecido,
que havia nascido e crescido na África Oriental, e que seguia crenças
religiosas que não eram da tendência da Europa Ocidental, comentou que
onde ele crescera, desde criança, Salomão eram sempre duas palavras. Ele
icou surpreso quando foi à Inglaterra e descobriu o termo apresentado
como uma palavra.
Assim, pareceria lógico que o termo rei Salomão fosse uma referência ao
rei que era ilho de Davi e Bate-Seba; e, como já sabemos, chamava-se
Jedidias, construtor de um templo em Jerusalém dedicado ao culto do Sol e
da Lua, o Templo de Sol e Amon.
Conclusão
A introdução de uma nova geração de textos integrais de Bíblias Sagradas,
com base no reexame e na tradução de materiais e documentos de
melhores fontes, incluindo as descobertas recentes, como os Manuscritos
do Mar Morto, colocam algumas partes do texto, relevantes para a minha
investigação, em um contexto diferente em comparação com minha
educação inicial. Percebi que precisava rever as palavras usadas em
partes importantes do texto bíblico e não meramente aceitá-las como
afirmações absolutas.
Os fatores comuns em tudo isso são os corpos celestes [os astros] do Sol e
da Lua.
CAPÍTULO 13
Revelando o Desenho do Templo de Salomão
Eu aprendera muita coisa, havia visto e lido tanto, que senti que sabia o
su iciente para aplicar alguns dos princípios ao Templo de Jerusalém.
Estava tudo indo muito bem com as informações que obtive, mas, se eu
quisesse prosseguir com sucesso na minha pesquisa para descobrir a
razão pela qual o Templo de Salomão era visto com tanto respeito,
precisava me remeter de volta à era dos construtores. Eu precisava pensar
como eles. Mas era mais fácil dizer do que fazer isso.
Toda construção começa com alicerces irmes. Eu não podia imaginar que
os construtores do Templo tivessem iniciado as obras no local sem idéia do
que construiriam e sem realizar nenhum planejamento para isso. Plantas
escritas realmente existiram.
Disse Davi a Salomão: "Tudo isso a mão do Senhor me deu por escrito, e ele
me deu entendimento para executar todos esses projetos".
Observamos ainda que Moisés foi ao topo de uma montanha, o Monte Sinai,
por conta própria, para receber ou construir os Mandamentos, as leis que
regularizariam a conduta e os relacionamentos dentro da tribo. Não é
di ícil compreender que em uma época em que se pensava que o Paraíso
icava em cima do céu, cultuar a divindade no alto da montanha, seria visto
como estar o mais próximo possível para se ter comunicação direta com a
divindade. Assim, a construção do Templo ou pelo menos de um altar de
sacri ício, no alto da montanha, estaria inteiramente de acordo com os
princípios religiosos em voga.
O Monte Moriá também é identi icado com Abraão por outra razão. A
tradição diz que, nessa montanha, Abraão viu um objeto cair do céu.
Aparentemente o objeto era uma grande rocha negra. Atualmente
podemos considerar isso como um meteorito que icou escuro em
conseqüência do calor criado à medida que ele caía da atmosfera superior
da Terra.
Porém, como caiu dos céus, seria inteiramente lógico que as pessoas
daquela época o considerassem originado no reino de Deus e, portanto, a
ser visto como objeto sagrado a ser adorado.
A conseqüência seria que o Santo dos Santos em forma de cubo, que fazia
parte do Templo do Salomão, foi construído com a mesma interpretação.
Assim, se o cubo representava o Paraíso, então o centro do cubo seria uma
representação do centro do Paraíso, o lugar lógico para a divindade residir.
A altura podia ser determinada por dois círculos, cada um de dez côvados
de raio, em Vesica Piscis. Isso resultaria em um prédio retangular simples,
fácil de construir.
no texto bíblico.
Acrescentando o pórtico
O texto de 1 Reis 6, 3 afirma que:
Santos
A posição da Arca
O texto de 1 Reis 8, 6-8 informa a localização da Arca no Templo, antes de a
construção ter sido consagrada.
Os querubins
Os querubins levantaram um mistério: Por que estavam ali? Eles deveriam
servir para alguma finalidade. Qual seria essa finalidade?
Bede atribui aos querubins outra de inição. Ele os descreve como sendo
"...preenchidos com a luz da sabedoria celestial...". Bede continua:
Era por isso que ele queria que se chamassem cherub que signi ica em latim
"grande depósito de conhecimento".
O que era esse depósito de conhecimento? O que ele queria dizer com a luz
da sabedoria celestial?
Eu tive uma visão deles que mais tarde chamei de loucura de Huram. O
quadro que se formou em minha mente era que, durante a construção do
Templo, Salomão encontrou-se com Huram na passagem entre o Saguão e
o Santo dos Santos. Salomão olhou ao longo do comprimento do Santo dos
Santos e tudo o que podia ver era uma parede escura de pedra cinzenta no
inal do lado oposto. Virando-se para Huram, ele disse: "não sei o que
vamos fazer com essa parede, Huram. Parecerá escuro, desolado e horrível
quando o sumo sacerdote caminhar por essa passagem". "Não se
preocupe, Salomão", replicou Huram, "o que eu tenho em mente é pregar
um par de grandes querubins de bronze, revestidos de ouro, é claro, com
asas estendidas de um lado ao outro do Templo. Eles vão cobrir essa
parede sutilmente. Os sacerdotes vão esquecer que a parede existe".
A partir desse texto, aprendemos que os dois querubins tinham duas asas
de cinco côvados de comprimento, que eles estendiam por toda a largura
do Santos dos Santos, tocando levemente as paredes externas e o meio da
câmara. Então, eles se encontravam em uma posição diretamente acima da
Arca. Como a Arca icava colocada no centro da câmara, embaixo das asas
dos querubins, é óbvio que os querubins icavam em uma posição que
formava uma linha pela metade do caminho da câmara entre a passagem e
a parede dos fundos. Eles também icavam de frente para o Saguão, o que
signi ica que apontavam para a passagem que conectava as duas câmaras,
e, portanto, ficavam de frente para o Sol nascente.
Querubins
O cubo e o centro
Vimos que provavelmente a Arca icava posicionada no centro do Santo
dos Santos. Como as asas icavam estendidas sobre a Arca, isso signi icava
que também os querubins se encontravam no centro em cima dela.
As salas laterais
Edi icou andares em torno da casa, contra a parede, tanto do templo como
do oráculo, fazendo assim câmaras laterais ao seu redor. A câmara de baixo
era de cinco côvados; a do meio, de seis côvados; e a terceira, de sete côvados
de largura. E do lado de fora, ao redor da casa, fez pilastras de reforço, para
que as vigas não se apoiassem nas paredes da casa.
Os versículos também nos dizem como isso era obtido, com o uso de uma
estrutura de pedra em degraus, pilastras de apoio como parte das paredes
externas.
Também edi icou os andares, contra toda a casa, de cinco côvados de altura,
e os ligou à casa com madeira de cedro.
Como cada sala tinha cinco côvados de altura, isso fornecia um quarto nível
de cinco côvados antes de chegar à altura de 20 côvados do nível criado
pelos dois quadrados, um no topo do outro. Assim, tudo ficava equilibrado.
Porém, havia ainda mais alguma coisa que chamava a atenção. As salas
tinham larguras especí icas muito de inidas, que por sua vez poderiam
afetar a estrutura externa de apoio. Em 1 Reis 6, 6 elas são descritas
assim:
A câmara de baixo era de cinco côvados; a do meio, de seis côvados; e a
terceira, de sete côvados de largura. E do lado de fora, ao redor da casa, fez
pilastras de reforço, para que as vigas não se apoiassem nas paredes da casa.
As janelas do clerestório
O texto de 1 Reis 6:4 afirma que:
Em virtude de existir a menção especí ica de que elas eram estreitas, isso
indica que a medida da largura era signi icativamente menor do que a da
altura. A maioria dos desenhos anteriores, ou tentativas de ilustrar o
Templo, ignora essa a irmação completamente, mostrando janelas
quadradas na área em cima do teto, sobre o terceiro nível das salas
laterais.
Descreveu as plantas, desde o cedro do Líbano até o hissopo que brota nos
muros. Também discorreu sobre os quadrúpedes, as aves, os animais que se
movem rente ao chão e os peixes.
O Templo de Salomão nos foi legado como uma estrutura signi icativa, uma
impressionante maravilha, que sugere algo mais do que apenas um lugar
de culto. Foi contra essa percepção reforçada que me dei conta de que o
uso combinado de raios de luz do Sol em vários períodos sazonais e os
bagos e lores abertas da decoração poderiam funcionar em conjunto como
um almanaque de produção de alimentos.
Durante meses pensei sobre isso, notando que em 1 Reis 6,33 existe uma
descrição da passagem para o Saguão que a irma que a entrada era feita
com um batente de quatro lados; em outras palavras, que a entrada era
bastante convencional. O fato de os batentes do Santo dos Santos serem de
cinco lados implicava que eles teriam alguma característica especial. Se
eles tivessem a forma de um polígono regular, então poderíamos
considerar que os batentes eram pentagonais. Isso não fazia sentido. Como
podemos ver no diagrama abaixo, o formato resultaria em um ponto de
gargalo na passagem. Nem faria sentido girar a forma de modo que
existisse uma estrutura de porta paralela. Isso só poderia levar a
protuberâncias embaraçosas dentro da câmara. Além disso, eu não podia
compreender por que eles decidiriam por um arranjo tão elaborado e
pouco prático, embora obviamente tivessem todas as habilidades
necessárias para construí-lo.
(...) de modo que o nascer do Sol equinocial podia derramar seus raios
diretamente sobre a Arca da Aliança por meio de três portas, a saber, o
pórtico, o templo e o oratório(...)
Equinó-
A tradição dizia que o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos apenas
um dia do ano. Imaginei o que poderia estar acontecendo que fosse de tal
signi icado para esse evento solitário. Talvez o sumo sacerdote estivesse
observando se a luz do Sol havia reaparecido na asa norte dos querubins,
o que signi icava o inal do inverno; será que estava tudo bem com o
macrocosmo? Seria uma forma de observação ligeiramente diferente de
assistir aos solstícios de inverno em Stonehenge, mas com as mesmas
conotações.
Quando tive a felicidade de visitar esse palácio, o meu guia era um homem
da casta brâmane. Os brâmanes são uma linha sacerdotal semelhante aos
levitas dos tempos do Antigo Testamento davídico. À medida que demos
uma volta pelo palácio, o guia mencionou que os maharanas reconstituíram
suas origens e linhagem até 5 mil anos, até o deus-Sol. Isso despertou o
meu interesse imediatamente. Eu estava admirado com a quantidade de
simbolismos presentes e embutidos na estrutura. O octograma era
particularmente visível. Perguntei se havia alguma razão particular para
esses elementos estarem ali, mas sempre a existência de qualquer
elemento simbólico era negada. Até que, aí sim, chegamos a um lugar que
só posso descrever como a sala do trono, onde a coroação de um novo
maharana estava acontecendo. O meu guia mencionou que durante os
procedimentos, que aparentemente demoravam horas, o novo governante
segurava um rosário de 12 contas, que ele constantemente movimentava e
contava. Indaguei a respeito do signi icado do número 12. O guia se afastou
do grupo de outros turistas e acenou para que eu o seguisse. Ele notou
meu interesse pelo simbolismo dos números e então indicou que 1 + 2 = 3,
e que, dentro do panteão dos deuses indianos, o terceiro é o deus da
criação; que a criação da vida como conhecemos é governada pela luz e o
calor do Sol, e que isso se relacionava ao deus-Sol, de quem os maharanas
consideravam-se descendentes.
O disco do Sol na parede externa do "A sala de penetração do Sol" no
laterais.
O mistério do oráculo
(...) e assim a altura total da casa de acordo com o livro de Paralipomeno
alcançava 120 côvados (...)
Então, será que a indicação ao oráculo era uma referência a outra coisa
que não uma superestrutura gigantesca? Existe uma resposta
surpreendente e atormentadora.
2 3
4 5 6
7 8 9 10
11 12 13 14 15
1 + 3 + 5 + 7 + 9+11 +13+ 15 + = 64 e 6 + 4= 10
E os sacerdotes pararam
Em 1 Reis 8,10-11, encontramos um comentário curioso, relacionado à
consagração do Templo quando a Arca da Aliança foi carregada para o
Santo dos Santos e colocada entre as asas abertas dos querubins. O texto
diz:
Algumas interpretações desse texto sugerem que a glória do Senhor era
uma luz brilhante que signi icava a presença do Senhor, e era tão forte que
os sacerdotes eram forçados a se ajoelhar no Santo dos Santos.
A partir dos detalhes dos desenhos que fomos capazes de juntar até agora,
parece que a Arca foi carregada para dentro do Templo, provavelmente
um pouco antes da alvorada, no dia do equinócio. Sem dúvida, incenso era
queimado no incensário dourado, o que por sua vez fornecia uma
atmosfera ligeiramente enfumaçada. Então, na alvorada, o feixe de luz
penetrava no pórtico, no saguão, na passagem para o Santo dos Santos,
batendo nas asas douradas dos querubins, re letindo uma descarga de luz
intensa através da sala, que por sua vez re letia e combinava com as inas
partículas de fumaça. Se os sacerdotes não tivessem previsto essa reação,
qualquer um pode muito bem imaginar que eles icariam assustados, e a
intensidade da experiência teria sido tal que eles poderiam não
administrar os ritos cerimoniais que haviam previsto. Em vez disso,
abandonariam o Santo dos Santos atrás de proteção, e é isso o que a
passagem acima registra. Se essas especulações estiverem corretas, então
eles teriam testemunhado a glória do deus-Sol.
Conclusão
Existe aqui alguma coisa a ser aprendida a partir das informações que
foram dadas a respeito das colunas?
CAPÍTULO 14
Segredos nas Colunas
As colunas se mostraram um pouco diferentes da maneira como as
havíamos imaginado no passado.
Nós já tratamos das colunas no sentido de que elas faziam parte dos
untensílios. Como elas se destacam nas cerimônias maçônicas, então
parecia lógico que eu devesse tentar entendê-las com maiores detalhes.
Assim, a altura das colunas, com base no texto bíblico, e usando a altura
estabelecida de 18 côvados, era: 18 + 5 + 4 = 27 côvados.
Também fez dois capitéis de fundição de cobre para pôr sobre as cabeças
das colunas; de cinco côvados era a altura de um capitel, e de cinco
côvados a altura do outro capitel. As redes eram de malhas, as ligas de
obra de cadeia para os capitéis que estavam sobre a cabeça das colunas,
sete para um capitel e sete para o outro capitel.
Os capitéis - as romãs
Assim fez as colunas, juntamente com duas fileiras em redor sobre uma rede,
para cobrir os capitéis que estavam sobre a cabeça das romãs, assim também
fez com o outro capitel.
Quando visitei os templos antigos que icavam ao longo do Nilo, no Egito,
observei que os topos tinham formas diferentes, dependendo de sua
função e localização. Basta um olhar atento para perceber que podiam ser
interpretados como tendo formato de vaso. Fiquei surpreso com aqueles
que claramente sugeriam a parte de baixo de uma planta, ao passo que a
borda superior era moldada para representar as folhas da planta. No
templo de Edfu, nas margens do Rio Nilo, a partir de Luxor, existem alguns
exemplos maravilhosos que ilustram topos modelados em forma de vasos e
folhas e uma ampla variedade no número de pétalas.
A minha conjectura é que essa era a intenção desse tipo de arranjo. Porém,
lembrei também que o número de pétalas usado em Jerusalém era seis,
mais uma vez a idéia de harmonia. Mas o mais importante era que o
número seis tinha uma relação direta com o lírio.
Vamos sair do assunto dos capitéis por enquanto. Voltaremos a eles depois
de ver a estrutura das colunas com mais detalhes.
Apesar dessa fraqueza, a revisão da estrutura de Caldecott era a primeira
que eu encontrava que sugeria que as colunas haviam sido montadas
sobre bases ou plintos. Para a minha formação de engenheiro, essa
sugestão simples, embora desprezada, fazia total sentido. O que me
incomodava era a altura das bases de três côvados. Arredondando, essa é
uma altura de cinco pés (1,5 metro), mais ou menos a altura média de um
homem dos tempos mais antigos.
Por enquanto, eu havia percebido que tudo o que era feito naqueles
tempos caracterizava algum re lexo do macrocosmo. Se, realmente, a
cerimônia de consagração do Templo tivesse sido em favor do deus-Sol e
d os corpos celestes, então a altura das colunas teria que re letir algum
aspecto deles. A respeito disso, a medida de 30 côvados se encaixava
exatamente por causa do calendário lunar, o qual era a base da
organização e da regulamentação da vida religiosa naqueles dias, que era
medido em períodos de 30 dias. Não pude deixar de pensar se o
reverendo Caldecott estava a par disso e como essa revelação se pareceria
da parte dele. Teríamos então um homem vestindo hábito, que observava a
conexão de 30 dias com os ciclos lunares, e isso, portanto, implicava que
Salomão estaria associado ao que era visto como ideais pagãos. A conexão
aritmética babilônica teria sido, portanto, uma alternativa adequada e
justificável.
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 = 28
Percebi que todos os edi ícios grandiosos precisam ser construídos sobre
alicerces sólidos, geralmente de rocha. Se não existisse rocha
imediatamente disponível sob a posição das fundações, então uma base
sólida deveria ser inserida. Em lugares como Luxor e Tebas, notei que as
bases das colunas pareciam estar assentadas sobre lajes de pedra. Não
seria irracional que, se fossem necessárias fundações especiais em
Jerusalém, onde as colunas seriam erguidas, um bloco de pedra precisasse
ser instalado para que se pudesse apoiar a superestrutura das colunas. E
tal bloco de pedra deveria facilmente ter dois côvados de altura. Se o
mesmo tivesse dois côvados de altura, então a altura total seria de 30
côvados.
Decidi que dois côvados da altura total icariam abaixo do piso, deixando
assim 28 côvados para cima. Um pouco de trigonometria elementar
produziu um diagrama simples do efeito da sombra. O resultado foi uma
revelação.
Alguém na classe sacerdotal deve ter tido a tarefa de marcar a posição da
sombra quando o Sol estava em seu meridiano. Isso teria permitido aos
sacerdotes usar a sombra como calendário e relógio. É um
desenvolvimento interessante, pois, em uma Loja da Maçonaria, esse é o
trabalho do Segundo Vigilante, que ica posicionado ao sul da Loja, para
"marcar o Sol em seu meridiano". Tendo em mente que o Templo de
Salomão é uma característica da Maçonaria, será que a marcação da
posição da sombra entre as colunas não seria a origem dessa expressão?
A geometria das colunas era interessante, mas eu observei que, se o pilar
norte, Boaz, tivesse sido colocado com sua linha central no im da sombra
do solstício de inverno, então a sombra não alcançaria o centro do pilar por
causa da natureza de sua construção.
Os capitéis nos topos das colunas são citados como tendo cinco côvados de
altura. As colunas são mencionadas como de quatro côvados de diâmetro.
Para mim parecia lógico que os capitéis fossem maiores em diâmetro que
as colunas e poderiam muito bem ter o mesmo diâmetro que a altura. Em
outras palavras, os capitéis teriam cinco côvados de diâmetro. Em
consideração à simetria, eu, portanto, assumi que a área exposta da base
teria também cinco côvados de diâmetro. Mais uma vez, um pouco de
trigonometria simples mostrou que, se um ângulo fosse obtido do centro da
base da coluna ao longo da linha do Sol no solstício de inverno, um ângulo
de 35 graus, o resultado era o comprimento dentro da base de 1,5 côvado.
Isso corresponde com a altura da base visível mais a área entre a borda
externa da base e a haste da coluna.
Fez também, diante da casa, duas colunas de 35 côvados de altura...
Então pode não ser a referência à altura das colunas como muitas vezes se
pensa na Maçonaria, mas a distância entre elas medida nas bases.
Tudo isso parecia muito incrível. Até agora tudo parecia se encaixar. Por
vários meses, depois da descoberta do relacionamento geométrico entre as
colunas e a in luência do Sol, fui cauteloso a respeito do resultado. Porém,
foi em uma viagem a Delhi, na Índia, que todas as dúvidas se dissiparam.
O Jantar Mantar
Durante vários anos, visitei Delhi regularmente a negócios. Como sempre
acontecia em viagens desse tipo, eu quase não tinha tempo su iciente para
ver qualquer coisa na cidade como turista. Nos inais de semana, se icasse
em Delhi, eu pegava o ônibus de turismo para lugares como Agra para ver
o Taj Mahal, ou encomendava um novo terno dos alfaiates da praça
Connaught, um importante distrito comercial de Nova Delhi. Eu sabia da
existência do parque celestial conhecido como Jantar Mantar, com centenas
de anos, e que agora ica quase no centro da cidade, mas que eu nunca
havia visitado antes. Agora, eu estava lá, de volta a Delhi, interessado em
assuntos celestiais, e a visita ao Jantar Mantar de repente ganhou alta
prioridade em minha agenda.
100c = 1 = divindade
Os supracapitéis
Existe apenas mais um elemento dessas estruturas a considerar: os quatro
côvados no topo dos capitéis das colunas.
Aparecia em vários artefatos recuperados pelos arqueólogos. Ela nos
mostrou o exemplo de um símbolo esculpido em uma grande peça de
pedra, que originalmente deve ter sido usada como base de uma coluna. O
símbolo era semelhante a dois triângulos, um invertido no topo do outro,
de modo que suas pontas se encontrassem. Nossa guia também mencionou
que as origens do símbolo eram desconhecidas, mas que ele era usado
extensivamente, até em potes.
Em razão das pesquisas que eu estava fazendo a respeito de povos dos
tempos antigos, e as conexões religiosas deles com o Sol e a Lua, o símbolo
imediatamente me impressionou, como um padrão que alguém obteria ao
de inir as posições do Sol, nascente e poente, nos dias dos solstícios de
verão e inverno. A sombra lançada pela coluna simples em espaço aberto
seria similar ao padrão de Cnossos. Ao dividir o símbolo com uma linha
passando pelo centro dos triângulos invertidos, imaginei se os ângulos
resultantes norte e sul da linha central corresponderiam com a latitude do
lugar onde Cnossos foi construída. Ao incluir o desenho em componentes
importantes e em mercadorias comercializadas, isso reforçaria a
localização a partir da qual tais mercadorias se originavam, quase como
marca registrada.
Foi logo depois dessa visita que encontrei o livro de Robert Lomas e
Christopher Knight intitulado Uriel's Machine. Eles izeram algumas
observações a respeito da Newgrange, um lugar histórico na Irlanda, que
se acredita tenha sido construído quase na mesma época de Stonehenge.
Newgrange com certeza tem alinhamentos solares muito parecidos com os
que podem ser encontrados em Stonehenge. Lomas e Knight observaram
que os ceramistas Rinyo-Clacton [Groove Ware people], que também
estavam associados com a era de Newgrange, freqüentemente usavam na
olaria o padrão que produzia um losango em forma de diamante. A
semelhança do padrão usado pelos ceramistas Rinyo-Clacton [Groove Ware
people] com o de Cnossos foi imediatamente percebida. Assim que iz essa
observação, guardei logo na memória, para re letir depois. Foi quando eu
estava avaliando o Templo de Salomão, alguns anos depois, que a
lembrança dessa observação voltou à tona.
Além disso, com a marcação do ângulo do pôr- do-sol nesses mesmos dias,
o padrão do losango estaria completo. Assim, como conhecimento sagrado,
seria percebido que com a medição dos ângulos demarcados em um
losango, criados pela sombra do Sol no nascente e no poente nos dias dos
solstícios, a pessoa poderia determinar a sua posição latitudinal, pois a
forma do losango mudaria dependendo de quão perto ou longe a pessoa
estivesse do equador.
Revelação Divina
Anteriormente, examinamos exemplos da geometria sagrada. Em
particular, vimos o assunto da Razão Áurea, também conhecida como
Divina Proporção, que se vincula com os números 1,618 e 0,618. Portanto,
para você não será surpresa descobrir que esses números agora
aparecem no projeto do Templo.
Se, como meus cálculos mostram, a posição das colunas fosse 20 côvados
ao norte e ao sul da linha central do Templo, então elas também estariam
cerca de dez côvados fora da estrutura do quadrado principal que
representava o corpo principal do Templo. Também sabemos que as salas
em torno das paredes externas, usadas pelos sacerdotes ou para
armazenamento, tinham cerca de cinco, seis ou sete côvados de largura.
Assim, a largura adicional criada por tais salas não podia ser menor que
sete côvados. A posição das colunas signi ica que o diâmetro da base do
alicerce inferior era de seis côvados; assim, ela estaria na mesma linha da
dimensão exterior das paredes das salas dos sacerdotes. A parede externa
precisava ter uma espessura que, assumiremos, seria 0,5 côvado, de modo
que visualmente o intervalo icaria fechado entre a parede e a base das
colunas. Isso, portanto, acrescentaria 15 côvados à largura total do templo,
estando o 15 em harmonia com as 24 divisões das horas, representando a
rotação da Terra em um dia. Então, as bases das colunas seriam vistas
alinhadas com as paredes externas das salas usadas pelos sacerdotes. As
bases tinham cinco côvados de diâmetro, assim a largura total no nível do
chão aumentaria em mais 2,5 côvados.
Largura do Templo 20
Por que o Templo de Salomão foi tão venerado através dos séculos?
• Após sua morte, Jedidias foi citado como o homem que construiu o Tempo
de Sol e Amon, que com o tempo foi alterado para Sol-Amon e depois
Salomão.
Pode até ser que as duas colunas tivessem tamanhos diferentes, que
refletiam essa diferença de 0,5 côvado e que:
A história nos conta que cerca de 300 anos depois da suposta cruci icação
de Cristo, perto de Jerusalém, a principiante religião cristã foi usada pelo
imperador romano Constantino como veículo de uni icação do império
romano que se desintegrava, e que as tradições da fé eram reguladas
pelas ordens que foram originadas do Concílio de Niceia em 325 EC. Então,
como a religião e sua organização de apoio se espalharam pela Europa,
seguiu-se um período em que antigas práticas e tradições pagãs eram
vistas como heréticas, e esforços foram feitos para eliminá-las e substituí-
las por novos rituais. Setecentos anos depois do Concilio de Niceia, a Ordem
dos Cavaleiros Templários começou sua ascendência. Logo após a
formalização da Ordem, que por sua vez estabeleceu seu acampamento
inicial em Jerusalém, no local onde o Tempo de Salomão existiu, manifesta-
se o surgimento do estilo gótico de arquitetura, que se re letiu em muitas
das grandes catedrais construídas entre os séculos XI e XIV. É interessante
observar que, nas laterais do pórtico ou da entrada dessas catedrais,
normalmente existem duas torres que de inem os limites externos da
largura da construção. Isso parece re letir a mesma perspectiva que
alguém poderia ter visto ao se aproximar do Templo de Salomão/Jedidias.
O corpo do Templo e a entrada flanqueados por duas colunas.
CAPÍTULO 15
O Regado dos Cavaleiros Templários e um Novo Hiram Abiff
Morei três anos em Cambridge, na Inglaterra, e não era raro receber e
acomodar visitantes que queriam aproveitar o im de semana para
experimentar os encantos dessa antiga cidade universitária. Logo
desenvolvi um roteiro bem planejado para acompanhar os visitantes,
fazendo um comentário recheado de datas históricas e informações inúteis
a respeito dos vários monumentos que visitávamos.
Ao lado da Faculdade St John, que foi fundada em 1511 pela mãe do rei
Henrique VII, lady Margaret Beaufort, existe uma pequena igreja um tanto
incomum; incomum porque é circular. Ela é conhecida em Cambridge como
a "Igreja Redonda", mas seu nome real é Igreja do Santo Sepulcro.
Acredita-se que tenha sido construída pelos Cavaleiros Templários por
volta de 1130 EC. Seu desenho pretendia complementar o Santo Sepulcro
em Jerusalém, a cidade onde os Cavaleiros Templários tinham então uma
base segura.
Os Cavaleiros Templários
Durante muitos anos, houve a especulação de que a Maçonaria teria se
originado dos Cavaleiros Templários. No livro Illustrations of Masonry, de
William Preston, Seção 4, publicado em 1795, existe uma a irmação
positiva a respeito dessa ligação:
Eu cresci em uma área de Kent onde havia existido uma forte conexão com
os Cavaleiros Templários. Mesmo atualmente o Solar dos Templários
continua existindo perto do Rio Medway, no lado oposto ao Castelo de
Rochester. Quando criança bem pequena, certa vez perguntei a meu pai
quem foram os Cavaleiros Templários. Ele respondeu apenas que eram
uma "turma esperta". Então, para mim, eles imediatamente se
transformaram em heróis e continuaram assim depois disso. Claramente, a
reputação vinha na frente deles. Uma reputação interessante e um conto
de intrigas, com certeza.
Jerusalém, uma pequena aldeia que se tornou uma cidade, pouco conheceu
os caminhos da paz em seus 3.500 anos de história. Trata-se do local do
Monte Moriá, onde Abraão levou seu ilho Isaque ao sacri ício. A cidade
que Davi tornou sua capital. Onde Salomão ou Jedidias construiu o
primeiro Templo israelita e onde os eventos que inspiraram a religião
cristã, há 2 mil anos, ocorreram. Nos últimos 2 mil anos, foi uma cidade
invadida por egípcios, babilônios, assírios, persas, gregos e romanos.
Quando os romanos partiram, Jerusalém enteou em um período de relativa
paz, em que seguidores das principais religiões do Islã, do Judaísmo e do
Cristianismo viveram lado a lado, sem grandes di iculdades, sob o governo
do império de Constantinopla. Então, no século XI, a cidade novamente
sucumbiu, dessa vez por causa dos turcos de Seljuk. Os cristãos foram
proibidos de fazer peregrinações ao lugar que viam como sua cidade
sagrada. Então, foi assim que, em novembro de 1095, o papa Urbano II
convocou o Concüio de Clermont, em Auvergne, na França, ao qual,
conforme relatos, cerca de 225 bispos e aproximadamente cem abades de
toda a Europa compareceram. Milhares de nobres e cavaleiros também
estiveram presentes e todos concordaram que um exército deveria ser
enviado a Jerusalém para libertá-la do controle dos invasores. As Cruzadas
foram iniciadas e Jerusalém foi tomada pelo exército dos cruzados em 15
de julho de 1099.
No início do século XIV, o rei francês Filipe, o Belo, também conhecido como
o rei de Mármore, travou algumas batalhas desastrosas e estava
virtualmente falido. Filipe aparentemente decidiu conquistar as riquezas
dos Templários para resolver seus problemas inanceiros. Filipe, o Belo,
em um esforço para garantir os tesouros dos Templários, é suspeito de ter
assassinado dois papas e ameaçado um terceiro, Clemente V. Nessa época,
o Grão-Mestre da Ordem era James Burg de Molay, mais freqüentemente
citado como Jacques de Molay. Ele era padrinho de um dos ilhos de Filipe.
Atraído para a França por Filipe, o Belo, Molay foi preso junto com um
grande contingente de Cavaleiros Tempiários que estavam na França, por
meio de uma incursão que foi secretamente organizada por Filipe, sendo
instigada na sexta-feira, 13 de outubro de 1307. A respeito dessa ação
efetuada por Filipe, o Belo, e o papa Clemente V, James Orchard Halliwell,
em seu livro Early History of Masonry in England [História Inicial da
Maçonaria na Inglaterra], publicado em 1840, afirma que:
Foi essa ação que fez que, para sempre, toda sexta-feira 13 se tornasse o
dia do mau agouro ou do azar.
Como a própria igreja é redonda, não será surpresa saber que a nave
também é redonda no centro da construção. Também é perceptível a
existência de oito colunas que rodeiam a nave, sustentando a estrutura
central principal. Essas colunas facilmente delineiam outra característica
dos Templários, o octógono.
Em uma das visitas, levei uma bússola e observei que uma das janelas
superiores do clerestório parecia estar em um eixo sul. Quando iquei no
centro da nave e olhei para a janela, notei que o peitoril possuía um ângulo
que permitia que a luz se espalhasse e parecia estar em ângulo com uma
linha visível que cruzava o centro da nave. Isso implicava que em certos
dias do ano, que eu considerei como sendo o solstício de verão ou o
equinócio, um feixe de luz tocaria no ponto central da nave. Foi assim que,
observando uma previsão do tempo favorável que indicava um dia de sol
em Cambridge na época do equinócio de outono, fui até a igreja
novamente.
Apesar do uso amplamente difundido dessa cruz, não pude encontrar nada
em livros de referência, ou alguém que pudesse dizer como ela era
construída. Preciso admitir, porém, que deviam existir indivíduos que
sabiam, só que não falavam. A simetria tornava óbvia a relação com o
octógono, mas, durante algum tempo, o progresso aqui se mostrava
improdutivo.
Até que visitei a maravilhosa catedral construída e usada pela Ordem dos
Cavaleiros de São João. O padrão geométrico recorrente na decoração era o
octograma. A princípio, iquei surpreso de ver isso, pois, acima de tudo, é
um símbolo venerado como talismã de sorte em países islâmicos, vinculado
à roda de oito raios dos rituais pagãos. Então, descobrir isso ornamentando
uma catedral com forte conexão cristã foi uma surpresa muito grande.
Para mim icou claro que deviam existir vestígios da construção da crux
fourchette. Se ela se aplicava aos Cavaleiros Hospitalários e aos Cavaleiros
da Ordem de São João, então, pensei, os mesmos princípios seriam
verdadeiros para os Cavaleiros Tempiários. A partir dessa idéia simples, a
solução do desenho rapidamente se revelou. E resolveu outro mistério
para o qual eu buscava solução.
O que até então não passava de uma pequena igreja histórica sem
importância em Cambridge, agora se revelava um calendário sazonal capaz
de monitorar o equinócio e o solstício, e uma precursora de muitos dos
atributos da geometria sagrada, derivados de nossos antigos ancestrais
para os quais o deus-Sol era a principal divindade.
2 Crônicas 2,13-14
Com base no texto acima, Huram-Abi era um pro issional muito capacitado.
Ele era habilitado na execução de projetos dados a ele como artesão. Isso é
bem diferente de ser um arquiteto. Se essa pessoa não pode ser
positivamente considerada o construtor do templo, então quem foi o
verdadeiro Hiram Abiff?
Huram, o Alquimista
A maioria das pessoas que lê o texto de Reis e Crônicas pode muito bem
notar as impressionantes descrições do Templo e a profusão de
equipamentos, mas poucos, arrisco sugerir, podem ter a idéia dos
processos logísticos e das habilidades necessárias para fornecer tais
instrumentos e equipamentos, como o Mar [Tanque] e as colunas,
especialmente há 3 mil anos atrás. Esses itens sozinhos eram objetos
substanciais de metal. Eles precisavam ser moldados com metal fundido.
Para fazer isso, Huram necessitava de experiência na construção e
operação de fundição, na identi icação e fusão de minério bruto extraído
do solo e no manuseio de metais fundidos muito quentes. Por causa do
tamanho do Mar [Tanque] e das colunas, os materiais fundidos precisavam
ser em quantidades relativamente grandes para a época na qual a obra foi
empreendida.
Como foi afirmado antes, o material primário para fazer o bronze é o cobre,
cujo ponto de fusão ica em torno de 1.083°C (1.981 graus Fahrenheit).
Para esse metal derreter e icar su icientemente líquido, de modo a luir
livremente para ins de moldagem, seria preciso que o fogo embaixo do
caldeirão que segurava as matérias-primas atingisse uma temperatura
maior do que essa. Sem dúvida, o material a ser queimado na fogueira
seria madeira ou carvão vegetal derivado do mesmo. Qualquer que fosse o
combustível, seria necessário bom acesso a suprimentos abundantes.
Então quem ou o que não estava mais disponível de modo que ele ou isso
precisasse ser substituído?
Por ora, o conhecimento de que o Sol está no centro de nosso sistema solar,
o conceito heliocêntrico, é a chave das cerimônias maçônicas. Cada
candidato a ser passado para o Segundo Grau aprende e afirma:
Jamais havia parado para pensar a respeito da geometria que poderia ter
sido empregada na construção das grandes catedrais que visitei na Europa
ou dos antigos templos do Norte da África, do Oriente Médio e dos
arredores do Mar Mediterrâneo. Eu apenas aceitava que eles haviam sido
construídos por maçons muito capacitados, sem avaliar a grandiosidade
dessa capacidade ou o conhecimento necessário na época em que a
construção ocorreu.
Não hesito em reconhecer que muitas conclusões que alcancei são minhas
próprias opiniões subjetivas, mas espero ter demonstrado os processos de
avaliação, com profundidade su iciente, para que eles possam ser vistos
como luz positiva em vez de meros pensamentos fantasiosos. Também
reconheço que minhas conclusões e hipóteses e, em algumas instâncias, a
linguagem direta podem não ser facilmente aceitas por todos os leitores.
Foi uma longa jornada de descoberta que demorou quase 15 anos. Quando
comecei não tinha idéia de onde chegaria. Trazia algumas questões em
mente para as quais eu queria respostas, já que pessoas à minha volta, que
eu pensava que soubessem as respostas, alguns membros antigos da
Maçonaria, pareciam não conhecê-las. Para conseguir as minhas respostas,
viajei para algumas das cidades e países antigos do Oriente Médio, da
Índia, partes da Europa, até a totalidade da Grã-Bretanha. Gastei muitas
horas em bibliotecas, sentado em casa diante da calculadora, navegando
pela internet e lendo uma in inidade de livros de assuntos que
normalmente não estariam na minha lista. Fiz descobertas a respeito de
religião, do modo de vida e crenças de nossos ancestrais, de distorções da
história e do conhecimento do mundo; descobertas feitas em épocas
passadas que rapidamente estão sendo perdidas para todos, exceto alguns
poucos pesquisadores devotados. E de tudo isso, fui capaz de propor uma
visão para aquilo que acredito que eram os segredos do Templo de
Salomão/Jedidias, a sabedoria de Salomão/Jedidias e o selo de
Salomão/Jedidias.
a. Ao marcar a posição do Sol em seu mais alto ponto no céu, com o uso de
uma vareta marcadora pontuda e a sombra lançada por ela, em qualquer
época do ano, a pessoa pode produzir uma linha de orientação que fornece
o eixo norte-sul verdadeiro. Então, ao dividir essa linha em ângulos retos,
uma segunda linha de orientação pode ser produzida, que é o eixo leste-
oeste. Os quatro pontos cardeais da super ície da Terra podem ser
determinados. Isso poderia ser importante para que um Mestre Maçom
Operativo de épocas passadas determinasse a planta baixa de um prédio
importante.
Por que marcamos o pôr-do-sol?
Por que notamos que "a Terra gira constantemente em torno do seu
próprio eixo em sua órbita em torno do Sol"?
Por que notamos que "o Sol nasce no Leste para abrir o dia..."?
i. Isso indicava que o nascer do Sol é uma ilusão, criada pelo fato de a Terra
girar em torno do seu próprio eixo, do Oeste para Leste, e que o Sol
aparentemente ficava estacionário no universo.
A História do Arco
Também estou convencido de que, até por volta do século XVI, os três
graus do O ício da Maçonaria, mais a continuação do terceiro grau
conhecida como Real Arco da Maçonaria, continham resíduos de um
desenvolvimento histórico das habilidades operativas da Maçonaria.
Existe, porém, um vestígio do que acredito que fazia parte das cerimônias
maçônicas originais. É no segundo grau e dura apenas alguns minutos.
Como o Sol nasce no Leste para abrir e animar o dia, assim o Mestre está
colocado no Leste...
Outros autores sugeriram que isso teve mais a ver com o desejo de elas se
afastarem da rebelião jacobita, no século XVIII, do que simplesmente a
necessidade de criar uma hierarquia organizacional. Esse é um argumento
bastante plausível.
Uma vez dentro do Templo do Rei Salomão, o maçom operativo tinha sua
atenção dirigida para certos caracteres hebraicos (...)
A primeira vista, alguém pode concordar que eles são muito semelhantes.
Porém, a similaridade termina, pois:
= 4646 ou 4 + 6 + 4 + 6 = 20.
Será que um grupo de maçons, com maior conhecimento das práticas dos
maçons antigos, que eram membros das Lojas baseadas em Londres, e que
estavam ao mesmo tempo buscando por conta própria distância dos
jacobitas, percebeu que era o ano oportuno, em termos numéricos, para
registrar a importância da Maçonaria e o vínculo com o Templo de Salomão
(Jedidias)?
E eu vi naqueles dias quão compridas eram as cordas que foram dadas aos
dois anjos... Por que eles pegaram essas cordas e saíram? E ele disse a mim,
eles saíram para medir.
O Livro de Enoch
A resposta que escapou ao antigo professor não estava nas rochas, mas
nas estrelas.
A JM mostrou ser muito mais que uma unidade abstrata; como o metro
moderno, ela é uma medida cientí ica altamente repetível, construída por
meios empíricos. Ela baseia-se na observação de três fatores
fundamentais:
3. A massa da Terra.
O círculo megalítico foi dividido em 366 partes iguais, o que é, quase com
certeza, a origem de nosso moderno círculo de 360 graus. Parece provável
que, quando a Matemática entrou em uso no Oriente Médio, eles apenas
descartaram seis unidades para tornar o círculo divisível pela maior
quantidade de números possível. O grau megalítico era 98,36% do grau
moderno.
Para ins da criação da jarda megalítica, você apenas precisa medir a sexta
parte de um círculo, que vai conter 61 graus megalíticos. Isso é fácil de
fazer, pois o raio de um círculo sempre divide a circunferência exatamente
seis vezes (é interessante observar que o termo geométrico na linha reta
através da circunferência é "corda").
Agora coloque o primeiro laço na vara ixa e alongue a corda até o seu
comprimento total, tanto na direção mais ao oeste quanto na mais ao leste,
e coloque a segunda vara no laço. Agora você pode traçar parte do círculo
no chão. Como você está usando o método da razão, não há necessidade de
fazer a sexta parte inteira de um círculo; cerca de dois pés dará certo.
Você pode colocar a vara no chão usando a linha de prumo para garantir a
verticalidade. Então pegue a sua vara de medição e marque um ponto na
curva, que ique distante três unidades da borda externa da vara. Volte ao
centro e remova a primeira vara, marcando o furo com uma pedra ou
outro objeto. Agora essa vara tem de ser colocada no ponto que você
marcou no círculo. Veri ique se ela está na vertical e se a borda externa
dela está distante três unidades da borda externa, que corresponde à
borda da primeira vara.
Volte ao centro do círculo e olhe para as duas varas. Através delas você vai
ser capaz de ver exatamente a 366a parte do horizonte.
Agora você vai dividir o horizonte de modo que ele tenha tantas partes
quantas vezes o Sol nasce no decurso da órbita do Sol. Agora você precisa
medir a rotação da Terra sobre seu eixo.
Será preciso esperar por uma noite clara, com as estrelas visíveis. Fique de
pé na frente do ponto central e espere uma estrela brilhante passar entre
as varas. Existem 20 estrelas com magnitude astronômica de 1,5. Elas são
conhecidas como estrelas de primeira grandeza.
O movimento aparente das estrelas no horizonte é causado pela rotação da
Terra. Prosseguindo, o tempo que uma estrela leva para percorrer o
trajeto da ponta de arrasto da primeira vara até a da segunda vai demorar
exatamente um período de tempo igual à 366a parte de uma rotação (um
dia).
Um dia tem 86.400 segundos e, portanto, a 366a parte do dia terá 236
segundos, ou três minutos e 56 segundos. Assim, as suas duas varas lhe
fornecerão um relógio de alta precisão que sempre funcionará.
O texto acima foi reproduzido com a gentil permissão do dr. Robert Lomas.
Maiores detalhes podem ser vistos no website:
ANEXO 2
O Universo Refletido nos Detalhes do Tabernáculo e nos Governos dos
Sacerdotes
ANEXO 3
Uma Cronologia Especulativa Resumida da História da Maçonaria
Muita coisa mudou nos últimos 50 anos do século XX. Mas foi apenas nas
duas últimas décadas desse século que novas abordagens para avaliar a
história da Maçonaria se desenvolveram, trazendo novas informações e
argumentos desafiadores.
10.000 AEC
O homem continuava um pouco nômade, mas havia adquirido interesse
pelos céus e começava a se preocupar com o Sol e com a Lua, o que os fazia
funcionar e como isso afetava o ambiente e as estações.
8.000 AEC
5.000 AEC
4.500 EC
1.000 AEC
750 AEC
350 AEC
250 AEC
600 EC
1.000 EC
1.300 EC
1.400 EC
Copérnico publicou a teoria que sustentava o sistema heliocêntrico, mas foi
condenado pelo Vaticano, que continuou a apoiar o conceito geocêntrico.
1.500 AEC
James II, ilho da rainha Maria dos Scots, tornou-se rei da Escócia. Ele
reconheceu o desenvolvimento da Maçonaria e regulamentou-a por meio
dos estatutos de Shawe.
1.600 EC
Na Itália, Galileu foi torturado por ordem do Vaticano por expressar pontos
de vista copernicanos (heliocêntricos). O sistema geocêntrico continuava
vivo e saudável nos círculos religiosos. Então, as conexões maçônicas com o
conhecimento heliocêntrico continuavam retidas sob a referência a Hiram
Abiff.
1.700 EC
Durante os séculos XVI, XVII e XVIII, o conhecimento esotérico contido na
Maçonaria era aquele também conhecido como as Sete Artes e Ciências
Liberais. Foi o ponto de partida para grande parte do conhecimento
cientí ico futuro. As di iculdades jacobitas no início do século XVIII
causaram algum embaraço para os membros das Lojas, em Londres e
outras cidades provinciais importantes. Eles decidiram se distanciar por
conta própria desses problemas, criando a Grande Loja da Inglaterra.
Alguns maçons, de identidade desconhecida para nós, mas familiarizados
com o conhecimento esotérico inerente ao ritual maçônico, entenderam o
signi icado do nitmero 20, e que certos caracteres em hebreu podiam ser
adicionados em conjunto para fazer esse número. Eles notaram que esses
mesmos caracteres em hebreu podiam representar o ano de 1717, em que
estavam ou que estava próximo. Para se distanciar de seus colegas da
Escócia, quatro Lojas estabeleceram a Grande Loja da Inglaterra, em 1717,
como corpo administrativo separado daquele baseado em Edimburgo, e
para isso empregaram o número 20 da sabedoria antiga. Um membro de
uma dessas quatro Lojas era sir Joseph Banks, reconhecido como
importante botânico e presidente da Sociedade Real. Ele navegou com o
capitão Cook em uma viagem ao Taiti para observar o trânsito de Vênus,
planeta sinônimo de Maçonaria e sabedoria antiga. Eles descobriram a
Nova Zelândia e a costa oriental da Austrália. Depois, Banks incentivou o
desenvolvimento e o estabelecimento da Austrália, de modo que se pode
corretamente a irmar que a Austrália que conhecemos hoje em dia foi
colonizada a partir do apoio original de um maçom.
1.800 EC