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Guarapiranga
comemora
25 anos
L
construir um modelo real de paraíso e tornar
evidente que é possível concretizá-lo, concebeu,
no Japão, três protótipos do Paraíso nas cidades
ocalizado na região de Parelheiros, Zona de Hakone, Atami e Kyoto, com a colaboração
Sul da cidade de São Paulo, às margens da dos membros pioneiros. Atualmente, além do
represa de Guarapiranga, o Solo Sagrado Brasil, existe o Solo Sagrado de Saraburi, na Tai-
foi inaugurado em novembro de 1995. Em uma lândia, e ambos foram igualmente erguidos com
área de 327 mil metros quadrados, foi construído a ajuda de seus membros, objetivando a expan-
em um ambiente de extrema beleza e tranquili- são da Luz da Salvação e da Obra Divina em ca-
dade, unindo harmoniosamente a natureza e a ráter mundial.
criatividade do ser humano. O Solo Sagrado de Guarapiranga fica localizado
Sua construção teve início em 1991, após um ela- à Av. Prof. Hermann Von Ihering, 6567 – Jardim
borado projeto que proporcionaria às pessoas um Casa Grande, Parelheiros – São Paulo, SP - Tel.:
espaço onde elas pudessem entrar em sintonia com (11) 5970-1000.
a natureza e o belo, e elevar sua espiritualidade. O site do Solo Sagrado é: www.solosagrado.org.br
Como tudo
começou...
Capa do JM
de novembro de 1974
destaca a aquisição do terreno
N
para as igrejas, a exemplo da Igreja Brasília, que
foi iniciada em 1974 e concluída em 1977.
Àquela altura, o prédio da Sede Central, no bairro
a década de 1970, a Igreja Messiânica da Vila Mariana, em São Paulo, já dava sinal de estar
Mundial do Brasil (IMMB) passou de- pequeno para comportar o grande número de fiéis
finitivamente a alcançar os lares bra- que participava dos cultos e outras atividades.
sileiros rompendo as barreiras linguísticas e cul- Em 25 de setembro de 1974, logo após o retor-
turais que marcaram os anos iniciais de difusão no ao Japão da comitiva que acompanhou a Lí-
no Brasil quando se desenvolveu, principalmente, der Espiritual, Itsuki Okada (1927-2013) em sua
entre japoneses e seus descendentes. No senti- primeira visita missionária ao Brasil, foi adquirido
mento dos reverendos e ministros da época, já um terreno com 327.500 m² às margens da repre-
havia o sonho de um dia construir-se, em terras sa de Guarapiranga, uma área de mananciais na
brasileiras, um Solo Sagrado, a exemplo dos pro- Zona Sul do município de São Paulo. Na edição de
tótipos construídos por Meishu-Sama no Japão. novembro de 1974, o Jornal Messiânico (JM) apre-
Conforme consta no Jornal Messiânico (JM), nº 16 sentava aos membros matéria sobre a aquisição
de 10 de janeiro de 1974, no Culto do Natalício do terreno com a manchete: “Aqui se erguerá a
de Meishu-Sama de 1973, o então presidente da nova Sede Central”.
IMMB, reverendo Noboru Kambe, fez publica- A compra foi concretizada em condições favo-
mente o primeiro anúncio de que se tem registro. ráveis à época, e o pagamento foi parcelado em
Diante do crescente número de membros e com 24 prestações mensais, cuja quitação foi também
o objetivo de ampliar o círculo de salvação promovi- noticiada no Jornal Messiânico de fevereiro de
do pela Igreja, em 1974, as atividades missionárias 1977. Neste período, intensificavam-se as dedi-
eram alicerçadas na diretriz: “Este é o ano de Cons- cações de membros de diversas igrejas do Brasil
trução e Expansão. Construindo a convicção pela fé, em Guarapiranga, uma vez que a construção da
expandindo o amor para cada um somar mais um!’’ nova Sede Central era parte do objetivo traçado,
em 1975, pela instituição para a comemoração do na Sede Central, o então reverendo Tetsuo Wa-
centenário de Meishu-Sama, em 1982. tanabe (1940-2013) enfatizou o espírito de servir,
Neste ínterim, Guarapiranga abrigou outros particularmente dos membros de localidades dis-
usos como a realização de festas juninas que, tantes. Estes fiéis não participavam diretamente
além de possibilitar a confraternização de milha- das obras, tampouco viam as edificações sendo
res de membros e frequentadores, até o início da erguidas, uma vez que os projetos eram, à época,
década seguinte, tinham a finalidade de levantar desenvolvidos na capital paulista. Eles recebiam
recursos para as obras de construção da Igreja grandes milagres por meio das campanhas de
conforme publicou o JM de julho de 1977. construção. O reverendo afirmou: “Quanto maior
Em 11 de agosto de 1979, com a presença de for a obra, mais precisaremos de dedicação ocul-
cerca de 42.000 pessoas, foi realizada uma ceri- ta. Para este servir oculto é preciso ter mais amor
mônia de purificação do terreno, primeiro ritual e profundidade de fé.”
religioso celebrado no local, durante a qual o re- Nas próximas matérias, você conhecerá as eta-
presentante da diretoria da Sede Geral do Japão pas seguintes que resultaram na formação da
afirmou: “Neste local será erguido o Solo Sagrado Comissão de Construção, na elaboração dos pri-
do Brasil, que será o centro de difusão da doutri- meiros projetos e na realização da Cerimônia de
na Messiânica para o Hemisfério Sul”. Lançamento da Pedra Fundamental.
No início da década de
1980, à medida que se expan-
dia a luz do Johrei em territó-
rio nacional, a Igreja avançava
com a Campanha da Grande
Construção, iniciada para a
edificação da Igreja Brasília,
que teve continuidade com
a execução dos projetos do
Edifício Mokiti Okada (Sede
Central) e da Igreja Regional
de São Paulo (atual Igreja Vila
Mariana). Essas obras foram
preliminares para a concreti-
zação do Protótipo do Paraíso
Terrestre, em Guarapiranga.
Sobre o espírito com o qual
essas construções deveriam
ser desenvolvidas, no culto
mensal de março de 1981, Cerimônia de purificação do terreno, em 11 de setembro de 1979
O sonho começa a to
Autorização da construção
Jornal
Messiânico
de maio
de 1985 dá
destaque
às novas
construções Construção do Edifício Mokiti Okada, em São Paulo
Soa o martelo
da dedicação!
Formação das Comissões
e o Lançamento da Pedra
Fundamental
N
Revmo. Tetsuo Watanabe dirige-se aos membros
durante Culto de Lançamento da Pedra Fundamental
1. Trecho extraído do livro “Edificação do Solo Sagrado de Guarapiranga”, editado pela Secretaria de Histórico da IMMB
(no prelo).
A “arquitetura do sagrado”
O primeiro projeto
arquitetônico
C onheceremos detalhes da
elaboração do projeto arqui-
tetônico do templo e os pri-
meiros trabalhos técnicos realizados
no terreno de nosso Protótipo do Pa-
raíso Terrestre de Guarapiranga.
A construção de um Solo Sagrado
era uma obra inédita, até mesmo para
os profissionais envolvidos. Deste
modo, o curso de pós-graduação em
“Arquitetura do sagrado” da USP soli-
citou que um representante da Igreja
Messiânica esclarecesse aos alunos
os aspectos fundamentais da doutri-
na messiânica e o significado da con-
cepção do fundador,
Meishu-Sama, acerca
do Paraíso Terrestre e
a construção de seus
protótipos. A tarefa siânica no Brasil e no
coube ao reverendo Japão. A apresenta-
Léo Rodrigues de Al- ção dos trabalhos por
meida (1923-1997), as- seus autores à Comis-
sessor do gabinete da são de Construção
presidência na época. da IMMB resultou na
Segundo o arquiteto e Aspectos do primeiro projeto do templo, que possuía conversa sobre arqui-
professor Sylvio Sawa- cobertura tetura, que Sawaya
ya, que coordenava o classificou como “das
curso, “ele ousou en- mais agradáveis e pro-
frentar o ambiente universitário, muitas vezes fundas” das quais pôde participar em sua carreira
avesso às questões mais sutis, mais sagradas. profissional.
Usando a nossa linguagem que, muitas vezes, Após escolhido o melhor projeto, tiveram início
desconhece essas coisas, e com maestria soube os levantamentos topográficos que fundamen-
transmitir a mensagem e o desejo da Igreja Mes- tariam a implantação do projeto arquitetônico
siânica a todo aquele ambiente universitário.” do templo e seriam a base para a elaboração do
A grande contribuição deste curso, porém, vi- planejamento de paisagismo. Àquela altura, a edi-
ria da sugestão do ministro Mario Cezar Ribeiro ficação do templo era a prioridade da Comissão
de Souza (1954-2011) para que se realizasse a já de Construção. O paisagismo e as demais edifica-
mencionada exposição dos 19 trabalhos de con- ções eram projetados como etapas para realiza-
clusão no formato de uma exposição itinerante ção posterior.
que passou pela Faculdade de Arquitetura e Ur- Do projeto de Sawaya, um dos aspectos prin-
banismo da USP e dependências da Igreja Mes- cipais era a grande torre sobre o altar de Deus.
O projeto já estava
definido por Meishu-Sama
Paisagismo e início do
reflorestamento
meu, só não sabia como concretizá-lo.” Guarapiranga passaram a tomar forma concreta.
Tomita conta que, enquanto buscava estabele- Em setembro, o anteprojeto paisagístico foi con-
cer as linhas gerais do projeto paisagístico, teve cluído e feita a locação topográfica das diversas
um sonho com o Fundador. “Meishu-Sama me áreas. O conjunto abrangia uma área de 200.000
entregava umas formas de metal circulares e me m², o que tornava o local o maior jardim particular
dizia: ‘Você vai precisar disso’. As três de tamanhos do País e talvez da América Latina, harmonizando
diferentes flutuavam no ar como pizzas pequena, a beleza natural e a criação artística. Três praças
média e grande. [...] De início, porém, não conse- principais eram a marca principal do projeto.
guia resolver no papel. Mas em meia hora de con- Em outubro, tendo em vista o início imediato
versa com o Sylvio Sawaya, aquilo se transformou do paisagismo, os encarregados das dedicações
em três praças: Terra, Lua [água] e Sol [fogo]”. em Guarapiranga ouviram uma apresentação
Tal como Sawaya, que projetara o templo, Tomita sobre o conjunto paisagístico e participaram da
percebeu que algo misterioso conduzia os traba- limpeza do terreno e plantio de árvores. Nessa
lhos. Nesta mesma entrevista concedida à Secre- ocasião, eles ficaram entusiasmados com a par-
taria de Histórico, ele afirmou: “Acredito que tudo ticipação do paisagista Tomita, plenamente inte-
já estava definido, mas encoberto, definido num grado com os encarregados e pronto para res-
plano imponderável e nosso puro empenho era ponder às dúvidas.
O conjunto paisagístico foi aprovado pela Co- ca brasileira ocorridas a partir de março daquele
missão de Construção em dezembro e, nos dias ano. Entretanto, houve uma grande motivação de
15 e 16 do mesmo mês, foi iniciada a arborização ordem espiritual – o sonho que o reverendíssimo
da orla com o plantio de 283 árvores. A dedica- Tetsuo Watanabe teve na véspera do Culto do Iní-
ção foi realizada por 267 membros das cidades de cio da Primavera, em fevereiro, no Solo Sagrado
Campinas, Santo Amaro e Rio Claro, todas locali- de Atami. Este assunto, você conhecerá em nossa
zadas no Estado de São Paulo. próxima matéria.
Durante o ano de 1990, a Igreja passou a dar
maior ênfase ao trabalho paisagístico. Isso se 4 Para assistir ao vídeo, acesse:
deveu, parcialmente, a implicações financeiras https://izunometv.messianica.org.br/vi-
decorrentes de mudanças na política econômi- deo?id=415606525
Reverendo Léo
Rodrigues de
Almeida, que
associou o
templo com o
qual o Revmo.
Watanabe
sonhou à
Revmo. Watanabe orienta na assembleia de maio de 1990 Stonehenge
senti em sintonia com a Natureza, pois o teto era nentes, o reverendo Léo Rodrigues de Almeida,
o céu e a beleza natural, as paredes. Havia tam- saiu da sala e retornou trazendo uma fotografia
bém uma grande escada que conduzia ao interior de um templo chamado Stonehenge, considera-
do templo.” do o mais antigo santuário ocidental da humani-
Assim que acordou no dia seguinte, desenhou dade, localizado na Inglaterra.”
o templo antes que pudesse esquecer seus de- A grande semelhança percebida pelos presen-
talhes. Ele conta que logo pensou que aquele se- tes entre o desenho do presidente Watanabe e
ria um sinal de Deus e Meishu-Sama, mostrando as fotos de Stonehenge, da enciclopédia apresen-
como deveria ser o templo do Solo Sagrado de tada pelo reverendo Léo, desfez todas as resis-
Guarapiranga. Àquela altura, o projeto desenvol- tências, fossem às mudanças de projeto em que
vido por Sylvio Sawaya já estava pronto, sendo já aguardavam as propostas de orçamento para
tomadas as providências junto a empresas para execução ou à ideia de construir-se um templo ao
a apresentação de suas propostas de orçamento ar livre, sem paredes e teto e, por consequência,
para execução. suscetível às intempéries naturais.
Em maio, quando o reverendíssimo retorna Anos depois, o próprio arquiteto Sylvio Sawaya
ao Brasil, reverendos e ministros da Comissão relatou à Secretaria de Histórico a proposta apre-
de Construção do Solo Sagrado já demostravam sentada pelo reverendíssimo: “O esboço estava
certa preocupação em virtude das decorrências muito bem-feito, lembrava as colunatas romanas
do austero plano econômico adotado pelo gover- e, além de simplificar todo o projeto, englobava
a ideia inicial, gerando pequeno custo e
grande benefício”. Com simplicidade e
sem vaidade, continuou: “É mais impor-
tante você ser o autor de alguma coisa
ou ajudar a todo um processo acontecer?
Se for um exercício de autoafirmação do
artista, o autor é fundamental, mas se
for a procura de sentimentos, explicita-
ção de valores etc., poder participar do
processo é muito mais importante.”
Naquele mesmo dia, 3 de maio de
1990, ficou definido que seriam criadas
novas plantas arquitetônicas para o tem-
plo com base no esboço do presidente.
Ao mesmo tempo, os projetos executi-
Templo de Stonehenge, Grã-Bretanha vos contratados até então tiveram de ser
rescindidos e foram feitos novos proje-
no federal em março daquele ano. O confisco de tos e contratos.
aplicações em poupança com o congelamento A construção, todavia, não parou. Com a tarefa
de saldo afetava o planejamento para as obras. de cada membro plantar uma árvore no Solo Sa-
Diante desse cenário, no dia 2 de maio, em reu- grado, teve início uma grande campanha que en-
nião com a Comissão de Construção, o Revmo. volveu messiânicos de todo o Brasil na execução
Watanabe lançou um novo desafio: “Cada mem- do paisagismo de Guarapiranga.
bro deverá plantar uma árvore em Guarapiranga
e acompanhar, no seu crescimento, o crescimen-
to da própria fé” – e definiu que, dali em diante,
o empenho maior na construção deveria ser o
projeto de paisagismo, permitindo aos membros
uma participação direta, fundamental para que a
força da natureza, aliada ao bom sentimento, ge-
rasse energia divina para direcionar os projetos.
Na mesma mensagem ele disse: “160 mil árvores
em Guarapiranga” – este era o número total de
membros na época.
No dia seguinte, ele apresentou à Comissão de
Construção o esboço que havia feito após o so-
nho que tivera em fevereiro, no Japão. Ele disse:
“Quando mostrei para a comissão de construção, Novo projeto do templo é apresentado aos
todos ficaram admirados, pois um dos compo- membros no Jornal Messiânico de novembro de 1990
O jovem é o futuro
da Igreja Revmo. Tetsuo Watanabe
palestra para os jovens
A
do Johrei e dos Ensinamentos de Meishu-Sama.
Ele afirmou: “Temos o desejo de, até 1992, so-
mar 300 mil membros. Assim sendo, teremos até
pós a mudança ocorrida no projeto lá três mil membros que irão realizar a difusão
do Templo do Solo Sagrado de Guara- mundial.” Neste sentido, destacou a importância
piranga, a partir do sonho do então o da formação de jovens com esta capacidade, pois
presidente da IMMB, reverendo Tetsuo Watanabe “o jovem é o futuro da Igreja” (Jornal Messiânico,
(1940–2013), no início do ano de 1990 e pelas cir- nº 206, fev. 1990, p. 4).
cunstâncias político-econômicas do País que tive- O reverendo Watanabe e os demais pioneiros
ram impacto sobre a construção, deu-se priorida- que, muito jovens, deixaram o Japão para difundir
de ao projeto de reflorestamento e paisagismo. a fé no Brasil, eram exemplos concretos do tra-
A concretização do Protótipo do Paraíso Terres- balho missionário que impulsionou a juventude
Praticando o donativo
e dedicando com as
próprias mãos
O
al” (JM, nº 200, ago. 1989, p. 7).
Ainda nessa edição, o Jornal Messiânico desta-
cou iniciativas de diversas unidades religiosas do
sonho do então presidente da IMMB, Brasil que, reunindo a comunidade messiânica,
reverendo Tetsuo Watanabe, teve a objetivavam gerar recursos para a construção do
força de modificar não somente o Solo Sagrado de Guarapiranga. Uma delas, mui-
projeto arquitetônico do templo do to interessante, denominou-se “Campanha do
Solo Sagrado de Guarapiranga, mas Saco de Cimento”. A inciativa
também a vida de muitas pessoas. da Casa de Difusão São Gon-
Segundo o Jornal Messiânico, a çalo no Rio de Janeiro consistiu
construção do Solo Sagrado de em motivar o maior número
Guarapiranga era um tesouro para de membros a participar da
a fé dos messiânicos. “Definida construção do Solo Sagrado por
pelo presidente Tetsuo Watanabe meio de seu sincero donativo.
como uma oportunidade única na No entanto, “a participação não
vida missionária, a participação se faz através da doação de um
ativa na construção do primeiro saco de cimento, propriamente
Protótipo do Paraíso Terrestre dito, mas da quantia equivalente a
no Ocidente está movimentan- um donativo especial”. À época da
do todos os messiânicos. Além matéria, havia mais de 400 mem-
da prática da fé, que vem sendo bros envolvidos na campanha.
intensificada em todos os sen-
tidos, muita gente está usan- Matéria do JM sobre eventos
do a criatividade e inventando das igrejas pelo Brasil
JM destaca os mutirões
no Solo Sagrado
O Festival das Nações que marcou o calendário de atividades da Igreja em São Paulo
do evento. O foco não era a festa, mas sim a obra vívio no dia a dia e pela felicidade crescente que
do Solo Sagrado de Guarapiranga. E geralmente isso nos proporciona”5.
no dia subsequente ao evento, era feita nova ora- As dedicações marcaram a história de fé de
ção de agradecimento pela missão cumprida3. muitos messiânicos e suas famílias, conforme
É fundamental notar que, no início de 1990, o demonstra o depoimento abaixo sobre estes mo-
País passou por um plano de mudança econômica mentos vividos em Guarapiranga.
e que os altos índices de inflação não eram fato- “Houve um final de semana em que se realizou
res favoráveis à execução de tão arrojado projeto. um mutirão. Choveu muito. Vieram de Curitiba
No entanto, era graças à sincera gratidão vivida 22 caminhões com placas de grama São Carlos.
pelos messiânicos que Guarapiranga foi adquirin- Cada dedicante transportava duas placas por vez.
do forma e vida, fosse por meio da dedicação mo- Faziam-se duas a três filas que iam do caminhão
netária ou pela dedicação com as próprias mãos, até o local de plantio. Cerca de quatro dedicantes
como estava expresso na própria diretriz da Igreja ficavam sobre o caminhão e iam retirando as pla-
do ano de 1991: “Participar da construção do Solo cas de grama e entregando à primeira pessoa da
Sagrado do Brasil, encaminhando novas pessoas fila que estava embaixo.
e formando membros, praticando o donativo de Apesar da chuva, todos dedicavam alegres e
construção, dedicando com as próprias mãos é o com muito amor. Próximo do local do plantio, as
caminho da nossa salvação.” placas eram empilhadas. Tinha-se o cuidado de
A participação dos messiânicos em atividades não empilhar muito alto, pois corria-se o risco
de reflorestamento e paisagismo ganhou cara de desmoronar. [...] Após o plantio era espalha-
nova com a realização de grandes mutirões que da terra de barranco peneirada sobre as placas.
reuniram milhares de pessoas em um único dia Era molhada com pipa atrelada ao trator, porém
de atividade. O primeiro deles ocorreu em 16 de como era insuficiente, muitas vezes os dedicantes
julho de 1992 e contou com a participação de iam até a represa para apanhar água com baldes
mais de 3.000 pessoas, dentre elas o vice-presi- para completar a irrigação. Mesmo chovendo in-
dente da IMMB, reverendo Katsumi Yamamoto tensamente, os dedicantes não arredavam pé,
(1933-2012), que encerrou o mutirão com uma continuando a tarefa até o fim”6.
oração no local onde estava sendo erguido o A alegria, a gratidão e a sinceridade foram
Templo Messiânico4. plantadas em nosso Solo Sagrado por cada mem-
O ministro Shigueru Akiba (1953 - 2005), um dos bro que lá dedicou. Esta, certamente, é a força
entusiastas dos mutirões e da dedicação de plan- espiritual capaz de transformar a vida dos que lá
tio, comentou na época: “Temos dedicado junto dedicam.
com nossas esposas e filhos com o sentimento
voltado para todos os membros a nós ligados e 4 Para assistir ao vídeo sobre a primeira etapa da
a toda a comunidade messiânica brasileira. Essa construção do Solo Sagrado de Guarapiranga, acesse:
é a forma de manifestar nossa gratidão a Deus https://izunometv.messianica.org.br/vi-
e Meishu-Sama e a todos os membros pelo con- deo?id=445261719
3. Depoimento concedido por Iara Teresinha de Souza, membro da Igreja Vila da Penha, Johrei Center Ilha do Governador, cidade do
Rio de Janeiro.
4. JM 237, set 1992, p. 6.
5. JM 237, set 1992, p. 7.
6. Depoimento de Abílio Alves da Costa, de São José do Rio Preto/SP, no livro “A edificação do Solo Sagrado”, da Secretaria de Histórico
da IMMB, no prelo.
Com o trabalho do guindaste, a força e a sensibilidade dos paisagistas, é construído o Lago das Carpas
Inauguração do lago das carpas da rotatória em Com o anel do Templo ainda em construção,
24/4/1994 mutirão de dedicação em 25/9/1994
Aspectos da
construção dos lagos
do espelho dágua
Chegou o
grande momento:
a inauguração do Solo
Sagrado
A Cerimônia de
Entronização e os Cultos
de Inauguração
concretos de altruísmo, como este relato de supe- em fotografias cedidas pela direção da IMMB,
ração e fé: “Antes de ser messiânico, eu era uma eles criaram quadros inspirados nas paisagens do
pessoa que só acreditava no que via e fisicamen- Solo Sagrado do Brasil. As obras originais foram
te sofro de problemas renais. No dia 17 de no- doadas pelos artistas e compõem, hoje, o acervo
vembro, estava inscrito para dedicar no grupo do da Igreja.
trânsito. Contudo, à tarde, no trabalho, comecei Um último prédio seria edificado em Guarapi-
a sentir fortes dores nos rins que, quando come- ranga após a inauguração: o Centro Cultural. Com
çavam, duravam várias horas. Voltei para casa no projeto assinado pelo arquiteto Nelson Badra,
horário normal, mas a cólica renal continuou au- sua conclusão ocorreu em setembro de 1997, re-
mentando e telefonei para minha esposa dizendo servando seu espaço especialmente para a salva-
que talvez não conseguisse dedicar. Ela me acal- ção por meio do Belo.
mou e disse que eu conseguiria. Sozinho, pensei A missão do Solo Sagrado está perfeitamente
firmemente: ‘Vou sim, isto deve ser um desafio expressa na saudação que o reverendo Tetsuo
para eu não me desviar do meu objetivo’. Dali em Watanabe dirigiu aos messiânicos, na ocasião:
diante, as dores foram amenizando e, no horário “Já somos 300 mil missionários e mais de 2 mi-
marcado, às 21h30, recebi um telefonema do co- lhões de adeptos que professam a doutrina mes-
lega que me buscaria dizendo que partiríamos só siânica ou com ela simpatizam. O Santuário que
às 22h30, dando-me mais tempo para melhorar. acabamos de inaugurar é fruto desse esforço
Fomos para Guarapiranga e, quando estávamos despojado, sincero e repleto de gratidão de todos
fazendo a oração de abertura da dedicação, per- os messiânicos brasileiros. Sinto-me muito feliz e
cebi que já não estava sentindo mais nada. Até orgulhoso de estar aqui para agradecer-lhes do
dei cambalhotas nas brincadeiras do grupo de fundo do coração.
tão bem que estava.” Foram os senhores que edificaram esta obra.
Para esses dedicantes, foi realizado um culto Este santuário é a prova concreta da capacidade,
especial de agradecimento no dia 19 de no-
vembro, seguido de uma confraternização
na Praça da Felicidade com 3.000 partici-
pantes.
Como expressão mais singela do Belo pre-
conizado por Meishu-Sama, seria impossí-
vel citar a inauguração do Solo Sagrado sem
mencionar a brilhante participação do Coral
Messiânico, atual coral Mokiti Okada. As ce-
rimônias contaram com a harmônica com-
posição de 300 vozes de 24 grupos de corais
do Brasil.
Os pintores Manabu Mabe, Kazuo Wa-
kabayashi e Inimá de Paula eternizaram a
inauguração de nosso Protótipo do Paraíso,
com as cores de suas pinceladas. Inspirados
Obras de arte criadas pelos artistas Manabu Mabe, Kazuo Wakabayashi e Inimá de Paula, inspiradas pelo Solo
Sagrado de Guarapiranga
1. JM 275.
2. Depoimento registrado no livro “Edificação do Solo Sagrado de Guarapiranga”, Secretaria de Histórico da IMMB.
3. John Kennedy foi o 35º presidente dos Estados Unidos (1961 – 1963).
A importância do Solo
Sagrado de Guarapiranga
para a sociedade
A preservação e
recuperação do meio
ambiente
Há, também, os serviços de regulação do clima, de cinco milhões de pessoas. As ações de reflo-
polinização, purificação da água e o controle bio- restamento realizadas pelo Solo Sagrado contem-
lógico de pragas e doenças. Os cientistas afirmam plaram também a recuperação de nascentes, por
que proteger áreas de floresta pode evitar a ocor- meio da mata ciliar, que é a cobertura vegetal às
rência de novas pandemias como a causada pela margens de rios, olhos d’água e represas. As ma-
Covid-19, por exemplo. tas ciliares permitem aumentar a produção da
O Solo Sagrado de Guarapiranga possui mais água e manter sua qualidade.
de 320 mil metros quadrados com significati- Pensando no uso consciente de um recurso
va reserva florestal em área de Mata Atlântica e natural tão importante como a água, o Solo Sa-
tem o compromisso de preservá-la. Além disso, grado possui sistemas de captação de água das
o local recuperou uma extensa área que estava chuvas nas marquises, refeitórios, alojamentos e
degradada, quando foram plantados milhares na Nave. Além disso, o piso intertravado possui
de árvores durante a primeira fase da sua cons- suaves cortes que possibilitam uma melhor dre-
trução. Muitos membros tiveram a oportunidade nagem do solo e, desse modo, a água das chu-
de participar do plantio conforme se pôde veri- vas é escoada para a represa, por meio da escada
ficar em nossas matérias das edições anteriores hidráulica, que serve também como uma barrei-
da Revista Izunome. “Ao serem iniciadas as obras ra aos resíduos vegetais que escoam por canos
do Solo Sagrado do Brasil, a área de 327 mil me- subterrâneos. É uma escada de cimento com uma
tros quadrados tinha apenas 20% de mata. Esse grade para filtrar eventuais detritos e diminuir a
percentual foi aumentado para 50%” (JM, no. 270, velocidade e o impacto sobre a represa, principal-
jun. 1995, p. 2). mente quando chove.
Segundo o ministro Hiroshi Ota, gestor da Se- Apesar desta não ter sido, à época, uma exigên-
cretaria de Agricultura Natural e Paisagismo do cia para a execução das obras, a Igreja optou pela
Solo Sagrado de Guarapiranga, nos últimos cin- construção de uma estação elevatória para reco-
co anos, este trabalho ganhou novamente ênfase lher e bombear o esgoto do Solo Sagrado sete
tendo sido plantadas 1.415 árvores de espécies quilômetros até integrar a rede pública de sane-
como cerejeira, sibipiruna, ipê, quaresmeira, sa- amento da Sabesp (Companhia de Saneamento
pucaia e mais de 16.500 pés de arbustos e plantas Básico do Estado de São Paulo).
perenes como minimanacá, azaleia, camélia, hor- As ações para evitar a poluição se estendem
tênsia, lavanda, lírio, íris, primavera etc. ainda no tratamento adequado dos resíduos sóli-
Além de preservar ecossistemas naturais de dos. O Solo Sagrado realiza a coleta seletiva des-
grande relevância ecológica para a humanidade, de 1995. É feita a triagem desses resíduos que,
o Solo Sagrado tem um cuidado especial com a depois, são comercializados para empresas da
represa Guarapiranga, que é região, seguindo para a recicla-
a segunda maior reserva de gem.
água da Região Metropolita- Os resíduos orgânicos do re-
na de São Paulo, responsável feitório são tratados por um sis-
pelo abastecimento de cerca tema de biodigestão, tecnologia
Participantes do seminário
Em 4 de junho de 2006, ocorreu “Represa de Guarapiranga: 100
Plantio de árvore por o evento “Abraço simbólico na anos em busca de sua harmonia”,
representantes religiosos represa de Guarapiranga” realizado em 2006
Materiais descartados são enviados para reciclagem e escada hidráulica protege a represa de detritos
desenvolvida pela Korin Meio Ambiente, por meio entorno do local. O trabalho ambiental do Solo
do qual em 24 horas se verifica uma redução de Sagrado é referência e, por essa razão, institui-
cerca de 90,9% de seu volume, e o material resi- ções de ensino, de pesquisa e do poder público
dual é reutilizado como composto para horta ou realizam visitas frequentes para conhecimento e
jardinagem dentro do próprio Solo Sagrado. aprendizado.
Há, igualmente, um modelo de construção susten- Com a missão de servir à sociedade e ao meio
tável no Solo Sagrado, o Alojamento da Colina, que ambiente, o Solo Sagrado é um exemplo real de
foi apresentado na edição 145 da Revista Izunome. respeito ao divino, integrando o ser humano e
Além de educar seus visitantes pelo exemplo, o a Grande Natureza. Este legado abre caminhos
Solo Sagrado promove ações de conscientização para, no futuro, ser contada a trajetória de outros
ambiental junto à sociedade e aos moradores do 25 anos de vida e de serviço prestados ao planeta.
A Cerimônia de
Consagração
do Solo Sagrado
Itsuki Okada, terceira Líder Espiritual
de Guarapiranga
A alegria de Sandai-Sama na consagração
do Solo Sagrado de Guarapiranga
ela percorreu o caminho ladeado pelas lâminas A atmosfera do Templo, a nave, que é cerca-
d’água, nas proximidades do Templo. A Líder Es- da por essas imensas colunas e tem o céu como
piritual não conseguia disfarçar sua admiração teto, o Caminho do Paraíso, que nos conduz ao
pela beleza do local, valorizada pela paisagem Templo, tudo é maravilhoso. Fiquei muito emo-
magnífica da represa, que de lá se descortina”. cionada ao percorrer o Caminho do Paraíso. O
A visita terminou no lago das carpas, onde Itsuki som da queda d’água, a pureza que nos invade
Okada, dirigindo-se aos presentes, disse: “Não a alma quando passamos pelos espelhos d’água.
precisa mudar nada! Sinto que tudo aqui foi cons- Todo o Solo Sagrado expressa claramente o
truído pelas mãos de Meishu-Sama. Neste Solo princípio da ultrarreligião, característica da Igre-
Sagrado estão reunidos os três Solos Sagrados do ja Messiânica Mundial. Sua beleza harmônica,
Japão – Atami, Hakone e Kyoto. Só Meishu-Sama primor e elevação espiritual não ficam nada a
seria capaz disso.” dever ao Solo Sagrado do Japão” (JM 306, out. /
Nos dias 10 e 11 de outubro, o Solo Sagrado de nov. 1998, p. 8).
Guarapiranga recebeu cerca 103.000 pessoas de Após a cerimônia religiosa, a filha de Meishu-Sa-
todos os estados brasileiros e de 26 países: da Ásia ma e sua comitiva foram aclamadas pelos messi-
– Japão, Síria e Líbano; da Europa – Portugal, Itália, ânicos que lotavam a orla da represa e em coro
Grécia, Alemanha, França, Áustria, Espanha, Holanda repetiam: “Sandai-Sama, cadê você? Eu vim aqui
e Inglaterra; da América do Norte – Estados Unidos e só para te ver”. Nos dois dias de culto, ela percor-
México; da América Central – Cuba e Costa Rica; da reu, em carro aberto, o caminho que vai do Tem-
América do Sul – Argentina, Bolívia, Peru, Uruguai, plo à Praça da Paz, na entrada do Solo Sagrado.
Colômbia, Chile, Venezuela e Paraguai; da África – Segundo o JM “o cortejo simbolizou uma viagem
África do Sul e Angola; da Oceania – Austrália. missionária da Terceira Líder Espiritual pelo mun-
Em sua palestra, a Líder Espiritual falou de sua do, a partir do Brasil, como forma de reconfirmar
emoção ao voltar ao Brasil e sentir a presença de a missão dos messiânicos brasileiros na difusão
Meishu-Sama na beleza de nosso Solo Sagrado. da fé em âmbito mundial”.
“Quanto mais se olha, mais se percebe o seu Como eventos comemorativos da visita, no dia
maravilhoso acabamento. É algo realmente emo- 10, foi inaugurada, na Praça da Paz, a placa co-
cionante. É realmente como se Meishu-Sama ti- memorativa do Culto de Consagração do Solo Sa-
vesse orientado a concepção arrojada, enfim, grado de Guarapiranga e, no dia seguinte, foram
todo o projeto da construção deste Solo Sagrado. plantadas árvores no mesmo local.
Em sua visita,
a terceira líder
conheceu as
dependências do
local e passeou de
carro aberto
A placa
comemorativa foi
inaugurada na Praça
da Paz