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Existem três canais principais através dos quais as crianças são afectadas por esta crise: infecção pelo

próprio vírus; os impactos socioeconómicos imediatos das medidas para interromper a transmissão do
vírus e acabar com a pandemia; e os possíveis efeitos a longo prazo da implementação tardia dos
Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Tudo isso está a afectar as crianças de diversas formas:

> Risco da pobreza: Estima-se que 42-66 milhões de crianças possam cair na pobreza extrema em
resultado da crise deste ano, somando-se aos estimados 386 milhões de crianças que já estavam na
pobreza extrema em 2019

> Agravamento da crise da educação: 188 países impuseram o encerramento das escolas a nível
nacional, afectando mais de 1,5 mil milhões de crianças e adolescentes. As perdas potenciais que podem
resultar para a educação da geração jovem de hoje, e o desenvolvimento do seu capital humano são
difíceis de imaginar. Mais de dois terços dos países introduziram uma plataforma nacional de ensino à
distância, mas entre os países de baixa renda a participação é de apenas 30%. Antes desta crise, quase
um terço dos jovens do mundo já eram excluídos em termos digitais.

> Ameaça à sobrevivência e à saúde da criança: As dificuldades económicas vividas pelas famílias em
resultado da crise económica global podem resultar em centenas de milhares de mortes infantis
suplementares em 2020, revertendo o progresso alcançado nos últimos 2 a 3 anos na redução da
mortalidade infantil num único ano. E este número alarmante não toma em conta os serviços
interrompidos devido à crise - reflecte apenas a actual relação entre as economias e a mortalidade, logo
é possivelmente uma subestimação do impacto. Prevê-se o aumento da desnutrição em 368,5 milhões
de crianças em 143 países, que normalmente dependem das refeições escolares para obter uma fonte
fiável de nutrição diária e agora devem buscar outras fontes.

Os riscos para a saúde mental e bem-estar infantil também são consideráveis. As crianças refugiadas e
deslocadas internamente, assim como as que vivem em detenção e situações de conflito activo são
particularmente vulneráveis.

> Riscos para a segurança infantil: O confinamento e as medidas de abrigo aumentam o risco de as
crianças testemunharem ou sofrerem violência e abusos. As crianças em situação de conflito, assim
como aquelas que vivem em condições insalubres e aglomeradas, como os refugiados e em
assentamentos de deslocados internos, também estão expostas a riscos consideráveis. A dependência
das crianças em plataformas online para o ensino à distância também aumentou o risco de exposição a
conteúdo inapropriado e a predadores online. Este resumo de políticas fornece uma análise mais
profunda destes efeitos. Identifica também uma série de acções imediatas e sustentadas para a atenção
dos governos e decisores, incluindo em relação às três prioridades identificadas a seguir:

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