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CULTURA POPULAR E MOVIMENTO

2020.1

ATIVIDADE ASSÍNCRONA - AULA 9

1- Leia o artigo anexado na atividade da AULA 9 e desenvolva as seguintes questões:

a) Você entende o funk como uma cultura popular?

Sim, pois ele é uma arte e manifestação cultural que emana do povo através desse
ritmo e sua dança, sendo uma forma potente da juventude brasileira se expressar, retratando
personagens e episódios cotidianos do lugar onde nasceu e vive, expondo as contradições
sociais que ninguém quer ver, trazendo letras que exprimem uma forma de expor a sua
realidade social, sua identidade, sua ideologia e sua resistência as mazelas.

b) Como você pensa a relação entre funk e criminalidade?

Há uma criminalização do funk por parte da mídia, por determinados segmentos da


sociedade, inclusive pelas forças de segurança, por conta de sua origem. Tal comportamento
não é justificável, pois deve haver uma liberdade de manifestação das diversas formas de
expressão artística de forma a superarmos o elitismo, o preconceito e o moralismo com que
usualmente são tratadas as produções culturais das periferias. O funk e o funkeiro, ao longo
de sua existência, foram retratados pela mídia corporativa como um entretenimento de
jovens perigosos, associado à violência, ao crime, à falta de moralidade e civilidade. Mas as
letras do funk narram o favelado, a favela e o funk em si sob um ponto de vista que contesta
essa visão. O funk pode ser fonte de trabalho ligado a uma sensibilidade da cultura ao
derredor, além de ser uma forma de identidade, de comunicação, lazer e de reconhecimento
do público a um talento/trabalho.

c) A escola é lugar de funk? E as aulas de Educação Física, como devem (ou não)
se relacionar com essa manifestação cultural?
Sendo o funk uma forma de manifestação da cultura corporal (música e dança) esta
passa a ser uma possibilidade de trabalho dentro da Educação Física. Porém, devido às
diferentes formas de encará-lo, deverá ser bem contextualizado na hora de se trabalhar com
ele, devendo-se levar em consideração o local, as faixas etárias etc. Acredito portanto, que
existe espaço para trabalhar este ritmo dentro da escola em uma aula de Educação Física por
ser uma forma de expressar uma realidade vivenciada por muitos brasileiros, além do que, a
música e a
dança, de forma geral, ajudam a superar timidez, trabalha aspectos sociais, afetivos e
cognitivos. O professor de Educação Física, este um estudioso da cultura do movimento
corporal, pode desconstruir sensos comuns de inferioridades de culturas por conta de sua
origem, valorizando, ao trazer para as aulas através do diálogo e da reflexão, as diferentes
contribuições das diversas culturas e seus contextos, que por vezes são consideradas
“menores”, considerando sua gêneses, tais como as advindas das ruas e favelas.

2- Faça uma pesquisa sobre o Movimento Hip Hop e analise quais são as relações desse
movimento com a cultura funk.

O Hip Hop e o Funk possuem estreitas relações e algumas características em comum


como a origem periférica, letras que expõem as realidades dos menos favorecidos e a forma
de protestar.
A história do funk carioca tem origem na junção de tradições musicais
afrodescendentes brasileiras e estadunidenses. Não se trata, portanto, de uma importação de
um ritmo estrangeiro, mas sim de uma releitura de um tipo de música ligado à diáspora
africana. Desde seu início, mesmo cantado em inglês,o funk foi lido entre nós como música
negra, mais próxima ao samba e aos batuques nacionais do que a um fenômeno musical
alienígena

Música, dança e estilo são as marcas dessa cultura que desafia as fronteiras dos estados-nação
com seus padrões racialmente(in)visíveis de ética e estética. Disseminação é a forma de sua
trajetória. Diaspórico é oestilo de sua identidade, que só pode ser entendida no plural
(GILROY, 2001).Renovadas política e sonoramente com as invenções do disco
long-play e detoda uma complexidade tecnológica, as culturas negras transformam-se em hip-
hop emsolo estadunidense e se espalham criativamente pelo mundo, inclusive no Brasil.
Porcanais informais de comunicação, o hip-hop é desvinculado do seu local de
origemhistórica, chegando em diferentes territórios do globo com realidades parecidas.
Locaisque possuem como pano de fundo experiências urbanas marcadas por formassimilares,
mas não idênticas, de racismo, pobreza e segregação espacial.Nos subúrbios e nas favelas da
cidade do Rio de Janeiro, o hip-hop da Flóridarecebe o nome de funk. Logo nos primeiros
dez anos de existência, essa práticamusical deixa de ser uma simples imitação ou reprodução
da forma e estilo que haviamsido afetuosamente tomados de empréstimo dos negros de outros
locais para setransformar num ritmo que conjuga a estética do hip-hop às práticas negras das
favelascariocas. No funk encontramos várias performances que evidenciam essa mescla: a
falacantada do rapper, muitas vezes, carrega a energia dos puxadores de escola de samba,as
habilidades do corpo do break são acentuadas com o rebolado e a sensualidade dosamba e o
sampler vira batida de um tambor ou atabaque eletrônico

REFERÊNCIAS DISPONÍVEIS ON-LINE

FACINA, A. Proteger as Crianças. Farofafa.cartacapital., 2015. Disponível em:


<https://farofafa.cartacapital.com.br/2015/05/03/proteger-as-criancas/?
fbclid=IwAR1ayRV0tdgdlV7axoGtIMaBlM1iEmPiGajIKIZv_qn9hGTKTDJo4VdYtYE>.
Acesso em: 19 abr. 2021.

LOPES, C. A.; SILVA, N. D.; FACINA, A. Letramentos de ruptura: as escritas do funk


carioca, c 2021. Disponível em:
<https://www.academia.edu/9525010/Letramentos_de_Ruptura_as_escritas_
do_Funk_Carioca>.Acesso em: 19 abr. 2021.

FACINA, A. “Não me bate doutor”: funk e criminalização da pobreza, 2009. enecult

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