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SECRETARIA DE ESTADO DA DEFESA CIVIL

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


ESCOLA SUPERIOR DE COMANDO DE BOMBEIRO MILITAR

Maiara Verly da Silva - Cap BM QOC/08


Nadine da Silva Nastari - Cap BM QOC/08

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE EXAME PSICOTÉCNICO NO CONCURSO


PARA O CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS.

Rio de Janeiro
2020
Maiara Verly da Silva - Cap BM QOC/08

Nadine da Silva Nastari - Cap BM QOC/08

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE EXAME PSICOTÉCNICO NO CONCURSO


PARA O CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS.

Artigo Científico apresentado como


Trabalho de Conclusão de Curso do
Curso Aperfeiçoamento de Oficiais do
Quadro de Combatentes, da Escola
Superior de Comando de Bombeiro
Militar.

Orientador
Ten Cel QOC/96 Márcio Coutinho Maia Nogueira

Rio de Janeiro
2020
Maiara Verly da Silva - Cap BM QOC/08

Nadine da Silva Nastari - Cap BM QOC/08

PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE EXAME PSICOTÉCNICO NO CONCURSO


PARA O CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS.

Este artigo científico apresentado foi aprovado pela Banca Avaliadora como parte
das exigências do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais do Quadro de Combatentes
da Escola Superior de Comando de Bombeiro Militar.

Rio de Janeiro, de de 2020.

Banca Avaliadora

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PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO DE EXAME PSICOTÉCNICO NO CONCURSO
PARA O CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

RESUMO

A Academia de Bombeiro Militar Dom Pedro II (ABMDPII) é a instituição de ensino superior


que forma os Oficiais Bombeiros Militares do Quadro Combatentes do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). O perfil profissiográfico do Oficial Bombeiro
Militar abrange competências comuns e específicas, como comandar pelotões e coordenar
serviços operacionais, e envolve capacidade psíquica para lidar com situações que
envolvam risco de morte para o próprio e outrem. Por isso, a formação no Curso de
Formação de Oficias requer os domínios cognitivo, afetivo e psicomotor, no entanto, desde o
concurso do ano de 2008, o processo seletivo para ingresso na ABMPDII deixou de contar
com avaliação psicológica, o que vem trazendo sérias consequências não só à saúde
psicológica do cadete bombeiro militar, como também como também à sua segurança
individual e coletiva. O presente trabalho propôs a reinserção de um exame psicotécnico
para a avaliação psicológica dos candidatos ao Curso de Formação de Oficiais através da
análise das avaliações psicológicas dos processos seletivos de outras Academias Militares.
Concluiu-se que o modelo de avaliação psicológica utilizado pela PMERJ em seus
concursos parece ser o mais adequado para ser implementado, porém testes padrões não
puderam ser propostos, já que algumas variáveis devem ser levadas em consideração, tais
como o custo dos testes, a lista de testes psicológicos aprovados pelo Conselho Federal de
Psicologia na data da aplicação da avaliação, a quantidade de membros na equipe de
avaliação e o tempo disponível para correção/divulgação de resultados.

SÍNTESE

O presente trabalho buscou propor a reinserção de uma avaliação psicológica para o o


concurso de admissão ao Curso de Formação de Oficiais da Academia de Bombeiro Militar
Dom Pedro II, utilizando como parâmetro as avaliações psicológicas de outras Academias
Militares.

PALAVRAS-CHAVE

Avaliação Psicológica. Academias Militares. ABMDPII.


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A PROPOSAL FOR THE IMPLEMENTATION OF A PSYCHOLOGICAL APTITUDE
TEST IN THE ENTRANCE EXAMINATIONS FOR THE MILITARY FIREFIGHTER
OFFICER TRAINING PROGRAM

ABSTRACT

The Military Firefighter Academy D. Pedro II (ABMDPII) is the institution of higher learning
responsible for training and graduating Military Firefighter Officers of the combatant board of
Rio de Janeiro’s Military Firefighting Force (CBMERJ). The professional profile of a Military
Firefighter Officer entails both ordinary and specific abilities, such as being in charge of
squads and coordinating operational services, not to mention having the necessary
psychological skills to effectively deal with situations which implicate risk of death for the
officer themself and/or another. Therefore, the training of a Military Firefighter Officer
encompasses cognitive, emotional and psychomotor aspects, nevertheless, since the
entrance examinations of 2008, a psychological assessment was no longer required to enroll
in the Academy, which has ultimately caused a harmful impact not only on the Military
Firefighter Cadet’s health but also on their personal and collective safety. The present study
proposes the reintegration of a psychological aptitude test as part of the psychological
assessment of the applicants for the Officer Training Program through the screening of
previous psychological assessments of other Military Academies’ Entrance Examinations. It
was concluded that the psychological assessment model used by the Military Police Force of
the State of Rio de Janeiro in their previous entrance examinations seemed to be the most
adequate one to be implemented, however, standardized tests could not be proposed, since
some variables must be taken into account, such as test costs, the list of psychological
aptitude tests validated by the Federal Council of Psychology on the date of the examination,
the number of members on the evaluation team and the time available for the
grading/anouncement of the results.

OVERVIEW

The present study aimed at proposing the reimplementation of a psychological aptitude test
in the entrance examinations for the Military Firefighter Officer Training Program of The
Military Firefighter Academy D. Pedro II (ABMDPII), by utilizing psychological assessment
processes from other Military Academies as a baseline.

KEYWORDS

Psychological Assessment. Military Academies. ABMDPII.


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INTRODUÇÃO

A Academia de Bombeiro Militar Dom Pedro II (ABMDPII) é uma instituição


de ensino superior que tem como missão formar os Oficiais do Corpo de Bombeiros
Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). O seu Curso de Formação de
Oficiais (CFO) Combatentes tem duração de três anos e possui uma grade curricular
extensa e rigorosa, que contempla disciplinas acadêmicas e profissionais, sendo
realizado sob regime de internato, de segunda a sexta-feira.
A ocupação militar gera vários fatores estressantes, tratar de um regime
internato significa dizer que o militar é separado da família, está sujeito a um
treinamento mais intenso, e que permanece alerta durante todo o tempo em que
está aquartelado, tendo em vista que existem acionamentos noturnos e exercícios
inopinados. Durante diversos momentos do CFO, o cadete é levado à exaustão
física e emocional, um exemplo disto é o Estágio de Buscar Resgate e
Sobrevivência na Selva, que é realizado no 2º ano do curso. Ser submetido a
estresse emocional é crucial na formação, uma vez que a atividade laboral de
Bombeiro Militar requer preparo psicológico para lidar com situações de risco de
morte para si e para as vítimas, as quais tem que salvar.
Acredita-se que a avaliação psicológica como fase eliminatória no concurso
de admissão CFO seja capaz de selecionar indivíduos com o perfil e a saúde
psicológica necessária para enfrentar a rotina no CFO com sucesso. Atualmente, o
concurso para a ABMDP II é o único processo seletivo para uma academia militar
que não possui o teste psicotécnico como fase eliminatória. Portanto, este estudo,
realizou uma análise do processo seletivo aplicado atualmente para ingresso na
ABMDP II e estabeleceu um comparativo com os processos seletivos de outras
Academias Militares do Brasil. Através desta comparação, tendo como base as
normas que regulamentam a aplicação de testes psicológicos em concursos e com o
embasamento técnico adequado, averiguou-se a melhor maneira de verificação da
condição psicológica dos candidatos que prestam o concurso para a ABMDP II, bem
como apresenta parâmetros para se propor a reinserção de um exame psicotécnico
para avaliação psicológica dos candidatos CFO.

1 A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA E O CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS


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O teste psicotécnico deixou de fazer parte do concurso para o CFO no ano
de 2008, e desde então a administração da ABMDP II vem percebendo as
consequências de sua retirada. Já no ano de 2011, houve a exclusão de um cadete
por motivo de doença psiquiátrica. Em 2017, um cadete apresentou ideação suicida
e foi necessária sua internação no Hospital Aristarco Pessoa (HCAP). Ainda no
mesmo ano, um cadete, que estava com a matrícula trancada por motivo de saúde,
tentou o suicídio e, posteriormente, no início de 2018, quando solicitou a rematrícula
no curso, foi submetido a avaliação psiquiátrica, onde ficou comprovada sua
incompatibilidade como o cargo de BM, sendo assim, foi excluído do CBMERJ. Em
meados de 2018, um cadete apresentou o quadro de automutilação e foi
encaminhado pela Seção de Orientação Psicológica e Educacional (SOPE) ao setor
de psiquiatria do HCAP, onde permaneceu internado e, desde então, passou a
receber tratamento psiquiátrico e psicológico regulares, conseguindo êxito em sua
formação. Ainda em 2018, houve o caso de um cadete encaminhado para o serviço
de psiquiatria após apresentar problemas de entrosamento com a sua turma e
diversas queixas e atritos com os companheiros. Esse militar recebeu licença
psiquiátrica por mais de um ano, tendo optado posteriormente por pedir exclusão do
CBMERJ. O caso mais recente de afastamento da ABMDP II por motivo psiquiátrico
foi a de um candidato, que ainda no Estágio Probatório, teve um surto psicótico e
teve que ser encaminhado para internação no HCAP, fato que o impediu de concluir
o estágio.
Para Burrel el al (2006), a jornada de trabalho longa e imprevisível, a
separação da família, e o risco de lesão e morte durante o trabalho são gatilhos
estressores típicos da vida militar. Ellwanger (2007) complementa que os gatilhos
estressores estão presentes na vida do militar durante desenvolvimento de suas
atividades diárias. Eles estão presentes em diversas ocasiões como, por exemplo,
quando o militar realiza esforços físicos que, dependendo das exigências, podem
levar a lesões osteomusculares, sejam estes praticados durante a atividade fim ou
nos exercícios de campo e cursos, e quando sofre exposição a materiais químico-
físico-biológicos-nucleares tóxicos.
De acordo com Ellwanger (2007), a convivência em alojamentos acarreta a
perda da individualidade, a qual pode ser superada sem consequências psicológicas
negativas, mas, para que isto ocorra, é necessário um processo adaptativo bastante
pessoal. O cadete em regime de internato é obrigado a dividir o espaço com um
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grande número de pessoas, ainda que completamente estranhas e, mesmo nessa
situação, faz-se necessário que o militar tenha uma convivência pacífica, tornando
esta situação uma geradora de ansiedade, a qual pode ser superada através da
criação de laços afetivos e do fortalecimento do espírito de corpo.
Para Amador et Al (2002, p. 3), quando o sujeito ingressa em uma instituição
militar, necessariamente destrói seus valores e crenças para incorporar os valores
preconizados pelos regulamentos da instituição: “Inicialmente, sentem o impacto das
regras na convivência social intramuros, onde as relações perdem a naturalidade e
se revestem de medo, de receio do erro e de tudo que ele pode acarretar.“ E ainda
complementa, afirmando que a formação do militar é alicerçada em um ideal de
homem forjado sobre princípios rígidos, os quais contam com padronização de
condutas, comportamentos e fardamentos, aspectos que tendem a dificultar a
expressão do que é individual e singular.
A formação no CFO abrange os domínios cognitivo, afetivo e psicomotor, por
isso se faz necessária a dedicação exclusiva e em tempo integral do aluno, a fim de
que ele atinja os requesitos constantes no perfil profissiográfico do Oficial BM
combatente, que é estabelecido pela Secretaria de Estado de Defesa Civil (2019), a
saber:
Art. 189 - As competências para o desempenho funcional
serão divididas em competências comuns e específicas.
Art. 190 - São consideradas competências comuns:
I - ter bom condicionamento físico e higidez para trabalhar nas
mais diferentes situações e condições ambientais; e
II - possuir conduta moral e profissional irrepreensíveis, com
rigorosa observância dos preceitos do Valor, da Ética e dos
Deveres de Bombeiro Militar, conforme previsão da Lei
nº 880/85 (Estatuto dos Bombeiros Militares).
Art. 191 - São consideradas competências específicas:
I - comandar pelotões e destacamentos de bombeiros;
II - praticar a prevenção e a normatização de segurança
contra incêndio e pânico;
III - planejar atividades operacionais e administrativas;
IV - dirigir recursos humanos;
V- dirigir recursos financeiros e logísticos;
VI - traçar atividades de ensino e instrução;
VII - sintetizar informações; e
VIII - coordenar serviços operacionais.(Estado do Rio de
janeiro, 2015)

De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Civil (2019), o perfil


profissiográfico do Oficial Bombeiro Militar é resultante de um mapeamento de
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competências, o que possibilita a sua utilização como ferramenta para gestão de
pessoal na ABMDP II, e é de desenvolvimento obrigatório por parte do cadete.
Para tanto, durante a formação do cadete, são realizadas avaliações de cunho
intelectual, condicionamento físico, comportamental e conceitual.

A avaliação conceitual do cadete abrange características de cunho intra e


interpessoais, sendo realizada através de avaliações horizontal e vertical, ou seja,
são atribuídas notas a cada cadete, através de observações realizadas por
professores, alunos e oficias da ABMDPII. Ter um conceito satisfatório é requesito
necessário para que o cadete seja aprovado, bem como para que este permaneça
no curso.

É importante citar que os aspectos avaliados para a formulação de conceito


estão diretamente ligados a aspectos psicológicos do aluno, principalmente os que
são abrangidos pelo eixo do comportamento (A3), conforme a lista de atributos
constante na Norma Interna de Avaliação de Conceito do Cadete Bombeiro Militar
(NIACBM), exposta no anexo A.

Vale salientar que o ingresso de um cadete com condição psicológica


desfavorável ao CFO fatalmente acarretará na sua reprovação ou exclusão do
curso, o que gera transtorno e desperdício para a administração pública.
Atualmente, o concurso para a ABMDP II é um dos vestibulares mais
concorridos do Estado do Rio de Janeiro, o que faz surgir o questionamento acerca
da identificação do candidato que presta o concurso com o cargo pretendido, tendo
em vista que as seleções para concursos públicos, em especial para a área da
segurança pública, têm se caracterizado pela grande quantidade de candidatos que,
por vezes, são motivados a prestar o concurso pelo fato de estarem desempregados
ou por estarem à procura de estabilidade, e não por identificar-se com a atividade
fim da função a ser exercida pelo cargo pretendido. Diante disso, Brito (2004) afirma
que:

Essa situação, aliada às especificidades da área de segurança,


tornam fundamental a realização de processos seletivos que
garantam a escolha das pessoas mais adequadas à execução das
tarefas que lhe serão atribuídas após a aprovação. Investir na
seleção de agentes cada vez mais capacitados à realidade da
função é inclusive um dos requisitos da administração pública,
conforme previsto no artigo 37 da Carta Magna.
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1.1 PROCESSO SELETIVO PARA A ABMDPII

Para Ingressar na academia, o candidato passar por um rigoroso teste


seletivo que conta com diversas fases eliminatórias, composto de uma parte
acadêmica, a ser executada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),
e de uma Parte Específica, que é executada pelo CBMERJ. A Parte Específica
possui as seguintes etapas: reunião de apresentação, exames físico e de saúde, de
pesquisa documental e de pesquisa social, todas de caráter eliminatório. Para a
realização do exame de saúde, é necessária a apresentação de laudos de exames
complementares, tais como sangue, urina, fezes, raio X, audiometria,
eletrocardiograma e atestado de sanidade mental. A Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (2019), através do edital do concurso para ABMDP II 2020 estabelece
que “todas as patologias psiquiátricas são consideradas incapacitantes para
admissão. Os candidatos deverão trazer declaração de higidez mental, incluindo-se
os transtornos de personalidade, assinada por médico especialista em psiquiatria”.

Como foi visto, o concurso para admissão no CFO não conta com exame
psicológico ou teste psicotécnico, sendo assim, para avaliar aspetos psíquicos do
candidato, é exigido apenas um laudo de sanidade mental emitido por um médico
psiquiatra. Na maioria dos casos, para emissão deste laudo, basta que o candidato
realize uma consulta com o médico psiquiatra, o que torna o processo falho, visto
que muitos transtornos psiquiátricos quando tratados com a medicação adequada
passam desapercebidos em uma simples entrevista. O entrevistado pode ainda,
durante a anamnese, omitir que faz tratamento psiquiátrico regular, no intuito de
obter o atestado de sanidade. Neste caso, o psiquiatra não dispõe de meios e/ou
ferramentas diagnósticas que o permitam perceber a realidade psíquica do paciente
em apenas uma consulta.
É importante esclarecer que a avaliação psicológica só pode ser realizada
por um psicólogo e os instrumentos facilitadores para avaliação psicológica são os
testes psicológicos, os quais são ferramentas de uso exclusivo dos psicólogos.
Sendo assim, o psiquiatra não pode se valer destes instrumentos para emissão de
laudo psiquiátrico. De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (2002):
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Art. 1º - A avaliação psicológica para fins de seleção de
candidatos é um processo, realizado mediante o emprego de
um conjunto de procedimentos objetivos e científicos, que
permite identificar aspectos psicológicos do candidato para fins
de prognóstico do desempenho das atividades relativas ao
cargo pretendido.

Segundo Thadeu e Ferreira (2013), muitas técnicas e instrumentos podem
ser utilizadas em processos seletivos a fim de avaliar requisitos considerados
relevantes ao cargo ao qual o indivíduo se candidata. Essas ferramentas de seleção
costumam ser chamados de preditores, sendo os testes psicológicos mais utilizados
com esta finalidade. Para o Conselho Federal de Psicologia (2003), os testes
psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características
psicológicas, com o objetivo de descrever e/ou mensurar características e processos
psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas emoção/afeto,
cognição/inteligência, motivação, personalidade, psicomotricidade, atenção,
memória, percepção nas suas mais diversas formas de expressão, segundo padrões
definidos.

Segundo o Conselho Federal de Psicologia (2002), para que a avaliação


psicológica alcance seus objetivos, é preciso que os psicólogos responsáveis pelo
processo utilizem testes definidos com base no perfil profissiográfico do cargo
pretendido e incluam nos instrumentos de avaliação técnicas capazes de,
minimamente, aferir características, tais como inteligência, funções cognitivas,
habilidades específicas e personalidade. É necessário também que seja realizada a
análise conjunta de todas as técnicas utilizadas, relacionando-as ao perfil do cargo e
aos fatores restritivos para a profissão, considerando a capacidade do candidato
para utilizar as funções psicológicas necessárias ao desempenho do cargo.
Para que seja inserida a avaliação psicológica no processo seletivo para a
ABMDPII, faz-se necessário que sejam seguidas as orientações do CFP, sendo
assim, deve ser elaborado um edital que contenha informações, em linguagem
compreensível ao leigo, sobre a avaliação psicológica a ser realizada e os critérios
de avaliação, relacionando-os aos aspectos psicológicos considerados compatíveis
com o desempenho esperado para o cargo. Para Faid et al (2012), o processo de
seleção, que usa como base as características psicológicas que atendam o
profissiográfico, não visa apenas colocar o homem certo no lugar certo, mas busca
encontrar “o indivíduo com maior probabilidade de se adaptar ao contexto de
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trabalho em que será inserido com base na compatibilidade entre suas
características pessoais e as demandas do cargo pleiteado”.

1.2 PROCESSOS SELETIVOS PARA OUTRAS ACADEMIAS

Através da leitura dos editais de concursos para algumas Academias


Militares do Brasil, verificou-se que todas as consultadas possuem em seu concurso
o teste psicológico, avaliação psicológica ou teste psicotécnico como fase
eliminatória do processo seletivo. Foram consultados os editais dos últimos
concursos da Escola Naval, da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, da
Academia da Força Aérea e da Academia de Polícia Militar Dom João VI.
A Escola naval (EN) é a instituição de ensino superior Marinha do Brasil que
tem como objetivo de formar oficiais para os postos iniciais das carreiras dos Corpos
da Armada, Fuzileiros Navais e Intendentes da Marinha. De acordo com a Marinha
do Brasil (2019), a avaliação psicológica do concurso público para a Escola Naval é
baseada no modelo analítico de seleção psicológica e está fundamentada nas
conclusões da psicologia diferencial, as quais estabelecem que cada indivíduo
possui um perfil individual, ou seja, que possui habilidades, personalidades e níveis
de motivação diferenciados, e que cada perfil profissional pressupõe níveis
diferentes desses. Assim sendo, faz-se sua avaliação através da verificação do nível
de compatibilidade do perfil psicológico do candidato com o perfil da atividade
exigida para a carreira militar. O perfil psicológico do candidato é obtido mediante a
utilização de testes, técnicas e instrumentos psicológicos cientificamente
reconhecidos. São utilizados como fundamentos para a avaliação a análise do
trabalho, a seleção de preditores e comparação dos resultados dos candidatos com
dados acumulados de grupos anteriores que foram previamente estudados,
estabelecendo-se então os níveis mínimos aceitáveis.
O Exercito Brasileiro (2020), através do edital do Concurso de Admissão
para a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) prevê a avaliação
psicológica como fase do seu concurso, estabelecendo que esta será realizada por
intermédio de um exame psicológico que avaliará os aspectos intelectivo e
personalógico. O exame destina-se à verificação das aptidões e habilidades mentais
do candidato em relação aos requisitos psicológicos, de personalidade e
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motivacionais exigidos para a carreira militar. Para tal, podem ser utilizados testes,
inventários, entrevistas e/ou outros instrumentos de avaliação psicológica, visando
avaliar a capacidade de atenção e raciocínio, dedicação, persistência,
responsabilidade, equilíbrio emocional, sociabilidade, entre outros aspectos
psicológicos. A EsPCEx somente torna pública a relação dos candidatos
considerados aptos, dando ciência do resultado de forma individual e reservada
àqueles que são considerados inaptos na avaliação.
A Força Aérea Brasileira possui uma normatização específica para suas
avaliações e exames psicológicos, e são divulgados editais diferentes para os
exames de admissão para o Curso de Formação de Oficiais Aviadores, de Infantaria
da Aeronáutica e de Intendência. Porém, os três trazem as mesmas informações no
que tange aos exames de aptidão psicológica e tem como referência a normatização
citada. No geral, os exames de aptidão psicológica para o ingresso na Academia da
Força Aérea Brasileira são de caráter eliminatório e avaliam condições
comportamentais, visando verificar se existe contraindicação do candidato para o
serviço militar e para o desempenho das atividades previstas no curso em lide. De
acordo com o Comando da Aeronáutica (2012), os candidatos ao CFO são avaliados
nas áreas de personalidade e aptidão, existindo requisitos psicológicos considerados
imprescindíveis (adequação a normas e padrões, comunicação, cooperação,
equilíbrio emocional, planejamento e organização, relacionamento interpessoal,
responsabilidade resistência à frustração) e restritivos (depressão, desatenção,
desmotivação, desorganização, indisciplina, individualismo, instabilidade emocional,
irresponsabilidade e negligencia) ao adequado desempenho do cargo, de acordo
com perfil profissiográfico do curso para o qual se presta o concurso. Os editais
também informam que sã avaliadas as aptidões atenção concentrada /difusa e
raciocínio espacial/ lógico.

O concurso para a Academia de Polícia Militar Dom João VI (APMDJ VI),


que é a instituição responsável pela formação dos Oficiais da Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), tem inserido em seu processo o exame
psicológico que, de acordo com o Estado do Rio de janeiro (2018), tem como
objetivo aprovar os candidatos que possuam capacidade de raciocínio, habilidades
específicas e características de personalidade compatíveis com a multiplicidade,
periculosidade e sociabilidade das atribuições do cargo de oficial da PMERJ e
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reprovar aqueles que apresentem características psicológicas incompatíveis com
tais atribuições, de acordo com os parâmetros estabelecidos para o cargo. Para o
exame são utilizados testes com validade regulamentar estabelecida pelo CFP, os
quais são realizados por psicólogos registrados no Conselho. A avaliação
psicológica é realizada em fase única e eliminatória e pode ocorrer em um ou mais
dias, com o objetivo de levantar características psicológicas que se traduzem em
capacidade do candidato para a solução de problemas, utilização de funções
psicológicas necessárias ao desempenho no cargo e adaptação e adequação de
características individuais às atividades inerentes ao curso. Para tal, são realizados
exames exploratórios de características predominantes de personalidade,
capacidade de raciocínio e habilidades específicas através da aplicação de
instrumentos psicométricos, validados cientificamente em nível nacional e aprovados
pelo CFP. Neste concurso, o exame psicológico tem caráter eliminatório, sendo o
candidato considerado apto ou inapto de acordo com os resultados obtidos, os quais
são comparados com os dados fornecidos pelos manuais dos testes utilizados e
estudos estatísticos previamente realizados com grupos anteriores de candidatos,
resguardados os critérios de similaridade de população, a fim de estabelecer os
níveis mínimos aceitáveis em conformidade com o perfil psicológico para o cargo de
Policial Militar.
Para que o candidato seja apto no exame psicológico do concurso da
APMDJ VI, este deve apresentar características como nível suficiente de atenção
geral (capacidade de focalizar, selecionar e processar determinados estímulos do
ambiente em detrimento de outros) e nível suficiente de funções mentais relativas ao
raciocínio lógico e abstrato (capacidade para utilizar as operações mentais de
raciocínio a fim de solucionar problemas). De acordo com o Estado do Rio de janeiro
(2018), o candidato deve ainda apresentar certas de características de
personalidade, tais como:

• Energia: agilidade, dinamismo, vigor, bom tônus vital;
• Disposição para realização: competência, perseverança,
autodisciplina, motivação para alcance dos objetivos;
• Controle emocional: capacidade de controle sobre as emoções
e reações; humor estável;
• Facilidade de relacionamento interpessoal: capacidade para
estabelecer bom contato com outras pessoas, de interagir e
adaptar-se a grupos diversos;
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• Organização: capacidade para manter objetos e ambiente em
ordem; facilidade para ordenar ideias e dar sequência às tarefas a
executar;
• Conformidade social: capacidade de absorver e cumprir regras e
normas instruídas e lidar com figuras de autoridade;
• Controle da exibição: nível controlado de extroversão; facilidade
no condicionamento de valores éticos sociais; baixa possibilidade
de comportamentos impulsivos e irrefletidos;
• Resiliência: capacidade para lidar com situações de estresse e
emergência.

Nesse concurso, é considerado inapto o candidato que apresentar
características restritivas ou impeditivas e/ou não apresentar características de
personalidade, capacidade intelectual, habilidades específicas, isoladas ou
cumulativamente, de acordo com os requisitos psicológicos para o desempenho das
atribuições inerentes ao cargo. O edital para o concurso deixa claro que a inaptidão
no exame psicológico não significa a pressuposição da existência de transtornos
mentais e sim que o candidato inapto não demonstrou atender aos parâmetros
exigidos para o exercício das funções inerentes ao cargo.

1.3 ASPECTOS RELEVANTES SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DO EXAME
PSICOTÉCNICO

O artigo nº 37 (II) da Constituição Federal prevê que o acesso aos cargos


públicos deve ser feito necessariamente por meio de concursos públicos de provas
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo. O
artigo 39 (§ 3º) prevê ainda a possibilidade de requisitos diferenciados de admissão,
como limites de idade e a realização de testes físicos e exames psicológicos, serem
utilizados, quando a natureza do cargo assim o exigir.

O Estado do Rio de Janeiro (2012), através do Decreto nº 43.876, de 08 de


outubro de 2012, que regulamenta os concursos públicos para provimento de cargos
efetivos e empregos públicos integrantes dos cargos permanentes de pessoal do
poder executivo e das entidades da administração indireta do Estado do Rio de
Janeiro, estabelece as etapas que devem ser seguidas nos mesmos. As etapas
citadas são: publicação do edital; provas escrita, oral, prática, de títulos; exames
físicos; de saúde; social; documental e; psicológico. Quanto aos exames
psicotécnicos, o Estado do Rio de Janeiro (2012) estabelece que:
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Art. 52 - Os exames psicotécnicos serão realizados nos casos
previstos em lei e se destinam a aferir as condições
psicológicas do candidato e sua aptidão para realizar as
funções inerentes ao cargo ou emprego objeto do certame,
devendo ser aplicados por profissionais devidamente
habilitados junto ao Conselho Regional de Psicologia, segundo
critérios reconhecidos pelo Conselho Federal de Psicologia.

De acordo com o estabelecido pela lei citada anteriormente, para que o


exame psicológico fosse inserido como fase eliminatória no concurso do CFO da
ABMDPII, seria necessário que existisse essa previsão em lei, que é o que ocorre
com a PMERJ, visto que em seu Estatuto (Lei 443, de 1° de julho de 1981) existe a
previsão de que, para o ingresso nos diversos estabelecimentos de ensino policial-
militar, é necessário que se tenha, dentre outras, condições relativas à capacidade
física e mental. O CBMERJ não possui uma lei que regulamente especificamente
suas formas de ingresso, e seu estatuto traz a seguinte redação, descrita pelo
Estado do Rio de Janeiro (1985):

Art. 9º - O ingresso no CBERJ é facultado a todos os


brasileiros nato, sem distinção de raça ou de crença religiosa,
mediante inclusão, matrícula ou nomeação, observadas as
condições prescritas neste Estatuto, em lei e nos regulamentos
da Corporação.

Atualmente, existe o entendimento por parte da Chefia da Diretoria Geral de


Pessoal/02 (Seleção e ingresso) do CBMERJ, que é o órgão responsável pelos
trâmites relativos ao ingresso de pessoal na Corporação, de que o fato desta
redação não deixar claro a especificação da necessidade de exame psicológico para
o ingresso no CBMERJ é um impeditivo para a realização de tal fase no concurso.
Porém, existe uma outra interpretação que pode ser dada a norma, visto que está
descrito no artigo citado que a assunção do cargo de BM ocorrerá caso sejam
observadas as condições prescritas no Estatuto em lei e nos regulamentos. Ora, se
existe a previsão de características de perfil psicográfico no Regulamento da
ABMDP II, pode ser considerado que não há impeditivo para que haja um exame
psicotécnico no concurso de admissão ao CFO.

Um edital bem elaborado e que atenda os pré-requisitos das legislações


vigentes é essencial para garantir a eficácia da avaliação psicológica em um
concurso público. Vale salientar que alguns decretos federais que estabeleciam
critérios para elaboração de editais e exames psicotécnicos foram revogados no ano
de 2019. Sendo assim, algumas exigências legais que diminuíam a fidedignidade da
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avaliação psicológica, como, por exemplo, a divulgação prévia em edital dos testes
psicológicos a serem realizados no processo seletivo, bem como a divulgação do
perfil psicológico do cargo, não são mais necessárias. Essas exigências
comprometiam a validade do processo, visto que poderiam sugerir ao candidato um
padrão de respostas que fosse mais adequada ao perfil do cargo pretendido. Vale
destacar que o candidato o qual obtém a aprovação no concurso por ter simulado
comportamentos que não lhe sejam próprios pode, futuramente, não desenvolver as
capacidades e características necessárias e condizentes com o perfil do cargo em
questão. Quanto a divulgação prévia do perfil do cargo e dos testes psicológicos a
serem utilizados em um edital de concurso, Faid et al (2012) observa que “tal
situação assemelha-se à divulgação em edital das questões da prova de
conhecimentos e ambas inviabilizariam a avaliação pretendida, na medida em que
os candidatos poderiam ter acesso antecipado às questões e respostas corretas ou
desejáveis a esses instrumentos”. O autor afirma ainda que a avaliação psicológica
realizada em processos seletivos da administração pública apresenta, portanto,
algumas particularidades como sua previsão legal e o controle jurisdicional imposto
aos processos seletivos públicos, e isto pode por vezes levar os candidatos
reprovados a moverem ações que questionem a avaliação psicológica realizada,
Faid et al (2012), complementada ainda:

A experiência tem mostrado, porém, que quando tal avaliação


se pauta nos princípios éticos, técnicos e legais aos quais ela
deve obedecer, as instituições por elas responsáveis
conseguem, no âmbito da justiça, defender de forma coerente
a consistência da avaliação psicológica realizada e,
consequentemente, manter inalterados os resultados
previamente obtidos.

Critérios rígidos de seleção que contenham avaliação psicológica são


essenciais em concursos militares, de acordo com BALESTRERI (1998):

Profissões magníficas, de grande amplitude social, que


agregam heróis e mesmo santos, são as mesmas que atraem a
escória, pelo alcance que têm, pelo poder que representam. A
permissão para o uso da força, das armas, do direito a decidir
sobre a vida e a morte, exercem irresistível atração à
perversidade, ao delírio onipotente, à loucura articulada.

O autor ainda afirma que a preocupação com o perfil psicológico do militar


deve ser crescente, tendo em vista que indivíduos com perfil de psicopatia
18

demonstram ter preferência e encantamento pelas profissões de poder, tais como as
carreiras militares, uma vez que estas lhes permitem exercer o poder sobre outrem.
Brito e Goulart (2004) realizaram uma pesquisa onde foi verificado que do total de
policiais excluídos houve uma predominância de contraindicados no exame
psicológico que ingressaram na corporação mediante ação judicial. Sendo assim,
em seu estudo, os autores verificaram que “os policiais militares contraindicados no
exame psicológico do processo seletivo têm maior probabilidade de cometer desvios
de comportamento do que os candidatos indicados sem restrições”. Não foram
encontradas pesquisas semelhantes que tivessem como amostra Bombeiros
Militares, porém os dados obtidos na pesquisa citada podem servir de parâmetro
para vislumbrar o grau de importância da inserção de exames psicológicos nos
concursos para o CBMERJ.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a análise do processo seletivo realizado atualmente no concurso de


admissão ao Curso de Formação de Oficiais da ABMDP II, verificou-se que a
implementação de um exame psicotécnico de caráter eliminatório é fundamental
para que sejam selecionados candidatos com o perfil psicológico condizente com a
função de Oficial Bombeiro Militar Combatente. Os dados apresentados nesse artigo
demonstraram o quanto é necessária a avaliação psicológica dos candidatos de um
concurso e como esta ferramenta está presente nos principais e mais tradicionais
concursos de Academias Militares Brasileiras.
Com base no que foi pesquisado a respeito dos testes aplicados por
diversos concursos e na análise realizada do perfil profissiográfico do Cadete
Bombeiro Militar, conclui-se que o exame psicológico a ser aplicado no concurso de
admissão ao CFO deverá conter testes de personalidade, de atenção concentrada e
alternada, de memória-raciocínio e de inteligência não-verbal, devendo ser aplicado
por uma equipe de psicólogos credenciados no Conselho Regional de Psicologia.
Não foi possível elaborar uma proposta de bateria de testes padrões a
serem aplicados no teste psicotécnico no concurso para a ABMDP II, tendo em vista
que antes da escolha dos testes algumas variáveis devem ser levadas em
consideração, tais como o custo dos testes, a lista de testes psicológicos aprovados
pelo Conselho Federal de Psicologia na data da aplicação da avaliação, a
19

quantidade de membros na equipe de avaliação e o tempo disponível para a
correção/divulgação de resultados. Todavia, concluiu-se que o modelo de avaliação
psicológica utilizado pela PMERJ em seus concursos, onde uma banca examinadora
terceirizada é contratada para a aplicação dos testes, parece ser o mais adequado
para ser implementado no Concurso para a ABMDPII.
20

9 REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR DOM PEDRO II. NORMA INTERNA DE
AVALIAÇÃO DE CONCEITO DO CADETE BOMBEIRO MILITAR (NIACBM) –
ANEXO A NOTA ABMDPII / DIV. ENS. Nº 018/2020. Publicado no Boletim da
ABMDPII Número 019, de 31/01/2020.

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mental do trabalhador na Brigada Militar. Psicol. Cienc. Prof. Vol. 22 nº 3. Brasília,
2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932002000300009&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 21 março 2020.
BALESTRERI, Ricardo Brisola. Direitos Humanos: Coisa de Polícia. Passo fundo-
RS, CAPEC, Paster Editora, 1998.

BRITO, Divino Pereira de Brito; GOULART, Iris B. Avaliação psicológica e


prognóstico de comportamento desviante numa corporação militar. Revista
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BURRELL, Lolita et al. The impact of military lifestyle demands on well-being,
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2020.
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AVALIAÇÕES PSICOLÓGICAS 2012. Disponível em
https://www.fab.mil.br/icas/NSCA_38_13.pdf. Acesso em: 03 abril 2020
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em: http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2002/04/resolucao2002_1.pdf. Acesso
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CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP.º 002/2003. Disponível
em: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/05/resoluxo022003.pdf. Acesso
em: 25 março 2020.

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atuação nos alunos do curso de formação de oficiais do quadro complementar.
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semestre de 2007. Disponível em:
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ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Lei N°880, de 25 de julho de 1985. Dispõe sobre o
21

Estatuto dos Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro e dá outras
providências. Disponível em:
http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/c8aa0900025feef6032564ec0060dfff/7905bbf7
8dc320270325680100674ffd?OpenDocument. Acesso em 30 maio 2020.
ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Decreto Nº 43.876, de 08 de outubro de 2012.
Regulamenta os Concursos Públicos para provimento de cargos efetivos e
empregos públicos integrantes dos quadros permanentes de pessoal do poder
executivo e das entidades da administração indireta do estado do Rio de Janeiro e
dá outras providências. Disponível em
http://www.silep.planejamento.rj.gov.br/decreto_43876_-_081012_-.htm. Acesso em
27 março 2020.

ESTADO DO RIO DE JANEIRO. EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO Nº


001/2018/PMERJ/ 26 DE DEZEMBRO DE 2018. Dispõe sobre o edital para o
Concurso Público para admissão no Curso de Formação de Oficiais (CFO) do
Quadro de Oficiais Policiais-Militares (QOPM) da Polícia Militar do Estado do Rio de
Janeiro. Disponível em
https://www.ibade.org.br/Cms_Data/Contents/SistemaConcursoIBADE/Media/PMER
J2018/editais/EDITAL-CFO-2019-PMRJ-RETIFICA-O-01.pdf. Acesso em 03 abril
2020.

EXÉRCITO BRASILEIRO. Edital Nº 02/20 Concurso de Admissão, de 23 de abril


de 2020. Disponível em:
http://www.espcex.eb.mil.br/downloads/Edital%20EsPCEx%202020%20-
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FAIAD, Cristiane et al. Análise Profissiográfica e Mapeamento de Competências
nas Instituições de Segurança Pública. Psicologia : ciência e profissão, 2012, 32
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Acesso em: 27 março 2020.
GERHARDT, T. E; SILVEIRA, D. T: Métodos de Pesquisa – Porto Alegre: Editora
da UFRGS, 2009.

MARINHA DO BRASIL. Edital DE 09 DE MAIO DE 2019 Concurso Público de


Admissão à Escola Naval em 2019. Disponível em:
https://www.marinha.mil.br/sspm/sites/www.marinha.mil.br.sspm/files/arquivo/editais
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SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA CIVIL. Resolução SEDEC N° 137, de
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THADEU, Sayonara Helen ; FERREIRA, Maria Cristina ; FAIAD ,Cristiane. A
avaliação psicológica em processos seletivos no contexto da segurança
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http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v11n2/v11n2a08.pdf. Acesso em: 27 março 2020.
22

THADEU, Sayonara Helen ; FERREIRA, Maria Cristina. A validade da avaliação
psicológica em um processo seletivo na área de segurança pública. Revista
Iberoamericana de Diagnóstico y Evaluación/e Avaliaçao Psicológica (Rev Iberoam
Diagn Ev) 2013; 117-145. Disponível em:
https://www.aidep.org/03_ridep/R36/Art.%206.pdf. Acesso em: 15 março 2020.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO. Edital Vestibular UERJ 2020,
Anexo 4. Disponível em: https://www.vestibular.uerj.br/wp-
content/uploads/2019/09/Manual_2fase_07_anexo4.pdf. Acesso em: 25 março
2020.
23

ANEXO A – LISTA DE ATRIBUTOS DO CADETE BOMBEIRO MILITAR

ATRIBUTO 1 (A1).OPERACIONALIDADE
A – ADAPTABILIDADE: Ajustar-se apropriadamente a quaisquer mudanças de
situações.
B – COMBATIVIDADE: Atuar sem esmorecer, e defender as ideias e causas em
que acredita ou aquelas sob a sua responsabilidade.
C – INICIATIVA: Agir de forma adequada e oportuna, em conformidade com as
demandas da missão, sem depender de ordem ou decisão superior.
D – ORGANIZAÇÃO:Desenvolver atividades profissionais de forma sistemática e
metódica.
E – PERSISTÊNCIA: Manter-se em ação continuadamente, a fim de executar
uma tarefa, vencendo as dificuldades encontradas.
F – RUSTICIDADE: Adaptar-se a situações de restrição e/ou privação, mantendo
a eficiência.
ATRIBUTO 2 (A2). EXPANSÃO DO CONHECIMENTO E DEDICAÇÃO
G – ABNEGAÇÃO: Agir, renunciando aos interesses pessoais, integridade física
e conforto em favor da instituição, grupos e / ou pessoas, no sentido do
cumprimento da missão.
H – CAMARADAGEM: Agir, relacionando-se de modo solidário, cordial e
desinteressado com superiores, pares e subordinados, por meio da escuta
empática e prestação de serviços.
I – AUTOCONFIANÇA: Agir com segurança e convicção nas próprias
capacidades e habilidades, em diferentes circunstâncias. Está relacionada à
atitude de iniciativa.
J – COOPERAÇÃO: Agir, contribuindo espontaneamente para o trabalho de
alguém e/ou de uma equipe.
L – LEALDADE: Agir, sendo fiel a pessoas e grupos, considerando as
necessidades da Instituição, de modo a inspirar a confiança.
M – SOCIABILIDADE: Agir, relacionando-se com outros por meio de ideias e
ações de modo adequado, considerando os seus sentimentos e ideias, sem ferir
suscetibilidades.
ATRIBUTO 3 (A3).COMPORTAMENTO
L – DECISÃO: Optar pela alternativa mais adequada, em tempo útil e com
convicção, evitando a omissão, a inação ou a ação intempestiva.
M – DEDICAÇÃO: Realizar as atividades necessárias ao cumprimento da missão
com empenho e entusiasmo.
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N – DISCIPLINA INTELECTUAL: Adotar e defender a decisão superior e/ou do
grupo mesmo tendo opinado em contrário.
O – DISCRIÇÃO: Manter reserva sobre fatos de seu conhecimento que não
devam ser divulgados.
P – EQUILÍBRIO EMOCIONAL: Agir, controlando as próprias reações emocionais
e sentimentos para se conduzir de modo apropriado, nas diferentes situações.
Q – REPONSABILIDADE: Cumprir adequadamente as atribuições de seu cargo,
função e posto, assumindo e enfrentando as consequências de suas atitudes e
decisões.
R – EMPATIA: tentar compreender sentimentos e emoções, procurando
experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.

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