Você está na página 1de 24

COMANDO 1

CLYNSON OLIVEIRA 2

C LY N S O N O L I V E I R A - P H D

CO M AN D O
LIDERANÇA & CARREIRA

J O Ã O P E SS OA
2019
COMANDO 3

COMANDO | LIDERANÇA E CARREIRA


CLYNSON OLIVEIRA

Capa e Diagramação
Kamylla Silva

Todos os direitos desta edição reservados à


Clynson Oliveira
CLYNSON OLIVEIRA 4

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO | 05

1. PRINCÍPIOS DA LIDERANÇA EM 5D | 07

Confiabilidade | 08
Organização | 08
Motivação | 09
Análise | 10
Negócio e Negociação | 11
Disciplina e Coesão | 12
Oportunidade | 12

2. AS 5 DIMENSÕES DA LIDERANÇA | 13

1ª dimensão: O gestor do eu | 15
2ª dimensão: O gestor de times | 16
3ª dimensão: Transformando conhecimento em sabedoria | 17
4ª dimensão: Gestão, gestão e gestão | 17
5ª dimensão: Ecossistema Social | 18

3. O PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA
LIDERANÇA 5D | 19

A Transição de Carreiras 5D | 20
O Programa de Transição de Carreiras 5D | 21

CONCLUSÃO | 21

SOBRE O AUTOR | 23

REFERÊNCIAS | 24
COMANDO 5

INTRODUÇÃO

A liderança é a arte de conduzir pessoas ao cumprimento do dever, in-


fluenciando colegas, colaboradores e superiores a adotarem comportamen-
tos positivos.

A liderança em 3 dimensões (3D) é aquela que considera as seguintes


instâncias: o Eu, líder de si mesmo, o Eu, líder de equipes e o Eu, líder de ne-
gócios.

Já a liderança em 4 dimensões (4D) considera que a liderança não se


divide, mas interage em 4 partes: o autoconhecimento, o conhecimento de
ferramentas gerenciais, a aplicação das capacidades de liderança e o conhe-
cimento o meio onde vive.

Gêngis Khan, Alexandre, o Grande, Tamerlão, Ciro, o Grande, Átila, o Huno,


Adolf Hitler e Napoleão Bonaparte foram os 7 maiores líderes conquistado-
res da História humana. Eles aplicaram algo mais do que estas 4 dimensões
em suas conquistas.

Eles possuíam um tremenda fé em si mesmos, eram espiritualizados,


cada um a seu próprio credo e mantiveram seu núcleo familiar equilibrado e
de acordo com as Leis e a ética de sua própria cultura e de seu tempo. Eles
se enxergavam como os maiores líderes de suas próprias épocas.

Eles conheciam profundamente a sua profissão, utilizavam as melhores


ferramentas de gestão de negócios e planejamento estratégico de sua era.
Cada um à sua maneira, conduziu seus times de administradores e exércitos
CLYNSON OLIVEIRA 6

de soldados em busca de seus objetivos, norteados por uma visão extraor-


dinária de futuro.

Eles moldaram o seu próprio meio ambiente, adequando suas ideias às


suas grandiosas visões e modificaram a realidades, de maneira a ter um su-
cesso grandioso e hoje inimaginável sob a ótica do poder e expansão.

O diferencial de cada um deles, que curiosamente, os une na categoria


“grandes líderes da história” foi justamente a capacidade de transformar seu
conhecimento e o de seus subordinados em sabedoria, agregando a cultura
dos povos conquistados a seu favor. Eles aplicaram as ferramentas de gestão
certas, ao negócio da conquista, conheciam profundamente as capacidades,
deficiências e virtudes de seus homens e manipularam, de forma maestral o
tempo e o espaço em que habitavam, influenciando e mudando a vida do
planeta.

A proposta deste ensaio é desenhar a teoria da liderança em 5 dimen-


sões (5D) e apresentar um modelo de plano de desenvolvimento da lide-
rança em 7 semanas.

A Liderança 5D segue princípios que norteiam as 5 dimensões. Para li-


derar, o líder deve observar atentamente estes princípios e também inspirar
seus liderados a cumpri-los, isto é, deve manter o C.O.M.A.N.D.O em todas as
suas ações e inspirar que seus liderados também a mantê-lo.

Vejamos o que significa cada letra deste acrônimo, que congrega o con-
junto de princípios que rege a liderança 5D: Confiabilidade (C), Organiza-
ção (O), Motivação (M), Análise (A), Negócio (N), Disciplina (D) e Oportu-
nidade (O).
COMANDO 7

1
PRINCÍPIOS DA LIDERANÇA EM 5D
(C.O.M.A.N.D.O)
CLYNSON OLIVEIRA 8

CONFIABILIDADE

“Inspirar confiança” é destacado por Stephen R. Covey em seu livro


“O 8º hábito”, como sendo um dos pilares do sucesso do líder. A confiança é
a fé que alguém tem em algo ou na capacidade de uma pessoa.

O’neill Onora, em seu livro “A Question of Truth”, afirma que o que se de-
seja de um líder é confiabilidade e não apenas confiança. A confiança pode
ser depositada em uma pessoa para realizar uma tarefa, mas o resultado de
alta performance só virá com confiabilidade.

Paulo Vieira, em seu livro “O Poder da Ação”, apresenta um conceito in-


teressante chamado de autorresponsabilidade:​[...] autorresponsabilidade é
a crença de que você é o único responsável pela vida que tem levado; sendo
assim, é o único que pode mudá-la [...]​.

O verdadeiro líder, em qualquer nível nas Forças Armadas ou nos órgãos


de segurança pública, é o único responsável pelo cumprimento de suas tare-
fas e de seu time perante seus superiores hierárquicos, por definição de ma-
nual e regulamentos. Assim sendo, ele inspira confiabilidade na medida em
que faz o que tem que ser feito e se responsabiliza pelas suas consequências.

ORGANIZAÇÃO

“A maioria das pessoas não planeja fracassar, fracassa por


não planejar” - John L. Beckley.​
Se liderar é conduzir homens a alcançar um objetivo, organizar suas for-
ças e planejar são a alma do negócio. O planejamento do líder deve possuir,
sempre: uma visão comum, a missão, os objetivos, as metas e os indicado-
res para o controle da ação.

O líder deve se organizar tendo em mente que só obterá sucesso se ele


for F.E.L.I.Z. As letras deste acrônimo definem a maneira pela qual o planeja-
mento deverá ser conduzido: Foco (F), Energia (E), Linguagem Adequada
(L), Inteligência Emocional (I) e Zonalidade (Z).
COMANDO 9

Na estratégia organizacional da mente, F.E.L.I.Z, chama-se de Zonalida-


de (Z) a definição específica e consistente da zona de objetivo. Como um
escopo de projeto, comtemplando o que está abrangido e o que não está
como resultado esperado na tarefa.

A Energia (E) a ser despendida para alcançar o objetivo traduz-se na


capacidade do líder em estabelecer que competências e que ações devem
ser realizadas ao longo do tempo (cronograma). Assim ele pode definir as
cargas de trabalho, as capacitações necessárias e estabelecer o ritmo ideal
para atingir resultados excelentes.

Estabelecer uma comunicação e um tratamento eficaz com todos do


time de trabalho é o conceito de utilização da Linguagem Adequada (L).
Cada perfil comportamental possui um modo ótimo de absorver as infor-
mações a serem passadas pelo líder. Identificar as motivações pessoais dos
integrantes de seu time, delegar as tarefas certas para as pessoas certas e
ser capaz de inspirá-las são atributos primordiais do líder 5D.

O líder 5D tem um autoconhecimento acurado, pois possui um alto de-


senvolvimento de suas habilidades de Inteligência Emocional (I). A Inteli-
gência Emocional dá ao líder a capacidade de se automotivar e seguir em
frente, mesmo diante de frustrações e desilusões.

O Foco (F) é o ajuste da quantidade de Energia (E) acumulada pelo time


e pelo líder a ser direcionada para a Zonalidade (Z) de maneira a obter o me-
lhor resultado dentro do tempo esperado.

O Foco na solução dos problemas recorrentes, no aprendizado com os


erros do time e a persistência incessante na busca do melhor resultado são
os fatores que definirão o sucesso ou o fracasso da tarefa do líder.

​ MOTIVAÇÃO

É a força interior que leva as pessoas a atingirem suas metas e objetivos.


Ela é regida por fenômenos biológicos, mentais e ambientais. A palavra vem
do latim motus (movido) e motio (movimento). Mas gosto mais de dividi-la
em português, motivo + ação.
CLYNSON OLIVEIRA 10

Cada um de nós realiza suas tarefas por um motivo interno, que só nós
sabemos qual é. Assim, agimos de acordo com nossa consciência (atitude e
comportamento), e coerente com a situação.

O líder deve inspirar motivação. Ele deve gerar o ambiente necessário


e usar a linguagem adequada para transmitir sua visão, objetivo e metas, de
forma tão precisa, que permita ao subordinado compreender o “porquê” da
ação e assim, agir da forma desejada pelo líder.

Os soldados das Forças de Operações Especiais do Brasil têm um ri-


tual para marcar o comprometimento. São orações, brados e procedimentos
que os identificam e reforçam a sua crença de que são o “melhor time do
mundo, capaz de cumprir qualquer missão, mesmo que outros a considerem
impossível”.

Os guerreiros de selva do Exército Brasileiro norteiam suas ações por um


conjunto de ordens que favorecem a motivação, chamados de as “Leis da
Guerra na Selva”: 1ª - tenha iniciativa, pois não receberá ordens para todas
as situações. Tenha em vista o objetivo final; 2ª - procure a surpresa por to-
dos os modos; 3ª - mantenha seu corpo, armamento e equipamento em boas
condições; 4ª- aprenda a suportar o desconforto e a fadiga sem queixar-se
e seja moderado em suas necessidades; 5ª - pense e aja como caçador, não
como caça; e 6ª - combata sempre com inteligência e seja o mais ardiloso.

 Estes rituais marcam o entendimento da missão e o comprometimento


com a sua realização, é a forma de manter o foco, de selar o compromisso e
motivar o time. A este conjunto de elementos, chamo de “gerar o ambiente”
necessário para a motivação pessoal.

​ ANÁLISE

“Previsões geralmente nos dizem mais sobre quem fez a pre-


visão, do que a previsão em si ” - Warren Buffet.​
O Líder 5D realiza três tipos fundamentais de análise: 1. Suas forças e
fraquezas, 2. Oportunidades e ameaças e 3. Sua persona.
COMANDO 11

A primeira análise diz muito sobre suas potencialidades e como ele, líder,
deve se conduzir. Nesta análise se determina qual o estado atual da sua tropa
e qual o seu estilo de liderança (executivo, motivador, metódico ou sistemá-
tico), qual o mais adequado para a tarefa e para o time, etc.

A segunda análise mostra como o mercado ou o campo de batalha estão,


quais as oportunidades para expansão e obtenção de melhores resultados e
quais os riscos e possíveis obstáculos estarão pela frente.

Em sua terceira análise o líder analisa o seu público alvo. Ele aprofunda
em saber quem o seu cliente é, o que faz, o que come, o que vê e em espe-
cial quais são as suas necessidades e a sua dor, levando-o, assim, a um outro
nível de entendimento sobre o cenário que se descortina e seus possíveis
desdobramentos.

Da integração das três análises acima, após a combinação de todas as


variáveis possíveis, obter-se-á os objetivos a serem atingidos para o cumpri-
mento da missão e da visão estabelecidas no planejamento inicial. Ainda, o lí-
der poderá elencar o que fazer para gerenciar os riscos que se apresentarem
durante esta fase, poupando tempo e recursos para alcançar os resultados
esperados.

​ NEGÓCIO & NEGOCIAÇÃO

“Quem não define o fim, começará errado.” -  Infante Dom


Juan Manuel
Entender da sua profissão, profundamente, leva o líder a um outro nível.
Conhecer as nuances, as regras e as inovações ocorridas no mundo em sua
área, garantem ao líder o conhecimento necessário para emitir ordens e pla-
nejar corretamente seus objetivos e metas.

Para ter sucesso no mundo moderno, não adianta saber do seu negócio,
da sua profissão, é necessário saber dialogar, ou seja, dominar a arte da ne-
gociação.
CLYNSON OLIVEIRA 12

Os conflitos podem acontecer a qualquer instante e em todo lugar. Sa-


ber negociar é uma habilidade, que se usada de forma correta será o diferen-
cial que se tornará a chave para abrir caminhos para que o líder 5D alcance
os objetivos de sua empresa.

DISCIPLINA & COESÃO

“A disciplina é a mãe do êxito.” – Ésquilo


A disciplina no Exército Brasileiro é entendida como a expressão da rigo-
rosa obediência às leis, aos regulamentos, normas e disposições; da correção
de atitudes na vida pessoal e profissional; da pronta obediência às ordens
dos superiores e do fiel cumprimento do dever.

Como um dos pilares do Exército, a disciplina é a base para cumprimento


de todas as missões da organização militar. Sem disciplina não há cumpri-
mento de tarefas com bons resultados.

Não se pode confundir disciplina com coerção. A coerção se faz neces-


sária quando a disciplina é ferida. A disciplina deve sempre ser consciente,
advinda da responsabilidade e do comprometimento, não podendo ser im-
posta de maneira eficiente, a não ser pelo próprio indivíduo.

A coesão é um conceito trazido da física, que a conceitua como sendo a:

[...] força de atração entre átomos e moléculas que constituem um cor-


po, e que resiste a que este se quebre [...]

Portanto, a disciplina e a coesão de um time são fundamentais para que


o líder possa exercer sua influência. Esta será multiplicada quando a con-
fiabilidade estiver estabelecida, transformando a equipe em um time de alta
performance.

OPORTUNIDADE 

“Líderes são aqueles que entendem que há uma pequena di-


ferença entre obstáculos e oportunidades e são capazes de trans-
formar ambos em vantagem.” - Maquiavel
COMANDO 13

A todo momento o meio ambiente muda, a ciência avança, o mercado


oscila. Tem mais sorte aquele que está sempre preparado para quando a
oportunidade aparecer. Ele deve estar pronto para aproveitá-la.

Manter-se conectado com o mercado e com o ecossistema formado pelo


seu negócio, gestão, cliente, meio ambiente e situação atual mundial, na-
cional e regional proporcionará ao líder um perfeito cenário para identificar
ameaças e oportunidades.

A cultura local e as emoções das pessoas também fazem parte da opor-


tunidade. Hoje o conceito de pós verdade, muito em voga, substitui a acurá-
cia dos fatos pelo entendimento das crenças individuais e coletivas de uma
sociedade. Saber explorar as emoções do seu público alvo e de seus colabo-
radores, de forma positiva e em direção ao objetivo do líder é uma marca do
líder 5D.
CLYNSON OLIVEIRA 14

2
AS 5 DIMENSÕES DA LIDERANÇA
COMANDO 15

As cinco dimensões são: 1ª é a capacidade de gerir a si mesmo, a 2ª é


capacidade de gerir outras pessoas, a 3ª é capacidade de transformar o co-
nhecimento de sua profissão em sabedoria; a 4ª é a capacidade de aplicar as
ferramentas de gestão corretas às mais diversas situações; e a 5ª é a capaci-
dade de modificar o meio ambiente (ecossistema) para garantir a concreti-
zação da sua visão extraordinária de futuro.

As cinco dimensões coexistem em um mesmo espaço temporal, sendo


utilizada em maior ou menor grau concomitantemente com as rotinas e tare-
fas diárias do líder e de seu time.

É necessário desenvolvê-las, todas, pois o líder 5D será tão excelente


quanto for o seu desenvolvimento em cada uma das dimensões apresentadas.

1ª DIMENSÃO: O GESTOR DO EU

A liderança exige de cada um muito mais do que competências técni-


cas, formações acadêmicas, especializações ou apenas um puro exercício de
poder e autoridade, itens importantes mas que não se sustentam nos atuais
tempos em que vivemos.

Estar em equilíbrio perfeito entre mente e corpo é o princípio básico da


gestão pessoal. Este equilíbrio se dá em 11 campos do eu, segundo a teoria
do coaching integral sistêmico: saúde, espiritual, emocional, parentes, fi-
lhos, conjugal, financeiro, intelectual, profissional, servir e social.

Assim, o líder deve ser capaz fisicamente e de cuidar de sua saúde com
primazia, deve estudar muito e possuir as competências necessárias para
alcançar seus objetivos, deve ser equilibrado emocionalmente de tal forma
que o permita conectar-se positivamente com sua família primal e com as
pessoas ao seu redor, e possuir uma estreita ligação com o seu mundo espi-
ritual, seja qual for o seu credo ou religião.

É fundamental, ainda, que ele conheça o seu perfil comportamental,


seus valores, suas principais competências e seu perfil de liderança, seja
CLYNSON OLIVEIRA 16

motivacional, executivo, sistemático ou metódico, afim de poder chegar à


excelência e à alta performance.

Cada um só pode dar o que tem. Se um líder não possui uma excelente
gestão do seu próprio eu, tendo um autoconhecimento apurado de suas ca-
pacidades e limitações, este jamais poderá conhecer e equilibrar o seu time.

​ 2ª DIMENSÃO: O GESTOR DE TIMES

O gestor de times, o líder, deve conhecer as potencialidades de cada um


de seus liderados. Conhecer o perfil comportamental e as competências de
cada um é uma premissa básica para o sucesso e alta performance do time.

O sistema de crenças e de valores do subordinado deve ser conhecido


pelo líder. Conhecer as crenças limitantes e possibilitadoras de cada um de
seus liderados proporcionará uma clareza para o líder no momento de de-
legar as tarefas mais importantes, garantindo uma maior probabilidade de
êxito.

O líder, assim, pode usar a linguagem adequada para se comunicar com


os seus liderados e extrair deles o seu melhor. Não obstante, a comunicação
deve ser realizada de acordo com o nível cognitivo de cada um, deixando
sempre todas as perguntas respondidas: o que fazer, quem vai fazer, quan-
do vai fazer, o para que fazer (finalidade), quando fazer, até quando fazer
e qual o resultado esperado.

A motivação do time vem da postura do líder, pois a palavra conduz,


mas o exemplo arrasta. Um bom líder não se preocupa em motivar ninguém,
ele conhece seus subordinados, profundamente, de maneira a inspirá-los a se
automotivar e a atingir as metas estabelecidas.

É ainda, papel do líder, educar e capacitar seus liderados. Neste contexto


a educação passa pelo estabelecimento de regras de convivência e relacio-
namentos internos e externos que facilitem a manutenção do bom ambiente.
Já a capacitação se trata do treinamento “on the job”, isto é, treinamento
para cumprir a sua função e tarefas específicas com maestria.
COMANDO 17

3ª DIMENSÃO: TRANSFORMANDO CONHECIMENTO EM


SABEDORIA

O líder deve conhecer cada nuance de sua profissão. Deve entender do


campo de aplicação social e comercial, sua logística e tecnologia necessárias,
as inovações e modelos de negócio e, acima de tudo, deve estar atualizado
no que há de mais novo implementado ao redor do mundo em sua área.

Entretanto não basta conhecer, é necessário agir. Para transformar o


conhecimento em sabedoria é necessário adaptar as experiências implemen-
tadas em outras empresas ou Forças Armadas para a realidade atual do líder.

É mister que o líder esteja sempre presente e tenha sempre um olho no


futuro, para planejar e antecipar oportunidade e um outro no passado, para
retirar o aprendizado do que deu certo e do que deu errado anteriormente.

A capacitação constante de si mesmo e de seu time aliada à colocação


do que foi aprendido, imediatamente em prática, proporciona a transforma-
ção do conhecimento em sabedoria, apenas por acelerar o aprendizado.
Quanto mais cedo se erra, mais rápido se tem a oportunidade de fazer de
novo e acertar. Neste contexto, a persistência é fundamental. O líder deve ter
uma inequívoca fé de que o sucesso será alcançado, e se ainda não foi, é por
que algo ainda deve ser aprendido e colocado em prática.

4ª DIMENSÃO: GESTÃO, GESTÃO E GESTÃO

Quem faz a “coisa” acontecer no Exército são os soldados. Nas empre-


sas, a força está no operacional. A sinergia entre todos os níveis é a chave do
sucesso.

Como a visão extraordinária definida pela alta administração (estratégi-


co) se torna uma meta do atendente de balcão (operacional)? O alinhamen-
to estratégico necessário passa pelo nível gerencial (tático) que vai traduzir
a visão em metas palpáveis. Isso é gestão.

Mais ainda, não se pode controlar o que não se mede. Indicadores devem
ser estabelecidos e controlados por todos os níveis, de maneira a garantir
CLYNSON OLIVEIRA 18

que os resultados planejados estão sendo alcançados na prática, e assim


ratificar ou retificar os planejamentos, de forma que haja um mínimo de des-
perdício e prejuízos, em tempo e recursos.

O líder deve conhecer a gestão em suas nuances estratégica onde tudo


começa, de processos, de projetos, de pessoas e o modelo de gestão, para
então estimar os resultados.

A visão integrada das nuances da gestão acima apresentadas é que vai


garantir os resultados extraordinários de uma empresa, desde o estratégico
até o operacional.

5ª DIMENSÃO: ECOSSISTEMA SOCIAL

O líder 5D tem uma visão sistêmica de si mesmo e do meio ambiente em


que vive. Ele entende que não há crescimento sem contribuição.

Ele se ocupa de manter a si e à sua família em harmonia, possui um con-


tágio social discreto e também equilibrado. Não obstante, conhece o seu su-
bordinado e a realidade dele. Como se relacionam em seu ambiente familiar,
buscando uma aproximação emocional ótima, sem que se transforme em
promiscuidade (o que via de regra destrói o tecido de relacionamento entre
líder e liderado).

Assim, o líder 5D possui uma espécie de família estendida, onde ele


se ocupa de conhecer e cuidar de todos os da sua empresa, apresentando
oportunidades, facilidades e conforto para todos os que são tangenciados
por seu raio de ação. Ele não traz os problemas dos subordinados para si,
mas, definitivamente, gera um ambiente de facilidades e comodidades, para
que o liderado possa estar focado no cumprimento de sua missão enquanto
estiver no trabalho, gerando comprometimento e resultados positivos.
COMANDO 19

3
O PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
DA LIDERANÇA 5D
C L Y N S O N O L I V E I R A 20

O programa tem como público-alvo os alunos de escolas de formação,


aperfeiçoamento e altos estudos, cada um com uma linguagem adequada a
cada nível de liderança (estratégica, operacional e tática).

O Curso é composto por um módulo presencial de 4 horas e 21 dias de


acompanhamento com textos, vídeos e livros que comporão os conhecimen-
tos necessários para que o líder se autodesenvolva durante a sua carreira.

Como produto do curso, ao final de 21 dias, o líder terá um plano de


desenvolvimento pessoal (ênfase no autoconhecimento e exploração dos
pontos fortes) e um plano de desenvolvimento da liderança pronto para ser
implementado, abordando os seguintes aspectos: reprogramação de cren-
ças limitantes, potencialização de crenças possibilitadoras, análise de perfil
comportamental, ferramentas para o equilíbrio pessoal, financeiro e familiar,
pontos fortes e oportunidades de melhoria pessoais, mapeamento do estilo
de liderança, gestão de equipes e ferramentas de gestão e análise (prática).

A TRANSIÇÃO DE CARREIRAS 5D
O militar, muitas vezes, não se enxerga com potencial para ter sucesso no
mercado de trabalho fora do quartel. Isto ocorre por conta da especificidade
da profissão, entretanto, o militar possui qualidades e virtudes muito valori-
zados no mercado, como comprometimento, disciplina e honestidade.

É um ledo engano acreditar que 1 ou 30 anos de experiência nas Forças


Armadas não trazem aprendizados importantes que podem ser utilizados no
meio civil. Baseado nesta premissa é que o militar deve realizar sua transição
de carreiras.

O militar deve pensar no que deseja a curto, médio e longo prazo. En-
tender seus desejos, necessidades e propósitos; ver suas opções e planejar a
mudança com indicadores e projeções. Ele deve preparar-se para os mudan,
vislumbre os recursos e etapas necessárias. Finalmente, crie um plano de
ação e de recomposição, e siga, independente dos obstáculos.
COMANDO 21

O PROGRAMA DE TRANSIÇÃO DE CARREIRAS 5D

O programa tem como público-alvo o pessoal temporário, e de carreira,


que passará para a reserva.

O Curso é composto por módulos presenciais de 4 horas, podendo ser


realizados no modelo “imersão total” ou no modelo MBA (em até 6 sema-
nas).

Como produto do curso, ao final do processo, o militar estará apto a fa-


zer a sua transição de carreira com segurança e tranquilidade. O militar terá
um plano de desenvolvimento pessoal (com ênfase na reinserção familiar e
na sociedade civil) e um plano de transição de carreiras pronto para ser im-
plementado, abordando os seguintes aspectos: reprogramação de crenças
limitantes, potencialização de crenças possibilitadoras, gestão emocional,
transição de carreiras, análise de mercado e potencialidades instaladas,
gestão de negócios, técnicas de vendas, negociação e liderança.
C L Y N S O N O L I V E I R A 22

CONCLUSÃO
O líder 5D é aquele que o mercado procura e que será o mais bem
valorizado. Ele é uma pessoa equilibrada, conhecedora de sua profissão e
de negócios, possui uma “caixa de ferramentas” de gestão poderosa e está
atento ao mercado e às suas oportunidades, possui capacidades avançadas
de análise e de negociação que permitem que ele conduza seu time com
maestria, retirando o máximo resultado no menor tempo possível.

O Exército lança par a sociedade cerca de 30.000 reservistas todos os


anos, sejam militares temporários ou de carreira. Efetivamente, muitos não
tem um “norte” para seguir. O projeto de transição de carreiras pode facilitar
a reinserção destes militares com maior eficácia no mercado.

Este é o líder que o Exército e a sua empresa precisam para enfrentar os


desafios do Sec XXI.
COMANDO 23

SOBRE O AUTOR

Clynson Oliveira é PhD em Ciências Mili-


tares com ênfase em Política e Estratégia
pela Escola de Comando e Estado-maior do
Exército e coronel R1 do Exército Brasileiro.
Comandou unidades militares e serviu em
4 regiões do Brasil com mais de 500 homens.
Participou de atividades em mais de 11 países,
entre eles Haiti, EUA e Índia. Em sua jornada
de mais de 28 anos de serviço, reuniu profun-
dos conhecimentos dos desafios nas áreas
política, econômica, social, tecnológica, lide-
rança pessoal e de equipes.

Formado em Gerenciamento de Projetos pela FGV, coordenou dois pro-


jetos estratégicos do Exército no campo da tecnologia e inteligência artificial,
além de um team leader coach focado em transição de carreiras. Como pro-
fessor, ministra cursos na área de comunicação em ambientes de conflitos,
negociação, desenvolvimento sustentável e liderança há mais de 18 anos.

Atualmente é consultor, investidor e empresário do ramo de tecnologia


e de criptoeconomia.
C L Y N S O N O L I V E I R A 24

REFERÊNCIAS
1. WALTON, S. Made in America. Bantam.1993.

2. ALMEIDA, A. C. A Cabeça do Brasileiro. Record, 2007.

3. BERNARDINHO. Transformando Suor em Ouro. Sextante, 2006.

4. COVEY, S.R. O 8º Hábito. Campus, 2005.

5. O’NEILL, O. A Question of Truth. Cambridge, 2002

6. VIEIRA, P. O Poder da Ação. Gente, 2015.

7. POSNER, K. O Desafio da Liderança. Campus, 1997.

8. BRASIL. Manual de Campanha C20-10 - Liderança. EGGCF, 2011.

9. _____. Valores, Deveres e Ética Militar - VM 10. EGGCF, 2002.

10. FUSARI, J.C. O Planejamento Educacional e a Prática dos Educado-


res. Revista da ANDE, 1984.

11. BECKLEY, J.L. The Power of Little Words. Econo-mics Pr, 1984.

12. GONÇALO, G. 5 frases que indicam se você dele-ga ou “delarga”.


Disponivel em: <www.ideiademarketing.com.br.> Acesso em: 15 de agosto
de 2016.

15. Lebaud P.C.E. Comandar. Bibliex, 2013.

16. COSTA, L.O. Que Tipo de Personalidade Você Tem?: Indicador do


Tipo Myers-Briggs (MBTI). Amazon.com, 2014.

Você também pode gostar