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Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais


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LIÇÃO 01 – AS SUTILEZAS DE SATANÁS CONTRA A IGREJA DE CRISTO
3º TRIMESTRE DE 2022 (1Tm 4.1-5)

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos uma definição do termo “sutileza”; pontuaremos o alerta divino para os últimos dias; veremos
a natureza dos ataques e as estratégias do maligno; e por fim, notaremos as armas espirituais para vencer a guerra.

I - DEFINIÇÃO DO TERMO SUTILEZA

1.1 Definição de etimológica. O dicionário Houaiss (20001, p. 2650) define sutileza com: “característica ou caráter de quem
é sutil; que demonstra leveza, finura; delicadeza; tenuidade; agudeza de inteligência; argumento de grande complexidade
que embaraça ou diverge; afirmação de difícil entendimento para quem não está acostumado com o assunto; detalhe quase
imperceptível; qualidade do que se faz sem alarde; o que se faz discretamente; algo misterioso; enigma”

1.2 Definição teológica. Os termos “engano e sutileza”, nesse contexto da carta aos colossos, significam a mesma coisa. A
palavra grega usada para sutileza é “apate”, isto é, “engano” (Ef 4.22), “sedução” (Mt 13.22). É usada para referir-se a
pessoas de conduta enganosa e embusteira que levam outras ao engano. É mediante tais recursos que os mestres do erro
conduzem suas vítimas ao desvio. Tais sutilezas impedem as pessoas de verem a verdade e, como consequência, tornam-se
cativas das astúcias de Satanás.

II - O ALERTA DIVINO PARA OS ÚLTIMOS DIAS


O apostolo Paulo inspirado por Deus fez grandes alertas ao jovem pastor Timoteo sobre os últimos dias, eles seriam
dias difíceis para a Igreja de Cristo, além disso, seriam marcados por grandes mudanças na sociedade e entre os que
“professam” a fé em Cristo, vejamos agora quais as principais marcas deste tempo que Paulo profetizou e nós estamos
vivenciando:

2.1 Serão marcados por apostasias. O termo apostasia vem do grego “apostásis” e significa “o abandono premeditado e
consciente da fé cristã”. O termo grego “aphistemi” é definido por: “apartar, decair, desertar, retirar, rebelião, abandonar,
afastar-se daquilo que antes se estava ligado” (STAMPS, 1995, p. 1903). É o desvio de parte ou totalidade dos ensinos de
Cristo e dos apóstolos (1Tm 4.1; 2Tm 4.3). Nestes últimos dias os falsos obreiros apresentam uma salvação fácil e uma graça
divina sem valor, desprezando as exigências do arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a Deus e seus
padrões (2Pe 2.1-3,12-19). Os falsos “evangelhos”, voltados a interesses humanos, necessidades e alvos egoístas, gozam
de popularidade por sua mensagem fácil e agradável.

2.2 Serão marcados por falsas doutrinas humanas e demoníacas. A falha dos apóstatas, Paulo explica, é devida a
obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios; noutras palavras, detecta nela os estratagemas maléficos de
Satanás e seus aliados, assim como discernira sua influência operante na oposição em Corinto (2Co 2:11) e, de modo mais
geral, na resistência que os homens opõem à verdade (2Co 4:4; Ef 2:2). Estes demônios, no entanto, empregam agentes
humanos; logo, a apostasia é realizada pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência.
(KELLY, 2010, p. 94).

2.3 Serão marcados por hipocrisia. "Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis" (Mt 7:15-20). Esses falsos mestres
pregam uma coisa, mas praticam outra. Dizem a seus discípulos o que fazer, mas eles próprios não o fazem. Satanás trabalha
"pela hipocrisia dos que falam mentiras" (1 Tm 4:2). Uma das características do verdadeiro servo de Deus é sua
honestidade e integridade; ele pratica o que prega. Isso não significa que seja absolutamente perfeito, mas que procura
sinceramente obedecer à Palavra de Deus. Procura manter uma boa consciência (ver 1 Tm 1:5, 19; 3:9). (WIERSBE, 2010,
p. 293).

2.4 Serão marcados por consciências cauterizadas. “Esses indivíduos estão tão cegos pela incredulidade e são tão
endurecidos de coração que a consciência não é mais capaz de exercer suas funções designadas. Ela está cauterizada Em
Efésios 4.19, o apóstolo descreve a pessoa nesta condição moral: “havendo perdido todo o sentimento” (HOWARD, 2015,
p. 408).

III - A NATUREZA DOS ATAQUES E AS ESTRATÉGIAS DO MALIGNO


Desde a fundação da Igreja, os falsos mestres vêm disfarçando-se entre os filhos de Deus para disseminar suas
heresias. Jesus disse que os mestres do erro apresentam-se “vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”
(Mt 7.15). A Bíblia classifica os tais como “falsos apóstolos” e “obreiros fraudulentos”, identificando-os como agentes de
Satanás que se transfiguram “em ministros da justiça” (2Co 11.13-15). Devemos, por isso, acautelar-nos deles.

3.1 A natureza dos ataques. Paulo deixa claro que as batalhas na vida do Cristão não são empreendidas contra forças
terrenas, porque ele diz: “não temos que lutar contra carne e sangue […]” (Ef 6.12), caso se tratasse disso a força humana
seria suficiente. Antes de falar contra quem devemos lutar, o apóstolo declara contra quem não é a nossa luta. O apóstolo
declara enfaticamente que essa batalha não é física nem terrena, mas espiritual. A expressão “carne e o sangue” denota a
espécie da batalha, uma expressão usada frequentemente no NT para referir-se a ser humano, ou a natureza do homem (Mt
16.17; 1Co 15.50; Gl 1.16; Hb 2.14), portanto, ao usá-la Paulo quer dar a entender aqui, simplesmente, a natureza humana
em contraste com os seres espirituais, que não possuem a matéria e, portanto, não são de carne e sangue. Sendo assim, não
se trata de uma luta humana de homens contra homens, mas contra inimigos espirituais, nossa luta portanto não é física, mas
espiritual e esta realidade era por certo, algo bem familiar aos cristãos em Éfeso (At 19.13-20). Seria uma tragédia um soldado
sair para a guerra sem saber contra quem deve guerrear. Há muitos cristãos que estão entrando na batalha e ferindo aos
próprios irmãos, estão atingindo com seus torpedos os próprios aliados, em vez de bombardear o arraial do inimigo (LOPES,
2009, p. 178,179). O inimigo a ser derrotado é o diabo e todo o seu exército (1Pd 5.8; Ef 6.12).

3.2 As estratégias do maligno. O apóstolo Paulo asseverou que: “precisamos ficar firmes contra as astutas ciladas do
diabo” (Ef 6.11). A palavra “ciladas” vem do grego “metodeia”, que significa: “métodos, estratagemas, armadilhas”. O
diabo tem um grande arsenal de armadilhas, ele pesquisa meticulosamente (Jó 1.7; 2.2) em busca de nossos pontos
vulneráveis (Zc 3.1,3), e não hesita em buscar brechas em nossa vida espiritual “[…] anda em derredor, bramando como
leão, buscando a quem possa tragar” (1Pd 5.8), ele age insistentemente para nos levar a pecar contra Deus (Gn 39.10; Ne
6.4,5,13), não desistindo facilmente (Mt 4.1-11; ver Lc 4.13).

IV - ARMAS ESPIRITUAIS PARA VENCER A GUERRA

4.1 A Palavra de Deus. Pensando nas armaduras que Deus nos deu, é importante falar da principal delas, a Palavra de Deus,
em Efésios Paulo a chama de espada, que em seu tempo tinha várias formas e dimensões, e eram feitas de vários tipos de
metais. Esse é o símbolo usado por Paulo para indicar a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada: “[…] e a espada do Espírito,
que é a palavra de Deus” (Ef 6.17b). O escritor aos hebreus também afirmou isso (Hb 4.12). Pedro tentou usar a espada para
defender Jesus no Getsêmani (Lc 22.47-51), mas, em Pentecostes, aprendeu que a “espada do Espírito” é muito mais
poderosa. Quando foi tentando por Satanás no deserto, Cristo usou a espada do Espírito e derrotou o inimigo (Lc 4.1-13).
Moisés também tentou conquistar pela espada, mas descobriu que a Palavra de Deus, por si mesma, era suficiente para
derrotar o Egito (Êx 2.11-15 (WIERSBE, 2010, p. 77).

4.2 Oração. O soldado cristão consegue se manter fiel, sendo bem-sucedido na resistência aos inimigos espirituais, somente
quando permanece em oração, sempre pronto a pôr suas necessidades diante do Senhor. O apóstolo Paulo recomenda que
devemos orar sempre: “Orando em todo o tempo [...]” (Ef 6.18), a expressão “em todo tempo” é a tradução de: “en panti
kairo”, que pode ser traduzida por: “em todas as ocasiões, o tempo todo, sempre”. O termo grego: “kairós”, às vezes tem a
força de circunstância especial, e por conseguinte, neste contexto, significaria: “na ocasião do conflito” (BEACON, 2006,
p. 200), A convocação para orar é seguida da exortação à vigilância na intercessão persistente: “Orando [...] e vigiando nisto
com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18; ver At 1.14; 2.42; Rm 12.12; Cl 4.2). A combinação de
“orar e vigiar” origina-se das palavras de Jesus aos discípulos (Lc 21.36; Mt 26.41; Mc 14.38). Quando Neemias estava
restaurando os muros de Jerusalém e o inimigo tentava impedi-lo de realizar essa obra, Neemias derrotou os adversários
vigiando e orando: “Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles” (Ne 4.9).

CONCLUSÃO
Apesar dos ataques de Satanás contra os servos de Deus, temos em Cristo a graça necessária para resisti-lo, certos
de que, em conservarmos a nossa vida diante do Senhor, o diabo não poderá nos vencer, antes, fugirá de nós. Uma vida de
oração e leitura da Santa Palavra fará com que nós estejamos prontos para vencer tais ataques. Que Deus em Cristo nos
guarde.

REFERÊNCIAS
• HOWARD, R. E. Comentário Beacon 1 Timoteo, Vol. 9. CPAD
• KELLY, J. N. D. 1 e 2 Timoteo e Tito. Introdução e Comentário. VIDA NOVA
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• WIERSBE, W. W. Comentário Bíblico Expositivo NT. GEOGRÁFICA
• LOPES, Hernandes Dias. Comentário Expositivo Efésios. HAGNOS

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