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CPB mais | A luz brilha na escuridão

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Lição 3

13 a 19 de abril

A luz brilha na escuridão

Sábado à tarde

Ano Bíblico: RPSP: Ez 19

Verso para memorizar: “Jesus respondeu: — Ainda por um pouco a luz está com vocês.
Andem enquanto vocês têm a luz, para que não sejam surpreendidos pelas trevas. E quem
anda nas trevas não sabe para onde vai” (Jo 12:35).

Leituras da semana: Jo 8:44; Pv 23:23; At 20:27-32; 2Ts 2:7-12; Sl 119:105, 116, 130, 133,
160; Pv 16:25; 2Co 4:3-6

No Apocalipse, o diabo é retratado como um dragão e como uma serpente (Ap 12:9). Ele é
um dragão porque deseja destruir o povo de Deus, e uma serpente porque usa todas as
suas mentiras para enganá-lo. Nos anos após a morte de Cristo, milhares de pessoas foram
torturadas, jogadas a leões e queimadas na fogueira pelo Império Romano por se
recusarem a adorar as “divindades” do império. Diante do castigo cruel, muitos
permaneceram fiéis, o evangelho continuou a se espalhar e a igreja cresceu.

Como resultado, Satanás mudou sua estratégia. Muitos pagãos foram batizados, mas sem
instrução completa na verdade bíblica. O erro inundou a igreja à medida que os líderes
misturavam as verdades das Escrituras com os costumes populares. O 4o e o 5o séculos
foram uma época de concessões, quando prelados da igreja misturaram práticas pagãs com
ensinamentos cristãos.

No entanto, nos momentos mais difíceis, Deus esteve com Seu povo. Eles encontraram
Jesus, “o caminho, a verdade e a vida” e, pelo poder do Espírito Santo, ficaram firmes diante
da pressão esmagadora para renunciar às suas convicções. Eles foram leais à vontade de
Deus e defenderam com bravura a verdade de Sua Palavra.

*Esta lição está baseada no capítulo 3 do livro O Grande Conflito.

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Domingo, 14 de abril

Ano Bíblico: RPSP: Ez 20

Concessões: a estratégia sutil de Satanás

1. Qual é a diferença entre o caráter de Jesus e o de Satanás? Jo 14:6; 8:44

O que Jesus diz é verdade porque Ele é o Autor da verdade, a qual procede de um Deus
sábio, amoroso e onisciente, que é o fundamento da realidade e da verdade.

Por outro lado, Satanás é mentiroso e pai da mentira. Ele usa enganos, desinformação e
distorções da verdade para desviar o povo de Deus. Ele enganou Eva no Éden mudando a
verdade, criando dúvidas e negando abertamente o que Deus havia dito. A declaração de
Satanás, “é certo que vocês não morrerão”, foi uma contradição das palavras de Deus. Ao
longo dos séculos, Satanás tem usado a mesma estratégia. Ele mina a confiança na Palavra
de Deus, contradiz a vontade divina revelada, altera as Escrituras e, às vezes, cita a Bíblia
de forma errônea quando lhe é conveniente.

2. Leia Provérbios 23:23; João 17:17; 8:32. Que semelhança vemos nesses textos
sobre a verdade das Escrituras? Qual é a mensagem central?

“Satanás bem sabia que as Sagradas Escrituras habilitariam os homens a discernir seus
enganos e resistir ao seu poder. Foi pela Palavra que o Salvador do mundo resistiu aos
ataques dele. Diante de cada investida, Cristo apresentou o escudo da verdade eterna,
dizendo: ‘Está escrito.’ [...] Para Satanás manter seu domínio sobre os homens e
estabelecer a autoridade humana, deveria conservá-los em ignorância com respeito às
Escrituras. A Bíblia exaltaria a Deus e colocaria o ser humano finito em sua verdadeira
posição; portanto, suas sagradas verdades deveriam ser ocultadas e suprimidas. Essa
lógica foi adotada pela igreja de Roma. Durante séculos, a circulação das Escrituras foi
proibida. [...] Sacerdotes e prelados sem escrúpulos interpretavam seus ensinos de modo
que favorecesse suas pretensões. Assim, o chefe da igreja veio a ser quase universalmente
reconhecido como o vigário de Deus na Terra” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB,
2021], p. 39, 40).

De que maneira Satanás tenta distorcer ou interpretar mal a Palavra de Deus hoje?

Segunda-feira, 15 de abril

Ano Bíblico: RPSP: Ez 21

Lobos vorazes

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3. Leia Atos 20:27-32. Que advertências específicas o apóstolo Paulo deu aos líderes
da igreja de Éfeso a respeito da apostasia vindoura?

O propósito do conselho de Paulo era preparar a igreja para o que estava por vir. Nessas
passagens, ele descreve sua grande preocupação:

Ele disse: “Depois da minha partida, aparecerão no meio de vocês lobos vorazes, que não
pouparão o rebanho” (At 20:29). Em outras palavras, os crentes enfrentariam perseguição
feroz de dentro da igreja.

Paulo declarou: “Até mesmo entre vocês se levantarão homens falando coisas pervertidas
para arrastar os discípulos atrás de si” (At 20:30). Heresias entrariam na igreja. Falsas
doutrinas substituiriam verdades divinas. Práticas pagãs prevaleceriam. No 4o e 5o séculos,
concessões foram introduzidas furtivamente na igreja cristã, sendo o avanço da missão a
justificativa mais provável. Mas o terrível resultado foi um afastamento das verdades da
Palavra de Deus.

4. Leia 2 Tessalonicenses 2:7-12. Como o apóstolo Paulo descreveu a apostasia


vindoura? A que características eles deviam estar atentos?

Paulo disse: “O mistério da iniquidade já opera”. É significativo que, mesmo nos dias do
apóstolo, houve um afastamento gradual da verdade a respeito da obediência à lei de Deus.
Esse afastamento aumentaria nos séculos posteriores.

Em oposição ao segundo mandamento, ídolos foram introduzidos no culto cristão. Por


milênios, os ídolos estiveram na vanguarda das religiões pagãs. Para tornar o cristianismo
aceitável aos pagãos, divindades pagãs foram chamadas de santos. O domingo, dia de
adoração ao deus sol, foi adotado como o dia de adoração cristã em honra da ressurreição.
Esse falso dia, não sancionado na Bíblia, prevalece ainda hoje.

Que tipo de concessões vemos na igreja atual? Temos misturado verdades com erros?

Terça-feira, 16 de abril

Ano Bíblico: RPSP: Ez 22

Protegidos pela Palavra

5. O que nos protege contra os enganos de Satanás? Jo 17:15-17; At 20:32

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A Bíblia é a revelação infalível da vontade de Deus. Ela apresenta o plano do Céu para a
salvação da humanidade. Uma vez que “toda a Escritura é inspirada por Deus”, ela é “útil
para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3:16).
“Toda a Escritura” é inspirada por Deus; não algumas partes ou algumas partes mais do que
outras. Toda a Bíblia deve ser aceita como a Palavra de Deus. Caso contrário, a porta
estará escancarada para o engano.

A Bíblia revela o amor de Deus à luz do grande conflito, expõe as ilusões satânicas e revela
seus enganos. O diabo odeia a Palavra de Deus e tem feito todo o possível ao longo dos
séculos para destruir sua influência.

Afinal, o que saberíamos sobre o plano da salvação sem a Bíblia? Quanto entenderíamos
sobre o nascimento, a vida, os ensinos e o ministério de Jesus? Sem as Escrituras, como
entenderíamos a profundidade do sacrifício de Cristo, a glória de Sua ressurreição, o poder
de Sua intercessão e a majestade de Seu retorno?

Essas verdades cruciais são reveladas, ensinadas e enfatizadas na Bíblia. Somente ela
deve ser o padrão supremo e definitivo para a compreensão da verdade.

Portanto, devemos lutar contra toda tentativa de minar sua autoridade ou inspiração;
inclusive daqueles que professam amor à Bíblia, mas lançam dúvidas sobre ela de forma
sutil. Tragicamente, por meio dos avanços do pensamento moderno, teólogos e cristãos se
concentram tanto no lado humano das Escrituras que a Bíblia se torna a palavra do homem
em vez de a Palavra de Deus. Alguns argumentam que a Bíblia são os escritos de reis,
pastores, pescadores, sacerdotes, poetas e outros que compartilharam suas concepções
acerca de Deus, da natureza e da realidade da melhor forma que, em sua época e lugar, as
compreendiam.

Se isso fosse verdade, por que ainda nos importaríamos com o que essas pessoas
pensavam, ou por que suas crenças seriam a nossa esperança de eternidade?

Leia o Salmo 119:105, 116, 130, 133 e 160. Que revelações o salmista nos deu a respeito
do significado da Palavra de Deus no plano da salvação?

Quarta-feira, 17 de abril

Ano Bíblico: RPSP: Ez 23

Raciocínio humano separado das Escrituras

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O Espírito Santo opera através da nossa mente. Ele nos convida a explorar os mistérios do
Universo. No entanto, a clareza e agilidade do raciocínio humano é incapaz, por si só, de
descobrir as verdades das Escrituras. A verdade não é uma questão de opinião humana,
mas uma questão de revelação divina.

6. Qual é a estratégia satânica do engano? Pv 16:25; Jz 21:25; Is 53:6

Um dos enganos mais eficazes do diabo é nos levar a crer que o raciocínio humano, sem a
ajuda do Espírito Santo e sem a base da Palavra de Deus, é suficiente para entender a
vontade divina. Pode haver um caminho que pareça certo para nós, ou mesmo para culturas
inteiras, mas pode ser totalmente errado aos olhos de Deus.

Alguns anos atrás, minha esposa e eu decidimos fazer uma trilha na floresta perto do hotel
em que estávamos. Tenho facilidade com direções e, depois de caminhar por cerca de uma
hora, estava bem confiante de que era capaz de encontrar o caminho de volta com pouca
dificuldade, mas logo descobri que estávamos perdidos. O sol estava se pondo e eu temi o
pior. Felizmente, encontramos outros caminhantes que conheciam o caminho. Estávamos
pelo menos oito quilômetros fora do percurso, mas próximos de uma estrada principal.
Como o carro deles estava estacionado nas proximidades, eles nos ofereceram uma carona
para o hotel. Descobrir alguém que conhecia o caminho e que podia nos levar de volta fez
toda a diferença para nós.

Deus não nos deixou sozinhos em nossa jornada da Terra para o Céu. O Espírito Santo nos
indica as Sagradas Escrituras que nos conduzem para casa. Verdade e erro, certo e errado,
bem e mal só podem ser corretamente entendidos à luz da Palavra de Deus. Aquilo que
contradiz Deus e Sua Palavra é erro, e o erro é sempre perigoso; o que está em harmonia
com Deus é a verdade e a bondade. Como é importante que façamos da Palavra de Deus
nosso árbitro final da verdade e da moralidade.

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Por que a mente humana, sem a ajuda do Espírito Santo, é incapaz de descobrir a verdade?
A razão nos ajuda a entender a revelação? Daniel 2 fala da história do mundo desde
Babilônia até o fim. Como essa profecia atrai o raciocínio humano?

Quinta-feira, 18 de abril

Ano Bíblico: RPSP: Ez 24

Batalha pela mente

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7. De acordo com Paulo, quem cegou o entendimento dos incrédulos? Como o
entendimento pode ser aberto? Quem está por trás da obra das trevas? Quem lidera a
obra da luz? 2Co 4:3-6

A palavra grega para “entendimento” nessa passagem é noema. Significa literalmente


percepção ou capacidades mentais. O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia
esclarece: “A batalha entre Cristo e Satanás é pela mente do ser humano (Rm 7:23, 25;
12:2; 2Co 3:14; 11:3; Fp 2:5; 4:7, 8). A principal obra de Satanás é cegar ou obscurecer a
mente das pessoas. Ele as afasta do estudo da Palavra de Deus, ao transtornar os poderes
da mente por meio dos excessos físicos e mentais. Ocupa a mente com coisas da vida e
apela ao orgulho e à exaltação pessoal” (v. 6, p. 940).

Os perdidos não eram incapazes de conhecer a verdade. O problema foi que eles não se
interessaram em conhecer. Muitos tiveram oportunidades de conhecer a verdade, mas
escolheram não crer, e Satanás cegou seus olhos. O reino de Satanás é de trevas. “O
evangelho é o único meio pelo qual os métodos e enganos diabólicos podem ser expostos,
e pelos quais as pessoas conseguem enxergar o caminho das trevas para a luz”
(Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 941). A essência da mensagem do NT
é a vida, morte e ressurreição de Jesus. Ele está no coração do evangelho e é o centro das
Escrituras. Toda a Escritura testifica Dele (Jo 5:39).

8. Leia João 1:4, 5, 9, 14. Como esses versos descrevem Jesus?

Nos primeiros séculos, os crentes do NT estiveram comprometidos com Cristo como Aquele
que foi luz nas trevas. Eles foram redimidos por Sua graça, transformados por Seu poder e
motivados por Seu amor. Nem a morte quebrou a lealdade deles a Cristo. Eles reconheciam
os enganos do diabo através da luz do evangelho. Cristo sempre teve pessoas que, por Sua
graça, defenderam a verdade. Nesse tempo, a luz do amor, da graça e da verdade de Cristo
brilhou através das trevas.

Sexta-feira, 19 de abril

Ano Bíblico: RPSP: Ez 25

Estudo adicional

“O mesmo espírito de ódio e oposição à verdade tem inspirado os inimigos de Deus em


todos os tempos, e a mesma vigilância e fidelidade têm sido exigidas de Seus servos. As
palavras de Cristo aos primeiros discípulos se aplicam aos Seus seguidores que viveriam no
fim dos tempos: ‘O que, porém, vos digo, digo a todos: Vigiai!’” (Mc 13:37; Ellen G. White, O
Grande Conflito [CPB, 2021], p. 44).

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Em muitos lugares, especialmente onde as pessoas têm livre acesso à Bíblia, Satanás
emprega outros meios para enfraquecer sua influência. Uma maneira eficaz de fazer isso
tem sido os estudos de cientistas ou teólogos que assumem posições que, se aceitas,
minariam a confiança na Palavra de Deus. Por exemplo, embora o livro de Daniel tenha sido
escrito mais de 500 anos antes de Cristo, alguns o datam em meados do 2o século a.C.
Eles argumentam que o livro deve ter sido escrito nessa época, caso contrário, o profeta
estaria dizendo com precisão o futuro, e isso estaria além da capacidade do profeta.
Portanto, argumentam que Daniel não foi escrito quando diz que foi, mas séculos depois.
Infelizmente, essa mentira sobre a Bíblia é uma das muitas que a erudição moderna procura
impor. E, mais infelizmente ainda, muitos aceitam esse erro porque, afinal, os estudiosos da
Bíblia o ensinam. Não é de admirar que Paulo advertiu: “Examinem todas as coisas,
retenham o que é bom” (1Ts 5:21).

Perguntas para consideração

1. Satanás usa métodos sutis hoje para diminuir a autoridade das Escrituras?

2. Quais são as nossas salvaguardas contra a interpretação errônea da Palavra de


Deus?

3. No conflito entre o bem e o mal, Satanás difama o caráter de Deus e apresenta-O


como tirano. Como o maligno faz isso? Como Deus responde a essas mentiras?

4. Pedro afirmou: “Nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal” (2Pe


1:20). Será que distorcemos as Escrituras para alcançar nossos objetivos? Por que
isso pode ser mais fácil de se fazer do que imaginamos? Como evitar isso?

Respostas e atividades da semana: 1. Jesus é a verdade. Satanás é o pai da mentira. 2.


Os textos destacam a importância da verdade. Devemos buscar sempre a verdade. 3. Ele
avisou que heresias e falsas doutrinas entrariam na igreja. 4. Como o mistério da iniquidade.
O iníquo segundo a ação de Satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira e com
todo engano. 5. A verdade da Palavra de Deus edifica e santifica. Ela nos protege dos
enganos satânicos. 6. Satanás busca enganar pessoas que decidem fazer o que é certo aos
seus próprios olhos, sem tomar conhecimento da verdade e da vontade de Deus. 7. Satanás
cega as pessoas quando as impede de estudar a Palavra de Deus. Ele ocupa a mente delas
com outras coisas e as afasta da verdade; o evangelho abre o nosso entendimento. 8. Ele é
a vida, a luz que resplandece nas trevas, o Verbo que Se fez carne. Ele é a luz da
humanidade.

A luz brilha na escuridão

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TEXTO-CHAVE: João 12:35

FOCO DO ESTUDO: Ap 12:7-9; Jo 8:44; Pv 23:23; Pv 4:18; Jo 12:35; Sl 119:30; At 20:27-


32; 2Ts 2:7-12; Jo 8:32

ESBOÇO

Introdução: Nesta semana, observamos o envolvimento da igreja apostólica e pós-


apostólica no grande conflito entre Deus e Satanás.

A igreja enfrentou a mesma tentação de Adão e Eva: duvidar da Palavra de Jesus e dese-
jar um acordo entre os Seus mandamentos e as doutrinas de Satanás.

A lição desta semana enfatiza que o grande conflito é composto por dois lados diferen- tes e
irreconciliáveis, que se distinguem devido à identidade de Deus e do diabo. Enquanto Deus
é o eterno Criador, o Rei amoroso e justo do Universo, o diabo e o mal tiveram um começo
e, consequentemente, terão um fim.

O lado maligno busca um meio-termo com a verdade, uma vez que essa concessão repre-
senta sua única possibilidade de sobrevivência. Esforça-se para garantir sua continuidade a
qualquer preço, almejando assim aniquilar o que é bom ou divino. É exatamente por essa
razão que o diabo tem persistentemente buscado seduzir a igreja a adotar uma postura de
concessão. Infelizmente, a igreja cedeu, assim como os primeiros pais da humanidade.

Temas da lição: A lição desta semana destaca quatro temas principais:

1. Quando a Bíblia descreve o grande conflito, emprega expressões completamente


contrastantes, como luz e trevas, para enfatizar que Deus e Seu povo não podem, de
maneira alguma, comprometer princípios da verdade para favorecer o erro e a
falsidade.

2. Desde os primeiros momentos do ministério de Jesus e na obra subsequente que


Seus apóstolos realizaram, o diabo pressionou a igreja , buscando levá-la ao erro ou,
no mínimo, a fazer concessões em relação a pontos da verdade de Deus.

3. Comprometer a verdade equivale a trair a Deus e destruir a essência da verdade. Em


última análise, esse tipo de tolerância equivale a tomar o partido de Satanás.

4. A única maneira pela qual a igreja pode sair vitoriosa no grande conflito é permane-
cendo fiel à revelação divina em Jesus Cristo e à Palavra Sagrada de Deus.

COMENTÁRIO

Concessões

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Em diversos contextos sociais, como o âmbito familiar e o político, a noção de fazer con-
cessões é tida como aceitável e, em muitas circunstâncias, até mesmo desejável. Em geral,
a palavra “transigência” ou “acordo” diz respeito a alcançar um entendimento,
estabelecer, por meio de uma concessão mútua, um ponto intermediário entre as posições
de duas ou mais partes. A chave para tal acordo está na “concessão”: cada lado deve ceder
para que ambos, ou todos, possam continuar a coexistir ou viver juntos. Em alguns casos,
cada lado entra em acordo porque nenhum tem força para convencer, superar ou controlar o
outro lado pela força. Já em outros casos, as partes se ajustam simplesmente porque
querem viver juntas em paz como vizinhas ou na família, em amor ou respeito mútuo.

No contexto da última perspectiva, o acordo certamente tem uma conotação positiva, pois
aparece como solução para o conflito e uma oportunidade de coexistência pacífica. No
entanto, muitas vezes, as concessões são vistas como um fenômeno negativo, que implica
a perda de um valor, princípio, verdade ou qualidade essencial. Comprometer o sistema
imunológico, os tratamentos médicos, a identidade nacional, a educação, a moralidade, a
reputação, as colheitas ou a posição militar é indesejável e inaceitável, uma vez que
representa ameaça ao nosso próprio modo de vida e existência.

E quanto a Deus? Seria possível que Ele entrasse em acordo com os anjos rebeldes ou os
humanos caídos, a fim de evitar o conflito no Céu e permitir que todos coexistam
pacificamente? Será que Ele poderia, ao menos, tolerar Seu opositor? Caso o lado
adversário almejasse independência ou autonomia, Deus poderia outorgar tal pedido? Ou
talvez pudesse simplesmente conceder aos rebeldes uma região em algum canto do
Universo, onde pudessem viver isoladamente, em vez de serem erradicados?

A resposta é complexa. Diversos pontos podem nos ajudar a esclarecê-la.

Deus não faz concessões

Em primeiro lugar, há uma diferença qualitativa entre as nossas negociações diárias e a


transigência que Lúcifer desejava alcançar. Deus nos criou com toda a liberdade necessária
para nos expressarmos ou interagirmos e negociarmos com os outros, em amor e retidão.
No entanto, certas limitações físicas e morais existem e não podem ser negociadas, pois os
limites constituem o próprio fundamento de nossa existência. Esse fundamento é composto
pelas verdades de que Deus é nosso Criador, Provedor, Legislador e Rei. Essa base revela
como devemos viver a fim de encontrar a felicidade. Deus é a Fonte da vida. Simplesmente
não podemos existir sem Ele. Lúcifer queria mudar justamente esse fundamento. Ele
desafiou o caráter, o status e a autoridade do Criador e afirmou que os humanos são deuses
(Gn 3:4), pois existem em si mesmos e são capazes de criar seus próprios significados e
padrões para a vida e a felicidade.

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Um segundo aspecto, intimamente relacionado com o ponto anterior, é a natureza do
pecado. O pecado não se limita apenas a manter uma opinião divergente, ele é a rebelião
consciente e deliberada contra a afirmação de Deus de que Ele é o único Criador, Provedor,
Legislador e Rei. O pecado não tolera a existência de um Deus assim, e seu impulso
fundamental jaz em derrubá-Lo de Seu trono e instalar o próprio eu como rei. O diabo,
porém, propõe um acordo. Ele estaria disposto a renunciar sua escolha de rejeitar
completamente a existência de Deus, contanto que ele, Lúcifer, fosse também reconhecido
como uma divindade. O Criador, por outro lado, não concede espaço para qualquer forma
de acordo ou negociação com o pecado. O que Ele poderia ceder de Sua parte? Dizer
que não é o Criador? Ou que não é o Provedor? Ou ainda que Ele não é a Fonte de vida e
o padrão de felicidade e moralidade?

Em terceiro lugar, e intimamente relacionado com os dois pontos anteriores, a situação


descrita antes não trata apenas da verdade e honra, mas representa o derradeiro dilema de
vida ou morte. Imaginemos por um momento que somos Adão e Eva. Estamos em um
cenário no qual Satanás e Deus nos explicam suas posições antes da queda no pecado.
Satanás declara que Deus mente para nós, que possuímos autonomia, somos deuses e
imortais. Além disso, ele alega que podemos rejeitar as reivindicações de Deus e não
enfrentaremos a morte (Gn 3:4), pois temos uma vida intrínseca e original dentro de nós.
Além disso, Satanás acusa Deus de usar Sua afirmação de ser a fonte e o padrão da vida
para controlar todos nós; para Satanás, essa reivindicação divina é vista como ditatorial. É
por isso que ele nos instiga a nos liberarmos das supostas “mentiras” de Deus,
incentivando-nos a vivenciar uma nova consciência e autonomia, nas quais descobrimos e
desfrutamos nosso potencial divino. No entanto, não seriam essas apenas alegações e
conjecturas? Não nos colocamos em perigo de morte ou aniquilação ao nos separarmos de
Deus? Será que vale a pena arriscar apenas para testar uma teoria empiricamente?
Certamente, Lúcifer acreditou que valia a pena correr o risco.

Por outro lado, Deus nos assegura de que Ele é o único Criador e Provedor, e como tal,
nossa existência depende Dele. Ele nos diz que se não depositarmos nossa fé Nele, se O
rejeitarmos juntamente com Suas afirmações, então nos desligaremos Dele, a Fonte de
vida, e morreremos, ou seja, cessaremos de existir. Considerando que não fomos nós que
nos geramos nem somos eternos, devemos crer Nele. Além disso, Deus aponta que nossa
trajetória passada e atual evidenciam Suas afirmações: ou seja, à medida que confiamos
Nele e compartilhamos nossa vida com Ele, encontraremos a felicidade. O Universo tem
operado sem falhas e nenhuma vida se perdeu. Deus ainda nos explica que Ele não pode
fazer acordos, não apenas por estar correto em Sua conduta, mas também porque, caso Ele
abdique de Seu trono, tanto nós quanto o cosmos inteiro seríamos aniquilados, uma vez que
Ele é o único Mantenedor da vida. É por esse motivo que Deus nos convida a depositar fé
Nele a fim de viver em contínua felicidade ao Seu lado.

Caso você testemunhasse tal debate, em quem você acreditaria?

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Um quarto ponto é que, infelizmente para a humanidade, nossos pais primitivos aceitaram a
especulação de Lúcifer. Valeu a pena correr o risco? Não. A escolha de nossos primeiros
pais culminou em uma tragédia não apenas para eles, mas também para toda a linhagem
humana. Além disso, tal conclusão não é mera especulação, mas baseia-se em evidências
históricas e empíricas. Em vez de experimentar um estado divino e a imortalidade após
desobedecer às leis de Deus, a humanidade se sentiu vazia, nua, cheia de vergonha, com o
coração e os laços afetivos despedaçados (Gn 3:7, 8). Ademais, a raça humana passou a
enfrentar o sofrimento e a morte. Contudo, Lúcifer não interrompeu suas conjecturas
contrárias ao governo divino; ele propôs mais concessões, alegando que, uma vez que
Adão e Eva não faleceram imediatamente após desobedecerem a Deus, sua falsa teoria
estivesse correta. Agora ele afirmava que somos imortais porque possuímos uma alma
eterna que, após a morte, vai para uma esfera espiritual e etérea. Infelizmente, a grande
maioria das pessoas caiu na armadilha de acreditar nessa falsidade. Além disso, Lúcifer
passou a instigar a humanidade a aceitar a realidade do pecado e da morte como um novo
padrão. Nas diversas religiões não bíblicas que se estabeleceram ao longo da história
humana, Satanás propôs uma redefinição e reinterpretou o sofrimento e a morte para evitar
que tenham uma presença difundida, pois constantemente minam suas alegações
enganosas.

Uma quinta razão é que Deus permaneceu fiel à Sua essência. Ele explicou que, apesar de
Adão e Eva terem rejeitado a orientação, não perderam a vida imediatamente, não porque
Satanás estivesse certo ao afirmar que somos imortais, ou porque Deus tenha feito
concessões. Pelo contrário, a vida de Adão e Eva continuou após a queda por causa do
amor eterno de Deus pela humanidade e do Seu plano da salvação, que entrou em ação
quando os seres humanos caíram em pecado. De acordo com esse plano, Deus não
comprometeu Seus princípios, mas ofereceu uma nova oportunidade de escolher ser salvos,
viver e permanecer ao Seu lado. No entanto, essa chance renovada e a salvação não foram
frutos de transigência. É importante não confundir concessões com a paciência, o amor e a
graça de Deus. Em vez disso, a salvação e a nova oportunidade de vida surgem por meio
do sacrifício feito por Deus. Precisamente porque o Criador não fez um acordo, nem poderia
fazer, Ele ofereceu um sacrifício. Contudo, esse sacrifício não envolveu nossa própria
aniquilação, mas a oferta da vida de Seu Filho. Se o acordo fosse possível, não haveria
necessidade de Cristo ter dado Sua vida em nosso lugar. No entanto, porque Ele não
transigiu com o pecado, optou por enviar Seu Filho para morrer em nosso lugar a fim de
preservar Sua verdade, demonstrar Seu amor e justiça, e nos libertar da culpa e do poder
do pecado. Além disso, Ele não cedeu, pois entendia as consequências do acordo:
sofrimento, miséria e morte para toda a humanidade e o Universo.

Movidos pelas mesmas razões, os verdadeiros seguidores de Deus não fazem acordos. É
fato que o cristianismo tradicional fez concessões em relação à revelação da verdade divina
nas Escrituras. No entanto, Deus trabalhou para restabelecer Sua verdade, a fim de salvar o

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maior número possível de pessoas. Por essa razão, Sua igreja remanescente fiel colabora
alegremente para ajudar a disseminar a verdade, irradiando Sua luz.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

1. Quais critérios sua cultura utiliza para determinar o que é a verdade? Quais fontes são
consideradas verídicas?

2. Como transmitir a perspectiva adventista das Escrituras como a principal fonte da


verdade? Esse entendimento sobre a Bíblia ajuda a desenvolver a cosmovisão correta
e o caminho para a salvação?

3. Você tem feito concessões em relação à verdade? Quais medidas você pode adotar
para corrigir essa situação?

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Uma corda arrebentada

Uzbequistão l Artur

Artur se batizou em Uzbequistão quando tinha 5 anos. Mas ele não sabia nada sobre Deus.
Ninguém falou com ele sobre Deus ou o recebeu na igreja após seu batismo.

Muito embora nunca havia pensado em Deus, ele começou a usar um brinco em formato de
cruz quando tinha 14anos. Ele achava maneiro.

Então, Artur disse a sua mãe que queria a prender a tocar violão.

A mãe o levou diretamente para a loja de música.A vida deArtur era sem objetivo, e ela
achou que um violão poderia lhe dar algum propósito. Artur escolheu uma guitarra elétrica
marrom.

Em casa, ele encontrou aulas de violão no YouTube e começou a tentar tocar. Não foi fácil.
Pressionar as cordas para formar as notas musicais machucava seus dedos. Mas alguns
dias depois, a dor começou a desaparecer. No entanto, sua música não soava nada
parecida com o que o professor do YouTube ensinava.

Duas semanas após comprar o violão, uma corda estourou. Artur não sabia como trocá-la.
Então, ele procurou ajuda on-line. Ele encontrou o número de alguém chamado Artyom, que
oferecia aulas de violão.Artur ligou para ele.

"Eu preciso trocar uma corda ",disse ele. "Você pode me ajudar?"

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Artyom deu o endereço de sua casa.

O endereço parecia familiar. Artur se perguntou de onde ele o conhecia. Foi então que se
lembrou. Sua mãe costumava trabalhar com um homem chamado Pasha naquele endereço.
Os dois haviam construído móveis juntos. Pasha havia morrido.

"Por algum acaso você é filho do Pasha?" Artur pergunto.


"Sim, eu sou," Artyom disse.

No dia seguinte, Artyom trocou a corda do violão. Depois, ele perguntou se Artur sabia tocar.
Artur tentou mostrar o que havia aprendido pelo YouTube, mas Artyom o interrom­peu.

"Pare, pare!", disse ele. "Você está tocando as cordas ao contrário. "

De repente, Artur entendeu o motivo de sua música não soar nada parecida com a do
professor do YouTube. Ele não estava tocando corretamente.

Artyom ofereceu aulas de violão a Artur.

Na primeira aula, Artyom comentou sobre o brinco em formato de cruz na orelha de Artur.
"Você é cristão?", perguntou ele.

Artur disse que não.

Na segunda aula, Artyom sugeriu que o próximo encontro fosse em uma sala da Igreja
Adventista do Sétimo Dia local. A igreja era perto da casa de Artur. Então ele concordou.

À medida que Artur aprendia a tocar violão, ele começou a passar tempo com Artyom fora
das aulas. Ele descobriu que Artyom era um pioneiro da Missão Global, um missionário que
compartilha o evangelho com pessoas de sua própria cultura. Ele aceitou aos convites de
subir montanhas com Artyom e outros adventistas. Quando os trilheiros se sentaram para
descansar, Artur desfrutou ouvi-los cantar músicas. Artyom acompanhava no violão.

Naquele verão, Artur foi para um retiro de jovens adventistas em outra cidade. Ele foi pego
de surpresa quando um orador do retiro pediu que os participantes se dividissem em duplas
para orar.

Eu sou ateu", disse ele à primeira pessoa que se ofereceu para orar com ele.

A pessoa foi embora.

Deus e acrescentou: "Eu nunca orei antes".

Essa pessoa não foi embora e disse:"Podemos consertar isso". Ela ensinou Artur a orar.
Naquela noite, Artur pensou por um bom tempo sobre o que havia acontecido.
No sábado, ele ficou maravilhado ao ver um jovem sendo batizado no retiro.

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"Eu me batizei quando tinha 5 anos", disse ele. "Por que os adventistas se batizam já
adultos? Ele a prendeu que os adventistas entendem que a Bíblia ensina que as pessoas
deveriam ser velhas o suficiente para entender a Bíblia e o compromisso que estão fazendo
com Deus antes de serem batizadas.

No sábado seguinte, Artur foi à Igreja Adventista perto de sua casa para adorar pela
primeira vez. Pela tarde, ele se juntou aos membros da igreja na distribuição de materiais
escolares para crianças necessitadas. Ele sentiu um prazer encher seu coração e pensou:
"Qual é o sentido de viver se eu não ajudar os outros?"

Foi um ponto de virada na vida dele. Ele não queria mais viver uma existência sem
propósito. Ele resolveu ajudar os outros e conhecer a Deus.

Oito meses se passaram desde que Artur começou a frequentar a igreja regularmente. Ele
está estudando a Bíblia e quer entregar seu coração a Jesus através do batismo.
Ele está feliz porque a corda do violão arrebentou.

"Eu acredito em Deus por causa de uma corda de violão arrebentada", disse ele.

Parte das ofertas deste trimestre ajudará a abrir a primeira escola primária adventista do
sétimo dia no Uzbequistão.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

Mostre a localização do Uzbequistão no mapa. Então, mostre Tasquente, capital do


Uzbequistão, e futuro local da escola adventista, um dos projetos da oferta do décimo
terceiro sábado deste trimestre.
Assista a um curto vídeo no YouTube sobre Artur: bit.ly/Artur-ESD.
Baixe as fotos desta história no Facebook: bit.ly/fb-mq.
Compartilhe publicações missionárias e fatos rápidos sobre a Divisão Euro-Asiática:
bit.ly/esd-2024.
Saiba mais sobre os pioneiros da Missão Global: bit.ly/GMpioneers.
Leia mais sobre Artyom na história da semana passada.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2024

Tema Geral: O grande conflito

Lição 3 – 13 a 20 de abril

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A luz brilha na escuridão

Autor: Eleazar Domini

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Introdução

Atribui-se a Einstein a fala de que não existe escuridão. O que existe, de fato, é a ausência
de luz, uma vez que não se pode medir a escuridão como se faz com a luz. A realidade é
que a luz, mencionada no primeiro dia da criação em Gênesis, é responsável não apenas
pela iluminação e pelo calor, mas pela manutenção da vida no planeta.

O que aconteceria se o Sol simplesmente apagasse? Os seres humanos só saberiam disso


cerca de 8 minutos depois, pois esse é o tempo que a luz do Sol demora para chegar à
Terra. Em apenas um mês a temperatura do planeta chegaria a incríveis -123 °C. Para se
ter uma ideia, a menor temperatura já registrada no planeta foi de -89 °C, na Antártida, em
21 de julho de 1983 (Site Uol, “Como seria se o sol fosse desligado?”). Em dois meses,
praticamente, não existiria mais vida na Terra, pois a temperatura estaria beirando o
chamado zero absoluto. Não é à toa que Cristo fez a analogia de que Seus discípulos
deveriam ser a “luz do mundo”.

I – Escuridão invadindo o cristianismo

Com a perseguissão romana aos cristãos, eles se espalharam pelo império e, por onde iam,
pregavam o evangelho. Satanás percebeu que fracassaram seus esforços para destruir o
cristianismo por meios violentos. Ele mudou a tática: ao invés de perseguição e morte, ele
inseriu heresias no cristianismo, provocando uma perseguição interna. O objetivo era
destruir o cristianismo de dentro para fora. Como isso ocorreu? O passo mais importante,
talvez, para a inserção das heresias foi tornar o cristianismo a religião oficial do Império
Romano. Todas as perseguições deixaram de existir, mas o preço da “liberdade” foi alto.
Constantino foi a figura mais importante no processo, sendo o primeiro imperador romano a
se declarar cristão. Com sua “conversão”, o cristianismo deixou de ser uma religião malvista
e perseguida e uniu-se ao Estado, tornando-se a principal religião do império. Aquele
cristianismo outrora perseguido e ridicularizado agora era a religião oficial de Roma. De
perseguido passou a perseguidor.

II – As trevas se intensificam

Quanto custou ao cristianismo a “liberdade” e a condição de religião oficial de Roma?


Custou sua integridade à Palavra de Deus. Aos poucos o cristianismo foi cedendo aos
ditames romanos. A união da igreja com o Estado trouxe os piores resultados: o domingo
como dia de guarda em lugar do sábado bíblico, a adoração a imagens de escultura, a

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intercessão dos santos, o purgatório e outras heresias foram entrando no cristianismo.
Como fazer tudo isso sem que os cristãos comparassem as práticas da igreja com a Palavra
de Deus? A solução encontrada foi a retirada da Bíblia das mãos do povo. Apenas o clero,
agora, tinha acesso à Palavra de Deus e interpretava-a como lhe aprouvesse. “Durante
séculos, a circulação das Escrituras foi proibida. [...] Sacerdotes e prelados sem escrúpulos
interpretavam seus ensinos de modo que favorecesse suas pretensões. Assim, o chefe da
igreja veio a ser quase universalmente reconhecido como o vigário de Deus na Terra” (Ellen
G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 40). Todos deviam crer no que eles dissessem.
O período de trevas se intensificou significativamente. Entretanto, é necessário dizer que,
mesmo em meio às mais densas trevas espirituais que cobriam a Terra, Deus nunca deixou
de ter Seus filhos mantendo a chama da verdade acesa. Em todo o período de trevas
promovidos pelo cristianismo apostatado, havia cristãos sinceros que matinham sua
fidelidade à Palavra de Deus. Eles sempre foram luzes a brilhar em meio à escuridão.
Valdenses, Albigenses, Huguenotes e outros servos de Deus ao longo da História são prova
viva de que a Palavra de Deus nunca deixou de brilhar.

III – A luz e as trevas atuais

Muita coisa aconteceu desde a conhecida “Idade das Trevas” até nossos dias. Entretanto,
as artimanhas e estratégicas do inimigo não mudaram. Desde o Iluminismo e as escolas
liberais de interpretação da Bíblia, como a “alta crítica”, a Palavra de Deus tem sofrido
constantes ataques. Teólogos, na tentativa de tornar o texto sagrado mais aceitável à
academia científica, passaram a tratar o texto apenas como uma literatura comum e cheia
de mitos. A Bíblia precisava ser desmitologizada e, uma vez que todos os mitos fossem
retirados, o que sobrasse poderia ser considerado a Palavra de Deus. criação em seis dias
literais, mar vermelho se abrindo, uma jumenta falando, pessoas ressuscitando, Cristo
andando sobre as águas, enfim, todos os milagres foram considerados mitos. Os resquícios
da “Alta Crítica” permanecem até hoje com teólogos afirmando que a Bíblia precisa ser
atualizada; outros propondo a teologia do encontro, em que a Bílbia não é a Palavra de
Deus, mas se torna a Palavra de Deus à medida em que o leitor tem um encontro com Deus
ao ler alguma passagem. Mais recentemente, alguns propuseram Jesus como chave
hermenêutica da Bíblia. Parece muito bonita a teoria que afirma que devemos olhar as
Escrituras pelo olhar de Cristo e pela interpretação que Ele fez. O problema é que os
proponentes dessa ideia não usam o método que o próprio Cristo usou: “E, começando por
Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que Dele se achava em todas as
Escrituras” (Lc 24:27).

Cristo deixava a própria Bíblia ser sua intérprete. Mas alguns teólogos acreditam que usar
Cristo como chave hermenêutica seria mais ou menos assim: “O que Cristo falou sobre a
prática homossexual? O que Ele disse sobre uso de entorpecentes? O que Jesus falou
sobre o uso de joias? Nada! Eles concluem. Então, só aceitamos condenar aquilo que Cristo
condenou.” Como se o que Cristo falou anulasse o restante da Bíblia ou como se as
palavras de Cristo estivessem em oposição ao resto da Bíblia. No fim, não querem usar

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Cristo como chave hermenêutica, mas, usar a própria hermenêutica particular e defender os
próprios pontos de vista supostamente apoiando-se em Cristo. Assim, as velhas táticas do
inimigo continuam a perpertuar-se no meio cristão e a verdade vem sendo solapada. Mas,
como nos tempos passados, Deus tem Seus filhos que não se contaminaram com o vinho
de Babilônia e permanecem fiéis à Palavra da verdade. Há em nossos dias homens e
mulheres que têm levantado bem alto a tocha da verdade, pregando-a e iluminando as
densas trevas morais e espirituais que hoje existem.

Conclusão

A Idade Média ficou conhecida como a Idade das Trevas. “Dias de perigo foram aqueles
para a igreja de Cristo. Os fiéis porta-estandartes eram realmente poucos. Embora a
verdade não fosse deixada sem testemunhas, às vezes parecia que o erro e a superstição
prevaleceriam completamente, e a verdadeira religião seria banida da Terra” (O Grande
Conflito, p. 43). Vivemos dias semelhantes. Com aparência de liberdade e com ampla
circulação da Palavra de Deus, nunca se testemunhou tal distanciamento da Bíblia e das
suas verdades. A impressão é de que a verdadeira religião será banida da Terra. Defender a
verdade tem sido cada vez mais antiquado e desafiador. Mas, esta é a nossa missão:
“Quando a religião de Cristo for mais desprezada, quando Sua lei mais esquecida for, então
deve nosso zelo ser mais ardoroso e nosso ânimo e firmeza mais inabaláveis. Permanecer
em defesa da verdade e da justiça quando a maioria nos abandona, participar das batalhas
do Senhor quando são poucos os campeões – essa será nossa prova. Naquele tempo,
devemos tirar calor da frieza dos outros, coragem de sua covardia e lealdade de sua traição”
(Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 5, p. 115). Esse tempo chegou!

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Eleazar Domini é mestre em
Teologia e apresentador do canal “Fala sério, pastor”, no YouTube. Serve à Igreja Adventista
há mais de 14 anos e atuou em diferentes funções. Atualmente, exerce sua atividade como
pastor nas igrejas de Danbury e Waterbury, Connecticut – EUA. É casado com Gisele
Domini, farmacêutica, e é pai de Hannah e Isabella.

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