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UM MITO BORORO
No início, os homens estavam na Terra e as mulheres no Céu. Na Terra, os
homens tinham de fazer tudo: pescar, caçar, cozinhar, arrumar a casa. Já no
Céu, ao contrário, as mulheres não tinham de fazer nada, mas precisavam de
comida.
Quando os homens saíam para pescar ou caçar, as mulheres desciam à Terra
por uma corda e surrupiavam toda a comida que os homens haviam deixado
em casa. Depois elas voltavam para o Céu e retiravam a corda. Intrigados com
o sumiço dos mantimentos, os homens deixaram o coelho de tocaia. Mas o
coelho ferrou no sono e os víveres continuaram desaparecendo como sempre.
No dia seguinte, os homens colocaram o papagaio de sentinela. O papagaio
flagrou a mulherada e quis avisar os homens, mas uma delas cortou-lhe a
língua, e o bicho não pôde abrir o bico sobre o que havia acontecido. Desde
então o papagaio sempre tenta falar, mas não consegue, porque tem a língua
cortada.
No outro dia, os homens deixaram o gavião espreitando. Ao ver as mulheres
passando a mão boba nos alimentos, o gavião cortou a corda dependurada do
Céu. Quando os homens voltaram da caça, encontraram o acampamento
abarrotado de mulheres. A primeira reação deles foi querer quebrar o pau com
as ladras, mas pensaram bem e acharam melhor torná-las como esposas.
Para evitar novas surpresas, o gavião, daí por diante, passou a fazer a ronda
do
Céu. Com o correr do tempo, a história da origem das mulheres se difundiu por
todas as aldeias, mas sempre com curiosas variações. Dizia-se que as
mulheres desciam do Céu por meio de duas cordas: uma para as beldades e
outra para as tribufus. Quando os homens queriam casar-se com as mulheres
de sua aldeia, diziam que ali o gavião havia cortado a corda das belezocas e
deixando intacta a corda das jabiracas. Quando os homens voltaram, só
haviam sobrado as formosas. As monstruosas haviam ido embora, usando a
corda deixada pelo gavião.
Em contrapartida, quando os homens de uma aldeia queriam casar-se com as
mulheres das aldeias vizinhas, diziam que na sua o gavião havia cortado a
corda das feias. As bonitinhas haviam ido embora, enquanto as horrorosas
haviam ficado.
De qualquer modo, o gavião era muito mal-afamado entre a mulherada. Elas de
fato achavam que se tratava de uma ave muito perigosa.
(373 palavras)
ATIVIDADES
1. Circule a alternativa correspondente:
a) O mito bororo pretende explicar:
1. como os animais brasileiros vigiam
2. a corda utilizada pelas mulheres
3. a origem da humanidade
4. a Terra sem a presença das mulheres
5. a origem das mulheres
6. o surgimento da vida humana
b) No mito as mulheres aparecem como:
1. afáveis e carinhosas
2. preguiçosas e ladronas
3. trabalhadoras e esforçadas
4. dorminhocas e comilonas
5. disciplinadas e meticulosas
c) Com o passar do tempo, a história:
1. permaneceu sem modificações
2. transformou-se na origem dos homens
3. foi mudando de personagens
4. se difundiu, com algumas variações
5. foi narrada sempre na mesma aldeia
d) O papel dos animais no relato mítico consistia em:
1. falar
2. vigiar
3. defender-se
4. atacar
5. dormir
2. As palavras abaixo listadas podem ser agrupadas de acordo com várias
tipificações. Procure descobri-las nomeando os conjuntos assinalados pelas
letras. Localize outras.
4.O que a palavra “mito” significa para você. Procure confirmar ou ampliar a
sua
definição consultando um dicionário ou enciclopédia. Anote-a.
6.Ilustre um mito ou uma lenda que você conheça. Caso contrário ilustre o mito
bororo.
COMPLETE O TEXTO
Atividade 1
a) 3
b) 2
c) 4
d) 2
Atividade 2
1.seres humanos; pessoas,
adultos
2.ações; verbos; atividades
3.aparências físicas;
características
4.animais
5.palavras começadas com
“c”
6. aves
Atividade 3
a) mulheres, cônjuges;
senhoras
b) falcão; papa-mico;
pega-macaco
c) víveres;
mantimentos;
vitualhas; gêneros
alimentícios
d) policial; beleguim;
esbirro
CLOZE
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O QUE PODEMOS RESGATAR NA
1) Leitura silenciosa:
Observar se acompanha a leitura com o dedo, se faz subleitura labial (não
consegue ler
mentalmente, enunciando as palavras bem baixinhas), a postura, a conduta
visual etc...
2) Leitura oral:
Observar se existem trocas fonéticas na leitura, se o ritmo é adequado, como
são feitas as
pausas; se a leitura é corrente ou silabada, indicando esforço de decifração.
NA ESCRITA ESPONTÂNEA
Observar a postura no manejo do lápis, a postura corporal, a agitação motora,
o nível de cansaço
ou desinteresse.
Observar os aspectos relacionados com hipertonia ou hipotonia muscular,
expressos por meio
de uma letra muito clara ou muito escura.
O movimento da escrita, da esquerda para a direita, o movimento correto das
letras, o fato de
a criança escrever a palavra inteira para depois colocar os sinais específicos(til,
acentos, cedilha
etc).
Anotar as trocas fonéticas.
Anotar os erros ortográficos e disortográficos.
Coerência e coesão textual, entre outros aspectos
2. RAPIDEZ DE COMPREENSÃO DA LEITURA
Por “rapidez de compreensão de leitura” entendemos o ritmo de aquisição do
significado de textos escritos. Para facilitar a tarefa do professor que pretenda
avaliá-la,
fornecemos, do lado direito, ao final de cada texto, o total de palavras.
A contagem do tempo é feita desde o momento em que o aluno começa a ler
em
silêncio até o final. COMPUTA-SE O NÚMERO DE MINUTOS UTILIZADOS,
DIVIDIDOS PELO
MONTANTE DE PALAVRAS.