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 Como escolher uma bomba de vácuo?

Ao escolher uma bomba de vácuo, há vários fatores a ponderar. Em primeiro


lugar, deve ter em consideração a aplicação prevista, a qual irá ditar a sua
escolha em termos de tecnologia, lubrificação, resistência química, grau de
vácuo e caudal necessários.
De entre estes, os fatores mais importantes na escolha de uma bomba de
vácuo são a qualidade e o nível de vácuo pretendido. Existem vários tipos de
vácuo: vácuo primário, alto vácuo e ultra-alto vácuo. O que os distingue é o
grau de rarefação do número de moléculas obtido artificialmente e que é
medido a partir da pressão dos gases residuais. Quanto mais baixa a pressão,
menor é o número de moléculas por cm³ e, logo, melhor a qualidade do vácuo.
Traduza-se estas diferenças em números concretos:
Pressão
máxima (em Pressão mínima Moléculas por
Tipo de vácuo mbar) (em mbar) cm³

Vácuo primário 1 10-3 1016 – 1013

Alto vácuo 10-3 10-7 1013 – 109

Ultra-alto vácuo 10-7 10-12 109 – 104

 
Em seguida, deverá ter em consideração as seguintes características:
o caudal da bomba: o caudal está relacionado com o tempo que o equipamento
leva a escoar um fluido. Portanto, há que avaliar se a capacidade da bomba é
suficiente para efetuar o processo visado, em termos quer de caudal
volumétrico (velocidade de bombeamento),  quer de caudal mássico.
Geralmente, quanto mais elevado o caudal, menor será o tempo de
escoamento. No quadro acima, é indicado o número de moléculas restantes
por cm³, de acordo com o tipo de vácuo escolhido.
o compatibilidade química: deve assegurar-se de que a bomba de vácuo é
compatível com os gases usados na aplicação prevista, analisando todos os
problemas eventuais que possam vir a afetar o equipamento.
o lubrificação: é essencial verificar se há ou não necessidade de lubrificar a
bomba. As bombas de vácuo lubrificadas oferecem maior eficácia e maior
resistência, mas requerem uma manutenção mais frequente. Em laboratórios,
vai privilegiar-se o uso de bombas de vácuo de funcionamento a seco.
o manutenção e custos: com base nos critérios supramencionados, deverá
determinar-se, em seguida, a frequência das operações de manutenção. Os
custos de manutenção, juntamente com os custos de exploração e o preço de
compra do equipamento ditarão o custo global da instalação.
Pontos mais importantes
o nível de vácuo
o caudal
o lubrificação
o compatibilidade química
o manutenção
 Quais os principais tipos de bombas de vácuo?
Há cinco tipos principais de bombas de vácuo:
o bombas de vácuo de palhetas rotativas
o bombas de vácuo de membrana ou diafragma
o bombas de vácuo de anel líquido
o bombas de vácuo tipo Scroll
o bombas de vácuo turbomoleculares
A sua escolha da bomba de vácuo dependerá do tipo de vácuo necessário,
mas também do preço e da robustez da tecnologia pretendida.
 Quando optar por uma bomba de palhetas rotativas?
Bomba de vácuo de palhetas da Pfeiffer Vacuum
Se procura uma bomba com um elevado nível de desempenho e de baixo
custo, recomendamos-lhe que opte por uma bomba de vácuo de palhetas
rotativas.
Pequenas e compactas, as bombas de palhetas permitem obter um nível
de vácuo primário. São particularmente eficazes para amostras aquosas e
solventes com elevado ponto de ebulição. Na realidade, os vapores podem ser
aspirados antes mesmo de entrarem em contacto com a bomba.
As bombas de palhetas rotativas precisam de óleo para funcionarem
corretamente. O óleo garante uma vedação mecânica perfeita, uma lubrificação
constante e eficaz dos componentes móveis e uma excelente dissipação do
calor com vista ao arrefecimento da bomba de vácuo.
No entanto, para garantir o funcionamento eficaz da bomba, é indispensável
planificar intervenções de manutenção regulares. Um dos inconvenientes deste
tipo de bombas é a necessidade de mudar regularmente o óleo a fim de reduzir
os riscos de desgaste. Recomenda-se que o óleo seja mudado ao fim de
aproximadamente cada 3 000 horas de operação.
Pontos mais importantes
o baixo custo
o equipamento pequeno e compacto
o lubrificada
o alto desempenho
o alto nível de vácuo (1 000 mbar)
o caudal elevado: até 1 600 m³/h
 Quando optar por uma bomba de membrana?

Bomba de vácuo de membrana da


marca Vaccubrand
As bombas de vácuo de membrana  são extremamente resistentes à corrosão
e a produtos químicos, pelo que podem ser utilizadas para bombear todos os
tipos de produtos viscosos, ácidos e corrosivos.
Como tal, é muito comum o uso deste tipo de bombas em áreas como a
indústria alimentar (para bombear fluidos como a água, o chocolate e xaropes,
por exemplo), a indústria cosmética (para cremes e géis) e a indústria química.
Estas bombas são também utilizadas para realizar a evaporação rotativa e a
movimentação de compostos voláteis. Além disso, são ideais para aplicações
em que seja necessário o funcionamento contínuo do equipamento.
Uma outra vantagem da bomba de membrana é o facto de funcionar a seco, ou
seja, não terá de lubrificá-la com óleo, o que torna os seus custos de
manutenção inferiores aos de uma bomba de palhetas. Contudo, o seu preço
de compra é mais elevado. É, igualmente, importante ter em conta que o nível
de vácuo das bombas de membrana é mais baixo que o das bombas rotativas
e, logo, não é indicado para a liofilização.
Pontos mais importantes
o bomba a seco
o custo elevado
o pouca manutenção
o resistência a produtos químicos
o funcionamento contínuo
o nível de vácuo inferior ao das bombas rotativas
o baixo caudal: até 20 m³/h
 Quando optar por uma bomba de anel líquido?

Bomba de vácuo
de anel líquido da marca Busch
As bombas de vácuo de anel líquido funcionam com um líquido operacional
que é projetado contra as paredes da bomba através de centrifugação. Forma-
se, assim, um anel líquido que assegura a vedação da bomba.
As bombas de anel líquido apresentam muitas vantagens que podem revelar-
se bastante úteis em certos setores de atividade, como destilarias, refinarias de
petróleo, centrais elétricas, minas, refinarias de açúcar, etc. Estas bombas de
vácuo são muito pouco sensíveis à passagem de líquidos, de pequenas
partículas sólidas e de vapores. Além disso, oferecem uma compressão
isotérmica ideal para produtos explosivos e termossensíveis, garantindo um
elevado nível de segurança. As bombas de vácuo de anel líquido também
podem ser usadas para filtração a vácuo, extração de humidade, remoção de
água da polpa na transformação do papel, valorização do conteúdo mineral e
manuseio de cinzas.
Com um caudal máximo de 30 000 m³/h, estas bombas de elevado
desempenho permitem quer reduzir, quer aumentar a pressão. Contudo, há
que prestar atenção à pressão de vapor do anel líquido. A pressão mínima da
bomba não deve ser inferior à pressão de vapor do anel líquido, caso contrário
este poderá evaporar-se, comprometendo a vedação da bomba.
Pontos mais importantes
o bomba a seco
o alta resistência à corrosão
o caudal até 30 000 m³/h
o elevado consumo de energia
o equipamento de grandes dimensões
 Quando optar por uma bomba de vácuo Scroll?
Bomba de vácuo Scroll da marca Edwards
Também chamadas de bombas de espirais, são adequadas para bombear
fluidos a vácuo de forma limpa e a seco, o que explica o seu uso na área da
investigação e em laboratórios.
Nas bombas de vácuo tipo Scroll, duas espirais realizam o bombeamento e a
compressão de fluidos líquidos ou gasosos. Uma das espirais é fixa e a outra
executa um movimento orbital dentro da primeira, movimento esse que fará
com que o gás seja comprimido entre as duas espirais.
Compactas e silenciosas, as bombas de vácuo Scroll dispensam o uso de óleo,
sendo a vedação da bomba assegurada por uma junta em espiral. Estas
bombas necessitam de manutenção regular, devendo-se substituir
frequentemente a junta a fim de garantir uma boa vedação. A principal
desvantagem deste tipo de bomba é a sua vulnerabilidade a detritos e a
partículas suspensas que, geralmente, provocam a deterioração progressiva da
referida junta.
Pontos mais importantes
o compacta
o sem óleo
o silenciosa (50 dB)
o inexistência de zonas mortas, logo, melhor desempenho
o vulnerabilidade a detritos e partículas
o caudal até 42 m³/h
 Quando optar por uma bomba turbomolecular?

Bomba de vácuo
turbomolecular da marca Pfeiffer
As bombas turbomoleculares podem alcançar níveis de pressão até 10 -12 mbar.
O seu caudal varia entre 50 l/s e 5 000 l/s. Funcionam segundo o mesmo
princípio dos compressores. As pás dos diferentes estágios da bomba entram
em rotação por ação de um motor elétrico que gira a alta velocidade,
permitindo, assim, evacuar o volume de ar pretendido. De modo a suportarem
as altas velocidades de rotação, estas bombas são frequentemente montadas
em rolamentos magnéticos. Além disso, necessitam obrigatoriamente de uma
bomba primária com um vácuo de, pelo menos, 10 -2 mbar.
As bombas turbomoleculares têm a vantagem de não precisar de óleo, são
bombas limpas particularmente adequadas para aplicações de ultra-alto vácuo,
como a instrumentação analítica e a análise laboratorial.
Dada a sua tecnologia complexa, são equipamentos caros e que podem
requerer uma manutenção mais intensiva do que as bombas de vácuo
clássicas. A velocidade de bombeamento depende, em grande medida, do tipo
de gás bombeado, diminuindo significativamente com os gases leves, por
exemplo.
Pontos mais importantes
o caudal de 50 a 5000 l/s
o pressão de 10-² mbar a 10-¹² mbar
o bomba limpa pois não utiliza óleo
o bomba primária obrigatória
o preço de compra elevado
o custos de manutenção elevados
 Optar por uma bomba de vácuo lubrificada ou sem óleo?

Bomba de vácuo lubrificada da


marca Vuototecnica
A lubrificação da bomba de vácuo é um outro aspecto que irá pesar na sua
escolha. O facto de uma bomba precisar ou não de lubrificação determina, em
grande parte, as necessidades de manutenção do equipamento.
As bombas de vácuo lubrificadas oferecem maior resistência e maior eficácia,
mas exigem intervenções de manutenção regulares, isto é, de 12 em 12 horas,
aproximadamente. Também é aconselhável usar uma armadilha criogénica
(cold trap) porque o óleo tende a condensar o vapor e a diminuir a capacidade
da bomba. Este aparelho, instalado à entrada da bomba, impede o retorno dos
vapores de óleo no sistema de vácuo. Se não utilizar uma armadilha
criogénica, recomendamos que inspecione com bastante frequência a cor do
óleo de lubrificação da bomba. Uma outra desvantagem das bombas de vácuo
lubrificadas é o facto de não ser possível utilizá-las em certos setores
industriais, como a indústria alimentar por exemplo, pois o óleo poderá
contaminar os alimentos.
No caso das bombas que funcionam a seco, também ditas bombas sem óleo,
não há, portanto, risco de contaminação do produto aspirado por líquido
lubrificante. Consequentemente, as bombas sem óleo são particularmente
adequadas ao setor agroalimentar. Contudo, as bombas de vácuo a seco são
mais sensíveis à humidade e, como não utilizam líquido de resfriamento, são
também mais sensíveis às altas temperaturas.
vantagens das bombas de vácuo lubrificadas
o reduzido nível de desgaste
o elevado nível de desempenho
VANTAGENS DAS BOMBAS DE VÁCUO SEM ÓLEO
o ausência de contaminação
o baixa manutenção
 Quais as principais aplicações das bombas de vácuo?
As bombas de vácuo são utilizadas em diversas áreas, principalmente em
laboratórios, na indústria médica e farmacêutica, na filtração e na espetrometria
de massa.
Cada uma destas aplicações requer um grau de vácuo específico. Por
exemplo, a espetrometria de massa exige uma pressão compreendida entre 10 -
3
 e 10-4 mbar, dispensando, assim, o uso de tecnologias de ultra-alto vácuo.
Se procura uma bomba para a indústria agroalimentar, para dessecação,
metalurgia a vácuo ou destilação, então precisará de um equipamento de
vácuo primário.
Se a aplicação pretendida for a brasagem a vácuo ou a soldadura por feixe de
eletrões, recomendamos que opte por uma bomba de alto vácuo.
Já para trabalhar em áreas da física como os estados de superfície ou a
aceleração de partículas, irá necessitar de ultra-alto vácuo.

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