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Anais do XI Fórum da Pós-Graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

UM DIÁLOGO ENTRE A PSICOLOGIA E A ARTE: AS INFLUÊNCIAS E


CONTRIBUIÇÕES DA ARTE NA PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE
1
Aline da S. D. Maia & Rosa C. Monteiro²

1. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, e-mail: aline-maia2@hotmail.com; 2.


Departamento de Psicologia, Instituto de Educação, UFRRJ, e-mail: rosacristina.monteiro@gmail.com.

Palavras-chave: Arte; Cultura; Produção de subjetividade; Psicologia sócio-histórica.

RESUMO
Esta pesquisa se propõe a investigar a influência da arte na produção de subjetividade a partir da
perspectiva de Vygotsky e tem por objetivo apurar possíveis transformações subjetivas entre
estudantes que estão no segundo segmento do ensino fundamental em uma escola da rede pública
do município de Nova Iguaçu, após passarem por diversas experiências artísticas. A escolha desse
autor decorre do fato de que ele apresenta em sua obra alguns artigos e capítulos de livros que
apontam para a relação conceitual que queremos estabelecer, assim como também pelo fato dele
desenvolver sua teoria em uma base epistemológica crítica, de transformação social, que também é a
nossa. Atualmente podemos pensar que a arte precisa romper as barreiras de sua aplicabilidade em
Psicologia, e ser vista não apenas como instrumento de intervenção psicoterapêutica ou na atuação
de terapias grupais nos tratamentos dos transtornos mentais. É possível que haja para a arte uma
função para além destas práticas, embora tenha sua importância nestes campos de atuação. Será a
partir deste pensamento e apoiado nos pressupostos de Vygotsky e demais autores que têm
contribuído nos estudos relacionados à subjetividade humana, processos de emancipação e
potencialização das atividades cognitivas, que trilharemos um caminho em busca das demais
contribuições da arte na vida social. A ideia de que o homem se constitui a partir das relações sociais
é indispensável para a compreensão da importância da arte para a psicologia. Vygotsky, em seu livro
‘Psicologia da arte’ diz que “a arte é o social em nós”, através das manifestações artísticas somos
implicados no social. O autor afirma que mesmo onde houver apenas um homem e uma obra de
arte, aí há uma relação social. Ao produzir arte, uma pessoa é capaz de ter sua percepção de mundo
ampliada. Em seu livro “Psicologia da Arte” o autor defende a ideia de que a arte não apenas
contagia o sujeito, mais do que simplesmente isso, ela causa alterações diversas no psiquismo,
agindo sobre emoções, humor, provocando outras potencialidades no ser humano. A reflexão sobre a
produção de subjetividade apoiada nas produções artísticas nos direciona a à algumas questões
necessárias para a pesquisa. Seria esse um meio capaz de potencializar os processos de
subjetivação necessários para a desconstrução dos processos de alienação da sociedade? A
dialética proposta por Vygotsky entre sujeito/objeto, levando em consideração a sociedade e a cultura
abre um caminho para que possamos compreender os fenômenos produzidos a partir da relação do
sujeito com a arte. A pesquisa será de caráter qualitativo apropriando-se da técnica de grupo focal
para coleta e análise de dados. Ao lançarmos mão do método do materialismo histórico e dialético,
estamos buscando a compreensão da relação entre o homem, seu meio e a sua história. A
construção da subjetividade se dá em uma relação dialética entre o homem e o mundo. Portanto, nos
interessam os fenômenos resultantes destes processos internos e externos, que nos levam a pensar
na constituição social do indivíduo. Molon (2015) ressalta que a obra de Vygotsky é essencial na
compreensão da constituição do sujeito e da subjetividade a partir de uma concepção de
processualidade, e que os fenômenos psicológicos ganham um novo entendimento ao serem
pensados a partir da perspectiva de Vygotsky.

CD-ROM, 2016. ISSN 1984-0632.

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