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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

DISCIPLINA: História Indígena


DOCENTE: Flávia Sousa
DISCENTE: Alanis dos Santos Oliveira

São Gonçalo
2021

Objetivo: Considere sua trajetória escolar e reflita sobre a forma como a temática indígena
foi abordada, tendo como ponto de partida o material didático. Para tanto, tenha como
referência de diálogo as críticas desenvolvidas no texto quanto ao tema indígena nos livros
didáticos.

“Como é possível que a escola, que desempenha uma papel fundamental na formação do
nosso referencial explicativo da realidade colabore na construção de uma sociedade
pluriétnica, capaz de respeitar e conviver com diferentes normas e valores ?”(GRUPIONI,
p.492)

O que é a escola? A escola é um local para desenvolver conhecimento, de interação social e


de refletir sobre as diferentes culturas, línguas e sociedades. Bem, é assim que deveria ser na
prática. A escola mesmo tendo essa responsabilidade de representar diversidade cultural,
étnica e religiosa apresenta uma falha quando se trata de retratar as comunidades indígenas de
forma plural, afastando-as do protagonismo na história.
No Brasil, os materiais didáticos e a formação de professores ainda reforçam o estereótipo do
“índio”como a nudez, ocas, preguiça e selvageria, apegando-se ao ideal europeu de como é
um humano civilizado. Ademais, ignoram completamente as inúmeras versões dadas pelas
comunidades indígenas sobre suas histórias, tradições e estilos de vida.
No livro “ A temática indígena na escola” , o pesquisador Luís Donisete Benzi Grupioni
exemplifica a maneira que os indígenas são afastados de uma representatividade nos livros
didáticos e acrescenta a luta de professores indígenas nortistas e apoiadores nos anos 90 para
a criação de materiais mais plurais sobre as culturas e povos indígenas. Além disso, o autor
demonstra que falar de uma América descoberta em 1492 e o Brasil em 1500 ignora milhares
de anos de povos originários saindo da Eurasia para as Américas, ou seja, usar a chegada dos
europeus no solo americano como descoberta e início demonstra que as vivências originárias
e suas histórias são diminuídas por um viés eurocêntrico. Isso demonstra o porquê pouco se
fala das Américas e vivências indígenas anteriores ao século XV na grade curricular enquanto
a Europa tem aulas com conteúdos a.C (antes de Cristo).
Dessa maneira, como apresentar a resposta à questão citada do autor? Para trazer um ensino
múltiplo, primeiramente deve se ter uma reforma na formação de professores para incluir
matérias que usem materiais e conteúdos produzidos sobre e/ou por indígenas; revisão dos
livros didáticos pelas editores e pesquisadores; compromisso das escolas com a lei 11.465/08
com discussão das pautas indígenas dentro de sala de aula. Assim, a escola poderá ser o
ambiente de maior representatividade, respeito e acolhedora para que os estudantes entendam
a importância de aprender novas culturas e identidades.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SILVA, Aracy L. GRUPIONI, Luís D. B. (orgs). A temática indígena na escola: novos
subsídios para professores de 1º e 2º graus. 4 ed. São Paulo: Global, Brasília: MEC/MARI,
UNESCO, 2004.

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