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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO

DE JANEIRO
Faculdade de Formação de Professores
Departamento de Ciências Humanas

Disciplina: Laboratório IV
Docente: Helenice Rocha
Discente: Alanis Oliveira

Fichamento da versão final da Base Nacional Comum Curricular

1. Introdução: O pacto interfederativo e a implementação da BNCC (p.15-22)

● Base Nacional Comum Curricular: igualdade, diversidade e equidade


Objetivo: Dissertar sobre as diferenças culturais existentes no Brasil e o compromisso da
BNCC em trabalhar com um ensino voltado às mais diversas realidades, como por exemplo a
educação escolar indígena e quilombola. Sendo o país federativo, onde cada estado apresenta
sua autonomia, a BNCC tem seu objetivo de auxiliar na construção de um ensino com maior
igualdade nas instituições escolares.

“No Brasil, um país caracterizado pela autonomia dos entes federados, acentuada diversidade
cultural e profundas desigualdades sociais, os sistemas e redes de ensino devem construir
currículos, e as escolas precisam elaborar propostas pedagógicas que considerem as
necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes, assim como suas identidades
linguísticas, étnicas e culturais.” (p.15);

“Nesse processo, a BNCC desempenha papel fundamental, pois explicita as aprendizagens


essenciais que todos os estudantes devem desenvolver e expressa, portanto, a igualdade
educacional sobre a qual as singularidades devem ser consideradas e atendidas” (p.15);
“Diante desse quadro, as decisões curriculares e didático-pedagógicas das Secretarias de
Educação, o planejamento do trabalho anual das instituições escolares e as rotinas e os
eventos do cotidiano escolar devem levar em consideração a necessidade de superação dessas
desigualdades” (p.15).

● Base Nacional Comum Curricular e currículos


Objetivo: Apresentar como a elaboração de um currículo auxilia no desenvolvimento do
saber dos estudantes em cada etapa da educação básica, sendo construído de acordo com a
realidade de cada instituição escolar, criando práticas pedagógicas e metodologias que irão
dinamizar o ensino aos estudantes. Esta parte da introdução apresenta alguns pontos chaves
para a construção do currículo escolar.

“Além disso, BNCC e currículos têm papéis complementares para assegurar as aprendizagens
essenciais definidas para cada etapa da Educação Básica, uma vez que tais aprendizagens só
se materializam mediante o conjunto de decisões que caracterizam o currículo em ação. São
essas decisões que vão adequar as proposições da BNCC à realidade local, considerando a
autonomia dos sistemas ou das redes de ensino e das instituições escolares, como também o
contexto e as características dos alunos” (p.16);

“Essas decisões precisam, igualmente, ser consideradas na organização de currículos e


propostas adequados às diferentes modalidades de ensino (Educação Especial, Educação de
Jovens e Adultos, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar
Quilombola, Educação a Distância)” (p.17);

“É também da alçada dos entes federados responsáveis pela implementação da BNCC o


reconhecimento da experiência curricular existente em seu âmbito de atuação.” (p.18)

“Muitas escolas públicas e particulares também acumularam experiências de


desenvolvimento curricular e de criação de materiais de apoio ao currículo, assim como
instituições de ensino superior construíram experiências de consultoria e de apoio técnico ao
desenvolvimento curricular” (p.18);

“Por fim, cabe aos sistemas e redes de ensino, assim como às escolas, em suas respectivas
esferas de autonomia e competência, incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a
abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e
global, preferencialmente de forma transversal e integradora” (p.19);
● Base Nacional Comum Curricular e regime de colaboração
Objetivo: Apresentar o funcionamento do regime de colaboração para a elaboração e
execução da BNCC dentro de toda a federação, sendo base na criação dos currículos
escolares e reformulando a formação de professores. Destacar o papel da União e do MEC
para manutenção da BNCC e auxílio às instituições escolares

“Legitimada pelo pacto interfederativo, nos termos da Lei nº 13.005/ 2014, que promulgou o
PNE, a BNCC depende do adequado funcionamento do regime de colaboração para alcançar
seus objetivos.” (p.20);

“Nesse regime de colaboração, as responsabilidades dos entes federados serão diferentes e


complementares, e a União continuará a exercer seu papel de coordenação do processo e de
correção das desigualdades.” (p.21);

“A primeira tarefa de responsabilidade direta da União será a revisão da formação inicial e


continuada dos professores para alinhá-las à BNCC. A ação nacional será crucial nessa
iniciativa, já que se trata da esfera que responde pela regulação do ensino superior, nível no
qual se prepara grande parte desses profissionais” (p.21);

“A atuação do MEC, além do apoio técnico e financeiro, deve incluir também o fomento a
inovações e a disseminação de casos de sucesso; o apoio a experiências curriculares
inovadoras; a criação de oportunidades de acesso a conhecimentos e experiências de outros
países; e, ainda, o fomento de estudos e pesquisas sobre currículos e temas afins.” (p.21)

2. Estrutura da BNCC (p.23-24)


Objetivo: Ilustrar sobre as etapas para a educação básica(infantil, fundamental e médio),
como as competências gerais e habilidades de cada área de conhecimento baseados nos
componentes curriculares.

“Em conformidade com os fundamentos pedagógicos apresentados na Introdução deste


documento, a BNCC está estruturada de modo a explicitar as competências que devem ser
desenvolvidas ao longo de toda a Educação Básica e em cada etapa da escolaridade, como
expressão dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento de todos os estudantes.” (p.23).
3. Ciências Humanas- História- Ensino Fundamental (p.397-405; p.416-433)
● História
Objetivo: Dialogar sobre o conceito da História, sua relevância dentro e fora do ensino-
aprendizagem, além de apresentar o papel do historiador em relação a indagação do passado e
o tempo atual. Ademais, demonstrar como processos de identificação, comparação e
contextualização são necessários para as correlações humanas, o estímulo ao pensamento
crítico e reflexão sobre o sujeito/objeto histórico.

“Todo conhecimento sobre o passado é também um conhecimento do presente elaborado por


distintos sujeitos. O historiador indaga com vistas a identificar, analisar e compreender os
significados de diferentes objetos, lugares, circunstâncias, temporalidades, movimentos de
pessoas, coisas e saberes” (p.397);

“Portanto, o que nos interessa no conhecimento histórico é perceber a forma como os


indivíduos construíram, com diferentes linguagens, suas narrações sobre o mundo em que
viveram e vivem, suas instituições e organizações sociais” (p.397);

“Entre os saberes produzidos, destaca-se a capacidade de comunicação e diálogo, instrumento


necessário para o respeito à pluralidade cultural, social e política, bem como para o
enfrentamento de circunstâncias marcadas pela tensão e pelo conflito” (p.398);

“Os registros e vestígios das mais diversas naturezas (mobiliário, instrumentos de trabalho,
música etc.) deixados pelos indivíduos carregam em si mesmos a experiência humana, as
formas específicas de produção, consumo e circulação, tanto de objetos quanto de saberes.
Nessa dimensão, o objeto histórico transforma-se em exercício, em laboratório da memória
voltado para a produção de um saber próprio da história.” (p.398);

“Os processos de identificação, comparação, contextualização, interpretação e análise de um


objeto estimulam o pensamento.” (p.398);

“A comparação em história faz ver melhor o Outro. Se o tema for, por exemplo, pintura
corporal, a comparação entre pinturas de povos indígenas originários e de populações urbanas
pode ser bastante esclarecedora quanto ao funcionamento das diferentes sociedades” (p.399);
“A contextualização é uma tarefa imprescindível para o conhecimento histórico. Com base
em níveis variados de exigência, das operações mais simples às mais elaboradas, os alunos
devem ser instigados a aprender a contextualizar.” (p.399);

“O exercício da interpretação – de um texto, de um objeto, de uma obra literária, artística ou


de um mito – é fundamental na formação do pensamento crítico.” (p.399);
“A análise é uma habilidade bastante complexa porque pressupõe problematizar a própria
escrita da história e considerar que, apesar do esforço de organização e de busca de sentido,
trata-se de uma atividade em que algo sempre escapa.” (p.400);

“A inclusão dos temas obrigatórios definidos pela legislação vigente, tais como a história da
África e das culturas afro-brasileira e indígena, deve ultrapassar a dimensão puramente
retórica e permitir que se defenda o estudo dessas populações como artífices da própria
história do Brasil.” (p.401);

“Retornando ao ambiente escolar, a BNCC pretende estimular ações nas quais professores e
alunos sejam sujeitos do processo de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, eles próprios
devem assumir uma atitude historiadora diante dos conteúdos propostos no âmbito do Ensino
Fundamental.” (p.401);

● História do ensino fundamental- Anos iniciais: Unidades temáticas, objetos de


conhecimento e habilidades
Objetivo: Discorrer como a História se mostra dentro dos anos iniciais, apresentação dos
temas abordados (códigos numéricos, pólis) e seu uso para a reflexão dos tempos atuais.
Ademais, demonstra o conteúdo didático de cada ano (1º ao 5º ano) por meio de um quadro
ilustrativo.

“A BNCC de História no Ensino Fundamental – Anos Iniciais contempla, antes de mais nada,
a construção do sujeito. O processo tem início quando a criança toma consciência da
existência de um “Eu” e de um “Outro” ”(p.403);

“O aprendizado, ao longo do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, torna-se mais complexo à


medida que o sujeito reconhece que existe um “Outro” e que cada um apreende o mundo de
forma particular.” (p.403);
“Aprender a identificar códigos variados é tarefa necessária para o desenvolvimento da
cognição, comunicação e socialização, competências essenciais para o viver em sociedade.”
(p.404);

“Retomando as grandes temáticas do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, pode-se dizer que,
do 1º ao 5º ano, as habilidades trabalham com diferentes graus de complexidade, mas o
objetivo primordial é o reconhecimento do “Eu”, do “Outro” e do “Nós”. Há uma ampliação
de escala e de percepção, mas o que se busca, de início, é o conhecimento de si, das
referências imediatas do círculo pessoal, da noção de comunidade e da vida em sociedade”
(p.404);

“Nessa perspectiva, emerge um sujeito coletivo mais desenraizado, seja por contingências
históricas (migrações), seja, ainda, em razão de viver em uma época em que se buscam
múltiplos referenciais identitários que questionam as antigas construções do ideário do
Estado-nação.” (p.405).

● História do ensino fundamental- Anos finais: Unidades temáticas, objetos de


conhecimento e habilidades
Objetivo: Discorrer como a História se mostra dentro dos anos finais do fundamental,
apresentação dos temas abordados(eventos da História do Ocidente, África e América),
reflexão sobre fontes históricas/memória, e reconhecer a diversidade dos sujeitos
contribuintes para a História, tendo uma visão menos eurocentrada. Ademais, demonstra a
unidade temática, objeto de conhecimento e habilidades do 6º ao 9 º ano por meio de um
quadro ilustrativo.

“O primeiro procedimento implica o uso de uma forma de registro de memória, a


cronológica, constituída por meio de uma seleção de eventos históricos consolidados na
cultura historiográfica contemporânea” (p.416)

“A sistematização dos eventos é consoante com as noções de tempo (medida e datação) e de


espaço (concebido como lugar produzido pelo ser humano em sua relação com a natureza)”
(p.416);
“Se a ênfase no Ensino Fundamental – Anos Iniciais está na compreensão do tempo e do
espaço, no sentido de pertencimento a uma comunidade, no Ensino Fundamental – Anos
Finais a dimensão espacial e temporal vincula-se à mobilidade das populações e suas
diferentes formas de inserção ou marginalização nas sociedades estudadas” (p.417);
“A presença de diferentes sujeitos ganha maior amplitude ao se analisarem processos
históricos complexos ocorridos em espaços, tempos e culturas variadas” (p.417);

“O segundo procedimento diz respeito à escolha de fontes e documentos. O exercício de


transformar um objeto em documento é prerrogativa do sujeito que o observa e o interroga
para desvendar a sociedade que o produziu. O documento, para o historiador, é o campo da
produção do conhecimento histórico; portanto, é esta a atividade mais importante a ser
desenvolvida com os alunos.” (p.418);

“O terceiro procedimento citado envolve a escolha de duas ou mais proposições que


analisam um mesmo tema ou problema por ângulos diferentes” (p.419).

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