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Nome: Alanis dos Santos Oliveira Curso:História

Data: 12/11/2019 Disciplina: Laboratório de Ensino de História II

SANTOS, Lorene dos. Ensino de História e cultura afro-brasileira: dilemas e desafios da


recepção da lei 10.639/03. In: MONTEIRO, Ana Maria Monteiro; PEREIRA, Amilcar
Araújo. (Orgs.). Ensino de História e Culturas Afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro:
Pallas, 2013. p.57-83.

Nesta resenha será abordado sobre o texto da Lorena dos Santos, chamado Ensino de
História e cultura afro-brasileira: dilemas e desafios da recepção da lei 10.639/03 que
apresenta a abordagem da cultura africana e afro-brasileira na escola e os desafios de
implantar essa cultura dentro de sala de aula.
Doutora e mestre em Educação pela UFMG, formada em História e Comunicação
Social, Lorene dos Santos foca em estudos relacionados aos saberes históricos escolares,
políticas educacionais, o direito à educação e abordagens da lei 10.639/03. A lei 10.639/03 é
um mecanismo que propõe a inserção do ensino sobre a cultura e história africana/afro-
brasileira dentro das escolas públicas e particulares, além de incluir a data do dia 20 de
novembro como feriado dentro dos calendários escolares.
Primeiramente, a Lorene dos Santos ressalta o papel dos movimentos sociais para a
valorização da cultura negra no Brasil e diz que foram necessários para a criação da lei
10.639/03 e 11.645/08. No início do capítulo fala sobre a Lei das Diretrizes e Bases da
Educação Nacional- LDBEN, de nº 9.394. Essa lei reforça a ideia de uma educação mais
ampla, voltada para ampliação dos direitos sociais, valores de cidadania, pluralismo e respeito
à liberdade.
Após comentar sobre as diretrizes e leis educacionais, Lorene dos Santos mostra as
dinâmicas de ensinar a cultura africana e afro-brasileira dentro das escolas de Contagem (MG)
onde, segundo a autora, os professores realizam debates e rodas de conversa a fim de
buscarem meios de uma educação anti-racista, em que os valores da cultura africana e afro-
brasileira sejam abordados da maneira mais coerente possível. Os debates eram realizados
pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Contagem(SEDUC) com o intuito de ver
as experiências dos professores sobre a cultura africana dentro de sala de aula. Um deles era
conhecido como” Redes de Troca” e foi 10 encontros programados pela SEDUC onde
diversos professores diziam seus relatos em torno dessa temática.
Lorene dos Santos ao falar sobre o ensino da cultura e história africana utiliza autores
especialistas em Educação para a definição da escola como espaço sociocultural, a prática dos
saberes, o currículo escolar e a discriminação dentro das escolas. Alguns desses autores são:
Vera Maria Candau, Dayrell, Souza e Forquin, bases acadêmicas que fundamentam sua
pesquisa e meios dela demonstrar a escola como um ambiente de troca de conhecimento e
aprendizagem mas que apresenta um teor meio racista por conta do currículo eurocêntrico e
práticas preconceituosas ensinadas pelos familiares dos alunos que influenciam nas relações
dentro da escola, como bullying e desrespeito. A autora diz que essa visão racista impacta
positivação da identidade dos alunos negros pois a escola se apresenta como um lugar em que
abala a autoestima desses jovens, principalmente das meninas negras, que são as figuras que
mais sofrem nesse ambiente. Ao longo da obra, a autora relaciona o trabalho de grupo de
discussão dos professores e o desenvolvimento da positivação da identidade negra desses
alunos e como eles passam a se enxerga ao longo desse processo.
No final da obra, Lorene dos Santos relata sua preocupação em relação a abordagem
do ensino de História Africana dentro das escolas, ressaltando que os professores devem
prestar atenção para não ensinar de uma maneira genérica e mistificada sobre o continente
africano.O Grupo Focal foi uma reunião de professores que ocorreu na UFMG no ano de
2009 e debatiam sobre as melhores abordagens em relação a cultura africana, sem cometer
qualquer tipo de espetacularização e mistificação acerca desse tema.
Outro ponto abordado pela a autora é de como esse trabalho de ensinar a cultura
africana e afro-brasileira diz que os alunos negros passaram a reconhecer a própria identidade
e começaram a valorizar os próprios traços, através de cortes de cabelo, penteado, roupas e
outros acessórios que realçam aspectos da cultura afro-brasileira. Um exemplo disso é um
relato de uma professora do Rede de Trocas. Ela diz que uma aluna a deu uma cartinha
dizendo que sua autoestima tinha melhorado por conta das aulas dela.Antes, a escola era um
ambiente onde os alunos negros se sentem menosprezado devido ao preconceito. As alunas
negras são, segundo Lorene dos Santos, as mais inferiorizadas.
Dessa forma, Lorene dos Santos diz que ainda o ensino de história africana e afro-
brasileira ainda se mostram como um desafio por conta do cuidado com a mistificação e a
criação de estereótipos. Além de falar que deve se ter investimentos governamentais e
programas sociais relacionados a esse tema para ampliar as ferramentas sobre essa temática.
O ensino de história e cultura africana devem ser lecionados para mudar a qualidade de
aprendizagem das crianças e adolescentes negros, pessoas mais atingidas por práticas
discriminatórias.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ESCAVADOR. Lorene dos Santos. Disponível em:
<https://www.escavador.com/sobre/6120905/lorene-dos-santos>
Acesso em: 12 nov. 2019.
PLANALTO. Lei 9394. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm >. Acesso em: 01.dez.2019.
PLANALTO. Lei 10639/03. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm >. Acesso em: 30.nov.2019.

SANTOS, Lorene dos. Ensino de História e cultura afro-brasileira: dilemas e desafios da


recepção da lei 10.639/03. In: MONTEIRO, Ana Maria Monteiro; PEREIRA, Amilcar
Araújo. (Orgs.). Ensino de História e Culturas Afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro:
Pallas, 2013. p.57-83.

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