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Aprendizagem da Geografia e História

As transformações do ensino de história e geografia na contemporaneidade

Unidade 1 – Seção 1

Nesta webaula, teremos como foco a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as principais
transformações no ensino de história e geografia na educação infantil e nas séries iniciais do ensino
fundamental. 
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
A Base Nacional Comum Curricular se transformou em uma das propostas da sétima meta do Plano
Nacional de Educação, aprovado em 2014, com o objetivo de ampliar a qualidade educacional
brasileira, estabelecendo e implantando:
diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos
e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos(as) alunos(as) para cada ano do ensino
fundamental e médio, respeitada a diversidade regional, estadual e local.
(BRASIL, 2017, p. 10).

 A versão final do BNCC para a educação infantil e o ensino fundamental foi aprovada em 22 de
dezembro de 2017, sob a orientação dos princípios políticos, éticos e estéticos para a formação
integral do aluno e para a construção de uma sociedade inclusiva, democrática e justa.

BNCC na educação infantil


No que tange à educação infantil, a BNCC estabelece cinco campos de experiência, responsáveis
por determinar quais devem ser os tipos de experiência fundamentais para o aprendizado da criança.
Nesse sentido, os componentes curriculares de história e geografia serão importantes para:
A construção da identidade e do campo da subjetividade da criança dentro de sua comunidade
escolar, dando início ao reconhecimento da diferença (no campo “O eu, o outro e o nós”). 
A exploração do espaço e o reconhecimento de diversas linguagens presentes nas diferentes
culturas (no campo “Corpo, gestos e movimentos”)
A experiência dos alunos com as manifestações culturais, científicas e artísticas de muitos
povos, incluindo diversas áreas brasileiras, permitindo que o aluno reproduza essas práticas (no
campo “Traço, sons, cores e formas”).
O reconhecimento das variadas formas de comunicação da cultura humana, como os jogos e as
brincadeiras, estimulando a imaginação (no campo “Escuta, fala, pensamento e imaginação”).

A construção de noções de espaço, tempo físico, tempo cronológico e medidas (no campo


“Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações”). 

BNCC nas séries iniciais do ensino fundamental 


Dentro dos preceitos da BNCC (BRASIL, 2017), nas séries iniciais do ensino fundamental, o ensino

de história e geografia deve ter algumas particularidades. Conheça quais são elas no mapa

mental a seguir.

Assim, para terminar, vale destacar que na educação infantil, os educadores têm se deparado com a
tarefa principal de centrar o processo de aprendizagem na criança, considerando-a como um agente
da produção de conhecimento. Já nos anos iniciais do ensino fundamental, a principal empreitada a
ser enfrentada é a criação de um novo modelo de educação que dialogue com o cotidiano do aluno,
preparando-o para respeitar as diferenças e compreender si mesmo e seu mundo. 

Os objetivos da BNCC para o ensino de história na educação infantil e anos iniciais

Unidade 1 – Seção 2
Nesta webaula, compreenderemos quais são os objetivos e as competências gerais estipulados pela
Base Nacional Comum Curricular (BNCC), relacionando-os ao ensino da disciplina de história na
educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental.
Objetivos na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reorganizou as expectativas para a educação básica
brasileira, criando novos pontos de partida para a determinação dos currículos. 
Educação infantilPara a educação infantil, foram estabelecidos os direitos de aprendizagem, com o
objetivo de enfatizar o desenvolvimento da criança de forma completa, para além de sua
aprendizagem escolar, dentre os quais estão os direitos éticos, os estéticos e políticos. Nesse
sentido, a história deve ser empregada por meio do diálogo com as experiências e situações
concretas da vida do aluno, os chamados campos de experiência.

Ensino fundamentalPara os anos iniciais do ensino fundamental, os objetivos principais são a


construção do sujeito e o reconhecimento das noções de espaço e de tempo, tendo como referência
a comunidade de pertencimento. Tais objetivos devem ser desenvolvidos a partir de 10 competências
gerais. A BNCC entende “competência” como a capacidade de mobilizar atitudes, habilidades,
conhecimentos e valores.

Quais são as competências gerais e como a história dialoga com elas?


A seguir, conheça quais são as dez competências gerais.

Disponível em: encurtador.com.br/fjzGM. Acesso em: 10 jun. 2019.

O ensino de história na educação infantil sob o olhar da BNCC


Uma das grandes transformações trazidas pela BNCC para a educação infantil foi a criação de seis
direitos fundamentais, responsáveis por enfatizar o desenvolvimento completo da criança.
1) Direito à convivência com seus pares
O primeiro deles é o direito à convivência com seus pares, em grandes e pequenos grupos, utilizando
as mais variadas linguagens com o objetivo de aumentar o autoconhecimento e o conhecimento
sobre o outro, respeitando a diversidade individual e cultural. 
2) Direito de brincar
O direito de brincar também é assegurado pelo documento, como forma de ampliar a criatividade e as
experiências emocionais, cognitivas, sociais e relacionais, sendo a história o componente curricular
responsável por apresentar as diferentes formas do brincar no espaço e no tempo. 
3) Importância da participação ativa da criança
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também salienta a importância da participação ativa da
criança no planejamento das atividades na educação infantil, como a escolha dos ambientes,
materiais e a produção do conhecimento. 
4) Direito fundamental de explorar
A história também contribui para o desenvolvimento do direito fundamental de explorar, pois amplia
os conhecimentos da criança sobre a cultura ao apresentar as diversas modalidades tecnológicas,
artísticas, científicas e de escrita, permitindo que o aluno explore com autonomia esses materiais. 
5) Direito à autoexpressão
O quinto direito fundamental definido pela BNCC é o da autoexpressão, colocando a criança como
sujeito sensível, criativo e dialógico. Nesse contexto, a história transforma-se no componente
curricular capaz de criar rodas de conversa para que as crianças exponham seus argumentos.
6) Direito à identidade individual, cultural e social
Por fim, o ensino de história torna-se o responsável pelo desenvolvimento do direito de construir a
identidade individual, cultural e social da criança, permitindo que ela se conheça e crie uma imagem
positiva de sua comunidade de pertencimento (BRASIL, 2017). 
Além da determinação dos direitos fundamentais, a BNCC estipulou uma mudança conceitual para os
currículos da educação infantil, considerando a criança como uma produtora da sociedade e da
cultura na qual ela se insere. Com isso, ela fixou cinco campos de experiência como fundamentos
básicos para cada etapa do desenvolvimento, inspirados nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil (SILVA; FONSECA, 2010). 
 Nesse sentido, o ensino de história torna-se questão primordial para o trabalho em todos eles. 

O ensino de história nos anos iniciais do ensino fundamental sob o olhar da BNCC
Por fim, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traz diversas orientações sobre o processo de
ensinar história também para os anos iniciais do ensino fundamental, discutindo a importância do
estabelecimento de relações entre o passado e o presente como questão principal a ser levada em
consideração na determinação dos currículos. 
 A BNCC ressalta a necessidade de criar referenciais teóricos para tornar os objetos históricos
escolhidos inteligíveis, sugerindo o trabalho com fontes diversificadas e transformando o processo de
produção e de transmissão dos conhecimentos em uma atividade flexível, dinâmica e interdisciplinar.
Segundo o documento, existem alguns processos que devem ser considerados como imperativos
para o desenvolvimento dos alunos nos anos iniciais do ensino fundamental:

Em síntese, o ensino de história é moderado a partir de três procedimentos primordiais: 


 A identificação dos acontecimentos mais relevantes para a história da América, da África e da
Europa, organizando-os no espaço geográfico e em uma linha cronológica.

 O desenvolvimento de condições para a seleção, a compreensão e a reflexão por parte dos alunos
acerca dos sentidos dos usos, da produção e da circulação desses documentos.

 A interpretação das diversas versões de um mesmo objeto histórico. 

Para essa finalidade, a BNCC divide-se em unidades temáticas, objetos de conhecimento e


habilidades, que devem ser trabalhadas em cada ano do ensino fundamental.
Nos anos iniciais, as temáticas selecionadas são aquelas já tradicionalmente prescritas para os
currículos, como a história da criança, a história da família, a história da escola, a história comunitária,
além das noções de patrimônio histórico e de tempo físico e cronológico. 

Fonte: iStock

Para terminar, vale destacar que ainda que a questão da diversidade seja um tema muito presente
na BNCC para os anos iniciais do ensino fundamental, ela é estabelecida a partir do olhar da
naturalização da identidade e da diferença (SILVA, 2000, p. 85). 
 Mais do que identificar e respeitar a diversidade, uma das propostas do ensino de história é que o
aluno reconheça a construção histórica das diferenças e as relações de poder imbricadas nesse
processo, responsáveis por privilegiar determinados grupos e submeter outros.
Unidade 1 – Seção 3

Unidade 1 – Seção 3 Nesta webaula, compreenderemos quais são as propostas da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) para o ensino da disciplina de geografia nos anos iniciais do ensino
fundamental.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o ensino de geografia
A Base Nacional Comum Curricular reformulou a abordagem sobre o ensino de geografia na
educação básica, dispondo esse componente curricular desde a educação infantil e propondo que ele
se transforme numa ferramenta importante para a percepção e a análise crítica da realidade do aluno.
 Para que isso seja possível, o documento propõe o desenvolvimento de dois conceitos principais em
todas as etapas da aprendizagem de geografia: o pensamento espacial e o raciocínio geográfico.
Em síntese, a principal proposta da BNCC é permitir que o aluno aprenda a captar as informações do
espaço vivido, dos lugares e paisagens pelos quais transita, compreendendo como seu entorno foi
construído e modificado pelas relações entre o homem e a natureza.

Fonte: iStock.

Recursos para o trabalho da geografia em sala de aula


Com a intenção de desenvolver o novo modo de entender o espaço, a BNCC propõe sete recursos
específicos para o trabalho em sala de aula. A seguir, conheça cada um deles.
Competências específicas de geografia
Os recursos apresentados anteriormente devem ser utilizados para o trabalho com as sete
competências específicas de geografia para o ensino fundamental, sugeridas pela Base Nacional
Comum Curricular como instrumentos norteadores do componente curricular. A seguir, saiba quais
são essas competências.
Compreensão da interação entre a sociedade e o meio físico natural
Em primeiro lugar, os conhecimentos geográficos devem ser utilizados para a compreensão da
interação entre a sociedade e o meio físico natural, permitindo que o aluno exercite o espírito
científico e a resolução de problemas.
Criação de conexões entre as diversas temáticas do conhecimento geográfico
O aluno deve conseguir criar conexões entre as diversas temáticas do conhecimento geográfico,
considerando a relevância dos objetos técnicos para compreender como o homem se utilizou dos
recursos naturais em diversos momentos históricos.
Desenvolvimento do senso crítico e da autonomia
Por meio dos sete recursos, acredita-se que o aluno pode desenvolver seu senso crítico e sua
autonomia para entender e aplicar o raciocínio geográfico na produção do espaço e para examinar a
ocupação do homem sobre o território.
Desenvolvimento do pensamento espacial
O estudante também precisa desenvolver o pensamento espacial, utilizando-se de diversas
linguagens, buscando resolver problemas relacionados às informações geográficas e, para isso, ele
precisa receber a alfabetização cartográfica.
Desenvolvimento e utilização das práticas e dos processos de pesquisa
Os recursos também devem ajudar o aluno a desenvolver e a usar as práticas e processos de
pesquisa para entender o mundo econômico, social, político, natural, técnico-científico e
informacional, propondo questões e soluções para os problemas que busquem conhecimentos
geográficos.
Promoção do respeito à biodiversidade, da alteridade e da consciência ambiental
A BNCC também propõe que o componente curricular busque construir argumentos a partir da defesa
de ideias, debates e informações geográficas, desenvolvendo pontos de vista para a promoção do
respeito à biodiversidade, da alteridade e da consciência ambiental, ajudando a acabar com qualquer
tipo de preconceito.
Promoção da resiliência e da ação individual e coletiva
O ensino de geografia deve promover, acima de tudo, a resiliência, a ação individual e coletiva com
responsabilidade e autonomia, a flexibilidade e a determinação, a partir de preceitos solidários,
sustentáveis, éticos e democráticos.
Por fim, para terminarmos os estudos desta webaula, é necessário salientar que a principal inovação
proposta pela BNCC para o ensino de geografia é a ênfase na aplicação do raciocínio geográfico,
um conceito que pode ser definido como a possibilidade de estabelecer relações em variadas escalas
geográficas, entre os processos e fenômenos no tempo e no espaço, permitindo ao aluno explicar o
cotidiano, a vida e o mundo ao seu redor, articulando uma série de recursos para formular esta visão
de mundo.

Aprendizagem da Geografia e História


Autoconhecimento e introdução às noções de espaço
Quando um professor se depara com uma turma de alunos com tão pouca idade, é sempre um
desafio pensar em familiarizar as crianças em um espaço ainda estranho. Nesse sentido, com a
intenção de ajudar o docente nessa reflexão, apresentaremos, nesta webaula, o autoconhecimento
dos alunos como parte integrante do espaço em que convivem, trazendo as primeiras noções de
espaço e localização espacial fora da própria casa.
Composição do espaço físico
O espaço físico é um espaço social e tem a função primordial de orientar as crianças no processo de
estruturar funções motoras, sensoriais, simbólicas, lúdicas e relacionais. Segundo Barbosa e Horn
(2001), isso acontece por meio de diferentes dimensões de percepção, tais como:
 Odor: o cheiro do próprio corpo, os odores dos diferentes ambientes, o cheiro dos materiais, das
outras pessoas.

 Ritmo: a rotina escolar com divisões de tempo para atividades dirigidas, descanso e alimentação, o
ciclo circadiano, a percepção das diferenças entre o dia e a noite.

 Cores: dos objetos à disposição da criança ao mobiliário da escola e de casa.


 Sabor, sons e regras: limites físicos entre os ambientes e também as regras de convivência.

Em resumo, as crianças da educação infantil estão descobrindo-se no mundo, desenvolvendo-se de


forma global, ou seja, estão crescendo, pois é isso que um corpo saudável faz. Isso também auxilia
na marcação do tempo e do espaço que a criança ocupa (não mais um bebê, agora uma criança).
As crianças amadurecem neurologicamente, ou seja:
 A forma como elas manipulam os brinquedos passa a mudar.
 A coordenação motora ampla e fina passa a ser aprimorada.
 Aquela criança que antes fazia rabiscos aparentemente sem sentido, agora consegue organizar seu
conhecimento cognitivo na representação de formas.
 Em síntese, noções de espaço e tempo são trabalhadas a todo momento com as crianças no espaço
escolar. 

Nesse sentido, como diferenciar os diversos espaços de convivência?


Não é com naturalidade que as crianças pequenas exploram o espaço escolar. O ingresso na escola
é sempre cercado de muita angústia por elas, sendo esta uma fase em que a convivência é quase
restrita à família. Por exemplo:
Espaço doméstico

O espaço doméstico, já conhecido e explorado, se diferencia em forma e função para as crianças.


Ainda que haja o manejo dos pais e/ou responsáveis pelas crianças, a casa ainda corresponde, na
maior parte do tempo, a um espaço de livre exploração, em que a relação é quase sempre de, no
mínimo, um cuidador para cada criança.
Espaço escolar
É necessário que os espaços escolares sejam apresentados às crianças, explicando a elas suas
funções. A ideia é que elas possam ser cada vez mais autônomas em suas atividades na escola,
desde aquelas com o grupo até as individuais; considerando com quem cada uma delas quer realizar
a atividade e em que momento, levando em consideração as regras criadas juntamente com elas.
Se uma criança for questionada sobre o que é uma sala, qual será a sua resposta
considerando sua própria vivência? 
Para uma criança pequena, diferenciar uma sala de aula da sala de sua casa passa por compreender
a função desses dois espaços tão distintos. 
Sala de casa
A sala de casa geralmente é um espaço coletivo, ainda que seja estritamente familiar, ali se reúnem
os componentes de uma família e várias atividades podem acontecer nesse espaço.
Sala de aula
A sala de aula, por sua vez, é um espaço também coletivo, mas onde se reúnem crianças
provenientes de diferentes núcleos familiares, sob a supervisão e orientação de um professor,
também oriunda de seu próprio contexto.
Muito provavelmente as crianças não conseguirão elaborar, todas da mesma forma, um rol de
semelhanças e diferenças entre esses dois espaços, mas a utilização de recursos que auxiliem os
educadores nesse registro e que possam levar as crianças a refletirem sobre isso dá subsídios aos
educandos para elaborarem, cada um da sua forma, nesse primeiro momento, seus próprios
conceitos acerca do assunto.
Saiba Mais
Como as crianças podem reconhecer os espaços como parte integrante das relações
existentes?
Pensando o processo educacional como algo que prescinde da relação humana, não há como pensar
o espaço físico sem considerar a ação das pessoas que ali vivem e convivem. A função dos espaços
ocupados/frequentados por todas as pessoas é também identificar e caracterizar seus ocupantes. 
 Em linhas gerais, por um lado, uma casa pertence a quem nela mora e tem as características dadas
por seus ocupantes e pelas relações que se estabelecem ali. Por outro lado, uma sala de aula
pertence às pessoas que nela se relacionam. 

Não podemos pensar, nos casos da sala de aula e da casa, em uma via simples e unidirecional, em
que os espaços apenas abrigam as atividades. Muito mais do que isso, qualquer espaço constitui
um espaço interacional, que sempre será diferente conforme mudam as pessoas e as relações
estabelecidas ali. Sendo assim, é nesse espaço interacional que a aprendizagem se estabelece. Por
exemplo:
Trabalhar os conceitos necessários para o reconhecimento de semelhanças e diferenças entre os
espaços de convivência dos alunos ampliará o vocabulário em relação aos termos que
normalmente utilizamos para comparar (maior, menor), para caracterizar (estreito, largo, grande,
pequeno, alto, baixo), para medir distâncias (perto, longe).
O trabalho com sistema de medidas, padronizados ou não, é de grande importância para que as
crianças possam comparar resultados e perceber a diferença de medidas quando são utilizados
sistemas não padronizados (pés, palmos) e para que reflitam sobre qual é o melhor instrumento para
medir objetos de acordo com suas características.
Quais as tendências para o ensino e aprendizagem dos espaços com as crianças da educação
infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental?
Considerando o que propõe a BNCC no que diz respeito aos direitos dos alunos da educação infantil,
entende-se que o conhecimento deve ser construído levando em conta as demandas das crianças em
termos de aprendizagem de conhecimentos, habilidades sociais e de uma crescente autonomia. 
 Isso é garantido com um espaço de aprendizagem organizado para que as crianças possam sentir-se
acolhidas e desafiadas, onde suas ideias sejam levadas em conta e que possam tanto explorar
livremente quanto realizar atividades dirigidas. 

Por fim, como avaliar as competências desenvolvidas com relação a esta temática?
A avaliação na educação infantil deve sempre ser processual, decorrente de uma observação atenta
do aluno e de como ele emprega o que aprendeu nas atividades desenvolvidas. Isso implica avaliar:
 A linguagem utilizada.
 O desenvolvimento neuropsicomotor.
 As habilidades afetivas e de interação.
 O uso sistemático do que foi trabalhado em sala. 
Nesse sentido, será perceptível a desenvoltura do educando na exploração do espaço físico, o
reconhecimento de semelhanças e diferenças entre os espaços conhecidos, observados tanto por
meio da linguagem utilizada quanto em atitudes apresentadas pelo aluno.
A linguagem como recurso de localização no tempo e no espaço
Nesta webaula trabalharemos a linguagem como ferramenta para o educando se colocar no mundo e
construir sua aprendizagem. Na educação infantil é comum que as crianças estejam em fases
diferentes do desenvolvimento em diversas áreas e é preciso garantir que todas consigam se
expressar e avançar, cada uma no seu ritmo.
Como possibilitar ao aluno a compreensão de que a linguagem é uma forma de se colocar no
mundo?
A linguagem desenvolve-se no fluxo interativo, e as crianças, a depender da quantidade e,
principalmente, da qualidade de estímulos que recebem no sentido de se fazerem entender e de
compreenderem o que lhes é comunicado, conseguem, ao longo de seu desenvolvimento, basear a
construção de seus conhecimentos.
Espaço: espaço de reconhecimento e segurança
A escola, como um dos primeiros espaços interativos com os quais a criança tem contato fora de seu
“mundo” (antes restrito à sua casa e a outros ambientes quase que estritamente familiares), é
fundamental na construção de uma linguagem que possibilite uma comunicação eficiente e
representativa. 
 Esse papel da escola, de possibilitar à criança um espaço de reconhecimento e segurança, é
desempenhado a todo momento, no decurso de atividades coletivas, na interação da criança com
seus pares, nas orientações e intervenções individuais feitas pelos professores.

De que forma, então, podemos utilizar a linguagem como recurso, ou melhor, fazer com que a
criança se aproprie da riqueza desse recurso?
Cada vez que uma criança se expressa, oralmente ou pela escrita (não importando a hipótese de
escrita em que se encontre), há a possibilidade de um diálogo e, portanto, de intervenção na
construção da linguagem pela criança.
Compreender a linguagem como ferramenta de criação e manutenção de regras
Desde que entram na escola, as crianças se deparam com uma lista de combinados que devem
cumprir para garantir a boa convivência naquele espaço comum. Muitas vezes é exigido das crianças
que compreendam e aceitem regras sem que elas tenham ainda a capacidade de elaborar o que
cada uma dessas regras significa.
Função das regras no desenvolvimento humano
Faz parte do desenvolvimento, na etapa da educação infantil, ter uma atitude heterônoma em relação
às regras, o que quer dizer que as normas são obedecidas, pois são colocadas por alguém com
quem a criança estabelece uma relação verticalizada, de autoridade, no caso o professor.
 Conforme vão crescendo e se desenvolvendo cognitivamente, as crianças adquirem, de forma
gradativa, uma postura mais autônoma em relação às normas, pois elas precisam fazer sentido.  

Cognitivamente, é preciso que haja algum conflito entre o que a criança já sistematizou em termos de
conhecimento para que seja necessário buscar outras formas de pensar e resolver as situações. É
justamente nesse ajuste que ocorre a aprendizagem. 
Nesse contexto, Piaget descreve duas fases no desenvolvimento das crianças em que ficam claras as
diferenças entre as relações verticais e horizontais.
Coação
No início do desenvolvimento, as primeiras relações sociais das crianças ocorrem com pessoas
adultas, em que as regras são estabelecidas e obedecidas em uma situação em que um lado dessa
relação (o adulto) é superior ao outro (a criança). A essa relação ele dá o nome de coação. Nesta a
criança é considerada heterônoma, pois a regra vem instituída de um lugar exterior e é somente
obedecida.
Cooperação
Conforme acontece o desenvolvimento, as crianças passam a estabelecer uma relação
de cooperação com crianças da mesma idade, em que não se estabelece nenhum tipo de
autoridade. Na cooperação, a criança vai adquirindo autonomia, pois a regra é um constructo
elaborado na relação, com sua participação efetiva. 
Entendemos que a linguagem é estruturante para a criança em seu processo de aprendizagem,
possibilitando que compreenda sua condição de protagonista na construção de seu conhecimento.
Diante disso, como trabalhar na escola e com crianças que estão, muitas vezes, em estágios
diferentes no processo de desenvolvimento dos conceitos de espaço e tempo? 
Na educação infantil, quanto mais concretos forem os planejamentos das atividades e da rotina, mais
a criança conseguirá se estruturar para situar-se no tempo e no espaço. O estabelecimento de uma
rotina dá à criança noções de:
Continuidade
Periodicidade
Duração
Início
Meio
Fim
São termos acadêmicos/científicos que, muitas vezes, ainda não fazem parte do repertório da criança
nesse nível de ensino, mas possivelmente ela já elabora algumas ideias sobre isso. Por exemplo:
O conhecimento social, mesmo aquele aplicado aos locais que a criança frequenta – por exemplo,
saber que antes do lanche deve-se lavar as mãos – já a insere em uma rotina. A elaboração dessas
atividades de forma estruturada dará possibilidades de extrair conceitos do senso comum e levá-los a
uma compreensão formal desse conhecimento, o que acontece por meio da linguagem.
O mesmo acontece em relação ao espaço, quando a apresentação de conceitos espaciais acontece
no decurso de atividades simples, como pintura e colagem; quando se orienta o aluno a colar um
desenho acima de uma linha, a sentar ao lado do colega, a reconhecer a simetria entre os lados
direito e esquerdo do seu corpo, quando se trabalha com pontos de referência dentro da sala, ou em
espaços externos. 
Assim, quais são as tendências para o ensino e a aprendizagem da linguagem como recurso
de localização no tempo e no espaço?
Refletir sobre a construção de forma global, sem categorizar, hierarquizar ou compartimentar as áreas
do conhecimento possibilita ao professor da educação infantil ampliar as possibilidades de ação
acerca das áreas de conhecimento, componentes curriculares e direitos de aprendizagem em seu
trabalho. 
Atividades de exploração do espaço
Estas atividades trabalham conceitos matemáticos, além daqueles específicos da área de geografia.
Marcar o tempo e organizar as atividades em forma de uma tabela de rotina trabalha a linguagem
escrita, além dos conceitos específicos de história.
Atividades de registro
Pensar em atividades em que o registro é feito por meio de colagens e desenhos possibilita aos
alunos desenvolver atitudes de planejamento e perspectiva, em que o professor poderá observar a
sistematização dos conceitos trabalhados de forma dinâmica.
Atividades em grupos
Desenvolver atividades em grupos, possibilitando que alunos que estão em diferentes hipóteses de
escrita criem juntos, auxilia o aluno que se encontra nos níveis mais iniciais a evoluir em seu
processo de alfabetização sem desestimular aqueles que se encontram em uma hipótese mais
avançada.
Em suma, trabalhar com seres humanos é trabalhar com a diversidade. Modos diferentes de viver,
diversas constituições biológicas e formações familiares. Portanto, o contexto em que uma criança
está inserida diz muito sobre como ela reage ao mundo e o elabora. 
A partir disso, como avaliar as competências desenvolvidas com relação a esta temática?
A avaliação na educação infantil deve sempre considerar a criança como um ser global. Não deve
haver comparação com outras crianças, no entanto, deve-se sempre apresentar evolução em relação
aos conceitos trabalhados em sala. Tudo isso pode ser observado na rotina escolar, o que garante
uma avaliação respeitosa da fase de desenvolvimento em que se encontram os alunos desse nível de
ensino.
 No que diz respeito à linguagem, a criança deve dar conta de inserir em seu repertório os conceitos
básicos trabalhados em sala, avançar em seus próprios processos e usar os conhecimentos
construídos de forma prática e organizada.
O corpo como registro do tempo e do espaço
Os comportamentos e os corpos não são instituições unívocas: são socialmente apreendidos,
condicionados pelo tempo histórico em que a criança vive, construídos e reconstruídos em cada
cultura. A partir dessa concepção, é necessário problematizar:
 As diferentes formas de utilização do corpo como ferramenta de apreensão do espaço e do tempo,
compreendendo como a educação infantil pode contribuir com o processo de determinação das
atitudes corporais das crianças (GOELLNER, 2003). 

Qual é o desafio do professor da educação infantil?


Entender o corpo como um instrumento produzido dentro da cultura e também pela cultura torna-se,
ao mesmo tempo, uma necessidade e um desafio para o professor da educação infantil. Atualmente,
a criança:
 Deve ser protagonista no processo de ensino-aprendizagem.
 Deve ter momentos de brincar intercalados a uma rotina estabelecida pelo professor.
 É vista como um indivíduo que está construindo sua identidade e sua subjetividade e que pode
manter uma relação afetuosa com seu professor e com seus colegas.
A partir dessa abordagem, é possível desenvolver o segundo Campo de Experiência proposto pela
BNCC para a educação infantil, intitulado Corpo, gestos e movimentos, que enfatiza a necessidade
da criação de experiências para as crianças nesta etapa de desenvolvimento que envolvam
brincadeiras para a exploração espacial com o corpo e com várias formas de movimento. 
Como as crianças passam a ser indivíduos conscientes de sua corporeidade?
Desde os primeiros anos da educação infantil, as crianças iniciam um processo de estabelecimento
de relações, de exploração do mundo, de produção do brincar e de criação de conhecimentos sobre
si mesmas, sobre o outro e sobre o universo cultural e social ao seu redor, utilizando seu corpo como
ferramenta (por meio dos gestos, dos sentidos, dos movimentos intencionais ou impulsivos),
transformando-se aos poucos em um indivíduo consciente de sua corporeidade. 
 O professor deve criar oportunidades para que as crianças explorem um grande repertório de
movimentos corporais, envolvidos pela interação com outras crianças e pela ludicidade, a fim de que
elas possam reconhecer múltiplas formas de ocupar o espaço com seu corpo.

Nesse contexto, quais atividades devem ser desenvolvidas com as crianças?


Para responder às propostas colocadas pela BNCC, o professor do ensino fundamental deve
desenvolver atividades que garantam que a criança (SAYÃO, 2002):
 Reconheça, em primeiro lugar, seu corpo, identificando-se.
 Reconheça, também, o corpo de seus colegas, percebendo as semelhanças e diferenças entre os
membros de seu grupo.
 Possa se expressar, por meio de diversas linguagens distintas, explorando sua corporeidade e
desenvolvendo a interação com seus colegas de turma.
Exemplo de atividade: trabalho com a música
Uma possibilidade de trabalho na educação infantil para o desenvolvimento do Campo de
Experiência Corpo, gestos e movimentos  busca explorar a música com as crianças. A seguir,
conheça as etapas dessa atividade.
1. Apresentação da letra e melodia
O professor deve ensinar a letra de uma música que trate de partes do corpo humano, de forma
pausada, repetindo mais de uma vez, para depois introduzir a melodia. 
2. O professor começa a cantar
Em um segundo momento, deve cantar para os alunos e encorajá-los a acompanhá-lo. Enquanto a
música é cantada, o professor deve tocar na parte do corpo citada.
3. Registro da letra da música
Em um terceiro momento, o professor pode registrar por escrito a letra da música e cantar para os
alunos apontando as palavras que fazem referência a cada uma das partes do corpo que eles vão
tocar, incitando a curiosidade do grupo.
Agora, como entender e registrar a passagem do tempo e as mudanças climáticas?
Compreender as diferentes formas de organização do tempo e do espaço são algumas das
premissas da Base Nacional Comum Curricular para a educação infantil, especialmente no trabalho
com o Campo de Experiência  Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações. 
 Objetivo
O objetivo do trabalho nesta etapa do desenvolvimento deve potencializar a percepção espacial e a
organização do esquema corporal da criança, baseando-se na exploração dos objetos no ambiente e
do reconhecimento do próprio corpo, favorecendo a construção de noções de espaço – como perto e
longe (estáticas) e frente e trás (dinâmicas). 
 No trabalho com esse campo, as crianças devem aprofundar seus conhecimentos sobre a medida
das pessoas, dos objetos e dos espaços, compreendendo as formas de contar e as noções sobre os
números. 

 Como trabalhar de forma completa a passagem do tempo?


Para trabalhar de forma completa a passagem do tempo, auxiliando as crianças a compreenderem
seu lugar no espaço em que vivem e as transformações no ambiente em que estão inseridas, o
professor pode realizar um projeto ao longo de todo o ano, buscando apresentar o conceito de
calendário para seus alunos da educação infantil. 
Exemplo de atividade: calendário
A seguir, conheça as etapas dessa atividade.
1. Apresentação de um calendário
Um calendário de parede (do tipo “folhinha”) deve ser apresentado para as crianças. O professor
deve perguntar aos alunos se eles já conhecem aquele objeto e sabem como ele é utilizado. Em
todos os dias letivos, o ajudante do dia deve ser responsável por localizar a data em que a turma está
e copiá-la na lousa, para que os demais alunos possam anotá-la na atividade que estão fazendo. Nos
primeiros dias, o professor deve ajudar as crianças a realizarem a atividade, mas, aos poucos, elas
vão adquirindo autonomia para encontrar a data sozinhas.
2. Marcação no calendário
A segunda etapa da atividade consiste em marcar no calendário eventos importantes para o grupo,
como o aniversário de cada uma das crianças. Nessa etapa, marque todos os compromissos e
acontecimentos importantes, como eventos da escola, feriados e passeios – esse movimento pode
ser retomado no início de cada mês, para que os alunos reforcem o contato com a passagem do
tempo. É possível, também, utilizar o calendário para além da organização da turma, como para o
cálculo da duração de um intervalo, solicitando que as crianças realizem a contagem dos dias.
Em resumo, o desenvolvimento do trabalho com o corpo da criança, interconectado ao
reconhecimento das transformações do tempo e do espaço, permite a interlocução entre os cinco
Campos de Experiência propostos pela BNCC e promove todos os Direitos de Aprendizagem que o
documento lista, dialogando ainda com diversos de seus conceitos de aprendizagem essenciais. 
Saiba Mais
Nesse sentido, o papel do professor é muito importante para criar um ambiente colaborativo na
educação infantil, planejando com cuidado todos os momentos de livre exploração dentro de uma
rotina instituída, oferecendo às crianças uma sensação de segurança e de auxílio constante no
desenvolvimento de suas atividades e de sua autonomia, visto que elas necessitam de apoio para a
construção de sua identidade e de sua subjetividade.
 De forma geral, um dos principais desafios para o ensino de história e geografia na educação infantil
é o desenvolvimento de atividades que promovam a exploração do corpo da criança, levando ao
seu autorreconhecimento e aos múltiplos usos do espaço ao seu redor.

Aprendizagem da Geografia e História


Localização no espaço e no tempo
Durante a educação infantil, a criança recebe as primeiras noções acerca da ocupação do espaço
utilizando como principal ferramenta seu próprio corpo. Esse processo é muito importante para que
ela crie mecanismos iniciais de identificação do espaço vivido e experimentado, facilitando seu
processo de alfabetização cartográfica e o reconhecimento dos principais conceitos a serem
discutidos pela geografia durante os anos iniciais do ensino fundamental (STRAFORINI, 2002).
 Nesse contexto, a Base Nacional Comum Curricular centralizou o ensino da geografia nos anos
iniciais do ensino fundamental para o esforço da iniciação do aluno no desenvolvimento do raciocínio
geográfico e do pensamento espacial. 

Considerando esse objetivo, as atividades a serem desenvolvidas pelo professor do componente


curricular devem privilegiar a exploração do espaço da comunidade, apontando para seus múltiplos
usos e vivências (ASCENSÃO; VALADÃO, 2017). 
Unidades temáticas para o ensino de geografia
A BNCC orienta que o ensino de geografia nos anos iniciais deve ser norteado por  cinco unidades
temáticas, que devem ser trabalhadas de forma gradual para garantir a ampliação da visão de
mundo dos alunos e para transformá-los em indivíduos que concebam suas realidades de forma
crítica. A seguir, conheça cada uma delas.
1. O sujeito e seu lugar no mundo
Essa unidade temática preconiza o aumento das experiências do aluno com as noções de tempo e
espaço por meio de jogos e brincadeiras, aprofundando o conhecimento da criança sobre sua
comunidade, sua família e sobre si mesma.
2. Conexões e escalas
Esta unidade temática recomenda que o professor estimule o aluno a estabelecer relações entre a
sociedade e o meio natural, permitindo que articule as diferentes escalas de análise e os diferentes
espaços. 
3. Mundos do trabalho
Esta unidade temática preconiza que os alunos devem ser levados a refletir sobre as diversas
atividades socioeconômicas e sobre o papel das tecnologias na economia.
4. Formas de representação e pensamento espacial
Esta unidade orienta o professor a realizar a efetiva alfabetização cartográfica, apresentando as
várias formas de representação gráfica, como os mapas e os gráficos.
5. Natureza, ambientes e qualidade de vida Esta unidade temática diz que alunos devem conseguir
reconhecer os recursos do meio físico, compreendendo como o homem se apropria da natureza e a
transforma. 

Para que os alunos do 1º e 2º ano do ensino fundamental aprendam a pensar o espaço, a Base
Nacional Comum Curricular propôs alguns recursos a serem utilizados pelo professor em sala de
aula. A seguir, conheça cada um deles.
Analogia
O primeiro deles é a analogia, indicando aos alunos que os fenômenos naturais e os acontecimentos
humanos podem ocorrer de maneiras semelhantes, mas nunca acontecem de forma igual nas
diferentes partes do mundo – as migrações e os terremotos, por exemplo, podem ocorrer em
qualquer lugar, mas as consequências desses fenômenos são diferentes de acordo com as
características de cada região.
Diferenciação
Ao mesmo tempo, um segundo recurso pode ser ativado: o da diferenciação, a partir do momento
em que o aluno pode ser levado a refletir sobre as características especiais de cada localidade para
compreender as especificidades dos fenômenos (como o clima, o tipo de relevo ou as necessidades
da população local) em relação a outros locais (MOREIRA, 1999). 
Conexão
O professor pode desenvolver um terceiro recurso importante para o trabalho do raciocínio
geográfico, a conexão, mostrando aos alunos que um fenômeno geográfico nunca ocorre de forma
isolada, sempre estando em interação com outros fenômenos – sejam eles próximos ou mais
longínquos.
Distribuição
A distribuição, por sua vez, é um recurso que tem como objetivo explicar para os alunos a forma
como os objetos se repartem pelo espaço. Além disso, está relacionada às características naturais de
ocupação, permitindo a leitura do mundo de forma mais ampla. 
Extensão
O professor pode trabalhar também com o recurso da extensão, levando os alunos a pensarem
sobre as dimensões e sobre a finitude do espaço e dos fenômenos (FERNANDES; TRIGAL;
SPÓSITO, 2016). 
Localização
Dentro de um espaço contínuo e finito, deve ser desenvolvido o recurso da localização, mostrando
ao aluno a posição particular dos objetos na superfície terrestre, permitindo que ele identifique tanto
sua localização absoluta (a partir de um sistema de coordenadas geográficas) quanto sua localização
relativa (determinada por meio das relações espaciais e pelas interações topológicas). 
Ordem
Por fim, cabe ao professor desenvolver com os alunos o recurso da ordem, refletindo com seu grupo
sobre os usos do território e mostrando como o espaço foi estruturado segundo as regras produzidas
pela sociedade. Cabe ressaltar que o recurso da ordem é considerado o de maior complexidade
(MOREIRA, 1982).
A história nos anos iniciais do ensino fundamental: o que e como ensinar?
A Base Nacional Comum Curricular define como principais objetivos para o ensino de história nos
anos iniciais desta etapa do processo de ensino-aprendizagem:
 Facilitar a compreensão do espaço e do tempo, tendo como referência a comunidade de
pertencimento do aluno. 
 Auxiliar na construção da identidade do educando, permitindo o reconhecimento do indivíduo, do
outro e do coletivo.
 Tais objetivos entram em contato direto com a primeira unidade temática proposta para o ensino de
geografia nos anos iniciais do ensino fundamental, O sujeito e seu lugar no mundo, desenvolvendo a
identidade do aluno e os princípios de sua alteridade.

Como estes objetivos devem ser aplicados no ensino de história?


1. Ponto de partida: comunidade do próprio aluno
Em primeiro lugar, o professor deve partir da comunidade do próprio aluno – sua escola, sua família e
seus diversos grupos de convivência – para criar atividades nas quais ele reconheça a si mesmo e ao
outro, despertando nele o sentimento de identidade e de diferenciação dentro da lógica do respeito
mútuo (SILVA; FONSECA, 2010). 
2. Diálogo entre o passado e o presente
Segundo a proposta da BNCC, o ensino de história deve proporcionar o diálogo frequente entre o
passado e o presente, transformando o componente curricular em uma ferramenta para expandir a
compreensão sobre as experiências humanas e para o maior entendimento sobre a sociedade em
que o aluno vive atualmente. 
Segundo Bittencourt (2018), esse movimento deve ser realizado mediante cinco processos: 
Identificação
A identificação é o processo menos complexo de todos (mas tão importante quanto qualquer outro),
por meio do qual os alunos devem descrever e trazer características sobre um evento histórico,
localizando-o no espaço e no tempo segundo as informações disponíveis. 
Comparação
A comparação é o processo pelo qual o professor deve auxiliar o aluno a estabelecer relações entre
os eventos históricos e sua realidade imediata. 
Contextulização
Por meio da contextualização os alunos devem desenvolver os saberes necessários para localizar
no espaço e no tempo os eventos estudados, de acordo com a cultura na qual estão inseridos,
realizando-o de forma cada vez mais autônomo.
Interpretação
Estimula os alunos a compreenderem, paulatinamente, como os eventos influenciaram as sociedades
no período em que ocorreram. 
Análise
A análise envolve um posicionamento crítico, sendo o mais complexo de todos eles. 
Nesse sentido, o professor pode realizar atividades voltadas para o reconhecimento do aluno dentro
de sua comunidade de pertencimento imediata, como sua família ou sua escola, sempre levando em
consideração a experiência de vida dos alunos a partir do ponto de vista cultural, temporal e social,
buscando que eles utilizem seus conhecimentos prévios como base no processo de aprendizagem. 
Avaliando o processo de ensino-aprendizagem
Para terminar, o processo de avaliação dos componentes de geografia e história, seguindo a proposta
da Base Nacional Comum Curricular, deve ser contínuo e sistemático, levando em consideração as
competências designadas pelo documento para as ciências humanas e as competências específicas
para cada um dos componentes curriculares. 
Geografia
Tanto para o 1º quanto para o 2º ano do ensino fundamental, o professor de  geografia, durante seu
processo avaliativo, deve estar atento ao aluno e observar se ele consegue realizar o reconhecimento
e a comparação de realidades de lugares de vivência distintos, além de poder identificar a presença
de equipamentos públicos (como o asfalto e a iluminação pública). 
História
O processo de avaliação dentro do componente curricular da história passa pela percepção se o
aluno consegue compreender a existência de diferentes temporalidades – como o passado, o
presente e o futuro –, identificando em cada uma delas formas distintas de registrar a história,
passando a compreender como se dão esses registros (como documentos escritos, fotografias,
desenhos, edificações, festividades, etc.). 
Por fim, vale acrescentar que cabe ao professor de história identificar, dentro do processo avaliativo,
como o aluno tem se apropriado de formas diferentes de se relacionar com a natureza, verificando se
ele consegue perceber as formas de trabalho existentes em sua comunidade e como elas impactam
no meio ambiente.

Aprendizagem da Geografia e História


Ampliando a noção de comunidade
Uma das propostas indicadas pela Base Nacional Comum Curricular para o desenvolvimento das
competências e habilidades dentro dos componentes curriculares de geografia e história nos anos
iniciais do ensino fundamental diz respeito à discussão do conceito de comunidade com os alunos,
tanto no que diz respeito aos diversos espaços vividos e construídos quanto aos laços de convivência
e familiaridade firmados pelo aluno durante sua trajetória. 
 Nesse sentido, o professor deve desenvolver com seu grupo a consciência sobre os diversos espaços
ocupados pelo aluno, apontando para os seus múltiplos papéis sociais em cada um deles –
expandindo, assim, a noção de comunidade para além da família.

Conceito de comunidade expandida


Uma das principais propostas da Base Nacional Comum Curricular para os anos iniciais do ensino
fundamental, dentro dos componentes curriculares de história e de geografia, diz respeito ao
desenvolvimento da identidade do aluno, do reconhecimento de si mesmo dentro de sua comunidade
e do trabalho com a alteridade, permitindo que ele identifique o outro e aprenda a respeitar as
diferenças presentes na sociedade em que vive. 
 Nesse sentido, o documento indica que o aluno deve ser estimulado a recordar e organizar suas
lembranças pessoais e coletivas, buscando interligar a sua trajetória à de sua comunidade expandida,
percebendo como os fatos marcantes de seu redor estão ligados à sua história pessoal. 

Assim, ao explorar o conceito de comunidade, o que deve ser levado em consideração?


O trabalho com os componentes curriculares no 1º e o 2º ano do ensino fundamental, ao explorar o
conceito de comunidade, deve-se levar o aluno a identificar as diferenças entre os ambientes de
convivência, estabelecendo relações entre eles e reconhecendo as especificidades de regras e de
hábitos capazes de regulá-los. 
No processo de construção curricular, o professor pode criar oportunidades para explicitar habilidades
ligadas à reflexão sobre regras de convivência. Tal exercício auxilia os alunos a exercitarem a
cooperação, a empatia e a resolução de conflitos, criando a possibilidade do
trabalho interdisciplinar com a educação física e com a língua portuguesa.
Dentro desse movimento, o aluno deve ser levado a compreender alguns aspectos. A seguir, conheça
quais são eles.
1. Compreensão dos lugares de vivência em relação ao seu cotidiano
O aluno é convidado a compreender seus lugares de vivência em relação a seu cotidiano, ampliando
sua escala de entendimento de forma gradativa. As diversas formas de moradia devem ser
explicitadas, permitindo que o aluno diferencie as funções entre a casa e a escola e identifique as
diferenças e as semelhanças entre esses espaços.
2. Compreensão das funções do espaço público
O aluno deve compreender as várias funções do espaço público de uso coletivo de sua comunidade,
conhecendo as diferentes apropriações – tanto para o lazer quanto para outras manifestações. Ao
mesmo tempo, deve aprender a identificar as formas de trabalho existentes em sua comunidade de
sentido, compreendendo sua importância para o funcionamento de seus lugares de vivência (CALLAI,
2005).
3. Descrição das responsabilidades e dos papéis
O aluno deve ser levado a descrever as suas responsabilidades e seus papéis nos diversos lugares
que frequenta, identificando-se, ao mesmo tempo, como membro de sua família, como parte da
escola, como criança em sua comunidade, ultrapassando sua compreensão de si para alcançar sua
consciência social.
Em síntese, o conceito de comunidade expandida permite que o aluno dos anos iniciais do ensino
fundamental perceba que está inserido em um grupo social muito maior do que somente aquele
formado por sua família nuclear, mostrando a ele que cada indivíduo exerce uma série de papéis
sociais distintos, sendo regulados por um conjunto de regras, direitos e deveres.
Agora, como expandir a consciência do aluno de si mesmo para o coletivo?
Para isso, o professor pode criar as seguintes atividades (lembrando que elas não são consideradas
as únicas).
Histórias da comunidade e da família
Os alunos devem ser estimulados a conhecer as histórias da comunidade e da família, permitindo
que o aluno se reconheça como membro desses grupos, sugerindo a elaboração de um acervo, com
o qual as famílias devem colaborar, fornecendo objetos dos estudantes, que devem exercitar a atitude
historiadora. 
Representação dos sujeitos
Deve ser solicitada a produção de desenhos com a representação dos sujeitos da escola e da
família, de forma esquemática, identificando a relação hierárquica entre eles e o aluno.
De fato, segundo a Base Nacional Comum Curricular, uma das formas mais indicadas de expandir o
olhar do aluno para sua comunidade é dar início à sua alfabetização cartográfica. Para isso, é
necessário que o professor trabalhe com diferentes formas de representação do espaço em que o
aluno vive, considerando referenciais espaciais, tendo o corpo do aluno como ponto de partida. 
Por fim, quais as diferenças na abordagem da noção de comunidade?
Durante a educação infantil, a Base Nacional Comum Curricular indica que as noções de
comunidade, identidade e alteridade devem ser trabalhadas com as crianças a partir do
desenvolvimento da corporeidade do aluno, tendo como objetivo a criação de noções de
espacialidade, de sua localização no tempo vivido e em sua comunidade familiar. 
 Isso significa que as atividades para os alunos da educação infantil, dentro dos componentes
curriculares de história e geografia, devem se voltar para a exploração do ambiente físico, por meio
de diversos movimentos corporais, além da relação entre o corpo da criança e as transformações do
meio. 
A partir dos anos iniciais do ensino infantil, as abordagens acerca da comunidade devem receber um
novo olhar, visto que o aluno deve reconhecer de forma gradativa novos espaços de convivência para
além de sua família. Para reconhecer-se dentro de sua nova comunidade expandida, o professor
deve realizar atividades voltadas para o desenvolvimento da identidade do aluno a partir da
comparação de si mesmo com outros indivíduos e outros grupos – permitindo o desenvolvimento
da alteridade. 
Nesse sentido, reconhecendo-se a si mesmo e ao outro, o aluno torna-se capaz de perceber:
 Os seus papéis sociais no grupo em que vive, identificando as funções de cada grupo para o
funcionamento da sociedade. 
 Que a sua comunidade possui diversos lugares de vivência, aprendendo a representá-los das mais
diversas formas, recebendo as primeiras noções para sua alfabetização cartográfica.
 Como resultado, esses processos garantem maior autonomia ao aluno e maior inserção social em
seu grupo, permitindo que ele desenvolva as bases para a sua formação como cidadão.

Aprendizagem da Geografia e História


Registro e narrativa pessoal
Para o desenvolvimento das habilidades e competências nos componentes curriculares de geografia
e história nos anos iniciais do ensino fundamental, uma das indicações da Base Nacional Comum
Curricular diz respeito à criação de atividades que estimulem o aluno a reconhecer as diversas formas
de registro de sua trajetória pessoal, foco de estudo desta webaula.
Registro da própria trajetória
Esse processo de registrar a própria trajetória permite que o aluno consiga analisar as diversas
formas de registro do grupo social ao qual pertence, garantindo que ele desenvolva os processos de
identidade e alteridade dentro de seu círculo pessoal e de sua comunidade de pertencimento,
reconhecendo a si mesmo e seus múltiplos papéis. 
 Nesse sentido, o trabalho com fontes históricas ligadas à vida do próprio aluno, para a reconstrução
de sua trajetória pessoal e da história de sua comunidade, permite que ele desenvolva a atitude
historiadora indicada pela BNCC.

Formas de registro pessoal


O desenvolvimento de atividades com os componentes curriculares no 1º e o 2º ano do ensino
fundamental, ao explorar as formas de registro pessoal, pode ser realizado de diversas maneiras. A
seguir, conheça cada uma delas.
Reconstituição da história do próprio aluno
Em um primeiro momento, pode ser realizada a elaboração de fichas de identificação para os objetos
e documentos trazidos para a sala de aula, buscando compor um acervo pessoal. Esse procedimento
permite o desenvolvimento de diversas atividades, como a identificação, o exame, a coleta, a
organização e a seleção do material, criando-se um conjunto de fontes que ajudem a narrar a história
pessoal do aluno (BITTENCOURT, 2018).
Criação de fichas de identificação
Em um segundo momento, a atividade pode se expandir para envolver os familiares e pessoas
próximas à comunidade, buscando a criação de fichas de identificação de documentos e objetos
antigos selecionados por eles e que façam sentido à comunidade de pertencimento, indicando o que
é cada item e qual sua função, criando categorias para sua divisão, como itens ligados à
comunicação, à saúde, à beleza e à cozinha, por exemplo (BRASIL, 2017).
Disposição dos fatos cotidianos
Em seguida, a BNCC indica que os alunos devem desenvolver a habilidade de dispor os fatos
cotidianos a partir de uma sequência cronológica, aprendendo a dominar a passagem do tempo
histórico por meio da utilização de conceitos como “antes”, “durante”, “depois” e “ao mesmo tempo”;
desenvolvendo, assim, sua compreensão acerca da linearidade do tempo.
Marcadores temporais de sua comunidade de pertencimento
Seguindo as indicações da BNCC, durante os anos iniciais do ensino fundamental, o aluno deve se
tornar hábil a utilizar os diversos marcadores temporais de sua comunidade de pertencimento, como
calendários e relógios. Trata-se de um trabalho bastante complexo, visto que o aluno precisa
aprender a medir, calcular e dividir o tempo. Para auxiliar nesse processo, o professor deve passar a
utilizar calendários e agendas para o registro diário das tarefas.
Seguindo as indicações da BNCC, durante os anos iniciais do ensino fundamental, o aluno deve se
tornar hábil a utilizar os diversos marcadores temporais de sua comunidade de pertencimento, como
calendários e relógios. Trata-se de um trabalho bastante complexo, visto que o aluno precisa
aprender a medir, calcular e dividir o tempo. Para auxiliar nesse processo, o professor deve passar a
utilizar calendários e agendas para o registro diário das tarefas.
Em suma, a partir da percepção das formas de registro pessoal e da consciência sobre a organização
linear e cronológica dos acontecimentos, o aluno deve começar a desenvolver a percepção sobre o
fato de que as experiências e histórias familiares e de sua comunidade de pertencimento são
registradas a partir de formas muito distintas, apresentando informações e mensagens que falam
muito a respeito do grupo que as produziu. 
 A análise das narrativas sobre sua comunidade de pertencimento possibilita o desenvolvimento de
atividades que contemplem as características da região na qual o aluno se insere, além de discutir as
transformações e as permanências das paisagens durante o tempo.

A partir dos documentos recolhidos, o aluno pode reconhecer as alterações realizadas,


compreendendo suas motivações e os fatores que contribuíram para tais mudanças, como o
crescimento urbano, o aumento dos estabelecimentos comerciais ou o processo de verticalização.
Nesse contexto:
É importante que o aluno reconheça que a construção da identidade cultural de sua comunidade de
pertencimento é expressa por meio dos costumes, tradições, hábitos e formas de vida.
É importante que o professor faça um resgate histórico do lugar por meio de entrevistas com
pessoas da região e de análises de fotografias.
Por fim, o trabalho com as narrativas sobre a história da comunidade de pertencimento do aluno a
partir de seus múltiplos registros permitirá que os alunos conheçam as formas de viver dos vários
grupos sociais, compreendendo as diferenças entre o campo e a cidade e as relações culturais entre
os modos de vida.
 Ao conhecer a história de sua comunidade de pertencimento, o aluno poderá desenvolver formas de
alteridade e identidade mais complexas, criando um ambiente de maior respeito pelas tradições e
culturas regionais, permitindo que faça ligações de sua trajetória pessoal à de sua família e de sua

região. 

Aprendizagem da Geografia e História


Conhecendo diferentes paisagens
Nesta webaula, trabalharemos com as paisagens naturais e culturais (as que foram modificadas pela
ação humana). Além de reconhecer cada um desses tipos, suas semelhanças e diferenças, é
necessário que as crianças compreendam que as alterações nos espaços ocorrem ao longo do
tempo. Essa contextualização histórica é fundamental para que elas entendam seu papel como parte
integrante das paisagens.
Utilização de documentos e imagens do espaço em que os alunos vivem e de outros espaços
Quando pensamos no trabalho com conceitos geográficos (relevo e vegetação, por exemplo), o
recurso da imagem é indispensável para exemplificar os tipos e as particularidades de cada
vegetação, como uma forma de tornar mais concreta a descrição textual. O mesmo ocorre com os
documentos e as reproduções de documentos, possibilitando aos alunos conhecer os registros,
oficiais ou não, de determinados lugares. 
Assim, considerando o trabalho pedagógico e partindo sempre do referencial do aluno, podemos
pensar na análise da certidão de nascimento, que contextualiza o momento de nascimento da
pessoa, isto é: 
 A data do nascimento (há quanto tempo? Provavelmente nem todos os alunos nasceram no mesmo
ano. Há alunos que nasceram na mesma data? Quem é o mais velho e o mais novo da turma?).
 O local do nascimento (todos os alunos da turma nasceram na mesma cidade? Se não nasceram,
quem nasceu mais perto, ou mais longe? Há crianças de outros estados ou países?).
 Os nomes (é comum ter nomes repetidos na turma. É muito interessante trabalhar o motivo da
escolha do nome das crianças pelos pais, principalmente se houver mais de uma criança com o
mesmo nome na sala).
O reconhecimento de semelhanças e diferenças entre os espaços
Um conceito importante a ser discutido com as crianças antes do reconhecimento das características
de cada espaço é definir que a paisagem é tudo aquilo que pode ser percebido sensorialmente pelo
ser humano, ou seja, que pode ser tocado, sentido, ouvido (PENA, [s.d.]). 
 Dessa forma, tanto o ambiente da sala de aula quanto um grande deserto são, conceitualmente,
paisagens. Compreender cada uma delas em termos de suas características e funções é uma
construção que demandará observação e reflexão por parte dos alunos. 

Conforme consta no documento da BNCC, alguns pontos são imprescindíveis. A seguir, conheça
quais são eles. 
Lugar no mundo e consequências das ações
O aluno deve reconhecer seu lugar no mundo e as consequências de suas ações sobre ele. Nesse
sentido, é importante que se promova a reflexão sobre a influência da ação humana no meio e sobre
os aspectos culturais das relações estabelecidas em cada espaço de convivência. 
Planejamento das ações
Outro ponto que merece destaque é o planejamento de ações que visem dosar o impacto da ação
humana no ambiente, refletindo em intervenções locais que podem ser implantadas em casa ou na
escola e que busquem a conservação dos espaços para além daqueles restritos às áreas geográficas
de convivência do aluno. 
Reconhecimento das características do lugar de moradia
Reconhecer as características de seu lugar de moradia, considerando todos os aspectos citados
anteriormente, possibilita a conclusão de que essas diferenças ocorrem em todos os locais e tipos de
cultura, o que facilita o trabalho com as características geográficas de outros locais e populações,
dando base a uma discussão sobre as maneiras sustentáveis de se colocar e de agir no mundo. 
No que se refere aos territórios, Callai (2013) destaca a importância do reconhecimento destes como
espaços vivos e da premência de se discutir com os alunos o quanto esses espaços se modificam a
todo tempo. A autora também destaca que as pesquisas, tanto de textos quanto de campo, são muito
necessárias no trabalho com essa temática, uma vez que possibilita aos alunos perceberem como
sua ação modifica os espaços, mas também reflitam sobre sua “não ação” e as consequências disso. 
Como abordar as temáticas na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental?
Conforme preconiza a BNCC, os conceitos devem ser trabalhados de forma integrada e progressiva.
Dessa forma, as crianças devem:
 Primeiramente, tomar consciência dos espaços compartilhados pela família.
 Em seguida, dos espaços compartilhados pelos colegas de escola.
Ao fazer isso, ela expande sua construção de conhecimentos por meio desses espaços e de tempos
diferentes, fazendo também projeções em relação ao futuro, tanto na perspectiva de criação de
hipóteses quanto de planejamento de ações de preservação dos espaços e das memórias culturais
da sociedade em que estão inseridas. 
Nesse contexto, qual é o papel do professor?
O papel do professor, nesse contexto, deve ser o de auxiliá-los a elaborar um pensamento crítico em
relação ao que é trabalhado na escola. Assim, é possível promover o desenvolvimento cognitivo das
crianças e convertê-lo em uma sistematização dos conceitos trabalhados de forma crítica e
consciente, com o foco na formação de cidadãos participativos e comprometidos com o avanço da
sociedade. 
Quais as possibilidades do uso da tecnologia digital ou não no estudo das diferentes
paisagens?
A tecnologia, como estudo de uma técnica ou ofício, é parte do processo educacional. Quando
usamos diferentes instrumentos de medição, de observação, de coleta e organização de dados,
estamos fazendo uso de tecnologia. 
O uso da internet possibilita estudar mapas com uma riqueza grande de detalhes, que podem servir
como modelo para comparação e compreensão de aspectos locais das paisagens estudadas. Em
resumo, proporcionar aos alunos a exploração das diferentes tecnologias, estimulando o seu uso, faz
parte de educar os sujeitos para uma construção de conhecimento que pode acontecer de forma mais
global e menos limitada. 
 O computador jamais substituirá o professor, mas pode, e deve, ser um aliado, principalmente no que
que diz respeito à elaboração de materiais que dão conta de registrar a aprendizagem, seja em forma
de vídeos, apresentações ou mapas mentais. 

Google Maps e Google Earth


Ferramentas como o Google Maps e o Google Earth podem ser ótimos aliados no estudo das
paisagens. O acesso a esses sites se dá de forma bastante simples e possibilitam ter a visão do
mapa ou de imagens via satélite de lugares próximos ou distantes, o que permite formular hipóteses,
elaborar conceitos, reconhecer semelhanças e diferenças. 

Fonte: Shutterstock.
Por fim, quais as possibilidades de trabalho interdisciplinar e como avaliá-lo?
É possível elaborar um projeto em relação a paisagens que envolva vários componentes
curriculares de forma integrada. Além de enriquecer o trabalho, essa atividade funciona como um
meio de garantir uma abordagem global dos conteúdos, esgotando-o de forma dinâmica e capaz de
facilitar a sistematização de diversos conceitos que, talvez, tomassem muito mais tempo se fossem
trabalhados de forma desarticulada. 
Em relação à avaliação, os registros das atividades, quando mensurados pelos professores,
preferencialmente de forma qualitativa, devem levar em conta a capacidade de os alunos articularem
os conceitos trabalhados em diferentes áreas do conhecimento. verificação deve acontecer em
termos de:
Comparação, elaboração e confirmação de hipóteses.
Planejamento de ações de conservação e sustentabilidade.
Compreensão dos efeitos sociais e culturais em relação à ação humana.
Compreensão dos efeitos sociais e culturais em relação aos espaços.
Em suma, a partir do conteúdo apresentado nesta webaula, é possível compreender que o estudo de
paisagens no ensino de história e geografia é muito denso e rico, principalmente porque cada lugar
tem suas próprias características e elas se modificam por conta da diversidade cultural de cada lugar.
Perceber a interação das pessoas entre si e das comunidades com um determinado espaço faz o

estudo de cada local, desde um pequeno bairro até um continente, ser único . 

Aprendizagem da Geografia e História

Mudanças e permanências – como as sociedades se constroem


Nesta webaula, veremos como as mudanças e permanências ajudam a construir as sociedades. Uma
maneira rica de se trabalhar com esse tema é a análise de diferentes documentos, pois podem trazer
registros relevantes sobre a formação de novas comunidades, muita das vezes, distantes do local de
origem do povo que as compõe. 

Utilização de documentos de familiares mais velhos como forma de compreender a origem da


família
É certo que cada família tem sua história e que ela pode ser contada de diversas maneiras. As
gerações mais antigas (provavelmente os bisavôs das crianças que hoje frequentam a primeira etapa
do ensino fundamental), nascidas no início do século XX, tiveram contato, ainda que por transmissão
oral, com fatos provenientes das correntes migratórias. 

É comum ouvir relatos, que passam de geração a geração, de famílias que moravam em fazendas e
sítios, onde havia a exploração de recursos naturais e da força de trabalho vinda de fora, como forma
de estabelecer uma vida em comunidade que garantisse a subsistência e também o crescimento
econômico tanto dos locais quanto das famílias.

 Isso ocorria em uma época em que a escravidão estava abolida, mas os negros ainda
constituíam uma força de trabalho barata e subalterna, o que fez perpetuar um contexto de
exploração e preconceito. 

Nesse contexto, qual é o papel do professor?


Não é fácil resgatar documentos oficiais, como certidões de nascimento, escrituras de propriedade ou
objetos, mas o professor pode sugerir a realização de pesquisas, inicialmente com as famílias e,
posteriormente via internet, sobre a origem dos sobrenomes. Durante o desenvolvimento do trabalho
com esse tema, surgirão as reflexões e sistematizações acerca do contexto geográfico, histórico,
social e cultural do país de origem dos imigrantes. 

Sobre o tema em questão, o que a BNCC preconiza?


A construção dos conhecimentos deve ocorrer de forma gradativa, sempre partindo do contexto
familiar, social e cultural do aluno, conforme preconiza a BNCC, de forma que o estudante possa
inferir dados de sua história familiar em um contexto global de formação de comunidades, sociedades
e de como isso afeta as relações políticas, econômicas, culturais e sociais no mundo
contemporâneo. 

Ampliar os conhecimentos de forma a conhecer as principais correntes migratórias que


formaram o povo de diferentes localidades
As diferentes correntes migratórias que formaram a população do Brasil ocorreram em diferentes
épocas e por diferentes motivos. 

1. Chegada dos portugueses e africanos


Os primeiros estrangeiros a se instalarem no país, com o intuito de explorar seus recursos naturais,
foram os portugueses por ocasião do descobrimento do país, e os africanos, que foram trazidos ao
país escravizados. Começar o estudo desse tema pela história familiar, como explanado
anteriormente, dará um sentido maior às construções sobre a formação da população brasileira.

2. Dizimação dos indígenas 


No entanto, há que se lembrar, e reforçar, que o país já se encontrava habitado pelos indígenas, que
foram desapropriados de sua terra e cultura e, posteriormente, dizimados, restando hoje uma
população muito pequena desse, isolada em áreas de reserva. Esse primeiro processo de ocupação
do Brasil por povos estrangeiros ocorreu majoritariamente no Nordeste. 

3. Primeiras movimentações de populações estrangeiras


As primeiras movimentações de populações estrangeiras após o descobrimento ocorreram por
navegação marítima e, primeiramente, em estados banhados pelo Oceano Atlântico, principalmente
nas Regiões Sudeste e Sul. Essas correntes migratórias foram as mais importantes e conhecidas,
com predominância italiana, alemã e portuguesa. 

Essa contextualização histórica torna-se importante para que os estudantes compreendam que
a formação populacional dos espaços aconteceu com a mistura de várias culturas, em uma
época em que houve a ocupação de terras por essa população, que veio para o Brasil, primeiramente
a trabalho, em um ofício basicamente instrumental, mas que com os ganhos oriundos da atividade
laboral puderam também constituir-se como proprietários e gerar lucro e trabalho a outros. 

Como abordar as temáticas na educação infantil nos anos iniciais do ensino fundamental?
Ao abordar o tema “migrações”, associando-o ao campo das relações e considerando que cada
indivíduo tem sua história e vai carregá-la consigo durante toda vida; o professor traz o aspecto
significativo ao trabalho pedagógico, essencial para a sistematização de alguns conceitos com alunos
menores (PINO, 2010). Dessa forma, torna-se a aprendizagem uma construção significativa. Para
tanto, são necessários alguns posicionamentos. A seguir, conheça cada um deles.

Análise de documentos
A análise de documentos apoia a pesquisa e a discussão sobre a origem e as contribuições de cada
família na formação da comunidade em que se convive, bem como a manutenção das tradições do
país de origem dentro da família. 
Nível de desenvolvimento e de compreensão das crianças
É preciso sempre levar em consideração o nível de desenvolvimento e de compreensão das
crianças acerca do tema trabalhado, permitindo uma elaboração contextualizada do que está sendo
tratado, possibilitando uma sistematização gradual de todos os aspectos inerentes ao conteúdo.

Aprofundamento da temática e das discussões envolvidas


O aprofundamento do professor com relação à temática e às discussões envolvidas é de
fundamental importância para sua atuação como mediador do conhecimento. Ele pode, e deve
promover reflexões sobre a temática, levando os alunos, desde os pequenos até os maiores, a
compreender o contexto de forma crítica, consciente e curiosa. 

Quais as permanências do uso da tecnologia digital ou não no estudo das mudanças e


permanências? 
Como meio de pesquisa, a tecnologia digital ou não é uma importante ferramenta para buscar
conhecer os aspectos culturais e sociais dos locais que se pesquisa, uma vez que as informações
chegam em tempo real na internet, o que possibilita um saber mais detalhado em relação à pesquisa
bibliográfica ou mesmo em exemplares periódicos, como revistas, científicas ou não, e jornais, por
exemplo. 

Nesse contexto tecnológico, como promover o protagonismo no corpo discente?


Como meio de promover a atuação e o protagonismo, é possível pensar na criação de fóruns com o
objetivo de planejar e implementar ações que visam à diminuição de preconceitos por conta da
origem das pessoas, possibilitando discussões e ações contextualizadas que podem partir de
demandas locais, a fim de promover um melhor manejo dessas situações em termos globais. 
Como orientar crianças e jovens em relação ao uso de redes sociais?
O uso de tecnologias também envolve a orientação de crianças e jovens em relação ao uso de redes
sociais, uma vez que são frequentes os casos em que o preconceito e o bullying são disseminados
por essa via. A tecnologia é forte aliada no trabalho em relação à educação para a diversidade, que é
presente em todos os contextos e círculos sociais, devendo ser um pilar para uma educação que
realmente abrace todos os estudantes. 

Por fim, quais as possibilidades de trabalho interdisciplinar com a temática e como avaliá-la?
A abordagem interdisciplinar sobre a temática da migração tende a enriquecer a construção do
conhecimento sobre o tema. Na área de linguagens, pode-se estudar a origem das palavras, os
diferentes sotaques, extrapolando esses saberes para a melhoria de condições de vida através do
manejo correto na agropecuária, dos avanços técnicos científicos, como as vacinas e a criação de
medicamentos, e as descobertas científicas feitas no Brasil por cientistas estrangeiros e cientistas
brasileiros no exterior. 

Nesse sentido, muitas são as possibilidades de trabalho interdisciplinar e transdisciplinar com a


temática em questão. A seguir, veja alguns exemplos:

Campo das artes e das linguagens


Confecção de mapas; o trabalho corporal com as danças típicas; músicas; hábitos; costumes de cada
povo, entre outros.
Campo da matemática
Trabalho com datas; porcentagem; gráficos; dados sobre a emigração e imigração durante a história,
entre outros. 

Campo da religião
Estudos e pesquisas sobre os costumes religiosos de cada povo. 

Vale acrescentar que há, ainda, muitas possibilidades com o trabalho de forma transversal que
poderão ser abordadas em diferentes componentes, incluindo as temáticas de diversidade cultural,
etnia, desigualdade social, entre outros. 

Em relação à avaliação, é necessário observar se os alunos conseguiram elaborar uma


compreensão do tema que englobe os aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos das
migrações, elencando os motivos pelos quais esse processo ocorreu, sob quais condições e as suas
consequências. O processo de avaliação deve ser capaz de:

 Identificar como aconteceu o processo de construção do conhecimento e o desenvolvimento


de atitudes e valores com relação à temática e as discussões que a envolvem.

 Promover correções no percurso, garantindo as aprendizagens necessárias.

Assim, para terminarmos os estudos desta webaula, vale salientar que, a partir dela, pudemos
compreender como o trabalho com o tema de mudanças e permanências é rico e prescinde de uma
reflexão da realidade atual comparada às características históricas sobre o tema. Essa abordagem
possibilita aos alunos a compreensão de aspectos que vão além da formação de um novo grupo de
pessoas, dando base à percepção de que as mudanças que resultaram dos processos de migração
compreendem aspectos geográficos, históricos, culturais e, principalmente, sociais. 

Aprendizagem da Geografia e História


Relações humanas e mudanças
Vivemos hoje em um mundo que permite a comunicação e a interação imediata entre pessoas de
todos os lugares do mundo. Essa possibilidade é resultado de avanços em diversas áreas da
tecnologia, que têm sua marca na história, principalmente no que diz respeito ao transporte e à
comunicação. Nesse sentido, teremos como foco, nesta webaula, as relações humanas e suas
mudanças.
Utilização de diferentes documentos de registro para conhecer diversos tipos de registro de
informação
A utilização de diferentes documentos para contextualização de um tempo/espaço que pode ter sido
vivenciado ou não pelos alunos constitui um procedimento bastante rico de estruturação temporal e
espacial dos objetos de conhecimento. 
 Esses materiais trazem consigo uma narrativa pessoal, pertencente ao aluno, que é também, por sua
vez, um objeto importante na construção do conhecimento. 

Ainda que essa narrativa tenha sido transmitida por outras pessoas, ao tomar posse do objeto de
registro e da sua história, o aluno passa a trazer sua impressão acerca desse material e sua própria
narrativa passa a fazer parte do objeto.
Nesse contexto, como demonstrar a passagem do tempo?
A passagem do tempo pode ser demonstrada de diferentes formas, e dependendo do espaço
temporal escolhido, sempre haverá diferentes instrumentos destinados ao registro de informações.
Por exemplo, jornais de grande circulação, revistas semanais de notícias, política, além daquelas
destinadas a um segmento específico da população, ainda que sem caráter científico, eram formas de
obter informação em uma época em que não havia a difusão de informações como conhecemos hoje.
 A realidade é que houve uma transição entre o tempo em que os registros e a comunicação não
tinham outra forma de ocorrência para um período em que o avanço tecnológico tornou possível, e
mais barato, o acesso às tecnologias de informação e isso afetou diretamente a forma de
comunicação entre as pessoas. 

Comparação dos registros com os meios de comunicação utilizados atualmente e a produção


dos recursos necessários para uma comunicação globalizada
Com as tecnologias fazendo cada vez mais parte da vida das pessoas na atualidade, é natural que
elas ocupem espaços que antes eram ocupados pelas relações humanas. É inegável a facilidade
para poder fazer compras, comunicar-se, interagir, resolver problemas cotidianos sem precisar sair de
casa ou do trabalho. No entanto, quando a tecnologia deixa de ser uma ferramenta para ser a única
via de contatos, ou o único contato das pessoas com algumas formas de cultura, cada vez mais cedo
as crianças têm contato com aparelhos eletrônicos.
Fonte: Shutterstock.

No que diz respeito à educação, a tecnologia pode trazer benefícios às crianças?


Não é raro que a tecnologia seja encarada como substituta em atividades onde a interação com
outras pessoas traria mais benefícios. São numerosos os estudos que tratam das consequências da
exposição de crianças ainda muito pequenas com celulares e jogos eletrônicos, inclusive
descrevendo atrasos na aquisição de habilidades motoras.
 Não se trata de coibir o uso das tecnologias, certo? Elas estão presentes no dia a dia de todos e
promovem muitos benefícios. A necessidade mais presente é a de observar se a tecnologia está
sendo usada como suporte ou como substituto nas relações. 

Como abordar as temáticas na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental?
A ideia de uma comunicação globalizada que dá outra forma às relações humanas é um tema que faz
parte da vida das crianças dessa geração desde muito cedo. Trazer a questão da proximidade física e
da aparente proximidade que a tecnologia proporciona, de forma comparativa, pode constituir o
caminho do fazer pedagógico sobre esse tema, levantando as facilidades e dificuldades das
diferentes formas de comunicação e espaços onde a comunicação ocorre.
Para que os alunos percebam a diferença entre cada tipo de comunicação, qual deve ser a
prática do professor?
Levar os alunos a comunicarem-se por meio de cartas, bilhetes, simulações de telefonemas e troca
de mensagens digitais e e-mails faz com que percebam a diferença entre cada tipo de comunicação
utilizada atualmente e em outros tempos, possibilitando a comparação e o levantamento de
vantagens e desvantagens de cada um deles. 
Qual meio de comunicação é mais fácil de ser utilizado antes da efetivação da alfabetização? 
Classificá-los de acordo com a formalidade, com a possibilidade de registros, qual abrange mais
grupos sociais quando utilizados – em termos de difusão do uso em todos os grupos sociais, em
termos da facilidade de acesso. 
 Essa discussão traz à tona aspectos sociais e culturais da comunicação, que transcendem a questão
do tempo e do espaço, possibilitando situar a comunicação e as relações humanas.
Quais as possibilidades do uso da tecnologia digital ou não no estudo das relações humanas e
mudanças?
O trabalho com esse tema prescinde de documentos e modelos de documentos para tornar concreta
a passagem e a marcação do tempo em relação às mudanças na forma de as pessoas relacionarem-
se, comunicarem-se e de como isso tem impacto nas configurações da sociedade ao longo dos
tempos. 
A passagem do tempo é marcada pelos instrumentos e atividades humanas. Observa-se diferenças
nos brinquedos, nas brincadeiras, nos eventos de lazer e nas estruturas sociais, como a família, a
escola e a comunidade. 
Como trabalhar o tema da passagem do tempo e as mudanças das relações ao longo dele?
Levar os alunos a refletirem e questionarem sobre as diferenças entre as maneiras de se relacionar
experimentadas pelas gerações passadas e as maneiras com que se relacionam na atualidade
compõe o substrato para o estudo da passagem do tempo e as mudanças das relações ao longo
dele, e como estas relações foram impactadas pela passagem dos anos, com a tecnologia cada vez
mais presente na vida das pessoas.

Fonte: Shutterstock.

Quais as possibilidades de trabalho interdisciplinar com a temática e como avaliá-la?


O trabalho com esse tema deve ser prioritariamente interdisciplinar. 
Campo das linguagens
No trabalho com as linguagens adequadas a cada tipo de situação ou meio de comunicação trabalha-
se a norma culta da língua, os regionalismos e a linguagem coloquial, refletindo sobre o tempo e os
locais adequados a cada tipo de linguagem.
Campo das ciências
Trabalha-se a questão das ciências quando tratamos de outros avanços tecnológicos que tornaram
possíveis a promoção da saúde, a difusão científica em diversas áreas do conhecimento. 
Campo da matemática
Na área de matemática é possível trabalhar o cálculo de distâncias, tempo gasto na comunicação por
meios não digitais, custos da tecnologia, planejamento de ações de economia de energia e gestão de
tempo. 
Em relação à avaliação, esta deve ser contínua, formativa e deve promover a construção do
conhecimento de forma lógica e crítica, nos diferentes momentos do processo de ensino e
aprendizagem, diversificando as estratégias a fim de identificar o desenvolvimento não somente do
conhecimento, mas de outros saberes interligados à temática e fundamentais para a formação de um
cidadão crítico, consciente e capaz de promover transformações. 
Assim, para terminarmos, vimos, nesta webaula, a maneira pela qual a sociedade se transformou a
partir dos avanços tecnológicos, e como estas influenciaram na forma que as sociedades interagem
entre si e com as outras. 
 Em suma, a facilidade de acesso a informações e realidades fisicamente distantes pode diminuir o
planejamento de ações locais de intervenção e, por isso, o papel do professor é auxiliar os estudantes
a pensarem na comunidade local, utilizando exemplos bem-sucedidos de práticas de outros lugares. 

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