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Mês Vocacional
#RezemosPorTodasAsVocações
2022
Cristo Vive!
Somos suas testemunhas
Eu vi o
Senhor! (Jo 20,18)
LITURGIA
Como viver o chamado
de Deus
MISSÃO
Ir. Helena Augusta Walcott: exemplo
de vida missionária até o fim
JUVENTUDE
Seminário São José: a nossa
grande Oca Espiritual
Arte/Design: @RevistaRogate
7 Abertura do Mês Vocacional
Horário: 7h30 • Local: Catedral Nossa Senhora da Conceição
– Praça da Matriz – Centro
J
esus olhou para ele com amor e disse: Só uma coisa te falta: vai, de tristeza, porque era muito rico.”Toda vocação
vende tudo o que tens e dá aos pobres; e terás um tesouro no céu. exige pobreza, para ser fecundado pela pobreza
Depois vem e segue-me! Mas quando ele ouviu isso, ficou abatido e do outro que a vida do Evangelho oferece!
foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico.” (Mc 10, 17-30) “O grande risco do mundo atual, com sua
Agosto, mês vocacional; mês para vislumbrarmos a beleza e grandeza múltipla e avassaladora oferta de consumo,
da vocação na Igreja. O tema escolhido para nos acompanhar nas refle- é uma tristeza individualista que brota do
xões, orações e celebrações soa: “Cristo Vive! Somos suas testemunhas” e coração comodista e mesquinho, da busca
tem como lema: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20,18). desordenada de prazeres superficiais, da cons-
Todos chamados/as ao seguimento de Jesus: “Vem e segue-me!” Cha- ciência isolada. Quando a vida interior se fecha
mados para seguir a Jesus de diferentes modos e meios. Seguimento, pois nos próprios interesses, deixa de haver espaço
todo batizado é chamado e enviado! para os outros, já não entram os pobres, já não
Seguimento é mais que observar mandamentos:“tudo isso tenho observado "Só uma coisa te sealegria ouve a voz de Deus, já não se goza da doce
desde a minha juventude”. Seguimento é deixar tudo, entregar tudo, dar, oferecer do seu amor, nem fervilha o entusias-
na gratuidade. O tesouro que é palpável na entrega, na oferta. O chamado, a pro- falta: vai, vende mo de fazer o bem. Esse é um risco, certo e
-vocação, oferece um tesouro. Tesouro percebido na gratuidade de ser! tudo o que tens permanente, que correm também os crentes.
O jovem que procura a Jesus tem o desejo, a busca que ultrapassa o viver e dá aos pobres... Muitos caem nele, transformando-se em pes-
corretamente, de maneira bondosa, a vida dos comandamentos. Ele deseja soas ressentidas, queixosas, sem vida. Essa não
mais: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude”. Ele havia Depois vem e é a escolha duma vida digna e plena, esse não
intuído que poderia ser mais, que a vida tinha mais sentido, que havia em Jesus segue-me!” é o desígnio que Deus tem para nós, essa não é
um viver que era bem mais que ser bondoso, caritativo, correto, solidário. Por a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo
isso, Jesus olhou para ele com amor e disse: “Só uma coisa te falta: vai, vende ressuscitado.” (Papa Francisco, EG 2).
tudo o que tens e dá aos pobres... Depois vem e segue-me!” A vocação é seguir Jesus e seguí-lo é testemunhar a Jesus e o seu
Seguir os mandamentos era tão extraordinário, que Jesus propõe um passo Reino. Viver a sua vocação é testemunhar que “Cristo Vive!” O viver que
a mais: tudo a partir de um grande amor; um amor gratuito; um tesouro que dá indica a possibilidade de dizer: “Eu vi o Senhor!” (Jo 20,18). Cheios de nós
sentido a tudo. Seguir o Filho do Homem na liberdade, deixar que Ele guie e orien- mesmos, na riqueza de nós mesmos será difícil viver Jesus, ver o Senhor! É
te o existir. Seguir tem a força e vigor de uma ruptura, de dar um salto mortal! O no despojamento de toda a vocação que cresce o encontro com o tesouro
salto existencial inigualável é morrer para si mesmo a fim de viver com Cristo, de que tem cheiro de eternidade, de vida eterna. É salvífico!
Cristo, entrar no seu seguimento. Seguir é“vai, vende tudo o que tens e dá aos po- No filme “Francesco”, Francisco, criança, dependura-se pelas pernas
bres; e terás um tesouro no céu.” Seguir Jesus é um tesouro. O tesouro do coração. no galho de uma árvore. De cabeça para baixo, admira as casas, as árvo-
Um movimento maravilhoso e transformador da“abnegação cristã”. Mas, quando res, os animais e as pessoas de Assis com seus fundamentos, suas raízes
ele ouviu isso,“ficou abatido e foi em bora cheio de tristeza, porque era muito rico”. e pernas presas e pendentes da abóboda celeste. E, criança, feito alegria,
Permaneceu no desejo, na pergunta. Desviou-se da dinâmica da gra- rindo, exclama: “É o céu que tem e governa a terra, o mundo, as pessoas!”
tuidade, do ser para outro, de soltar-se, de estar na disponibilidade de ser. O olhar-criança via a realidade a partir de outra dimensão, percebida ou-
Seguir a Jesus, viver o Evangelho, ser cristão, ser discípulo missionário, ofe- tra realidade, mais real, partir do céu. Quem nos sustem, quem nos gover-
rece o extraordinário, o para além dos sonhos, dos desejos: O Reino do céu! na, que nos deixa mover, ser? O céu! Sim, o céu, a vida eterna! O lampejo
Cada vocação é um convite de deixar tudo para seguir Jesus. A vida infantil tornou-se pobreza, minoridade, liberdade, gratuidade!
familiar, a vida matrimonial é um deixar tudo, uma entrega, uma vida A grandeza de viver o Evangelho de modos diferentes, mas que é sempre
de gratuidade, uma relação grata. É um vender, uma distribuir: um sair, um deixar tudo, um caminho de liberdade, gratuidade. A vida familiar pede
deixar. Entrar na liberdade e na dinâmica de um amor gratuito que é um gratuidade, a vida presbiteral, pede gratuidade, a vida religiosa pede gratui-
tesouro. A vida religiosa tem o seu vender tudo e dar aos pobres, uma vida dade; o ser cristão, o crístico acontece na gratuidade! Nas diversas vocações
de gratuidade, de generosidade. Tudo o que tenho é muito pouco diante vamos percebendo sempre mais o convite de Jesus: Vai vende tudo o que tens
do tesouro do Evangelho de ser para os outros, ser apenas dom gratui- e depois vem e segue-me. O viver matrimonial, presbiteral, vida religiosa com
to, presença de consolo, de compaixão. A vida presbiteral, tem um deixar Jesus Cristo, é o caminho da liberdade, o caminho da graciosidade.
tudo, distribuir, dar aos pobres. O ser presbítero é deixar-se tomar pelo Deixar o mundo de si mesmo e estar aberto para viver a vocação
convite de Jesus de deixar tudo, dar, distribuir, para servir. Essa presença recebida. Jesus não se impõe, não oprime, apenas convida, atrai, insiste
gratuita de Jesus entre o seu Povo. Sem esse deixar, entregar, essa genero- suavemente. Ir sem nada de imposição de mim, mas com tudo o que sou.
sidade, essa gratuidade não se concretizar o chamado, isto é o seguimento Com tudo o que sou, sem impor nada do que sou. Se todo a irmã e todo o
de Jesus. Vocação é mais que cumprir mandamentos, seguir regras. É di- irmão aceitar o convite de Jesus de ir na gratuidade não tornaria mais livre
nâmica de amor, saída, liberdade, gratuidade! e feliz a dinâmica da vocação recebida?
Em cada vocação se encontra um vender tudo, um deixar tudo, como pos- Nossa Senhora Imaculada Conceição, rogai por nós! Irmãs, irmãos,
sibilidade de liberdade e liberalidade do seguimento Jesus. Passar da posse à Deus abençoe!
gratuidade! Toda vocação é um despertar para a gratuidade das relações, a gra-
tuidade do amor, da vida do Evangelho. Caso contrário em cada vocação pode + Dom Leonardo Steiner
manifestar-se a reação:“quando ele ouviu isso, ficou abatido e foi embora cheio Arcebispo de Manaus
CONSELHO EDITORIAL
A
Dom José Albuquerque
Bispo Auxiliar Paz para você estimado(a) leitor(a) da nossa Revista
Dom Tadeu Canavarros Eclesial “Arquidiocese em Notícias”. Mês de agosto che-
Bispo Auxiliar gou e com ele somos todos convidados a lembrar da
Pe. Geraldo Ferreira Bendaham importância da nossa vocação, primeiramente à vida,
Coordenador de Pastoral dom Deus e através dela, um chamamento para fazer
Pe. Charles Cunha a diferença no mundo, buscando sempre alcançar o
Diretor Superintendente da Rádio Rio Mar máximo possível de si mesmo, sendo sal e luz, irradian-
Adriana Ribeiro do a alegria do pertencimento a Cristo e a sua Igreja. É
Relações Públicas um mês para rezar por todas as vocações, sabendo que
Ana Paula Lourenço todas são importantes e de igual dignidade, seja para
a vida da Igreja, seja para o tecido social. Lembrando
Jornalista – MTB 060 AM
sempre neste período que ninguém nasce à toa. Viemos Cada um é
Diagramação todos a este mundo com um propósito. Cada um é cha- chamado a ser,
Epifânio Leão mado a ser, através da vocação pessoal, um “dizer” de através da vocação
Deus ao mundo. Rezemos para que o Senhor da messe e
Capa pastor do rebanho envie mais operários, especialmente pessoal, um “dizer”
Cartaz Mês Vocacional 2022 jovens que queiram seguir Cristo mais de perto, na vida de Deus ao mundo.
Revisão presbiteral ou religiosa. Aproveite também para acom-
Ana Paula Lourenço panhar nesta edição o que foi notícia no mês de julho e
Ivaneide Lima
os eventos que a nossa Igreja Local realizará neste mês
Érico Pena
de agosto. Que nossa senhora da Imaculada Conceição
Tiragem interceda por todos nós, seus filhos, e de forma muito
6.000 exemplares particular pelos seminaristas de nossa Arquidiocese
Periodicidade
para que mais e mais perseverem na caminhada que os
Mensal levará a uma entrega total a Cristo através do ministé-
rio ordenado. Uma ótima leitura pra você.
Impressão
Grafisa Pe. Charles Cunha
Diretor Superintendente da Rádio Rio Mar
ABRANGÊNCIA
Em toda a área de atuação da Arquidiocese
de Manaus (Careiro, Careiro da Várzea,
Iranduba, Manaus, Manaquiri, Novo Airão,
Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva),
Dioceses e Prelazias do Amazonas (Alto
Solimões, Borba, Coari, Itacoatiara, Parintins,
São Gabriel da Cachoeira e Tefé) e Regionais
da CNBB
DISPONÍVEL NA INTERNET
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10 REPORTAGEM
06 10 CARTILHAS PARA
ORIENTAR A SOCIEDADE
SOBRE A BOA POLÍTICA
Mês Vocacional E O VOTO CONSCIENTE
#RezemosPorTodasAsVocações
2022 SÃO LANÇADAS NA
ARQUIDIOCESE DE MANAUS
Cristo Vive!
Somos suas testemunhas
13 MISSÃO
IR. HELENA AUGUSTA
Eu vi o WALCOTT: EXEMPLO DE
Senhor! VIDA MISSIONÁRIA ATÉ O
FIM
(Jo 20,18)
13 14 14 MATÉRIA DE CAPA
VOCAÇÃO: IMPORTÂNCIA E
CHAMADO
16 ASSEMBLEIA SINODAL
SÍNTESE DIOCESANA PARA
O SÍNODO 2023 – PARTE 1
18 JUVENTUDE
SEMINÁRIO SÃO JOSÉ:
A NOSSA GRANDE OCA
16 18
ESPIRITUAL
A ESCUTA VOCACIONAL E A
RESPOSTA AO CHAMADO DE
DEUS OCORRE MEDIANTE O
TEMPO DE SILÊNCIO
Observe a experiência do profeta Elias que ouviu
I
PE. GERALDO F. BENDAHAM
a Deus a partir da brisa suave (cf. 1Rs 19,12). A brisa AS FÉRIAS DE VERÃO DO
nspirado no tema Cristo vive! Somos suas suave não é somente o fenômeno agradável da na- PAPA FRANCISCO
testemunhas e no lema “Eu vi o Senhor!” tureza que traz paz à vida, mas refere-se também ao
(Jo 20,18) foi lançado pela CNBB – Con- silêncio interior capaz de ouvir a voz de Deus que ecoa PE. ADELSON SANTOS, SJ
D
eus chamou o ser humano a uma vocação. Não foi somente É um dado importante considerar estes três movimen-
para "oferecer sacrifícios" (culto ritual) que Deus o chamou. tos – chamado, escuta e resposta pessoal – para não correr
Ele o chamou para cultivar aquilo que Deus é: amor, serviço, o risco de precipitação, em querer responder de maneira
doação. Esta é a vocação do ser humano: ser liturgo (servi- apressada. Deus chama e dá um tempo para que a pessoa
çal). E só assim é que será feliz, realizado. (cf. Jr 7,23). decida. Não existe, portanto, uma obrigação, mas sempre
Jesus se doou totalmente, fazendo em tudo a vontade do a liberdade de optar entre aceitar ou não aceitar. O papel
Pai, serviu até o fim ao ser humano. E o máximo de seu serviço da Liturgia, através das celebrações, é fazer memória das
(liturgia) ao Pai e aos irmãos se dá na Cruz, onde realmente acon- respostas vocacionais presente na Palavra que a Eucaristia
tece a máxima entrega. Ofereceu assim um "único sacrifício", um propõe, especialmente, nos Domingos do mês de agosto.
único culto agradável ao Pai, o único culto (serviço) que foi capaz Existe um chamado vocacional, da parte de Jesus, ao es-
de ligar novamente o ser humano com Deus (Hb 10,4-14). Cristo colher três de seus discípulos para que subissem com ele no
aparece como Liturgo por excelência, não fazendo "ritos" e "ceri- Monte Tabor (Domingo da Transfiguração). É a dimensão do
mônias" no templo, mas oferecendo-se a si mesmo, doando-se chamado como escolha pessoal, da parte de Deus e, de cer-
até a morte e morte de Cruz em resgaste de uma multidão. Nele to modo, escolha privilegiada. Um chamado de destaque é
cumpre-se a suprema liturgia, serviço. Nele e por ele, cumpre-se aquele feito a Pedro, quando recebe a missão de ser “pedra”,
nossa única vocação (chamado) que nos tornará felizes e reali- fundamento da Igreja de Jesus Cristo.
zados: liturgia no sentido mais originário da palavra. A Liturgia é O segundo movimento da experiência vocacional é o
a fonte e o cume da vida da Igreja, portanto de todos os que são tempo da escuta. O cenário vocacional da Transfiguração
chamados por Deus a realizar sua vocação, segundo sua opção sugere que este tempo necessita ser vivenciado na contem-
DISCÍPULA DO DIVINO MESTRE
IRMÃ CIDINHA BATISTA
de vida, a serviço do crescimento do Reino. plação. A vocação é sempre resposta pessoal. Confiar em res-
A vocação, o que é? Doação de si a serviço da comunida- ponder afirmativamente, porque se Deus chama, ele sempre
de humana. A pessoa coloca todas as suas potencialidades a estenderá a mão para que a pessoa não se afunde no medo.
serviço de uma multidão. Liturgia viva! Vocação: possibilida- Esse ano, 2022, a Igreja nos apresenta a figura de Maria
CATEQUESE LITÚRGICA de da máxima vivência litúrgica! Madalena que faz a experiência do encontro, da escuta e da
Toda vocação, do ponto de vista Bíblico, consiste basi- intimidade com o Mestre, e a partir dessa profunda expe-
Sábado, às 7h15, no Programa
camente em três movimentos: o chamado divino, o tempo riência vai testemunhar aos discípulos “Eu vi o Senhor”(Jo
Arquidiocese em Notícias
da escuta e a resposta pessoal. Mesmo havendo casos em 20,18). Em toda celebração temos a oportunidade de viven-
Apresentação: Irmãs Pias
Discípulas do Divino Mestre
que a escuta pareça inexistente, sempre existe um momento ciar esse encontro com o Senhor da vida que Ama, chama e
Ouça pela Rádio Rio Mar FM 103,5
para interrogar, como é o caso da vocação de Maria, a Mãe nos envia a sermos suas testemunhas onde quer que este-
e Rádio Castanho FM 103,3 de Jesus. Ela foi chamada por Deus, escutou, questionou a jamos. CRISTO VIVE! É esse o testemunho que devemos dar,
radioriomarfm.com.br proposta divina e, depois disso, deu sua resposta definitiva, seja qual for a nossa opção vocacional.
acolhendo o chamado.
19º Comum
Sb 18,6-9
7 S. Domingos 8 S. Teresa B. da Cruz
(Edith Stein)
9 S. Lourenço 10 S. Clara 11 S. Joana F. de Chantal 12 Ss. Ponciano e Hipólito 13
Ez 1,2-5.24-28c 2Cor 9,6-10 Ez 12,1-12 Ez 16,1-15.60.63 Ez 18,1-10.13b.30-32
Sl 32(33),1.12.18-20.22 (R. 12b) Ez 2,8-3,4
Sl 148,1-2.11-14 (R. Cf. 13b) Sl 111(112),1-2.5-9 (R. 5a) Sl 77(78),56-59.61-62 (R. Cf. 7c) (Sl) Is 12,2-6 (R. Is 12, 1c) Sl 50(51),12-15.18-19 (R. 12a)
Hb 11,1-2.8-19 Sl 118(119), 14.24.72.103.111.131
Mt 17,22-27 Jo 12,24-26 Mt 18,21-19,1 Mt 19,3-12 Mt 19,13-15
Lc 12,32-48 (R. 103a) • Mt 18,1-5.10.12-14
ASSUNÇÃO DE N. SRA. 21 Nossa Senhora Rainha 22 S. Rosa de Lima 23 S. Bartolomeu 24 S. Luís de França
25 1Cor 1,17-25 26 S. Mônica 27
Ap 11,19a; 12,1-6a.10ab 2Cor 10,17--11,2 Ap 21,9b-14 S. José de Calasanz
Is 9,1-6 Sl 32(33),1-2.4-5.10ab e 11 1Cor 1,26-31
Sl 44(45),10bc. Sl 148,1-2.11-13a.13c-14 (R. cf. Sl 144(145),10-13ab.17-18 (R. 1Cor 1,1-9
Sl 112(113),1-8 (R. 2) (R. 5b) Sl 32(33),12-13.18-21 (R. cf. 12b)
11.12ab.16 (R. 10b) 12a.13a) cf. 12a) Sl 144(145),2-7 (R. cf. 1b)
Lc 1,26-38 Mt 25,1-13 Mt 25,14-30
1Cor 15,20-27a • Lc 1,39-56 Mt 13,44-46 Jo 1,45-51 Mt 24,42-51
A
família
É SEMELHANTE “A família semeadora de vocações
por excelência, onde encontramos
A UM JARDIM diversidades de sementes”.
Esmeralda e Joel
ESMERALDA BLANCO E JOEL ANDINO
A
família é semelhante a um jardim onde cultivamos e cui- Jesus mesmo foi parte de uma família, quando realizou seu primeiro
damos delicada e amorosamente com muita paciência milagre Ele estava juntamente com sua família em um casamento (Bodas
cada dia para obter os frutos que irão crescendo e flores- de Canãa, João 2,1-11) e foi Maria, naquele casamento, que o apoiou e
cendo ao longo do tempo. A onde os próprios pais são os o incentivou para começar ali seu ministério de milagres como filho de
jardineiros de sua família, cultivando nos filhos os valores, o amor ao Deus. Dessa maneira podemos compreender e perceber que o primeiro
próximo, a fé, a caridade, a solidariedade, o respeito à vida (pessoas, ani- e principal apoio a viver nossa vocação nas nossas vidas é na família, por
mais, floresta), como disse o Papa Francisco no X encontro Mundial das isso Jesus quis experimentar o valor da família, e assim valorar o sacrifício
Famílias, “A família é o primeiro lugar onde se aprende a amar” e além do da mãe e do pai, porém como pais e filhos que somos estamos sempre
aprender a amar, é o primeiro lugar onde também se incentiva e nasce sendo convidados a fortalecer os laços profundos de família amorosa
nosso despertar vocacional. imperfeitamente perfeita no amor e na oração, sobretudo hoje mais do
A família semeadora de vocações por excelência, onde encontramos que nunca que a família está sendo enfraquecida por diversos fatores:
diversidades de sementes; sementes essa onde serão bons seres huma- migração, violência, delinquência, apatia, indiferença, desigualdade, etc.
nos, bons filhos, bons cristãos, bons amigos, bons médicos, bons profes- Por isso, estamos sendo chamados a sermos pais mais exemplares e
sores, bons sacerdotes, boas religiosas, etc., já que é a primeira escola sobretudo amorosos com nossos filhos e filhas. Sermos como São José,
doméstica, e com o passar do tempo vamos amadurecendo essa semente imagem de amor e presença na vida da família. E como Maria, mãe
até tomarmos uma decisão para nossa vida. Vida que no futuro será a exemplar e amorosa, que acompanha seu filho em todo momento e que
base de uma sociedade mais justa e responsável, responsável com o meio com amor também corrigiu e aconselhou.
ambiente, mais empática com nosso próximo; nesse sentido é quando Nos acolhemos ao amparo e exemplo da Sagrada Família e que nos con-
dizemos que a família sempre foi e será a coluna vertebral da sociedade duza com sabedoria para que cada família possa ser semeadora, incentivado-
e como tal dar a importância e o respeito que merece. ra e cultivadora de vocações para sermos bons seres humanos. Amém!
Qual a sua
vocação? cód. 534480
cód. 535672
R$ 18,50 cód. 532533
PALESTRANTES
CAMINHO DE INTEIREZA
PE. CHARLES GEORGIA
CUNHA MOURA
Auditório do
27 de agosto 9H às 17H Colégio Dom Bosco - CENTRO
REALIZAÇÃO: APOIO:
O
POR ANA PAULA LOURENÇO
VOCAÇÃO À
Compagnoni, a primeira Comunidade Serra, ini-
ciou suas atividades em março de 1963 no Rio de
Janeiro, recebendo a Carta de Agregação, em 19 de
MINISTERIALIDADE
março de 1965.
No dia 5 de junho de 2014, Dom Sergio Cas-
triani aprovou e abençoou a instalação do Movi-
UM RASGO QUE DEFINE A mento Serra em Manaus, após indicação e incen-
tivo para sua criação por D. José Albuquerque. E
IGREJA DA AMAZÔNIA no dia 28 de agosto de 2014, tiveram início as
atividades do Movimento Serra em Manaus com
a participação de fiéis leigos que aceitaram o con-
POR PE. LUIS MODINO pode se tornar presença evangelizadora na vida vite de D. José Albuquerque. Com a participação
O
dos povos. Uma presença que sempre é importan- de membros do Conselho Nacional Serra do Brasil
chamado de Deus se faz presente te, mas que na Amazônia se faz necessidade para e do Movimento Serra de Belém em 10 de março
na vida da gente de diferentes mo- continuar e caminhada e conseguir que o Evange- de 2015 recebeu a Carta de Agregação do Serra
dos. Cabe a cada um, a cada uma de lho continue se tornando vida. São José ao Serra Internacional.
nós, responder e encontrar o cami- Vocações nascidas na Amazônia, que ajudam a O grande carisma do Movimento Serra é o
nho a seguir. Na Amazônia esse chamado tem se fazer realidade a uma Igreja encarnada e intercultu- profundo amor pelos Homens e Mulheres de Vida
concretado ao longo da história, fazendo realidade ral, que responde às necessidades presentes na vida Consagrada. "O membro do Serra é alguém que
uma Igreja ministerial, que responde aos desafios dos povos. Homens e mulheres que no contato com possui um grande amor pelas vocações e se dedica
de uma região que vive sua fé de diferentes modos. a realidade local vão encontrando respostas, propos- ao seu cultivo".
São muitas as pessoas, sobretudo mulheres, tas, nascida do discernimento comunitário, do diálo- São realizadas duas reuniões por mês onde
que vivem sua missão nas comunidades amazôni- go cotidiano, que é fonte de vida para todos e todas. nelas prevalecem a oração, a meditação bíblica,
cas como resposta ao chamado de Deus. Uma vo- Uma vocação que tem que levar à Igreja da o relatório das atividades, a formação e a palavra
cação que se concretiza na entrega cotidiana, que Amazônia a se fazer presente nas periferias, das do Assistente Eclesiástico. Também, seus membros
resulta decisiva para que a Boa Nova do Evangelho cidades, mas também das regiões mais distantes, participam das formações da Pastoral Vocacional
se torne realidade na vida dos povos da Amazônia. onde o Evangelho é vivido na simplicidade, onde da Arquidiocese de Manaus. Podem ser membros
Na Amazônia se faz realidade na vida cotidiana o Evangelho vai aflorando nas situações concretas do Movimento Serra todo cristão de boa vontade,
uma Igreja ministerial e sinodal. A sinodalidade deve que fazem parte da vida dos povos. Uma Igreja que tem o desejo de crescer sempre mais na fé e
ser entendida como um chamado que Deus faz à com vocação missionária, uma Igreja em saída, procura compreender e viver, cada vez melhor, a
Igreja, como uma vocação que se faz vida, mesmo que vai ao encontro das realidades concretas. sua vocação de leigo, pode ser casado, solteiro ou
nas dificuldades. Quando nossa vida e missão é res- Uma Igreja com rostos diferentes, que enri- viúvo, adulto ou jovem, homem ou mulher.
posta ao chamado de Deus, a gente vai superando os quecem a caminhada, que ajudam a descobrir a Atualmente, a Presidente do Movimento
empecilhos e avançando no caminho do Evangelho. riqueza do cotidiano, da vida nascida da simpli- Serra São José é leiga Márcia Dolzano Chaves
Podemos dizer que só na ministerialidade e na cidade. É nessa Igreja, que responde ao chamado e o Assistente Eclesiástico é o Padre Jardson da
sinodalidade a Igreja da Amazônia pode continuar de Deus, que vai continuar caminhando o Povo de Silva Sampaio. As reuniões são realizadas no
caminhando, só seguindo esse caminho a Igreja Deus que vive sua fé e sua vocação na Amazônia. Seminário São José duas vezes por mês. Para
conhecer mais entre em contato pelo telefone
(92) 99434-4081.
12 ARQUIDIOCESE EM NOTÍCIAS • AGOSTO • 2022
MISSÃO
I
TEXTO E FOTO ANA PAULA LOURENÇO
rmã Helena Augusta Walcott, faleceu no dia 13 de junho deste ano, aos 84
anos. Pertencente à Congregação do Preciosíssimo Sangue, ela ficou muito
conhecida por liderar a luta pelos que não tinham moradia, no final da dé-
cada de 70. Era uma mulher que tinha um propósito de vida muito além dos
votos feitos em sua consagração religiosa. Viveu uma vida inteira de missão pelos
mais pobres e sem moradia. Com a formação de assistente social usou de conheci-
mentos, estratégias e suas habilidades de líder para ajudar famílias pobres que não
tinham casa, auxiliando-os a obter sua moradia em latifúndios vazios e irregulares.
Iniciou pela Compensa, quando aflorou o ardor missionário de morar nas periferias.
Mais de 15 bairros, localizados na zona leste de Manaus foram criados a partir de
ocupações lideradas pela irmã que, sem medo, unia-se ao povo que lutava por um
pedaço de chão para construir sua casa e abrigar sua família. As ocupações levavam
o nome de algo que era destaque no momento, sendo eles Bairro da Paz, Redenção,
Zumbi dos Palmares (1, 2 e 3), São José 3, Lírio do Vale, Nossa Senhora de Fátima, São
Sebastião, Novo Israel, Santa Etelvina (etapa 3), Valparaíso, João Paulo II ( 1, 2 e 3).
Todas as famílias que participavam das ocupações eram antes avaliadas e cadastradas com leituras bíblicas, orações e discussões das estratégias
por uma equipe de pessoas que a auxiliavam e todas elas tinham que participar de de ocupação. Tínhamos que conquistar os terrenos com 400
reuniões, momentos de leitura da palavra de Deus e de orações comunitárias. ou 500 pessoas e com material para montar acampamento.
“Nós tentávamos obter lotes de terra junto à prefeitura e governo. Quando não era Também fazíamos passeatas pelos sem terra”, explicou Irmã
possível, entrávamos na marra e os forçávamos a doá-los. O povo não podia esperar o Helena em entrevista publicada no Informativo Arquidioce-
governo fazer alguma coisa. As pessoas precisavam muito. Era uma atividade pacífica, se em Notícias, N. 96 – Outubro de 2013.
mas nos organizávamos e usávamos o apito para comunicar os momentos de agir [...] Irmã Helena chegou a ser presa e jurada de morte.
Não era algo aleatório. Éramos organizados, Em 1997, a pedido de Dom Luiz Soares, refugiou-se em
pois tínhamos uma equipe de cerca Guiné Bissau. Em 2003, retornou para o Brasil e foi morar
de 40 pessoas que auxiliava no em Santarém, no Pará. Em 2009, foi para Manacapuru
processo de conhecer quais trabalhar na assessoria das comunidades de Santo Afon-
famílias realmente precisavam so, São Sebastião, Rosa Mística, São Raimundo, Santa
e agendar reuniões semanais Luzia, Imaculada Conceição e Nossa Senhora de Fátima,
auxiliando os comunitários nos sacramentos do Batismo,
Primeira Eucaristia e Crisma; e na formação de coroinhas.
“Nós tentávamos Era muito querida pelas pessoas que a acompa-
obter lotes de nhavam e ainda é lembrada por muitos moradores dos
bairros oriundos das ocupações. Em sua homenagem,
terra junto à deram seu nome a uma escola municipal localizada no
prefeitura e bairro Monte das Oliveiras, e também batizaram com seu
governo. Quando nome uma área missionária localizada no bairro Novo Is-
não era possível, rael. Quando completou 50 anos de votos para se tornar
entrávamos freira, em sua homenagem, o Serviço de Ação, Reflexão
na marra e os e Educação Social (Sares) produziu uma edição especial
da publicação “Cadernos Populares” sobre a trajetória da
forçávamos a Irmã Helena na luta por terra em Manaus.
doá-los." A luta pelos pobres vinha de sangue. Seu pai gos-
tava muito de ajudar os pobres. Por ser músico, além de
outros ofícios, tocava em muitas festas de aniversários e
de casamentos. Com as famílias pobres costumava fechar
contratos sem cobrar pelo serviço. Segundo relato de Irmã
Helena, seu pai foi preso e assassinado por preferir tocar
em uma festa de 15 anos de uma família pobre a tocar em
Foto: Clovis Miranda - Acervo ACritica
Vocaçao
IMPORTÂNCIA E CHAMADO
Assim, em cada domingo do mês de agosto, a Igreja do Brasil celebra
O
IR. GERVIS MONTEIRO, IR. PASQUITA JACOB, NEILA PICANÇO
COORDENAÇÃO PASTORAL VOCACIONAL
uma vocação. No primeiro domingo do mês, rezamos pelas vocações sa-
cerdotais e pelos ministérios ordenados. Os ministros ordenados (bispos,
Serviço de Animação Vocacional/Pastoral Vocacional padres e diáconos) têm como missão servir a Comunidade, vivendo tal
(SAV/PV) traz presente várias iniciativas, propostas como Cristo servidor.
e encaminhamentos para que se possa bem viver e O segundo domingo do mês de agosto é dedicado à vocação matri-
se trabalhar em prol das vocações. Todo ano, sempre monial, além da celebração do Dia dos Pais. A Igreja reconhece a rele-
no mês de agosto, a Igreja Católica celebra no Brasil vância do seio familiar, no qual ocorre a primeira transmissão de fé aos
o mês vocacional. Este ano, a equipe organizadora do Mês Vocacional cristãos. É a família que possui o papel de servir como base para todo o
leva em consideração anunciar a verdade de que Cristo vive, e traz como ser humano, bem como difundir os valores de Cristo e sua Igreja.
tema “Cristo Vive! Somos suas testemunhas” e lema “Eu vi o Senhor!” (Jo No terceiro domingo, somos chamados a rezar pelos irmãos e irmãs
20,18). O objetivo é propor, anunciar a verdade de que Cristo vive. Padre cuja vocação é religiosa: são eles que servem como sinal do Reino futuro,
João Cândido Neto, assessor da Comissão para os Ministérios Ordenados pois se comprometem a viver esta vida cumprindo os votos de castidade,
e a Vida Consagrada afirma: “Nós somos suas testemunhas, a exemplo de pobreza e obediência. Os religiosos/religiosas são cristãos que buscam,
Maria Madalena no Evangelho, e a nossa missão como Igreja é anunciar por meio de diversos carismas, viver a radicalidade do Evangelho.
a todo mundo que Cristo está vivo e que nós vimos o Senhor, experimen- O quarto domingo do mês de agosto é voltado à oração pela vocação
tamos a sua presença, experimentamos que ele caminha conosco, fala laical. Os cristãos leigos e as cristãs leigas são os irmãos que, nas comuni-
conosco, que o seu amor é maior do que a própria morte”. dades paroquiais, assumem os vários ministérios da Igreja. Estes irmãos e
Assumido em âmbito nacional, em 1981, por dioceses e regionais da irmãs são testemunhas do amor serviçal dentro das realidades nas quais
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o mês vocacional, celebrado estão inseridos. São os cristãos leigos e leigas que, incansavelmente, con-
em agosto, tem o intuito de ser um tempo especial de reflexão e oração pelas tribuem para a caminhada e o crescimento das comunidades.
vocações e ministérios. E o Serviço de Animação Vocacional é a ampla ação de Por sua vez, quando o mês de agosto tem cinco domingos, é celebra-
toda Igreja que visa “ajudar os jovens a descobrir o sentido da vida e o projeto do o chamado dos catequistas: homens e mulheres que transmitem aos
que Deus tem para cada um (…)” (DAp, 314) e a orientar o cristão na sua demais irmãos a fé em Cristo e sua Igreja. Com sua vida e testemunho, os
opção vocacional cristã, apostólica, mediante a fé adulta, de tal modo que catequistas anunciam a verdade do Evangelho e colaboram para que os
expresse seu serviço ministerial dentro das atividades da Igreja. catequizandos sejam conduzidos à comunhão com Jesus Cristo.
O mês de agosto é muito especial. Durante este mês destaca-se a Nesse mês de agosto, somos convidados a rezarmos em especial pe-
importância de todas as vocações na Igreja. Por isso, é importante ressal- las vocações: para que saibamos fazer uso desta ferramenta que a Igreja
tar que não há, na Igreja, uma vocação que seja mais importante que as de Cristo nos oferece para viver a vida terrena em caminho à santidade,
outras. Na diversidade dos carismas e ministérios, somos todos chama- além de clamar para que nossos irmãos e irmãs, uma vez tendo realizado
dos à formação e ao desenvolvimento da vida em comunidade. Devemos o discernimento vocacional, não desanimem em corresponder ao amor
compreender que, independente da vocação a que fomos chamados, de Cristo de acordo com o chamado que Ele faz a cada um, a cada uma.
todo cristão/cristã é vocacionado à santidade. Como bem destacou o Somos convidados para vivermos nossa vocação com bastante in-
Papa Francisco: “Ser santo é uma vocação para todos”. O nosso batismo já tensidade e para isso precisamos refletir que a vida é dom e uma res-
nos coloca nesta dinâmica da busca pela santidade de vida. É necessário ponsabilidade e que precisamos nos questionar como viver e levar em
que tenhamos a consciência de que o primeiro chamado do cristão é nos consideração as nossas origens.
tornarmos santos. A Igreja nos oferece diferentes possibilidades de cami- Da nossa vida trazemos a experiência humana de nossa família, de
nharmos rumo à santidade: a vida laical no matrimônio, a vida sacerdotal como manifestamos os nossos sentimentos, como se manifesta o nosso
no ministério ordenado ou a vida de especial consagração. agir pela consciência de si mesmo, pela nossa liberdade, pela nossa vonta-
Diante dessas possibilidades, cada homem e mulher deve fazer seu de, e nossa capacidade de amar, que nos proporciona um encontro com nós
discernimento vocacional, que é o processo pelo qual o cristão passa para mesmos. O ato de questionarmos sobre o sentido da vida nos leva a outros
discernir sua vocação. A Santa Igreja oferece, além da diversidade de questionamentos: como viver? Por onde caminhar? Aqui nos encontramos
vocações, distintos carismas e ministérios suscitados pelo Espírito Santo.
SÍNTESE DIOCESANA
PARA O SÍNODO 2023
PARTE 1
O
processo de escuta deu-se dentro da dinâmica da questões, mas de um
Assembleia Sinodal Arquidiocesana, convocada em encontro orante ilumina-
março de 2021. Esta Assembleia já havia sido pensada do pela Palavra de Deus. Em
antes das orientações do Documento Preparatório do cada encontro foram propostas
Sínodo, quanto ao roteiro de escuta do Povo de Deus e em média 5 questões para serem
as indicações práticas do Vademecum. Contudo, uma vez que estes foram partilhadas pelos participantes. Ao todo foram
publicados, a Equipe instituída para Coordenação do Processo de Assem- 8 subsídios totalizando 48 perguntas que geraram aproximadamente
bleia Sinodal da Arquidiocese considerou o caminho traçado para o Síno- 430 relatórios.
do de 2023 buscando integrar as indicações para que na prática, embora Em linhas gerais as questões se debruçaram sobre:
dois eventos nos colocássemos em um caminho só. Neste sentido, dentro - A verificação do alcance da evangelização na vida das pessoas – o
do caminho da Assembleia Sinodal Arquidiocesana celebramos no dia 17 caminho de formação do discípulo missionário;
de outubro de 2021 a adesão à caminhada do Sínodo. - O caminho sinodal da Arquidiocese – a percepção do caminho das
A Assembleia Sinodal Arquidiocesana constitui como um daqueles comunidades eclesiais e da ação pastoral;
“órgãos sinodais” que faz referência o Vademecum do Sínodo, como re- - Novas interpelações e apelos missionários;
curso que dá vida ao processo sinodal. De fato, por meio das dinâmicas - A especificidade das comunidades rurais e ribeirinhas e dos povos indígenas;
da Assembleia Arquidiocesana, todos os organismos de participação da - A atuação dos sujeitos: laicato, ministério ordenado, vida religiosa
Igreja local foram envolvidos e para além deles, outros interlocutores. A consagrada feminina.
seguir expomos os passos desta caminhada da Assembleia, as dinâmicas A equipe de coordenação elaborou uma síntese destas respostas e a partir
de participação, os sujeitos envolvidos. daí construiu um segundo subsídio com provocações pastorais já enviado às
Como numa inspiração do Espírito Santo, sentimos a necessidade de comunidades em vista dos próximos passos da Assembleia Arquidiocesana.
uma ampla escuta do povo de Deus que nos proporcionasse um discerni- Esta primeira fase de escuta se estendeu de agosto de 2021 a janeiro de 2022.
mento sobre a abrangência da realidade e das demandas evangelizadoras, A partir destas escutas foram colhidos os elementos do presente relatório de
como nos fazemos presentes como Igreja Católica e como intensificar esta síntese em vista do sínodo de 2023. Esta síntese, por sua vez, foi trabalhada
presença a partir de uma atuação mais missionária e profética e indicar ca- pela mesma Equipe de Coordenação da Assembleia Arquidiocesana que cor-
minhos de comunhão, inclusive com rearticulações estruturais. Estas pers- responde a mesma equipe Sinodal Arquidiocesana, da qual faz parte o repre-
pectivas foram confirmadas pelas orientações posteriormente recebidas sentante da Arquidiocese como referência de contato para o Sínodo 2023 e o
do Documento Preparatório do Sínodo. A primeira fase deste processo da próprio Arcebispo Metropolitano que além de acompanhar e orientar o pro-
Assembleia foi justamente caracterizada como fase de escuta. cesso de escuta, coube o importante papel de escutar e contribuir no discerni-
Para esta fase de escuta se esboçou alcançar o máximo possível de bati- mento. Entendemos assim, ter correspondido a perspectiva oferecida no Va-
zados com diferentes graus de engajamento e aproximação da vida eclesial demecum reconhecendo que “há muitos sínodos diocesanos que aconteceram
e para tal foram elaborados oito subsídios de escuta diversos, com questões em todo o mundo, incluindo vários que estão em andamento. Essas regiões e
diferenciadas, que embora não seguissem exatamente o roteiro proposto no dioceses são chamadas a articular de forma criativa os processos sinodais já
documento preparatório, serviram como conteúdo para captar os elementos em curso com as fases do atual Sínodo que está ocorrendo em toda a Igreja”.
indagados em vista do Sínodo. Os subsídios foram dirigidos às famílias, às
comunidades rurais e ribeirinhas (ao longo dos rios), aos representantes dos A QUESTÃO FUNDAMENTAL
povos indígenas que vivem na cidade, aos diversos grupos eclesiais (comuni- O caminhar juntos na Arquidiocese de Manaus
dades eclesiais, pastorais, movimentos, serviços), aos presbíteros, aos diáco- Desde a carta convocatória da Assembleia Arquidiocesana já se fazia
nos permanentes, à vida consagrada religiosa feminina e aos cristãos leigos e uma releitura da caminhada sinodal da Igreja de Manaus: “Somos ilumi-
leigas. Além destes subsídios, foi promovido um seminário de escuta Igreja e nados pela caminhada de planejamento pastoral na Igreja de Manaus ao
Sociedade para captar algumas percepções a partir de alguns representantes longo de suas 10 Assembleias Pastorais Arquidiocesanas (APA’s) onde orga-
da sociedade (academia, política, judiciário). nizamos o agir da Igreja Local buscando responder aos desafios à Evange-
Não conseguimos dar seguimento, embora tenhamos programado, lização, priorizando ações eclesiais em favor dos mais fragilizados para que
a outras dinâmicas de escuta por meio de enquetes em redes sociais, ar- todos tenham vida em abundância. É nesta esteira que pautamos nosso
ticulação específica para escuta das juventudes, e aproximação de outras olhar para a própria Igreja e para os desafios que continuam nos interpe-
categorias de pessoas que vivem processos de exclusão. lando. [...] O caminho da sinodalidade que faz parte de nossa história é o
Cada subsídio era organizado em forma de círculos bíblicos de modo melhor modelo eclesial para uma Igreja tão ampla. Já havíamos apontado
que não se tratava somente de uma reunião para responder algumas este caminho na última APA: uma Igreja Sinodal. Os diferentes serviços,
N
REVISÃO ÉRICO PENA TEXTO E FOTOS ELIOMAR SARMENTO
Núcleo é a encarnação de um
da ressignificação da expressão “Yuu” dentro da dinâmica
sonho eclesial que nasce da
os dias 11 e 12 de junho, o Núcleo de re- da ritualidade. “Yuu” pode ter a mesma expressão como
realidade concreta da formação
flexões Pluriétnicas YUU se renuiu para “oremos” ou ao final de uma ritualidade como “amém”. O
dos presbíteros indígenas e não
refletir e partilhar acerca da temática “In- significado da expressão é utilizado como nome do próprio
indígenas do Seminário São
tersaberes Indígenas e espaço formativo”. núcleo de reflexão, num processo de ressignificação que
José. Tem o objetivo de refletir
O encontro foi realizado no Seminário Arquidiocesano caracteriza as reflexões numa identidade própria.
e dialogar sobre a diversidade
São José. O Seminário, acolhe um total de 60 semina- Genilson Morais do povo kokama explica como
das culturas indígenas e sobre a
ristas de diversas regiões dos estados do Amazonas e é diferente o ritmo de um seminário para o ritmo na
inculturação da fé “Sonhar junto
Roraima. Deste total, 11 são seminaristas indígenas, comunidade de origem. “Para o seminarista que chega
com o Papa Francisco”.
tornando-se assim, um espaço formativo inter-regio- da aldeia complica um pouco entrar neste novo ritmo.
nal com uma rica diversidade cultural. Mas aqui no seminário São José com a ajuda dos nos- O Núcleo de Reflexão Pluriétni-
O encontro teve a presença de leigos e leigas indígenas sos formadores aprendemos a chamar o seminário de cas Yuu nasce na perspectiva de
da Arquidiocese de Manaus que contribuíram com a reflexão “nossa casa” isso nos ajuda muito”, afirma Genilson. pensar a própria presença dos
e contou com as contribuições dos seminaristas indígenas Anderson Silva, do povo Maraguá reforçou o processo seminaristas indígenas dentro
de seis povos: Macuxi, Desano, Tukano, Maraguá, Tikuna e entre aldeia e seminário e afirma a importância do núcleo do espaço religioso de forma-
Kokama. Além disso no encontro teve a presença de leigos de reflexão como elemento formativo do seminário. Mar- ção. A ressignificação parte da
e leigas indígenas da Arquidiocese de Manaus que contri- cos Santos, da etnia Macuxi falou da importância da dança própria vivência, neste sentido o
buíram com a reflexão. A família Kokama e Tikuna fizeram e dos cantos dentro da dinâmica das culturas. Idelfonso espaço é fundamental na refle-
a abertura do encontro com a leitura do relato da criação na Barbosa, também do povo Macuxi comentou sobre o pro- xão. O Seminário se transforma
língua Tikuna e cantos na língua Kokama. Daniel Piratapuyo cesso de transmissão de conhecimentos dos povos indíge- numa grande Oca Espiritual ou
acentuou a magnitude dos elementos culturais utilizados nas, afirma ele: “quando vejo falar ‘temos que aprender melhor, Casa de Saberes dentro
no encontro como por exemplo, o Banco kumurõ. Segundo com os povos indígenas’ fico pensando, aprender como? da cultura indígena e espaço
Piratapuyo “foi um dos elementos sagrados que o Avó do Pois para nós as vezes falar é muito difícil. Nós aprendemos sagrado de aprendizagem. É
Universo utilizou na criação do universo, por isso, em cada com a natureza, um conhecimento que parte da contem- ali que vão surgir os mestres
ritual se revive o que seus antepassados já viveram um dia, plação. Jadson Cabral, da etnia Desano comentou como o de cantos e de danças, e todos
atualização da memória ou da narrativa sagrada, se atualiza núcleo o ajuda no processo formativo e como aos poucos agentes de saberes, assim
a partir do passo de dança, da recepção, do respeito, do grito vai aprendendo a partir dessa grande Oca espiritual. também é o seminário São José,
e em cada som flautas”, explicou. Dom Leonardo Steiner, Arcebispo Metropolitano um espaço de iniciação e de
“Nós ressignificamos o espaço formativo do Se- de Manaus, esteve presente no encontro e disse que transmissão intercultural.
minário São José, e é importante reafirmar isso. Uma “a diversidade cultural é uma riqueza e que ajuda no
vez assumindo esse processo de ressignificação cabe fortalecimento da identidade e no aprofundamento na
a nós assumir um modelo de ensino e aprendizagem própria cultura e que é profundamente importante na
que expresse este projeto”, afirma Eliomar Sarmento afirmação do que é próprio de cada cultura e na rica
do povo Tukano, e é preciso ainda nos questionar “onde presença dos indígenas na Igreja e nos diferentes mi-
estamos?” “Numa grande oca no meio da Amazônia” nistérios”.
afirma o seminarista.
A
PE. HUDSON RIBEIRO FOTO ARQUIVO CÁRITAS MANAUS
FONTE SITE DA CNBB
A Prelazia de Itacoatiara (AM), violência contra crianças e adoles- a qualidade e a celeridade dos processos, reitera-se em
no coração da Amazônia Brasileira, centes ainda constitui uma chaga um mesmo espaço físico, sem perder de vista a dimi-
impulsiona todas as dioceses brasi- que precisa extirpada da sociedade. nuição da revitimização por meio da escuta especiali-
leiras a uma transformação coerente, Em 2020 e 2021, na Delegacia Es- zada, cumprindo o que preconiza a legislação nacional
concreta e profética: o rejeite de pecializada de Proteção à Criança e ao Adolescen- e internacional de proteção à criança e ao adolescente.
projetos predatórios e mineração, te (DEPCA) registrou-se o total de 2.610 casos de Após inúmeros encontros realizados da rede
que devastam a vida em todas as violência contra crianças e adolescentes. Em 2022, de proteção e do sistema de garantia de direitos
suas formas. Convocada pelo bispo entre os meses de janeiro e fevereiro registrou-se de crianças e adolescentes e, entre os últimos, rea-
da Prelazia, dom José Ionilton, a o total de 209 casos. É preciso, portanto, que to- lizado na tarde do dia 7 de abril de 2022, na sede
iniciativa inclui não receber fundos dos possam se unir em prol de ações preventivas da Cáritas Arquidiocesana de Manaus, com a pre-
ou qualquer tipo de ajuda financeira e interventivas a partir de políticas públicas que sença de Dom Leonardo Steiner, delineou-se um
que venha das “economias de saque”. garantam e promovam os direitos de crianças e panorama do atual quadro situacional da violência
O ato tem como base o decreto adolescentes. A Cáritas Arquidiocesana de Manaus, praticada contra crianças e adolescentes no Ama-
publicado no dia 5 de maio, pela por meio do Projeto Içá – Ação e Proteção vêm par- zonas, o que convergiu numa carta endereçada ao
Prelazia de Itacoatiara, que dispõe ticipando dessa linha de frente junto à rede de pro- Governador do Amazonas, Wilson Lima, solicitando
sobre o não recebimento de recursos teção e às instituições que fazem parte do sistema a esse a aprovação do Centro Integrado, o envio
vindos de organizações, políticos de garantia de direitos de crianças e adolescentes. do Projeto de Lei para votação na Assembleia Le-
ou empresas que contribuem para O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA gislativa do Estado e o uso imediato dos recursos
a destruição dos modos de vida dos foi privilegiado ao receber valiosa contribuição da Lei destinados pelo Ministério Público do Trabalho, na
povos do campo, das águas e das 13.431/2017, que propicia a meninas e meninos víti- ordem de R$ 7,5 milhões, a serem utilizados no
florestas. mas e/ou testemunhas de violências as garantias dos prédio onde atualmente funciona a sede da DEPCA,
Apoiam a iniciativa a Comissão serviços especializados, assegurando a estes que sua na rua Via Láctea, Conjunto Morada do Sol – Aleixo,
de Ecologia Integral e Mineração e escuta seja realizada de forma protegida e não reviti- para a adequação das instalações.
a Comissão Episcopal da Amazônia, mizante. O referido Diploma Legal estabelece diretri- No início de junho, Dom Leonardo Steiner, encon-
ambas da Conferência Nacional zes para a integração das políticas públicas de atenção trou-se com o Governador Wilson Lima, apresentou a
dos Bispos do Brasil (CNBB), a Rede e proteção, mediante a implantação de Centros Inte- carta da rede de proteção com a solicitação em vista
Eclesial Pan-Amazônica (Repam), a grados de Atendimento a Crianças e Adolescentes Víti- da implantação do Centro Integrado. O Governador fez
Rede Igrejas e Mineração, a Comissão mas de Violências em todo território nacional. O Centro o devido encaminhamento à Assembleia Legislativa,
Pastoral da Terra (CPT) e o Conselho Integrado de Atendimento se reveste de importância cuja votação de aprovação ocorreu no dia 22 de junho,
Indigenista Missionário (Cimi), social por reunir em um mesmo espaço de funciona- contando com a presença da rede de proteção, incluin-
entre muitas outras, que convocam mento, diversos serviços públicos das áreas da Saúde, do a Cáritas Arquidiocesana de Manaus. Na edição de 4
dioceses, paróquias e pessoas a estas Assistência Social, Segurança Pública, perícia médica, de julho, o Diário Oficial do Estado do Amazonas, apre-
decisões. dentre outros. A configuração do Centro deve ter um senta a Lei n. 5.959, de 4 de julho de 2022, que cria o
“Estas são atitudes concretas com formato particular baseado na realidade institucional, Centro Integrado de Atenção à Criança e ao Adolescen-
as quais sinalizaremos à sociedade social, cultural e econômica do estado do Amazonas. te, vítimas ou testemunhas de violência no âmbito do
que estamos em sintonia com o que a Sua maior contribuição é ofertar um atendimento in- Estado do Amazonas e o seu Conselho Gestor.
Igreja e o Papa Francisco nos pedem”, tegrado, protetivo e de articulação do Sistema de Ga- É a Igreja de Manaus atuando em rede e de for-
conclui dom José Ionilton Lisboa de rantia de Direitos – SGD mediante o estabelecimento ma organizada em vista da garantia e promoção de
Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoa- de fluxos que promovem a integração entre os órgãos, direitos de crianças e adolescentes.
tiara (AM) e promotor da iniciativa.
Q
TEXTO ADRIANA RIBEIRO / PASCOM ARQUIDIOCESE DE MANAUS
FOTO FRANCILMA GRANA
nosso redor. Nossas atitudes, comportamentos e ações vão determinando quem somos. É
uando uma criança nasce, por lei, seus pais um processo que nos conduz e imprime em nós, a identidade cristã. Portanto, o batismo é,
devem seguir os trâmites para emissão também, a porta de entrada para todas as vocações.
de sua certidão de nascimento. Com esse Nas diversas comunidades católicas, a Pastoral do Batismo procura orientar as pessoas sobre a
documento em mãos, a criança passa, de vocação batismal e desenvolve atividades que ajudam a refletir sobre ela.
fato, a existir na sociedade, entra nas estatísticas e começa Na Arquidiocese de Manaus, temos aproximadamente mil agentes pastorais, que atuam
a ser contabilizada dentro de vários indicadores. A criança nessa missão e estão organizados em nível comunitário, paroquial, setorial e arquidiocesano. Em
se torna um cidadão brasileiro. A certidão de nascimento nível arquidiocesano, uma equipe formada por dez pessoas se reúne sempre no terceiro sábado
é um documento importantíssimo e, por meio dela, outros de cada mês, das 8h às 10h, na sala da Pastoral do Batismo que fica na Cúria Metropolitana de
documentos poderão ser emitidos ao longo da vida. Manaus (Avenida Joaquim Nabuco, 1023, Centro, Manaus, AM). Na reunião, partilham suas ex-
Quando uma pessoa nasce, é chamada à existência. periências, avaliam a caminhada, planejam os próximos passos, celebram e reafirmam sua fé.
Quando é batizada na Igreja católica, se torna membro A pandemia da Covid-19 interferiu na dinâmica do trabalho da Pastoral do Batismo. Precisa-
da grande família de Deus. Como nos fala Paulo, “foi num mos de operários para a messe, de pessoas comprometidas e dispostas a testemunhar em todos
só Espírito que todos nós fomos batizados, a fim de formar- os lugares, como é bela a vocação batismal. Somos chamados a renovar as promessas batismais a
mos um só corpo” (1 Cor 12, 13). Sendo assim, o batismo cada novo dia e, como filhos muito amados do Pai, ser presença D’Ele onde quer que estejamos.
é o início da caminhada na vida cristã, é o que nos une a
Deus. É ele quem nos faz filhos de Deus, membros de um Pastoral do Batismo
só corpo. Por meio dele, somos chamados a seguir Jesus, Coordenadora Arquidiocesana: Maria do Perpétuo Socorro Lopes
“o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo, 14, 6). (92) 99292-8999 / socorromlopes5@gmail.com
Para muitos, o batismo passou a ser um mero evento
social, com muitas fotografias, postagens nas redes so-
ciais e festa. O batismo pode ser celebrado sim, mas não
por ser um evento social, mas por ser um novo nascimen-
to, a fonte da vocação e comunhão com a Igreja de Cristo.
Tal qual uma plantinha que precisa ser cuidada
para crescer, ficar frondosa e dar frutos, assim também
deve ser nossa caminhada cristã. É necessário cuidar
para que a pessoa batizada seja fortalecida em sua vi-
vência cristã e dê frutos ao longo da vida.
E para que isso ocorra, pais, padrinhos, família e comu-
nidade têm papel fundamental nessa missão. O testemu-
nho de vida desses, pode ajudar sensivelmente o batizado
a compreender o quanto é bom ser de Cristo, amar a Cristo
e estar a serviço do Reino de Deus.
TESTEMUNHAR A VIVA
PRESENÇA DE JESUS
- Fr. Faustino: E aí, crianças! Todo bem?
- Mariazinha: Eu estou muito bem.
- Tininha: Estou me sentindo feliz por a gente se encontrar de novo.
- Zezinho: Eu estou bem, também. Melhor agora que já estamos no se-
gundo semestre dos estudos.
- Tinico: Bom. Eu estou bem, também. Mas, por que você parece diferen-
te hoje? Parece mais animado.
- Tininha: Pois é... Eu, também, achei isso.
- Fr. Faustino: Vocês sabem que eu sou uma pessoa alegre. Eu procuro - Mariazinha: Verdade. Não foi Maria Madalena que viu primeiro e foi
viver bem cada dia de minha existência, em forma de gratidão a Deus. E hoje falar para os apóstolos que tinha visto Jesus?
mais fez ainda. - Fr. Faustino: Exatamente. Assim que ela se encontrou com Jesus, saiu
- Zezinho: Por quê? logo para anunciar: “Eu vi o Senhor” (Jo 20, 18).
- Fr. Faustino: Porque eu acredito que Jesus está vivo e constantemen- - Tininha: Parece que teve até mais uma vez que os apóstolos falaram
te Ele me move com o Seu Espírito Santo ao encontro de variadas pessoas. alguma coisa neste sentido.
Assim, eu devo testemunhar esta certeza com a minha vida, em palavras e - Fr. Faustino: Várias outras vezes. São Pedro foi o primeiro a testemunhar
ações, nos trabalhos que tenho realizado na Igreja. fora de Jerusalém e contribuiu para a conversão de Cornélio quando disse: “E nós
- Mariazinha: Nossa! Você fala com uma certeza. somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na região dos judeus e em Jerusalém”
- Tininha: Por que você fala assim, Mariazinha? Você não tem certeza de (At 10, 39). Com o tempo os apóstolos, os discípulos e as discípulas compreende-
que Jesus está vivo? ram que testemunhar a presença viva de Jesus se tratava de uma vocação.
- Mariazinha: Não é isso. Eu acredito. Mas, não sei se eu realmente estou - Zezinho: Como assim, de uma vocação?
testemunhando bem esta verdade. - Tinico: Eu também não entendi isso.
- Fr. Faustino: Você ainda é uma criança, Mariazinha. Sabemos que você - Fr. Faustino: Sabemos que vocação é um chamado de Deus. Neste
acredita. Com o tempo e a idade você terá mais facilidade para dar testemu- caso, é um chamado para testemunharmos que Ele está vivo entre nós e
nho da presença real de Jesus. que nós precisamos aprender a amá-Lo, vê-Lo e senti-Lo em nossas atitudes.
- Tinico: Quando você fala assim, parece que você está querendo dizer que - Zezinho: Mas, por quê?
faz parte de nossa missão na terra dar testemunho de que Jesus está vivo. - Fr. Faustino: Porque esta verdade é o centro da nossa fé cristã.
- Fr. Faustino: É isso mesmo, Tinico. - Tinico: Agora entendi. E como Maria Madalena, os apóstolos, os discí-
- Zezinho: Mas, não é no mês missionário que a gente fala sempre sobre pulos e discípulas nós também temos a vocação e a missão de testemunhar
as missões? que Jesus vive. É isto?
- Fr. Faustino: Entendam, Zezinho e crianças. É bom sempre lembrar- - Fr. Faustino: Isto mesmo, Tinico. Como Igreja, nós temos a missão anun-
mos de que o tempo de dar testemunho de Jesus vivo entre nós deve ser em ciar a todo mundo que Jesus está vivo. Por isso, devemos testemunhar que “nós
cada momento de nossas vidas e não apenas no mês missionário. vimos o Senhor”, experimentamos a Sua presença caminhando conosco, falando
- Tininha: E sobre o testemunho, não é o que a gente lembra na Páscoa conosco e que o Seu Amor é bem maior e mais forte do que a morte.
da ressurreição de Jesus?
- Fr. Faustino: Sim, Tininha. Na ocasião da ressurreição de Jesus sempre Com alegria testemunhemos a viva presença de Jesus!
lembramos que algumas mulheres viram Jesus ressuscitado e logo testemu- Permaneçamos unidos em orações e nos cuidando. Paz e bem!
nharam; o mesmo aconteceu com os apóstolos e discípulos de Jesus.
Fr. Faustino, TOR
PASTORAIS SOCIAIS DO da Ação Evangelizadora, o engajamento do da ação pastoral’; ‘Caminho das Águas
REGIONAL NORTE 1 SE Regional Norte 1 nos processos da 6a Semana Rio Javari: Projeto Popular – O Brasil que
MANIFESTAM EM FAVOR DA Social Brasileira e as iniciativas das pastorais a queremos o Bem Viver dos Povos’; ‘Caminho
LUTA PELA AMAZÔNIA nível regional. das Águas Rio Branco: Experiências do
TEXTO RAFAELLA MOURA FOTO ÉRICO PENA
No encontro foi utilizado o método ver, Esperançar das Pastorais sociais’; ‘Caminho das
julgar e agir. De acordo com a Secretária Águas Rio Amazonas: Compromissos pastorais
Com o objetivo de levantar elementos Executiva do Regional Norte 1, Irmã Rose e pistas de ação para fortalecimento da ação
da conjuntura nacional e da Amazônia, foi Bertoldo, o momento foi de fortalecimento do sociotransformadora na Amazônia’”.
realizado entre os dias 17 e 19 de junho, no vínculo das dioceses e prelazias. “O Seminário
Centro de Formação Maromba, o Seminário foi organizado nos Caminhos das Águas. Essas
“A Amazônia que temos. A Amazônia que águas que passam nas Dioceses e Prelazias do
queremos”. A atividade reuniu Pastorais Sociais Regional Norte 1. Entre os temas abordados
do Regional Norte 1 que se manifestaram estiveram: ‘Caminho das Águas Rio Solimões:
em favor da luta pela Amazônia. O evento A Amazônia que temos, A Amazônia que
tratou da projeção de superação das Queremos’; ‘Caminho das Águas Rio Negro:
desigualdades no regional, proporcionou Sínodo para a Amazônia e Diretrizes da Ação
encontros de partilha e experiências, retomou Evangelizada na perspectiva da transformação
as articulações e formações pastorais em social’; ‘Caminho das Águas Rio Madeira:
torno do Sínodo para a Amazônia, as Diretrizes Pastoral de Conjunto e os desafios e avanços
DOROTEIA
COLÉGIO SANTA
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APÓS DOIS ANOS, FIÉIS CELEBRAM A FESTA ANIVERSARIANTES
DE SÃO BENTO COM MISSA E PROCISSÃO DO MÊS
TEXTO E FOTO ÉRICO PENA da igreja e como devemos tentar ser um exemplo
de bom samaritano junto ao próximo, conforme NATALÍCIO
A Paróquia São Bento, situada na rua Prof. narrou a leitura do evangelho. “Celebrar para nós 6 Diác. Valdomiro Lima Gonçalves
Félix Valois – Cidade Nova, pertencente ao o padroeiro é para nós sempre tempo de muita 11 Pe. Carlos Eduardo Castro dos
Setor Pe. Pedro Vignola, Região Episcopal N. alegria e gratidão. Vamos caminhando na história Santos
Sra. Aparecida da Arquidiocese de Manaus, procurando seguir os passos desse grande homem 11 Pe. Alfredo Viana Avelar
realizou no dia 10 de julho a procissão e missa que deixou a sua contribuição, um homem de
11 Diác. João Bosco Barbosa de Souza
em homenagem ao padroeiro. A celebração foi muita oração e sempre preocupado em ajudar
os mais pobres e carentes. Isso nos faz lembrar o 12 Diác. Agdo de Freitas Guimarães
presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de
Manaus, Dom José Albuquerque, concelebrada evangelho de hoje, que nos apresenta a parábola Filho
Pe. Ornelo Tonini (PIME), e pelo vigário paroquial, do bom samaritano, que agiu concretamente 15 Diác. Francisco Alves de Sousa
Pe. Antônio Figueiredo sendo auxiliados pelo ajudando o próximo e fazendo o bem, assim como 15 Pe. Hilton Brito de Oliveira
diácono Amarildo Vieira. fez o nosso padroeiro”, disse Dom José. 20 Pe. Charles Cunha da Silva
O tema dos festejos desse ano foi “Com São Após dois anos, a tradicional procissão em
21 Pe. Ornello Tonini
Bento construindo uma comunidade fraterna”. honra a São Bento voltou acontecer pelas ruas
do bairro Cidade Nova, com os fiéis cantando e 22 Diác. Arlindo Santos Misturini
Além da missa solene, que começou por volta
das 18h, logo após o término da procissão, a orando para celebrar o padroeiro com alegria, 23 Diác. Ruzeval Rodrigues Cardoso
programação dos festejos em honra ao padroeiro mas mantendo todos os devidos cuidados 27 Frei José Faustino Fernandes
também contou com o tríduo realizado de 7 a em virtude da pandemia. “Eu sempre venho 27 Pe. Ricardo Pontes de Oliveira
9 de julho. No dia 11, dia do padroeiro, a igreja nos festejos e acho que já estava na hora de 30 Pe. Raimundo Elson R. de Lima
ficou aberta das 8h às 20h, para os devotos voltarmos com a procissão, isso deixa o povo
31 Pe. Joaquim Hudson S. Ribeiro
que quiseram rezar o terço ou participar das muito feliz de voltar a caminhar, mesmo
celebrações como: Terço Mariano e Novena de São que ainda seja com o uso de máscara, mas o
Bento; Exposição do Santíssimo para Adoração; importante é se vacinar, se cuidar para todos ORDENAÇÃO
Leitura orante; Terço de São Bento e santa missa. podermos celebrar e participar das atividades 4 Dom José Albuquerque de Araújo
Em sua homilia, Dom José falou a respeito da igreja como era antes”, comentou dona Maria (Ord. Presb.)
da importância de São Bento dentro da história José, devota e moradora do bairro. 4 Pe. Geraldo Ferreira Bendaham
4 Pe. Zenildo Lima da Silva
5 Pe. Flávio Gomes dos Santos
5 Pe. Antônio Figueiredo
5 Frei José Faustino Fernandes
10 Pe. Bichehe Afonso Amane
11 Pe. Jardson da Silva Sampaio
14 Pe. Wolney Augusto de S. Mourão
15 Pe. Gastón Gabriel Aquino
18 Pe. Gilson da Silva Pinto
30 Pe. Israel Magdaleno Juarez
31 Diác. Gilberto de Castro Saraiva
trabalho para a elaboração das Políticas Públicas A Paróquia Nossa Senhora Consoladora dos
para Refugiados e Migrantes. O primeiro passo Aflitos, pertencente a Região Episcopal Nossa
foi um seminário que aconteceu nos dias 20 e 21 Senhora dos Navegantes – Setor Maria Mãe
de junho, organizado pela Secretaria Municipal da Igreja, por meio do Conselho Missionário
da Mulher, Assistência Social e Cidadania Paroquial (COMIPA), realizou na tarde de 2 de
(SEMASC) com o apoio da Agência da ONU para julho, a segunda etapa da Animação Missionária
Refugiados (ACNUR). Paroquial que ocorreu das 15h às 17h30, no
Diferentes setores da sociedade estiveram Auditório Irmã Santa Dorotéia, localizado na
TEXTO ÉRICO PENA FOTO ROSA MARIA
presentes: secretarias municipais de Educação; Rua Comandante Ferraz, S/N, bairro da Betânia,
da Saúde; do Trabalho, Empreendedorismo A Arquidiocese de Manaus recebeu no tendo como tema “Vida em missão paroquial” e
e Inovação; o Ministério Público do Trabalho, dia 7 de julho quatro seminaristas do Projeto lema “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8).
Ministério Público Federal; Procuradoria Geral Missionário Manaus/Ribeirão Preto (SP) que O encontro teve como objetivo buscar cada
do Município e Defensoria Pública; Pastoral vieram com a missão de conhecer a realidade vez mais um espírito contínuo de missão e
dos Migrantes; Cáritas Arquidiocesana; do Amazonas e colaborar com a Igreja de animação missionária paroquial, como discípulos
Instituto Mana; ADRA; Hermanitos; AVSI, Manaus, atendendo sobretudo os paroquianos missionários em saída nos passos da sinodalidade
JAMAL e abrigos da sociedade civil. Também das paróquias N. Sra. Consoladora dos Aflitos, e foi destinado aos coordenadores e agentes das
participaram do evento Agências da ONU, a localizada no bairro Betânia e N. Sra. do Perpétuo pastorais da Catequese, do Batismo, Familiar, da
ACNUR, a Organização Internacional para as Socorro, no município de Careiro da Várzea. Criança, da Pessoa Idosa, do Dízimo, Litúrgica,
Migrações (OIM), o Fundo das Nações Unidas Acompanhando os seminaristas está o dos Coroinhas e da Comunicação, tendo como
para a Infância (Unicef) e o Fundo das Nações padre Antônio Elso de Souza, reitor do Seminário assessor o seminarista Matheus Marques, do
Unidas para as Populações (UNFPA). Maior da Arquidiocese de Ribeirão Preto. De Conselho Missionário Regional (COMIRE).
Houve apresentação do contexto histórico acordo com o reitor, essa visita dos missionários “Cada formação e animação missionária é
do fluxo migratório na Amazônia, panorama de Ribeirão Preto é realizada anualmente, desde sempre a oportunidade de um novo despertar
legal no Brasil quanto às questões migratórias, 2006, sempre com uma turma nova e geralmente pra missão e a gente se sentir cada vez mais
e os avanços e desafios no acesso a direitos durante o mês de agosto, considerado o mês envolvidos na experiência e na dinâmica
para a população refugiada e migrante. das vocações, mas em virtude da pandemia da missionária como testemunhas de Jesus e,
Também houve grupos temáticos para debater Covid-19, a visita ficou suspensa nos últimos nessas duas etapas os agentes estiveram
perspectivas e soluções que fortaleçam ações e anos, retornando apenas agora. empenhados e eu saio com o sentimento de que
estratégias na garantia do acesso aos serviços Os seminaristas Jean Sergio de Castro a missão fala no coração, nos colocando sempre
essenciais à cidadania, como saúde, educação, Mucci, Caíque Augusto Domingos de Oliveira, à disposição da igreja no contexto paroquial,
trabalho e renda, e assistência social. Nilton Aparecido Turati e Clayton Eugênio arquidiocesano e universal”, comentou Matheus.
Como resultado desse evento, instituições Santos são do Seminário Maria Mãe Imaculada.
públicas, sociedade civil e de pessoas Todos trouxeram uma mistura de sentimentos
representantes da comunidade de refugiados e gerada pela expectativa do novo que inclui a
migrantes formarão um comitê que coordenará as participação em algumas atividades para ajudar
próximas etapas de discussões e a consolidação da a refletir a vocação missionária, como: visitas
política. A Pastoral dos Migrantes da Arquidiocese às comunidades mais pobres e ribeirinhas,
de Manaus foi eleita como representante titular celebração nos núcleos, além de partilhar um
das organizações da sociedade civil. Migrantes e pouco da vida, da espiritualidade e do dia a dia
refugiados, nenhum direito a menos! do povo amazonense.
(92)99349-5411
VIDA E FÉ
M
TEXTO E FOTO ÉRICO PENA