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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

PRÓ - REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO


HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
GERÊNCIA DE ENSINO E PESQUISA
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

DANIELLA CRISTINA VELOSO SILVA


FERNANDA DE SOUSA ALVES DA SILVA

RESENHA CRÍTICA

DISCIPLINA: Comunicação e Relacionamento Interpessoal na Saúde


PROFESSORA: Luciana Machado Carvalho Nunes

SÃO LUÍS
2020
Cada hospital possui suas especificidades, que por vezes são incontornáveis, no desempenho
de atividades complexas e divergentes, como: recuperar, manter e proporcionar saúde aos seres
humanos, através de exames, diagnósticos, internações, tratamentos, intervenções cirúrgicas, entre
outros procedimentos. Dentre suas amplas funções, um hospital estrutura-se por meio de políticas e
culturas próprias, com o objetivo de atingir um trabalho organizacional integrado na prestação dos
serviços de saúde.
De acordo com Mintzberg (1994), os hospitais podem ser entendidos como organizações
profissionais, cuja análise demanda motivações, incentivos e cuidados especiais, que são
mecanismos de orientação e coordenação que subsidiam as estratégias de decisões gerenciais e
administrativas, e se mostram como espaços culturais consideráveis de ajustamentos mútuos de
motivações e de compatibilização de interesses.
Nas organizações hospitalares, o trabalho é complexo, sendo constituído por diversos grupos
profissionais de diferentes habilidades, especializações, capacitações e formações, como médicos,
enfermeiros, psicólogos, nutricionistas entre outros, que estão organizados fundamentalmente em
uma base hierárquica nos setores de operação médica, técnica e administrativa.
As relações interpessoais e interprofissionais se estabelecem em diferentes ângulos, como a
relação médico-paciente que tem foco no tratamento, na prevenção e no atendimento à saúde, e, por
outro lado, através das relações de trabalho, sob a ótica humanista e gerencial.
Com todas as suas especificidades, a formação da cultura organizacional dentro dos hospitais,
permite à organização de saúde encontrar a sua identidade coletiva, possibilitando a criação de
mecanismos eficientes de comunicação, levando em consideração as relações de poder, os conflitos e
as características comportamentais dos grupos formais e informais.
Dentro da prática hospitalar, as mudanças culturais e as novas capacitações de comunicação e
aprendizagem são complexas e geralmente não encontramos pontos de consenso ou aceitação, pois
representa uma ameaça aos valores e práticas profissionais dos funcionários e dos próprios padrões
culturais. Muitos profissionais desenvolvem resistências as mudanças, optando por permanecer com
seus próprios canais de comunicação e padrões de conduta.
Os gestores tem papel importante ao identificar diferentes subculturas, com o objetivo de
incrementar os mecanismos de comunicação, incentivando a participação e a integração dos
profissionais na busca de uma nova cultura e de um novo aprendizado.
O conhecimento sobre a formação da cultura organizacional, bem como seus conflitos,
formas de comunicação e aprendizagem, são de fundamental importância, pois estes fatores tem
papel significante no desempenho das organizações hospitalares, que é composta não somente pela
estrutura física e tecnológica, mas por processos simbólicos.
Portanto, para que uma organização hospitalar cumpra com efetividade sua missão, é
fundamental que suas ações passem por um planejamento organizado e permanente e sistemático, até
produzir bons resultados, levando em consideração suas metas, valores, crenças, normas, ameaças,
oportunidades e sistemas de comunicação formal e informal.
Os elementos de composição da cultura em organizações hospitalares são diversos: Valores,
crenças, tabus, mitos organizacionais, normas, comunicação formal, comunicação informal, produtos
ou artefatos visíveis.
As organizações hospitalares e seus gerentes são afetados por mudanças. A administração
mudou da prática de técnicas simples de controle administrativo para incorporar novas habilidades e
atitudes na participação descentralizada. Estratégia, criatividade e inovação, habilidades de
comunicação, relacionamento e negociação tornam-se atributos desses profissionais. A importância
da alta administração na definição das funções, missões e metas do hospital ainda é uma parte
inerente do processo de gerenciamento e planejamento organizacional, que retrata incorretamente
possíveis paradoxos entre políticas administrativas e definições estratégicas verticais compartilhadas.
Na maioria das vezes os gestores têm tantas obrigações e acumulam funções que para isto
precisam desenvolver habilidades novas a cada dia. Por isto, é essencial buscar o aperfeiçoamento,
para uma melhor qualidade da gerência, o que culmina em satisfação do cliente. Além da busca por
aperfeiçoamento não podemos esquecer que são fundamentais também a valorização dos
funcionários, a comunicação, elaboração de metas, definição de indicadores, concepção dos planos
operacionais, criatividade e a manipulação e integração de conhecimentos multidisciplinares. Sendo
que de todas estas devemos ressaltar a comunicação, pois esta é uma habilidade no processo de
gestão hospitalar, sendo importante na formação profissional tanto em nível horizontal (entre
profissionais e pacientes), quanto em nível vertical (entre profissionais e gerência).
A comunicação é um dos pilares da aprendizagem para a coordenação cultural pois quanto
mais eficientes os canais de comunicação em um hospital, maior a capacidade de aprendizagem das
culturas internas. Ela faz parte da tríade: comunicação, cultura, coordenação que são essenciais para
a organização hospitalar. A cultura, fala sobre premissas, em uma organização é uma coleção de
valores e seus membros se baseiam nela para pensar e agir. A coordenação na organização hospitalar
é necessária, pois um processo contínuo de melhorias necessita de uma constância de propósito na
coordenação de um esforço contínuo com a qualidade.
Em suma, existem características favoráveis e desfavoráveis para as instituições hospitalares
e vários fatores que influenciam diretamente o resultado a ser alcançado pelo sistema. São
fundamentais entre estes fatores, a comunicação, sendo que a cultura e organização podem ser
influenciados e modificados através de uma comunicação efetiva.
Também muito importante para um desenvolvimento organizacional hospitalar são as cinco
fases de encadeamento lógico, que são: o histórico das organizações, o processo de socialização dos
novos membros, as políticas de recursos humanos, os processos de comunicação e de decisão e a
organização do processo de trabalho.
Neste artigo podemos verificar que a comunicação é a base para ter efetividade na maioria
dos processos de trabalho, porém infelizmente ainda vemos muitos profissionais que tem
dificuldades tanto na comunicação vertical, quanto horizontal e isto acaba sendo prejudicial
principalmente para o paciente, em se tratando de um ambiente hospitalar.

REFERÊNCIA

SENHORAS, Elói Martins. A cultura na organização hospitalar e as políticas culturais de


coordenação de comunicação e aprendizagem. RECIIS – R. Eletr. de Com. Inf. Inov. Saúde. Rio
de Janeiro, v.1, n.1, p.45-55, jan.-jun. 2007

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