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Critérios de Parada
Pelo diagrama de fluxo verifica-se que todos os métodos iterativos para obter zeros de uma função
efetuam um teste do tipo:
xn está suficientemente próximo da raiz exata?
Que tipo de teste efetuar para verificar se xn está suficientemente próximo da raiz exata? Para isto
é preciso entender o significado de raiz aproximada.
Existem duas interpretações para raiz aproximada que nem sempre levam ao mesmo resultado:
x é raiz aproximada com precisão ε se:
i) |x − α| < ε ou ii) |f (x)| < ε.
Como efetuar o teste (i) se não conhecemos a raiz α?
Uma forma é reduzir o intervalo que contém a raiz a cada iteração. Ao se conseguir um intervalo
[a, b] tal que:
α ∈ [a, b] e b − a < ε, então ∀x ∈ [a, b] ⇒ |x − α| < ε.
Portanto, ∀x ∈ [a, b] pode ser tomado como x.
Nem sempre é possível ter as exigências (i) e (ii) satisfeitas simultaneamente. Os gráficos a seguir
ilustram algumas possibilidades:
Os métodos numéricos são desenvolvidos de forma a satisfazer pelo menos um dos três critérios
de parada a seguir.
1o Critério: |f (xn )| ≤ ε
2o Critério: Ea ≤ ε ⇒ |xn+1 − xn | ≤ ε
|xn+1 − xn |
3o Critério: Er ≤ ε ⇒ ≤ε
|xn+1 |
A figura (a) apresenta um problema quando utilizamos o 1o critério para avaliar se um determi-
nado valor está ou não próximo de uma raiz, pois apesar do valor de f (x) estar próximo de zero
percebemos que x ainda está relativamente longe da raiz exata α.
Na figura (b) temos um problema semelhante com o 2o critério, a diferença é que x está próximo
da raiz α, mas f (x) não se aproxima de zero.
Em programas computacionais, além do teste de parada usado para cada método, deve-se ter
o cuidado de estipular um número máximo de iterações para se evitar que o programa entre em
“looping” devido a erros no próprio programa ou à inadequação do método usado para o problema
em questão.
O processo se repete com o novo intervalo até que o valor esteja tão próximo da raiz quanto se
deseja.
Já que conhecemos como o método da bissecção atua, agora vamos ver como esse processo pode
ajudar-nos a refinar um intervalo inicial até que tenhamos a raiz aproximada tão próxima da exata
quanto possível.
Para isso seguimos alguns passos.
a+b
Passo 2: fazer xn = , dividindo [a, b] em dois subintervalos iguais [a, xn ] e [xn , b], se
2
f (a) · f (xn ) < 0, o intervalo que contém a raiz é [a, xn ], caso contrário o intervalo que contém a raiz
é [xn , b].
Para aplicar qualquer método numérico deveremos ter sempre uma ideia sobre a localização da
raiz a ser determinada. Essa localização é obtida, em geral, através do Método Gráfico ou do Método
Analítico. A partir da localização da raiz, escolhemos então x1 como uma aproximação inicial para
a raiz α de f (x) = 0. Com essa aproximação inicial e um método numérico refinamos a solução até
obtê-la com uma determinada precisão (número de casas decimais corretas).
Para obtermos uma raiz com uma determinada precisão ε devemos, durante o processo iterativo,
efetuar um dos três critérios de parada mencionados anteriormente.
b−a
b 0 − a0 =
2
b−a
b−a
b 1 − a1 = 2 =
2 22
b−a
2 b−a
b 2 − a2 = 2 =
2 23
.. .. ..
. . .
b−a
b n − an = n
2
b−a
lim (bn − an ) = lim
n→∞ n→∞ 2n
b−a
lim =0
n→∞ 2n
Assim:
b−a
lim (bn − an ) = lim =0
n→∞ n→∞ 2n
lim (bn − an ) = 0
n→∞
lim bn − lim an = 0
n→∞ n→∞
lim bn = lim an
n→∞ n→∞
lim an = lim bn = α
n→∞ n→∞
Como lim an = lim bn = α e f lim an · f lim bn ≤ 0
n→∞ n→∞ n→∞ n→∞
Provamos que, com certeza, chegaremos à raiz de uma função utilizando o método da bissecção,
mas quantas iterações são necessárias para chegarmos ao resultado esperado? O método da bissecção
nos permite calcular previamente quantas iterações são necessárias para chegar a raiz α com um erro
desejado ε.
Temos a seguinte expressão:
b−a
b n − an = n
2
|b − a|
log ≤ log ε
2n
log(b − a) − log ε
n≥
log 2
Com essa expressão podemos determinar quantas iterações mínimas são necessárias para se
aproximar da raiz α da função conhecendo apenas a tolerância ε e o intervalo inicial.
Considerações Finais
• As iterações não envolvem cálculos laboriosos e tem convergência garantida se f (x) for contí-
nua em [a, b] e se α ∈ [a, b];
• Apesar de teoricamente seguro, o método pode ter falhas. Se ocorrer um erro de arredonda-
mento, mesmo que pequeno, no momento em que a máquina avalia o sinal do ponto médio,
poderemos ter um intervalo que efetivamente não contém uma raiz;
• Pode ser difícil encontrar um intervalo [a, b], tal que f (a) · f (b) < 0, em equações com raízes
de multiplicidade par ou muito próximas;
• A convergência é muito lenta, pois se o intervalo inicial é tal que b − a > ε e se ε for muito
pequeno, o numero de iterações n tende a ser muito grande;
• Deve ser utilizado apenas para diminuir o intervalo que contém a raiz.
Exemplos:
√
3
02) Utilizando o método da bissecção, determinar um valor aproximado para 25, com erro
inferior a 10−3 .
03) Encontre quantas iterações no mínimo são necessárias para que se encontre uma raiz aproxi-
mada da função f (x) = cos(x) + 2sen(x) no intervalo [2, 3] com erro de 0,001 e, em seguida,
determine essa raiz no intervalo considerado.