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RELAÇÕES INTERPESSOAIS
(Notas de aula)
1. Introdução
A introdução aérea, pelas suas peculiaridades, depende em alto grau da interação
instrutor/aluno e da percepção correta dos comportamentos esperados. Como diz David
K. Berbo, “O homem que defende suas mensagens, alegando serem completamente
objetivas, que pede privilégio especial alegando ser contendor imparcial, não pré-
disposto – esse homem deve ser considerado suspeito. Ou é ingênuo na analise das
funções da linguagem, na descrição da realidade física, ou é desonesto na declaração de
seu propósito”.
Com o objetivo de tomar a instrução mais eficaz, veremos nesse capítulo a
necessidade da adequada relação instrutor/aluno, bem como a melhor maneira para
eliminação dos fatores que influenciam de maneira negativa a percepção das atividades
relativas à instrução aérea.
2. Interação Social
A vida atual vem se automatizando de maneira veloz e atordoante, confundindo
pessoas, fazendo a personalidade se ressentir de uma orientação social. A relação
instrutor-aluno vem se arrastando nessa carência de tempo e orientação e a geração que
se forma vê-se na contingência de sofrer as mesmas conseqüências dessas deficiências,
a menos que se busque encontrar uma maneira que venha a corrigir, ou mesmo evitar,
possíveis erros.
O homem é um ser social que, em busca do significado da vida e de orientação,
inevitavelmente encontra problemas de auto-realização. Esta auto-realização como um
indivíduo não depende, como pode sugerir o termo, de uma autocontemplação solitária,
mas basicamente de uma interação com os outros indivíduos. Para nos conhecermos e
podermos ser nós mesmos, precisamos viver e trabalhar com outras pessoas.
Assim sendo, o instrutor de vôo deve estar identificado com os problemas de
auto-realização dos seus alunos, especialmente pelo desafio que a atividade aérea
impõe.
O estudo das interações sociais constitui um passo para a auto-realização e o
conhecimento do ser humano, com suas particularidades e vicissitudes, os fatores
primordiais.
Para que sejam estudadas as relações interpessoais devemos lembrar de dois
fatores de total relevância, que estão sempre presentes: a atitude humana e a interação
social. Praticar uma relação interpessoal é mais que um contato entre pessoas; é uma
atitude, um estado de espírito que deve prevalecer no estabelecimento e/ou na
manutenção dos contatos entre os seres humanos.
O instrutor deve estar condicionado a manter atitudes que ajudem a compreender
as outras pessoas, respeitando a sua personalidade e nunca se esquecendo das diferenças
individuais.
2.5 Altruísmo
O altruísmo é qualquer comportamento cuja finalidade é causar o bem a outrem
sem expectativa de retribuição.
O comportamento altruísta recebe menos atenção e sensacionalismo que os de
agressão e violência; os atos altruístas são igualmente contemporâneos do homem.
Mesmo entre os animais verificam-se comportamentos que podem ser rotulados
como altruístas, por exemplo, os sacrifícios das fêmeas que, em algumas espécies, se
automutilam para propiciar alimento aos seus filhotes.
3. A Percepção
Cada ser humano vive em seu próprio mundo. Esse mundo representa tudo
aquilo de quem tem experiência anterior: o que percebe, sente, pensa e imagina. E o que
percebe, sente e imagina está subordinado ao ambiente físico e social em que vive e a
própria natureza biológica, especialmente ao funcionamento do seu cérebro e seu
sistema nervoso e ambiente físico e social não são exatamente iguais aos de nenhuma
outra pessoa.
Por isso é interessante conhecer um pouco o que vem a ser percepção, e como
ela pode influenciar o processo de interação social.
Perceber é conhecer, através dos sentidos, objetos e situações. É uma forma
restrita de captação de conhecimento: é a interpretação de nossas sensações, que ocorre
segundo referencias individuais.
É influenciada por:
• Seletividade perceptiva
Só percebe um determinado conjunto de estímulos.
• Experiência previa
Estímulos familiares (a familiaridade gera pré-disposição para responder
conseqüência disposição mais rapidamente).para responder
• Condicionamento
Comportamento reforçado (responder o que é esperado). Ex.:
Estol/Potência/Máxima.
• Fatores contemporâneos
Fatos que estão ocorrendo no momento em que leva à identificação mais ao
fenômeno perceptivo rápida. Ex.: Fome/Comida.
• Defesa perceptiva
Bloqueio na conscientização de estímulos emocionalmente perturbadores.
O homem age de acordo com o que percebe, o que pode acarretar, a partir de
uma percepção errônea, prejuízo nas suas ações. Isso se faz sentir mais em trabalho de
grupo, onde se deve tomar cuidado especial, principalmente quando se é líder de um.
A mesma informação pode ser interpretada de várias maneiras; as mesmas
situações de estímulo podem ser recebidas de diferentes modos.
A percepção é um elo importante entre o indivíduo e seus semelhantes. É,
portanto, uma via de informações, mas apenas parcialmente confiável.
Fato
Algo que é percebido ou conhecido. Aspectos de acontecimentos físicos. Alguma parte
de um processo. Entidade que existe na realidade física.
Julgamento
São sentenças que salientam o sentido conotativo. Não dizem muito sobre a realidade
física, dizem-nos muito sobre a realidade social. Não são declarações objetivas sobre a
realidade, são subjetivas.
Suposição
Antecipação de um acontecimento que poderá ser, ou não, posteriormente confirmado.
Boato
Maior importância do assunto – muitos comentários – ambigüidade do assunto
• Forma de deformar a realidade;
• Situações carregadas de emotividade.
O que fazer para minimizar o efeito da subjetividade sobre a percepção?
Antes da emissão de um julgamento, um laudo ou uma opinião, analisar
todas as possibilidades de maneira imparcial.
Não se pautar em impressões, instituições, etc., pois nem sempre a
percepção do estímulo estará isenta de influência.
Conhecer seu próprio padrão de julgamento.
Ouvir outras pessoas, para comparar a sua com outras opiniões.
Ter flexibilidade de pensamento, para poder alterar sua opinião frente a
outros fatos que a contradizem.
Ouvir e expressar pensamentos sem reações emocionais intensas.
Treinar a capacidade de observar objetiva e sistematicamente.
4. A Instrução Aérea
A instrução de vôo continua sendo uma das atividades didáticas mais caras, e
este fator, por si só, já nos leva a uma maximização da atividade. Para tal, faz-se
necessário conhecer o elemento humano e saber como ele interage na sociedade.
O instrutor deve procurar criar, em todos os momento, um clima que favoreça a
tendência e auto-realização dos seus alunos, evitando a dependência e a rejeição. Assim,
cabe a ele ter sempre um comportamento profissional e altruísta.
A observação é sistemática, procurando responder a propósito preestabelecidos,
como por exemplo, um plano de matérias, ou observando o que carece de importância
em determinada situação, é uma maneira eficiente de se eliminarem os erros de
percepção.
Vários instrumentos podem ser utilizados para uma observação sistemática:
anotações, fichas, escalas e quadros de vôo, entre outros.
A interação social desejada na relação instrutor-aluno será baseada no respeito e
na aceitação das diferenças sociais de cada um, visando estabelecer uma situação tal que
as gratificações do processo ensino-aprendizado experimentadas por um resultassem em
benefícios para todos.
Questionário
6. Um determinado instrutor, toda vez que demonstra as manobras de vôo para seus
alunos, apresenta-se apreensivo e sempre procura mostrar que é capaz de fazer melhor.
Pelo estudo das relações interpessoais, pode se dizer que:
a) o instrutor incorre no erro de halo
b) o instrutor tem uma atitude de bom preditor de comportamento
c) está caracterizada uma relação de dependência instrutor/aluno, no aspecto afetivo
d) está caracterizada uma relação de interdependência instrutor/aluno, no aspecto da
competência
13. Para que o expositor transmita seu conteúdo de forma clara, objetiva e precisa,
deverá preparar sua exposição oral na seguinte seqüência:
a) desenvolvimento/objetivo/assunto/conclusão
c) introdução/objetivo/assunto/desenvolvimento/conclusão
b) objetivo/introdução/desenvolvimento/conclusão
d) assunto/objetivo/introdução/desenvolvimento/conclusão
14. Ao se preparar uma aula dentro da técnica aprendida no curso de INVA, devem ser
relacionados, na fase da introdução, os seguintes tópicos:
a) ajudas, apoios, e transições c) atenção, motivação e orientação
b) ajudas, atenção e motivação d) atenção, transições e reorientação
16. Quando um instrutor sente simpatia ou antipatia por um aluno que está sendo
avaliado, ele provavelmente irá cometer uma falha de avaliação, chamado erro de:
a) halo b) padrão c) lógico d) tendência central
17. As escalas de apreciação:
a) substituem com vantagem tanto números quanto adjetivos
b) evitam erros de semântica
c) propiciam graduações corretas em variadas apreciações
d) todas as alternativas estão corretas
18. Qual a técnica didática é caracterizada pela simples exposição oral de um assunto:
a) de ditado b) intelectual c) demonstração d) expositiva
19. Os canais de comunicação que um indivíduo adulto normal usa para aprender têm a
seguinte seqüência crescente de compreensão:
a) olfato, tato, paladar, visão e audição c) olfato, paladar, tato, visão e audição
b) paladar, audição, olfato, tato e visão d) olfato, paladar, tato, audição e visão