Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAMPUS LONDRINA
CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA AMBIENTAL
LONDRINA
2015
1
LONDRINA
2015
2
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Londrina
Coordenação de Engenharia Ambiental
PR
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
TERMO
DE
APROVAÇÃO
____________________________________
Prof. Dr. Aulus Roberto Romão Bineli
(UTFPR)
____________________________________
Prof. Dr. Alexei Lorenzetti Novaes Pinheiro
(UTFPR)
____________________________________
Prof. Dr. Alexandre Sordi
(UTFPR)
Orientador
__________________________________
Profa. Dra. Ligia Flávia Antunes Batista
Responsável pelo TCC do Curso de Eng. Ambiental
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
The present work refers to the control of one of the biggest environmental issues
faced by Brazil: the impropriate disposal of Municipal Solid Waste. The country lands
properly almost 60 per cent of the waste collected in residences, leaving the rest of it
disposed on irregular places, contributing to the environment deterioration. Thus, the
search for solutions that minimize waste disposal become even more challenging.
One alternative to the disposal of MSW is the thermal treatment, which minimizes the
volume of the waste and consequently diminishes the demand for landfill areas. They
also utilize the energetic potential of wastes and recover some chemical and mineral
compounds. Pyrolysis is a process that is currently highlighted due to its huge
potential of transforming wastes into fuels and even feedstock. The process consists
in heating the wastes to temperatures of up to 700°C (depending on its goal) under
an oxygen free atmosphere. These conditions favour the decomposition of the
material to new products: chat, tar and gases, with energetic content varying
between 11 – 35 MJ/kg. Therefore, the work objective is to submit a sample of MSW
to the pyrolysis process to three different temperatures (400°C, 500°C and 600°C)
and evaluate the influence of the temperature in the percentage and composition of
each formed fraction. It was found that as the temperature is increased, the
percentage of gaseous products is also increased, and liquid products decreases.
The solid fraction increased at 500°C and decreased at 600°C. Besides, there are
other factors that also influence the formation of the products, as the lower flow rate
of the nitrogen resulting in a higher permanence of the gases and vapours inside the
reactor, favouring the secondary cracking and the formation of the solid products,
also the permanency of the char on the reactor, contributing as well to the secondary
reactions. Finally, it wasn’t possible to calculate the energetic value of the products
because the data regarding its elementary composition wasn’t complete.
Nevertheless the process was successful conducted, resulting in all of the three
distinct fractions and showing it is possible to treat the MSW by transforming them in
a clean energy source.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa dos municípios com disposição final adequada e inadequada no
Paraná ....................................................................................................................... 18
Figura 2 - Diferença nos processos termoquímicos, de acordo com os produtos
primários e secundários ............................................................................................ 22
Figura 3: Reator de leito fluidizado borbulhante e circular, respectivamente............ 28
Figura 4: Amostras dos tipos de resíduos separadamente: plástico (PEAD), outros
(madeira e tecido), papel (sulfite, papelão, off-set) e matéria orgânica (resto de
frutas) ........................................................................................................................ 32
Figura 5: Amostra do RSU ........................................................................................ 33
Figura 6: Esquema e imagem do Reator .................................................................. 34
Figura 7: Forno elétrico para aquecimento do reator. ............................................... 34
Figura 8: Esquema da planta de pirólise. .................................................................. 36
Figura 9: Esquema da planta de pirólise. .................................................................. 36
Figura 10: Cromatógrafo a gás e bag conectado ao sistema de injeção. ................. 39
Figura 11: Amostras do óleo de pirólise produzido pelo Ensaio 1. ........................... 42
Figura 12: Amostras do óleo de pirólise produzido pelo Ensaio 2. ........................... 42
Figura 13: Amostras do óleo de pirólise produzido pelo Ensaio 3. ........................... 42
Figura 14: Amostras do carvão produzido pelo Ensaio 1.......................................... 44
Figura 15: Amostras do carvão produzido pelo Ensaio 2.......................................... 44
Figura 16: Amostras do carvão produzido pelo Ensaio 3.......................................... 45
Figura 17: Resultados da CG para os produtos gasosos da pirólise pelo Ensaio 1. 46
Figura 18: Resultados da CG para os produtos gasosos da pirólise pelo Ensaio 2. 46
Figura 19: Resultados da CG para os produtos gasosos da pirólise pelo Ensaio 3. 47
Figura 20: Liberação de gases da pirólise de biomassa influenciada pela temperatura
.................................................................................................................................. 48
7
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9
2 OBJETIVOS ................................................................................................... 11
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 11
4 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 12
4.1 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ......................................................................... 12
4.1.1 Composição dos RSU .............................................................................. 12
4.1.2 Tipos de disposição final de RSU ............................................................ 14
4.1.3 Contextualização dos RSU no Brasil ....................................................... 16
4.1.4 Contextualização dos RSU no Estado do Paraná.................................... 17
4.1.5 Problemas ambientais causados pela disposição irregular dos RSU ...... 19
4.3 PROCESSOS TERMOQUÍMICOS ......................................................................... 21
4.3.1 Combustíveis derivados dos resíduos (CDR) .......................................... 23
4.3.2 Pirólise ...................................................................................................... 23
5 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................. 31
5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS .............................. 31
5.2 PROCESSO DE PIRÓLISE DAS AMOSTRAS DE RSU ....................................... 33
5.2.1 Planta de Pirólise ..................................................................................... 33
5.2.2 Realização dos experimentos .................................................................. 36
5.2.3 Caracterização dos produtos da pirólise .................................................. 37
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 40
6.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RSU ............................................................................. 40
6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PRODUTOS DA PIRÓLISE ......................................... 40
6.2.1 Fração líquida........................................................................................... 41
6.2.2 Fração sólida ............................................................................................ 43
6.2.3 Fração gasosa.......................................................................................... 45
6.2.4 Comparações ........................................................................................... 49
7 CONCLUSÃO ................................................................................................ 51
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 53
9
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
4 REFERENCIAL TEÓRICO
Tipo de Resíduo %
Matéria Orgânica 51,4
Metal 2,9
Papel/Papelão/Tetrapak 13,1
Plásticos 13,5
Vidro 2,4
Outros (têxteis, madeira, couro, etc.) 16,7
Total 100
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) (2012).
Adequado
41,74
Inadequado
58,26
1000
800
600
400
ATERRO
SANITÁRIO
200
ATERRO
CONTROLADO
0
LIXÃO
aterros sanitários tanto municipais quanto em consórcios, porém a sua operação não
foi acompanhada apropriadamente, fazendo com que fossem abandonadas ao longo
do ano e transformadas em lixões ou aterros controlados. (PARANÁ, 2013)
Na Figura 1 é representada a destinação final dos RSU nos municípios do
Estado do Paraná no ano de 2012, com 41% dos municípios operando de maneira
incorreta. (PARANÁ, 2013)
Em relação ao peso de RSU, segundo Paraná (2013) de 8.638 toneladas/dia
que foi gerada no ano de 2013 no Estado do Paraná, somente 8.123 toneladas/dia
foi coletada, e dessa quantidade coletada, 70,0% é disposta regularmente em
aterros sanitários, 19,7% em aterros controlados e 10,3% em lixões.
Apesar da média disposta adequadamente ser maior que a do Brasil (70%
no Paraná para 58,26% no Brasil), 30% de RSU dispostos irregularmente (2.437
toneladas/dia) ainda é um valor consideravelmente grande e que causa sérios
prejuízos ao meio ambiente e consequentemente à saúde humana. (ABRELPE,
2014)
Figura 1 - Mapa dos municípios com disposição final adequada e inadequada no Paraná
Aprimora-‐ Gasolina
GaseiKicação
Óleos
mento
Metanol
Combustão
Gases
Síntese
Turbina
a
Amônia
Calor
gás
Eletricidade
Motores
Caldeira
Figura 2 - Diferença nos processos termoquímicos, de acordo com os produtos primários
e secundários
4.3.2 Pirólise
24
baixa (em torno de 400 ºC) numa taxa de aquecimento muito lenta (menor que 5
°C/min, e o tempo de residência no reator pode ser de até alguns dias, fazendo com
que os vapores condensáveis reajam entre si otimizando a produção de carvão.
A pirólise convencional produz parcelas tanto de carvão, bio-óleos e gases.
A temperatura final da pirólise convencional é em torno de 500 a 600ºC, a biomassa
é aquecida numa taxa de aquecimento mais alta que para carbonização, porém
ainda baixa, e o tempo de residência dos vapores no reator varia de 5 a 30 minutos.
Assim, os vapores condensáveis que se formam no reator sofrem reações entre si,
formando o carvão, mas uma parcela do mesmo somado aos vapores não
condensáveis ainda são ejetados, podendo ser resfriados formando o óleo de
pirólise e os gases. (MOHAN et al., 2006)
A pirólise rápida é realizada com o intuito de otimizar a produção de bio-óleo
e gases. Para a produção de bio-óleo a taxa de aquecimento da biomassa é muito
baixa, e a temperatura de pirólise é baixa, não excedendo os 650ºC ou até 1000ºC,
caso deseje-se a produção de gás. O tempo de residência dos vapores no reator é
muito baixo, impossibilitando assim a formação de reações secundárias entre os
vapores condensáveis e aumentando a fração de bio-óleo (BASU, 2010). Chhiti e
Kemiha (2013) afirmam que o processo de pirólise rápida a baixas temperaturas
forma em média de 60% a 75% de bio-óleo, 15% a 25% de carvão e 10% a 20% de
gases não condensáveis.
Todos os processos acima são realizados na presença do nitrogênio,
argônio ou sem nenhum gás mediador. Porém há um outro tipo de processo,
utilizado para aumentar a fração de bio-óleo, onde o gás mediador utilizado é o
hidrogênio. Esse processo é denominado hidro pirólise, onde o hidrogênio se liga
aos fragmentos de radicais livres, estabilizando-os em hidrocarbonetos de baixa
massa molar e aumentando a fração volátil presente no reator, produzindo assim
mais bio-óleo. (BASU, 2010)
A Tabela 2 identifica as características de operação de cada processo de
pirólise, bem como os produtos gerados.
De acordo com o produto que se deseja obter através da pirólise e com as
variáveis que influenciam o processo mencionadas acima, são utilizados diferentes
tipos de reatores. Os mais comuns são os de leito fluidizado borbulhante e circular e
leito fixo, porém alguns outros exemplos como o cone rotativo e reator ablativo
também são utilizados. (BASU, 2010, GOMEZ et al., 2000)
27
Figura 3: Reator de leito fluidizado borbulhante e circular, respectivamente
5 MATERIAIS E MÉTODOS
%mol/mol
H2 CO2 CO CH4 C 2H 4 C 2H 6 C 3H 8 C4H10
Padrão 01 35% 15% 45% 4,5% 0% 0,5% 0% 0%
Padrão 02 6% 51% 15% 11% 5% 3% 4% 5%
Padrão 03 60% 5% 25% 3% 3% 0% 3% 1%
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Parâmetros
Umidade (%) 36,6
Composição Elementar (%m/m)
Carbono 45,33
Hidrogênio 6,33
Nitrogênio 1,22
A fração sólida retirada do reator era composta pelo carvão, juntamente com
a lã de vidro, que se manteve inerte durante o processo. Após retirada do reator, a
amostra foi pesada, separada da lã de vidro e posteriormente e encaminhada à
análise elementar. A Tabela 8 aponta as características do sólido de acordo com as
temperaturas de pirólise. A Figura 14 mostra o carvão produzido pelo Ensaio 1, a
Figura 15 o carvão produzido pelo Ensaio 2 e a Figura 16 o carvão gerado do Ensaio
3.
44
A fração gasosa obtida nos bags foi analisada pelo CG. Os resultados são
mostrados pelas Figuras 17, 18 e 19, que representam o Ensaio 1, 2 e 3,
respectivamente e pela Tabela 9, que representa o Ensaio 3. Pode-se observar que
na análise dos gases do Ensaio 1 e 2 não foram obtidas quantidades significativas
dos gases obtidos da pirólise, o que se pode observar apenas são picos muito
pequenos (intensidade do sinal em pA). Já o Ensaio 3 obteve melhores resultados
na quantificação dos gases, com frações significativas de etileno, etano, butano,
46
metano, CO e H2, como observa-se no gráfico da Figura 22. Há também outros dois
compostos não identificados, um próximo ao butano e outro após o pico do H2, este
último devido à sua quantidade conclui-se que é o N2, utilizado como gás de arraste.
H2
CO2
CO
CH4
C2H4
-‐
C2H6
-‐
C3H8
-‐
C4H10
-‐
N
tot
etileno
etano
propano
butano
n
[mol]
2,05E-‐ 0,00E+00
9,08E-‐ 4,95E-‐ 1,12E-‐ 6,91E-‐ 0,00E+00
0,00E+00
4,65E-‐
07
08
08
07
09
07
Fração
0,441
0,000
0,195
0,107
0,242
0,015
0,000
0,000
1,000
molar
(sem
N2)
6.2.4 Comparações
Além disso, foi realizado o balanço de massa para cada elemento a partir da
análise elementar, através da equação:
A partir dos resultados acima, foi verificado que para o Ensaio 1 o balanço
de massa não foi equivalente à somatória do balanço da massa de cada elemento,
já que não é possível obter 0,78 g de carbono na amostra de um gás que possui
0,34 g de massa, bem como uma massa negativa de hidrogênio.
O Ensaio 2 obteve a massa do gás igual à soma das massas de cada
elemento (C, H, N), entretanto, deve-se considerar que há uma fração de oxigênio e
enxofre ainda presente no RSU diferente de zero, que também deve estar presente
nos produtos.
Por fim, o Ensaio 3 obteve uma massa de gás superior à soma das massas
de cada componente, e como não se conhece a fração do oxigênio, não é possível
fazer um balanço exato.
O não fechamento no balanço de massas pode ter ocorrido devido ao fato
de que o RSU que foi levado para a análise elementar não estava completamente
homogêneo e também pode ter pedido umidade, influenciando nas composições dos
elementos.
51
7 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BASU, Prabir. Biomass Gasification and Pyrolysis: Practical Design and Theory.
Burlington: Ed. Elsevier, 2010.
CHEN, D. et al. Pyrolysis technologies for municipal solid waste: A review. Waste
Management, n. 0, 2014, ISSN 0956-053X.
GOMEZ, Edgardo O., et al. Projeto de pirólise rápida contínua de biomassa com ar
em reator de leito fluidizado atmosférico. In: ENCONTRO DE ENERGIA NO MEIO
RURAL, 3., 2000, Campinas
MISKOLCZI, N.; ATEŞ, F.; BORSODI, N. Comparison of real waste (MSW and
MPW) pyrolysis in batch reactor over different catalysts. Part II: Contaminants, char
and pyrolysis oil properties. Bioresource Technology, v. 144, n. 0, p. 370-379, 2013.
ISSN 0960-8524.
55
RIBEIRO, Túlio. F.; LIMA, Samuel do C. Coleta Seletiva de Lixo Domiciliar - Estudo
de Casos. Caminhos da Geografia, Uberlândia, v. 2, p. 50-69, 2001.
VELGHE, I. et al. Study of the pyrolysis of municipal solid waste for the production of
valuable products. Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, v. 92, p.366 – 375,
2011.
WILLIAMS, Paul. T.; BESLER, Serpil. The influence of temperature and heating rate
on the slow pyrolysis of biomass. Renewable Energy, v. 7, n. 3, p. 233-250, 1996.
YUAN, G. et al. High efficiency chlorine removal from polyvinyl chloride (PVC)
pyrolysis with a gas–liquid fluidized bed reactor. Waste Management, v. 34, n. 6, p.
1045-1050, 2014. ISSN 0956-053X.
57