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SÃO PAULO
2016
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São Paulo
2016
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São Paulo
2016
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradecer a Deus por permitir que pudéssemos concluir este trabalho.
Agradecer a Professora Mestre Patricia de Lourdes Viegas por aceitar a orientação, sempre
presente, muito paciente, estimulada e estimulando o andamento e conclusão deste trabalho.
Aos nossos familiares e amigos, por toda a compreensão e apoio durante este processo.
E um agradecimento mais do que especial para Glaucio Pinto da empresa D&G Apoio e
Projetos Ambientais Ltda, e Jorge Tamura da empresa Devolva Serviços Ambientais Ltda, duas
pessoas fundamentais e de extrema importância para o aperfeiçoamento no conhecimento e na
evolução do assunto.
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RESUMO
O descarte incorreto do poliuretano gera um cenário que ninguém quer ver e estar. Dificulta a
mobilidade urbana, impede a passagem da água provocando alagamentos, inundações e permite
a proliferação de pragas e vetores colocando em risco a saúde humana. Os gastos públicos para
promover a limpeza do descarte incorreto acabam aumentando, enquanto o tempo de vida útil
dos aterros sanitários diminuindo devido ao aumento do volume dos resíduos coletados. Diante
disso, o objetivo deste trabalho é trazer os impactos do descarte incorreto do polímero
poliuretano e apresentar possibilidades de reciclagem e, em especial, apresentar um modelo de
logística reversa para o resíduo deste produto. Literaturas, artigos científicos e pesquisas de
empresas atuantes no mercado em conjunto com uma visita técnica foram utilizadas para este
estudo. Os dados coletados demonstraram que retornar ao setor produtivo na forma de matéria-
prima, produtos em fim de sua vida útil através da logística reversa têm sido fundamentais para
o desenvolvimento econômico, social e ambiental.
ABSTRACT
Incorrect disposal of polyurethane creates a scenario that no one wants to see and be. It hinders
urban mobility, prevents the passage of water causing flooding, and allows the proliferation of
pests and vectors endangering human health. Public expenditures to promote cleanup of the
incorrect disposal end up increasing, while the life-span of the landfills decreases due to the
increase in the volume of collected waste. Therefore, the objective of this work is to bring the
impacts of the incorrect disposal of the polyurethane polymer and present possibilities of
recycling and, in particular, to present a reverse logistics model for the residue of this product.
Literatures, scientific articles and researches of companies operating in the market together with
a technical visit were used for this study. The data collected showed that returning to the
productive sector in the form of raw materials, products at the end of their useful life through
reverse logistics has been fundamental for economic, social and environmental development.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 21
3 POLIURETANO ................................................................................................................. 42
3.1 DADOS ESTATÍSTICOS .................................................................................................. 44
3.2 IMPACTOS DOS RESÍDUOS DE POLIURETANO ...................................................... 46
9 CONCLUSÕES.................................................................................................................... 73
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 75
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1 INTRODUÇÃO
“Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma” (SOUZA, 2017).
Lavoisier, o pai da química moderna, há mais de 200 anos descobriu a Lei de Conservação
das Massas que prova que durante as reações químicas não há criação nem perda de massa, o
que ocorre é a transformação das substancias em outras substâncias.
Por meio da frase de Lavoisier, identifica-se um ciclo, nada é criado, nada é perdido, tudo
é transformado. Isso é a natureza, um ciclo que acontece em perfeita harmonia.
E é nesta sintonia que desenvolvemos este trabalho sobre Logística Reversa – Resíduo
Poliuretano.
Hoje no Brasil 58% dos resíduos sólidos coletados são encaminhados para aterros
sanitários, outros 41% vão para lixões e aterros não controlados (ABRELPE, 2014). Um
verdadeiro despropósito, em especial, quando se já tem leis que obrigam a disposição correta
dos resíduos.
Um dos instrumentos da lei 12.305 é a logística reversa. Segundo Stock (1998), logística
reversa em uma perspectiva de logística de negócios refere-se ao papel da logística no retorno
de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais,
disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura.
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2 RESÍDUOS SÓLIDOS
No dicionário lixo tem como significado aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua, e
se joga fora; entulho. Tudo que não presta e se joga fora. Sujidade, sujeira, imundície. Coisa ou
coisas inúteis, velhas, sem valor. Ralé. (FERREIRA, 1986).
Então resíduo é tudo aquilo que é descartado pelo ser humano, que não tem mais utilidade
para ele naquele momento. Mas, nem tudo que é descartado não tem mais utilidade, sendo útil
de formas variadas fazendo parte de um ciclo integrado.
Portanto existe uma grande diferença entre lixo e resíduos, pois entende-se que o lixo é
tudo aquilo que não existe a menor possibilidade de reutilização e/ou reciclagem, quando o
resíduo quando separado de forma adequada ainda pode ser transformado em outro produto ou
até mesmo no próprio produto descartado (JACOBI, 2011).
Há algumas décadas atrás o “lixo” que era descartado tinha menos impacto sobre o meio
ambiente pela sua característica, mas o mundo ficou mais populoso, veio a industrialização, o
exagero do mercado financeiro em produzir cada vez mais itens de todo tipo para que o
consumo possa ser mais e mais desenfreado trouxe uma grande problemática mundial. O que
fazer com os resíduos sólidos gerados por tudo e por todos?
Como já mencionado, para regulamentar estas operações há no Brasil diversas leis, entre
elas, a Lei n°.11.445, de 2007, Lei Federal do Saneamento Básico e a Lei n°. 12.305, de 2010,
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sendo está um marco divisor de épocas e formas
de praticar o que é gerado das fontes geradoras.
Os resíduos a partir daí têm tomado novas formas de serem vistos, praticados,
arregimentados, trocados, transferidos, reutilizados, formando uma cadeia/ciclo de novos
negócios, fomentando novos mercados no país (CUNHA; FILHO, 2002)
Uma das exigências da lei é que as empresas assumam o retorno dos seus produtos
descartados e deem a adequada destinação final.
Na indústria do consumo, muitos não têm pensado no produto que está sendo colocado
no mercado, no que irá se transformar após o uso, logo existem muitos que ainda não são
passíveis de reciclagem.
Pilhas, lâmpadas fluorescentes e baterias, embora não recicláveis, devem ser coletadas
separadamente e não descartadas com o lixo comum, podem contaminar o meio ambiente em
contato com o solo.
Diz Bidone e Povinelli (1999) que a quantidade de resíduos sólidos per capita é medida
em função da quantidade de resíduos coletados em uma cidade dividido pela população que se
beneficia pelos serviços oferecidos, isto sendo alterado pelo padrão desta sociedade onde a
renda per capita que define o consumo local.
Sendo assim podemos entender que através dos resíduos se tem condições de avaliar a
economia local e até de um país inteiro, o seu apogeu ou crise determinará o que e quanto se
consome.
Percebeu-se que quando as famílias possuem suas rendas aumentadas, elas aumentam o
consumo (NEVES; CROCOMO, 2005).
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Em Campina Grande na Paraíba foi feito um estudo para se avaliar esta relação entre
renda, consumo e geração de resíduos sólidos e foi registrada uma variação bastante grande per
capta em função da renda dos habitantes. A geração por habitantes/dia foi de 665g, numa
variação de 399,5 a 1206,8g por habitante/dia, sendo nas regiões mais pobres os valores
menores e regiões mais ricas as maiores (OLIVEIRA, 2004).
Já a coleta dos resíduos orgânicos fora reduzida pela quantidade adquirida de bens de
consumo duráveis como geladeiras do ano de 1992 para 2009 (BRASIL, 2009).
Faltam políticas nacionais com orientação para o grave problema dos resíduos sólidos,
países como Brasil, México, Colômbia e Chile são os poucos que vem tentando resolver
desenvolvendo políticas para tal necessitando ainda transpor obstáculos difíceis. A segregação
informal nos países latinos tem sido praticada informalmente como fonte de trabalho para uma
população pobre e desempregada, gerando renda e, por conseguinte, desenvolvendo um
trabalho de reciclagem, sendo a Venezuela, Brasil, Colômbia e México países em que alguns
programas de reciclagem têm sido utilizados de forma considerável (SIQUEIRA; MORAES,
2009).
Acima uma base para entender um pouco da geração de resíduos sólidos gerados no País
e nesta percepção o estudo se aprofunda nos impactos causados. O grande impacto observado
não se restringe ao que é descartado, mas no entendimento na diferenciação do que é lixo e dos
resíduos sólidos havendo aí uma dificuldade de entendimento.
Demajorovic (1995) explana que o lixo para ele representa algo ultrapassado na sua forma
de ser representado, mas resíduo solido é algo que tem condições de ser reaproveitado tendo
um valor agregado podendo voltar a cadeia produtiva. Já para Cândido e Silva (2007), o lixo é
algo que não tem mais condições de ser reaproveitado sendo despejado em áreas fora do
perímetro urbano. Salientam estes autores os descartes despropositados em locais irregulares
como lixões a céu aberto causando ao meio ambiente graves consequências.
O formato da condução de como gerenciar resíduos sólidos no Brasil tem passado por
uma evolução forçada onde um conjunto de fatores que levaram a esta evolução se faz
necessário para a condução sustentável daquilo que um dia foi chamado de lixo se transformar
ou ir se transformando em outros produtos retornando em um ciclo produtivo.
A possibilidade disto depende de onde, como, quando e de que forma este gerenciamento
está sendo aplicado.
“Muitos dos sítios das sociedades primitivas no Oriente Próximo são construídos sobre
enormes pilhas de lixo, conhecidas como tells, acumuladas durante séculos” (PONTING,
1995).
A legislação ambiental do Brasil é uma das mais modernas do mundo, incluindo a gestão
de resíduos sólidos urbanos. A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos ocorreu
após muita luta, debates entre legisladores, órgãos governamentais, a sociedade, grupos
empresariais todos envolvidos em chegar a um consenso sobre como tratar o lixo, ou seja, os
resíduos sólidos e fazer de uma forma mais inteligente envolvendo a comunidade de catadores
para participar de uma cadeia onde os resíduos sólidos urbanos podem retornar a cadeia
cumprindo um ciclo e a extinção dos lixões (ADEODATO, 2010).
A PNRS define responsabilidades para cada setor e como compartilha-la definindo seus
papeis em relação aos resíduos sólidos, fazendo-os gerir aquilo que não serve e não pode mais
ser jogado fora e sim inserido numa cadeia de transformação.
No início das atividades de coleta de materiais recicláveis no Brasil ouve uma inovação
no cenário do espaço urbano, onde os catadores viraram protagonistas apoiados por
organizações da sociedade civil, percebendo nesta função a qualidade que vinha seguir para
uma classe então marginalizada, passando a ser uma forma de renda para aqueles que
trabalhavam de forma clandestina sem nenhum suporte e preconceito da população.
O catador por sua vez vem estabelecendo um papel cada vez mais importante no
reconhecimento do seu papel posicionado na forma legal de exercer. Amparados hoje no
Catálogo Brasileiro de Ocupações (CBO) com direitos relacionados à previdência social,
aposentadoria, muitas parcerias entre as associações de catadores órgãos governamentais e
empresas tem melhorado o panorama, mas ainda assim muito tem a fazer para tornar boas estas
relações e fazer realmente funcionar como uma peça em uma engrenagem (CEZAR, 2015).
Percebe-se que o consumidor está com uma consciência mais ecológica, a logística
reversa tem mostrado para as organizações que existe uma vantagem no retorno dos produtos,
um mercado novo e competitivo, “qualquer prática de devolução de produto, do retorno de
embalagens, bem como da compra de materiais recicláveis, para transformá-los novamente em
matéria-prima” (CHAVES, 2009).
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Soluções inovadoras aliadas às ações sustentáveis tendem fazer a diferença neste futuro
que precisa ser recriado.
A logística reversa está definida no Art. 3º, inciso XII da Política Nacional De Resíduos
Sólidos.
Leite (2003), vê na logística reversa dois tipos de devolução, aquele em que o produto
acaba de sair, o pós-venda a logística reversa atuando no sentido do produto ser devolvido com
pouco uso ou nenhum uso, a segunda forma é quando o produto no pós-venda foi usado e
findando sua vida útil ele vai ser descartado na sua primeira vez. Ambos podem novamente
retornarem ao ciclo produtivo, tornando-se o mesmo produto de linha e/ou até mesmo um novo
material oriundo de uma reciclagem. Um ótimo exemplo é o asfalto que leva borracha de pneus,
chamando isso de ciclo aberto, sendo o ciclo fechado quando o produto é similar ao seu original,
por exemplo: latinhas de alumínio sendo feitas com material de outras latinhas.
A logística reversa veio para diminuir a quantidade de resíduos sólidos nos aterros
sanitários e provocar na sociedade uma reflexão importante. O consumo desenfreado precisa
ser visto, mostrado e principalmente as acareações que ele fomenta em toda uma cadeia.
A forma de amenizar é cada um fazendo sua parte segregando seu resíduo pessoal e se
ocupando de repensar o que e quanto usar, logística reversa está atuando lentamente e já mostra
que tem muito futuro, o problema social que eram os catadores de lixo em uma vida insalubre
hoje tem o respeito da sociedade pois forma um pilar dentro desta que será uma das grandes
engenharias do futuro próximo.
Estipular metas com objetivo de inclusão social e garantia de emprego digno até 600 mil
catadores, até o ano de 2014 (BRASIL 2010).
3 POLIURETANO
A origem dos poliuretanos é atribuída ao químico industrial alemão Otto Bayer (1902–
1982), que descobriu a reação quase instantânea de poliadição de isocianatos, polióis entre
outros reagentes.
Outra rota comum de se produzir espumas é pela adição de água a um dos líquidos
precursores do poliuretano antes que sejam misturados. A água então reage com uma porção
do isocianato, dando dióxido de carbono, formando bolhas relativamente uniformes que, com
o endurecimento do polímero, formam uma espuma sólida.
Quanto às espumas, há duas variantes principais: uma na qual a maior parte das "bolhas"
da espuma (células) permanece fechada e o gás, preso nestas bolhas; e outra que são sistemas
que têm, em sua maioria, células abertas, que resultam depois de um estágio crítico no processo
de formação da espuma (se as células não se formam ou se se tornam abertas muito cedo,
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Já o oposto é o caso da maioria das espumas rígidas. Aqui, a retenção do gás nas células
é desejável, já que o tal gás (especialmente os fluorocarbonetos mencionados anteriormente) dá
à espuma sua característica principal: a alta isolação térmica (VILAR, 2017).
Estes rejeitos constituem não apenas os produtos pós-consumo, mas também todo o
resíduo de processos de manufatura, os quais representam mais que 10 % em peso do volume
total de espuma produzido (RIBEIRO; DE PAOLI, 2007)
No que diz respeito à geração de resíduos sólidos, estes de um modo geral, vêm tomando
proporções surpreendentes em função dos hábitos, da “sociedade de consumo”, que olha com
absoluta naturalidade e imparcialidade a substituição de alguns produtos e bens (que poderiam
ser duráveis) como se fossem descartáveis.
Muito se fala que somos a sociedade do lixo, cercados totalmente por ele, mas só
recentemente atentamos para este aspecto de nossa realidade.
Nos últimos 20 anos, a população mundial cresceu menos que o volume de resíduos por
ela gerado. Diante desse contexto surge a necessidade de soluções imediatas para a
problemática do lixo, visando diminuição do impacto ao meio ambiente, diminuindo a
disposição do produto em aterros sanitários conforme demonstra Figura 5.
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Concebe metas importantes que irão cooperar para a eliminação dos lixões e instaurar
instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional, intermunicipal e
metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Ora, os instrumentos da PNRS ajudarão o Brasil a atingir uma das metas do Plano
Nacional sobre Mudança do Clima (BRASIL, 2010)
A PNRS tem como objetivo proteção da saúde pública e da qualidade ambiental, não
geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
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4.2 INSTRUMENTOS
5 LOGÍSTICA REVERSA
A logística reversa garante que haverá o retorno dos produtos após seu consumo,
indicando os mesmos para operações de reuso ou reciclagem conforme Figura 7, criando
sistemas independentes da coleta tradicional, influenciando as decisões das empresas rumo a
redução, antecedendo o processo de reutilização e reciclagem, possibilitando que a sociedade
tenha acesso a uma forma correta e segura de descarte, evitando a disposição dos mesmos em
aterros sanitários.
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As empresas estão cada vez mais preocupadas em incluir a Logística Reversa em suas
estratégias operacionais, pois devido ao aumento da quantidade de produção e de redução do
ciclo de vida de produtos de diferentes naturezas, tem ocasionado um crescimento e impacto
significante na geração de resíduos pós-consumo (LEITE, 2009).
5.1 PÓS-VENDA
Desta forma afirma-se que os bens de pós-venda, são caracterizados por apresentarem
pouco ou nenhum uso, e são devolvidos por razões como erros comerciais, falha no
processamento de pedidos, garantida dada pelo fabricante, avarias no transporte, defeitos ou
falhas de funcionamento, entre outros.
5.2 PÓS-CONSUMO
Bens pós-consumo são os produtos ou materiais constituintes cujo prazo de vida útil
chegou ao fim, sendo assim considerados impróprios para o consumo primário, ou seja, não
podem ser comercializados em canais tradicionais de vendas. No entanto, não quer dizer que
não possam ser reaproveitados. Isso é possível graças à adoção da logística reversa e de seus
canais de distribuição reversos (CDRs).
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Para falar em pós-consumo é preciso antes falar em ciclo de vida ou vida útil de um
produto. A vida útil de um bem é entendida como o tempo decorrido desde a sua produção
original até o momento em que o primeiro possuidor se desembaraça dele.
Assim sendo, um produto ou material torna-se bem de pós-consumo quando sua vida
útil é encerrada e, mesmo assim, ainda pode será aproveitado para algum fim específico.
O retorno desse bem de pós-consumo ao ciclo produtivo constitui a principal preocupação da
logística reversa.
Para a logística o conceito de ciclo de vida do produto vai a partir de sua concepção até
o destino final dado a este produto, seja o descarte, reparo ou reaproveitamento (TRIGUEIRO,
2003).
Com a regulamentação de fechamento dos lixões, teve uma de suas principais ações a
retirada dos catadores informais que exerciam função insalubre e baixa renda, dando-lhes um
local adequado, remuneração melhor e uma perspectiva de futuro melhor para os seus.
As cooperativas possuem sua divisão de cargos e atribuições, para que não só apenas os
diretores tomem decisões perante os processos, mas sim todo o cooperado.
Muito importante ressaltar que a divisão não visa dividir a cooperativa, mas sim
estruturar as áreas, segmentos e habilidades para manter a organização, eficácia e eficiência
operacional, evitando conflitos de interesses e trabalhos paralelos onde somente uma única
pessoal seja o beneficiado (PINHEL, 2013).
Uma das vantagens sempre citadas em relação às cooperativas são os benefícios fiscais,
mas do ponto de vista fiscal, não há diferença entre os impostos que incidem sobre produtos
vendidos por uma cooperativa ou por uma empresa mercantil.
7 RECICLADORA DE RESÍDUO
As recicladoras são empresas que buscam alternativas mais vantajosas para materiais
considerados resíduos, transformando-os em novos insumos ou novos produtos através das
alterações nas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, reintegrando novamente o
produto a cadeia produtiva conforme demonstra a Figura 9, assim reduzem o consumo de
recursos naturais poupando energia e água, diminuindo o volume de resíduo que seria destinado
para aterro, e gerando emprego para milhares de pessoas (BRASIL, 2010).
O primeiro elo significa que o próprio gerador é quem deve realizar a segregação na
própria fonte que produziu.
O segundo elo demonstra o recolhimento dos resíduos no local ao qual o primeiro elo
separou e disponibilizou para coleta, total ou parcialmente separados, em seguida são enviados
para o terceiro elo.
O quinto e último elo pertence as empresas que recebem suas respectivas matérias-
primas provenientes das etapas anteriores para utilização como insumos em seus processos
industriais, tais empresas são denominadas como recicladoras (PINHEL, 2013).
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8 ESTUDO DE CASO
Após convocação pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo através da
Resolução SMA 45, publicada em 24/06/2015, definindo as diretrizes para implementação e
operacionalização da responsabilidade pós-consumo, a empresa X decidiu implantar o sistema
de logística reversa com o intuito de reintegrar os resíduos sólidos de poliuretano ao setor
empresarial para reaproveitamento no ciclo produtivo, além de investir no desenvolvimento, na
fabricação para colocação de produtos no mercado aptos à reutilização, reciclagem ou outra
forma de destinação ambientalmente adequada e cuja fabricação e uso gerem a menor
quantidade de resíduos sólidos possível, conforme demonstra a Figura 11.
O grande desafio da logística reversa encontrado pela empresa foi no custo associado à
operacionalização do sistema em um país de extensão continental e com suas particulares e
complexidades logísticas. Porém um olhar mais atento e consciente a essa questão demonstrou
que o aparente aumento de custo não configura de fato um aumento, mas sim a antecipação de
custos que incorreriam no futuro para remediar o impacto negativo ao meio-ambiente causado
pelo descarte inadequado de resíduos.
Após dois planos de logística reversa aprovados perante Secretarias do Meio Ambiente
dos Estados do Paraná e São Paulo, a empresa X resolveu programar-se para aplicar a
sistemática em todo território brasileiro, porém a responsabilidade perante tais resíduos não é
somente da empresa, ela deve ser compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos através de um
conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas pelos distribuidores e comerciantes,
consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
sólidos, assim reduzindo os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental.
mais apropriado e de fácil logística, para que se possa obter a maximização dos processos
auxiliares ao processo produtivo.
A coleta destes produtos é realizada pelo parceiro cadastrados na região onde ocorre a
geração, que processarão, ou encaminharão para locais onde exista uma tecnologia disponível
para a introdução destes produtos no ciclo produtivo industrial.
Para que o plano de logística reversa tivesse sucesso foi fundamental a participação do
setor público, de maneira a alinhar os procedimentos com o mesmo, esta união fortaleceu e
ampliou o poder de comunicação entre todos os elos da corrente.
Alguns passos precisaram ser seguidos para que pudessem implementar a logística
reversa em suas estratégias de reutilização, recondicionamento e ou reciclagem sustentável.
O segundo passo determinou o que fazer com os produtos devolvidos com base nas
condições em que o produto se encontra, se ele ainda está funcional e pode ser remontado,
reparado ou recondicionado para voltar à venda.
O quinto e último passo também foi estabelecer processos, de forma que pudesse
destinar produtos/peças devolvido, para aqueles materiais no final da vida útil e ou fora de
especificação/vencidos e que não podem mais ser reutilizados ou reciclados.
Através desse novo conceito, a logística reversa simplesmente veio com o intuito de
imitar o caráter cíclico da vida, em que nada é desperdiçado e tudo é reutilizado, pois ao invés
de apenas extrair, produzir e descartar (modelo insustentável que a humanidade vem adotando
desde a Revolução Industrial), logística reversa é pensar de maneira circular e próspera, como
a natureza.
Desde os primórdios da vida na Terra, os seres vivos nascem, crescem, morrem e viram
nutrientes para o solo, num ciclo de harmonia interminável, assim como os restos de uma
espécie servem de comida para outra, a sobra de uma indústria pode ser recurso para outro ciclo
produtivo, por isso a logística reversa não pode funcionar apenas por iniciativa de uma única
empresa pois depende de todo o sistema de produção e consumo trabalhando junto
consumidores, fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes, poder público.
Foi a primeira e por enquanto única empresa da cadeia do poliuretano no País a aprovar
junto ao poder público planos de reversão para as matérias-primas que comercializa. Paraná e
São Paulo são os primeiros Estados a dispor da criatividade da empresa X para repensar o
amanhã.
Muito mais que uma empresa química, uma plataforma de soluções competitivas e
ecológicas em poliuretano, oferecendo aos transformadores não apenas matéria-prima mas todo
um estudo de viabilidade do ciclo de vida do produto ou serviço, caso a caso, indicando ou
desenvolvendo a tecnologia de reversão adequada a cada tipo de resíduo pós-venda ou pós-
consumo.
o transformador não fica vinculado a adquirir matéria-prima, pois ele compra por ser mais
vantajoso, não porque é obrigado.
Figura 13 Tachões.
Origem a colchão com base resíduo de poliuretano aglomerada conforme Figura 15,
entre outros.
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6 CONCLUSÕES
O conteúdo deste trabalho tomou como base trazer os impactos do descarte incorreto de
resíduos sólidos, em especial o poliuretano, apresentar possibilidades de reciclagem e
demonstrar modelo de logística reversa do poliuretano e a evolução obtida pela empresa X ao
implantar tal sistemática.
Com esse foco, a empresa X obteve não só a redução da geração através de novas
tecnologias ou novos procedimentos, mas também pôde realizar estudos de novas destinações
para os resíduos de poliuretano, de modo a diminuir custos, tempo de transporte para descarte,
e numa tentativa de gerar retorno financeiro de acordo com os novos destinos, cujo um resíduo
que, atualmente é destinado ao descarte, pode ser encaminhado para reciclagem, gerando
retorno financeiro para a empresa.
REFERÊNCIAS
ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. São Paulo: Grappa Editora e
Comunicação, 2011.
ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. São Paulo: Grappa Editora e
Comunicação, 2014.
BESEN, G. R. et al. Resíduos sólidos: vulnerabilidades e perspectivas. São Paulo: Libris, 2010.
BRASIL. BRASÍLIA. Lei nº 11.445 de 5 de Janeiro de 2007. Publicação DOU, de 8. jan. 2007.
LEITE, P. R. Logística Reversa. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
SIQUEIRA, M.M.; MORAES, M.S. Saúde coletiva: resíduos sólidos urbanos e os catadores de
lixo. Rio de Janeiro, 2009.