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FACULDADE DE TECNOLOGIA OSWALDO CRUZ

CURSO TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

ANA PAULA THOMAZELLI FERREIRA


CARLA HELENA OLDEMBURG
RENATA TAVARES

LOGÍSTICA REVERSA – RESÍDUO DE POLIURETANO

SÃO PAULO
2016
1

ANA PAULA THOMAZELLI FERREIRA


CARLA HELENA OLDEMBURG
RENATA TAVARES

LOGÍSTICA REVERSA – RESÍDUO DE POLIURETANO

Trabalho de Conclusão apresentado à Faculdades


Oswaldo Cruz como parte dos requisitos exigidos
para conclusão do Módulo em Tecnologia de
Gestão Ambiental.

Orientadora: MSc. Patrícia de Lourdes Viegas

São Paulo
2016
2

ANA PAULA THOMAZELLI FERREIRA


CARLA HELENA OLDEMBURG
RENATA TAVARES

LOGÍSTICA REVERSA – RESÍDUO DE POLIURETANO

Trabalho de Conclusão apresentado à Faculdades


Oswaldo Cruz como parte dos requisitos exigidos
para conclusão do Módulo em Tecnologia de
Gestão Ambiental.

Trabalho aprovado em 13, de Dezembro de 2016.

Prof. MSc. Patricia de Lourdes Viegas


Faculdade de Tecnologia Oswaldo Cruz

Prof. Especialista Julio Cesar Zanzini de Siqueira


Faculdade de Tecnologia Oswaldo Cruz

Prof. Dr. Gilson Alves Quinaglia


Faculdade de Tecnologia Oswaldo Cruz

São Paulo
2016
3

Dedicamos este TCM (Trabalho de Conclusão de


Módulo) a todas as pessoas que apoiaram a conclusão deste
trabalho, em especial cada integrante do grupo, por toda a
determinação, paciência, e coragem empenhada no desafio
do tema escolhido. Desejamos muito sucesso a todos!
4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecer a Deus por permitir que pudéssemos concluir este trabalho.

Agradecer a Professora Mestre Patricia de Lourdes Viegas por aceitar a orientação, sempre
presente, muito paciente, estimulada e estimulando o andamento e conclusão deste trabalho.

A todos os colaboradores das empresas envolvidas neste trabalho, por disponibilizarem


informações sobre a funcionalidade dos processos, capacitando todos do grupo para evoluir
com os estudos e pesquisas voltados ao tema referido, enriquecendo o conteúdo.

Aos nossos familiares e amigos, por toda a compreensão e apoio durante este processo.

E um agradecimento mais do que especial para Glaucio Pinto da empresa D&G Apoio e
Projetos Ambientais Ltda, e Jorge Tamura da empresa Devolva Serviços Ambientais Ltda, duas
pessoas fundamentais e de extrema importância para o aperfeiçoamento no conhecimento e na
evolução do assunto.
5

Tudo é considerado impossível, até acontecer.


Nelson Mandela
6

RESUMO

O descarte incorreto do poliuretano gera um cenário que ninguém quer ver e estar. Dificulta a
mobilidade urbana, impede a passagem da água provocando alagamentos, inundações e permite
a proliferação de pragas e vetores colocando em risco a saúde humana. Os gastos públicos para
promover a limpeza do descarte incorreto acabam aumentando, enquanto o tempo de vida útil
dos aterros sanitários diminuindo devido ao aumento do volume dos resíduos coletados. Diante
disso, o objetivo deste trabalho é trazer os impactos do descarte incorreto do polímero
poliuretano e apresentar possibilidades de reciclagem e, em especial, apresentar um modelo de
logística reversa para o resíduo deste produto. Literaturas, artigos científicos e pesquisas de
empresas atuantes no mercado em conjunto com uma visita técnica foram utilizadas para este
estudo. Os dados coletados demonstraram que retornar ao setor produtivo na forma de matéria-
prima, produtos em fim de sua vida útil através da logística reversa têm sido fundamentais para
o desenvolvimento econômico, social e ambiental.

Palavras chaves: Resíduo. Poliuretano. Reciclagem. Logística Reversa.


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ABSTRACT

Incorrect disposal of polyurethane creates a scenario that no one wants to see and be. It hinders
urban mobility, prevents the passage of water causing flooding, and allows the proliferation of
pests and vectors endangering human health. Public expenditures to promote cleanup of the
incorrect disposal end up increasing, while the life-span of the landfills decreases due to the
increase in the volume of collected waste. Therefore, the objective of this work is to bring the
impacts of the incorrect disposal of the polyurethane polymer and present possibilities of
recycling and, in particular, to present a reverse logistics model for the residue of this product.
Literatures, scientific articles and researches of companies operating in the market together with
a technical visit were used for this study. The data collected showed that returning to the
productive sector in the form of raw materials, products at the end of their useful life through
reverse logistics has been fundamental for economic, social and environmental development.

Keywords. Residue. Polyurethane. Recycling. Reverse Logistic.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Espuma flexível ........................................................................................................ 23


Figura 2 Espuma rígida ........................................................................................................... 23
Figura 3 Destinação inadequada de poliuretano em zona rural ............................................... 24
Figura 4 Destinação inadequada de poliuretano em área metropolitana ................................. 25
Figura 5 Aterro sanitário ......................................................................................................... 25
Figura 6 Poluição e lixo........................................................................................................... 26
Figura 7 Operação reversa ....................................................................................................... 31
Figura 8 Cooperativa de reciclagem de resíduo ...................................................................... 35
Figura 9 Reciclagem de produto pós-consumo ....................................................................... 37
Figura 10 Conjunto de operações ............................................................................................ 38
Figura 11 Ciclo de logística reversa ........................................................................................ 39
Figura 12 Logística reversa de pós-consumo .......................................................................... 41
Figura 13 Tachões ................................................................................................................... 47
Figura 14 Piso drenante ........................................................................................................... 48
Figura 15 Colchão com base de Resíduo de poliuretano ........................................................ 49
9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Quantidade de RSU coletados por regiões e Brasil........................................ 15


Quadro 2 Tipos de responsabilidades............................................................................. 31
Quadro 3 Benefícios sociais da logística reversa na empresa........................................ 45
Quadro 4 Benefícios econômicos da logística reversa na empresa................................ 45
10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 21

2 RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................................................ 24


2.1 PRODUTOS NÃO RECICLÁVEIS .................................................................................. 26
2.2 CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS .................................................................................. 28
2.3 IMPACTOS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ....................................................................... 31
2.4 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS .............................................................................. 34

3 POLIURETANO ................................................................................................................. 42
3.1 DADOS ESTATÍSTICOS .................................................................................................. 44
3.2 IMPACTOS DOS RESÍDUOS DE POLIURETANO ...................................................... 46

4 POLITICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ...................................................... 49


4.1 PRINCIPIOS E OBJETIVOS ............................................................................................ 49
4.2 INSTRUMENTOS ............................................................................................................ 50

5 LOGÍSTICA REVERSA .................................................................................................... 52


5.1 PÓS-VENDA .................................................................................................................... 54
5.2 PÓS-CONSUMO .............................................................................................................. 55

6 COOPERATIVA DE RECICLAGEM DE RESÍDUO .................................................... 57


6.1 COOPERATIVA ............................................................................................................... 58
6.2 COBRANÇA LEGAL DO INCENTIVO AS COOPERATIVAS .................................... 58

7 RECICLADORA DE RESÍDUO ....................................................................................... 60

8 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 62

9 CONCLUSÕES.................................................................................................................... 73

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 75
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1 INTRODUÇÃO

“Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma” (SOUZA, 2017).

Lavoisier, o pai da química moderna, há mais de 200 anos descobriu a Lei de Conservação
das Massas que prova que durante as reações químicas não há criação nem perda de massa, o
que ocorre é a transformação das substancias em outras substâncias.

Por meio da frase de Lavoisier, identifica-se um ciclo, nada é criado, nada é perdido, tudo
é transformado. Isso é a natureza, um ciclo que acontece em perfeita harmonia.

E é nesta sintonia que desenvolvemos este trabalho sobre Logística Reversa – Resíduo
Poliuretano.

Hoje no Brasil 58% dos resíduos sólidos coletados são encaminhados para aterros
sanitários, outros 41% vão para lixões e aterros não controlados (ABRELPE, 2014). Um
verdadeiro despropósito, em especial, quando se já tem leis que obrigam a disposição correta
dos resíduos.

Além do destino inadequado, outras problemáticas relacionadas a resíduos são a falta


de investimento das empresas no desenvolvimento de produtos passíveis de reciclagem ou no
desenvolvimento de tecnologias para a reciclagem destes produtos.

Atualmente, o Brasil conta com todo um aparato legal focado em resíduos, se


empregado corretamente, possibilita o resgate da capacidade de planejamento e de gestão mais
eficiente dos serviços públicos de saneamento básico, fundamental para a promoção de um
ambiente mais saudável, com menos riscos à população (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE; ICLEI, 2012).

Um dos instrumentos da lei 12.305 é a logística reversa. Segundo Stock (1998), logística
reversa em uma perspectiva de logística de negócios refere-se ao papel da logística no retorno
de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais,
disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura.
12

A logística reversa é um processo de planejamento que controla o fluxo do pós-consumo


e o pós-venda, numa cadeia de informações do ponto de consumo ao ponto de origem
proporcionando condições corretas de descarte principalmente recuperando valor em trocas.

Sob o conceito de desenvolvimento sustentável a logística reversa permite que o resíduo


de uma empresa, transforme-se em matéria-prima para outra, fomentando-se assim a reciclagem
e aquecendo um novo interessante e promissor mercado. Assim, ganham-se catadores, com
melhor renda e condições de trabalhos em cooperativas de reciclagem e ganham-se empresas
que destinam corretamente seus resíduos e outras que utilizam estes como matérias-primas de
seus processos.

O objetivo deste trabalho é trazer os impactos do descarte incorreto do polímero


poliuretano e apresentar possibilidades de reciclagem e, em especial, apresentar um modelo de
logística reversa para o resíduo deste produto.

Neste trabalho pesquisas em artigos, livros e pesquisa de campo são o mote


desenvolvedor para argumentos defendendo a assertiva logística empregada de forma a reverter
produtos impactantes em uma cadeia, gerando mais produtos, livrando o meio ambiente seus
atos poluidores tornando-os base de outros produtos, na tentativa de provar que é exequível
(LIVA, et al., 2017).
13

2 RESÍDUOS SÓLIDOS

No dicionário lixo tem como significado aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua, e
se joga fora; entulho. Tudo que não presta e se joga fora. Sujidade, sujeira, imundície. Coisa ou
coisas inúteis, velhas, sem valor. Ralé. (FERREIRA, 1986).

Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem


industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam
incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004).

Então resíduo é tudo aquilo que é descartado pelo ser humano, que não tem mais utilidade
para ele naquele momento. Mas, nem tudo que é descartado não tem mais utilidade, sendo útil
de formas variadas fazendo parte de um ciclo integrado.

Portanto existe uma grande diferença entre lixo e resíduos, pois entende-se que o lixo é
tudo aquilo que não existe a menor possibilidade de reutilização e/ou reciclagem, quando o
resíduo quando separado de forma adequada ainda pode ser transformado em outro produto ou
até mesmo no próprio produto descartado (JACOBI, 2011).

Há algumas décadas atrás o “lixo” que era descartado tinha menos impacto sobre o meio
ambiente pela sua característica, mas o mundo ficou mais populoso, veio a industrialização, o
exagero do mercado financeiro em produzir cada vez mais itens de todo tipo para que o
consumo possa ser mais e mais desenfreado trouxe uma grande problemática mundial. O que
fazer com os resíduos sólidos gerados por tudo e por todos?

A constituição da República Federativa do Brasil assegura em seu artigo 225 que os


cidadãos brasileiros possuem o direito de um meio ambiente ecologicamente equilibrado, é uma
responsabilidade do setor público prover um ambiente saudável, contudo o cidadão tem sua
parcela de responsabilidade nesta preservação (BRASIL, 1988).
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2.1 CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS

Desde a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabeleceram-se prioridades a uma


gestão responsável dentro da sustentabilidade na administração de resíduos sólidos, onde a
atuação de governos em parceria com indústrias, comercio e sociedade como um todo na
necessidade de envolvimento para a redução, reaproveitamento, reutilização, reciclagem,
envolvendo catadores e associações.

A gestão e a disposição inadequada dos resíduos sólidos causam impactos sócio


ambientais, tais como degradação do solo, comprometimento dos corpos d’agua e mananciais,
intensificação de enchentes contribuição para a poluição do ar e proliferação de vetores de
importância sanitária nos centros urbanos e catação em condições insalubres nas ruas e nas
áreas de disposição final (BESEN et al., 2010).

De acordo com Jacobi e Besen (2006), as diversas composições, naturezas, origens,


condições de resíduos sólidos pedem uma gestão diferenciada e responsabilidades para cada
qual, seja na condição de coleta, modo de operação das mesmas e tratamento adequado.

Como já mencionado, para regulamentar estas operações há no Brasil diversas leis, entre
elas, a Lei n°.11.445, de 2007, Lei Federal do Saneamento Básico e a Lei n°. 12.305, de 2010,
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sendo está um marco divisor de épocas e formas
de praticar o que é gerado das fontes geradoras.

Os resíduos a partir daí têm tomado novas formas de serem vistos, praticados,
arregimentados, trocados, transferidos, reutilizados, formando uma cadeia/ciclo de novos
negócios, fomentando novos mercados no país (CUNHA; FILHO, 2002)

Os resíduos podem ser classificados quanto a periculosidade, características físicas,


composição química, origem, etc.

Uma das classificações mais comumente utilizadas no contexto industrial é quanto a


periculosidade. Segundo a ABNT NBR 10.004:2004, os resíduos podem ser classificados como
perigosos (Classe I) e não perigosos (Classe II).
15

No Quadro 1 a seguir podemos verificar a quantidade de resíduos sólidos urbanos


coletados por regiões e brasil.

A classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes


deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes
com listagens de resíduos e substancias cujo impacto e ao meio ambiente é conhecido
(ABNT, 2004).

Quadro 1 Quantidade de RSU Coletado por Regiões e Brasil.


REGIÕES 2013 RSU Total (t/dia) RSU Total (t/dia)

Norte 12.178 12.458

Nordeste 41.820 43.330

Centro-Oeste 15.480 15826

Sudeste 99.19 102.572

Sul 20.622 21.047

BRASIL 189.219 195.233

Fonte: ABRELPE, 2011

2.2 PRODUTOS NÃO RECICLÁVEIS

Segundo dados da ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas De Limpeza Pública


e Resíduos Especiais), no ano de 2012, 40% da população brasileira deu destino impróprio aos
seus resíduos sólidos, isso quer dizer que 24 milhões de toneladas de lixo, tiveram um descarte
incorreto em aterros ou lixões.

A agressão gerada ao meio ambiente proveniente desta falta de gerenciamento de resíduo


e capacidade de estruturá-lo tem gerado muitos prejuízos a toda uma cadeia, por isso desde 12
agosto de 2010, pela Lei 12.305/10, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
definindo objetivos, princípios, diretrizes a gestão e gerenciamento destes resíduos, incluindo
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os perigosos em todo o território Nacional, introduzindo o conceito da responsabilidade


compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

Uma das exigências da lei é que as empresas assumam o retorno dos seus produtos
descartados e deem a adequada destinação final.

Na indústria do consumo, muitos não têm pensado no produto que está sendo colocado
no mercado, no que irá se transformar após o uso, logo existem muitos que ainda não são
passíveis de reciclagem.

Poliestireno expandido, comumente chamado de isopor, pode ser reciclado. Porém,


muitas empresas que trabalham com reciclagem rejeitam este material em função do baixo
retorno financeiro que representa.

Pilhas, lâmpadas fluorescentes e baterias, embora não recicláveis, devem ser coletadas
separadamente e não descartadas com o lixo comum, podem contaminar o meio ambiente em
contato com o solo.

2.3 IMPACTOS DOS RESÍDOS SÓLIDOS

Diz Bidone e Povinelli (1999) que a quantidade de resíduos sólidos per capita é medida
em função da quantidade de resíduos coletados em uma cidade dividido pela população que se
beneficia pelos serviços oferecidos, isto sendo alterado pelo padrão desta sociedade onde a
renda per capita que define o consumo local.

Sendo assim podemos entender que através dos resíduos se tem condições de avaliar a
economia local e até de um país inteiro, o seu apogeu ou crise determinará o que e quanto se
consome.

Percebeu-se que quando as famílias possuem suas rendas aumentadas, elas aumentam o
consumo (NEVES; CROCOMO, 2005).
17

Em Campina Grande na Paraíba foi feito um estudo para se avaliar esta relação entre
renda, consumo e geração de resíduos sólidos e foi registrada uma variação bastante grande per
capta em função da renda dos habitantes. A geração por habitantes/dia foi de 665g, numa
variação de 399,5 a 1206,8g por habitante/dia, sendo nas regiões mais pobres os valores
menores e regiões mais ricas as maiores (OLIVEIRA, 2004).

Já a coleta dos resíduos orgânicos fora reduzida pela quantidade adquirida de bens de
consumo duráveis como geladeiras do ano de 1992 para 2009 (BRASIL, 2009).

Faltam políticas nacionais com orientação para o grave problema dos resíduos sólidos,
países como Brasil, México, Colômbia e Chile são os poucos que vem tentando resolver
desenvolvendo políticas para tal necessitando ainda transpor obstáculos difíceis. A segregação
informal nos países latinos tem sido praticada informalmente como fonte de trabalho para uma
população pobre e desempregada, gerando renda e, por conseguinte, desenvolvendo um
trabalho de reciclagem, sendo a Venezuela, Brasil, Colômbia e México países em que alguns
programas de reciclagem têm sido utilizados de forma considerável (SIQUEIRA; MORAES,
2009).

Acima uma base para entender um pouco da geração de resíduos sólidos gerados no País
e nesta percepção o estudo se aprofunda nos impactos causados. O grande impacto observado
não se restringe ao que é descartado, mas no entendimento na diferenciação do que é lixo e dos
resíduos sólidos havendo aí uma dificuldade de entendimento.

Demajorovic (1995) explana que o lixo para ele representa algo ultrapassado na sua forma
de ser representado, mas resíduo solido é algo que tem condições de ser reaproveitado tendo
um valor agregado podendo voltar a cadeia produtiva. Já para Cândido e Silva (2007), o lixo é
algo que não tem mais condições de ser reaproveitado sendo despejado em áreas fora do
perímetro urbano. Salientam estes autores os descartes despropositados em locais irregulares
como lixões a céu aberto causando ao meio ambiente graves consequências.

Gestores públicos tem por obrigação e responsabilidade a construção de aterros sanitários,


O governo trazer diretrizes criando vias institucionais fazendo estado e sociedade participarem
desta construção e implementação das políticas públicas no envolvimento no setor (DAGNINO;
TATAGIBA, 2007).
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A ABRELPE (2011) sinalizou demonstrando que o crescimento desordenado, a ausência


eficaz de algumas políticas públicas vem fortalecendo o crescimento e produção dos resíduos
sólidos registrando no ano de 2010 para 2011 um acréscimo de 1,8% de aumento da geração
dos resíduos, sendo esta taxa superior a taxa de crescimento populacional urbano.

2.4 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS

O formato da condução de como gerenciar resíduos sólidos no Brasil tem passado por
uma evolução forçada onde um conjunto de fatores que levaram a esta evolução se faz
necessário para a condução sustentável daquilo que um dia foi chamado de lixo se transformar
ou ir se transformando em outros produtos retornando em um ciclo produtivo.

A possibilidade disto depende de onde, como, quando e de que forma este gerenciamento
está sendo aplicado.

Muitos estudos como rudologia, garbolologia, lixologia aprofundam-se no tema para


talvez ou com certeza entender, provocar, mensurar, detalhar esse que é a problemática
mundial.

“Muitos dos sítios das sociedades primitivas no Oriente Próximo são construídos sobre
enormes pilhas de lixo, conhecidas como tells, acumuladas durante séculos” (PONTING,
1995).

Muito se encontra nos lixos encontrados nos sítios arqueológicos, cerâmicas,


instrumentos antigos, são facilitadores para caracterizar modus vivendi de civilizações antigas
assim como os coprólitos (fóssil de fezes), plantas, animais, ossos, remanescentes carbonizados
são informações uteis sobre como viviam estas civilizações e seus costumes diários, uteis para
o quebra-cabeça da história do mundo. E é exatamente em como o lixo ou resíduos sólidos tem
sido gerado, tratado, e usado que a busca para sua evolução se faz necessário e a gestão deste
se faz cada vez mais necessária provocando as vidas que essa cadeia ainda tem pela frente
(PONTING, 1995).
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A legislação ambiental do Brasil é uma das mais modernas do mundo, incluindo a gestão
de resíduos sólidos urbanos. A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos ocorreu
após muita luta, debates entre legisladores, órgãos governamentais, a sociedade, grupos
empresariais todos envolvidos em chegar a um consenso sobre como tratar o lixo, ou seja, os
resíduos sólidos e fazer de uma forma mais inteligente envolvendo a comunidade de catadores
para participar de uma cadeia onde os resíduos sólidos urbanos podem retornar a cadeia
cumprindo um ciclo e a extinção dos lixões (ADEODATO, 2010).

Contudo vontades colocadas de lado a realidade e pratica é o que existe no momento e


esta meta não foi alcançada em 2014 assim como outras ações de aprimoramento da gestão dos
resíduos sólidos.

A PNRS define responsabilidades para cada setor e como compartilha-la definindo seus
papeis em relação aos resíduos sólidos, fazendo-os gerir aquilo que não serve e não pode mais
ser jogado fora e sim inserido numa cadeia de transformação.

No início das atividades de coleta de materiais recicláveis no Brasil ouve uma inovação
no cenário do espaço urbano, onde os catadores viraram protagonistas apoiados por
organizações da sociedade civil, percebendo nesta função a qualidade que vinha seguir para
uma classe então marginalizada, passando a ser uma forma de renda para aqueles que
trabalhavam de forma clandestina sem nenhum suporte e preconceito da população.

O catador por sua vez vem estabelecendo um papel cada vez mais importante no
reconhecimento do seu papel posicionado na forma legal de exercer. Amparados hoje no
Catálogo Brasileiro de Ocupações (CBO) com direitos relacionados à previdência social,
aposentadoria, muitas parcerias entre as associações de catadores órgãos governamentais e
empresas tem melhorado o panorama, mas ainda assim muito tem a fazer para tornar boas estas
relações e fazer realmente funcionar como uma peça em uma engrenagem (CEZAR, 2015).

Percebe-se que o consumidor está com uma consciência mais ecológica, a logística
reversa tem mostrado para as organizações que existe uma vantagem no retorno dos produtos,
um mercado novo e competitivo, “qualquer prática de devolução de produto, do retorno de
embalagens, bem como da compra de materiais recicláveis, para transformá-los novamente em
matéria-prima” (CHAVES, 2009).
20

A Lei n. 12.305/10 define que os produtores comerciantes, importadores são responsáveis


pelos impactos causados pela: produção, pelo descarte do seu resíduo, transporte, consumo, e a
destinação destes de forma ambientalmente correta.

Em relação ao gerenciamento de resíduos sólidos, a PNRS, no art. 3º, caput, inciso X,


define-o como um conjunto de ações que agem de forma direta ou indiretamente, em etapas
como coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente correta do
resíduo sólido e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com o plano
de gerenciamento de resíduo solido e plano de municipal de gestão integrada de resíduo sólidos.

A Política Nacional de Resíduos sólidos vem provocando uma maior consciência e


reflexões na sociedade sobre o que se tem feito em relação aos assuntos resíduos sólidos, o
desperdício é visto hoje como falta de educação e rechaçado por uma sociedade que não atura
a falta de educação pressionando o país a melhorar, assim como cuidado com os recursos
naturais respeitando o que há muito vem sendo desrespeitada a vida.

Soluções inovadoras aliadas às ações sustentáveis tendem fazer a diferença neste futuro
que precisa ser recriado.

A logística reversa está definida no Art. 3º, inciso XII da Política Nacional De Resíduos
Sólidos.

O instrumento de desenvolvimento económico e social caracterizado pelo conjunto de


ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em
outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada
(BRASIL, 2010).

Para Stock (1998), a Logística Reversa vai de encontro à distribuição convencional em


uma gestão conjunta modificando o fluxo tornando-o adequado, valorizando o produto
reinserindo-o novamente ao mercado através de redução na fonte, disposição adequada de
21

resíduo, reciclagem, remanufatura, substituição de materiais possibilitando o descarte adequado


logo seu reuso.

Leite (2003), vê na logística reversa dois tipos de devolução, aquele em que o produto
acaba de sair, o pós-venda a logística reversa atuando no sentido do produto ser devolvido com
pouco uso ou nenhum uso, a segunda forma é quando o produto no pós-venda foi usado e
findando sua vida útil ele vai ser descartado na sua primeira vez. Ambos podem novamente
retornarem ao ciclo produtivo, tornando-se o mesmo produto de linha e/ou até mesmo um novo
material oriundo de uma reciclagem. Um ótimo exemplo é o asfalto que leva borracha de pneus,
chamando isso de ciclo aberto, sendo o ciclo fechado quando o produto é similar ao seu original,
por exemplo: latinhas de alumínio sendo feitas com material de outras latinhas.

A logística reversa veio para diminuir a quantidade de resíduos sólidos nos aterros
sanitários e provocar na sociedade uma reflexão importante. O consumo desenfreado precisa
ser visto, mostrado e principalmente as acareações que ele fomenta em toda uma cadeia.

A forma de amenizar é cada um fazendo sua parte segregando seu resíduo pessoal e se
ocupando de repensar o que e quanto usar, logística reversa está atuando lentamente e já mostra
que tem muito futuro, o problema social que eram os catadores de lixo em uma vida insalubre
hoje tem o respeito da sociedade pois forma um pilar dentro desta que será uma das grandes
engenharias do futuro próximo.

Estipular metas com objetivo de inclusão social e garantia de emprego digno até 600 mil
catadores, até o ano de 2014 (BRASIL 2010).

A consciência maior é ambiental e sustentável, porque os problemas grandes são com a


redução dos recursos aliada a esta tendência cada vez maior ao consumo, por isso de tais leis e
a provocação de uma consciência ambiental maior (MOTA, 2015).
22

3 POLIURETANO

No automóvel, em casa e no escritório, nos sapatos e nas roupas, na cadeia do frio e


onde a imaginação permitir, as espumas de poliuretano dão um banho de competência e
utilidade (ABIQUIM, S/d).

A origem dos poliuretanos é atribuída ao químico industrial alemão Otto Bayer (1902–
1982), que descobriu a reação quase instantânea de poliadição de isocianatos, polióis entre
outros reagentes.

Os compostos variam quanto ao peso molecular, natureza química e funcionalidade


conforme a escolha dos reagentes, permitindo obter uma infinita variedade, com diferentes
propriedades físicas e químicas de acordo com necessidades específicas para cada aplicação.

Pertencente a um grupo de plásticos com possibilidade de transformação, devido à grande


variação de durezas possíveis de se estabelecer na sua formulação. Possui alta resistência à
tração e compressão e é ideal na produção de peças que exijam grande durabilidade. Pode ser
utilizado tanto em serviços de repuxo, como prensa chapa, onde é necessário um curso maior,
com ciclo de operação mais rápido (SANTOS et al., 2000).

Também denominado espuma, possui forma sólida, expandida, flexível, semiflexível


conforme Figura 1 (utilizados em colchões, abafadores, peças automotivas, isolamento
acústico, proteção no transporte de equipamentos, almofadas, esculturas, brinquedos etc.),
semirrígidas ou rígidas conforme Figura 2 (utilizados em isolamento térmico e acústico, para
modelação, ou para proteção no transporte de peças e equipamentos), e assumir a forma de
artefatos moldados, películas ou fibras, contribuindo para tornar a vida do homem mais fácil,
segura e agradável (ABIQUIM, S/d).

A principal reação de produção de poliuretanos tem como reagentes um diisocianato,


disponível nas formas alifáticas ou aromáticas, e um diol (como o etileno glicol, 1,4
butanodiol, dietileno glicol, glicerol) ou um poliol poliéster, na presença de catalisador e de
materiais para o controle da estrutura das células (surfactantes), no caso de espumas e tintas.
23

Quando, na reação de polimerização, o diol é substituído por uma diamina, obtém-se


uma poliureia, porque a unidade básica torna-se uma ureia e não um carbamato.

Figura 1 Espuma Flexível Figura 2 Espuma Rígida

Fonte: Incofal, 2016 Fonte: Allbiz, 2016

Embora as propriedades do poliuretano possam ser determinadas principalmente pela


escolha do poliol, o diisocianato também exerce alguma influência. A taxa de cura é
influenciada pela reatividade do grupo funcional, e a funcionalidade, pelo número de
grupos isocianato. Os poliuretanos feitos com diisocianatos aromáticos amarelam-se à
exposição à luz, enquanto que aqueles feitos com diisocianatos alifáticos são estáveis.

A espuma de poliuretano (inclusive a espuma de borracha) é geralmente feita com a


adição de pequenas quantidades de materiais voláteis, chamados de agentes de sopro, à mistura
reacional. Tais materiais podem ser substâncias químicas voláteis e simples, como a acetona ou
o cloreto de metileno, ou fluorocarbonetos mais sofisticados, que conferem características
importantes de desempenho, primariamente a isolação térmica.

Outra rota comum de se produzir espumas é pela adição de água a um dos líquidos
precursores do poliuretano antes que sejam misturados. A água então reage com uma porção
do isocianato, dando dióxido de carbono, formando bolhas relativamente uniformes que, com
o endurecimento do polímero, formam uma espuma sólida.

Quanto às espumas, há duas variantes principais: uma na qual a maior parte das "bolhas"
da espuma (células) permanece fechada e o gás, preso nestas bolhas; e outra que são sistemas
que têm, em sua maioria, células abertas, que resultam depois de um estágio crítico no processo
de formação da espuma (se as células não se formam ou se se tornam abertas muito cedo,
24

simplesmente não há formação de espuma). Este é um processo vital e importante: se as


espumas flexíveis tiverem células fechadas, sua maciez fica severamente comprometida; tem-
se a sensação de ser um material pneumático em vez de uma espuma macia; por isso, em
palavras mais simples, as espumas flexíveis devem ter células abertas.

Já o oposto é o caso da maioria das espumas rígidas. Aqui, a retenção do gás nas células
é desejável, já que o tal gás (especialmente os fluorocarbonetos mencionados anteriormente) dá
à espuma sua característica principal: a alta isolação térmica (VILAR, 2017).

3.2 IMPACTOS DOS RESÍDUOS DE POLIURETANO

Os poliuretanos são utilizados em diversas áreas e constituem um dos mais importantes


grupos de plásticos devido à versatilidade em diferentes aplicações.

Como consequência direta do sucesso comercial tem-se proporcionalmente uma grande


quantidade de resíduos gerados, que muitas vezes são destinados para aterros sanitários ou
abandonados em locais inapropriados conforme demonstram as Figuras 3 e 4, ocasionando
diversos tipos de problemas ao Meio Ambiente e a Saúde Pública.

Figura 3 Destinação inadequada de Poliuretano em Zona Rural.

Fonte: Francieli Rech, 2016


25

Figura 4 Destinação inadequada de Poliuretano em Área Metropolitana.

Fonte: Edson Gouveia, 2016

Estes rejeitos constituem não apenas os produtos pós-consumo, mas também todo o
resíduo de processos de manufatura, os quais representam mais que 10 % em peso do volume
total de espuma produzido (RIBEIRO; DE PAOLI, 2007)

No que diz respeito à geração de resíduos sólidos, estes de um modo geral, vêm tomando
proporções surpreendentes em função dos hábitos, da “sociedade de consumo”, que olha com
absoluta naturalidade e imparcialidade a substituição de alguns produtos e bens (que poderiam
ser duráveis) como se fossem descartáveis.

Muito se fala que somos a sociedade do lixo, cercados totalmente por ele, mas só
recentemente atentamos para este aspecto de nossa realidade.

Nos últimos 20 anos, a população mundial cresceu menos que o volume de resíduos por
ela gerado. Diante desse contexto surge a necessidade de soluções imediatas para a
problemática do lixo, visando diminuição do impacto ao meio ambiente, diminuindo a
disposição do produto em aterros sanitários conforme demonstra Figura 5.
26

Figura 5 Aterro Sanitário.

Fonte: Jennifer Rocha, 2016

O manejo inadequado de resíduos sólidos de origens diversas geram desperdícios,


contribuindo de forma significativa à manutenção das desigualdades sociais, tornando-se uma
ameaça à saúde pública e agravando a degradação ambiental comprometendo ainda a qualidade
de vida das comunidades dos centros urbanos, criando poluição através de lixões a céu aberto
conforme demonstra Figura 6.

Figura 6 Poluição e Lixo.

Fonte: Jennifer Rocha, 2016


27

4 POLITICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos tem


instrumentos fundamentais para permitir o avanço necessário ao País no enfrentamento dos
mais graves problemas ambientais, sociais e econômicos existentes do manejo inadequado dos
resíduos sólidos.

Cria a responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: dos fabricantes,


importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos
resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo e pós-
consumo.

Concebe metas importantes que irão cooperar para a eliminação dos lixões e instaurar
instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual, microrregional, intermunicipal e
metropolitano e municipal; além de impor que os particulares elaborem seus Planos de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Também coloca o Brasil em patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos


no que concerne ao marco legal e inova com a inclusão de catadoras e catadores de materiais
recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.

Ora, os instrumentos da PNRS ajudarão o Brasil a atingir uma das metas do Plano
Nacional sobre Mudança do Clima (BRASIL, 2010)

4.1 PRINCIPIOS E OBJETIVOS

A PNRS tem como objetivo proteção da saúde pública e da qualidade ambiental, não
geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
28

Estimula à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços,


adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar
impactos ambientais, redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos.

Com as metas implementadas incentiva à indústria da reciclagem, tendo em vista


fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados,
criando a gestão integrada dos resíduos sólidos.

4.2 INSTRUMENTOS

Art. 8o São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros:


I - os planos de resíduos sólidos;
II - os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos;
III - a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas
à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
V - o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária;
VI - a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para o
desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e tecnologias de
gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final
ambientalmente adequada de rejeitos;
VII - a pesquisa científica e tecnológica;
VIII - a educação ambiental;
IX - os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;
X - o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico;
XI - o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos;
XII - o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico;
XIII - os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os de saúde;
XIV - os órgãos colegiados municipais destinados ao controle social dos serviços de
resíduos sólidos urbanos;
XV - o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos;
29

XVI - os acordos setoriais;


XVII - no que couber, os instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, entre
eles:

a) os padrões de qualidade ambiental;


b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras
de Recursos Ambientais;
c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
d) a avaliação de impactos ambientais;
e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (SINIMA);
f) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;

XVIII - os termos de compromisso e os termos de ajustamento de conduta; XIX - o


incentivo à adoção de consórcios ou de outras formas de cooperação entre os entes
federados, com vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos custos
envolvidos (BRASIL, 2010).
30

5 LOGÍSTICA REVERSA

A Lei nº 12.305 de contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário


ao País no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos
decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.

A mesma prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a


prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o
aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico
e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a disposição ambientalmente adequada dos rejeitos
(aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).
Um dos instrumentos contidos na Lei nº 12.305 de 2010 é a logística reversa.

A logística reversa é um processo de planejamento, implementação e controle do fluxo


dos resíduos de pós-consumo e pós-venda e seu fluxo de informação do ponto de
consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar um
descarte adequado. Desta forma, contribuindo para a consolidação do conceito de
sustentabilidade no ambiente empresarial, apoiada nos conceitos de desenvolvimento
ambiental, social e econômico (GUARNIERI, 2016).

A logística reversa garante que haverá o retorno dos produtos após seu consumo,
indicando os mesmos para operações de reuso ou reciclagem conforme Figura 7, criando
sistemas independentes da coleta tradicional, influenciando as decisões das empresas rumo a
redução, antecedendo o processo de reutilização e reciclagem, possibilitando que a sociedade
tenha acesso a uma forma correta e segura de descarte, evitando a disposição dos mesmos em
aterros sanitários.
31

Figura 7 Operação Reversa.

Fonte: Nat.Genius, 2015

Sendo assim os produtores tem como responsabilidade, coletar, separar, reciclar,


retornar e/ou destinar de forma ambientalmente adequada o produto por ele gerado.

Para esclarecer melhor as responsabilidades dos produtores, a legislação brasileira


adotou três tipos de responsabilidades, conforme demonstra o Quadro 2 a seguir.

Quadro 2 Tipos de Responsabilidades.


Responsabilidade estendida Significa que o mesmo é responsável por gerenciar os impactos
ambientais dos resíduos sólidos, causados pelo uso e descarte do
seu produto.

Responsabilidade Significa que um conjunto de atribuições individualizadas são


compartilhada encadeadas para os elementos de toda a cadeia, desde dos
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, até aos
consumidores e responsáveis pela limpeza urbana.

Responsabilidade Pós-Consumo Significa que mesmo após o consumo os fabricantes, distribuidores


ou importadores dos produtos que geram resíduos sólidos de
significativo impacto ambiental, ficam responsáveis em eliminar,
recolher, tratar e dispor os resíduos

Fonte: SMA, 2014


32

As empresas estão cada vez mais preocupadas em incluir a Logística Reversa em suas
estratégias operacionais, pois devido ao aumento da quantidade de produção e de redução do
ciclo de vida de produtos de diferentes naturezas, tem ocasionado um crescimento e impacto
significante na geração de resíduos pós-consumo (LEITE, 2009).

5.1 PÓS-VENDA

A logística reversa de pós-venda é caracterizada por devoluções de produtos que por


algum motivo não veio a agradar o cliente final. Tais produtos são de natureza durável,
semidurável ou descartável, comercializados por diversos canais de distribuição, e cuja
devolução ocorre pela própria cadeia de distribuição direta ou pelo consumidor.

Denominamos logística reversa de pós-venda a área específica de atuação da logística


reversa que se ocupa do planejamento, da operação e do controle do fluxo físico e das
informações logísticas correspondentes de bens de pós-venda, sem uso ou com pouco
uso, que por diferentes motivos retornam pelos elos da cadeia de distribuição direta
(LEITE, 2009).

Desta forma afirma-se que os bens de pós-venda, são caracterizados por apresentarem
pouco ou nenhum uso, e são devolvidos por razões como erros comerciais, falha no
processamento de pedidos, garantida dada pelo fabricante, avarias no transporte, defeitos ou
falhas de funcionamento, entre outros.

A logística reversa de pós-venda tem o objetivo de reinserir o produto na cadeia


produtiva, de forma que seja agregado valores como ordem econômica, ambiental, social e
principalmente imagem corporativa. A logística reversa de pós-venda, é uma atividade que vem
impactando na fidelização dos clientes, e essa assistência técnica de pós-venda além de fidelizar
o cliente, alavanca a imagem e marca empresarial. Estes motivos foram agrupados nas
categorias: Comerciais; Garantia/Qualidade e Substituição de Componentes.

A categoria Comerciais engloba os retornos contratuais e não contratuais. Os retornos


contratuais há um acordo preventivo pré-definido entre empresas de forma a devoluções dos
33

produtos em estoque, visto o alto custo de perdas, e manutenção de estoque em excesso.


Retornos contratuais abrangem produtos em consignação com retornos programados,
substituição para entrada de novos produtos, e sazonalidade de produtos.
Também há os retornos contratuais de embalagens, classificada em primárias
secundárias e de unitização.

Existem também os retornos não contratuais, que é quando há devoluções por


determinado erro do fornecedor em vendas diretas, como por exemplo, e-commerce, erros de
expedição, ou também por reclamações do consumidor final em relação à qual idade do produto,
no qual devem ser substituídos.

Para Leite (2002) classifica devoluções por Garantia/Qualidade, os produtos que


apresentam defeitos de fabricação, falhas de funcionamento, avarias no produto e embalagem,
etc. Tais produtos estão sujeitos a consertos ou reformas, de modo a retornarem ao mercado
primário, ou mercados secundários, agregando valor comercial 12 novamente. No quesito
garantia, destaca os produtos farmacêuticos em geral, no qual abrangem um alto número do
fluxo reverso de produtos (REIS et al., S/d).

Na categoria de substituição de componentes a classificação “Substituição de


Componentes” decorre da substituição de componentes de bens duráveis e semiduráveis em
manutenções e consertos ao longo de sua vida útil e que são remanufaturados, quando
tecnicamente possível, e retornam ao mercado primário ou secundário, ou são enviados à
reciclagem ou para um destino final, na impossibilidade de reaproveitamento (LEITE, 2009)

5.2 PÓS-CONSUMO

Bens pós-consumo são os produtos ou materiais constituintes cujo prazo de vida útil
chegou ao fim, sendo assim considerados impróprios para o consumo primário, ou seja, não
podem ser comercializados em canais tradicionais de vendas. No entanto, não quer dizer que
não possam ser reaproveitados. Isso é possível graças à adoção da logística reversa e de seus
canais de distribuição reversos (CDRs).
34

CDRs são as etapas envolvidas no retorno de produtos considerados bens de pós-


consumo. Essas etapas formam o processo logístico no pós-consumo.

Para falar em pós-consumo é preciso antes falar em ciclo de vida ou vida útil de um
produto. A vida útil de um bem é entendida como o tempo decorrido desde a sua produção
original até o momento em que o primeiro possuidor se desembaraça dele.

Assim sendo, um produto ou material torna-se bem de pós-consumo quando sua vida
útil é encerrada e, mesmo assim, ainda pode será aproveitado para algum fim específico.
O retorno desse bem de pós-consumo ao ciclo produtivo constitui a principal preocupação da
logística reversa.

A descartabilidade de um produto é que dá início ao processo de logística reversa. O


foco de atuação da logística reversa envolve a reintrodução dos produtos ou materiais à cadeia
de valor através do ciclo produtivo ou de negócios e, portanto, um produto só é descartado em
último caso.

Para a logística o conceito de ciclo de vida do produto vai a partir de sua concepção até
o destino final dado a este produto, seja o descarte, reparo ou reaproveitamento (TRIGUEIRO,
2003).

“O processo de logística reversa gera materiais que retornam ao processo tradicional de


suprimento, produção e distribuição” (BARBOSA et al., 2005).
35

6 COOPERATIVA DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS

A Política Nacional de Resíduos Sólidos informa que de alguma forma os fabricantes,


importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores devem incentivar, ajudar, apoiar a
criação e o desenvolvimento de cooperativas de materiais recicláveis. (BRASIL, 2010).

As cooperativas de materiais recicláveis são associações representadas por catadores,


que se organizaram para reivindicar um espaço perante poder público para armazenar e separar
o material recolhido nas ruas, fortalecendo assim o sistema de coleta, triagem e comercialização
de resíduos, gerando oportunidade de resgatar a dignidade humana dos mesmos, conforme
demonstra a Figura 8.

Com a regulamentação de fechamento dos lixões, teve uma de suas principais ações a
retirada dos catadores informais que exerciam função insalubre e baixa renda, dando-lhes um
local adequado, remuneração melhor e uma perspectiva de futuro melhor para os seus.

Devido a sua importância, as cooperativas têm se tornado um negócio de futuro e


expandida rapidamente, pois além de preservar o meio ambiente, as cooperativas têm como
objetivo gerar trabalho, melhorar as condições de vida a uma parcela da população atuante
como catadores que de certa forma são excluídos da sociedade, proporcionando uma fonte de
renda pautada na economia social solidária (PROFISSÃO CATADOR, 2016).

Figura 8 Cooperativa de Reciclagem de Resíduo.

Fonte: J.P. Engelbrecht, 2014


36

As cooperativas possuem sua divisão de cargos e atribuições, para que não só apenas os
diretores tomem decisões perante os processos, mas sim todo o cooperado.

Muito importante ressaltar que a divisão não visa dividir a cooperativa, mas sim
estruturar as áreas, segmentos e habilidades para manter a organização, eficácia e eficiência
operacional, evitando conflitos de interesses e trabalhos paralelos onde somente uma única
pessoal seja o beneficiado (PINHEL, 2013).

Para o bom funcionamento de uma cooperativa é necessária uma estrutura


administrativa, infraestrutura e uma boa e viável instalação física. A estrutura
administrativa suporta as operações e também elaboração de planilhas de controle, organização
de sistemas e métodos, contas a pagar e receber e vendas.

A infraestrutura e os equipamentos de separação e transformação agregam valor aos


materiais. As instalações garantem o armazenamento até um alto volume dos materiais. Dessa
forma os preços podem ser melhor negociados, e de preferência, sem atravessadores.

O sucesso e a eficiência de uma cooperativa dependem necessariamente desses fatores


(ABREU, 2001).

Uma das vantagens sempre citadas em relação às cooperativas são os benefícios fiscais,
mas do ponto de vista fiscal, não há diferença entre os impostos que incidem sobre produtos
vendidos por uma cooperativa ou por uma empresa mercantil.

O trabalho do cooperado não gera vínculo empregatício e os produtos entregues à


cooperativa também não geram tributação. Porém, na hora de vender a mercadoria, há
incidência de impostos.

A principal vantagem de uma cooperativa é a organização de trabalho, ela possibilita que


indivíduos isolados e com menos condições de enfrentar o mercado aumentem sua
competitividade e melhorem sua renda ou sua condição de trabalho (KRUEGER, 2003).
37

7 RECICLADORA DE RESÍDUO

Na Política Nacional de Resíduos Sólidos as recicladoras possuem um papel


fundamental perante os princípios e objetivos, em especial a destinação caracterizada como
reciclagem

As recicladoras são empresas que buscam alternativas mais vantajosas para materiais
considerados resíduos, transformando-os em novos insumos ou novos produtos através das
alterações nas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, reintegrando novamente o
produto a cadeia produtiva conforme demonstra a Figura 9, assim reduzem o consumo de
recursos naturais poupando energia e água, diminuindo o volume de resíduo que seria destinado
para aterro, e gerando emprego para milhares de pessoas (BRASIL, 2010).

Figura 9 Reciclagem de Produto Pós-Consumo.

Fonte: Ecodita, 2016

A Figura 10 demonstra um conjunto operações necessária para reintroduzir materiais


recicláveis em processos produtivos novamente obtendo os melhores resultados.
38

Figura 10 Conjunto de Operações.

Fonte: Pinhel, 2013

O primeiro elo significa que o próprio gerador é quem deve realizar a segregação na
própria fonte que produziu.

O segundo elo demonstra o recolhimento dos resíduos no local ao qual o primeiro elo
separou e disponibilizou para coleta, total ou parcialmente separados, em seguida são enviados
para o terceiro elo.

No terceiro elo atuam os catadores, organizados ou não, as empresas privadas de coleta


de lixo e as prefeituras, realizando a triagem e classificação dos resíduos, consecutivamente a
operação de separação, prensagem e enfardamento dos resíduos.

O quarto elo envolve as operações de beneficiamento, transformando resíduos em novos


insumos para a indústria de reciclagem.

O quinto e último elo pertence as empresas que recebem suas respectivas matérias-
primas provenientes das etapas anteriores para utilização como insumos em seus processos
industriais, tais empresas são denominadas como recicladoras (PINHEL, 2013).
39

8 ESTUDO DE CASO

A empresa X apresenta preocupação com as questões ambientais, parte em função das


pressões dos órgãos ambientais e Ministério Público, em face de legislações cada dia mais
rigorosas, parte para atender as novas exigências regulatórias impostas pelo mercado e pela
própria sociedade.

Com base na legislação ambiental brasileira, empresa X tem colocado a eficiência


ecológica em prática através do sistema de Logística Reversa instituído pela Lei 12.305/2010.

Após convocação pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo através da
Resolução SMA 45, publicada em 24/06/2015, definindo as diretrizes para implementação e
operacionalização da responsabilidade pós-consumo, a empresa X decidiu implantar o sistema
de logística reversa com o intuito de reintegrar os resíduos sólidos de poliuretano ao setor
empresarial para reaproveitamento no ciclo produtivo, além de investir no desenvolvimento, na
fabricação para colocação de produtos no mercado aptos à reutilização, reciclagem ou outra
forma de destinação ambientalmente adequada e cuja fabricação e uso gerem a menor
quantidade de resíduos sólidos possível, conforme demonstra a Figura 11.

Figura 11 Ciclo da Logística Reversa.

Fonte: Guarnieri, 2011


40

O grande desafio da logística reversa encontrado pela empresa foi no custo associado à
operacionalização do sistema em um país de extensão continental e com suas particulares e
complexidades logísticas. Porém um olhar mais atento e consciente a essa questão demonstrou
que o aparente aumento de custo não configura de fato um aumento, mas sim a antecipação de
custos que incorreriam no futuro para remediar o impacto negativo ao meio-ambiente causado
pelo descarte inadequado de resíduos.

Após dois planos de logística reversa aprovados perante Secretarias do Meio Ambiente
dos Estados do Paraná e São Paulo, a empresa X resolveu programar-se para aplicar a
sistemática em todo território brasileiro, porém a responsabilidade perante tais resíduos não é
somente da empresa, ela deve ser compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos através de um
conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas pelos distribuidores e comerciantes,
consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos
sólidos, assim reduzindo os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental.

Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010), o ciclo de vida de um produto


é definido como sendo uma série de etapas que envolvem o desenvolvimento do produto, a
obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a disposição final,
ou seja, o ciclo de vida de um produto é o caminho que ele percorre desde a sua fabricação até
o seu descarte.

8.1 PROGRAMA DE LOGÍSTICA REVERSA

A logística reversa de pós-venda, no tocante aos produtos que apresentam algum


problema de lote e ou próximo ao vencimento, a empresa já adota desde a sua fundação, o
princípio de retorno para sua planta, com a finalidade de reformular o produto e que este volte
como própria matéria prima e/ou outra matéria prima. Como trata-se de premissas de ordem
Federal, entendendo que os estados da federação estão gradualmente solicitando a apresentação
de Planos de Logística Reversa, a empresa X em conjunto com outras empresas desenvolveram
ao logo dos anos um sistema pioneiro na reciclagem de resíduos de Poliuretano, transformando
o mesmo em outra matéria prima para desenvolvimento de novos produtos com utilização em
100% de resíduos.
41

A logística reversa implantada no pós-consumo está demonstrada na Figura 12, e


estruturada sob o processo de responsabilidade compartilhada, onde há a participação da
empresa, comércio atacadista e varejista, consumidores.

Figura 12 Logística Reversa de Pós-Consumo.

Fonte: Filipe Moretzsohn, 2016

A empresa X, apresentaram as empresas: Gerenciadora Y e Recicladora Z, que possuem


tecnologias de valorização de resíduos de poliuretano, transformando em produtos para outros
ciclos produtivos, a qual se responsabiliza pela retirada e tratamento dos resíduos gerados no
pós-venda e pós-consumo, com as obrigações comuns de empreender esforços para atingir os
resultados ajustados, cumprindo as condições, responsabilidades, obrigações no cumprimento
da legislação pertinente ao gerenciamento e transporte de resíduos, medidas, prazos, metas e
outras disposições constantes no Plano de Logística Reversa aprovado pelas Secretarias do
Meio Ambiente; além de apresentar anualmente o inventário de resíduos sólidos, protocolando
junto ao órgão responsável do Estado atuante.

Para obter mais eficiência no sistema de logística reversa implantado, o processo de


segregação dos produtos deve ser feito pelo consumidor de maneira a encaminhar para o local
42

mais apropriado e de fácil logística, para que se possa obter a maximização dos processos
auxiliares ao processo produtivo.

Independentemente do produto pós-consumo ter a sua origem em um processo industrial


realizado na região, este deve ser coletado nos pontos específicos definidos no processo, e
tratado nos canais reversos de reutilização ou reciclagem por empresas parceiras que atuam na
região.

Portanto, as revendas e o comércio têm como principal função fornecer aos


consumidores locais específicos e adequados para que os produtos, ao se tornarem obsoletos,
possam ser acondicionados de maneira adequada, vislumbrando seu descarte de forma
econômica e ambientalmente viável, e com a minimização de impactos ambientais que possam
ser causados.

O processo logístico implantado optou-se pelos processos de canais reversos através de


reciclagem dos produtos após o fim da sua vida útil, observando fatores referentes a cada
produto, devido as suas diferentes características de forma e quantidade.

A coleta destes produtos é realizada pelo parceiro cadastrados na região onde ocorre a
geração, que processarão, ou encaminharão para locais onde exista uma tecnologia disponível
para a introdução destes produtos no ciclo produtivo industrial.

Para que o plano de logística reversa tivesse sucesso foi fundamental a participação do
setor público, de maneira a alinhar os procedimentos com o mesmo, esta união fortaleceu e
ampliou o poder de comunicação entre todos os elos da corrente.

Alguns passos precisaram ser seguidos para que pudessem implementar a logística
reversa em suas estratégias de reutilização, recondicionamento e ou reciclagem sustentável.

O primeiro passo foi a compreensão do impacto que o produto exerce na cadeia de


produção quando é recolhido, identificando os fluxos de resíduos associados aos processos de
fabricação.
43

O segundo passo determinou o que fazer com os produtos devolvidos com base nas
condições em que o produto se encontra, se ele ainda está funcional e pode ser remontado,
reparado ou recondicionado para voltar à venda.

No terceiro passo considerou a oferta de incentivos através de desconto no valor dos


produtos, para incentivar os clientes e o comércio à devolução dos produtos depreciados, a
intenção dessa ação foi de promover a reutilização ou reciclagem dos resíduos com problemas
(pós-venda) e ou final da vida útil (pós-consumo).

O quarto passo foi estabelecer processos para receber, reciclar e renovar/recondicionar


produtos que os clientes devolvem, ou não precisam mais ser utilizados, de forma que se
atendam às normas ambientais.

O quinto e último passo também foi estabelecer processos, de forma que pudesse
destinar produtos/peças devolvido, para aqueles materiais no final da vida útil e ou fora de
especificação/vencidos e que não podem mais ser reutilizados ou reciclados.

Um dos pontos importantes para o sucesso do sistema de logística reversa implantado,


foi o Comitê Gestor, pois teve como principal objetivo, promover e acompanhar a efetividade
da implantação, elaborando relatórios e descrevendo as ações/atividades realizadas durante o
período de operação do plano.

Vale ressaltar que o plano de logística reversa é condicionado a vários atores, na


composição do referido Comitê e se faz importante a inserção dos principais elos da cadeia
produtiva, incluindo também as instituições representativas dos fabricantes, importadores,
distribuidores, comerciantes, órgãos de apoio, SMA/CETESB, entre outros, conforme previsto
na legislação.

São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante


retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço
público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes (BRASIL, 2010).
44

Através desse novo conceito, a logística reversa simplesmente veio com o intuito de
imitar o caráter cíclico da vida, em que nada é desperdiçado e tudo é reutilizado, pois ao invés
de apenas extrair, produzir e descartar (modelo insustentável que a humanidade vem adotando
desde a Revolução Industrial), logística reversa é pensar de maneira circular e próspera, como
a natureza.

Desde os primórdios da vida na Terra, os seres vivos nascem, crescem, morrem e viram
nutrientes para o solo, num ciclo de harmonia interminável, assim como os restos de uma
espécie servem de comida para outra, a sobra de uma indústria pode ser recurso para outro ciclo
produtivo, por isso a logística reversa não pode funcionar apenas por iniciativa de uma única
empresa pois depende de todo o sistema de produção e consumo trabalhando junto
consumidores, fabricantes, distribuidores, importadores, comerciantes, poder público.

Todos devem se empenhar na necessidade de reduzir, reciclar e reutilizar tudo aquilo


que se produz e se consome, através de um modo de pensar e agir que vai desde a ideação dos
produtos até o descarte final ambientalmente adequado, quando não é possível reaproveitá-los.

Na vanguarda das inovações ecológicas, a empresa X começou a estruturar seus planos


de logística reversa em todo o território nacional antes mesmo que a prática fosse obrigatória
por lei.

Foi a primeira e por enquanto única empresa da cadeia do poliuretano no País a aprovar
junto ao poder público planos de reversão para as matérias-primas que comercializa. Paraná e
São Paulo são os primeiros Estados a dispor da criatividade da empresa X para repensar o
amanhã.

Muito mais que uma empresa química, uma plataforma de soluções competitivas e
ecológicas em poliuretano, oferecendo aos transformadores não apenas matéria-prima mas todo
um estudo de viabilidade do ciclo de vida do produto ou serviço, caso a caso, indicando ou
desenvolvendo a tecnologia de reversão adequada a cada tipo de resíduo pós-venda ou pós-
consumo.

Em seguida, a empresa X cuida da gestão de todo o ciclo de coleta, decomposição e


reaproveitamento dos resíduos, com o apoio de um parceiro independente, demonstrando que
45

o transformador não fica vinculado a adquirir matéria-prima, pois ele compra por ser mais
vantajoso, não porque é obrigado.

8.2 OS BENEFÍCIOS DO PROGRAMA

Os benefícios sociais que surgiram através da implantação do sistema de logística


reversa estão relacionados com os resultados apresentados pela empresa no Quadro 3.

Quadro 3 Benefícios Sociais da Logística Reversa na Empresa.


Aumento de empregos gerados nas empresas recicladoras e cooperativas e associações;
Aumento na renda “per capita” dos funcionários das empresas recicladoras;
Implantação de princípios de sustentabilidade;
Diminuição de mão de obra utilizada em locais inapropriados devido à retirada deste pessoal de
depósitos clandestinos e lixões;
Geração de renda em várias cadeias participantes do sistema de Logística Reversa.
Fonte: Empresa X, 2015

Os benefícios econômicos que surgiram através da implantação do sistema de logística


reversa estão relacionados com os resultados apresentados pela empresa no Quadro 4.

Quadro 4 Benefícios Econômicos da Logística Reversa na Empresa.


Vantagens econômicas pelo fato da drástica diminuição de gastos com o processamento de resíduo;
O reaproveitamento de materiais acaba trazendo ganhos no processo industrial com a diminuição
dos custos relativos à extração de matéria prima;
O retorno de produtos e materiais ao ciclo de negócios permite a competitividade de custos a partir
de um bom gerenciamento da logística reversa;
Aumento da taxa de reciclagem dos materiais;
Possibilidade de apresentação para redução/incentivos de impostos.
Incremento de vendas, uma vez que compartilha / resolve o problema de resíduo de pós produção
dos seus clientes;
A médio e longo prazo a empresa terá menores custos com correta destinação uma vez que realizou
investimento para o desenvolvimento de novas soluções de reciclagem para os resíduos de pós
consumo e de pós-venda.
Fonte: Empresa X
46

8.3 SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS

A empresa X desenvolveu solução tecnológica integrada para o reaproveitamento dos


resíduos de três (3) famílias de poliuretano: semirrígido usado como isolante térmico,
principalmente na construção civil, flexível - mais aplicado em espumas para colchões e alguns
elastômeros também utilizados na construção civil e para a fabricação do asfalto.

Ciente da importância da logística reversa para as próximas gerações, a empresa X


disposta a ir além e criar alternativas para as demais famílias de produto, ciente de é um ganho
de eficiência em todos os sentidos: econômico, social e ambiental, diminuindo os custos via
retorno de materiais ao ciclo produtivo - o que gera menos extração e compra de matéria-prima
e via extinção ou redução dos custos de destinação, com reaproveitamento do resíduo industrial
e pós-consumo obtendo menos descarte no meio ambiente, além de geração de emprego e renda
no ciclo de reutilização.

Graças à logística reversa, resíduos de poliuretano, que antes geravam custos de


destinação e impacto ambiental nos aterros, agora dão origem a diversos produtos reciclados.

Tachões de sinalização de trânsito conforme demonstrado na Figura 13.


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Figura 13 Tachões.

Fonte: D&G Ambiental, 2016

Dão origem a pisos de capacidade drenante conforme Figura 14.


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Figura 14 Piso Drenante.

Fonte: D&G Ambiental, 2016

Origem a colchão com base resíduo de poliuretano aglomerada conforme Figura 15,
entre outros.
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Figura 15 Colchão com Base de Resíduo de Poliuretano.

Fonte: D&G Ambiental, 2016


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6 CONCLUSÕES

O conteúdo deste trabalho tomou como base trazer os impactos do descarte incorreto de
resíduos sólidos, em especial o poliuretano, apresentar possibilidades de reciclagem e
demonstrar modelo de logística reversa do poliuretano e a evolução obtida pela empresa X ao
implantar tal sistemática.

Durante o desenvolvimento do trabalho alguns pontos marcantes foram ressaltados,


como por exemplo, a preocupação da empresa em atender a legislação de modo eficiente,
visando o melhor para o Meio Ambiente, preocupando-se em influenciar fornecedores e
empregados a assumirem uma postura sócio ambientalmente responsável.

A empresa interessada pela redução, armazenagem e pela destinação correta de seus


resíduos, seja para reciclagem, reuso, redistribuição, venda, coprocessamento ou, simplesmente
descarte, demonstrou que obteve retorno financeiro, o que estimula a manutenção dessa
política, além de demonstrar que o plano não foi aplicado somente a ela, mas sim a todos os
demais participantes de toda a cadeia de pós-venda e pós-consumo, buscando soluções de ações
integradas para que fossem cumpridas as diretrizes estabelecidas na PNRS evidenciando, desta
forma, a aplicabilidade da logística reversa.

A estrutura apresentada veio de encontro com as necessidades das questões ambientais


vigentes e está direcionada de forma a consolidar uma metodologia de trabalho eficiente e de
informação contínua para os órgãos ambientais envolvidos, com a revalorização legal dos
resíduos, operacionalizada pela logística reversa. Resolveu um problema na destinação dos
resíduos, garantindo o seu retorno ao ciclo produtivo e de negócios e, ao mesmo tempo,
obedecendo às legislações vigentes, além de considerar a obtenção de competitividade através
da otimização dos recursos naturais, transformando resíduos de poliuretano em matéria-prima
novamente.

Foram encontrados alguns aspectos abordados e propostos de forma conjunta com as


tecnologias existentes, garantindo a eficiência e aplicação da logística reversa com baixos
custos para os envolvidos.
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Com esse foco, a empresa X obteve não só a redução da geração através de novas
tecnologias ou novos procedimentos, mas também pôde realizar estudos de novas destinações
para os resíduos de poliuretano, de modo a diminuir custos, tempo de transporte para descarte,
e numa tentativa de gerar retorno financeiro de acordo com os novos destinos, cujo um resíduo
que, atualmente é destinado ao descarte, pode ser encaminhado para reciclagem, gerando
retorno financeiro para a empresa.

As questões culturais também foram abordadas como um requisito importante incluindo


um comitê gestor para gerir toda a sistemática do plano internamente, e por isso são tratados
como um elemento principal agregando valores a pessoas e conhecimentos na efetivação do
processo como um todo.

Vale ressaltar que o comitê gestor do processo de implantação e operação da logística


reversa exerceu o papel de uma governança, coordenando as ações de forma regional
abrangendo todos os Estados, contando com o apoio dos grupos de trabalho regionais, com
reuniões periódicas, os quais alimentarão o comitê gestor estadual.

Lembrando que a mesma está com implantações do Sistema de Logística Reversa em


outros estados, abrangendo todo território Brasileiro.

Retornar ao setor produtivo na forma de matéria-prima, produtos em fim de sua vida


útil através da logística reversa tem sido fundamental para o desenvolvimento econômico,
social e ambiental.
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