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DOI:10.34117/bjdv6n8-333
RESUMO
O objetivo do artigo é de fornecer o resultado de vasta pesquisa pautada na tecnologia e o fator
humano em como impactam o desenvolvimento de Cidades Inteligentes. Serão apresentados
conceito, desenvolvimento sustentável e suas transformações, ações contemporâneas e passadas, a
preocupação com a sustentabilidade e o reflexo na sociedade.Será estabelecido um parâmetro com
a Agenda 2030 das Organizações das Nações Unidas e os seus 17 objetivos, que aponta a pobreza
extrema como o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento
sustentável. O mundo poderá ser direcionado para um caminho sustentável e resiliente somente
através de urgentes medidas ousadas e transformadoras.
ABSTRACT
The purpose of the article is to provide the result of extensive research based on technology and the
human factor on how they impact the development of Smart Cities. A concept, sustainable
development and its transformations, contemporary and past actions, concern for sustainability and
reflection in society will be presented. A parameter will be established with the United Nations
Organizations' 2030 Agenda and its 17 objectives, which points to extreme poverty. as the greatest
global challenge and an indispensable requirement for sustainable development. The world can be
1 INTRODUÇÃO
O tema cidades inteligentes tem assumido maior relevância conforme aumenta a
concentração da população humana mundial nas cidades. Em 2008, pela primeira vez, foram
contabilizados mais moradores de cidades do que do meio rural e estima-se que em 2030 mais de
60% da população mundial viverá em cidades. Para 2015 a estimativa é de ⅔ da população nos
espaços urbanos (United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division,
2014).
A rápida migração e aumento populacional nas cidades elevam a pressão sobre a
infraestrutura urbana, deteriorando a qualidade de vida da população já residente nas cidades e
impedindo parte dos novos habitantes de obter condições satisfatórias de vida. Segundo o Painel
Técnico e Científico do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP, Scientific and
Technical Advisory Panel, 2014 Sustainable Urbanization Policy Brief), as cidades, apesar de
ocuparem somente 5% da superfície terrestre, consomem cerca de 75% da energia produzida no
mundo e são responsáveis, direta ou indiretamente, por 70% dos gases do efeito estufa. Essa pressão
sem precedentes sobre os recursos inclui água, terras, materiais de construção e alimentos, exigindo
esforço no controle da poluição do ar e no saneamento. A necessidade de prover serviços mais
eficientes e com menor custo, evitando o congestionamento ou paralisação destes, além dos
problemas ambientais, motivou as cidades a buscar as chamadas smart solutions (tradução, soluções
inteligentes) (United Nations, Commission on Science and Technology for Development, 2016).
Em um contexto mais amplo, com o advento da tecnologia da informação, tornou-se possível
armazenar o que antes era feito apenas em documentos e mapas em papel, viabilizando a
combinação analítica das diversas informações geográficas (geoprocessamento). Através de
técnicas matemáticas e computacionais, as áreas de cartografia, análise de recursos naturais,
transportes, comunicações, energia e planejamento urbano e regional são analisados mais
complexamente pelas ferramentas computacionais (softwares) chamadas de Sistemas de Informação
Geográfica - SIG (GIS - Geographic Information System, na sigla em inglês), integrando dados de
diversas fontes, criando bancos de dados georeferenciados e facilitando as tomadas de decisões para
um desenvolvimento mais harmonioso das cidades.
2 MÉTODO
Para que os objetivos propostos pelo presente trabalho fossem atingidos, uma vasta pesquisa
bibliográfica foi realizada, reunindo informações atualizadas no sentido de obter dados sobre os
diversos projetos/programas sobre cidades inteligentes, sustentabilidade e os desafios que vão além
da tecnologia, pois envolve, dentre outras questões, o fator humano.
Desta forma, para a viabilidade da transformação das cidades atuais em SC ou a construção
de novas cidades neste modelo, são necessários mais do que financiamentos: deve existir
governança, onde a conectividade é fonte de desenvolvimento a partir da utilização da infraestrutura
de redes para melhorar a eficiência econômica e política e permitir o desenvolvimento social,
cultural e urbano.
3 RESULTADOS
A ciência e tecnologia começaram a se tornar importantes para o desenvolvimento da
urbanização por volta do século XVII. Com o advento da era industrial e da modernidade, a
urbanização começa a ser percebida como global. Com o surgimento das novas tecnologias de
comunicação e informação no século XXI novas percepções começam a ser percebidas na vida
urbana.
Segundo pesquisa do IBGE, o Brasil atingiu a marca de 205 milhões de habitantes em 2015.
Estima-se que em 2050 sejamos 231 milhões. A urbanização no Brasil é recente, pois até o início
da década de 60, 54,9% da população concentravam-se na área rural. Atualmente, 85% vivem nas
cidades, onde se concentra a maior parte da riqueza do país gerando grandes desigualdades sociais.
“Uma cidade inteligente e sustentável (SSC, da sigla em inglês) é uma cidade inovadora
que usa tecnologias de informação e comunicação (TICs) e outros meios para melhorar a
qualidade de vida, a eficiência da operação e dos serviços urbanos e a competitividade,
assegurando que atendam às necessidades do presente e das futuras gerações em relação
aos aspectos econômicos, sociais e ambientais.” (ITU-T FG-SSC, 2014)
Várias iniciativas ocorrem tanto em pequena escala como também para setores inteiros. Em
São Paulo surgiu a Pluvi.on, que tenta salvar pessoas de áreas de risco de enchentes pelas chuvas
intensas e rápidas, que acontecem mais frequentemente como consequência do aquecimento global.
Outro exemplo de projeto vencedor, citado pela Climate Ventures, foi o Macaúba, da Startup
Inocas, de Minas Gerais, que tem como objetivo gerar uma alternativa ao óleo de palma a partir da
palmeira típica do Cerrado brasileiro. A ideia surgiu estimulada pela companhia aérea Lufthansa,
que queria substituir o abastecimento de seus aviões para não mais utilizar combustíveis fósseis. O
diretor executivo da Inocas, Johannes Zimpel, explica:
“Hoje, 60% de tudo o que existe em um supermercado têm óleo de palma – do chocolate
ao hidratante de corpo. Mas o plantio da palma levou ao desmatamento de grandes áreas de
floresta tropical no mundo, em especial na Indonésia. Defendemos a macaúba como uma
alternativa sustentável à palma.”
Fonte: Artigo de Giovani Girardi
O desafio do planejamento sustentável nas cidades inteligentes gira em torno do uso racional
dos recursos disponíveis, a sustentabilidade do ambiente, a maior participação dos cidadãos na vida
da cidade e a qualidade na oferta de serviços públicos.
De acordo com artigo escrito por Rita, Gois, Barbosa, Monteiro, Goes e Oliveira (2020) a
sustentabilidade econômica, por sua vez, tem como componentes o fluxo permanente de
investimentos públicos e privados (estes últimos com especial destaque para o cooperativismo), o
manejo eficiente dos recursos, a absorção,pela empresa, dos custos ambientais e a
endogeneização (contar com suas próprias forças), objetivando o aumento da produção e da riqueza
social, sem dependência externa.
Há diferentes configurações de sistemas inovação, tais como: sistema nacional de inovação,
sistemas regional de inovação e sistema setorial de inovação. Portanto, o sistema nacional de
inovação considera todo o arcabouço institucional, jurídico e de políticas do país. Por outro lado, o
sistema regional tem como característica a proximidade geográfica de seus atores. E, por último, o
sistema setorial é concentrado num setor de atuação específico.
Já o conceito de ecossistema de inovação é mais recente e deriva da analogia com o
ecossistema biológico.
4 CONCLUSÕES
Para garantir que os cidadãos continuem utilizando qualquer tecnologia, as informações
compartilhadas devem estar sempre atualizadas e relevantes. Todas as partes envolvidas no
desenvolvimento das Cidades Inteligentes devem ter o compromisso em atualizar as informações
pertinentes de suas áreas, ouvindo os feedbacks dos usuários internos, da população, dos
investidores e empreendedores. A sustentabilidade de qualquer projeto se dá através do aumento de
receita para o município com as novas empresas e a utilização de plataformas que democratizem
informações aos investidores.
Setores tradicionais e seus modelos de negócios passam por profundas mudanças, o que
influencia diretamente o desempenho da economia e pressiona para uma atualização da matriz
econômica. O Brasil precisa urgentemente se reinventar, utilizar suas competências e sua natureza
industrial para transformar-se em uma referência da indústria do futuro, por meio de um ecossistema
pujante com empresas da nova economia. O desenvolvimento de ecossistemas empreendedores e
inovadores é o caminho para uma economia competitiva e sustentável capaz de acompanhar as
tendências tecnológicas e econômicas.
Essa mudança não ocorrerá de forma natural. Ela precisa ser pensada, articulada, incentivada
e implementada por lideranças que entendam sua urgência e importância.
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