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Brazilian Journal of Development

Cidades inteligentes sob a perspectiva da sustentabilidade: Um desafio além da


tecnologia

Smart cities from the perspective of sustainability: A challenge beyond


technology

DOI:10.34117/bjdv6n8-333

Recebimento dos originais: 18/07/2020


Aceitação para publicação: 18/08/2020

José Augusto Paixão Gomes


Mestrando em Engenharia Civil do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, na Área de
Concentração em Gestão, Produção e Meio Ambiente,
com foco em Inovação e Cidades Inteligentes.
Instituição: Universidade Federal Fluminense - UFF
Endereço: Rua Passos da Pátria, 156, Campus da Praia Vermelha, São Domingos,
CEP 24210-240, Niterói, (RJ), Brasil.
E-mail: oseaugustogomes@id.uff.br

Orlando Celso Longo


Doutor em Engenharia de Transportes
Professor do Departamento do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil
Instituição: Universidade Federal Fluminense - UFF
Endereço: Rua Passos da Pátria, 156, Campus da Praia Vermelha, São Domingos,
CEP 24210-240, Niterói, (RJ), Brasil.
E-mail: orlandolongo@id.uff.br

RESUMO
O objetivo do artigo é de fornecer o resultado de vasta pesquisa pautada na tecnologia e o fator
humano em como impactam o desenvolvimento de Cidades Inteligentes. Serão apresentados
conceito, desenvolvimento sustentável e suas transformações, ações contemporâneas e passadas, a
preocupação com a sustentabilidade e o reflexo na sociedade.Será estabelecido um parâmetro com
a Agenda 2030 das Organizações das Nações Unidas e os seus 17 objetivos, que aponta a pobreza
extrema como o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento
sustentável. O mundo poderá ser direcionado para um caminho sustentável e resiliente somente
através de urgentes medidas ousadas e transformadoras.

Palavras-chave: cidades inteligentes, sustentabilidade, inovação, transformação

ABSTRACT
The purpose of the article is to provide the result of extensive research based on technology and the
human factor on how they impact the development of Smart Cities. A concept, sustainable
development and its transformations, contemporary and past actions, concern for sustainability and
reflection in society will be presented. A parameter will be established with the United Nations
Organizations' 2030 Agenda and its 17 objectives, which points to extreme poverty. as the greatest
global challenge and an indispensable requirement for sustainable development. The world can be

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directed towards a sustainable and resilient path only through urgent, bold and transformative
measures.

Keyword: smart cities, sustainability, innovation, transformation.

1 INTRODUÇÃO
O tema cidades inteligentes tem assumido maior relevância conforme aumenta a
concentração da população humana mundial nas cidades. Em 2008, pela primeira vez, foram
contabilizados mais moradores de cidades do que do meio rural e estima-se que em 2030 mais de
60% da população mundial viverá em cidades. Para 2015 a estimativa é de ⅔ da população nos
espaços urbanos (United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division,
2014).
A rápida migração e aumento populacional nas cidades elevam a pressão sobre a
infraestrutura urbana, deteriorando a qualidade de vida da população já residente nas cidades e
impedindo parte dos novos habitantes de obter condições satisfatórias de vida. Segundo o Painel
Técnico e Científico do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP, Scientific and
Technical Advisory Panel, 2014 Sustainable Urbanization Policy Brief), as cidades, apesar de
ocuparem somente 5% da superfície terrestre, consomem cerca de 75% da energia produzida no
mundo e são responsáveis, direta ou indiretamente, por 70% dos gases do efeito estufa. Essa pressão
sem precedentes sobre os recursos inclui água, terras, materiais de construção e alimentos, exigindo
esforço no controle da poluição do ar e no saneamento. A necessidade de prover serviços mais
eficientes e com menor custo, evitando o congestionamento ou paralisação destes, além dos
problemas ambientais, motivou as cidades a buscar as chamadas smart solutions (tradução, soluções
inteligentes) (United Nations, Commission on Science and Technology for Development, 2016).
Em um contexto mais amplo, com o advento da tecnologia da informação, tornou-se possível
armazenar o que antes era feito apenas em documentos e mapas em papel, viabilizando a
combinação analítica das diversas informações geográficas (geoprocessamento). Através de
técnicas matemáticas e computacionais, as áreas de cartografia, análise de recursos naturais,
transportes, comunicações, energia e planejamento urbano e regional são analisados mais
complexamente pelas ferramentas computacionais (softwares) chamadas de Sistemas de Informação
Geográfica - SIG (GIS - Geographic Information System, na sigla em inglês), integrando dados de
diversas fontes, criando bancos de dados georeferenciados e facilitando as tomadas de decisões para
um desenvolvimento mais harmonioso das cidades.

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A presente dissertação tem como objetivo tratar sobre o desafio que vai além da tecnologia,
quando se trata de Cidades Inteligentes.
Os cenários de impactos resultantes do aquecimento global para o Brasil são analisados no
Relatório GT2 (PBMC, 2013) e indica que o país sofrerá escassez em água e alimentos, propagação
de doenças e desastres naturais, agravamento da crise energética e desequilíbrio econômico e social
nas próximas décadas.
Verifica-se uma urgência em dedicar atenção a todos esses quadros com tendência a agravar-
se, a partir do momento que as populações urbanas crescem por ano em 83 milhões de pessoas
atualmente, tendo-se a estimativa de que seremos 9.7 bilhões de habitantes até 2050, com 66% deles
vivendo em cidades (ONU, 2015; ONU, 2014b; ONU, 2012).

2 MÉTODO
Para que os objetivos propostos pelo presente trabalho fossem atingidos, uma vasta pesquisa
bibliográfica foi realizada, reunindo informações atualizadas no sentido de obter dados sobre os
diversos projetos/programas sobre cidades inteligentes, sustentabilidade e os desafios que vão além
da tecnologia, pois envolve, dentre outras questões, o fator humano.
Desta forma, para a viabilidade da transformação das cidades atuais em SC ou a construção
de novas cidades neste modelo, são necessários mais do que financiamentos: deve existir
governança, onde a conectividade é fonte de desenvolvimento a partir da utilização da infraestrutura
de redes para melhorar a eficiência econômica e política e permitir o desenvolvimento social,
cultural e urbano.

3 RESULTADOS
A ciência e tecnologia começaram a se tornar importantes para o desenvolvimento da
urbanização por volta do século XVII. Com o advento da era industrial e da modernidade, a
urbanização começa a ser percebida como global. Com o surgimento das novas tecnologias de
comunicação e informação no século XXI novas percepções começam a ser percebidas na vida
urbana.
Segundo pesquisa do IBGE, o Brasil atingiu a marca de 205 milhões de habitantes em 2015.
Estima-se que em 2050 sejamos 231 milhões. A urbanização no Brasil é recente, pois até o início
da década de 60, 54,9% da população concentravam-se na área rural. Atualmente, 85% vivem nas
cidades, onde se concentra a maior parte da riqueza do país gerando grandes desigualdades sociais.

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A forma de pensar das pessoas também vem mudando devido as constantes transformações
significativas que o mundo tem passado. As demandas da sociedade já não são mais as mesmas,
fazendo com que novas alternativas sejam criadas para atender as necessidades prementes e ter uma
convivência harmoniosa com a natureza.
Com tudo isso, a qualidade de vida e a sustentabilidade passaram a ser os dois grandes
objetivos dos novos empreendimentos que estão fazendo a diferença em muitos países.
Mas o que é sustentabilidade? A ex-primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland,
usou o termo “desenvolvimento sustentável” pela primeira vez em 1987. Ela atuou como presidente
de uma comissão da Organização das Nações Unidas e publicou um livro (Our Common Future)
onde escreveu em partes:

"Desenvolvimento sustentável significa suprir as necessidades do presente sem afetar a


habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades".
Gro Harlem Brundtland

O conceito de cidade inteligente começou a ser conhecido primeiramente como cidade


digital, para depois ganhar esta nova nomenclatura, onde o fator essencial é a tecnologia, gerando
inclusão social e a globalização, ajudando na criação de ambientes mais humanizados.
As antigas e novas demandas socioeconômicas e ambientais são respondidas pelas cidades
inteligentes, que se utilizam da tecnologia para melhorar a eficiência dos serviços urbanos, a
qualidade de vida da população e transformar a relação entre governo, cidadãos, setor produtivo e
terceiro setor.
É necessário associar o conceito de eficiência operacional das cidades com a sua
sustentabilidade, visto que ambos apontam para a qualidade de vida do cidadão. Assim, tem sido
usado o termo “Cidades Sustentáveis Inteligentes”, do qual a União Internacional de
Telecomunicações (ITU, sigla original em inglês) estudou mais de 100 definições correntes, gerando
a seguinte síntese:

“Uma cidade inteligente e sustentável (SSC, da sigla em inglês) é uma cidade inovadora
que usa tecnologias de informação e comunicação (TICs) e outros meios para melhorar a
qualidade de vida, a eficiência da operação e dos serviços urbanos e a competitividade,
assegurando que atendam às necessidades do presente e das futuras gerações em relação
aos aspectos econômicos, sociais e ambientais.” (ITU-T FG-SSC, 2014)

A adoção do conceito de SC e a implantação de projetos, nesse sentido, pelas cidades pode


ser considerada uma questão de troca de cultura, tanto por parte do poder público quanto por parte
do cidadão. Cidades, como o Rio de Janeiro, apresentam grandes desafios em termos de qualidade

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de vida, mas ainda assim são consideradas já iniciadas no processo de transformação em cidades
inteligentes por alguns autores (Aires, 2016; Charbel, 2013). Uma abordagem com viés tecnológico
para a transição de uma cidade para o nível de “Smart City” prevê a adoção de cinco passos (Charbel,
op. cit.): Estabelecer a visão - objetivos; Disponibilizar a tecnologia; Trabalhar na integração
(tecnologia e processos); Adicionar inovação e Guiar e incentivar a colaboração.
Zanni (2015) propõe também uma visão simplificada e de viés tecnológico, classificando as
cidades inteligentes como sistemas ciber-físicos (Cyber-physical system) em ampla escala, com
sensores monitorando indicadores virtuais e físicos e com atuadores mudando dinamicamente o
ambiente urbano complexo de alguma maneira. Alguns exemplos de sistemas ciber-físicos são os
robôs, a Internet das Coisas e máquinas conectadas em rede.
O Parlamento Europeu, no mapeamento das cidades passíveis de classificação como SC no
continente, cita a diversidade de definições (Manville et al., 2014), mas adota a seguinte definição
para fins de trabalho: cidade inteligente é uma cidade buscando atender aos interesses públicos a
partir de soluções baseadas em tecnologias da informação e comunicação (TIC), tendo como
fundamento parcerias com os atores-chave do município [tradução livre].
Outros autores defendem uma visão mais holística do conceito a atributos de uma SC, que
deve ter bom prognóstico de desempenho em diferentes aspectos e ter foco em promover uma
sociedade com autogestão, independente e participativa. Giffinger et. al. (2007) utilizam este
conceito para o Ranking de SC de médio porte da Europa, avaliando seis vertentes das cidades e sua
população: Capital Humano e Social; Qualidade de Vida; Transporte e Infraestrutura de Dados e
Telecom; Meio Ambiente e Recursos Naturais; Competitividade Econômica; e Gestão participativa
(governo e cidadãos).
Existe uma nova palavra da moda no universo das cidades inteligentes: Digital Twin. Digital
Twin ou gêmeo digital, em tradução literal, dentre outras coisas, é uma réplica digital do mundo
físico; uma ferramenta indispensável de visualização de um objeto físico ou de um processo
organizacional. A sua utilização pode prever as consequências de determinadas ações, fazendo
melhorias antes de serem colocadas em prática, o que ajuda a tomar medidas para a redução de
custos.
Os efeitos positivos são sinérgicos e cumulativos em relação a outros fatores de maturidade
no conceito de cidade sustentável e inteligente, como melhoria da renda, melhoria da mobilidade,
aumento da qualidade de vida do cidadão, entre outros.
Por outro lado, a proliferação de negócios de maneira não otimizada pode ter efeitos
negativos diretos e indiretos, como, por exemplo, a alta mortalidade de empreendimentos (com

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perda de investimentos) ou a geração de impactos ambientais e operacionais na cidade, como
poluição, sobrecarga da infraestrutura, aumento do trânsito e congestionamentos. A otimização da
localização dos negócios é de fundamental importância para minimizar os riscos e maximizar os
seus impactos positivos para a sociedade.
O licenciamento para abertura e funcionamento de novos empreendimentos é um dos
aspectos mais relevantes do ambiente de negócios das cidades e está fortemente relacionado à
localização. A obtenção de alvará de funcionamento e o licenciamento ambiental são processos que
podem ser demorados e complexos, especialmente nos casos de atividades com maior potencial de
impacto de vizinhança e ambiental, como postos de gasolina, lavanderias, boates, casas de festas,
fábricas, entre outros. O estabelecimento de regras claras e sua espacialização em mapas permite
apoiar e acelerar o processo de avaliação e tomada de decisão dos fiscais e gestores sobre novos
empreendimentos, reforçando a necessária transparência do processo de licenciamento. Quanto
mais eficaz e rápido o sistema de licenciamento, melhor o ambiente de negócios da cidade.
Dar permissão para que um determinado negócio se estabeleça em um local da cidade
depende essencialmente da avaliação de múltiplos aspectos e dos impactos positivos e negativos
que esse negócio pode ocasionar na vizinhança e na cidade, seja nos aspectos ambientais ou nos
aspectos socioeconômicos. Trata-se, portanto, de um processo típico de Avaliação Multicritério
(AMC). Nestes processos, em que diversos fatores são avaliados concomitantemente, permite-se
inclusive que se antevejam impactos sinérgicos e cumulativos, tanto negativos quanto positivos.
São inúmeros os fatores que podem influenciar na melhor localização de um negócio, que
tem que ser avaliada ao menos sob dois pontos de vista: o do empreendedor e o da vizinhança. Ao
empreendedor interessam especialmente alcançar sua clientela e obter rendimento de forma
sustentável no tempo. À vizinhança interessam aspectos como não ser incomodado por
empreendimentos alheios, mas ao mesmo tempo poder usufruir de uma variedade de serviços e
produtos nas proximidades. À administração municipal cabe mediar esses interesses, zelando pelo
bem estar coletivo e promovendo o desenvolvimento econômico sustentável.
O assunto sobre a criação de cidades inteligentes desperta cada vez mais o interesse do
governo e da população.
Estas cidades buscam tratar de problemas comuns como meio ambiente, mobilidade,
morosidade e ineficiência da gestão pública, a partir de soluções tecnológicas e inteligentes.
Atualmente existem dois tipos de SC: as que focam no uso da tecnologia e as que focam na
economia.

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No primeiro tipo, busca-se uma série de soluções que aperfeiçoam o tempo, o acesso e a
segurança da população, através da integração, do processamento e do monitoramento de
informações. No segundo tipo fomenta-se a educação, a saúde e o empreendedorismo (digital e
economia criativa) a fim de agregar valor para a cidade, aumentando a qualidade de vida e
fortalecendo a economia com novos negócios e atraindo investidores pelas melhorias feitas com os
cidadãos.
No cenário internacional, conforme o ranking do IESE Business School, instituição com
melhor Educação Executiva do mundo, segundo a revista Financial Times, sobre as cidades
brasileiras no ranking de SC, relaciona as seguintes cidades brasileiras: São Paulo (116ª), Rio de
Janeiro (126ª), Curitiba (135ª), Brasília (138ª), Salvador (147ª) e Belo Horizonte (151ª).
A cidade de São Paulo ganha destaque pelos investimentos em mobilidade urbana, com a
criação de mais ciclo faixas e corredores de ônibus.
A cidade de Belo Horizonte, também conhecida como “cidade jardim”, ganhou o destaque
positivo para o meio ambiente. Destacam-se os bons índices de saneamento urbano e coleta pública
de lixo. Outro orgulho de BH, merecedora do apelido de “capital solar do país”, é o estádio do
Mineirão pelo uso de energia solar.
Rio de Janeiro teve a sua classificação pela infraestrutura de suas instituições de ensino
superior, a construção de um ambiente favorável à inovação e a presença de instituições de apoio à
tecnologia conforme avaliação feita pela Urban Systems.
O ranking Connected Smart Cities é realizado pela Urban Systems, em parceria com a Sator,
sendo o mais importante levantamento sobre as cidades brasileiras. Todas as cidades com mais de
50 mil habitantes (666 municípios) são mapeadas com o objetivo de definir as cidades com maior
potencial de desenvolvimento do Brasil.
Ainda na edição 2019 do Ranking Connected Smart Cities São Caetano do Sul, localizada
na região metropolitana da Grande São Paulo, parte do Grande ABC, possui cerca de 150 mil
habitantes e se destaca como a 5ª cidade mais inteligente do país e o 1º lugar nas categorias por
Faixa Populacional de 100 a 500 mil habitantes e Educação.
O principal evento do setor no Brasil e um dos maiores da América Latina, Connected Smart
Cities, é realizado pela Sator e Urban Systems envolvendo empresas, entidades e governos em uma
plataforma para encontrar o DNA de inovação e melhorias para cidades mais inteligentes e
conectadas umas com as outras, sejam elas pequenas ou megacidades.

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3.1 INICIATIVAS BRASILEIRAS NA DIREÇÃO DAS CIDADES INTELIGENTES
No dia 23 de julho deste ano foi lançado pelo Governo Federal, em conjunto com o
Ministério de Ciência e Tecnologia, o Programa Nacional de Estratégias para Cidades Inteligentes
Sustentáveis que irá estabelecer indicadores e metas e impulsionará soluções para a transformação
das cidades brasileiras em cidades inteligentes. Alguns exemplos de ações que podem ser
desenvolvidas pelas cidades são: a instalação de câmeras de segurança, a identificação facial, o
monitoramento de lavouras, os sistemas de aproveitamento de água de chuva, o prontuário
eletrônico e a mobilidade urbana.
O desenvolvimento de centros urbanos em todo o mundo é uma realidade pela utilização
mais eficiente dos recursos disponíveis, proporcionando a redução do impacto das nossas vidas no
meio ambiente por meio da transformação digital.
Alguns municípios brasileiros como a SC Laguna, no Ceará, conhecida como “smart city
social”, projeto direcionado para a sustentabilidade e a qualidade de vida dos seus habitantes, até
cidades como Cajamar, no interior de São Paulo, podemos listar uma série de municípios brasileiros
com iniciativas espetaculares na busca por melhores condições de vida para as pessoas com o
mínimo impacto ambiental possível.
Outro exemplo brasileiro que pode ser citado é a chamada cidade Pedra Branca, que, na
verdade, é considerada uma “cidade-bairro” no município de Palhoça, na grande Florianópolis,
Santa Catarina. Criada como um loteamento residencial em 1999, Pedra Branca foi construída onde
antes era uma bela fazenda familiar. Idealizada pelo projeto chamado “Masterplan Pedra Branca”,
esta estupenda comunidade terá o desenvolvimento do potencial urbanístico até o ano de 2020.
Um bom exemplo das características apropriadas para a adoção da cultura de Cidade
Sustentável e Inteligente pode ser visto em Niterói, a saber:
• Inserção em uma região metropolitana onde já há iniciativas nesse sentido;
• Indicadores relativamente altos de desenvolvimento (IDH - Índice de
Desenvolvimento Humano, por exemplo);
• População relativamente esclarecida e engajada no acompanhamento da administração
pública municipal;
• Orçamento relativamente alto;
• Território municipal relativamente pequeno e com boa proporção de áreas verdes
(FAO, 2018);
• Implantação recente do Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), com
características compatíveis com um centro de controle operacional de uso múltiplo;

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• Implantação recente do sistema de informação geográfico embasando o programa do
Cadastro Territorial Multifinalitário, denominado SIGEO.
O ranking de IDH é um dado utilizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para
analisar a qualidade de vida de uma determinada população, sendo formado por um índice que vai
de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, melhor é a condição de vida no local. Pesquisar a qualidade
de vida de uma determinada cidade é de suma importância para o planejamento/gerenciamento
adequado do seu desenvolvimento. Para um melhor entendimento, seguem abaixo os critérios
utilizados pela ONU/Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para calcular o
IDH:
• Grau de escolaridade: dado da média de anos de estudo da população adulta e
expectativa de vida escolar ou o tempo que uma criança ficará matriculada;
• Renda Nacional Bruta (RNB) per capita: dado baseado na paridade de poder de compra
dos habitantes. Inicialmente, tinha por base o PIB (Produto Interno Bruto) per capita,
mas, a partir de 2010, foi substituído pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita;
• Nível de saúde: expectativa de vida da população, refletindo as condições de saúde e
dos serviços de saneamento ambiental.
O último IDH do Brasil divulgado pela ONU através do seu programa Pnud, conforme
reportagem da Revista Exame veiculada na versão online do dia 9 de dezembro de 2019, (Fonte:
https://exame.abril.com.br/brasil/brasil-mantem-posicao-no-indice-de-desenvolvimento-humano-
em-2019/) e com base nos dados de 2018, foi do 79º lugar (IDH 0,761) entre os 189 países
pesquisados, mantendo-se praticamente estagnado com a melhora de 0,001 em relação ao ano de
2017, quando ocupava o 78º lugar. Nos dados de novembro de 2010, o Brasil ocupava o 73º lugar
com IDH de 0,699.
A elevação anual do IDH brasileiro se deve, principalmente, aos aumentos da expectativa de
vida e da taxa de alfabetização. Entretanto, por conta das grandes disparidades sociais e econômicas
dos estados brasileiros, com realidades totalmente distintas, torna-se irônico classificar o país com
alto IDH na categorização de muito alto, alto, médio e baixo feita pela ONU.

3.2 COMPROMISSO DAS CIDADES INTELIGENTES COM A SUSTENTABILIDADE


A sustentabilidade global é um dos grandes desafios a ser enfrentado no século XXI. Diante
deste panorama, os desafios diários vivenciados nas cidades são crescentes e a busca de soluções
onde ocorra uma transformação no modelo de pensar, gerenciar e planejar os espaços urbanos é
essencial.

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Em linha com o desenvolvimento sustentável vale ressaltar o compromisso com o Acordo
de Paris e Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
O Acordo de Paris é um tratado mundial para reduzir emissões de gases de efeito estufa
(GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável, que foi aprovado em 23 de dezembro de 2015,
tendo entrado oficialmente em vigor no dia 4 de novembro de 2016. Foi assinado por 195 países,
inclusive o Brasil.
As medidas e metas estabelecidas do acordo passam a vigorar a partir de 2020.
A Contribuição Nacionalmente Determinada (na sigla em inglês iNDC - intended Nationally
Determined Contribution) apresentada pelo Brasil corresponde a “uma redução estimada em 66%
em termos de emissões de gases efeito de estufa por unidade do PIB (intensidade de emissões) em
2025 e em 75% em termos de intensidade de emissões em 2030, ambas em relação a 2005”,
conforme informação veiculada pelo Ministério do Meio Ambiente em seu site.
As metas da iNDC brasileira estão demonstradas na Figura 2, a seguir:
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável foi elaborada pela Organização das
Nações Unidas em setembro de 2015, quando 193 Estados-membros da ONU se reuniram em Nova
York. Nesta agenda ficou reconhecido que o maior desafio global e um requisito sine qua non é a
erradicação da pobreza extrema.
Conforme estabelecido na Agenda 2030 serão necessárias ações em áreas de importância
crucial para a humanidade: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias, conforme ilustrado na
Figura 3, a seguir:
Buscando uma integração de todos os componentes do desenvolvimento sustentável foram
estabelecidos os Objetivos do Milênio (conforme ilustrado na Figura 4 abaixo), resultantes da
Rio+20 para engajar todos os países na construção de um futuro melhor para as próximas gerações.
Portanto, para que uma cidade seja considerada inteligente é necessário também estar de
acordo com os parâmetros elencados no Acordo de Paris, principalmente com a urbanização das
cidades e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Outro fator importante a ser considerado é a Indústria 4.0. Uma cidade inteligente precisa
estar alinhada com esta nova Revolução Industrial.
O conceito Indústria 4.0 surgiu na Alemanha por volta de 2012 e envolve as inovações
tecnológicas nos campos de automação e tecnologia da informação para manufatura. Tem como
objetivo base criar processos mais rápidos, flexíveis e eficientes, promovendo a união dos recursos
físicos e digitais, conectando máquinas, sistemas e ativos a fim de produzir itens de maior qualidade
a custos reduzidos.

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Para alcançar os objetivos desta nova revolução é necessário gerar um alto nível de
articulação entre as principais tecnologias que formam o conceito, os chamados pilares, ilustrados
na Figura 6, que segue.

3.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL URBANO E SEUS DESAFIOS


Um dos principais desafios dos nossos dias é pensar em novos caminhos para um
desenvolvimento urbano mais sustentável, considerando a crescente população principalmente nas
grandes metrópoles.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas, mais da metade da população
mundial vive hoje em áreas urbanas e a perspectiva é de que esse percentual suba para dois terços
até 2050, o que certamente gerará uma diminuição da renda média per capita.
Para que haja um equilíbrio na economia, meio ambiente e qualidade de vida torna-se
urgente avançar com a urbanização em escala global e transformar cidades a partir de uma
abordagem mais ampla e integrada. Desta forma, se faz necessário ter uma agenda urbana
estimulando a inovação, a comunicação e o uso da tecnologia, criando espaços mais modernos e
inteligentes, adotando medidas resilientes e de práticas ambientais, que sejam engajadas com a
eficiência energética, o combate às mudanças climáticas, a prevenção de desastres naturais e,
principalmente, a preservação do meio ambiente.
Importante também incluir nesta agenda a implantação de estruturas e de serviços mais
eficientes, promovendo o bem-estar das pessoas e a inclusão social, praticando não somente a
sustentabilidade, educação, cultura, saúde, segurança pública e mobilidade urbana, criando um
ambiente que gere oportunidades e que permita aos indivíduos potencializar seus talentos e sua
criatividade.
As grandes tendências para as próximas décadas que impactarão as cidades serão: alterações
demográficas, a revolução tecnológica, redução das emissões de CO2 e de gases do efeito estufa e o
crescimento do risco climático. Diante desta nova perspectiva, a vida será afetada como também a
governança das cidades: a automação, a internet das coisas, a mobilidade elétrica e o 5G. Grandes
ajustes deverão ser feitos, principalmente na geração, na distribuição e no armazenamento da
eletricidade. Outro fator a ser considerado urgentemente considerado são os riscos climáticos para
prevenir uma provável catástrofe climática global tornando as cidades neutras em carbono o quanto
antes.
Outras atitudes essenciais a serem tomadas para o desenvolvimento sustentável urbano:
aumento das áreas verdes, eliminação total das sacolas plásticas, melhoria no sistema de transporte

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público/coletivo, criação de programas para o descarte seguro dos resíduos sólidos gerando insumos
sustentáveis através de reciclagem, fomentar políticas que estimulem a participação da sociedade
ocupação urbana articulada e incentivo ao empreendedorismo.
Todas estas ações visam influenciar as políticas de estímulo do desenvolvimento de cidades
inteligentes no Brasil com o forte propósito de quebrar e mudar paradigmas ultrapassados, dando
margem a um desenvolvimento tecnológico e sustentável.

3.4 ANÁLISE ESTRATÉGICA DAS SOLUÇÕES DE CIDADES INTELIGENTES


Uma cidade pode ser habilitada a se tornar inteligente através de um conjunto de tecnologias
e inteligências, promovendo a construção de novas soluções em diversas áreas, novas formas de
relação e colaboração entre os mais variados atores de áreas diversificadas com uma governança
compartilhada.
De acordo com o modelo do Observatório Nacional das Telecomunicações e da Sociedade
da Informação (ONTSI), seis pilares são apontados como essenciais em uma cidade inteligente,
conforme demonstrado na Figura 7:
Para que estas ações sejam bem-sucedidas é crucial a participação, apoio e envolvimento
com o plano estratégico de SC, ampla comunicação dos objetivos estabelecidos, gerenciando as
expectativas de todos os agentes envolvidos e combatendo os entraves da falta de uma cultura
política de longo prazo.
Ao mesmo tempo em que a tecnologia avança, as empresas passam a se preocupar mais com
os impactos positivos para o meio ambiente e os consumidores ficam mais conscientes quanto às
questões de preservação do planeta e da qualidade de vida, dando preferência pela utilização de
recursos e serviços sustentáveis.
A Conferência do Clima da ONU realizada nas duas primeiras semanas do mês de dezembro
de 2019 durante a Feira de Madrid foi palco de um grupo de brasileiro que mostraram seus negócios
inovadores para o clima através de startups clean techs, que trazem soluções em como salvar o
planeta.
Estas iniciativas crescem não somente no Brasil como em todo o mundo. O Instituto Climate
Ventures mapeou 552 negócios no Brasil, que rendem impacto positivo no clima, promovem a
chamada economia regenerativa e de baixo carbono e atuam nos setores de gestão da água e
resíduos, agropecuária, energia, logística e mobilidade, e uso do solo e florestas.

“Em novembro de 2019, na Climate LaunchPad, competição internacional de clean techs


que ocorreu em Amsterdã, o Brasil foi o país com o segundo maior número de negócios

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inscritos – 155 –, perdendo só para a Índia, com quase 500. No total, participaram do evento
2.601 empreendedores de 53 países.”
Fonte: Artigo de Giovani Girardi

Várias iniciativas ocorrem tanto em pequena escala como também para setores inteiros. Em
São Paulo surgiu a Pluvi.on, que tenta salvar pessoas de áreas de risco de enchentes pelas chuvas
intensas e rápidas, que acontecem mais frequentemente como consequência do aquecimento global.
Outro exemplo de projeto vencedor, citado pela Climate Ventures, foi o Macaúba, da Startup
Inocas, de Minas Gerais, que tem como objetivo gerar uma alternativa ao óleo de palma a partir da
palmeira típica do Cerrado brasileiro. A ideia surgiu estimulada pela companhia aérea Lufthansa,
que queria substituir o abastecimento de seus aviões para não mais utilizar combustíveis fósseis. O
diretor executivo da Inocas, Johannes Zimpel, explica:

“Hoje, 60% de tudo o que existe em um supermercado têm óleo de palma – do chocolate
ao hidratante de corpo. Mas o plantio da palma levou ao desmatamento de grandes áreas de
floresta tropical no mundo, em especial na Indonésia. Defendemos a macaúba como uma
alternativa sustentável à palma.”
Fonte: Artigo de Giovani Girardi

O desafio do planejamento sustentável nas cidades inteligentes gira em torno do uso racional
dos recursos disponíveis, a sustentabilidade do ambiente, a maior participação dos cidadãos na vida
da cidade e a qualidade na oferta de serviços públicos.
De acordo com artigo escrito por Rita, Gois, Barbosa, Monteiro, Goes e Oliveira (2020) a
sustentabilidade econômica, por sua vez, tem como componentes o fluxo permanente de
investimentos públicos e privados (estes últimos com especial destaque para o cooperativismo), o
manejo eficiente dos recursos, a absorção,pela empresa, dos custos ambientais e a
endogeneização (contar com suas próprias forças), objetivando o aumento da produção e da riqueza
social, sem dependência externa.
Há diferentes configurações de sistemas inovação, tais como: sistema nacional de inovação,
sistemas regional de inovação e sistema setorial de inovação. Portanto, o sistema nacional de
inovação considera todo o arcabouço institucional, jurídico e de políticas do país. Por outro lado, o
sistema regional tem como característica a proximidade geográfica de seus atores. E, por último, o
sistema setorial é concentrado num setor de atuação específico.
Já o conceito de ecossistema de inovação é mais recente e deriva da analogia com o
ecossistema biológico.

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Conforme definido por Lemos (2011), o termo ecossistema é utilizado de modo amplo no
gerenciamento e no discurso econômico objetivando descrever grupos heterogêneos de atores que
trabalham de forma cooperativa e interdependente.
Já no entendimento de Jishnu, Gilhotra e Mishra (2011) e Russell et al. (2011) reportam que
o ecossistema de inovação tem como referência os sistemas inter organizacionais, políticos,
econômicos, ambientais e tecnológicos da inovação, em que ocorre a catalisação, sustentação e
apoio ao crescimento de negócios.
Um exemplo que pode ser citado como ecossistema de inovação é o Vale do Silício,
localizado na parte sul da região da Baía de São Francisco, na Califórnia, EUA.
Como diferenças entre sistema e ecossistema de inovação, pode-se iniciar citando conforme
o entendimento de Mercan e Göktas (2011), onde explicam que a abordagem de sistemas de
inovação não explica a relação entre o processo de inovação e a estrutura inovadora. Por isso,
levando-se em consideração a natureza estática do modelo de sistemas de inovação, foi criada a
abordagem ecossistêmica, baseada na biologia. A natureza dinâmica da inovação é considerada no
Ecossistema de Inovação. O conceito descreve as características evolutivas das interações entre os
atores, suas relações com atividades inovadoras e suas relações com o ambiente em que operam. Os
dois conceitos são diferenciados pelos autores Russo-Spena, Tregua e Bifulco (2017), como segue
no Quadro 3:
De acordo com o artigo escrito por Bas Boorsma, John Baekelmans e Bob Bennett sobre o
poder da colaboração para inovações digitais em cidades inteligentes, estratégias de inovação e
digitalização beneficiam muitas cidades ao redor do mundo. Tais iniciativas das SC fornecem o
catalisador para que as comunidades urbanas se tornem mais resilientes e sustentáveis,
proporcionando eficiência econômica, inovações ambientais, segurança pública aprimorada,
mobilidade mais inteligente, atividades econômicas renovadas e novas atividades econômicas e
empregos no século XXI. O resultado dos desafios modernos enfrentados diariamente nas cidades
(congestionamento no tráfego, qualidade do ar), colabora como fator natural para talentos, empregos
e inovações.
Ressaltam a importância de levar inovações além dos centros das cidades como fator
primordial para uma grande estratégia inteligente de sucesso para todos, facilitando regiões maiores
e atendendo ao aprimoramento digital das comunidades, grandes ou pequenas.
Os autores afirmam que os STI´s das Estratégias de cidades inteligentes podem ter sucesso
apenas se forem suficientemente inclusivas abrindo caminho para a inclusão digital. Somente com
colaboração, aquisição, definição de agendas de inovação, compartilhamento de conhecimento,

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criando economias de escala e agregar demanda, a inclusão digital pode ser tratada de maneira
eficaz, com comunidades menores se beneficiando das mesmas inovações digitais das quais as
grandes cidades já desfrutam.
Não há dúvida de que as grandes cidades estão melhores posicionadas e equipadas para lidar
com a digitalização do que seus pares menores. Com mais recursos, sabem como articular e
programar estratégias inteligentes. Para permitir um compartilhamento mais abrangente de
conhecimento e recursos, as estratégias de regiões inteligentes facilitam a colaboração de cidades
maiores, municípios menores e autoridades regionais.
Outro ecossistema que não pode deixar de ser citado é o programa Startup Weekend,
facilitado pela empresa americana TechStars. Durante 54 horas os participantes desenvolvem suas
ideias de negócios auxiliados por mentores com a missão de inspirar, educar e dar o suporte
necessário para a criação de novas startups. Já foram formados mais de 45.000 times nos eventos
realizados em mais de 150 países.

4 CONCLUSÕES
Para garantir que os cidadãos continuem utilizando qualquer tecnologia, as informações
compartilhadas devem estar sempre atualizadas e relevantes. Todas as partes envolvidas no
desenvolvimento das Cidades Inteligentes devem ter o compromisso em atualizar as informações
pertinentes de suas áreas, ouvindo os feedbacks dos usuários internos, da população, dos
investidores e empreendedores. A sustentabilidade de qualquer projeto se dá através do aumento de
receita para o município com as novas empresas e a utilização de plataformas que democratizem
informações aos investidores.
Setores tradicionais e seus modelos de negócios passam por profundas mudanças, o que
influencia diretamente o desempenho da economia e pressiona para uma atualização da matriz
econômica. O Brasil precisa urgentemente se reinventar, utilizar suas competências e sua natureza
industrial para transformar-se em uma referência da indústria do futuro, por meio de um ecossistema
pujante com empresas da nova economia. O desenvolvimento de ecossistemas empreendedores e
inovadores é o caminho para uma economia competitiva e sustentável capaz de acompanhar as
tendências tecnológicas e econômicas.
Essa mudança não ocorrerá de forma natural. Ela precisa ser pensada, articulada, incentivada
e implementada por lideranças que entendam sua urgência e importância.

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