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Universidade Federal do Rio Grande do Norte


Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais

Desafios de um projeto de cidade inteligente e humana em Natal frente às desigualdades


sociais.

RESUMO
A partir da compreensão dos conceitos de marginalidade, exclusão social, desigualdade
socioespacial, bem como de exclusão digital na sociedade da informação, o presente artigo
possibilita um debate contemporâneo acerca desses problemas sociais, frente ao planejamento
urbano pautado no paradigma smart, disseminado num mundo de economia globalizada e
Estado neoliberal. Compreendendo os conceitos de maneira integrada, o trabalho traz à baila
alguns diálogos sobre as diversas faces da desigualdade no seio do projeto inteligente e
humano em Natal/RN, tendo como objeto empírico e de análise o território circunscrito ao
Parque Metrópole Digital, implantado no ano de 2018 na cidade, sendo uma iniciativa
pactuada entre a Prefeitura Municipal de Natal e o Instituto Metrópole Digital (IMD)
vinculado a Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Palavras-chave: desigualdade socioespacial, exclusão digital, Natal cidade inteligente e


humana, Parque Metrópole Digital, neoliberalismo, globalização.

INTRODUÇÃO
A smart city vem se projetando em um contexto de economia mundializada
(CHESNAIS, 1996), ou, como denomina Sassen (2010) globalizada, inserida em governos
neoliberais (HARVEY, 2008) que, por vezes, podem obstar as condições de acesso aos seus
supostos benefícios à sociedade como um todo. No bojo dessas barreiras de acesso está, por
exemplo, sua escala de abrangência e, não menos importante, a forma de espraiamento desse
novo paradigma no território das cidades. A ideia de uma cidade inteligente, ligada à questão
da inovação urbana e tecnológica, que promete ser instrumento de modernização, crescimento
inclusivo e sustentável, melhorando a qualidade de vida das pessoas pelo intenso uso de
infraestruturas smarts, não poderá incluir aquele indivíduo com pouca ou nenhuma condição
de acesso ao ambiente digital, tornando-se um cidadão excluído digitalmente (SORJ, 2003). O
objetivo do artigo não é provar que a smart city é responsável pela exclusão digital nos
territórios dos países historicamente desiguais. Ele se propõe a refletir sobre os possíveis
incrementos de desigualdades nos arranjos e dinâmicas urbanas em razão do apelo por um
desenvolvimento (social e econômico) umbilicalmente e funcionalmente dependente de
ferramentas e equipamentos tecnológicos (computadores, internet, etc.). Em razão disso, a
pesquisa utiliza como metodologia uma análise simplificada da área de abrangência do Parque
Tecnológico Metrópole Digital (Parque), objeto empírico do artigo, que possibilita a
discussão acerca das desigualdades sociais evidenciadas no seu raio de circunscrição.

Artigo apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais em cumprimento às


atividades avaliativas da disciplina EUR1010 - Desigualdades sociais, exclusão social e segregação sócio-
espacial em 21/10/2021. Docente: Rita de Cássia da Conceição Gomes. Discente: Analúcia de Azevedo Silva.
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No sentido de alcançar a coesão das ideias, o artigo se divide em 03 sessões. A


primeira sessão apresenta o conceito de smart city e human smart city. A segunda é dedicada
à compreensão dos conceitos de exclusão, marginalização e exclusão digital, bem como a
apresentação do Parque, iniciativa pública planejada e efetivada a partir da entrada do
município de Natal na Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas (RBCIH) e da
inclusão do Programa Natal Cidade Inteligente e Humana (NCIH) no Plano Plurianual (PPA)
2018-2022. A última sessão traz algumas reflexões a respeito do paradigma human smart city
em Natal frente aos desafios impostos, ligados à justiça social, num contexto de inovação
urbana e tecnológica,
O paradigma smart e a human smart city frente às desigualdades: exclusão,
marginalização e exclusão digital.
1.1 – o paradigma smart.
Em passado recente, as motivações que levaram os planejadores de cidades a se
valerem da cidade empreendedora ou do planejamento estratégico como veículos para azeitar
a máquina da economia e mitigar os problemas urbanos, foram impactados pelo que Chesnais
(1996) chamou de mundialização das economias. Nesse cenário do capital globalizado
(SASSEN, 2010), novos desafios surgiram no planejamento urbano que passou a enfrentar
complexos problemas nas relações espaciais, sociais, econômicas, culturais e ambientais.
Hoje, as agendas (pública e privada), estão às voltas com o paradigma smart (esperto;
inteligente). Apostas na transformação de cidades clássicas em smart cities já se espraiaram
por todos os continentes. No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Cidades
Inteligentes, Humanas e Sustentáveis (IBCIHS, 2020), muitas cidades também abraçaram a
proposta, apostando que as possíveis soluções para essa complexidade de problemas encontra
apoio nas inovações relacionadas às Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).
De acordo com Harvey (2008), há um fetiche na teoria neoliberal da mudança
tecnológica que crê que para todo e qualquer problema há um remédio tecnológico, uma
solução pela via do mundo informacional. Nesse sentido, o uso das novas tecnologias e
inovações surgiu paulatinamente nos últimos anos por meio de propostas como as de Cidade
Digital (digital city), Cidade do Futuro (future city), Cidade Global (global city), entre outras.
A premissa dos administradores públicos de cidades é torná-las capazes de atrair investidores,
empresas, talentos profissionais e turistas, pois, com a crise do capital de 2008 os orçamentos
públicos caíram vertiginosamente e uma saída administrativa tem sido investir em
infraestruturas tecnológicas e inovação, em parceria com empresas de TICs, para enfrentar os
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desafios da contemporaneidade. É nesse contexto que a ideia de smart cities se oferece para
apoiar e moldar o trabalho de planejadores urbanos, arquitetos, operadores de infraestrutura,
incorporadoras imobiliárias, secretários de transporte, prefeitos e indústrias inteiras.
(MOROZOV, E. & BRIA, F., 2019). O termo cidades inteligentes surgiu a princípio nos EUA
entre o staff das empresas International Business Machines Corporation (IBM) e Cisco
Systems (Cisco) que através do uso de TICs, propunham a digitalização das cidades como
ferramenta para assessorar as administrações na correção dos seus diversos problemas. É um
termo cunhado por vários autores os quais têm em comum o entendimento de que smart cities
são aquelas que possibilitam o empoderamento e a melhoria na qualidade de vida da
população utilizando as TICs como ferramenta para a melhora na infraestrutura e nos serviços
da cidade e na otimização do uso dos seus recursos (KON; SANTANA, 2016).
Entretanto, Mendes (2020) acrescenta que se pode conceituar uma smart city como
uma cidade que, através de uma visão holística, multidimensional/multiparticipativa, e com o
uso intensivo de recursos tecnológicos, é capaz de promover um crescimento inclusivo e
sustentável, visando a melhor qualidade de vida da sua população. Morozov & Bria (2019)
diz ser prudente pesquisar as ligações existentes entre as infraestruturas digitais que
remodelam o cenário digital das cidades (como câmeras, algoritmos, sensores, telas,
roteadores, telefones celulares e muitos outros ingredientes que emprestam o smart às “smart
cities”) e os projetos políticos e econômicos urbanos atuais prestes a ser implementados.
Somente por meio dessa investigação se encontrará resposta para o verdadeiro intuito por trás
do embarque público e privado no paradigma smart.
1.2 – o paradigma human smart.
Com o propósito de popularizar e atrair ainda mais atores sociais para o paradigma
smart, nos países com aguda desigualdade social, houve a inserção da palavra „humana‟.
Colada ao termo smart cities, a componente tornou-o mais aproximado das pessoas, criando,
assim, o conceito human smart city (cidade inteligente e humana). Em Natal, no ano de 2015,
a prefeitura aderiu juntamente com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),
representada pelo Instituto Metrópole Digital (IMD), à Rede Brasileira de Cidades
Inteligentes e Humanas (RBCIH) durante o evento Campus Party ocorrido em Recife. A partir
dessa adesão, os referidos entes públicos, celebraram parcerias no sentido de promover
transformações urbanas de inovação tecnológica e social, promovendo não somente o
paradigma smart, mas a ideia de uma cidade inteligente e humana. O conceito human smart
city (cidade inteligente e humana), de acordo com o Documento Brasil 2030: Cidades
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Inteligentes e Humanas RBCIH (2016), são aquelas inclusivas por procurar oferecer a todos
os seus cidadãos a possibilidade de se integrarem social e economicamente por meio do
usufruto de facilidades ofertadas por tecnologias, sendo esse acesso um direito à cidadania.
Essas cidades desenvolvem políticas de inclusão digital, criando, por exemplo, condições
que favoreçam o acesso e a capacitação tecnológica, principalmente para os segmentos
de maior vulnerabilidade social. Mas, quais são os critérios para identificar uma human
smart city? Autores como Oliveira (2015), Campolargo; Oliveira (2014), Santos (2018),
Martinelli (2019) afirmam que a introdução da componente humana ao modelo smart city se
dá por meio principalmente de processos inclusivos em que toda a sociedade participa e é
beneficiária das inovações. A RBCIH (2016) explica que a human smart city procura oferecer
a todos o usufruto das facilidades tecnológicas viabilizadas por meio de políticas de inclusão
digital. Na sua complexidade, o conceito definido pela RBCIH abrange o de smart cities,
acrescentado que a grande quantidade de tecnologias digitais e eletrônicas, bem como as
tecnologias não digitais, devem servir à promoção do bem-estar dos cidadãos, de forma
sustentável, capaz de tornar os lugares cada vez melhores para morar, trabalhar, estudar
e divertir-se. Santos (2018) apresenta sucintamente a mais importante diferença entre os
conceitos a partir da introdução da componente humana ao asseverar que “embora importante,
e às vezes crucial no apoio à inovação orientada para as pessoas, a tecnologia deve ser vista
como um meio e não um fim em si. As Cidades Inteligentes e Humanas são aquelas nas
quais os governos se envolvem com os cidadãos e estão abertos ao envolvimento por parte
dos cidadãos”, (SANTOS, 2018, p. 16-17).
O problema da human smart city, assumido aqui no artigo, está na escolha da gestão
pública, por um desenvolvimento urbano pautado na ideia smart via Inovação tecnológica e
soluções inteligentes - disseminadas em discursos mercadológicos e debatidas em âmbito
acadêmico - diante das inegáveis desigualdades sociais e territoriais evidenciadas em países
pobres e suas cidades de infraestruturas precárias. Como ser inteligente e humana, por
exemplo, se se é desigual num urbano precário? É imprescindível descrever conceitualmente
as faces da desigualdade social no sentido de tentar responder esse questionamento.
1.3 – As faces das desigualdades: exclusão, marginalização, exclusão digital e
desigualdade socioespacial.
Nas trilhas do neoliberalismo, as cidades foram fortemente transformadas pela
financeirização da economia e pelo aprofundamento mundial das desigualdades com
rebatimento no planejamento urbano. Nelas, as populações de baixa renda sofrem com as
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desigualdades sociais em razão de possuírem baixo poder aquisitivo, pouca escolarização,


bem como não é raro experimentarem, concomitante ou em separado, a exclusão social, a
marginalização social, a desigualdades socioespacial ou a mais recente face da desigualdade:
a exclusão digital. Esse tópico do artigo se dedica a explicar, sucintamente, cada uma dessas
expressões.
Em primeiro lugar, o „excluído’ socialmente não deve ser confundido com um
membro de uma minoria desprivilegiada (mulheres, negros, índios, homossexuais, por
exemplo). Como observa Oliveira (1997), chamar de excluído todo e qualquer grupo social
desfavorecido pode levar a contrassensos. Os excluídos são em sua essência o exército de
desempregados (inclusive nos países ricos) que teriam se tornado „desnecessários
economicamente‟, e que compõem o fenômeno chamado de „desemprego estrutural‟. Em
suma, os excluídos são aqueles não incluídos nas dinâmicas urbanas subordinadas ao viés
econômico, a partir de uma escolha ética e política feita por aqueles que detêm os meios de
geração de emprego e renda e que podem promover desmontes da legislação de proteção
social e trabalhista.
Quanto à marginalização, segundo Fassin (1996), é como realidade espacial que o
termo se apresenta pela primeira vez no início dos anos cinquenta. O conceito teria sido
aplicado na América Latina, em se tratando de espaço social, como uma configuração de
“centro/periferia”. Diferentemente do excluído, o „marginalizado‟ nunca teria entrado nas
cidades. Principiada por uma marginalização social na qual há figuras emblemáticas da
marginalidade urbana, a saber, o 'sem-abrigo'; o „trabalhador migrante‟; o „delinquente‟,
posteriormente é definida como marginalização espacial derivada de um crescimento muito
rápido das cidades, sob o efeito das migrações de origem rural que ocupa áreas indesejadas
nas grandes metrópoles. Os marginalizados compõem as populações que, além de habitarem
uma posição periférica em relação ao centro urbano, lhes falta canais de comunicação junto
aos materializadores do desenvolvimento econômico, hoje representado também pela
modernização do aparelho produtivo e da internacionalização do comércio. (FASSIN, 1996,
p. 52-56). Para Sorj (2003) além das desigualdades supracitadas, a exclusão digital se revela
como a mais nova dimensão dentre as diversas desigualdades preexistentes em nossa
sociedade. O autor a enquadra como a mazela do acesso desigual ao conjunto de novos bens e
serviços associados às novas tecnologias da informação e da comunicação. Para ele a
desigualdade social, além de múltipla é interligada, prescinde de uma análise na qual se

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considere tanto a desigualdade em relação à renda individual, quanto em relação ao acesso de


bens de consumo coletivos sob a responsabilidade, direta ou indireta, do Estado.
As diversas desigualdades não são estanques: elas se articulam entre si e se
reforçam mutuamente. As políticas públicas e iniciativas da sociedade civil
devem confrontar diversas formas de desigualdade social como um conjunto
interdependente, o que exige a atuação simultânea tanto na esfera das
carências mais básicas quanto na das mais complexas. (SORJ, 2003, p.15).

O autor divide a exclusão digital em cinco dimensões (fatores dependentes) que


determinam a maior ou menor universalização dos sistemas telemáticos, sendo que as duas
primeiras dimensões se referem aos fatores passivos do acesso à Internet e as três últimas
definem o potencial de apropriação ativa. São elas: a) a existência de infraestruturas físicas de
transmissão; b) a disponibilidade de equipamento/ conexão para acesso (computador, modem,
rede de acesso); c) treino no uso de ferramentas como computador e Internet; d) capacitação
intelectual e inserção social do usuário, produto resultante de sua profissão, do seu nível
educacional e intelectual e de sua rede social e; e) a produção e uso de conteúdos específicos
adequados às necessidades dos diversos segmentos da população.
Não vinculada a indivíduos, como as desigualdades sociais acima definidas, mas
referente aos espaços de moradia destes, a desigualdade socioespacial diz respeito às
diferenciações das estruturas espaciais num território onde pobreza e riqueza coexistem com
as contradições inerentes ao processo de produção e organização do espaço no qual a
diferenciação (desigualdade) não exclui as relações entre as partes. Vasconcelos (1997) atenta
para o fato de não haver espaços homogêneos, sobretudo na escala das cidades. E mais, ele
afirma que em certos casos, as diferenças socioespaciais podem ser vistas em fotos aéreas nas
quais as favelas das cidades brasileiras, por exemplo, revelam uma enorme diferenciação
socioespacial resultante de vários processos, como o de colonização, ou de desigualdades
originárias do passado escravista. Nesse sentido, conhecendo-se o cerne dos conceitos até aqui
citados; a adesão de Natal ao paradigma human smart e a parceria estabelecida entre a
prefeitura e a UFRN/IMD; o artigo se propõe a provocar um debate em torno do viés
„humano‟ da human smart city ao observar se de fato este se aproxima da intenção de
promover a inclusão digital que pode resultar na redução das desigualdades sociais e
territoriais em Natal. Corroborando com Sorj (2003) em sua visão multifacetada das
desigualdades sociais, vale questionar um desenvolvimento econômico pautado por inovações
urbanas e pela implantação de infraestruturas tecnológicas no contexto brasileiro de
significativas desigualdades e investimentos públicos no paradigma smart. Nesse sentido, é
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plausível investigar ao menos uma ação concreta iniciada na NCIH, a saber, o


desenvolvimento do Parque Tecnológico Metrópole Digital. A proposta do artigo é verificar
qual a relação do referido Parque com a área geográfica de abrangência e as populações na
qual está inserido frente à desigualdade social e territorial.
1. Um Parque Tecnológico num território desigual.
A partir do ano de 2015, várias ações foram realizadas pelos atores (stakeholders)
envolvidos na promoção de Natal ao paradigma smart. Entre essas iniciativas, figurou a
inclusão no Plano Plurianual (PPA) 2018-2022 da Prefeitura Municipal de Natal (PMN), o
Programa Natal Cidade Inteligente e Humana (NCIH), apresentando 17 metas diretamente
ligadas à inovação urbana, tecnologia e participação cidadã, voltadas ao desenvolvimento da
ciência, tecnologia e inovação na cidade. Entre elas, estava a criação de um parque
tecnológico municipal objetivando atrair para o município empresas de tecnologia da
informação, startups, incubadoras, estabelecendo os limites geográficos de uma área na qual
as referidas empresas, dentro de um perímetro determinado, receberiam concessão de
incentivos fiscais, por exemplo, para se estabelecerem.
Sabe-se que para sair das crises cíclicas, os operadores do capital reinventam novas
formas de lucrar e suas estratégias contam com o auxílio direto do poder político. É nesse
contexto que a prefeitura de Natal articulou junto a UFRN/IMD a celebração de Termo de
Cooperação Técnica a fim de permitir a criação do Parque Tecnológico Metrópole Digital
(nomeado no artigo como Parque), assinado em 30 de junho de 2016. A partir do mencionado
termo, a PMN e o IMD desenvolveram as bases fundantes que permitiu a criação do parque
municipal por meio do decreto nº. 11.378, de 23 de outubro de 2017 que, entre outras coisas,
poderia alterar o panorama econômico da cidade a partir da iniciativa de aglomerar empresas
de tecnologia num dado território. Para que o Parque se concretizasse foram necessárias
mudanças nas legislações urbanísticas (mudança no gabarito das edificações na área) e
tributárias (lei complementar n.º 167 de 18 de julho de 2017 1 e o decreto n.º 11.928 de 26 de
março de 20202) do município para que as empresas pudessem se adequar ao território

1
Lei complementar n.º 167 de 18 de julho de 2017 - publicada no DOM Nº 3593, de 19 de Julho de 2017:
Dispõe sobre a concessão de incentivos fiscais a empresas de Tecnologia da Informação e a Instituições
Científicas e Tecnológicas (ICTs) integrantes de Parque Tecnológico, localizadas no Município de Natal, altera
dispositivos do CTM Lei nº 3.882/89, e dá outras providências.
2
Decreto n.º 11.928 de 26 de março de 2020 altera a redação do decreto nº. 11.378, de 23 de outubro de 2017,
publicado no diário oficial do município de 24 de outubro de 2017. Art. 5º. O caput do art. 11 do Decreto
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delimitado. Atualmente, um total de 73 empresas estão credenciadas ao Parque. Observa-se


no mapa 1 (Parque Metrópole Digital e os bolsões de pobreza) disponibilizado logo abaixo,
que são as populações dos bairros Lagoa Nova, Candelária, Nova Descoberta e Capim Macio
estão diretamente se relacionando com o Parque. Mas, essa relação ocorre de que maneira? O
primeiro cenário geográfico do Parque compreendia um raio de 4,7 km², incluindo em seu
perímetro os bairros Lagoa Nova, Candelária, Nova Descoberta Capim Macio, além de toda a
extensão da UFRN/IMD, incorporando em sua área de abrangência o bairro de Nova
Descoberta que possui população de baixa renda e é marcado pela presença de muitas vilas
semelhantes às antigas vilas operárias e ao menos duas favelas, hoje denominadas
comunidades, a saber, a Potyguarania e das Almas.
Em março de 2020, com a aprovação do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia
(Comcit) e por meio do Decreto nº 11.928, de 26 de março de 2020 alterando a redação do
Decreto nº. 11.378, de 23 de outubro de 2017, o território geográfico do Parque foi expandido
passando de 4,7 km² para 16,7 km², adentrando ainda mais nas áreas dos bairros supracitados
e incluindo a área militar no entorno da UFRN, e partes dos bairros de Cidade da Esperança,
Tirol e Neópolis ao seu contexto geral o que adicionou também aos limites do Parque mais 03
favelas: o assentamento Aluízio Bezerra, localizado em Tirol; o assentamento Tabelião
Manoel Procópio, em Lagoa Nova e o assentamento do Viaduto, instalado no bairro
Candelária. A escolha locacional do Parque é mais um indicador de desigualdades, pois está
em um espaço já privilegiado, a Região Administrativa Sul da cidade, mais beneficiada
historicamente com investimentos públicos em detrimento das regiões mais pobres como
Norte e a oeste. O mapa 1 demarca os limites do Parque e destaca os assentamentos humanos
subnormais nele encontrados. O mapa 2 representa a ausência de cobertura 4G pela operadora
TIM nos assentamentos Potyguarania e das Almas. O quadro 1 traz e a renda per capta das
famílias inseridas no Parque. Esses assentamentos (favelas) destacados nos mapas mostram
realidades sociais que contrastam com a maior parte das famílias dos bairros inseridos no
Parque, sendo Tirol, Capim Macio, Lagoa Nova e Candelária, representantes das mais
significativas diferenciações evidenciadas, exemplos da desigualdade socioespacial.

Municipal nº 11.378, de 23 de outubro de 2017, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 11. A Secretaria
Municipal de Tributação instituirá comissão composta por três Auditores do Tesouro Municipal, pertencentes
aos Setores responsáveis pelos lançamentos do ISS, IPTU, ITIV, que será responsável pela análise e concessão
dos benefícios fiscais, bem como pela não concessão, suspensão ou exclusão, todos devidamente fundamentados
e com comunicação ao Parque e à empresa.

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Mapa 1: delimitação geográfica atual do Parque Metrópole Digital com raio de 16,7 km² e os assentamentos humanos.

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Mapa 2: serviço de telefonia da operadora TIM em Nova Descoberta

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Quadro 1 – comparativos de rendas per capta dos bairros circunscritos no Parque.


Renda
mensal Bairros
domiciliar
per capta
Bairro Tirol Capim Macio Candelária Lagoa Neópolis N. Descoberta Cid. da
Nova Esperança
% 0,8% 48% 52% 66% 12% 84% 24%
aproximada
de área
ocupada pelo
Parque.
Mais de ¼ a ½ 1,89 1,82 3,57 5,59 7,01 13,35 15,90
salário
mínimo
Mais de ½ a 1 6,38 7,17 10,61 12,83 20,66 28,87 31,48
salário
mínimo
Mais de 1 a 2 11,34 17,49 17,93 18,00 28,94 23,45 26,75
salários
mínimos
Mais de 10 20,07 10,37 9,33 8,43 1,51 2,54 1,66
salários
mínimos
Fonte: elaborado pela autora com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE (Censo 2010).

Ainda sobre os dados destacados no quadro 1, tem-se a revelação de que ao menos os


bairros de Capim Macio, Lagoa Nova, Candelária compõem parte significativa do Parque.
Nova Descoberta têm sua área quase que totalmente inserida nele. Capim Macio e Nova
Descoberta são um bom exemplo das diferenciações socioespaciais no contexto do referido
Parque. Nova Descoberta possui significativa parcela de famílias, quase 30%, vivendo com
apenas ½ ou 1 salário mínimo, enquanto que apenas 2,54% do total de famílias do bairro
possui renda mensal domiciliar per capta acima de 10 salários mínimos. Em Capim Macio,
apenas 7,17 das famílias vivem com ½ ou 1 salários enquanto que mais de 10% das famílias
possuem renda mensal domiciliar per capta acima de 10 salários mínimos. A discrepância de
renda é um dos indicadores das desigualdades na circunscrição do Parque.
Para exemplificar a exclusão digital no perímetro de abrangência do Parque, o mapa 2
trata da distribuição e da qualidade da rede de telefonia privada Tim nos assentamentos
Potyguarania e das Almas. Entretanto, os mapas das operadoras Oi, Claro e Vivo (não
disponibilizados no artigo), mostram que a telefonia não chega nem ao alcance 3G em todos
os assentamentos (favelas) identificados no Parque. Enquanto isso, as famílias de mais alta
renda, mesmo compartilhando o mesmo espaço geográfico que os pobres, acessam telefonia
4G e 4G+, estando aptos financeiramente para adquirir a telefonia 5G imediatamente à sua
chegada no Brasil. As imagens (registros fotográficos) 1, 2 e 3 abaixo registram algumas das
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tipologias residenciais no bairro de Nova Descoberta, como mais um elemento empírico no


artigo revelador das faces da desigualdade social, Sãos registros fotográficos dos
assentamentos subnormais Potyguarania; de uma vila com casas populares e de uma rua
dotada de infraestruturas urbanas, contrastando com as imagens anteriores. Os elementos
empíricos reunidos no presente artigo demonstram que o Parque foi implantado num território
desigual que permite a inquietação: há interesse do capital para que as tecnologias
informacionais tornem os territórios menos desiguais?
Imagem 1 – Assentamentos Potyguarania e Das Almas em Nova Descoberta.

Fonte: NATAL, 2021.

Imagem 2 – vilas de casas em Nova Descoberta.

Fonte: Bezerra Imóveis (imobiliária) 2020.

Imagem 3 – Prédios de apartamentos e casas instaladas em ruas amplas dotadas de


infraestruturas em Nova Descoberta.

Fonte: PMN, 2014.


Artigo apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais em cumprimento às
atividades avaliativas da disciplina EUR1010 - Desigualdades sociais, exclusão social e segregação sócio-
espacial em 21/10/2021. Docente: Rita de Cássia da Conceição Gomes. Discente: Analúcia de Azevedo Silva.
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Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais

2. Reflexões ensaísticas.
As crises cíclicas do capitalismo levam inexoravelmente os operadores do capital a
reinventarem formas de lucro, e o neoliberalismo tem sido a expressão mais aguda desse
embate no qual os agentes do livre mercado e comércio, detentores da propriedade privada,
saem fortalecidos. Nesse sentido, as análises sobre as múltiplas realidades humanas, sociais e
econômicas, circunscritas no território do Parque Metrópole Digital, realizadas no artigo,
permitem a inquietação: o paradigma human smart será mais uma estratégia para o
capital se reinventar nas cidades? As cidades do século XXI, tornadas human smart são
verdadeiras incógnitas quanto à concretização dos seus objetivos de promover um
crescimento inclusivo e sustentável por meio das tecnologias digitais, pois, o modelo
idealizado pode não abranger o conjunto da sociedade e se tornar mais um instrumento
reprodutor de mais distorções e injustiças sociais. Antunes (2018) pondera que é também, na
desejada proposta smart, que o capitalismo informacional e digital pode aprimorar sua
engenharia de dominação, azeitado desde o século passado por meio do mito criado em torno
do avanço das tecnologias da informação e comunicação (TICs).
O marketing e a promoção da human smart city em Natal deverá torná-la competitiva
ao atrair empresas de tecnologia da informação, startups, incubadoras e Instituições
Científicas e Tecnológicas (ICTs) para dentro do Parque contribuindo muito mais para
tomadas de decisão ditadas por interesses comerciais, assumindo uma enorme distância da
escala humana. O que se pôde ressalvar ao percorrer a cartografia do Parque é que sem a
redução da desigualdade socioeconômica, ampliada pelo neoliberalismo, haverá também
exclusão digital. Essa observação praticamente torna impossível, no redesenho do espaço
urbano human smart, que toda a população se favoreça dos proveitos gerados pelas novas
tecnologias de forma inclusiva e democrática. Nesse sentindo e considerando-se que a área do
Parque é em grande parte formada por aquilo que Santos (2002) chama de território de
luminosidade, privilegiado por possuir as infraestruturas proporcionadas fortemente pelo
poder público, tornando-se economicamente viável para a reprodução capitalista, pode-se
inferir que a iniciativa é mais uma vantagem oferecida pelo Estado aos operadores do
mercado. A aglomeração de empresas e institutos de tecnologia no âmbito do Parque
Tecnológico Metrópole Digital frente aos territórios opacos (carentes de infraestruturas)
partícipes do Parque com suas populações faveladas (assentamentos) ou componentes de
bolsões de pobreza (vilas), dificilmente trará os benefícios/ganhos oferecidos por este.

Artigo apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Urbanos e Regionais em cumprimento às


atividades avaliativas da disciplina EUR1010 - Desigualdades sociais, exclusão social e segregação sócio-
espacial em 21/10/2021. Docente: Rita de Cássia da Conceição Gomes. Discente: Analúcia de Azevedo Silva.
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O indivíduo de baixa renda, ou mesmo o miserável que habita no território do Parque,


faz parte do universo dos desempregados ou desnecessários para o mundo da economia, leia -
se aqui, é o excluído, inclusive das atividades desempenhadas no Parque. Esse indivíduo
também é o marginalizado que, além de viver em território periférico dos bairros
componentes do Parque sem que lhes seja oportunizado algum canal de comunicação junto
aos materializadores do desenvolvimento econômico. Ainda sobre o território que habita,
numa análise espacial, a moradia desse excluído, encontra-se sob o peso da desigualdade
socioespacial na qual historicamente, as favelas são camufladas entre as moradias das classes
médias e ricas. Como, diante desse quadro desolador de integração das variadas
desigualdades, não ajuizar que a Natal Cidade Inteligente e Humana e seu Parque atrativo aos
investidores em inovação urbana e tecnológica, será reprodutora da exclusão digital?
Essa pequena radiografia das desigualdades identificadas ao se percorrer o caminho do
Parque Tecnológico Metrópole Digital da Natal Cidade Inteligente e Humana exemplifica a
integração da exclusão social, da marginalização, da desigualdade socioespacial e da exclusão
digital como partes coesas da desigualdade e injustiças sociais na cidade do paradigma human
smart que, em tese, deveria estar promovendo todas as formas de inclusão. Os dados
empíricos aqui apresentados demonstram uma relação „inovação X território‟ que não inclui
os pobres dificultando para eles os pretendidos ganhos proporcionados pela inovação
tecnológica em Natal, desafiando a human smart city a promover uma verdadeira inclusão.

REFERÊNCIAS (disciplina).
ANTUNES, Ricardo. O privilégio da Servidão: o novo proletariado de serviços na era
digital. (cap. I; Fotografias do trabalho precário global/ Cap III: Infoproletariado,
informalidade, (I) materialidade e valor: o novo proletariado global e suas principais
tendências). São Paulo: Boitempo, 2018.

FASSIN, Didier. “Exclusion, Underclass, Marginalidad”. Revue Française de Sociologie,


XXXVII, 1996.

OLIVEIRA, Luciano. Os excluídos existem? Notas sobre a elaboração de um novo conceito.


Revista Brasileira de Ciências Sociais, nº 33, p. 49-61, fevereiro de 1997.

SORJ, Bernardo. Brasil@povo.com: a luta contra a desigualdade na Sociedade da


Informação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

VASCONCELOS, Pedro de Almeida. Contribuição para o debate sobre processos e formas


socioespaciais nas cidades. A cidade contemporânea: segregação espacial. São Paulo:
Contexto, 2013. VILLAÇA, Flávio. Efeitos do espaço sobre o social na metrópole brasileira.
In: 7, Encontro Nacional da ANPUR, Recife, maio de 1997.
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REFERÊNCIAS (Tese)
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2008.

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para discussão. Disponível em: <https://www.observatoriodasmetropoles.net.br/wp-
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SANTOS, Milton; SILVEIRA, M. Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século
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SANTOS, Irani. Estratégia de desenvolvimento socioeconômico inovacity: metodologia de


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2018. 174 f. Dissertação (Mestrado em ciência, tecnologia e Inovação) – Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.

SASSEN, Saskia. A cidade global: recuperando o lugar e as práticas sociais. Porto Alegre:
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