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Cálculo Diferencial

e Integral II
Integral Definida
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1ª Edição
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Pró-Reitoria de Programas de Graduação


Lívia Maria Figueiredo Lacerda

Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária


Carlos de Oliveira Varella

Núcleo de Educação a Distância (NEAD)


Márcia Loch
Sumário
Integral Definida
Para início de conversa... ................................................................................. 4
Objetivo .......................................................................................................... 4
1. Propriedades da Integral Definida .......................................................... 5
Referências .......................................................................................................... 12

Cálculo Diferencial e Integral II 3


Para início de conversa... Objetivo
Nas unidades anteriores, foram apresentadas definições e propriedades Apresentar as propriedades operatórias da antidiferenciação.
preliminares das integrais indefinidas. Foi introduzida a antidiferenciação,
que é a ferramenta metodológica utilizada para fazer a inversão do
processo de derivação e que nos ajuda a encontrar todas as funções que
possuem uma dada função como derivada.

Uma importante e potente ferramenta de pesquisa em física, matemática,


engenharias e outras vertentes da ciência é a integral definida, um dos
conceitos fundamentais do ramo da análise matemática. Dentre suas
aplicações mais importantes estão o cálculo de áreas limitadas por
curvas, comprimento de arcos, volumes e aplicações em física, tais como
velocidade, trabalho, momento de inércia etc.

Diferentemente das integrais indefinidas, nas integrais definidas


esperamos obter um valor, e não apenas uma função acrescida de uma
constante de integração. Uma importante caracterização das integrais
definidas são os limites de integração, que definem a natureza da solução
da integral. As propriedades vistas em integrais indefinidas serão
revisitadas no contexto das integrais definidas.

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1. Propriedades da Integral Definida
Seja y = f ( x ) uma função contínua definida ao longo de um intervalo
[ a, b].. Designando por m e M os valores de mínimo e máximo,
respectivamente, da função f ( x ) .. Dividindo o intervalo [ a, b ] em n .
partes, teremos Calculando o valor da função f em cada um desses pontos, formulamos
a soma:
,
onde
que é denominada soma integral para a função f ( x ) no intervalo [ a, b ]..
Como ξi é um ponto arbitrário pertencente ao intervalo [ xi −1 , xi ], temos,
e definimos: portanto:
m1 ≤ f (ξ1 ) ≤ M 1

e, como todos ∆xi > 0, então


mi ∆xi ≤ f (ξi ) ∆xi ≤ M i ∆xi ..
.

Em cada subintervalo, vamos escolher um ponto que chamaremos de ξ ..


Portanto, em cada um dos respectivos intervalos definidos anteriormente, Integrais definidas representam a área sob a curva de uma função,
temos ξ1, ξ 2, ...,ξ n , caracterizando e as somas de Riemann nos ajudam a aproximar essas áreas. Bernhard
Riemann foi um prolífico matemático alemão, nascido em Hanôver. Teve
grande participação em pesquisa na área de geometria, com destaque
para o desenvolvimento da geometria Riemanniana.

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Aplicando o somatório em cada termo da desigualdade anterior, então a função f ( x ) é dita ser integrável no intervalo [ a, b ].. Portanto, a
definimos que, para cada f ( x ) ≥ 0, o gráfico da figura cuja área é igual integral definida de uma função f em um intervalo [ a, b ] é definida como
a sn está limitada pelas linhas tracejadas inscritas e circunscritas,
conforme mostra a Figura 1: .

Além do integrando, a integral definida é composta dos limites de


integração a e b, onde a é o limite inferior e b é o limite superior. O
resultado da integral definida é um número, calculado a partir da função
encontrada, aplicando os limites de integração na função. Ou seja:

À fórmula anterior é dado o nome de fórmula de Newton-Leibniz. A


fórmula de Newton-Leibniz propõe um método muito prático para o
cálculo de integrais definidas, quando a função primitiva do integrando é
Figura 1: Interpretação geométrica da integral definida. Fonte: Adaptada de Piskunov (1977).
conhecida. Essa fórmula ampliou consideravelmente o campo
de aplicações da integral definida, haja vista que os
O somatório sn depende do modo como o intervalo [ a, b ] é dividido em matemáticos obtiveram um método geral que lhes
subintervalos [ xi −1 , xi ] e também depende da escolha dos pontos ξi no permitiu solucionar uma ampla diversidade de
interior desses subintervalos. Considerando λ = max [ xi −1 , xi ] o maior
problemas. Consequentemente, aumentaram
comprimento dos subintervalos  x0 , x1 ], [ x1, x2 ], ..., [ xn −1 , xn  , temos que,
as possibilidades de aplicação na engenharia,
se existe o limite
astronomia etc. por causa do desenvolvimento
, da fórmula. Vejamos alguns exemplos:

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.
I.
As propriedades nos ajudam a calcular integrais definidas de forma mais
II. simplificada.

III. Dada a integral definida de uma constante, temos

.
IV.
Demonstração:
V.
Esta primeira propriedade nos permite enxergar com clareza o
VI. procedimento prático para resolver uma integral definida.
As integrais definidas possuem propriedades que, combinadas com as Primeiramente, efetuamos a integração da constante como feito na
fórmulas de Newton-Leibniz, facilitam a tarefa de encontrar a solução. integral indefinida. Em seguida, avaliamos a função encontrada nos
Quando utilizamos a definição para calcular integral definida, devemos limites de integração dados:
observar propriedades similares às da integração indefinida. .
b
Ao definirmos a integral definida ∫ a f ( x ) dx, de modo implícito Para tal, substituímos b e a na função encontrada e, em seguida,
deduzimos que a < b. Entretanto, a definição, tal como vista no início do subtraímos os valores encontrados:
capítulo, também faz sentido para o caso em que a > b. Nesse último
caso, é válida a propriedade .

. Uma interpretação geométrica para essa propriedade pode ser vista


diretamente na Figura 2, a seguir:
Caso a = b, temos

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e

Sejam f e g duas funções contínuas e integráveis. Então a integral da


soma algébrica de várias funções é igual à soma algébrica das integrais
de cada parcela da soma:

Demonstração:

Da definição formal do início do capítulo acrescida da propriedade da


soma dos limites (vista no curso de Cálculo Diferencial e Integral I),
temos

b
Figura 2: Representação gráfica da integral definida dx c ( b − a ). Fonte: Elaborada pelo autor.
∫ c=
a

A integral definida, nesse caso, corresponde ao valor da área do


polígono quadrilateral limitado pelos vértices localizados nos pontos
( a, 0 ) , ( b, 0 ) , ( a, c ) e ( b, c ) , cujo comprimento da base é o tamanho do
intervalo [ a, b ] , e a sua altura vale c.

Em particular

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Exemplo 1: Utilize as propriedades 1 e 2 apresentadas anteriormente
para determinar o valor da integral definida

Utilizando as técnicas de integração vistas até o momento em nosso


curso, seguidas das propriedades vistas no capítulo, temos:

3
Figura 3: Solução gráfica da integral ∫ ( 4 x + 7 ) dx. Fonte: Elaborada pelo autor.
1

A Figura 3, a seguir, apresenta a solução da Seja f uma função integrável no intervalo [ a, b ] e k um número constante,
integral definida. Observe atentamente os então k ⋅ f também é uma função integrável em [ a, b ] e
limites de integração definidos sobre o eixo x.
A reta f ( x= ) 4 x + 7 limita superiormente a .
região cuja área é calculada, enquanto o eixo x Demonstração:
é o limite inferior.
De modo análogo à propriedade 2 demonstrada anteriormente, temos

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O exemplo anterior pode ser resolvido sem aplicar a propriedade

Ou seja, o número constante pode ser colocado para fora da integral


sem alterar o resultado final.

Exemplo 2: Aplique a propriedade 3 para resolver a integral a seguir:

Tirando o 8 da integral, temos

2
∫ 8x
3
Figura 4: Solução gráfica da integral dx. Fonte: Elaborada pelo autor.
1

Propriedade aditiva com respeito ao intervalo de integração

Suponhamos que a função f ( x ) seja integrável num determinado


intervalo [ a, b ]. Seja um valor c, de modo que a < b < c. Para três valores
arbitrários a, b e c é válida a igualdade

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Exemplo 3: Calcule a integral

sempre que as integrais existirem nos intervalos dados. .

Demonstração: Neste exemplo, podemos aplicar diversas resoluções vistas neste


capítulo. Portanto
Supondo, inicialmente, que a < c < b e que f ( x ) ≥ 0,, dividimos o
intervalo, tal como mostra a Figura 5, a seguir. A área abaixo de y = f ( x ) .
de a até c somada à área de c até b é igual à área total de a até b. Calculando cada uma das integrais, temos:
Uma demonstração matematicamente rigorosa pode ser encontrada
facilmente nas referências deste livro.

Neste capítulo, aprendemos os conceitos iniciais das integrais definidas.


Vimos sua definição e principais propriedades. Apesar de estudarmos
as demonstrações de tais propriedades, no capítulo seguinte nos
dedicaremos a estudá-las com o rigor matemático necessário, analisando
os importantes teoremas que compõem o cerne do Cálculo Diferencial e
Integral, como o Teorema Fundamental do Cálculo.

Aprendemos notações e técnicas que serão primordiais para a sequência


do estudo de Cálculo Diferencial e Integral. A fórmula de Newton-
Leibniz se apresenta como uma importante ferramenta que nos auxilia
na resolução de integrais definidas, atuando de forma similar ao que foi
Figura 5: Representação gráfica da propriedade de aditividade geral com respeito ao intervalo
de integração. Fonte: Adaptada de Stewart (2017).
estudado nos métodos para se calcular as integrais indefinidas.

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Referências
ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo. 10 ed. Porto Alegre: Bookman,
2014.

GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo. 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

HOFFMANN, L. D. et al. Cálculo: um curso moderno e suas aplicações:


tópicos avançados. 11 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

STEWART, J. Cálculo. 4 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2017.

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