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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


FACULDADE DE PSICOLOGIA

Marcela Vieira Morais de Paula

Um estudo sobre padrões alimentares e estratégias de


história de vida em dançarinos

Belém
2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE PSICOLOGIA

Marcela Vieira Morais de Paula

Um estudo sobre padrões alimentares e estratégias de história de vida em


dançarinos

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Instituto de Filosofia e Ciências Humanas como
requisito para a graduação em Psicologia na
Universidade Federal do Pará.

Orientadora: Profª Drª Rachel Coelho Ripardo


Teixeira

Belém
2022

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AGRADECIMENTOS

A todos os envolvidos direta ou indiretamente, o meu muitíssimo obrigada. Mas

se me resumisse a dizer isso, não seria eu. É impossível falar sobre minha trajetória e

esse trabalho sem citar a rede de apoio que me cerca e que me acompanhou nessa

caminhada.

Difícil começar a agradecer aqui, meu coração palpita, erra as batidas e se

emociona por completo ao lembrar dos que me cruzaram nesses mais de 5 anos de

UFPA. Parece ser certo começar agradecendo essa mãezona que a UFPA se torna para

todos os seus discentes, a UFPA é casa, é conforto, é paz, é luta, é liberdade e muito

mais do que uma universidade. Eu sou muito feliz de estar concluindo esse curso aqui e

só consigo agradecer por tudo que a UFPA simbolizou na minha vida nesse período

apesar dos estresses constantes que fazem parte.

Bom, não posso também falar de UFPA sem mencionar as companhias que

tenho nessa caminhada, nesse momento quero agradecer à minha dupla de 3: Danilo

Mercês e Larissa Kimberlle. Amigos-irmãos que me ajudaram e ainda ajudam a

atravessar os mares turbulentos da vida acadêmica entre outras coisas. Vocês são

pessoas extremamente queridas que guardo no coração com muito amor e carinho.

Obrigada por todo apoio, toda compreensão, todos os cafés e comidas mais, todo rolê

aleatório e principalmente por toda a amizade de vocês que fez com que esse momento

agora fosse possível.

Ademais, quero exaltar aqui o meu outro irmãozinho que teve e continua tendo

um espaço enorme no meu coração, Thiago Pamplona. Amigo, não cabe em mim a

gratidão que sinto pelo teu caminho ter cruzado o meu e me faltam, literalmente,

palavras para descrever a importância que você tem na minha vida. Obrigada por ter

sido minha companhia em noites em claro, meu ombro quando eu precisava chorar e a

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pessoa que me escuta e me ajuda sempre que preciso. Você é exemplo, você é força e eu

tenho muito orgulho de ti e te amo demais, obrigada.

Quero também trazer a memória outras pessoas que me ajudaram nesse

processo, minhas queridas amigas, amigos e amigues: Luana Borges, Melina

Navegantes, Erica Maia, Tawane Tayla, Tânia de Miranda, Ana Rocha, Ivy Nunes,

Rebecca Figueiredo, Andreza Cristina, Luana Lago, Rafael Reis, Luis Carlos, Matheus

Caetano, Yan Magno, Hugo Joshua, João Lucas Rosa, Lírio Moraes e Pedro (HBR).

Vocês são parte de mim e de alguma forma fizeram e fazem parte da pessoa que eu sou

hoje, por isso, agradeço por todo afeto envolvido nessa relação.

Agora antes de mais nada quero me ater a alguém que foi mais do que só um

suporte, alguém que foi meus dois braços e as vezes até minhas pernas, que me ajudou a

atravessar todas as crises – de ansiedade, existenciais, de incapacidade etc – e continuou

aqui para ver no que ia dar, alguém que lutou comigo, brigou comigo, chorou comigo e

me amou mesmo nos dias em que eu já estava insuportável. À minha companheira e

meu amor Ana Beatriz Rosa, o meu grande e afetuoso muito obrigada. Que sorte a

minha dividir essa caminhada com você nessa vida. Você foi e continua sendo uma

figura muito importante na pessoa que eu sou hoje e posso afirmar que se não fosse por

você isso não estaria acontecendo agora. Pelas vezes que você me ouviu, pelas vezes

que eu não tinha coragem de fazer as coisas e você me emprestou um pouco, pelos

fichamentos que você fez para mim e por toda confiança que você me deu por sempre

acreditar em mim. Obrigada por acreditar em mim. Obrigada, meu amor, por tanto

carinho, cuidado, paciência e amor nas mais diversas formas, algumas que eu mesma

não conseguia imaginar. Eu amo você, eu admiro você e agradeço por ter você na minha

vida.

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Assim como a Bia, outras criaturinhas tiveram o (des)prazer de ouvir os meus

lamentos nesse percurso. Aos meus filhos felinos: Vince, Adora, Yuki e Alecrim, eu

não sei o que eu seria sem vocês. Adotar vocês mudou a forma que eu vejo e entendo o

mundo, mudou a forma que eu sinto o amor, mudou a forma que eu sinto a dor e me

tornou sem sombra de dúvidas uma pessoa melhor. Perder o Alecrim no meio desse

processo foi facilmente a pior sensação da minha vida, mas vocês me deram forças para

continuar seguindo, me deram forças apra continuar e dar para vocês a melhor vida que

um gato poderia ter. Só vocês sabem os perrengues que a gente passou e como cada

lambida, ronronado e amassada de pãozinho me deixaram melhor. Obrigada meus

nenéns. Obrigada Alecrim, por ter sido o gatinho laranja mais sapeca, carente e lindo

que alguém poderia ter, sinto tua falta todos os dias e agradeço imensamente pelo tempo

que pude compartilhar contigo.

Se faz necessário também que eu agradeça aos meus pais – e a extensão destes,

leia-se avós, tias e tios, primos, madrasta e padrasto – primeiramente por me ajudarem

de forma mais direta a chegar até aqui, fazendo os esforços que foram cabíveis para que

minha travessia até o momento atual tivesse sido a menos custosa possível. À vocês

minha gratidão imensa por todo apoio e sustento diário.

Aos meus irmãos; Vinícius, Daniel e Laura. Tudo sempre vai ser por vocês.

Vocês foram muito desejados e amados por mim, e agradeço por todo amor e afeto

envolvido entre nós. Mato e morro por vocês assim como sei que vocês também o

fariam por mim. Obrigada por me escolherem para ser irmã de vocês.

Minha querida orientadora Rachel, nossa trajetória começou muito antes de eu

saber minimamente o que queria dentro da psicologia e hoje aquela menina que lhe

pedia o livro de psicologia evolucionista para tirar xerox toda semana só tem palavras

de agradecimento e afeto. Obrigada por ter me acolhido naquela época e principalmente

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agora, obrigada por ter confiado na minha capacidade e por acreditar no nosso trabalho,

sem você isso não teria saído – literalmente.

Bom, agora parece certo terminar agradecendo à mim. Talvez soe de certa forma

narcisista, mas quero agradecer à Marcela de 2021 por ter tido coragem de contatar a

Rachel, à Marcela de 2019 por ter conseguido engatar nesse pivic e a todas as mil e uma

versões minhas que antecederam quem eu sou hoje nesse fluxo de existência. Hoje

consigo me abraçar e ter a consciência de que dei o meu melhor para terminar esse

trabalho e esse curso – e por isso eu sou grata.

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“Porque – disse ela – quando você tem
medo e faz mesmo assim, isso é coragem.”
(Neil Gaiman)

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RESUMO

Padrões alimentares são um conjunto de comportamentos e hábitos que


selecionamos e utilizamos durante nossa história de vida e que regem nossa relação com
os alimentos. No decurso da evolução da espécie humana a alimentação tomou um lugar
importante no que tange à socialização e fez-se fator importante na coesão social. A
psicologia evolucionista é a abordagem que busca esclarecer o comportamento humano
à luz da evolução e bases psicológicas. Uma das suas teorias de nível médio é a Teoria
de História de Vida, a qual propõe que os indivíduos tem plasticidade para se engajar
inconscientemente em um dos dois tipos de estratégia – r ou K – durante a vida,
dependendo dos estímulos aos quais forem expostos. Diversos estudos são realizados
sobre a alimentação de desportistas e estímulos que as influenciam, entretanto não
existem muitos dados em relação à alimentação de dançarinos. Assim, o presente
projeto objetivou investigar como as estratégias de história de vida influenciam nos
padrões alimentares de dançarinos da região metropolitana de Belém, a partir da
hipótese de que estratégias mais lentas gerariam padrões alimentares de restrição
cognitiva e alimentação emocional, enquanto estratégias mais rápidas resultariam em
hábitos de descontrole alimentar. 35 dançarinos, 30 mulheres e 5 homens, com mais de
18 anos, responderam um questionário online contendo dois questionários de história de
vida (Mini-K e Escala de História de Vida) e um questionário de padrão alimentar
(TFEQ-21) em 2019. Foram encontradas correlações negativas entre idade e fatores de
alimentação emocional (AE). A AE também correlacionou positivamente com os
fatores de restrição cognitiva (RC) e descontrole alimentar (DA). Outra correlação
positiva encontrada foi entre os fatores de HVMating e DA, além disso, foi encontrada
uma correlação positiva entre o HVParenting e os anos de prática em dança. Foi
encontrada também uma relação entre o fator Mini-K e HVParenting. Os resultados
envolvendo alimentação emocional corroboram com pesquisas e dados sobre a idade da
amostra e a relação com as questões estéticas que envolvem a dança. A relação entre o
fator de AE com DA e RC corrobora também com outros estudos encontrados e a
correlação entre HVMating e DA difere do que já fora encontrado, entretanto é preciso
considerar o tamanho da amostra.
Palavras-chave: estratégia de história de vida; hábitos alimentares; dançarinos;
psicologia evolucionista.

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SUMÁRIO

Introdução...................................................................................................................10
Metodologia................................................................................................................15
Amostra e procedimento...............................................................................15
Instrumentos e materiais...............................................................................16
Procedimento de coleta de dados..................................................................17
Procedimento de tratamento e análise dos dados..........................................17
Considerações éticas......................................................................................18
Resultados....................................................................................................................18
Discussão......................................................................................................................19
Considerações finais.....................................................................................................21
Referências bibliográficas............................................................................................22
Anexo A........................................................................................................................25
Anexo B.........................................................................................................................26
Anexo C.........................................................................................................................27
Anexo D.........................................................................................................................32

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Os seres humanos, assim como as outras espécies, possuem características que
foram adaptadas e selecionadas durante a história evolutiva da espécie e que podem ser
explicadas por meio da Teoria da Evolução de Darwin. Darwin desenvolveu os
princípios da seleção natural e iniciou os estudos sobre como os comportamentos foram
selecionados durante a história evolutiva humana (Izar, 2018). Incorporados a estes
comportamentos adaptados, encontramos o comportamento alimentar.
Os padrões alimentares podem ser considerados resultados de diversas destas
adaptações em função de diferentes experiências que são desenvolvidas durante a
ontogênese do indivíduo (Araújo, Ferreira, & Lopes, 2018; Figueroa, 2004). A dieta
humana sofreu diversas modificações ao longo do processo de evolução – graças à
capacidade humana de adaptação e aprendizado, e às pressões sociais sofridas por
nossos ancestrais (Marlowe, 2005). Esse processo se acelerou com o advento da
agricultura, por volta de 10 mil anos atrás. Novos hábitos tais como o cozimento de
alimentos, a mudança da função da caça, e o aprimoramento das relações sociais, entre
outros, fizeram com que a espécie humana desenvolvesse com mais complexidade o
comportamento alimentar (Araújo, Ferreira, & Lopes, 2018).
Para melhor ilustrar o comportamento alimentar à luz da evolução, se faz
necessário compreender a indissociabilidade entre o comportamento humano e a
Etologia, estudo do comportamento animal, e para isto é conveniente usar os quatro
porquês de Tinbergen (2010). A partir dessa teoria, são pensados quatro possíveis
explicações evolutivas para um determinado comportamento, sendo eles Filogênese,
Função Adaptativa, Ontogênese e Causas Imediatas. Ao relacionarmos a alimentação e
as causas distais, temos na filogênese a história desse comportamento dentro da espécie,
desde o que chamamos de caçadores-coletores (e rapinadores-coletores) e como nossos
antepassados próximos foram diferenciando a alimentação, o cultivo e a colheita até
chegarmos aos momentos atuais (Abreu, et. al., 2001; Marlowe, 2005).
Quanto à questão de valor adaptativo, ou seja, o que na alimentação aumenta o
sucesso reprodutivo dos indivíduos, tanto no que tange a questão de sobrevivência,
como de reprodução, o comportamento alimentar se entrelaça com diversas funções
adaptativas, como a coesão grupal, a neofobia alimentar, a seleção de parceiros, o
investimento parental, entre outras (Lopes, Ferreira, & Araújo, 2018; Rantala, Luoto,
Krama, & Krams, 2019).
No outro polo das explicações encontram-se as causas proximais, dentre elas a
ontogênese: representada nessa situação pelas experiências de vida daquele individuo

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com a alimentação, como na sua história individual esteve presente o comportamento
alimentar desde a infância e progressivamente até a idade adulta (Figueroa, 2004; Izar,
2009).
Para além disto, o último porquê se dá em relação às causas imediatas, mais
ligadas ao corpo físico imediato do indivíduo, aqui pode se colocar como exemplo os
sistemas de recompensa mesolímbicos – o qual estão relacionados à liberação de
hormônios do prazer como a Serotonina, a Dopamina e a Acetilcolina – e os hormônios
ligados à saciedade, como a Leptina – hormônio que age no hipotálamo responsável por
diminuir o apetite e inibir a Grelina, hormônio responsável pelo aumento do apetite
(Ribeiro & Santos, 2013).
Assim, o que conhecemos como padrão alimentar são conjuntos de
comportamentos que regem nossa relação individual com os alimentos bem como as
matrizes coletivas de determinados grupos (Figueroa, 2004). O ato de se alimentar
possui um caráter historiográfico, cultural e social. Segundo Santos (2005), a
alimentação ganha corpo ao ser desenhada de acordo com os valores éticos, morais e
culturais de determinada sociedade e afirma ainda a dinamicidade dos padrões
alimentares como um reflexo das dinâmicas sociais.
No contexto brasileiro, o comportamento alimentar sofreu diversas alterações ao
se deparar com a globalização e urbanização. Desde o século passado, já era perceptível
como o ambiente em que o indivíduo brasileiro estava inserido refletia na sua identidade
alimentar e como ele agia diante das situações que envolviam esses hábitos (Bleil,
1998). Quando pensamos em identidade alimentar, Bleil (1998) traz a noção de que
comer é também revelar-se e mostrar através disso quem se é enquanto indivíduo
inserido num mundo globalizado. Nesse sentido, seguindo o fluxo das novas funções
relacionadas ao comportamento alimentar comunicação e identificação com grupos foi
sendo desenvolvida uma nova motivação em direção a alimentação, adentrando cada
vez mais o âmbito do social em larga escala.
Marlowe (2005) aponta como a vida em grupo é um fator de maximização do
fitness de uma determinada espécie (seu sucesso reprodutivo), porém, junto à isto, a
questão social traz diversas pressões que serviram para a modificação do ato de comer
outrora mais individualizado do que focado no grupo. A sociedade “McDonald's”
proposta por Santos (2005) é um forte exemplo dessa situação, uma vez que os
alimentos ricos em gorduras e açúcares característicos do processo de globalização
começaram a tomar o lugar de alimentos regionais típicos. Da caça à colheita de grãos à

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pesca e ao cultivo de subsistência, a alimentação e a evolução humana tem um entrelaço
indissociável na história da espécie.
Ainda nesse sentido social da alimentação, é importante ressaltar que a cultura e
as condições ambientais nas quais o indivíduo está inserido também são fatores
ontogenéticos importantes para se definir a identidade alimentar. Apoiado nisso é
preciso ter em vista que o ser humano é o único animal capaz de adentrar as dimensões
simbólicas do ato de comer, corroborando para a ideia de que comer não é apenas um
ato individual e, sim coletivo, e também que o significado dessa comida pode perpassar
por esferas sócio-hierárquicas, religiosas, políticas, etc. (Carneiro, 2005; Figueroa
2004).
A partir da definição de Mead e Guthe (1945, p.143, apud De Garine, 1972) de
que hábitos alimentares são “o estudo dos meios pelos quais os indivíduos, ou grupos de
indivíduos, respondendo a pressões sociais e culturais, selecionam, consomem e
utilizam porções do conjunto de alimentos disponíveis”, pode-se entender que estes são
diretamente influenciados pelas trocas sociais que aquele indivíduo realiza com o meio,
ou seja, sua ontogênese. Esta ontogênese é marcada por diversos eventos de vida, que
influenciam as estratégias que os organismos podem desenvolver.
Nesse aspecto dimensional do comer chegamos então à Teoria de História de Vida
(THV), a qual consiste em uma abordagem usada para explicar como os seres vivos são
portadores de plasticidade capaz de desenvolver estratégias diferentes diante de
contextos diferentes (Del Guiudice, 2009). O comportamento dos seres humanos pode
ser explicado pela THV, sendo que dependendo do contexto de vida eles se engajam de
forma inconsciente em estratégias de vida diferentes, que os autores nomearam r
(rápida) e K (lenta). A estratégia r está ligada às condições ambientais com recursos
mais escassos e menos previsíveis ou estáveis, mais eventos estressores e menor
investimento parental recebido ao longo do tempo; produzindo uma trajetória
desenvolvimental rápida, com iniciação precoce da vida sexual, mais comportamentos
de risco, maior número de parceiros, estilo de apego inseguro e relacionamentos sociais
e amorosos menos estáveis (Belsky & Pluess, 2009; Oldebark & Figueiredo, 2010; Faer,
Hendriks, Abed, & Figueredo, 2005).
Na estratégia K, condições ambientais com recursos mais abundantes,
previsíveis e estáveis, menos eventos estressores e maior investimento parental recebido
tendem a produzir uma trajetória de desenvolvimento menos acelerado, marcado pelo
início mais tardio da vida sexual, menos comportamentos de risco, menor número de

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parceiros sexuais, estilo de apego seguro, e relacionamentos sociais e amorosos mais
estáveis (Belsky & Pluess, 2009; Oldebark & Figueiredo, 2010).
A estratégia de história de vida pode ser rápida, com características como baixo
investimento nas relações, e foco em quantidade ao invés de qualidade; enquanto a
estratégia lenta tem características opostas. Nesse sentido, estudos como o de De
Lauzon‐Guillain et al. (2009) feito com genitores e prole no intuito de tentar
compreender a possível correlação entre os padrões alimentares e possíveis influências
do investimento parental destacam como essa relação pode ser correlata, mas necessita
de estudos mais aprofundados. Assim, essas relações e estratégias podem refletir nas
escolhas alimentares, sendo que Araújo, Ferreira e Lopes (2018, p.528) apontam que
escolhas alimentares estão associadas à “variáveis ambientais, do seu estado reprodutivo
e nutricional e de como outros indivíduos estão tomando suas próprias decisões”; sendo
assim, a estratégia de história de vida desenvolvida por um indivíduo pode dizer muito
sobre o modo com o qual ele se relaciona com a alimentação.
Dentre as esferas as quais a comida pode estar inserida, existe aquela relacionando
a comida à necessidade que o corpo tem para realizar determinadas atividades. Diversos
estudos têm sido feitos no que tange à a alimentação de desportistas, porém a dança é
um meio no qual a alimentação também apresenta um papel de demasiada importância e
que precisa ser estudado.
Alguns estudos apontam como a ingestão diária de bases energéticas é deficitária
em dançarinos e como isso afeta o seu desempenho (Lutoslawska et al., 2007). Tendo
em vista a necessidade de um controle corporal na prática da dança (Prati & Prati,
2006), esse deficit acarreta efeitos não somente nutricionais, como psicológicos.
Algumas destas práticas pode ser explicada por bases evolucionistas, visto que
existem teorias, como a thrifty genotype hypothesis e a The adapted to flee famine
hypothesis que explicam como a ingestão incompatível de calorias para uma
determinada demanda do corpo pode afetar mecanismos biológicos que foram
selecionados durante a história da espécie. Ou seja, existe um limiar do que seria o
máximo e o mínimo seguro de ser ingerido e sempre que esse limiar é ultrapassado, o
organismo faz uso de práticas compensatórias que podem variar dependendo da situação
(Rantala, Luoto, Krama, & Krams, 2019).
Durante seu passado evolutivo, o ser humano teve alguns comportamentos
restritivos, consequência da necessidade de se mudar com mais frequência e enfrentar
escassez alimentar; mas tais comportamentos quando vistos nos dias de hoje podem

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levar a um quadro patológico e estar na gênese de um transtorno alimentar (Izar, 2013;
Laran & Salerno, 2013; Rantala, Luoto, Krama, & Krams, 2019).
Nesse contexto, entender a questão da alimentação em dançarinos é
imprescindível para o avanço de estudos sobre o corpo e de como lidar com ele nessas
circunstâncias, bem como para uma melhor compreensão da relação desses hábitos
alimentares com o desempenho na dança (Kuwae & Silva, 2007). De acordo com
Salmon, Figueredo e Woodburn (2009), as abordagens evolucionistas admitem dentre
outras coisas que, por exemplo, o corpo feminino pode apenas com mudanças
alimentares e no peso se tornar apto ou inapto para a reprodução, esbarrando em
barreiras estéticas e funcionais em contraponto com o funcionamento biológico e a
saúde. Padrões alimentares são resultados de uma história ontogenética que nos mostra
como construímos essa relação com a alimentação em nossa vida através de sucessivos
pareamentos consequenciados por reforços1 no meio social (Ramos & Stein. 2000). Isso
nos faz refletir que mais do que a ingestão de nutrientes, esse padrão se refere a como
percebemos o ato de comer e quais as prioridades quando tratamos desse assunto.
Tal contexto de alimentação, não obstante, acarreta outros tipos de subprodutos
quando visto à luz de uma visão mais macro da psicologia. Além de problemas
puramente biológicos que podem interferir na realização de atividades físicas como a
dança, Andrade e Bosi (2003) destacam como a influência da mídia pode ser um fator
atenuante no que tange à alimentação e principalmente no âmbito macro social, como
expõem Rodrigues e Carraça (2018), em decorrência da pobre oferta de alimentos
saudáveis na sociedade caótica pós-moderna. Nessa linha de falta de alimentos
saudáveis, Martín-García et al. (2016) trazem a discussão também acerca da obesidade e
como a inatividade física junto de contextos sociais desfavoráveis para uma boa relação
com o corpo podem gerar disfunções alimentares.
Em um contexto de dança, o ideal de beleza e as pressões sociais sofridas por
conta da mídia são ainda mais explicitados de modo a destacar uma possível
incapacidade, impossibilidade de sucesso e falta de autocontrole em função do corpo
(Haas & Garcia, 2010). Apesar de alguns estudos apontarem relações positivas na
correlação de atividade física e padrões alimentares mais saudáveis, quando falamos de
dança, a questão estética é uma variável mais sobressaltada e que pode fazer a diferença
nestes resultados (Andrade & Bosi, 2003; Rodrigues & Carraça, 2018).

1 Reforços são consequências emitidas a partir de um comportamento com o intuito de aumentar a


frequência deste (Moreira & de Medeiros, 2018).

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A partir desta revisão, esse trabalho se justifica à medida que busca investigar à
luz da Teoria da História de Vida se e como os diferentes tipos de estratégias
desenvolvidas pelo ser humano dentro do seu ambiente, e as consequências disso,
podem influenciar nos padrões alimentares de dançarinos e compreender qual o
significado essa alimentação assume para esses sujeitos. Quando falamos desses
padrões estamos falando da relação que o indivíduo tem com a alimentação. O Comer
emocional (CA) associa às emoções e o humor às escolhas alimentares, enquanto a
Restrição cognitiva (RC) consiste em uma relação de maior controle de ingestão e da
natureza do que se é ingerido, por fim, o Descontrole alimentar (DA) está relacionado à
perda do autocontrole em relação à alimentação e ingestão demasiada de alimentos com
ou sem a necessidade orgânica estar presente.
Assim, partindo do princípio de que as estratégias de história de vida influenciam
os padrões alimentares desenvolvidos pelas pessoas; temos como hipótese que uma
estratégia lenta resultaria em um padrão alimentar de restrição cognitiva enquanto uma
estratégia mais rápida resultaria em padrões de alimentação emocional e descontrole
alimentar (Natacci & Júnior, 2011).

Metodologia

Amostra e procedimento
Participaram 35 pessoas, de 18 a 45 anos, 5 homens e 30 mulheres.
Critérios de inclusão: dançarinos (profissionais e amadores), que tinham
experiência com dança e moravam em Belém, com idade entre 18 e 45 anos.
Critérios de exclusão: Possuir algum tipo de disfunção alimentar decorrente de
alergias ou intolerâncias a determinado grupo alimentar ou tipo de alimento.
A partir dos dados coletados com os 35 participantes desta pesquisa, foram
rodadas primeiramente análises de caráter descritivo. A amostra declarou ter entre 19 e
30 anos de idade, com a média de idade sendo de 22,3 anos (DP= 2,954). Quanto ao
número de irmãos, as respostas variaram de nenhum a 9 irmãos, com uma média de 1,8
(DP= 2,041). Quanto ao número de anos praticando dança, as respostas variaram entre 1
e 16 anos, com uma média de 7,9 (DP= 4,741). Quanto ao estado civil, a discrepância
foi perceptível, visto que apenas 8,6% da amostra (3 pessoas) declarou estar casado(a),
morando junto ou em união estável, e 91,4% declararam estarem solteiros.

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No que tange a cor da pele/etnia, 14,2% se autodeclarou negra e 85,2% foi
dividido entre brancos e pardos (42,9% cada). Ainda foi possível destacar que cerca de
85% da amostra foi composta por pessoas que se declararam como sendo do sexo
feminino (designado ao nascer) e cerca de 14% da amostra foi composta de pessoas que
se declararam como sendo do sexo masculino (designado ao nascer). Em relação à
orientação sexual, a maior porcentagem foi de heterossexuais, correspondendo a 54,3%
da amostra, seguido pelos bissexuais, que representaram 31,4% da amostra, 11,4% de
homossexuais, e 2,9% de panssexuais. Por fim, em relação à identidade de gênero, o
gênero com o qual a pessoa se identifica independente do que fora designado ao nascer,
a amostra foi composta de 85,7% de mulheres cis e 14,3% de homens cis - ou seja, a
amostra em sua totalidade se identificou com o sexo designado ao nascer.

Instrumentos e materiais
1. Escala de Estratégia de História de Vida (Mini-K): É uma escala desenvolvida
por Figueiredo et al. (2014) que faz parte da Bateria de História de Vida do Arizona e
foi validada para língua portuguesa. Ela é composta de 20 itens investigando aspectos
da tomada de decisão, proximidade e intimidade com os pais e parceiros românticos,
nível de apoio à família, amigos e comunidade, além da religiosidade. Foi utilizada para
avaliar a estratégia da história de vida, como o desenvolvimento no contínuo rápido-
lento (Anexo A). O escore geral varia de -60 a 60 pontos. Nesse instrumento de
autorrelato, os participantes escolhem uma resposta entre discordo totalmente (-3) e
concordo totalmente (+3) para cada alternativa. Essa escala representa um índice geral
de história de vida em que altas pontuações no fator geral correspondem às estratégias
lentas (i.e.,bom planejamento, maior autocontrole, bom investimento parental, menos
situações de risco durante a vida, etc.) e escores mais baixos correspondem às
estratégias mais rápidas (i.e. falta de planejamento, falta de investimento parental,
tendência a ter mais parceiros sexuais durante a vida, etc.).
2. Escala de História de vida: é uma escala desenvolvida por Krueger (2017), de 8
itens, sendo 4 para cada um dos escores analisados e que percorre as dimensões de
esforço de acasalamento (HVMating) e esforço de investimento parental (HVParenting),
com resposta likert que varia entre as respostas de “concordo fortemente” e “discordo
fortemente”. A escala é analisada a partir de uma análise fatorial combinatória de dois
fatores e foi utilizada para correlacionar o grau de investimentos dos escores
correlacionando com as demais variáveis. O esforço de acasalamento ou Mating está

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relacionado aos comportamentos direcionados aos relacionamentos amorosos e como
eles se configuram; enquanto o esforço de investimento parental ou parenting está
relacionado a comportamentos que seguem em direção a perpetuação da espécie e ao
prolongamento do tempo intergeracional, nesse caso humano (Anexo B).
3. TFEQ-21: É um questionário de caracterização de padrão alimentar composto
por 21 itens que faz parte do questionário criado por Stunkard (1985). Na versão
validada para o Brasil (Natacci & Júnior, 2011), baseado em três fatores chave; sendo
eles a restrição cognitiva, comer emocional e o descontrole alimentar. Esse questionário
foi utilizado para caracterizar a amostra quanto ao tipo de padrão alimentar
estabelecido, e é analisada a partir de um formado de resposta de 4 pontos para os itens
de 1 a 20, e uma escala de classificação numérica de 8 pontos para a questão 21. A
média de cada uma das variáveis é em seguida calculada e transformada em uma escala
de 0 a 100 pontos para cada uma. Dessa forma, esses escores são divididos em altos e
baixos para cada uma das variáveis para constar nos resultados (Anexo C)

Procedimento de coleta de dados


A pesquisa foi divulgada em redes sociais e em cursos de dança da cidade de
Belém via internet durante o ano de 2019. Os participantes responderam aos
instrumentos através da plataforma Google Forms, bem como ao termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE – Anexo D). Foram requeridas informações
sociodemográficas de sexo, idade, anos de prática em dança, sexualidade, gênero.
Os participantes levaram em média 15 minutos para responder todo o
questionário.

Procedimento de tratamento e análise dos dados


Os dados foram analisados usando o SPSS (Statistical Package Social Sciences)
Versão 22. Foram rodadas análises de frequência com os dados sociodemográficos, e
então as duas escalas de história de vida, o inventário de eventos estressores e o TFEQ-
21 foram analisados para encontrar seus escores. Foram então realizadas análises
estatísticas relacionando a estratégia de história de vida e os padrões alimentares.

Considerações éticas
A pesquisa foi assegurada pelo Comitê de Ética do Núcleo de Medicina Tropical
da UFPA, e foi aceita pelo mesmo mediante o protocolo Nº 4.001.430.

17
Foi assegurada confidencialidade e possibilidade de desistência em caso de
algum desconforto durante o processo. Desta forma, foi indicado que os riscos eram o
de possível constrangimento ao fornecer informações de cunho pessoal e/ou de cansaço
físico, e podem ser minorados pela interrupção do preenchimento dos
questionários/escalas.

Resultados
Para descobrir o padrão de distribuição da amostra, foras realizadas análises de
normalidade utilizando o teste Shapiro-Wilks, para analisar as variáveis HVParenting,
HVMating, Mini-K, RC, AE e DA; sendo as duas primeiras medidas relacionadas aos
esforços de investimento parental e acasalamento, o Mini-K uma variável que mede o
tipo de estratégia de história de vida entre lenta e rápida, e as três últimas, as variáveis
de padrões alimentares explorados pela pesquisa. Foi encontrado que todas as variáveis
possuiam distribuição normal, menos a variável Mini-k (W(31)= 0,90; p = ,009).
Foi então utilizado o r de Pearson para correlacionar as variáveis numéricas com
distribuição normal, e o rô de Spearman para analisar a história de vida. Foi encontrada
uma correlação negativa entre a idade dos participantes e o fator Comer Emocional (r= -
0,509 p< 0,05), o que significa que quanto mais velhos os participantes, menores os
escores de Alimentação Emocional. Os fatores de Restrição Cognitiva (r= 506; p< 0,05)
e DA (r= ,553; p< 0,05) também correlacionaram de forma positiva com o de
Alimentação Emocional, demonstrando a incidência conjunta destes padrões.
Outra correlação positiva encontrada foi entre os fatores de HVMating e DA
(r= ,503; p< 0,05), apontando que quanto maior o escore de padrões de Descontrole
Alimentar, maior o investimento em relações amorosas, logo, mais rápida a estratégia
de história de vida. Além disso, foi encontrada uma correlação positiva entre o
HVParenting e os anos de prática em dança (r= ,502; p< 0,05), ou seja, quanto mais
tempo de dança, maiores os níveis de investimento parental e mais lenta é a estratégia
de história de vida daquela pessoa. Foi encontrada também uma relação entre o fator
Mini-K e HVParenting (rô de Spearman= ,497; p< 0,05), o que não foi esperado.
Em relação às análises de variância, as análises de sexo e status civil não foram
realizadas, devido ao baixo N de uma das categorias. Quanto à cor da pele, participantes
pardos tinham mais irmãos do que os outros, em média (Z= 5,841, p= ,007). Não foram
encontradas outras diferenças entre as médias das variáveis categóricas estudadas.

18
Discussão

A presente pesquisa tinha como objetivo geral investigar como as Estratégias de


História de Vida influenciam os padrões e hábitos alimentares. E como objetivos
específicos: caracterizar a amostra quanto à estratégia de história de vida, explorar o
padrão alimentar da amostra e relacionar as estratégias de história de vida ao padrão
alimentar. A partir disso foi possível alcançar o objetivo geral da pesquisa bem como os
específicos ao descrever e correlacionarmos os valores encontrados na caracterização da
amostra. Dessa forma os resultados aqui obtidos podem servir como base para pesquisas
maiores neste meio e para dar um pontapé em estudo sobre dançarinos e como esta
classe se relaciona com a comida e suas nuances.
A correlação negativa entre a idade dos participantes e o fator de Alimentação
Emocional encontrada aponta como um maior escore de AE está relacionado a idades
mais novas. Considerando a amostra da pesquisa e a idade dos participantes, o resultado
encontrado corrobora com a percepção de que os participantes mais jovens se
encontram ainda no final do que chamamos de adolescência – até os 20 anos –, um
período em que questões emocionais ainda influenciam de forma mais incisiva nos
comportamentos diante de situações sociais, podendo remeter a ideia de coesão social e
pertencimento de grupo que a alimentação carrega por não ser meramente um ato
individual e sim coletivo (Izar, 2005; Carneiro, 2005; Pappalia & Feldman, 2013). Além
disso, há a questão da influência da pressão midiática pela estética que vem emergindo
entre grupos mais jovens na sociedade pós-moderna e mais persistentemente no meio da
dança, onde esta pressão também pode acarretar uma cadeia de comportamentos que
afetam também o controle sob o corpo e o desempenho do dançarino (Andrade & Bosi,
2003; Kuwae & Silva, 2007; Haas & Garcia, 2010; Decker, Pinhatti, DeCastro &
Bizarro, 2021).
Além disso, foi encontrada uma correlação positiva entre a AE e os outros dois
padrões alimentares do questionário, como encontrado também em outros estudos como
os de De Lauzon‐Guillain et al. (2009) e Martín-García et al (2016) – os quais também
utilizaram o TFEQ – mesmo que com grupos diferentes nas amostras. Apesar de não
termos uma hipótese para este resultado, é um dado importante a ser posteriormente
investigado.

19
Ainda sobre essa correlação entre AE e os outros padrões, este resultado diverge
de outros encontrados, como do estudo Rodrigues e Carraça (2018), visto que os
participantes do estudo deles apresentaram uma melhora no estado emocional com a
prática de atividades físicas, enquanto no presente estudo, a prática da dança não pôde
ser considerada um fator de melhora no estado emocional, pois a alimentação emocional
foi o fator que mais correlacionou nos resultados encontrados. Este fato pode se dar em
virtude de nuances sociais e estéticas específicas do meio da dança não levadas em
consideração pelo estudo de Rodrigues e Carraça (2018), juntamente com as limitações
da amostra do presente estudo.
Foram encontradas correlações positivas entre as variáveis de HVMating e
Descontrole Alimentar, apontando que quanto maiores os níveis de mating, – maior
investimento em reprodução – mais presente estava o DA; discordando do resultado
citado por Salmon, Figueredo e Woodburn (2009), quando sugerem que uma estratégia
de história de vida mais lenta pode inibir o descontrole alimentar, logo, altos níveis de
HVMating – relacionados a estratégias de história de vida mais rápidas – acentuariam
comportamentos de descontrole alimentar. No entanto, o estudo feito por De Lauzon‐
Guillain et al. (2009), com pais e filhos adolescentes aponta que existem correlações
entre DA e os outros padrões nestes genitores, dessa forma, podendo remeter ao
resultado obtido na presente pesquisa, levando em consideração que a parentalidade nos
homens pode estar relacionada ao maior investimento em reprodução e nas relações
amorosas, e nesse caso, também ao descontrole alimentar; porém esta hipótese necessita
de estudos posteriores e não houve como testar neste estudo.
Além disso, houve correlação positiva entre HVParenting e os anos de prática
em dança. Esses são resultados interessantes e podem falar sobre investimentos na
infância na prática em dança, como Madison (2017) descreve sobre HVParenting e o
investimento já nos primeiros anos de vida da prole; porém como não havia hipótese
para essa relação, sugerimos que esta deve ser estudada em futuros estudos, com
amostras mais expressivas.
Por fim, a última correlação positiva encontrada foi entre Mini-K e
HVParenting, o que era esperado pela literatura, por exemplo, Richardson, Chen, Dai,
Brubaker e Nedelec (2017) apontam que maiores escores no total do Mini-K estão
relacionados a uma estratégia de história de vida mais lenta bem como o alto escore de
HVParenting também caracteriza estratégias mais lentas de indivíduos que investem
mais na sua prole.

20
Considerações finais
Esta pesquisa teve como objetivo investigar a possível relação entre as
estratégias de história de vida e padrões alimentares em dançarinos. Podemos dizer que
a pesquisa atingiu seu objetivo, deixando abertas oportunidades para futuras pesquisas
dentro deste campo, principalmente envolvendo dançarinos.
A alimentação no Brasil sofre muito com a influência da cultura e do capitalismo
tornando-se majoritariamente desbalanceada e sendo produto de questões socioculturais.
Abreu, Viana, Moreno e Torres (2001) apontam como a questão da rapidez implantada
no dia-a-dia e da industrialização tem uma forte influência na nossa geração atual sendo
resultados do processo decorrente da globalização. Dessa forma, se mostra demasiado
importante dar continuidade às pesquisas nessa área e mais ainda entre as regiões do
país.
Alguns resultados encontrados não estavam enquadrados nas hipóteses
levantadas e por isso pensamos que é de demasiada importância que este assunto
continue a circular nas comunidades acadêmicas com amostras mais expressivas para
um melhor resultado e análises.
Devido ao número da amostra ser pequeno e a predominância de pessoas do
sexo feminino, alguns tipos de análises não foram possíveis de serem realizadas, como
as análises de variância e as correlações relacionadas ao sexo biológico. Novos estudos
podem superar esta limitação e contribuir para esta área de conhecimento.

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24
ANEXO A – MINI-K

Por favor, indique o quanto você concorda ou discorda com as seguintes afirmações.
Use a escala a abaixo e escreva sua resposta no espaço oferecido. Para cada item que
não se aplica a você, por favor, preencha com "0".

Não
sei / Concord
Discordo Discordo Discordo Concordo Concordo
Não o
totalment moderadamen levement moderadamen totalment
se levement
e te e te e
aplic e
a
-3 -2 -1 0 +1 +2 +3

MINI-K
1. Eu frequentemente posso prever como as coisas vão acontecer.
2. Eu tento entender como eu entrei em uma situação, para descobrir como
lidar com ela.
3. Eu frequentemente encontro um lado bom para uma situação ruim.
4. Eu não desisto até eu resolver meus problemas.
5. Eu frequentemente faço planos com antecedência.
6. Eu evito correr riscos.
7. Na minha infância e adolescência, eu tive um relacionamento muito
próximo e afetuoso com a minha mãe biológica.
8. Na minha infância e adolescência, eu tive um relacionamento muito
próximo e afetuoso com o meu pai biológico.
9. Eu tenho um relacionamento muito próximo e afetuoso com meus filhos.
10. Eu tenho um relacionamento romântico muito próximo e afetuoso com
meu(minha) parceiro(a) sexual.
11. Eu prefiro ter apenas um relacionamento sexual a ter vários ao mesmo
tempo.
12. Eu tenho que estar muito apegado a alguém para me sentir confortável em
fazer sexo com essa pessoa.
13. Eu estou frequentemente em contato com meus parentes.
14. Eu frequentemente recebo apoio emocional e ajuda prática dos meus
cosanguíneos.
15. Eu frequentemente dou apoio emocional e ajuda prática aos meus
cosanguíneos.
16. Frequentemente tenho contato com meus amigos.
17. Eu frequentemente recebo apoio emocional e ajuda prática dos meus
amigos.
18. Eu frequentemente dou apoio emocional e ajuda em coisas do dia a dia
aos meus amigos.
19. Eu estou inserido e envolvido com a minha comunidade.
20. Eu estou muito envolvido com a minha religião.

25
26
ANEXO B – ESCALA DE HISTÓRIA DE VIDA

Por favor, indique o quanto você concorda ou discorda de cada uma das frases a seguir
como uma descrição de você e do que você faria.

Nem
Discordo Discordo concordo nem Concordo Concordo
Discordo Concordo
fortemente parcialmente discordo parcialmente Fortemente

1 2 3 4 5 6 7

Usar roupas chamativas e caras.


Fazer sexo com um grande número de pessoas durante sua vida.
Dar em cima do parceiro de outra pessoa, sabendo que ele é comprometido.
Atraente para outras pessoas para uma relação sexual casual.
Bom em tomar conta de crianças.
Usar a maior parte do seu dinheiro para sustentar sua família.
Ser um(a) marido(esposa) leal e fiel.
Cuidadoso e emocionalmente apoiador em um relacionamento de longo prazo.

27
ANEXO C - Questionário Adaptado dos Três Fatores Alimentares

NOME: _______________________________________________nº__________

1. Por conta própria você reduz as porções de alimentos que consome para 1□
controlar seu peso.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
2. Você começa a comer quando se sente ansioso(a). 2□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
3. Às vezes, quando você começa a comer, sente que perde o controle e come mais 3□
do que seu estômago tolera.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
4. Quando você se sente triste, frequentemente come demais. 4□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
5. Você não come alguns alimentos porque eles engordam. 5□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)

28
6. Estar com alguém que está comendo dá, frequentemente, vontade de comer 6□
também.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
7. Quando se sente tensa ou estressada, frequentemente sente que precisa comer. 7□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
8. Frequentemente, sente tanta fome que acaba comendo demais e engasgando 8□
e/ou vomitando
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)

9. Você sempre está com tanta fome que é difícil parar de comer sem terminar toda 9□
a comida que colocou no prato.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
10. Quando se sente solitário(a), se consola comendo. 10□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
11. Você, conscientemente, se controla nas refeições para evitar ganhar peso. 11□
( ) Totalmente verdade (4)

29
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
12. Quando sente o cheiro de um alimento saboroso, acha muito difícil evitar 12□
comer, mesmo que tenha terminado de comer há muito pouco tempo.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
13. Você sempre está com tanta fome o bastante para comer a qualquer hora. 13□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
14. Se você se sente nervoso(a), tenta acalmar comendo. 14□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
15. Quando vê algo que parece muito delicioso, frequentemente fica com tanta 15□
fome que tem que comer imediatamente.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
16. Quando se sente depressivo(a), quer comer. 16□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
17. O quanto frequentemente você evita guardar (fazer estoque, guardar em casa)

30
comidas tentadoras? 17□
( ) Quase nunca (1)
( ) Raramente (2)
( ) Frequentemente (3)
( ) Quase sempre (4)
18. O quanto você estaria disposto a fazer um esforço para comer menos do que 18□
deseja?
( ) Não estou disposto (1)
( ) Estou um pouco disposto (2)
( ) Estou relativamente bem disposto (3)
( ) Estou muito disposto (4)
19. Você comete excessos alimentares, mesmo quando não está com fome? 19□
( ) Quase nunca (1)
( ) Raramente (2)
( ) Às vezes (3)
( ) Pelo menos 1 vez por semana (4)
20. Com qual frequência você fica com fome? 20□
( ) Somente nos horários das refeições (1)
( ) As vezes entre as refeições (2)
( ) Frequentemente entre as refeições (3)
( ) Quase sempre (4)
Em uma escala de 1 a 8 em que 1 significa nenhuma restrição alimentar e 8 21□
significa restrição total, qual número você daria para si mesmo?
( ) 1 (1)
( ) 2 (1)
( ) 3 (2)
( ) 4 (2)
( ) 5 (3)
( ) 6 (3)
( ) 7 (4)
( ) 8 (4)

31
1 Significa: Eu como tudo o que quero e sempre que quero.
8 significa: Eu limito constantemente o que como, nunca cedo.

32
ANEXO D – TCLE
Universidade Federal do Pará
Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
Pós-Graduação em Neurociências e Comportamento

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Este é um convite para você participar de forma autônoma, consciente, livre e


esclarecida da pesquisa “Estratégias de história de vida e hábitos alimentares em
dançarinos”, que tem como pesquisadora responsável a Professora Doutora Rachel
Coelho Ripardo Teixeira (PPGNC/UFPA), e tendo a graduanda Marcela Vieira Morais
de Paula (UFPA) como integrante da equipe. Esta pesquisa busca investigar se há
relação entre os hábitos alimentares de dançarinos da região metropolitana de Belém e
suas estratégias de história de vida. O estudo visa a obtenção de dados
comportamentais, buscando o aperfeiçoamento dos estudos acerca da alimentação de
pessoas que praticam a dança bem como o efeito da sua história de vida nesse âmbito.
Caso você aceite participar, você deverá concordar com este termo, e responder
os questionários, o que levará por volta de 10 minutos. Você responderá uma escala
investigando aspectos da tomada de decisão, proximidade e intimidade com os pais e
parceiros românticos, nível de apoio à família, amigos e comunidade, além da
religiosidade, que percorrem as dimensões esforço de acasalamento e esforço de
investimento parental, um inventário com um pequeno sociodemográfico sobre eventos
estressores e a um questionário de caracterização de padrão alimentar. Os dados
fornecidos serão confidenciais e serão divulgados apenas em congressos ou publicações
científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.
Durante o preenchimento do questionário, a possibilidade de riscos é mínima.
Algumas perguntas sobre as quais você nunca pensou sobre ou não tem conhecimento
da informação, podem gerar ligeiro constrangimento. Você tem a liberdade de
interromper o preenchimento do questionário a qualquer momento, não precisando
enviar questões já respondidas. Sua participação é voluntária. Não há recebimento de
benefícios diretos, porém, os dados coletados serão utilizados para fins científicos,
buscando aperfeiçoar a própria profissão daqueles no qual ofereceram as informações
que fomentarão o estudo. Os resultados obtidos permitirão o desenvolvimento de uma
pesquisa de iniciação científica, assim como também haverá apresentações em eventos
científicos e publicações, seja em formato de resumo ou artigo.
Durante todo o período de realização da pesquisa, você poderá tirar suas dúvidas
e acompanhar o andamento da mesma, mandando um e-mail para a pesquisadora,
Rachel Coelho Ripardo Teixeira, através do e-mail: rachel.ripardo@gmail.com, ou para
Marcela Vieira Morais de Paula, através do e-mail: marcelaavieiraa@gmail.comErro! A
referência de hiperlink não é válida.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa, você deverá ir ou ligar para o
comitê de Ética do Núcleo de Medicina Tropical (NTM), pertencente à Universidade

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Federal do Pará (UFPA), através do telefone: (91) 3201-0961 e localizado na Av.
Generalíssimo Deodoro, 92 – Umarizal CEP 66.055-240 Belém – PA.

Leia a declaração abaixo, e caso concorde em contribuir com o estudo, clique em


“concordo”. Caso contrário, basta clicar em “discordo” e enviar o formulário.

Tendo sido assim esclarecido os objetivos, importância e o modo como os dados


serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios
que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em
participar da pesquisa “Estratégias de história de vida e hábitos alimentares em
dançarinos”, e fui alertado que o projeto foi autorizado pelo Comitê de Ética de
Pesquisas com Seres Humanos do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade
Federal do Pará, Parecer Nº 4.001.430. Autorizo a divulgação dos resultados e
conclusões da pesquisa por meio de publicações e/ou eventos, desde que nenhum dado
possa me identificar.

______________________________ ______________________________
Assinatura do participante Assinatura da pesquisadora

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