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Belém
2022
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE PSICOLOGIA
Belém
2022
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AGRADECIMENTOS
se me resumisse a dizer isso, não seria eu. É impossível falar sobre minha trajetória e
esse trabalho sem citar a rede de apoio que me cerca e que me acompanhou nessa
caminhada.
emociona por completo ao lembrar dos que me cruzaram nesses mais de 5 anos de
UFPA. Parece ser certo começar agradecendo essa mãezona que a UFPA se torna para
todos os seus discentes, a UFPA é casa, é conforto, é paz, é luta, é liberdade e muito
mais do que uma universidade. Eu sou muito feliz de estar concluindo esse curso aqui e
só consigo agradecer por tudo que a UFPA simbolizou na minha vida nesse período
Bom, não posso também falar de UFPA sem mencionar as companhias que
tenho nessa caminhada, nesse momento quero agradecer à minha dupla de 3: Danilo
atravessar os mares turbulentos da vida acadêmica entre outras coisas. Vocês são
pessoas extremamente queridas que guardo no coração com muito amor e carinho.
Obrigada por todo apoio, toda compreensão, todos os cafés e comidas mais, todo rolê
aleatório e principalmente por toda a amizade de vocês que fez com que esse momento
Ademais, quero exaltar aqui o meu outro irmãozinho que teve e continua tendo
um espaço enorme no meu coração, Thiago Pamplona. Amigo, não cabe em mim a
gratidão que sinto pelo teu caminho ter cruzado o meu e me faltam, literalmente,
palavras para descrever a importância que você tem na minha vida. Obrigada por ter
sido minha companhia em noites em claro, meu ombro quando eu precisava chorar e a
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pessoa que me escuta e me ajuda sempre que preciso. Você é exemplo, você é força e eu
Navegantes, Erica Maia, Tawane Tayla, Tânia de Miranda, Ana Rocha, Ivy Nunes,
Rebecca Figueiredo, Andreza Cristina, Luana Lago, Rafael Reis, Luis Carlos, Matheus
Caetano, Yan Magno, Hugo Joshua, João Lucas Rosa, Lírio Moraes e Pedro (HBR).
Vocês são parte de mim e de alguma forma fizeram e fazem parte da pessoa que eu sou
hoje, por isso, agradeço por todo afeto envolvido nessa relação.
Agora antes de mais nada quero me ater a alguém que foi mais do que só um
suporte, alguém que foi meus dois braços e as vezes até minhas pernas, que me ajudou a
aqui para ver no que ia dar, alguém que lutou comigo, brigou comigo, chorou comigo e
meu amor Ana Beatriz Rosa, o meu grande e afetuoso muito obrigada. Que sorte a
minha dividir essa caminhada com você nessa vida. Você foi e continua sendo uma
figura muito importante na pessoa que eu sou hoje e posso afirmar que se não fosse por
você isso não estaria acontecendo agora. Pelas vezes que você me ouviu, pelas vezes
que eu não tinha coragem de fazer as coisas e você me emprestou um pouco, pelos
fichamentos que você fez para mim e por toda confiança que você me deu por sempre
acreditar em mim. Obrigada por acreditar em mim. Obrigada, meu amor, por tanto
carinho, cuidado, paciência e amor nas mais diversas formas, algumas que eu mesma
não conseguia imaginar. Eu amo você, eu admiro você e agradeço por ter você na minha
vida.
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Assim como a Bia, outras criaturinhas tiveram o (des)prazer de ouvir os meus
lamentos nesse percurso. Aos meus filhos felinos: Vince, Adora, Yuki e Alecrim, eu
não sei o que eu seria sem vocês. Adotar vocês mudou a forma que eu vejo e entendo o
mundo, mudou a forma que eu sinto o amor, mudou a forma que eu sinto a dor e me
tornou sem sombra de dúvidas uma pessoa melhor. Perder o Alecrim no meio desse
processo foi facilmente a pior sensação da minha vida, mas vocês me deram forças para
continuar seguindo, me deram forças apra continuar e dar para vocês a melhor vida que
um gato poderia ter. Só vocês sabem os perrengues que a gente passou e como cada
nenéns. Obrigada Alecrim, por ter sido o gatinho laranja mais sapeca, carente e lindo
que alguém poderia ter, sinto tua falta todos os dias e agradeço imensamente pelo tempo
Se faz necessário também que eu agradeça aos meus pais – e a extensão destes,
leia-se avós, tias e tios, primos, madrasta e padrasto – primeiramente por me ajudarem
de forma mais direta a chegar até aqui, fazendo os esforços que foram cabíveis para que
minha travessia até o momento atual tivesse sido a menos custosa possível. À vocês
Aos meus irmãos; Vinícius, Daniel e Laura. Tudo sempre vai ser por vocês.
Vocês foram muito desejados e amados por mim, e agradeço por todo amor e afeto
envolvido entre nós. Mato e morro por vocês assim como sei que vocês também o
fariam por mim. Obrigada por me escolherem para ser irmã de vocês.
saber minimamente o que queria dentro da psicologia e hoje aquela menina que lhe
pedia o livro de psicologia evolucionista para tirar xerox toda semana só tem palavras
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agora, obrigada por ter confiado na minha capacidade e por acreditar no nosso trabalho,
Bom, agora parece certo terminar agradecendo à mim. Talvez soe de certa forma
narcisista, mas quero agradecer à Marcela de 2021 por ter tido coragem de contatar a
Rachel, à Marcela de 2019 por ter conseguido engatar nesse pivic e a todas as mil e uma
versões minhas que antecederam quem eu sou hoje nesse fluxo de existência. Hoje
consigo me abraçar e ter a consciência de que dei o meu melhor para terminar esse
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“Porque – disse ela – quando você tem
medo e faz mesmo assim, isso é coragem.”
(Neil Gaiman)
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RESUMO
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SUMÁRIO
Introdução...................................................................................................................10
Metodologia................................................................................................................15
Amostra e procedimento...............................................................................15
Instrumentos e materiais...............................................................................16
Procedimento de coleta de dados..................................................................17
Procedimento de tratamento e análise dos dados..........................................17
Considerações éticas......................................................................................18
Resultados....................................................................................................................18
Discussão......................................................................................................................19
Considerações finais.....................................................................................................21
Referências bibliográficas............................................................................................22
Anexo A........................................................................................................................25
Anexo B.........................................................................................................................26
Anexo C.........................................................................................................................27
Anexo D.........................................................................................................................32
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Os seres humanos, assim como as outras espécies, possuem características que
foram adaptadas e selecionadas durante a história evolutiva da espécie e que podem ser
explicadas por meio da Teoria da Evolução de Darwin. Darwin desenvolveu os
princípios da seleção natural e iniciou os estudos sobre como os comportamentos foram
selecionados durante a história evolutiva humana (Izar, 2018). Incorporados a estes
comportamentos adaptados, encontramos o comportamento alimentar.
Os padrões alimentares podem ser considerados resultados de diversas destas
adaptações em função de diferentes experiências que são desenvolvidas durante a
ontogênese do indivíduo (Araújo, Ferreira, & Lopes, 2018; Figueroa, 2004). A dieta
humana sofreu diversas modificações ao longo do processo de evolução – graças à
capacidade humana de adaptação e aprendizado, e às pressões sociais sofridas por
nossos ancestrais (Marlowe, 2005). Esse processo se acelerou com o advento da
agricultura, por volta de 10 mil anos atrás. Novos hábitos tais como o cozimento de
alimentos, a mudança da função da caça, e o aprimoramento das relações sociais, entre
outros, fizeram com que a espécie humana desenvolvesse com mais complexidade o
comportamento alimentar (Araújo, Ferreira, & Lopes, 2018).
Para melhor ilustrar o comportamento alimentar à luz da evolução, se faz
necessário compreender a indissociabilidade entre o comportamento humano e a
Etologia, estudo do comportamento animal, e para isto é conveniente usar os quatro
porquês de Tinbergen (2010). A partir dessa teoria, são pensados quatro possíveis
explicações evolutivas para um determinado comportamento, sendo eles Filogênese,
Função Adaptativa, Ontogênese e Causas Imediatas. Ao relacionarmos a alimentação e
as causas distais, temos na filogênese a história desse comportamento dentro da espécie,
desde o que chamamos de caçadores-coletores (e rapinadores-coletores) e como nossos
antepassados próximos foram diferenciando a alimentação, o cultivo e a colheita até
chegarmos aos momentos atuais (Abreu, et. al., 2001; Marlowe, 2005).
Quanto à questão de valor adaptativo, ou seja, o que na alimentação aumenta o
sucesso reprodutivo dos indivíduos, tanto no que tange a questão de sobrevivência,
como de reprodução, o comportamento alimentar se entrelaça com diversas funções
adaptativas, como a coesão grupal, a neofobia alimentar, a seleção de parceiros, o
investimento parental, entre outras (Lopes, Ferreira, & Araújo, 2018; Rantala, Luoto,
Krama, & Krams, 2019).
No outro polo das explicações encontram-se as causas proximais, dentre elas a
ontogênese: representada nessa situação pelas experiências de vida daquele individuo
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com a alimentação, como na sua história individual esteve presente o comportamento
alimentar desde a infância e progressivamente até a idade adulta (Figueroa, 2004; Izar,
2009).
Para além disto, o último porquê se dá em relação às causas imediatas, mais
ligadas ao corpo físico imediato do indivíduo, aqui pode se colocar como exemplo os
sistemas de recompensa mesolímbicos – o qual estão relacionados à liberação de
hormônios do prazer como a Serotonina, a Dopamina e a Acetilcolina – e os hormônios
ligados à saciedade, como a Leptina – hormônio que age no hipotálamo responsável por
diminuir o apetite e inibir a Grelina, hormônio responsável pelo aumento do apetite
(Ribeiro & Santos, 2013).
Assim, o que conhecemos como padrão alimentar são conjuntos de
comportamentos que regem nossa relação individual com os alimentos bem como as
matrizes coletivas de determinados grupos (Figueroa, 2004). O ato de se alimentar
possui um caráter historiográfico, cultural e social. Segundo Santos (2005), a
alimentação ganha corpo ao ser desenhada de acordo com os valores éticos, morais e
culturais de determinada sociedade e afirma ainda a dinamicidade dos padrões
alimentares como um reflexo das dinâmicas sociais.
No contexto brasileiro, o comportamento alimentar sofreu diversas alterações ao
se deparar com a globalização e urbanização. Desde o século passado, já era perceptível
como o ambiente em que o indivíduo brasileiro estava inserido refletia na sua identidade
alimentar e como ele agia diante das situações que envolviam esses hábitos (Bleil,
1998). Quando pensamos em identidade alimentar, Bleil (1998) traz a noção de que
comer é também revelar-se e mostrar através disso quem se é enquanto indivíduo
inserido num mundo globalizado. Nesse sentido, seguindo o fluxo das novas funções
relacionadas ao comportamento alimentar comunicação e identificação com grupos foi
sendo desenvolvida uma nova motivação em direção a alimentação, adentrando cada
vez mais o âmbito do social em larga escala.
Marlowe (2005) aponta como a vida em grupo é um fator de maximização do
fitness de uma determinada espécie (seu sucesso reprodutivo), porém, junto à isto, a
questão social traz diversas pressões que serviram para a modificação do ato de comer
outrora mais individualizado do que focado no grupo. A sociedade “McDonald's”
proposta por Santos (2005) é um forte exemplo dessa situação, uma vez que os
alimentos ricos em gorduras e açúcares característicos do processo de globalização
começaram a tomar o lugar de alimentos regionais típicos. Da caça à colheita de grãos à
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pesca e ao cultivo de subsistência, a alimentação e a evolução humana tem um entrelaço
indissociável na história da espécie.
Ainda nesse sentido social da alimentação, é importante ressaltar que a cultura e
as condições ambientais nas quais o indivíduo está inserido também são fatores
ontogenéticos importantes para se definir a identidade alimentar. Apoiado nisso é
preciso ter em vista que o ser humano é o único animal capaz de adentrar as dimensões
simbólicas do ato de comer, corroborando para a ideia de que comer não é apenas um
ato individual e, sim coletivo, e também que o significado dessa comida pode perpassar
por esferas sócio-hierárquicas, religiosas, políticas, etc. (Carneiro, 2005; Figueroa
2004).
A partir da definição de Mead e Guthe (1945, p.143, apud De Garine, 1972) de
que hábitos alimentares são “o estudo dos meios pelos quais os indivíduos, ou grupos de
indivíduos, respondendo a pressões sociais e culturais, selecionam, consomem e
utilizam porções do conjunto de alimentos disponíveis”, pode-se entender que estes são
diretamente influenciados pelas trocas sociais que aquele indivíduo realiza com o meio,
ou seja, sua ontogênese. Esta ontogênese é marcada por diversos eventos de vida, que
influenciam as estratégias que os organismos podem desenvolver.
Nesse aspecto dimensional do comer chegamos então à Teoria de História de Vida
(THV), a qual consiste em uma abordagem usada para explicar como os seres vivos são
portadores de plasticidade capaz de desenvolver estratégias diferentes diante de
contextos diferentes (Del Guiudice, 2009). O comportamento dos seres humanos pode
ser explicado pela THV, sendo que dependendo do contexto de vida eles se engajam de
forma inconsciente em estratégias de vida diferentes, que os autores nomearam r
(rápida) e K (lenta). A estratégia r está ligada às condições ambientais com recursos
mais escassos e menos previsíveis ou estáveis, mais eventos estressores e menor
investimento parental recebido ao longo do tempo; produzindo uma trajetória
desenvolvimental rápida, com iniciação precoce da vida sexual, mais comportamentos
de risco, maior número de parceiros, estilo de apego inseguro e relacionamentos sociais
e amorosos menos estáveis (Belsky & Pluess, 2009; Oldebark & Figueiredo, 2010; Faer,
Hendriks, Abed, & Figueredo, 2005).
Na estratégia K, condições ambientais com recursos mais abundantes,
previsíveis e estáveis, menos eventos estressores e maior investimento parental recebido
tendem a produzir uma trajetória de desenvolvimento menos acelerado, marcado pelo
início mais tardio da vida sexual, menos comportamentos de risco, menor número de
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parceiros sexuais, estilo de apego seguro, e relacionamentos sociais e amorosos mais
estáveis (Belsky & Pluess, 2009; Oldebark & Figueiredo, 2010).
A estratégia de história de vida pode ser rápida, com características como baixo
investimento nas relações, e foco em quantidade ao invés de qualidade; enquanto a
estratégia lenta tem características opostas. Nesse sentido, estudos como o de De
Lauzon‐Guillain et al. (2009) feito com genitores e prole no intuito de tentar
compreender a possível correlação entre os padrões alimentares e possíveis influências
do investimento parental destacam como essa relação pode ser correlata, mas necessita
de estudos mais aprofundados. Assim, essas relações e estratégias podem refletir nas
escolhas alimentares, sendo que Araújo, Ferreira e Lopes (2018, p.528) apontam que
escolhas alimentares estão associadas à “variáveis ambientais, do seu estado reprodutivo
e nutricional e de como outros indivíduos estão tomando suas próprias decisões”; sendo
assim, a estratégia de história de vida desenvolvida por um indivíduo pode dizer muito
sobre o modo com o qual ele se relaciona com a alimentação.
Dentre as esferas as quais a comida pode estar inserida, existe aquela relacionando
a comida à necessidade que o corpo tem para realizar determinadas atividades. Diversos
estudos têm sido feitos no que tange à a alimentação de desportistas, porém a dança é
um meio no qual a alimentação também apresenta um papel de demasiada importância e
que precisa ser estudado.
Alguns estudos apontam como a ingestão diária de bases energéticas é deficitária
em dançarinos e como isso afeta o seu desempenho (Lutoslawska et al., 2007). Tendo
em vista a necessidade de um controle corporal na prática da dança (Prati & Prati,
2006), esse deficit acarreta efeitos não somente nutricionais, como psicológicos.
Algumas destas práticas pode ser explicada por bases evolucionistas, visto que
existem teorias, como a thrifty genotype hypothesis e a The adapted to flee famine
hypothesis que explicam como a ingestão incompatível de calorias para uma
determinada demanda do corpo pode afetar mecanismos biológicos que foram
selecionados durante a história da espécie. Ou seja, existe um limiar do que seria o
máximo e o mínimo seguro de ser ingerido e sempre que esse limiar é ultrapassado, o
organismo faz uso de práticas compensatórias que podem variar dependendo da situação
(Rantala, Luoto, Krama, & Krams, 2019).
Durante seu passado evolutivo, o ser humano teve alguns comportamentos
restritivos, consequência da necessidade de se mudar com mais frequência e enfrentar
escassez alimentar; mas tais comportamentos quando vistos nos dias de hoje podem
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levar a um quadro patológico e estar na gênese de um transtorno alimentar (Izar, 2013;
Laran & Salerno, 2013; Rantala, Luoto, Krama, & Krams, 2019).
Nesse contexto, entender a questão da alimentação em dançarinos é
imprescindível para o avanço de estudos sobre o corpo e de como lidar com ele nessas
circunstâncias, bem como para uma melhor compreensão da relação desses hábitos
alimentares com o desempenho na dança (Kuwae & Silva, 2007). De acordo com
Salmon, Figueredo e Woodburn (2009), as abordagens evolucionistas admitem dentre
outras coisas que, por exemplo, o corpo feminino pode apenas com mudanças
alimentares e no peso se tornar apto ou inapto para a reprodução, esbarrando em
barreiras estéticas e funcionais em contraponto com o funcionamento biológico e a
saúde. Padrões alimentares são resultados de uma história ontogenética que nos mostra
como construímos essa relação com a alimentação em nossa vida através de sucessivos
pareamentos consequenciados por reforços1 no meio social (Ramos & Stein. 2000). Isso
nos faz refletir que mais do que a ingestão de nutrientes, esse padrão se refere a como
percebemos o ato de comer e quais as prioridades quando tratamos desse assunto.
Tal contexto de alimentação, não obstante, acarreta outros tipos de subprodutos
quando visto à luz de uma visão mais macro da psicologia. Além de problemas
puramente biológicos que podem interferir na realização de atividades físicas como a
dança, Andrade e Bosi (2003) destacam como a influência da mídia pode ser um fator
atenuante no que tange à alimentação e principalmente no âmbito macro social, como
expõem Rodrigues e Carraça (2018), em decorrência da pobre oferta de alimentos
saudáveis na sociedade caótica pós-moderna. Nessa linha de falta de alimentos
saudáveis, Martín-García et al. (2016) trazem a discussão também acerca da obesidade e
como a inatividade física junto de contextos sociais desfavoráveis para uma boa relação
com o corpo podem gerar disfunções alimentares.
Em um contexto de dança, o ideal de beleza e as pressões sociais sofridas por
conta da mídia são ainda mais explicitados de modo a destacar uma possível
incapacidade, impossibilidade de sucesso e falta de autocontrole em função do corpo
(Haas & Garcia, 2010). Apesar de alguns estudos apontarem relações positivas na
correlação de atividade física e padrões alimentares mais saudáveis, quando falamos de
dança, a questão estética é uma variável mais sobressaltada e que pode fazer a diferença
nestes resultados (Andrade & Bosi, 2003; Rodrigues & Carraça, 2018).
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A partir desta revisão, esse trabalho se justifica à medida que busca investigar à
luz da Teoria da História de Vida se e como os diferentes tipos de estratégias
desenvolvidas pelo ser humano dentro do seu ambiente, e as consequências disso,
podem influenciar nos padrões alimentares de dançarinos e compreender qual o
significado essa alimentação assume para esses sujeitos. Quando falamos desses
padrões estamos falando da relação que o indivíduo tem com a alimentação. O Comer
emocional (CA) associa às emoções e o humor às escolhas alimentares, enquanto a
Restrição cognitiva (RC) consiste em uma relação de maior controle de ingestão e da
natureza do que se é ingerido, por fim, o Descontrole alimentar (DA) está relacionado à
perda do autocontrole em relação à alimentação e ingestão demasiada de alimentos com
ou sem a necessidade orgânica estar presente.
Assim, partindo do princípio de que as estratégias de história de vida influenciam
os padrões alimentares desenvolvidos pelas pessoas; temos como hipótese que uma
estratégia lenta resultaria em um padrão alimentar de restrição cognitiva enquanto uma
estratégia mais rápida resultaria em padrões de alimentação emocional e descontrole
alimentar (Natacci & Júnior, 2011).
Metodologia
Amostra e procedimento
Participaram 35 pessoas, de 18 a 45 anos, 5 homens e 30 mulheres.
Critérios de inclusão: dançarinos (profissionais e amadores), que tinham
experiência com dança e moravam em Belém, com idade entre 18 e 45 anos.
Critérios de exclusão: Possuir algum tipo de disfunção alimentar decorrente de
alergias ou intolerâncias a determinado grupo alimentar ou tipo de alimento.
A partir dos dados coletados com os 35 participantes desta pesquisa, foram
rodadas primeiramente análises de caráter descritivo. A amostra declarou ter entre 19 e
30 anos de idade, com a média de idade sendo de 22,3 anos (DP= 2,954). Quanto ao
número de irmãos, as respostas variaram de nenhum a 9 irmãos, com uma média de 1,8
(DP= 2,041). Quanto ao número de anos praticando dança, as respostas variaram entre 1
e 16 anos, com uma média de 7,9 (DP= 4,741). Quanto ao estado civil, a discrepância
foi perceptível, visto que apenas 8,6% da amostra (3 pessoas) declarou estar casado(a),
morando junto ou em união estável, e 91,4% declararam estarem solteiros.
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No que tange a cor da pele/etnia, 14,2% se autodeclarou negra e 85,2% foi
dividido entre brancos e pardos (42,9% cada). Ainda foi possível destacar que cerca de
85% da amostra foi composta por pessoas que se declararam como sendo do sexo
feminino (designado ao nascer) e cerca de 14% da amostra foi composta de pessoas que
se declararam como sendo do sexo masculino (designado ao nascer). Em relação à
orientação sexual, a maior porcentagem foi de heterossexuais, correspondendo a 54,3%
da amostra, seguido pelos bissexuais, que representaram 31,4% da amostra, 11,4% de
homossexuais, e 2,9% de panssexuais. Por fim, em relação à identidade de gênero, o
gênero com o qual a pessoa se identifica independente do que fora designado ao nascer,
a amostra foi composta de 85,7% de mulheres cis e 14,3% de homens cis - ou seja, a
amostra em sua totalidade se identificou com o sexo designado ao nascer.
Instrumentos e materiais
1. Escala de Estratégia de História de Vida (Mini-K): É uma escala desenvolvida
por Figueiredo et al. (2014) que faz parte da Bateria de História de Vida do Arizona e
foi validada para língua portuguesa. Ela é composta de 20 itens investigando aspectos
da tomada de decisão, proximidade e intimidade com os pais e parceiros românticos,
nível de apoio à família, amigos e comunidade, além da religiosidade. Foi utilizada para
avaliar a estratégia da história de vida, como o desenvolvimento no contínuo rápido-
lento (Anexo A). O escore geral varia de -60 a 60 pontos. Nesse instrumento de
autorrelato, os participantes escolhem uma resposta entre discordo totalmente (-3) e
concordo totalmente (+3) para cada alternativa. Essa escala representa um índice geral
de história de vida em que altas pontuações no fator geral correspondem às estratégias
lentas (i.e.,bom planejamento, maior autocontrole, bom investimento parental, menos
situações de risco durante a vida, etc.) e escores mais baixos correspondem às
estratégias mais rápidas (i.e. falta de planejamento, falta de investimento parental,
tendência a ter mais parceiros sexuais durante a vida, etc.).
2. Escala de História de vida: é uma escala desenvolvida por Krueger (2017), de 8
itens, sendo 4 para cada um dos escores analisados e que percorre as dimensões de
esforço de acasalamento (HVMating) e esforço de investimento parental (HVParenting),
com resposta likert que varia entre as respostas de “concordo fortemente” e “discordo
fortemente”. A escala é analisada a partir de uma análise fatorial combinatória de dois
fatores e foi utilizada para correlacionar o grau de investimentos dos escores
correlacionando com as demais variáveis. O esforço de acasalamento ou Mating está
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relacionado aos comportamentos direcionados aos relacionamentos amorosos e como
eles se configuram; enquanto o esforço de investimento parental ou parenting está
relacionado a comportamentos que seguem em direção a perpetuação da espécie e ao
prolongamento do tempo intergeracional, nesse caso humano (Anexo B).
3. TFEQ-21: É um questionário de caracterização de padrão alimentar composto
por 21 itens que faz parte do questionário criado por Stunkard (1985). Na versão
validada para o Brasil (Natacci & Júnior, 2011), baseado em três fatores chave; sendo
eles a restrição cognitiva, comer emocional e o descontrole alimentar. Esse questionário
foi utilizado para caracterizar a amostra quanto ao tipo de padrão alimentar
estabelecido, e é analisada a partir de um formado de resposta de 4 pontos para os itens
de 1 a 20, e uma escala de classificação numérica de 8 pontos para a questão 21. A
média de cada uma das variáveis é em seguida calculada e transformada em uma escala
de 0 a 100 pontos para cada uma. Dessa forma, esses escores são divididos em altos e
baixos para cada uma das variáveis para constar nos resultados (Anexo C)
Considerações éticas
A pesquisa foi assegurada pelo Comitê de Ética do Núcleo de Medicina Tropical
da UFPA, e foi aceita pelo mesmo mediante o protocolo Nº 4.001.430.
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Foi assegurada confidencialidade e possibilidade de desistência em caso de
algum desconforto durante o processo. Desta forma, foi indicado que os riscos eram o
de possível constrangimento ao fornecer informações de cunho pessoal e/ou de cansaço
físico, e podem ser minorados pela interrupção do preenchimento dos
questionários/escalas.
Resultados
Para descobrir o padrão de distribuição da amostra, foras realizadas análises de
normalidade utilizando o teste Shapiro-Wilks, para analisar as variáveis HVParenting,
HVMating, Mini-K, RC, AE e DA; sendo as duas primeiras medidas relacionadas aos
esforços de investimento parental e acasalamento, o Mini-K uma variável que mede o
tipo de estratégia de história de vida entre lenta e rápida, e as três últimas, as variáveis
de padrões alimentares explorados pela pesquisa. Foi encontrado que todas as variáveis
possuiam distribuição normal, menos a variável Mini-k (W(31)= 0,90; p = ,009).
Foi então utilizado o r de Pearson para correlacionar as variáveis numéricas com
distribuição normal, e o rô de Spearman para analisar a história de vida. Foi encontrada
uma correlação negativa entre a idade dos participantes e o fator Comer Emocional (r= -
0,509 p< 0,05), o que significa que quanto mais velhos os participantes, menores os
escores de Alimentação Emocional. Os fatores de Restrição Cognitiva (r= 506; p< 0,05)
e DA (r= ,553; p< 0,05) também correlacionaram de forma positiva com o de
Alimentação Emocional, demonstrando a incidência conjunta destes padrões.
Outra correlação positiva encontrada foi entre os fatores de HVMating e DA
(r= ,503; p< 0,05), apontando que quanto maior o escore de padrões de Descontrole
Alimentar, maior o investimento em relações amorosas, logo, mais rápida a estratégia
de história de vida. Além disso, foi encontrada uma correlação positiva entre o
HVParenting e os anos de prática em dança (r= ,502; p< 0,05), ou seja, quanto mais
tempo de dança, maiores os níveis de investimento parental e mais lenta é a estratégia
de história de vida daquela pessoa. Foi encontrada também uma relação entre o fator
Mini-K e HVParenting (rô de Spearman= ,497; p< 0,05), o que não foi esperado.
Em relação às análises de variância, as análises de sexo e status civil não foram
realizadas, devido ao baixo N de uma das categorias. Quanto à cor da pele, participantes
pardos tinham mais irmãos do que os outros, em média (Z= 5,841, p= ,007). Não foram
encontradas outras diferenças entre as médias das variáveis categóricas estudadas.
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Discussão
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Ainda sobre essa correlação entre AE e os outros padrões, este resultado diverge
de outros encontrados, como do estudo Rodrigues e Carraça (2018), visto que os
participantes do estudo deles apresentaram uma melhora no estado emocional com a
prática de atividades físicas, enquanto no presente estudo, a prática da dança não pôde
ser considerada um fator de melhora no estado emocional, pois a alimentação emocional
foi o fator que mais correlacionou nos resultados encontrados. Este fato pode se dar em
virtude de nuances sociais e estéticas específicas do meio da dança não levadas em
consideração pelo estudo de Rodrigues e Carraça (2018), juntamente com as limitações
da amostra do presente estudo.
Foram encontradas correlações positivas entre as variáveis de HVMating e
Descontrole Alimentar, apontando que quanto maiores os níveis de mating, – maior
investimento em reprodução – mais presente estava o DA; discordando do resultado
citado por Salmon, Figueredo e Woodburn (2009), quando sugerem que uma estratégia
de história de vida mais lenta pode inibir o descontrole alimentar, logo, altos níveis de
HVMating – relacionados a estratégias de história de vida mais rápidas – acentuariam
comportamentos de descontrole alimentar. No entanto, o estudo feito por De Lauzon‐
Guillain et al. (2009), com pais e filhos adolescentes aponta que existem correlações
entre DA e os outros padrões nestes genitores, dessa forma, podendo remeter ao
resultado obtido na presente pesquisa, levando em consideração que a parentalidade nos
homens pode estar relacionada ao maior investimento em reprodução e nas relações
amorosas, e nesse caso, também ao descontrole alimentar; porém esta hipótese necessita
de estudos posteriores e não houve como testar neste estudo.
Além disso, houve correlação positiva entre HVParenting e os anos de prática
em dança. Esses são resultados interessantes e podem falar sobre investimentos na
infância na prática em dança, como Madison (2017) descreve sobre HVParenting e o
investimento já nos primeiros anos de vida da prole; porém como não havia hipótese
para essa relação, sugerimos que esta deve ser estudada em futuros estudos, com
amostras mais expressivas.
Por fim, a última correlação positiva encontrada foi entre Mini-K e
HVParenting, o que era esperado pela literatura, por exemplo, Richardson, Chen, Dai,
Brubaker e Nedelec (2017) apontam que maiores escores no total do Mini-K estão
relacionados a uma estratégia de história de vida mais lenta bem como o alto escore de
HVParenting também caracteriza estratégias mais lentas de indivíduos que investem
mais na sua prole.
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Considerações finais
Esta pesquisa teve como objetivo investigar a possível relação entre as
estratégias de história de vida e padrões alimentares em dançarinos. Podemos dizer que
a pesquisa atingiu seu objetivo, deixando abertas oportunidades para futuras pesquisas
dentro deste campo, principalmente envolvendo dançarinos.
A alimentação no Brasil sofre muito com a influência da cultura e do capitalismo
tornando-se majoritariamente desbalanceada e sendo produto de questões socioculturais.
Abreu, Viana, Moreno e Torres (2001) apontam como a questão da rapidez implantada
no dia-a-dia e da industrialização tem uma forte influência na nossa geração atual sendo
resultados do processo decorrente da globalização. Dessa forma, se mostra demasiado
importante dar continuidade às pesquisas nessa área e mais ainda entre as regiões do
país.
Alguns resultados encontrados não estavam enquadrados nas hipóteses
levantadas e por isso pensamos que é de demasiada importância que este assunto
continue a circular nas comunidades acadêmicas com amostras mais expressivas para
um melhor resultado e análises.
Devido ao número da amostra ser pequeno e a predominância de pessoas do
sexo feminino, alguns tipos de análises não foram possíveis de serem realizadas, como
as análises de variância e as correlações relacionadas ao sexo biológico. Novos estudos
podem superar esta limitação e contribuir para esta área de conhecimento.
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24
ANEXO A – MINI-K
Por favor, indique o quanto você concorda ou discorda com as seguintes afirmações.
Use a escala a abaixo e escreva sua resposta no espaço oferecido. Para cada item que
não se aplica a você, por favor, preencha com "0".
Não
sei / Concord
Discordo Discordo Discordo Concordo Concordo
Não o
totalment moderadamen levement moderadamen totalment
se levement
e te e te e
aplic e
a
-3 -2 -1 0 +1 +2 +3
MINI-K
1. Eu frequentemente posso prever como as coisas vão acontecer.
2. Eu tento entender como eu entrei em uma situação, para descobrir como
lidar com ela.
3. Eu frequentemente encontro um lado bom para uma situação ruim.
4. Eu não desisto até eu resolver meus problemas.
5. Eu frequentemente faço planos com antecedência.
6. Eu evito correr riscos.
7. Na minha infância e adolescência, eu tive um relacionamento muito
próximo e afetuoso com a minha mãe biológica.
8. Na minha infância e adolescência, eu tive um relacionamento muito
próximo e afetuoso com o meu pai biológico.
9. Eu tenho um relacionamento muito próximo e afetuoso com meus filhos.
10. Eu tenho um relacionamento romântico muito próximo e afetuoso com
meu(minha) parceiro(a) sexual.
11. Eu prefiro ter apenas um relacionamento sexual a ter vários ao mesmo
tempo.
12. Eu tenho que estar muito apegado a alguém para me sentir confortável em
fazer sexo com essa pessoa.
13. Eu estou frequentemente em contato com meus parentes.
14. Eu frequentemente recebo apoio emocional e ajuda prática dos meus
cosanguíneos.
15. Eu frequentemente dou apoio emocional e ajuda prática aos meus
cosanguíneos.
16. Frequentemente tenho contato com meus amigos.
17. Eu frequentemente recebo apoio emocional e ajuda prática dos meus
amigos.
18. Eu frequentemente dou apoio emocional e ajuda em coisas do dia a dia
aos meus amigos.
19. Eu estou inserido e envolvido com a minha comunidade.
20. Eu estou muito envolvido com a minha religião.
25
26
ANEXO B – ESCALA DE HISTÓRIA DE VIDA
Por favor, indique o quanto você concorda ou discorda de cada uma das frases a seguir
como uma descrição de você e do que você faria.
Nem
Discordo Discordo concordo nem Concordo Concordo
Discordo Concordo
fortemente parcialmente discordo parcialmente Fortemente
1 2 3 4 5 6 7
27
ANEXO C - Questionário Adaptado dos Três Fatores Alimentares
NOME: _______________________________________________nº__________
1. Por conta própria você reduz as porções de alimentos que consome para 1□
controlar seu peso.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
2. Você começa a comer quando se sente ansioso(a). 2□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
3. Às vezes, quando você começa a comer, sente que perde o controle e come mais 3□
do que seu estômago tolera.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
4. Quando você se sente triste, frequentemente come demais. 4□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
5. Você não come alguns alimentos porque eles engordam. 5□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
28
6. Estar com alguém que está comendo dá, frequentemente, vontade de comer 6□
também.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
7. Quando se sente tensa ou estressada, frequentemente sente que precisa comer. 7□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
8. Frequentemente, sente tanta fome que acaba comendo demais e engasgando 8□
e/ou vomitando
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
9. Você sempre está com tanta fome que é difícil parar de comer sem terminar toda 9□
a comida que colocou no prato.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
10. Quando se sente solitário(a), se consola comendo. 10□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
11. Você, conscientemente, se controla nas refeições para evitar ganhar peso. 11□
( ) Totalmente verdade (4)
29
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
12. Quando sente o cheiro de um alimento saboroso, acha muito difícil evitar 12□
comer, mesmo que tenha terminado de comer há muito pouco tempo.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
13. Você sempre está com tanta fome o bastante para comer a qualquer hora. 13□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
14. Se você se sente nervoso(a), tenta acalmar comendo. 14□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
15. Quando vê algo que parece muito delicioso, frequentemente fica com tanta 15□
fome que tem que comer imediatamente.
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
16. Quando se sente depressivo(a), quer comer. 16□
( ) Totalmente verdade (4)
( ) Verdade, na maioria das vezes (3)
( ) Falso, na maioria das vezes (2)
( ) Totalmente falso (1)
17. O quanto frequentemente você evita guardar (fazer estoque, guardar em casa)
30
comidas tentadoras? 17□
( ) Quase nunca (1)
( ) Raramente (2)
( ) Frequentemente (3)
( ) Quase sempre (4)
18. O quanto você estaria disposto a fazer um esforço para comer menos do que 18□
deseja?
( ) Não estou disposto (1)
( ) Estou um pouco disposto (2)
( ) Estou relativamente bem disposto (3)
( ) Estou muito disposto (4)
19. Você comete excessos alimentares, mesmo quando não está com fome? 19□
( ) Quase nunca (1)
( ) Raramente (2)
( ) Às vezes (3)
( ) Pelo menos 1 vez por semana (4)
20. Com qual frequência você fica com fome? 20□
( ) Somente nos horários das refeições (1)
( ) As vezes entre as refeições (2)
( ) Frequentemente entre as refeições (3)
( ) Quase sempre (4)
Em uma escala de 1 a 8 em que 1 significa nenhuma restrição alimentar e 8 21□
significa restrição total, qual número você daria para si mesmo?
( ) 1 (1)
( ) 2 (1)
( ) 3 (2)
( ) 4 (2)
( ) 5 (3)
( ) 6 (3)
( ) 7 (4)
( ) 8 (4)
31
1 Significa: Eu como tudo o que quero e sempre que quero.
8 significa: Eu limito constantemente o que como, nunca cedo.
32
ANEXO D – TCLE
Universidade Federal do Pará
Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
Pós-Graduação em Neurociências e Comportamento
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa, você deverá ir ou ligar para o
comitê de Ética do Núcleo de Medicina Tropical (NTM), pertencente à Universidade
33
Federal do Pará (UFPA), através do telefone: (91) 3201-0961 e localizado na Av.
Generalíssimo Deodoro, 92 – Umarizal CEP 66.055-240 Belém – PA.
______________________________ ______________________________
Assinatura do participante Assinatura da pesquisadora
34