Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ARTE E DO
DESIGN
Introdução
A art nouveau se iniciou em 1890 e teve como marca o trabalho dos
arquitetos que experimentaram novos tipos de materiais e ornamentos.
Buscava-se um estilo ornamental próprio para a arquitetura de ferro e
aço que começava a ser desenvolvida. A simetria era descartada para
que pudesse ser explorado o efeito das curvas sinuosas. A art nouveau
se disseminou por todo o mundo, assumindo denominações diferentes
em cada região.
Por sua vez, a art déco foi um movimento surgido após a Primeira
Guerra Mundial. Ela era essencialmente ligada à decoração e à busca
de soluções para a produção industrial. A art déco marcou a vida das
décadas de 1920 e 1930 e sua principal característica foi o uso de formas
geométricas.
Neste capítulo, você vai conhecer as definições dos estilos art nouveau
e art déco. Vai ver suas características e a importância de ambos para o
designer de interiores.
O movimento artes e ofícios (Arts & Crafts) estabeleceu a prática dos artistas de desenhar
objetos para a produção da indústria.
Artes aplicadas
As artes aplicadas são as artes que se dedicam a produzir objetos para o uso
cotidiano. A art nouveau, enquanto arte aplicada, recebeu várias contribuições,
entre elas a dos ingleses Christopher Dresser, Walter Crane, Kate Greenaway
e Charles Mackintosh. A seguir, você vai conhecer cada um deles.
Christopher Dresser (1834–1904) foi professor de desenho e estudioso de
botânica. Em sua concepção de objetos, recriava de modo elegante as linhas
retas e curvas das formas vegetais, ou seja, não as reproduzia simplesmente.
Seus desenhos se destinaram aos mais diversos objetos: peças de metal, vidro,
papéis de parede, cerâmica e mobiliário. Na Figura 1, a seguir, você pode ver
uma obra de Dresser.
Art nouveau e art déco 3
Figura 1. Jarro de vidro com detalhes de metal, de Christopher Dresser (c. 1879).
Fonte: Proença (2009, p. 186).
Figura 2. Ilustração de Crane para o livro A Bela e a Fera, edição londrina de George Rou-
tledge and Sons (1874).
Fonte: Proença (2009, p. 187).
Figura 3. Cartão de Natal, ilustração de Kate Greenaway para o Book of 30 Postcards (c.1884).
Fonte: Proença (2009, p. 187).
Figura 4. Cabra-cega, cartão-postal de Kate Greenaway para o Livro dos jogos (c. 1889).
Fonte: Proença (2009, p. 187).
6 Art nouveau e art déco
Figura 5. (a) Salão de Chá Willow, em Glasgow, projeto de Charles Mackintosh. (b) No
detalhe, a porta dupla do salão.
Fonte: (a) Souza (2006, documento on-line). (b) Campbell (2014, documento on-line).
Já Émile Gallé ficou conhecido por seus jarros de vidro, com linhas sinuosas,
inspirados na natureza floral, como você pode ver na Figura 7.
8 Art nouveau e art déco
René Jules Lalique foi um mestre vidreiro e joalheiro francês, herdeiro direto de Emile
Gallé. Ele obteve grande reconhecimento pelas suas originais criações de joias, frascos
de perfume, copos, taças, candelabros e relógios nos estilos art nouveau e art déco.
A fábrica que fundou ainda funciona e o seu nome ficou associado à criatividade e à
qualidade, com desenhos tanto faustosos como discretos.
Figura 9. Interior da Casa Tassel, com a escadaria de ferro projetada por Victor Horta (1893),
Bruxelas.
Fonte: Proença (2009, p. 191).
Figura 11. Basílica e Igreja Expiatória da Sagrada Família, de Antonio Gaudí, em Barcelona.
Fonte: Ceol (2011, documento on-line).
Art nouveau e art déco 13
Art déco
O termo art déco, de origem francesa (abreviação de arts décoratifs), refere-se
a um estilo decorativo que se afirma nas artes plásticas, nas artes aplicadas
(design, mobiliário, decoração, etc.) e na arquitetura no entreguerras euro-
peu. O estilo art déco, nascido na França, foi visto pela primeira vez — em
projetos de decoração de interiores, estamparia, tapeçaria, cerâmica, vidro,
joias, artefatos de metal, esculturas e luminárias — na Exposição de Artes
Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris em 1925, apesar de
nem tudo o que se exibiu no evento ser qualificado como art déco. A princípio,
o estilo era conhecido por style moderne ou “Paris 1925”, só passando a ser
chamado de art déco em meados dos anos 1960 (PISSETTI; SOUZA, 2011).
Esse estilo desenvolveu-se em uma época em que o lazer, a velocidade, as
viagens, o luxo, as festas e o jazz auxiliavam todos a esquecer os traumas da
Primeira Guerra Mundial. A ideia era se divertir e olhar esperançosamente para
o futuro. Inserindo-se em um contexto que exaltava o consumismo, o estilo
art déco difundiu-se por meio da arquitetura e de produtos como fonógrafos,
aparelhos de rádio, automóveis, transatlânticos, aviões, cosméticos e filmes
de Hollywood. Seus objetos representavam, como destacam Pissetti e Souza
(2011), asas de aviões, proas de barcos, motores de automóveis e olhos-de-
-boi de cabinas de transatlânticos. O bule de prata dourado com asa de cristal
— Teapot, de Jean Puiforcat — é um exemplo que faz claras referências às
elegantes linhas dos transatlânticos, como você pode ver na Figura 12.
14 Art nouveau e art déco
ABESSES entrance 2. Wikimedia Commons, the free media repositor, 1 jul. 2007. Disponível
em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Abbesses_entrance_2.jpg>. Acesso
em: 25 out. 2018.
CAMPBELL, L. M. Willow Tea Rooms interior 2, Sauchiehall Street, Glasgow. Wikimedia
Commons, the free media repositor, 12 nov. 2014. Disponível em: <https://commons.
wikimedia.org/wiki/File:Willow_Tea_Rooms_interior_2,_Sauchiehall_Street,_Glasgow.
jpg>. Acesso em: 23 out. 2018.
CEOL, M. La Sagrada Familia, l'incompiuta – panoramio. Wikimedia Commons, the free
media repositor, 18 out. 2011. Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/
File:La_Sagrada_Familia_,_l%27incompiuta_-_panoramio.jpg>. Acesso em: 23 out. 2018.
PISSETTI, R. F.; SOUZA, C. F. Art Déco e Art Nouveau: confluências. Revista Imagem, v. 1,
n. 1. p. 17-24, jun./dez. 2011. Disponível em: <http://revistaimagem.fsg.br/_arquivos/
artigos/artigo72.pdf>. Acesso em: 23 out. 2018.
PROENÇA, G. História da arte. São Paulo: Ática, 2009.
SOUZA, D. Room de Luxe. Wikimedia Commons, the free media repositor, 30 mar. 2006.
Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Room_de_Luxe1.jpg>.
Acesso em: 23 out. 2018.
Leituras recomendadas
BASSALO, C. C. Art Nouveau em Belém. Brasília, DF: Iphan/Programa Monumenta, 2008.
Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/files/PDFs/Art_Noveau_em_Belem.pdf>.
Acesso em: 23 out. 2018.
CARVALHO, D. R. Natureza-ornamento: a arquitetura morfogenética do art nouveau
contemporâneo. Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, v. 24, n. 34, 1º sem. 2017. Dispo-
nível em: <http://periodicos.pucminas.br/index.php/Arquiteturaeurbanismo/article/
view/16567>. Acesso em: 23 out. 2018.
CORREIA, T. B. Art déco e indústria Brasil, décadas de 1930 e 1940. Anais do Museu Paulista,
São Paulo, v. 16, n. 2, p. 47-104, jul./dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0101-47142008000200003>. Acesso em: 23 out. 2018.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.
MATTOS, P. B. A arte de educar: cartilha de arte e educação para professores do ensino
fundamental e médio. São Paulo: Antonio Bellini, 2003.
MÈRCHER, L. Belle Époque Francesa: A percepção do novo Feminino na joalheria Art
Nouveau. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL – Escritas da história: Ver,
Sentir, Narrar, 6. Universidade Federal do Piauí – UFPI, Teresina,Piauí, 2012. Disponível
em: <http://gthistoriacultural.com.br/VIsimposio/anais/Leonardo%20Mercher.pdf>.
Acesso em: 23 out. 2018.
PROENÇA, G. História da arte. São Paulo: Ática, 2003.
Conteúdo: