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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – REGIONAL JATAÍ

RESUMO

Docente: Ana Lorym Soares

Discente: Natália Peres Carvalho

Jataí-GO

Julho/2017
Referência:

SOIHET, Rachel. História das Mulheres. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS,
Ronaldo (orgs.). Domínios da História. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. P. 263-283.

Rachel Soihet é professora aposentada do Departamento de História da UFF, pioneira no


estudo da história das mulheres na historiografia brasileira. Mestre pela UFF e doutora pela
USP, publicou numerosos artigos e livros, com destaque para o clássico Condição feminina e
formas de violência (Forense-universitária, 1989)

“História das Mulheres”, de Rachel Soihet é um dos capítulos presente no livro “Domínios da
História”, organizado por Ciro Flamarion e Ronaldo Vainfas. Em seu capítulo a autora irá
trazer uma abordagem acerca das mulheres enquanto objeto da história. Para isso, Soihet irá
expor desde questões teórico-metodológicas até conceitos importantes sobre o assunto,
trazendo ainda os temas mais abordados na historiografia, bem como as principais fontes e
locais de acesso das mesmas.

Rachel Soihet inicia seu capítulo “História das Mulheres”, dizendo que não cabe falar em
“história da mulher” e sim em história das mulheres, haja visto as inúmeras diferenças que as
envolvem. Com a história cultural e o desenvolvimento da história das mentalidades haverá
um avanço nas abordagens acerca do feminino, sendo que a interdisciplinaridade também
exercerá grande importância nos estudos sobre as mulheres. A onda do movimento feminista,
a partir dos anos 1960, terá um peso ainda maior para o surgimento da história das mulheres.
Haverá uma fragmentação da ideia universal de “mulheres”, passando a se ter a certeza de que
existiam múltiplas identidades a serem estudadas.

A partir da década de 1970 surgirá o termo “gênero”, usado para teorizar a questão da
diferença sexual. De acordo com Soihet, com a nova história, a experiência das mulheres
dependeria da maneira como o gênero poderia ser desenvolvido como uma categoria de
análise.

Com o desenvolvimento da história das mulheres bem como da historiografia, surgem


diversos temas para estudo acerca das mulheres. Temas como “ação e luta das mulheres”,
onde teremos duas vertentes, “uma preocupada com os movimentos organizados com vistas à
conquista de direitos de cidadania – os movimentos feministas – e a outra com manifestações
informais que se expressam em diferentes formas de intervenção e atuação femininas.”
(SOIHET, 2011, p. 268). O tema “mulheres e trabalho” também fará parte da historiografia,
sendo amplamente analisado e discutido. “Mulheres, família e maternidade” foi outro assunto
bastante abordado, dando abertura para o estudo da posição da mulher na história da família,
comportamentos femininos, estrutura familiar, participação feminina no processo produtivo,
igualitarismo, entre outros. Ainda sobre os temas mais estudados, de acordo com Soihet, com
o ressurgimento do movimento feminista e da consolidação da história das mulheres o tema
“mulher e sexualidade” também terá ampla reverberação.

O capítulo encerra-se tratando sobre um dos grandes problemas enfrentados pelos


historiadores no que diz respeito a história das mulheres, que é a questão da escassez de
vestígios do passado das mesmas, produzidos por elas, sendo muito mais fácil encontrar
representações sobre a mulher que tenham por base discursos masculinos, dizendo quem elas
eram e o que deveriam fazer.

Algumas fontes desempenham papel muito importante, como é o caso dos arquivos públicos,
onde se fala das mulheres, principalmente, quando perturbam a ordem pública, no caso, em
documentos policiais e processos criminais, estes juntamente com os jornais são fontes
privilegiadas de acesso ao universo feminino. Os arquivos privados, como cartas e diários
íntimos, são exemplos de registros femininos muito valorizadores pelos historiadores, bem
como objetos pessoais, capazes de permitir a reconstrução de uma arqueologia feminina da
vida cotidiana. Cabe ressaltar ainda a história oral, um instrumento muito adequado para o
registro da memória feminina. (SOIHET, 2011)

Rachel Soihet finaliza concluindo que com as dificuldades de se estudar o passado feminino
os historiadores são levados a fazer uso da criatividade para realizarem suas pesquisas,
utilizando por exemplo cópias heliográficas, para analisar as relações de poder na vida
doméstica, diários de médicos para se conhecer o comportamento feminino no momento do
parto e etc. Logo, conforme a renovação teórica de estudos históricos foi acontecendo,
desenvolveu-se também a inventividade com relação às fontes, o que acaba por ampliar os
horizontes historiográficos.

Como em minha pesquisa irei trabalhar com representações femininas em uma obra literária,
é importante que eu tenha conhecimento sobre a História das Mulheres, principalmente aqui
no Brasil. A autora Rachel Soihet traz informações e conceitos muito interessantes sobre o
assunto, bem como a questão das mulheres em uma perspectiva micro histórica, dando
destaque para alguns dos temas mais abrangidos pela historiografia referente à história das
mulheres e também algumas das fontes utilizadas atualmente e onde ter acesso as mesmas, o
que é muito importante.

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