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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro Tecnológico de Joinville

Limite e
Continuidade
Prof. Victor Simões Barbosa

1
Conteúdos da Aula
 Limites no Infinito;
 Limites Infinitos;
 Assíntotas;
 Limites Fundamentais;
 Continuidade;
 Propriedades das funções contínuas.

2
Limites no Infinito
 Definição:
Seja f uma função definida em um intervalo aberto (a, +).
Escrevemos:

lim f ( x)  L
x 

se para qualquer   0, existe um A  0 tal que f(x) - L  


sempre que x > A.

3
Limites no Infinito
 Definição:
Seja f uma função definida em um intervalo aberto (-, b).
Escrevemos:

lim f ( x)  L
x

se para qualquer   0, existe um B < 0 tal que


f(x) - L   sempre que x < B.

4
Limites no Infinito

 Teorema:
Se n é um número racional positivo,
então:
1
(i ) lim n  0
x   x

1
(ii ) lim n  0
x   x

5
Observação: As propriedades dos limites apresentadas na
aula anterior continuam válidas para limites no infinito,
bem como o Teorema do Confronto, ou seja:
Teorema do Confronto:
Se 𝑓 𝑥 ≤ ℎ 𝑥 ≤ 𝑔 𝑥 para todo 𝑥 em um intervalo
(a, +∞), ou respectivamente (−∞, 𝑎) e se

lim 𝑓 𝑥 = 𝐿 = lim 𝑔(𝑥)


𝑥→±∞ 𝑥→±∞

Então,

lim ℎ 𝑥 = 𝐿
𝑥→±∞
6
Limites no Infinito
 Exemplo 1:
Determinar
2x  5
(i ) lim f ( x)  lim
x   x   x  8

 2 x  5  xlim 2 x  5
lim     
x  
 x  8  xlim 
 x  8

Temos uma indeterminação do tipo

7
 Solução:

 2 x  5  x ( 2  5 ) ( 2  5 )
(i ) lim    lim x  lim x
x  
 x  8  x  x (1  8 ) x (1  8 x )
x
lim ( 2  5 ) lim 2  lim 5
x x   x
 x  
 x  

lim (1  8 ) lim 1  lim 8


x   x x   x   x

lim 2  5 lim 1 2  5.0


x   x
 x  
 2
lim 1  8 lim 1 1  8.0
x   x   x

8
Limites no Infinito
 Exemplo 2:

Determinar
2x  3
3
(ii ) lim f ( x)  lim 5
x   x   4 x  2


Novamente, temos uma indeterminação do tipo

9
 
 Solução:
x3 2  3 5
2 x  3x  5
3

 
2 3
x x
(ii ) lim  lim
x   4x  2
5 x  
x5 4  2 5

2 3  5 
x

x 4  2 
2 3
lim x x
x   2
5
x
2  3 5 

4  2 x 
1 x x 2 3
lim lim
2 x  
x  
x 5

2
 0.  0 10
4
Limites Infinitos
 Definição:
Seja f(x) uma função definida em um intervalo aberto
contendo a, exceto, possivelmente, em x = a. Dizemos que:

lim f ( x)  
x a

se para qualquer A  0, existe um   0 tal que f(x) > A


sempre que 0< x - a   .

11
Limites Infinitos
 Definição:
Seja f(x) definida em um intervalo aberto contendo a,
exceto, possivelmente, em x = a. Dizemos que:

lim f ( x)  
x a

se para qualquer B < 0, existe um  > 0, tal que f(x) < B


sempre que 0< x - a   .

12
Limites Infinitos
Além dos limites infinitos definidos anteriormente, podemos
ainda considerar os limites laterais infinitos e os limites
infinitos no infinito.

Vejamos:
lim f ( x)  , lim f ( x)  , lim f ( x)  ,
xa xa xa

lim f ( x)  , lim f ( x)  , lim f ( x)  ,


xa x x

lim f ( x)   e lim f ( x)  .


x x
13
Existem definições formais para cada um dos limites
apresentados.
Por exemplo:

Dizemos que lim− 𝑓 𝑥 = +∞ se para qualquer 𝐴 > 0, existe


𝑥→𝑎
um 𝛿 > 0 tal que 𝑓 𝑥 > 𝐴 sempre que 𝑎 − 𝛿 < 𝑥 < 𝑎.

14
Limites Infinitos
 Teorema:
Se n é um número inteiro positivo qualquer, então:

1
(i ) lim n  
x 0 x


1  , se n é par
(ii ) lim n  
x 0 x
 , se n é ímpar

15
A tabela a seguir nos fornece um resumo dos fatos principais válidos para
os limites infinitos, onde podemos ter 𝒙 → 𝒂, 𝒙 → 𝒂+ , 𝒙 → 𝒂− , 𝒙 →
+ ∞, 𝒙 → −∞.

16
Na tabela 0+ indica que a função tende a zero por valores
positivos e 0− indica que a função tende a zero por valores
negativos.
17
Limites Infinitos
 Exemplo 3:

Determinar

x 0 x 0

(iii ) lim f ( x)  lim x  x  1
3
x2

18
 Solução:

x 0

(iii ) lim x  x  1
3
x2
x 0
 
 lim x  lim
3
x 0
 x  lim  1 x 
x 0  2


 lim x
x 0
 3
lim x  lim 1
x 0 x 0
 x 2

= +∞
19
Limites Infinitos
 Exemplo 4:

Determinar

x   x  

lim f ( x)  lim 3 x  4 x  1
5 3

?
Temos uma indeterminação do tipo ∞ − ∞

20
 Solução:

lim f ( x)  lim 3x  4 x  1
x   x  
 5 3

x  

 lim x 3  4
5
x 2  1 x 
5

x  

 lim  x   lim 3  4 lim 1
5
x   x  
 x  lim  1 x 
2
x  
5

 
21
Assíntotas
Encontramos com muita frequência gráficos que se
aproximam de uma reta a medida que x cresce ou decresce.

22
Assíntotas

Esta retas são chamadas assíntotas.


Particularmente analisaremos com mais atenção as
assíntotas horizontais e verticais.
23
Assíntotas
 Definição:
A reta x = a é uma assíntota vertical do gráfico de y =
f(x), se pelo menos uma das seguintes afirmações for
verdadeira:
(i ) lim f ( x)  
x a

(ii) lim f ( x)  
x a

(iii) lim f ( x)  
x a

(iv) lim f ( x)  
x a
24
 Exemplo 5:
Determinar
1
lim e encontrar a assíntota.
x2 x  22

 Solução:
1 1
lim    lim  
x 2  x  2  x 2  x  2 
2 2

Logo,
1
lim   Assíntota vertical: 𝑥 = 2
x 2  x  2 2
25
Assíntotas
 Definição:
A reta y = b é uma assíntota horizontal do gráfico de y
= f(x), se pelo menos uma das seguintes afirmações for
verdadeira:

(i ) lim f ( x)  b
x  

(ii) lim f ( x)  b
x  

26
Assíntotas
 Exemplo 6:
As retas 𝑦 = 1 e 𝑦 = −1 são assíntotas horizontais do
gráfico de
𝑥
𝑦=
𝑥2 + 2
Pois,
𝑥
lim =1
𝑥→+∞ 𝑥 2 + 2

𝑥
lim = −1
𝑥→−∞ 𝑥2 + 2
27
Assíntotas
 Definição:
A reta y = ax + b é uma assíntota inclinada do gráfico
de y = f(x), se pelo menos uma das seguintes afirmações
for verdadeira:

(i ) lim  f ( x)  (ax  b)  0


x  

(ii) lim  f ( x)  (ax  b)  0


x  

28
 Exemplo 7:
Verifique que a reta 𝑦 = 2𝑥 é assíntota do gráfico de
2𝑥 3
𝑦= 2
𝑥 +4

29
Limites Fundamentais
 Proposição:
sen x
(1) lim 1
x 0 x
(2) lim 1  1
x  
 x x
 e,
onde e é o número irracional neperiano cujo
valor aproximado é 2,718281828459...
a 1 x
(3) lim  ln a (a  0, a  1)
x 0 x
30
Limites Fundamentais
Lim. Fundamental
 Exemplo 8: Calcule
𝑠𝑒𝑛 3𝑥 sen x
lim lim 1
𝑥→0 𝑠𝑒𝑛 4𝑥 x 0 x
Solução:
𝑠𝑒𝑛 3𝑥
𝑠𝑒𝑛 3𝑥 . 3𝑥
3𝑥
lim = lim 𝑠𝑒𝑛 4𝑥
𝑥→0 𝑠𝑒𝑛 4𝑥 𝑥→0 4𝑥 .4𝑥

𝑠𝑒𝑛 3𝑥
3lim
𝑥→0 3𝑥
= 𝑠𝑒𝑛 4𝑥
4lim
𝑥→0 4𝑥
3 1 3
= . =
4 1 4
31
Limites Fundamentais
Lim. Fundamental

 
Exemplo 9: Calcule x
𝑥+1
2 lim 1  1  e,
lim 1+ x   x
𝑥→+∞ 𝑥
Solução:
2 𝑥+1 2 𝑥 2
lim 1+ = lim 1+ 1+
𝑥→+∞ 𝑥 𝑥→+∞ 𝑥 𝑥

𝑥
1 2
.2 2
= lim 1+ 𝑥 lim 1+
𝑥→+∞ 𝑥→+∞ 𝑥
2

= 𝑒 2. 1 = 𝑒 2
32
Continuidade
 Definição:
Dizemos que a função f é contínua no ponto a se todas
as condições forem satisfeitas:

(a) f é definida no ponto a;

(b) lim f ( x) existe;


x a

(c) lim f ( x)  f (a)


x a

33
Funções não-contínuas em um ponto 𝒂

34
Continuidade
 Exemplo 8: Sejam as funções:
𝑥 2 −1 Não é contínua em 𝑎 = 1
a) 𝑓 𝑥 = ,
𝑥−1

𝑥 2 −1 Não é contínua
b) 𝑔 𝑥 = , 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 1 , em 𝑎 = 1
𝑥−1
1 , 𝑠𝑒 𝑥 = 1

𝑥 2 −1 h(x)
c) h 𝑥 = , 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 1 É contínua em 𝑎 = 1
𝑥−1
2 , 𝑠𝑒 𝑥 = 1
35
Propriedades das Funções Contínuas
 Proposição:
Se as funções f e g são contínuas em um ponto a, então:

(i )  f  g  é contínua em a;
(ii)  f  g  é contínua em a;
(iii)  f  g  é contínua em a;
(iv)  f  é contínua em a, desde que g(a)  0.
 g

36
Propriedades das Funções Contínuas
 Proposição:
(i) Uma função polinomial é contínua
para todo número real;
(ii) Uma função racional é contínua
em todos os pontos do seu domínio;
(iii) As funções f(x)  sen x e f(x)  cos x
são contínuas para todo número real x;
(iv) A função exponencial f(x)  e é contínua
x

para todo número real x.


37
 Exemplo 9: Calcule:
𝑠𝑒𝑛 𝑥
lim
𝑥→𝜋 2 + cos 𝑥
 A função 𝑓 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 (numerador) é contínua;

 A função 𝑔 𝑥 = 2 + cos 𝑥 (denominador) é contínua;

 A função 𝑔(𝑥) nunca é zero, pois −1 ≤ cos 𝑥 ≤ 1;

𝑓(𝑥) 𝑠𝑒𝑛 𝑥
 Logo a função ℎ 𝑥 = = é contínua em todo
𝑔(𝑥) 2+cos 𝑥
ponto 𝑥 ∈ ℝ.
 Portanto:
𝑠𝑒𝑛 𝑥 𝑠𝑒𝑛 𝜋 0
𝑙𝑖𝑚 =𝑙𝑖𝑚 ℎ 𝑥 =ℎ 𝜋 = = =0
𝑥→𝜋 2+𝑐𝑜𝑠 𝑥 𝑥→𝜋 2+𝑐𝑜𝑠 𝜋 2−1
38
Propriedades das Funções Contínuas
 Proposição:
Se f e g são funções tais que

lim f ( x)  b e g é contínua em b.
x a

Então,
lim (𝑔0 𝑓) 𝑥 = 𝑔(𝑏)
𝑥→𝑎
ou seja,


lim g  f ( x )  g lim f ( x )
x a x a

39
Propriedades das Funções Contínuas
 Exemplo 10: Calcule:
𝜋− 𝑥
lim 𝑠𝑒𝑛
𝑥→0 2−𝑥
𝜋− 𝑥 𝜋
Temos lim = ;
𝑥→0 2−𝑥 2

A função 𝑔 𝑥 = 𝑠𝑒𝑛 𝑥 é contínua, logo


𝜋− 𝑥 𝜋− 𝑥
lim 𝑠𝑒𝑛 = 𝑠𝑒𝑛 lim
𝑥→0 2−𝑥 𝑥→0 2−𝑥

𝜋
= 𝑠𝑒𝑛 = 1.
2
40
Proposições:
 Se 𝑓 é contínua em 𝑎 e 𝑔 é contínua em 𝑓(𝑎),
então a função composta 𝑔0𝑓 é contínua no
ponto 𝑎.

 Seja y = f(x) uma função definida e contínua


num intervalo I. Seja J = Im(f), se f admite
uma função inversa g = f -1 : J → I, então g é
contínua em todos os pontos de J.

41
OBSERVAÇÃO:
Como consequência da Proposição anterior temos que a
função 𝐟 𝐱 = 𝐥𝐧 𝒙 é contínua em todos os pontos de seu
domínio uma vez que esta é inversa da função 𝒆𝒙 que é
contínua.

42
 Definição:
Seja f definida num intervalo fechado [a, b].
(i ) Se lim f ( x)  f (a ), dizemos que f
x a

é contínua à direita no ponto a.

(ii ) Se lim f ( x)  f (b), dizemos que f


xb

é contínua à esquerda no ponto b.

(iii ) Se f é contínua em todo ponto do intervalo


aberto (a, b), f é contínua à direita em a e contínua à esquerda
em b, dizemos que f é contínua no intervalo fechado [a, b].
43
 Teorema do Valor Intermediário:
Se f é contínua no intervalo fechado [a, b]
e L é um número tal que f(a)  L  f(b) ou
f(b)  L  f(a), então existe pelo menos um
x [a, b] tal que f(x)  L.

Este teorema nos mostra que as


funções contínuas em um
intervalo muitas vezes são
consideradas como funções cujo
gráfico pode ser traçado sem
levantar o lápis do papel, isto é,
sem interrupções.
44
Consequência do Teorema do Valor
Intermediário:
Se 𝑓(𝑎) e 𝑓(𝑏) tem sinais
opostos, então existe pelo
menos um número 𝑐 tal que
𝑓(𝑐) = 0.

45

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