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III.

Cálculo diferencial em R
O conceito de derivada está intimamente relacionado à taxa de variação instantânea de uma
função, o qual está presente no dia a dia das pessoas, através, por exemplo, da determinação da
taxa de crescimento de uma certa população, da taxa de crescimento económico de um país, da
taxa de redução da mortalidade infantil, da taxa de variação de temperaturas, da velocidade de
corpos ou objectos em movimento, enfim, poderíamos ilustrar inúmeros exemplos que
apresentam uma função variando e que a medida desta variação se faz necessária em
determinado momento. Para entendermos como isso se dá, inicialmente vejamos a definição
matemática da derivada de uma função num ponto.
1. Derivada de uma função num ponto
Consideremos uma função f contínua e definida num intervalo a, b ; seja x0 e x0  x dois
pontos desse intervalo.
Quando a variável x passa do valor x0 para o valor x0  x sofrendo uma variação x

(incremento de x ), o correspondente valor da função passa de f x0  para o valor f x0  x 

sofrendo, portanto, uma variação y (incremento da função f ), conforme mostra a figura:

y f x0  x   f x0 
f x0   y  f x0  x   y  f x0  x   f x0   
x x
f ( x0  x)  f ( x0 )
A razão chama-se razão incremental ou taxa de variação média da função.
x

1
y f ( x0  x)  f ( x0 )
Definição (26): Se o limite lim  lim (taxa de variação instantânea), for
x 0 x x  0 x
finito, chama-se derivada da função f no ponto x  x0 . Nesse caso, dizemos que f é derivável

no ponto x0 .

Várias notações são utilizadas para indicar a derivada da função y  f x  num certo ponto x0 ,

tais como f ' x0   y ' x0   x0   df x0  df


dy dy

dx dx dx x  x0 dx x  x0

Dizemos que uma função f é derivável (ou diferenciável) num conjunto I  R quando tem
derivada em todo o ponto de I .
Probemas resolvidos
53. Com base na definição de derivada de uma função, determine a derivada das seguintes
funções:
a) f x   3x 2  2 x  1
Resolução

df
 lim
f x  x   f x 

df
 lim
3x  x   2x  x   1  3x 2  2 x  1
2
 
dx x 0 x dx x 0 x
3x 2  6 xx  3x   2 x  2x  1  3x 2  2 x  1
2
df
  lim
dx x0 x

 lim 6 x  3x  2 
df df
  6x  2
dx x 0 dx

b) f x  
1
x
Resolução
1 1

f x  x   f x  x  x  x 
 lim x  x x 
df df df
 lim   lim
dx x  0 x dx x  0 x dx x  0 xx  x x
df 1 df 1
   lim   2
dx x  0 xx  x  dx x

c) f x   x

2
Resolução

df
 lim
f x  x   f x 

df
 lim
x  x  x

df
 lim

x  x  x x  x  x  
dx x 0 x dx x 0 x dx x 0 
x  x  x x 
df x  x  x df 1
  lim   lim

dx x 0 x  x  x x 
dx x 0 x  x  x
df 1
 
dx 2 x

d) f x   3 x
Resolução

df f x  x   f x  df 3
x  x  3 x
 lim   lim
dx x 0 x dx x 0 x

df

3


x  x  3 x  3 x  x   3 xx  x   3 x 2 
2


  lim
dx x 0  x  x   3 xx  x   x  x
3 2 3 2
 
df x  x  x
  lim
dx x 0 3 x  x 2  3 xx  x   3 x 2  x
 
df 1 df 1
  lim  
dx x  0 3
x  x   3 xx  x   x
2 3 2 dx 3 x 2
3

54. Determine a derivada da função f x   x 2  x  1 , no ponto de abscissa x0  2 .


Resolução

df
x0   lim f x0  x   f x0 
 x0   lim 0
df 
x  x   x0  x   1  x0  x0  1
2 2

dx x 0 x dx x 0 x
x0  2 x0 x  x   x0  x  1  x0  x0  1
2 2 2


df
x0   lim
dx x 0 x


df
x0   lim
2 x0  x  1  df x0   2 x0  1
dx x 0 dx

x0  2 
df
2  2  2  1  df 2  3
dx dx
2. Fórmulas (regras) de derivação
Seja u  f x  , z  g x  , y  hx  funções deriváveis e C uma constante arbitrária.

3
a) Derivada de uma constante
df
f ( x)  C  0
dx
b) Derivada da soma

f x   g x   hx  
df dg dh
 
dx dx dx
c) Derivada do produto de uma função derivável por uma constante

f x   Cg x 
df dg
C
dx dx
d) Derivada de um produto

f x   g x hx    h x   g x 
df dg dh
dx dx dx
e) Derivada de um quociente

h x   g x 
dg dh
g x  df
f x     dx dx
hx  dx h x 
2

3. Derivadas de funções elementares


df df 1
a) f ( x)  x n   nx n 1 b) f ( x)  x   , x0
dx dx 2 x
1 df 1 df
c) f ( x)    2 d) f ( x)  senx   cos x
x dx x dx
df df 1
e) f ( x)  cos x    senx f) f ( x)  tgx  
dx dx cos 2 x
df 1 df
g) f ( x)  cot gx   h) f ( x)  a x   a x ln a , (a  0 e a 1)
dx sen 2 x dx
df df 1
i) f ( x)  e x   ex j) f ( x)  ln x   , x0
dx dx x
df 1
l) f ( x)  log a x   , ( x  0, a  0 e a 1)
dx x ln a
Probemas resolvidos
55. Calcule a derivada de cada uma das seguintes funções:

a) y  x 1  3x 2 

4
Resolução
dy 1  3x 2  12 x 2 dy 1  15 x 2
dy

1
dx 2 x

1  3x 2   6 x x 
dx
 
dx

2 x 2 x

b) y  2 x  3 x 2  5 
Resolução
dy
dx
 
 2 x 2  5  2 x2 x  3 
dy
dx
 2 x 2  10  4 x 2  6 x 
dy
dx
 6 x 2  6 x  10

c) y  e x cos x
Resolução

 e x cos x  e x  senx    e x cos x  senx 


dy dy dy
 e x cos x  e x senx 
dx dx dx
1 x
d) y 
1 x
Resolução
1

1  x   

1  x 
1  1 x 1 x
dy 2

x  2 x 
dy
 2 x 
dy

1
dx 1  x  2
dx 1  x  2

dx 1  x 
2
x
senx  cos x
e) y 
senx  cos x
Resolução

dy cos x  senx senx  cos x   senx  cos x 


2

dx senx  cos x 2
dy sen 2 x  2senx cos x  cos 2 x  sen 2 x  2senx cos x  cos 2 x
 
dx senx  cos x 2


dy


2 sen 2 x  cos 2 x

dy

 2
dx senx  cos x  2
dx senx  cos x 2

f) y  2 xsenx  x 2  2 cos x 
Resolução
dy
dx
  
 2senx  x cos x   2 x cos x  x 2  2 senx 
dy
dx
  
 2senx  x 2  2 senx 
dy
dx
 x 2 senx

5
56. Suponha que o salário inicial de um trabalhador seja 24 000 meticais e que, anualmente,
haverá um aumento de 2 000 meticais.
a) Exprima a percentagem de variação do seu salário em função do tempo.
Resolução
A função salário será S t   24000  2000t , t em anos.
dS
t   2000 (variação do seu salário em função do tempo)
dt
A percentagem pt  de variação do seu salário em função do tempo será:
dS
pt   dt  100%  pt    100%  pt  
2000 100
%
S t  24000  2000t 12  t
b) Após um ano, qual será a percentagem de variação do seu salário?
Resolução
Após um ano é só fazer t  1 na fórmula da percentagem de variação do seu salário

p1  %  p1  7,69%


100
12  1
c) O que acontecerá com a percentagem de variação do seu salário com o decorrer do tempo?
Resolução
Como o denominador da fracção vai sempre aumentando o valor da percentagem irá sempre
diminuir, isto é, tenderá para zero, isto é:
100
lim %0
t  12  t
57. Calcula-se que, daqui a t meses, a população de uma certa comunidade será de
pt   t 2  20t  8000 habitantes. Determine:
a) A taxa de variação da população daqui a 15 meses?
Resolução
dp
t   2t  20  dp 15  2 15  20  dp 15  50
dt dt dt
Resposta: A taxa de variação da população daqui a 15 meses será de 50 habitantes por mês.
b) A variação real no 16.º mês.
Resolução
p16  16 2  20 16  8000  p16  8576

6
p15  152  20 15  8000  p15  8525
p  p16  p15  p  8576  8525  p  51
Resposta: A variação real no 16.º mês sera de 51 habitantes por mês.
4. Interpretação da derivada
4.1. Interpretação geométrica
Seja y  f x  , uma função real de variável
real.
Considerando o triângulo rectângulo PTQ ,
obtemos o declive (coeficiente angular) da
y
recta s como tg 
x
Suponha que o ponto Q se mova sobre o gráfico de f em direcção ao ponto P . Desta forma, a
recta s se aproximará da recta t . O ângulo  aproximar-se-á do ângulo  , e então, a tangente
do ângulo  aproximar-se-á da tangente do ângulo  . Usando a notação de limites, é fácil
perceber que lim tg  tg
QP

Mas quando Q  P temos que x  0 . Desta forma, o limite acima fica


y df
tga  lim  x0  .
x 0 x dx
A derivada de uma função f num ponto Px0 , y0  é o declive (coeficiente angular) da recta

tangente ao gráfico da função f no ponto Px0 , y0  .

4.1.1. Equação da recta tangente


Seja t a equação da recta tangente ao grafico da função f

no ponto Px0 , y0 

A equação da recta tangente t é:

a) y  y0  ax  x0   y  y0  x0 x  x0  se o limite


df
dx
que determina a existir;
b) x  x0 se o limite que determina a for infinito.

7
Probemas resolvidos
58. Determine a equação da recta tangente à parábola f x   x 2 no ponto de abscissa x0  1 .
Resolução
Temos que determinar a ordenada y 0 do ponto de abcissa

x0  1 e o declive da recta tangente.

y0  f x0   y0  12  y0  1  P1,1 (ponto de tangência)

df
x   2 x  df 1  2  a  2
dx dx

y  y0 
df
x0 x  x0   y  1  2x  1  y  2 x  1  0
dx
4.1.2. Equação da recta normal
Seja y  f x  uma curva e Px0 , y0  um ponto

sobre o seu gráfico. A recta normal n


ao gráfico de f no ponto P é a recta
perpendicular à recta tangente t nesse ponto.

a) A equação da recta normal é y  y0  


1
x  x0   y  y0   1 x  x0  se o limite que
a df
 x0 
dx
determina a existir e for não nulo;

b) Se a 
df
x0   0 , então a equação da recta normal é a recta vertical x  x0 ;
dx

c) Se a 
df
x0  for infinito, então a recta normal é horizontal e tem a equação y  y0 .
dx
Probemas resolvidos
59. Determine a equação da recta tangente e da recta normal ao gráfico das funções abaixo nos
pontos indicados.
a) f x   x3 no ponto de abscissa x0  2

8
Resolução
y0  f x0   y0  23  y0  8 , donde P2,8 é o ponto de tangência.

df
x   3x 2  df x0   df 1  3  22  df 1  12
dx dx dx dx
Equação da recta tangente

y  y0 
df
x0 x  x0   y  8  12x  2  y  8  12 x  24  y  12 x  16
dx
Equação da recta normal

y  y0  
1
 x  x0   y  8   1  x  2   y   1 1 1
x  8  y   x 
49
df
 x0  12 12 6 12 6
dx
b) f x   x no ponto de abscissa x0  4
Resolução
y0  f x0   y0  4  y0  2 , donde P4,2 é o ponto de tangência.

df
x   1  df x0   df 4  1  df 4  1
dx 2 x dx dx 2 4 dx 4
Equação da recta tangente

y  y0 
df
x0 x  x0   y  2  1 x  4  y  1 x  1  2  y  1 x  1
dx 4 4 4
Equação da recta normal

y  y0  
1
x  x0   y  2  4x  4  y  4 x  16  2  y  4 x  18
df
 x0 
dx
60. Determine a equação da recta tangente à curva f x   5  x 2 , que seja perpendicular à recta
g x   3  x .
Resolução
Seja Px0 , y0  o ponto de tangência. Então

df
x0   1  2 x0  1  x0  1
dx 2
2
1  1 19 
y0  f x0   y0  5     y0  , donde P ,  é o ponto de tangência.
19
2 4 2 4 

9
y  y0 
df
x0 x  x0   y  19   x  1   y   x  1  19  y   x  21
dx 4  2 2 4 4

61. Determine a equação da recta normal à curva f x   x 2 , que seja paralela à reta 3 y  x  0 .
Resolução
1
3y  x  0  y   x
3
Seja Px0 , y0  o ponto de tangência. Então

df
x0    1  2 x0   1  x0   1
dx 3 3 6
2
 1  1 1 
y0  f x0   y0      y0  , donde P  ,  é o ponto de tangência.
1
 6 36  6 36 

y  y0 
df
x0 x  x0   y  1   1  x  1   y   1 x  1  1  y   1 x  1
dx 36 3 6 3 18 36 3 36

62. Determine as equações das rectas tangentes ao gráfico de f x   x 2  3x e que passam pelo
ponto P3,4 .
Resolução
O ponto dado não pertence ao gráfico de f !. Por outro lado a equação da recta tangente ao

gráfico de f no ponto x0 , f x0  é y  f x0   f ' x0 x  x0   y  f x0   f ' x0 x  x0  ,
onde
f x0   x02  3x0 e f ' x0   2 x0  3 .

O ponto P3,4 pertence à recta tangente, logo, obtemos:

 4  f 3  x02  3x0  2 x0  33  x0   x02  3x0  6 x0  2 x02  9  3x0  4  0

  x02  6 x0  5  0  x02  6 x0  5  0  x01  1 x02  5


Então, as equações das rectas tangentes são:
x01  1  y  12  3 1  2 1  3x  1  y  1  3  x  1  y   x  1

x01  5  y  52  3  5  2  5  3x  5  y  25  15  7 x  35  y  7 x  25

4.2. Interpretação económica


Em Economia a variação de uma quantidade em relação à outra pode ser descoberta por qualquer
dos dois conceitos: o de Média ou o de Marginal.

10
O conceito de média, expressa a variação de uma quantidade sobre um conjunto específico de
valores de uma segunda quantidade, enquanto que o conceito de marginal, é a mudança
instantânea na primeira quantidade que resulta de uma mudança em unidades muito pequenas na
segunda quantidade.
4.2.1. Custo médio
Suponha que C q  seja o custo total de produção de q unidades de um certo produto. A função
C q  é chamada de função custo total. Em circunstâncias normais q e C q  são positivas. Note
que, como q representa o número de unidades de um produto, q tem que ser inteiro não
negativo, de modo que tenhamos as condições de continuidade para a função C q  .
Definição (27): Chama-se custo médio da produção de cada unidade do produto ao quociente do
C q 
custo total pelo número de unidades produzidas; isto é, Cme q   , onde Cme é chamada
q
função custo médio.
Suponhamos que o número de unidades de uma determinada produção seja q1 , e que ela tenha

sido alterada por q  q  q1 . Então a variação no custo total é dada por C q1  q   C q1  , e a
variação média no custo total em relação à variação no número de unidades produzidas é dada
C q1  q   C q 
por (1)
q
Os economistas usam o termo Custo Marginal para o limite do quociente (1) quando q tende a
zero, desde que o limite exista. Esse limite é a derivada da função C q  em q1 ; portanto a
definição de custo marginal será:
Definição (28): Se C q  é o custo de produção de q unidades de um certo produto, então o

Custo Marginal, quando q  q1 , é dada por Cmg q1   q1  , caso exista.
dC
dq

A função Cmg q   q  é chamada Função Custo Marginal e frequentemente é uma boa


dC
dq
aproximação do custo de produção de uma unidade adicional depois de produzidas q unidades.
Fórmula de aproximação: A derivada da função é uma boa aproximação provocada por um
aumento unitário na variável.

11
Análise marginal: Em Economia, a taxa de variação instantânea é uma boa aproximação para o
aumento unitário da variável. Este aumento é denominado Marginal.

Assim, analogamente, Lmg q  


dL
q  , é a função Lucro Marginal; Rmg q   dR q  , é a função
dq dq
Receita Marginal.
Probemas resolvidos
63. Suponha que o custo total para se produzir q unidades de um certo produto seja

C q   3q 2  5q  10 .
a) Determine a função custo marginal.
Resolução

Cmg q   q   6q  5
dC
dq
b) Determine, usando análise marginal, o custo de produção da 51.ª unidade.
Resolução

Cmg 50  50  6  50  5  305 .


dC
dq
Resposta: O custo de produção da 51.ª unidade é de 305.
c) Determine o custo real de produção da 51.ª unidade.
Resolução
C 50  3  502  5  50  10  7760

C 51  3  512  5  51  10  8068


C51  C50  8068  7760  308
Note que as respostas das alíneas b) e c) diferem por 3 unidades, isto é, o custo marginal é
próximo do custo real de produção de uma unidade adicional. Esta discrepância ocorre porque o
custo marginal é a taxa de variação instantânea de C q  em relação a uma unidade de variação

em q . Logo, Cmg 50  50 é o custo aproximado da produção da 51a unidade. Observe que
dC
dq

o cálculo de Cmg 50  50 , no exemplo, é mais simples do que o de C51  C50 .
dC
dq

12
Os economistas frequentemente aproximam o custo da produção de uma quantidade adicional

usando a função custo marginal. Mais claramente, Cmg q   q  é o custo aproximado da


dC
dq

q  1 -ésima unidade quando as q primeiras unidades tiverem sido produzidas.


As respostas das alíneas b) e c) do exemplo são muito próximas por causa da proximidade dos
pontos 50, C 50 e 51, C 51 , e porque esses pontos pertencem a uma porção praticamente
linear da curva de custo. Para tais pontos, o declive (coeficiente angular) da recta secante é uma
boa aproximação do coeficiente angular da recta tangente.
Como usualmente se obtém esta aproximação e sendo mais fácil, de maneira geral, calcula-se o
custo marginal como aproximação do custo real de produção de uma unidade adicional.
De maneira geral, em Economia, Análise Marginal refere-se ao uso de derivadas de funções para
estimar a variação ocorrida no valor da variável dependente, quando há um acréscimo de 1
unidade no valor da variável independente.
64. Suponha que C q  seja o custo total de produção de q unidades de esferrográficas, e

C q   2q 2  q  8 . Determine as funções:
a) Custo Médio
Resolução
C q 
Cme q  
8
 2q   1
q q
b) Custo Marginal
Resolução
dC q 
Cmg q    4q  1
dq

5. Derivada da função composta


Seja f uma função definida sobre um intervalo I e g uma função definida sobre o intervalo J

contendo f I  e x0  I

13
Sendo f derivável em relação a x e g derivável em relação a f x  , então

gof x'  g '  f x f ' ( x)


Considerando u  f x  e y  g u  em y  gof x   y  g f x  , tem-se:
dy dy du
  (Chamada regra da cadeia).
dx du dx
Probemas resolvidos
65. Determine a derivada das seguintes funções:


a) y  3 x 2  1  2

Resolução
 du
u  x 2  1   2 x
  dx
Fazendo  2  1
, vem:
 y  u 3  dy  2 u  3
 du 3

 
1 1
dy dy du dy 2  dy 4  dy 4x
     2 xu 3   x x2  1 3  
dx du dx dx 3 dx 3 dx 3 x 2  1
3


b) y  tg 5x 2  x 
Resolução
 du
u  5 x  x  dx  10 x  1
2

Fazendo  , vem:
 y  tgu  dy  1
 du cos 2 u
dy dy du dy 10 x  1 dy 10 x  1
     
dx du dx 2
dx cos u dx cos 2 5 x 2  x  
Na aplicação da regra de cadeia é recomendável que desenvolva a capacidade de efectuar a
introdução da nova variável implicitamente. Vejamos alguns exemplos desta técnica:

c) y  cos 2 1  x 2 
Resolução
dy d
  
 1  x 2  2 cos 1  x 2  sen 1  x 2 
dx dx

dy
dx
    
 4 x cos 1  x 2 sen 1  x 2 

d) y  cos 1  x 2 
2

14
Resolução
dy
dx
d
  
 2 1  x 2  sen 1  x 2
dx
  dy
2

dx
 4 xsen1  x 
2 2

sen 2 x
e) y 
x
Resolução

dy
2 xsenx
d
senx  sen 2 x dy 2 xsenx cos x  sen 2 x dy senx2 x cos x  senx
 dx    
dx x2 dx x2 dx x2
6. Derivada da função implícita
Sempre que temos uma função escrita na forma y  f x  , dizemos que y é uma função explícita
de x , pois podemos resolver a expressão analítica da função exprimindo a variável dependente
em função da variável dependente. Porém nem sempre isso é possível ou conveniente e, caso
isso ocorra, dizemos que y é uma função implícita de x .

Vejamos, por exemplo, a equação y  2 x 2  3 . Observamos que y é uma função explícita de x ,

pois podemos escrever y  f x  , onde f x   2 x 2  3 . Entretanto, a equação y  2 x 2  3 define

a mesma função, pois isolando y obtemos y  2 x 2  3 . Quando escrita na forma y  2 x 2  3 ,


dizemos que y é uma função implícita de x .
Para derivar uma função dada na forma implícita, basta lembrar que y é função de x e derivar
dy
ambos os membros da equação relativamente a x e resolver a relação obtida em ordem a .
dx
Este processo de diferenciação é conhecido como derivação implícita.
Probemas resolvidos
dy
66. Determine a derivada das funções:
dx
a) y  2 x 2  3
Resolução
dy dy
 4x  0   4x
dx dx
b) x 2 y  2 y 3  3x  2 y

15
Resolução
3  2 xy
2 xy  x 2
dy
dx
 6y2
dy
dx
dy

 3  2  x2  6 y2  2
dx
dy
dx
 3  2 xy  
dy
 2
dx x  6 y 2  2

67. Seja y  f x  tal que x 3  y 3  6 xy  24  0 .


Determine a equação da recta tangente e da recta normal à curva no ponto de abcissa x0  2 .
Resolução
x0  2  23  y0  12 y0  24  0  y01  2  y02  4
3

Os pontos de tangência são P1 2,2 e P2 2,4 .


dy dy
x 3  y 3  6 xy  24  0  3x 2  3 y 2  6 y  6x 0
dx dx
dy 6 y  3x 2

 3 y 2  6x  dy
dx
 6 y  3x 2
 
dx 3 y 2  6 x

No ponto P1 2,2

Equação da recta tangente: y  y0 


dy
x0 x  x0 
dx

x0   dy 2  6 22 3  2  dy 2   24   . A equação da recta tangente é x  2 .


2
dy
dx dx 3 2  6  2 dx 0

Equação da recta normal: y  y0  


1
 x  x0 
dy
 x0 
dx

y   2  x  x0   y   2  0  y  2
0
24
No ponto P2 2,4

Equação da recta tangente: y  y0 


dy
x0 x  x0 
dx

x0   dy 2  6  42 3  2  dy 2  12  dy 2  1 .


2
dy
dx dx 3 4  6  2 dx 36 dx 3

y4
1
x  2  3 y  12  x  2  0  3 y  x  10  0
3

Equação da recta normal: y  y0  


1
 x  x0 
dy
 x0 
dx

16
y  4  3x  2  y  4  3x  6  0  y  3x  10  0
68 Quando o preço unitário de um certo produto é p meticais, o fabricante tem interesse em
produzir q mil unidades, onde a oferta e o preço estão relacionados pela equação:

q 2  2q p  p 2  31 .
Qual é a taxa de variação da oferta quando o preço unitário é 9 meticais e aumenta à taxa de 20
centavos por semana?
Resolução
dp
Sabemos que para p  9 ,  0,20 .
dt
dq
Queremos saber qual o valor de .
dt
Inicialmente observamos que para p  9 , temos:

q 2  2q 9  92  31  q 2  6q  112  0  q1  14  q2  8 . q  14 já que q  8 não tem


significado físico para o problema.
Agora, derivando implicitamente os dois membros da equação de oferta em relação ao tempo,

dq  dq q dp  dp
obtemos: 2q 2 p  2p  0.
dt  dt 2 p dt  dt

dp
Fazendo q  14 , p  9 e  0,20 nesta equação, obtemos:
dt
dq  dq 14  dq dq 2,8
2  14  2 9   0,20   2  9  0,20  0  28  6   3,6  0
dt  dt 2 9  dt dt 3
dq 13,6 dq 13,6 dq
 22      0,0206
dt 3 dt 66 dt
Como a oferta é dada em milhares de unidades, concluímos que a oferta está aumentando à taxa
de 20,6 unidades por semana.
7. Derivação logarítmica
Às vezes, aplicar a regra de cadeia em funções compostas que envolvem potências pode ser algo
extremamente demorado e, como sempre procuramos praticidade e eficiência sem perca de
qualidade e do resultado final, que é o caso, usaremos uma técnica de derivação implícita que
facilitará em muito todo o nosso trabalho: a derivação logarítmica.

17
A derivação logarítmica socorre-se da base exponencial natural que resulta numa derivada da
1 dy 1
forma , obtida ao substituirmos a por e em  , sabendo que x  x0 .
x dx x ln a
Dada uma função y  f x  , aplica-se o logaritmo natural a ambos os membros e deriva-se
ambos os membros considerado-se x como a variável independente e y como a variável
dependente de x .

Assim: y  f x   ln y  ln f x    ln f x    y ln f x 


1 dy d dy d
y dx dx dx dx

Probemas resolvidos
dy
69. Use a derivação logarítmica para calcular
dx


a) y  2 x 3  5 x 
4

Resolução
1 dy 46 x  5
 
4
 
4
y  2 x 3  5 x  ln y  ln 2 x 3  5 x  ln y  4 ln 2 x 3  5 x    
y dx 2 x 3  5 x


dy 4 y6 x  5
 
dy 4 2 x 3  5 x 6 x  5
 

dy 
4

 46 x  5 2 x 3  5 x  
3

dx 2 x  5x
3
dx 2 x  5x
3
dx
A facilidade deve-se ao facto de que todas as potências passam a ser encaradas como constantes
factores de derivadas e, por isso, passamos a não operá-las durante a derivação. Com este
exemplo pode-se pensar que seria fácil calcular esta derivada usando a regra da cadeia, porém
pense no exemplo seguinte.

 
3 1
x x2  1 2
4
b) y 
3x  55
Resolução
Já pensou em aplicar as regras da derivação do produto, do quociente e da cadeia para este caso?
Seria muito mais prático aplicar a derivação logarítmica.

   
3 1 3 1
x 4 x2  1 2 x 4 x2  1 2
y  ln y  ln 
 ln y  ln x  ln x 2  1  5 ln 3x  5
3 1

3x  5 5
3x  5 5
4 2

1 dy 3 2x 15 dy  3 x 15 
      y  2  
y dx 4 x 2x  1 3x  5
2
dx  4 x x  1 3x  5 

18
 
3 1
dy x x 2  1 2  3
4
x 15 
  5 
 2  
dx 3x  5  4 x x  1 3x  5 
c) y  ln x 
tgx

Resolução
1 dy ln ln x  tgx
y  ln x   ln y  ln ln x   ln y  tgx ln ln x    
tgx tgx

y dx cos 2 x x ln x

 ln ln x  tgx  tgx  ln ln x  tgx 


 ln x  
dy dy
  y     
 cos x x ln x   cos x x ln x 
2 2
dx dx

d) y  tgx 
ctgx

Resolução
ln tgx 
y  tgx   ln y  ln tgx   ln y  ctgx ln tgx  
1 dy ctgx
 
ctgx ctgx

y dx 2
sen x cos 2 xtgx

 ln tgx  ctg 2 x  ctgx ln tgx   ctgx 


 
2


dy
 y  2 

dy
 tgx      
 sen x  cos x  
2 2
dx  sen x cos x  dx

8. Diferencial
Considere t a recta tangente ao gráfico de y  f x  no ponto x . Seja  o ângulo de inclinação
de t .
O diferencial de y , denotado por dy , é o acréscimo na ordenada da recta tangente t ,
correspondente ao acréscimo dx em x .
y  f x  dx   f x 
De acordo com a figura podemos observar que o

 tg . Mas tg  f ' x  , pois esta é a


dy
quociente
dx
interpretação geométrica da derivada. Logo

 f ' x   dy  f ' x dx .


dy
dx
O acréscimo dy pode ser visto como uma aproximação para y . Esta aproximação é tanto
melhor quanto menor for o valor de dx . Isto é, se dx  0 , então y  dy  0 .
Daí podemos dizer que y  dy e x  dx se dx for bem pequeno.

19
Como y  f x  dx   f x  e dy  f ' x dx , obtemos que

f x  dx   f x   f ' x dx  f x  dx   f ' x dx  f x . Donde f x  x   f ' x x  f x  .

Para um ponto x  x0 , tem-se f x0  x   f ' x0 x  f x0  .

Probemas resolvidos
70. Calcule o diferencial dy das funções:

a) y  x 3  2 x
Resolução

dy  3x 2  2 dx 
b) y  senx 2
Resolução
dy  2 x cos x 2 dx
c) y  ln sec x 
Resolução
senx sec 2 x
dy  dx  dy  senx sec xdx  dy  tgxdx
sec x
71. Usando diferenciais, calcule o valor aproximado de:
a) 19,9 2
Resolução
Podemos pensar na função f x   x 2 onde queremos calcular um valor aproximado para
f 19,9 .

Para isto vamos utilizar f x0  x   f ' x0 x  f x0  , onde podemos fazer x0  20 e
x  0,1 .

f ' x   2 x .

De f x0  x   f ' x0 x  f x0  , tem-se:

f 20   0,1  f ' 20 0,1  f 20  f 19,9  2  20 0,1  202  19,92  396
b) ln 1,001
Resolução

20
Podemos pensar na função f x   ln x onde queremos calcular um valor aproximado para
f 1,001 .

Para isto vamos utilizar f x0  x   f ' x0 x  f x0  , onde podemos fazer x0  1 e x  0,001 .

f | x  
1
.
x
De f x0  x   f ' x0 x  f x0  , tem-se:

f 1  0,001  f | 10,001  f 1  f 1,001  0,001  ln 1  ln 1,001  0,001

9. Derivada de 2ª ordem e de ordem superior


Quando obtemos a derivada de uma função y  f x  o resultado é também uma função de x e
como tal também pode ser diferenciada. Calculando-se a derivada novamente obtemos então a
segunda derivada da função f . De forma semelhante, a derivada da segunda derivada é chamada
de terceira derivada e assim por diante. Podemos nos referir às derivadas subsequentes de f por:

df d  df  d  d  df  
para a primeira derivada,   para a segunda derivada,     para a terceira
dx dx  dx  dx  dx  dx  
derivada e assim sucessivamente.
No entanto, a notação mais usada é:
df d2 f d3 f
para a primeira derivada, para a segunda derivada, para a terceira e em geral
dx dx 2 dx 3
dn f
n
para a n  ésima derivada, ou ainda f x  para a primeira derivada, f 2  x  para a segunda
dx
derivada, f 3 x  para a terceira e em geral f n  x  para a n  ésima derivada.
Se a função f tiver derivadas de todas as ordens, diz-se que f é infinitamente derivável ou
indefinidamente derivável.
Probemas resolvidos
72. Detremine a enésima derivada das funções:
1
a) y 
x 1
Resolução:
dy 1

dx x  12
21
d 2 y 2x  1 2
 
dx x  1
2 4
x  13
2  3x  1 23
2
d3y
 
dx 3
x  16
x  14
d 4 y 2  3  4x  1 2  3  4
3
 
dx 4 x  18 x  15
.............................................

d n y  1 n!
n

dx n x  1n 1

b) f x   e 3 x
Resolução
df
 3e 3 x
dx
d2 f
  3 e 3 x
2
2
dx
d3 f
  3 e 3 x
3
3
dx
d4 f
  3 e 3 x
4
4
dx
.......................
dn f
  3 e 3 x
n
n
dx
10. Aplicação das derivadas
10.1. Teorema (Regra) de L’Hospital
Vamos estudar outra aplicação das derivadas, que consiste num
modo bastante útil de calcular limites de formas indeterminadas,
a chamada Regra (ou Teorema) de L’Hospital, que nos permite
0 
levantar indeterminações do tipo ou , resultantes do cálculo
0 
de limites do quociente de duas funções deriváveis.

22
A Rega de L’Hospital foi incorporada por Guillaume François Guillaume François Antoine
Antoine, Marquês de l’Hospital, em 1696. (1661–1704)
Teorema(14) (Regra) de L’Hospital):
f ( x)
Se no lim
x a g ( x)

a) f x   0 e g x   0 quando x  a ;
b) f x    e g x    quando x  a .

f ' ( x)
Em ambos os casos, calculamos f ' x  , g ' x  e lim . Se este limite existe, segue que
x a g ' ( x)

também existe e tem o mesmo valor. Caso a indeterminação continue, isto é, f ' x  e
f ( x)
lim
x a g ( x)

f '' ( x )
g ' x  satisfazem a) ou b) (condições de L’Hospital), calcula–se f '' x  , g '' x  e lim .E
x a g '' ( x )
assim por diante.
Probemas resolvidos
73. Determine os limites:
x 2  x  12
a) lim
x 4 x 2  3x  4

Resolução
x 2  x  12  0  2x 1 7
lim     lim 
x  4 x 2  3x  4
0 x  4 2x  3 5
x
b) lim
x 0 1 ex
Resolução
x 0 1 1
lim      lim x   0  1
x0 1  e
0
x x0 e e

x2
c) lim
x   e x

Resolução
x2    2x    2
lim     lim x     lim x  0
   x  e    x  e
x   e x

23

d) lim x 2 ln x
x 0

Resolução
1
ln x   
 
lim x 2 ln x  0     lim
1
    lim x   lim x 2  0
x 0 x 0 1
 x  0 2
 3 2 x 0
2
x x
 1x 
e) lim x  e  1
2
x  
 
Resolução
1
1 x

1
  e
e 1  0 
1 x 1
lim x e  1    0  lim
2
x
    lim x  lim e x  e 0  1
x   
 
x   1  
0 x  
 2
1 x  

x x

f) lim 1  senx senx


1

x 0

Resolução

lim 1  sen2 x senx  1  


1

x 0

ln 1  sen2 x 
Fazendo y  1  sen2 x senx  ln y 
1

senx
2 cos 2 x
ln 1  sen2 x   0 
    ln lim y  lim 1  sen2 x  ln lim y  lim
2 cos 2 x
ln lim y  lim
x 0 1  sen2 x  cos x
x 0 x 0 senx 0 x 0 x 0 cos x x 0

 ln lim y  2  lim y  e 2  lim 1  sen2 x  senx  e 2


1

x 0 x 0 x 0

10.2. Análise do comportamento de funções


10.2.1. Monotonia
Definição (29): Uma função y  f x  , definida num intervalo I , é crescente neste intervalo se

para quaisquer x0 , x1  I , x0  x1 , temos que f x0   f x1  .

Definição (30): Uma função y  f x  , definida num intervalo I , é decrescente neste intervalo

se para quaisquer x0 , x1  I , x0  x1 , temos que f x0   f x1  .

24
Podemos identificar os intervalos onde uma função é crescente ou decrescente através do estudo
do sinal da derivada da função. Segue a proposição.
Proposição (1): Seja f uma função contínua no intervalo a, b e derivável no intervalo a, b .

a) Se f ' x   0 para todo x  a, b , então f é crescente em a, b ;

b) Se f ' x   0 para todo x  a, b , então f é decrescente em a, b .

Probemas resolvidos
74. Determine os intervalos de monotonia das funções
a) f x   x 4  4x 2
Resolução
f ' x   4 x 3  8 x

 
f ' x   0  4 x 3  8 x  0  4 x x 2  2  0  4 x  0  x 2  2  0  x  0  x   2
x  , 2  2  2 ,0  0 0, 2  2  2,
f ' x   0  0  0 
f x  Decrescente 4 Crescente 0 Decrescente 4 Crescente

b) f x  
4x
1 x2
Resolução

f '
x    
4 1  x 2  8x 2
 f x  
' 4  4x 2
1  x 2 2
1  x  2 2

4  4x 2
f ' x   0   0  4  4 x 2  0  x 2  1  x  1
1  x  2 2

x  ,1 1  1,1 1 1,


f x 
'
 0  0 
f x  Decrescente 2 Crescente 2 Decrescente

25
c) f x  
x
3
x 2 1
Resolução
2x 2
3
x 2 1 
f x  
' 
33 x 2  1 2

 f ' x  
 
3 x 2 1  2x 2
 f ' x  
x2  3
3
x 2
1 
2

33 x 2  1 
4

33 x 2  1 
4

x2  3 
x  3  0
2
x   3
f ' x   0  0 2 

33 x 2  1  4 
x 1  0  x  1

x  , 3  3  3,1 1  1,1 1 1, 3 3  3,


f x 
'
 0      0 
27 27
f x  6   6
Crescente Decrescente Decrescente Decrescente Crescente
4 4
10.2.2. Extremos
Definição (31): Uma função y  f x  tem um ponto de máximo relativo em x  x0 , se existe

um intervalo aberto I , contendo x0 , tal que f x0   f x  , para todo x  I .

f x0  é chamado de valor máximo relativo.

Definição (32): Uma função y  f x  tem um ponto de mínimo relativo em x  x1 , se existe um


intervalo aberto I , contendo x1 , tal que f x1   f x  , para todo x  I .
f x1  é chamado de valor mínimo relativo.

A proposição seguinte permite encontrar os possíveis pontos de extremos relativos (máximos


relativos ou mínimos relativos) de uma função.

26
Proposição (2): Seja y  f x  uma função definida num intervalo aberto I . Se f tem um

extremo relativo em x0  I e f ' x  existe para todo x  I , então f ' x0   0 .

Definição (33): Um ponto x0  Df tal que f ' x0   0 ou f ' x0  não existe é chamado de ponto

crítico ou ponto estacionário de f .


Se houverem extremos relativos numa função, estes ocorrem em ponto críticos (estacionários).
Uma função y  f x  pode admitir num intervalo a, b mais do que um ponto de extremo
relativo.
O maior valor da função num intervalo é chamado de valor máximo absoluto. Analogamente, o
menor valor é chamado de valor mínimo absoluto.
10.2.1.1. Critérios para a determinação dos extremos
Teorema (14): (Critério da primeira derivada para determinação de extremos)
Seja f uma função contínua num intervalo fechado a, b que possui derivada em todos os
pontos do intervalo a, b , excepto possivelmente num ponto x0 :

a) Se f ' x   0 para todo x  x0 e f ' x   0 para todo x  x0 , então f tem um máximo relativo

em x0 ;

b) Se f ' x   0 para todo x  x0 e f ' x   0 para todo x  x0 , então f tem um mínimo relativo

em x0 .

Teorema(15) (Critério da segunda derivada para determinação de extremos)


Seja f uma função derivável num intervalo a, b e x0 um ponto crítico de f neste intervalo,

isto é, f ' x0   0 . Então, se:

a) f '' x0   0 , f tem um máximo relativo em x0 ;

b) f '' x0   0 então f tem um mínimo relativo em x0 .

Probemas resolvidos
75. Usando o teste da primeira derivada, determine os extremos das funções:

a) f x   
1 4
12
x  6 x3  18 x 2 

27
Resoloução

f | x  
1
12

4 x3  18 x 2  36 x 
f | x   0 
1
12
  
4 x3  18 x 2  36 x  0  4 x3  18 x 2  36 x  0  2 x 2 x 2  9 x  18  0 
3
 2 x  0  2 x 2  9 x  18  0  x1  0  x2  6  x3 
2
x  ,6 6  6,0 0  3 3 3 
 0, 2   2 ,
  2  
f ' x   0  0  0 
f x  Decrescente  54 Crescente 0 Decrescente 81 Crescente

64
3
e f max 0  0
81
f min  6  54 ; f min    
2 64

x2
b) f x  
x 1
Resolução
2 xx  1  x 2 x2  2x
f ' x    f '
 x  
x  12 x  12
x2  2 x  x 2  2 x  0  x1  0  x2  2
f ' x   0   0   
x  12 x  1  0  x  1
x  ,2 2  2,1 1  1,0 0 0,
f x  '
 0    0 
f x  Crescente 4 Decrescente  Decrescente 0 Crescente
f max  2  4 e f min 0  0
76. Usando o teste da segunda derivada, determine os extremos das funções:

a) f x  
4x
1  x2
Resolução

f x  
'  4 1  x2  8x2   f x  
' 4  4x2
1  x  2 2
1  x 
2 2

28
f x  
''  
2
 
 8x 1  x2  4 x 1  x2 4  4 x2   f x  8x  24 x
''
3

1  x 
2 4
1  x  2 3

4  4x2
f '
x   0   0  4  4 x 2  0  x  1
1  x 2 2

8 1  24 1
3
f ''  1   f ''  1  2  0  f min  1  2
1   1  2 3

8  24
f '' 1   f ''  1  2  0  f max 1  2
1  13

b) f x   3x4  8x3  6 x2  2
Resolução
f ' x   12 x3  24 x2  12 x

f '' x   36 x2  48x  12

 
f ' x   0  12 x3  24 x2  12 x  0  12 x x2  2 x  1  0  12 x  0  x2  2 x  1  0
 x1  0  x2  1

f '' 0  12  0  f min 0  2

f '' 1  36  48  12  0 , a função não tem extremo no ponto de abscissa x  1

10.2.3. Concavidade e pontos de inflexão


Sabemos que a parábola y  ax2  bx  c , a  0 , tem concavidade voltada para cima quando
a  0 e concavidade voltada para baixo quando a  0 . Não existe mudança de concavidade nos
gráficos destas funções. Situação diferente acontece em y  senx ou y  cos x , onde verificamos
essas mudanças.

29
Os pontos de mudança de concavidade são chamados de pontos de inflexão. Através da segunda
derivada podemos determinar os intervalos onde uma função tem concavidade voltada para cima
ou para baixo e os pontos de inflexão. Estes conceitos são úteis no esboço gráfico de uma curva.
Definição (34): Dizemos que uma função f
tem concavidade voltada para cima (convexa)
num intervalo a, b se o gráfico da função
estiver acima de qualquer recta tangente.

Definição (35): Dizemos que uma função f


tem concavidade voltada para baixo (côncava)
num intervalo a, b se o gráfico da função
estiver abaixo de qualquer recta tangente.

30
Através do estudo do sinal da segunda derivada podemos determinar os intervalos onde uma
função tem concavidade voltada para cima ou para baixo. Vejamos a seguinte proposição.
Proposição (3): Seja f uma função contínua e derivável até a segunda ordem no intervalo
a, b :
a) Se f '' x   0 para todo x  a, b , então f tem concavidade voltada para cima (convexa) em
a, b ;
b) Se f '' x   0 para todo x  a, b , então f tem concavidade voltada para baixo (côncava) em
a, b .
Definição (36): Um ponto Px0 , f x0  do gráfico de uma função contínua f é chamado de
ponto de inflexão se ocorre uma mudança de concavidade na passagem por P .

P é um ponto de inflexão
Probemas resolvidos
77. Determine a direcção de concavidade e os pontos de inflexão das funções:

a) f x   2  x 
3

Resoluçao
f ' x   32  x   f '' x   62  x 
2

f '' x   0  62  x   0  x  2

x  2  f '' x   0 , então f tem concavidade voltada para cima em  ,2

31
x  2  f '' x   0 , então f tem concavidade voltada para baixo em  ,2

f 2  2  2  f 2  0  P2,0 é o ponto de inflexão.


3

b) f x   x 4  4x 2
Resoluçao
f ' x   4 x 3  8x  f '' x   12 x 2  8

f '' x   0  12 x 2  8  0  x  
2
3

 f ''  x   0 ,
2 2
x  x então f tem concavidade voltada para cima em
3 3

 2  2 
  ,    ,
 3  3 

 2 2
 f '' x   0 , então f tem concavidade voltada para baixo em
2 2
 x  , 
3 3  3 3
4 2
 2  2  2  2 20
f     
 
  4 
 
  f 
 


 3  3  3  3 9
4 2
 2  2  2  2 20
f  
 
  4
 
  f
 


 3  3  3  3 9

 2 20   2 20 
P  ,  e Q ,  são os pontos de inflexão.
 3 9   3 9 

10.2.4. Assímptotas
Em algumas aplicações práticas, encontramos gráficos que se aproximam de uma recta.

32
Estas rectas são chamadas de assímptotas das curvas representadas.
10.2.4.1. Assímptota vertical
Definição (37): A recta de equação x  x0 é uma assímptota vertical do gráfico de uma função

y  f x  , se pelo menos uma das seguintes afirmações for verdadeira:

a) lim f x   
x  x0

b) lim f x   
x  x0

33
ou seja a função tem uma descontinuidade não eliminável (não removível ou salto) de segunda
espécie no ponto de abcissa x  x0 .

10.2.4.2. Assímptota horizontal


Definição (38): A recta de equação y  y0 é uma assímptota horizontal do gráfico de uma

função y  f x  , se pelo menos uma das seguintes afirmações for verdadeira:

a) lim f x   y0
x  

b) lim f x   y0
x  

10.2.4.3. Assímptota oblíqua


A existência de assimptotas oblíquas depende do comportamento da função quando x   ou
x   .
f x 
Se y  ax  b é uma assímptota oblíqua quando x   então a  lim e
x   x
b  lim  f x   ax .
x 

f x 
Se y  ax  b é uma assimptota obliqua quando x   então a  lim e
x   x
b  lim  f x   ax
x 

Probemas resolvidos
78. Pesquise as assimptotas das curvas:
x3
a) f x  
x  12
 Assímptota vertical
x  1  0  x  1  Df  R \ 1
2
x3  x 
lim f x   lim  lim f x   x   
x 1 x 1 x  12
x 1  x 1 
2
x3  x 
lim f x   lim  lim f x   x   
x 1  x  1  x 1 
2
x 1 x 1

x  1 é uma assímptota vertical


 Assímptota horizontal

34
y  lim f x   lim  y  lim f x   
x
x   x   2 x  
 1
1  
 x

y  lim f x   lim  y  lim f x   


x
x   x   2 x  
 1
1  
 x
A função não tem assímptota horizontal.
 Assímptota oblíqua
x3  
2

f x   
x  1  a  lim x  a  lim  1   a  1
2 2
a  lim  a  lim
x   x x   x x    x  12 x   1
1 
 x
x3  
2

a  lim
f x 
 a  lim
x  12  a  lim x 2  a  lim  1   a  1
x   x x   x x    x  12 x   1
1 
 x
f x 
lim 1 a 1
x   x
 x3  x 3  xx  1 2x 2  x
2
b  lim  f x   ax  b  lim   x  b  lim  b  lim
x   x    x  12 x   x  12 x    x  12
 
1
2
 b  lim x b2
x   2
 1
 1  
 x
A assímptota oblíqua é y  x  2

4x 2
b) g x   3  x
e
 Assímptota vertical
e x  0  x    Dg  R . A função não tem assímptotas verticais.
 Assímptota horizontal
 4x 2 
y  lim g x   lim  3  x   y  3  lim 4 x 2 e x  y  
x   x   x  
 e 

35
 4x 2  4x 2
y  lim g x   lim  3  x   y  3  lim x  y  3  lim x  y  3
8
x   x   x   e x   e
 e 

y  3 , é assímptota horizontal
 Assímptota oblíqua
f x   3 4x 
a  lim  a  lim   x   a  0  lim 4 xe x  a  
x   x x  
x e  x  

f x   3 4x  4x 4
a  lim  a  lim   x   a  0  lim x  a  lim x  a  0
x  x 
x   x e  x   e x   e

A função não tem assímptota oblíqua.


x2  2x  3
c) hx   3
2 x  13x 2  26 x  15
 Assímptota vertical
5 5 
2 x 3  13x 2  26 x  15  0  x1   x2  1  x3  3  Dh  R \  ,1,3
2 2 

lim hx   lim


x 2  2x  3
 lim
x  1x  3 
5 2 x 3  13 x 2  26 x  15
 5
x  1x  3
5 5
x x x
2 2 2 2 x 
 2

lim hx   lim


x2  2x  3
 lim
x  1x  3 
x 1 x 1 2 x 3  13 x 2  26 x  15 x 1  5
2 x  x  1x  3
 2

lim hx   lim


x2  2x  3
 lim
x  1x  3  lim x 1
2
x 3 x 3 2 x  13 x  26 x  15
3 2 x 3  5 x 3  5
2 x  x  1x  3 2 x  x  1
 2  2
5
Assímptotas verticais: x  e x 1
2
 Assímptota horizontal
1 2 3
 2 3
x 2  2x  3
y  lim hx   y  lim 3  y  lim x x x  y0
x  x  2 x  13 x 2  26 x  15 x  13 26 15
2  2  3
x x x
Assímptota horizontal: y  0
 Assímptota oblíqua

36
1 2 3
 3 4
f x  x  2x  3
2 2
a  lim  a  lim  a  lim x x x a0
x   x 
x   x 2 x  13 x 2  26 x  15
3
 x   13 26 15
2  2  3
x x x
A função não tem assímptota oblíqua.
10.2.5. Imagem gráfica
Utilizando todos os resultados da análise gráfica das funções, podemos resumir numa tabela os
procedimentos para esboçar o gráfico de uma função.
10) Encontrar o domínio da função;
20) Calcular os pontos de intersecção da função com os eixos coordenados (quando não requer
cálculo fastidioso);
30) Determinar os intervalos de monotonia, os pontos extremos da função;
40) Determinar a direcção de concavidade e os pontos de inflexão da função;
5o) Determinar as assímptotas da função;
6o) Esboçar o gráfico.
Probemas resolvidos
79. Faça o estudo completo das seguintes funções e esboce os respectivos gráficos
a) f x   x 4  4x 2
Resolução
 Domínio: Df  R
 Pontos de intersecção da função com os eixos coordenados
f 0  0

 
f x   0  x 4  4 x 2  0  x 2 x 2  4  0  x 2  0  x 2  4  0  x  0  x  2

P1 0,0 , P2  2,0 e P3 2,0


 Intervalos de monotonia e os pontos extremos
f ' x   4 x 3  8 x

 
f ' x   0  4 x 3  8 x  0  4 x x 2  2  0  4 x  0  x 2  2  0  x  0  x   2
x  , 2  2  
2 ,0 0 0, 2  2  2,
f x 
'
 0  0  0 
f x  Decrescente 4 Crescente 0 Decrescente 4 Crescente

37
 
f min  2  4 , f min  2   4 , f max 0  0
 Direcção de concavidade e os pontos de inflexão
f '' x   12 x 2  8

f '' x   0  12 x 2  8  0  x  
1
6
3
 1 

1  1 1  1 1 
  ,  6 6  6 , 6 6  3 6 ,
x
 3  3  3
 3  3  
f ''  x   0  0 
f x  Convexa 20 Côncava 20 Convexa
 
9 9
 1 20  1 20 
Pinf 1   6 ,  , Pinf 2  6 , 
 3 9  3 9 
 Assímptotas (a função não tem assímptotas! Verifique)
 Esboço do gráfico.

x 2 1
b) f x  
x2 1
Resolução
 Domínio
x 2  1  0  x    1  R  Df  R
 Pontos de intersecção da função com os eixos coordenados
f 0  1

x 2 1 
x 1  0
2
 x  1
f x   0   0      x  1
x2 1 
 x 2
 1  0  x    1  R

38
P1 0,1 P2  1,0 , P3 1,0
 Intervalos de monotonia e os pontos extremos

f ' x  
 
2x x 2 1  2x x 2 1    f x  
' 4x
x 2
1 
2
x 2

1
2

4 x  0 x  0
f ' x   0 
4x
 0      x0
x2 1
2

x  1  0
2
x   1  R
x  ,0 0 0,
f x 
'
 0 
f x  Decrescente 1 Crescente
f min 0  1
 Direcção de concavidade e os pontos de inflexão

x        f x   4 12 x
2
'' 4 x 2  1  16 x 2 x 2  1 ''
2
f
x 2
1 
4
x  1 2 3

 3

4  12 x  0
4  12 x 2
2
x  
f x   0  
3
''
0 2  x
 
3

x  1  0
3
x 1
2
x   1  R 3

 3 3  3 3 3  3 
x   ,    ,   ,
 3  3  3 3  3  3 
f ''  x   0  0 
f x  Côncava 1 Convexa 1 Côncava
 
2 2
 3 1  3 1
Pinf 1   ,  , Pinf 2  , 
 3 2   3 2

 Assímptotas
A função não tem assímptotas verticais nem oblíquas (Verifique)!
Horizontal
1
1 2
x 2 1
y  lim f x   lim 2  lim x 1
x   x   x  1 x  1
1 2
x
 Esboço do gráfico.

39
c) f x  
x
x 1
2

Resolução
 Domínio
x 2  1  0  x  1
Df  R \  1,1
 Pontos de intersecção da função com os eixos coordenados
f 0  0

x  0 x  0
f x   0 
x
 0      x0
x 2 1 x 1  0  x  1
2

P0,0
 Intervalos de monotonia e os pontos extremos
x 2 1  2x 2 2x 2 1
f x  
'
 f x   
'

x 2
1 2
x 2

1
2

 1

2 x  1  0
2x2 1
2
x     R
f x   0  
'
0 2   x  1
 
2

x 1  0
2
x 2 1  x  1

x  ,1 1  1,1 1 1,
f x  
' 0  0 
f x  Decrescente  Decrescente  Crescente
A função não tem extremos
 Direcção de concavidade e os pontos de inflexão

40
f x   
''   2
4x x2 1  4x 2x2  1 x2 1     f x   4 x  8 x
''
3

x 2
1 4
x  1
2 3


4 x3  8x
4 x
3
 8 x  0 4 xx  2  0
2
4 x  0  x 2
20
f x   0 
''
0 2    
x2 1 
3

x 1  0   x  1  x  1

x  0  x    2  R
  x0
 x  1
x  ,1 1  1,0 0 0,1 1 1,
f x  ''
   0   
f x  Côncava  Convexa 0 Côncava  Convexa
Pinf 0,0
 Assímptotas
Vericais

lim f x   lim
x
 
x 1 x 1 x 1 2

lim f x   lim
x
 
x 1 x 1 x 1
2

x  1 são as assímptotas verticais.*


A função não tem assímptotas horizontais nem oblíquas (Verifique)!
 Esboço do gráfico.

d) f x  
4x
x 1
2

41
Resolução
 Domínio
x 2  1  0  x    1  R  Df  R
 Pontos de intersecção da função com os eixos coordenados
4 0
f 0  0
02  1
*
P0,0
 Intervalos de monotonia e os pontos extremos

f ' x  

4 x 2  1  8x 2   f | x  
 4x2  4
x 2
1 
2
x 2
1  2

 4x 2  4
f x   0 
'
 0  4 x 2  4  0  x  1
x 2
1 2

x  ,1 1  1,1 1 1,


f x  
' 0  0 
f x  Decrescente 2 Crescente 2 Decrescente
f min  1,2 , f max 1,2
 Direcção de concavidade e os pontos de inflexão

f x  
'  4x 2  4
 f x   ''   2
 8x x 2  1  4 x x 2  1  4 x 2  4     f x   8xx
''
2
 
1  4x  4x 2  4 
x 2
1  2
x 2
1 4
x  1
2 3

 f x   ''  8 x 3  8 x  16 x 3  16 x
 f x  || 
8x x 2  3 
x 2
1 2
x 2
1 
2

f ''  x   0 

8x x 2  3   0  8xx 2

3  0  x  0 x   3
x 2
1  2

x  , 3  3 
3,0  0 0, 3 3  3,
f ''  x   0  0  0 
f x  Côncava  3 Convexa 0 Côncava 3 Convexa
 
Pinf1  3, 3 ; Pinf 2 0,0 Pinf 3 3, 3  
 Assímptotas
A função não tem assímptotas (Verifique)!
42
 Esboço do gráfico.

e) f x   x 
1
1
x
Resolução
 Domínio
x  0  Df  R \ 0
 Pontos de intersecção da função com os eixos coordenados
f 0  

 1
x   1  0 x  x  1  0 x  R
2
f x   0   x    xR
 x  0  x  0  x  0

A função não intersecta os eixos coordenados.


 Intervalos de monotonia e os pontos extremos

f ' x   1 
1
x2

f ' x   0  1 
1
2
 0  x 2  1  0  x  1
x
x  ,1 1  1,1 1 1,
f x 
'
 0  0 
f x  Crescente 1 Decrescente 3 Crescente
Pmax  1,1 , Pmin 1,3
 Direcção de concavidade e os pontos de inflexão

43
f ' x   1   f '' x   3
1 2
2
x x
2  0 x  
f '' x   0 
2
 0    
x3 x  0 x  0
3

x  ,0 0 0,
f ''  x    
f x  Côncava  Convexa
A função não tem pontos de inflexão.
 Assímptotas
Verticais
 1 
lim f x   lim  x   1  
x 0 x 0
 x 
x0
A função não tem assímptotas horizontais (Verifique)!
Oblíquas
1
x 1
f x  x  1 1
a  lim  a  lim  lim 1  2    1
x  x x  x x  
 x x

  1 
b  lim  f x   ax  b  lim  x   1  x   lim   1  1
1
x  x 
 x  x  
x 
y  x 1
 Esboço do gráfico.

44
10.3. Problemas de aplicação das derivadas
Dentre as importantes aplicações da derivada de uma função destacamos os problemas que têm
na sua estrutura o valor extremo de algumas variáveis tais como área, volume, tempo, lucro ou
custo. Na prática, estes problemas são bastante abrangentes, que vão desde problemas
geométricos, até problemas que dizem respeito à física, engenharia, biologia, negócios e
economia. De uma forma geral, estes problemas podem ser abordados através do seguinte
processo, que sumarizamos a seguir:
10) Associe um símbolo adequado à grandeza a ser maximizada ou minimizada; para a finalidade
desta discussão, chame-o de Q . Determine as grandezas restantes em variáveis em função de Q
e associe símbolos a essas variáveis. Se for possível esboce um diagrama e marque as várias
pontes com os símbolos correspondentes.
20) Expresse a quantidade Q cujo valor extremo é desejado em função das fórmulas em que
figurem as variáveis das quais ela depende. Se na fórmula figurarem outras variáveis, use as
condições dadas no enunciado do problema para achar relações entre essas variáveis que podem
ser usadas para eliminar variáveis da fórmula.
30) Agora temos Q  f x  , onde (para o propósito desta discussão) x denota a variável simples
da qual Q foi considerada dependente, e f é a função determinada por esta dependência. Se
houver restrição à quantidade x imposta pela natureza física do problema ou por outras
considerações práticas, explique estas restrições explicitamente.
40) Aplique os métodos discutidos no tópico anterior (construção de gráficos) para determinar o
extremo de f x  desejado sujeito às restrições impostas a x . Na prática, a eliminação de todas
as variáveis excepto uma, da qual Q depende no passo 20), é freqüentemente a parte mais
astuciosa do processo.
Probemas resolvidos
80. Um determinado produto apresenta como função custo a curva Cq   50  40q  2q 2 pede-
se:
a) A equação do custo marginal.
Resolução

Cmg q   q   Cmg q   40  4q
dC
dq

45
b) O custo marginal, quando a quantidade produzida é igual a 3 e indique o seu significado
eonómico.
Resolução
q  3  Cmg 3  40  4  3  Cmg 3  52 . O custo de produção da 4a unidade é de 52 unidades

monetárias.
c) A equação do custo Médio.
Resolução

q   Cme q   50  40q  2q  Cme q   50  40  2q


2
Cme q  
C
q q q
d) O Custo médio, quando a quantidade produzida for igual a 5.
Resolução

q  5  Cme 5   40  2  5  Cme 5  60


50
5
e) Qual é a quantidade a produzir, a fim de que o custo médio seja mínimo?
Resolução

Cme q    40  2q  me q    2  2
50 dC 50
q dq q

dCme
q   0   502  2  0  2q 2  50  q   50  q   25  q  5 ( q  5  0
dq q 2
não pode ser solução!)
d 2Cme
dCme
q    2  2  2 q   1003
50
dq q dq q

d 2Cme
q 5 2
q   1003  0 , então o custo médio tem um mínimo para q  5
dq 5
Resposta: A quantidade a produzir, a fim de que o custo médio seja mínimo é 5 unidades.
81. A equação demanda de um monopolista é p  400  2q .

Sendo a função custo C q   120  60q  q 2 , determine a quantidade que maximiza o lucro e
determine o lucro máximo.
Resolução
R p, q   pq  Rq   400  2q q  Rq   400q  2q 2

46
 
Lq   Rq   C q   Lq   400q  2q 2  120  60q  q 2  Lq   q 2  340q  120
dL
 2q  340
dq
dL 340
 0  2q  340  0  2q  340  q   q  170
dq 2

d 2L
 2  0 , então a função lucro tem o máximo para q  170 .
dq 2

q  170  L170  1702  340 170  120  L170  28780 .


Resposta: O lucro máximo é de 28780 correspondente a 170 unidades.
10.4. Elasticidde
A elasticidade, em termos gerais, mede o grau de resposta que apresenta uma variável às
mudanças de outra variável.
Definição (39): Dada uma função f derivável, definimos a elasticidade de f como:

xf ' x 
 f x  .
f x 
Como f poder ser crescente ou decrescente, dizemos que:

 f é inelástica se  f  x   1 .

 f é elástica se  f  x   1.

 f é unitária se  f  x   1.

Existem diversos tipos de elasticidade. Nós estudaremos os mais relevantes.


10.4.1. Elasticidade-preço da demanda
Definição (40): A elasticidade-preço da demanda mede o quanto a quantidade demandada
responde a variações no preço.
Para deixar esta medida de sensibilidade livre de unidades, consideraremos tanto a variação na
quantidade demandada, quanto a variação no preço em termos de percentagens. Assim a
elasticidade-preço da demanda mede as variações percentuais desta, ante uma mudança no preço
da mercadoria demandada. Logo, a elasticidade-preço da demanda é uma medida da resposta de
consumidores a mudanças de preços (aumento ou redução) de produtos, bens ou serviços.

47
Para certos tipos de produtos, bens e/ou serviços, os consumidores podem reagir fortemente
quando o preço de um determinado produto sobe ou desce e para outros tipos de produtos, bens
e/ou serviços a demanda não se altera notavelmente quando o preço varia. No primeiro caso,
dizemos que a demanda é elástica e no segundo que é inelástica. Quando a variação da demanda
é proporcional à queda de preço, a demanda é dita unitária.
Em geral, produtos que não têm bons substitutos apresentam menor elasticidade, por exemplo, a
água. Por outro lado, os produtos com muitos substitutos apresentam maior elasticidade, por
exemplo, os refrigerantes. A elasticidade da demanda depende de como são traçados os limites
do mercado. Mercados definidos de forma restrita tendem a ter uma demanda mais elástica que
mercados definidos de forma ampla. Então, dependendo do tipo de produto e do segmento de
mercado afectado, a elasticidade da demanda pode comportar-se de forma diferente. Do mesmo
modo os produtores também têm as suas reações e a oferta pode ser elástica ou inelástica.
A elasticidade-preço da demanda é denotada e definida por:

p0 x  x0
Isto é, se x  f  p  é a função da demanda:  p   , onde p0 é o preço inicial, p o
x0 p  p0

preço actual, x0  f  p0  a quantidade demandada inicial e x  f  p  a quantidade demandada


actual.
Se a variação percentual na quantidade demandada é maior que a variação percentual do preço, a
elasticidade-preço da demanda será em valor absoluto, maior que um. Neste caso temos que a
demanda é elástica. Se a variação percentual na quantidade demandada é menor que a variação
percentual do preço, a elasticidade-preço da demanda será em valor absoluto menor que um.
Neste caso temos que a demanda é inelástica. Se a variação percentual na quantidade demandada
é igual à variação percentual do preço, a elasticidade-preço da demanda será em valor absolute
igual a um. Neste caso temos que a demanda é unitária.
Probemas resolvidos
82. A um preço de 30,00 meticais a demanda de um certo bem é de 300 unidades; se o preço
aumenta para 45,00 meticais a demanda diminui para 225 unidades.

48
Calcule a elasticidade-preço da demanda.
Resolução
Denotemos por p0  30 , p  45 , x0  300 e x  225 , então:

p0 x  x0 30 225  300 1
p   p   p   .
x0 p  p0 300 45  30 2

1 1
Logo,  p     1 ; a demanda é inelástica. Isto é, uma variação percentual no preço
2 2
implica uma variação menor na demanda e de sinal contrário à quantidade demandada.
83. Ao preço de 2,50 meticais a demanda de um certo bem é de 6 unidades e se o preço aumenta
para 3,00 meticais a demanda diminui zero unidades.
Calcule a elasticidade-preço da demanda.
Resolução
Denotemos por p0  2,5 , p  3 , x0  6 e x  0 , então:

p0 x  x0 2,5 0  6
p   p     p  5 .
x0 p  p0 6 3  2,5

Logo,  p   5  5  1, a demanda é elástica. Isto é, uma variação percentual no preço implica

uma variação maior na demanda e de sinal contrário à quantidade demandada.


No caso em que as funções envolvidas sejam diferenciáveis; isto é, a função da demanda
p dx
x  f  p  seja diferenciável, temos que a elasticidade-preço da demanda é:  p  .
x dp
dx
Note que  p  0 pois x, p  0 e 0.
dp
Observações
 Se  p  0 , a demanda-preço é dita perfeitamente inelástica e implica em que a demanda não

varia por mudanças no preço.


 Se 0   p  1 , a demanda-preço é inelástica, sendo que neste caso, a variação percentual da

quantidade demandada é menor que a variação percentual do preço.


 Se  p  1 , a demanda-preço é elasticamente unitária, sendo que neste caso, a variação

percentual da quantidade demandada é igual à variação percentual do preço.

49
 Se 0   p   , a demanda-preço é elástica, sendo que neste caso, a variação percentual da

quantidade demandada é maior que a variação percentual do preço.


 Se  p   , a demanda-preço é dita perfeitamente elástica e implica que os consumidores

estejam dispostos a comprar tudo o que é oferecido a um preço determinado e nada a um preço
superior.
10.4.2. Elasticidade-preço e Receita
Definição (41): Considere a função de receita total Rx   xf x  , onde p  f x  é uma função

de preço; então, a receita marginal Rmg  é:

 
  
 x dp  1 
Rmg x   f x   x
df df  1 
 px  p1    p 1  p 1   .
dx dx  p dx   p dx    
 p 
 x dp 

 1
De Rmg x   p1   , tem-se:
  
 p 

 Rmg x   0   p  1 ou seja, se o preço sobe, a receita total sobe e se o preço diminui a

receita total diminui.


 Rmg x   0   p  1 .

 Rmg x   0   p  1 .

Se  p  1 , então Rmg x   0 , ou seja, se o preço sobe, a receita total sobe e se o preço diminui a

receita total diminui.


Se  p  1 , então Rmg x   0 , ou seja, se o preço sobe a receita total diminui e se o preço

diminui a receita total sobe.


Se  p  1 , então Rmg x   0 e a receita total permanece constante.

Observamos acima que x0 é um ponto crítico de R  Rx  se, e somente se  p x0   1 e

portanto x0 é um ponto de máximo da receita.


Logo, podemos concluir que se a demanda de um bem está na parte elástica da demanda é de
interesse do produtor reduzir o preço do bem para que a receita total aumente. Agora se a

50
demanda está na parte inelástica da demanda é de interesse do produtor aumentar o preço do bem
para que a receita total aumente.
A elasticidade da receita para funções do tipo: Rx   xf x  é dada por:

xR ' x  xRmg x  Rmg x  p  1  f x   1 1


 Rx      1   1  1 .
R x  xf x  f x  f x    p  f x    p 
    p

Logo, a elasticidade da receita depende essencialmente da elasticidade-preço da demanda.


Probemas resolvidos
84. A demanda de um certo produto é dada por x  50  p , 0  p  50 .
a) Determine os intervalos de preço para os quais a demanda é elástica, inelástica e unitária.
Resolução
p dx p
Como  p   , notamos que p  0 e 50  p  0 ; logo
x dp 50  p

 p
  p  1  50  p  1  p  50  p  2 p  50  p  25

 p
  p 1  1  p  50  p  2 p  50  p  25
 50  p
 p
  p 1  1  p  50  p  2 p  50  p  25
 50  p

A demanda é inelástica para p  0,25 , elástica para p  25,50 e unitária para p  25 .


b) Represente o gráfico do comportamento da receita.
Resolução
Note que a receita é Rx   x50  x  , cujo gráfico é:

51
Gráfico de Rx   x50  x 

85. Se o preço e a demanda de um certo produto são dados por p3  x 2  3 , determine o ponto
em que a receita máxima.
Resolução
Note que: Rmg x   0 se, e somente se  p x   1 .

Calculamos  p x  derivando implicitamente p3  x 2  3 :

dx dx 3 p2
3 p  2x
2
0  .
dp dp 2x
Então:
 p3  x 2  3  p3  x 2  3

 p 3
 x 2
 3   2 5 9 3
   3 p3   3 2 2  x2  x2  3  x2  3  x2   x  
 p  1
  2  1  p  x 3 3 5 5
 2x  3
3
Logo, x  é um ponto de máximo da receita.
5
86. A relação entre o preço e a demanda, para um certo produto é x  2 p  400 :
a) Determine a função receita.
Resolução
Lembrando que Rx   xf x  , onde p  f x  é uma função de preço, temos:

p  f x    R x  
400 400 x
x2 x2
b) Determine a elasticidade da receita.
Resolução
Calculamos  p x  derivando implicitamente x  2 p  400 :

dx dx x2 x2
p x20    px   
dp dp p x
1 x 2
 Rx   1    Rx   1    Rx  
p x2 x2

c) Represente o gráfico da elasticidade da receita unitária.


Resolução
 R  x   1 se x  0 ; logo, p  200 .

52
Gráfico de  R  x 


87. A relação entre o preço e a demanda, para um certo produto é x 1  p 2  100 .
Determine quando a elastacidade-preço da demanda é inelástica.
Resolução
 
Calculamos  p  x  derivando implicitamente x 1  p 2  100 :

1  p  dp
2 dx
 2 px  0 
dx
dp

2 px
1 p 2

2 p2
A demanda é inelástica se  p  x  1  1  2 p 2  p 2  1  0  p 2  1  0  1  p  1 .
1 p 2

Donde 0  p  1

10.4.3. Elasticidade-custo
Cmg x 
Definição (42): A elasticidade custo é dada por:  C  x   .
Cme x 

Se  C  x   1, então o custo de produção da seguinte unidade será menor que o custo médio das

unidades já produzidas.
Reciprocamente, se  C  x   1 , então o custo médio por unidade cresce quando uma unidade

adicional for produzida.

53
Probemas resolvidos
88. Sabendo que numa empresa, o custo total para produzir uma quantidade x de unidades de
um certo bem é dada por C x   x 2  900 , determine e classifique a elasticidade custo para
x  10 , x  30 e x  60 .
Resolução
C ' x   2 x ; então:
Cmg x  2x 2x2
 Cx   Cx    C x  2
Cme x  x
900 x  900
x
logo:
0,2 se x  10

 C  x    1 se x  30
1,6 se x  60

Para x  10 é inelástica, para x  30 é unitária e para x  60 é elástica.
Problemas propostos (3)
99. Determine a derivada da função f x   4 x 2  1 , através da definição.

100. Determine a derivada da função f x   2 x 3  2 no ponto x0  2 , através da definição.

101. Avalia-se que, daqui a t anos, a circulação de um jornal local será de


C t   100t 2  400t  5000 exemplares.
a) Deduza a expressão da taxa de variação da circulação do jornal daqui a t anos.
b) Qual será a taxa de variação da circulação daqui a 5 anos?
c) Qual será a variação real da circulação durante o 6.º ano?
102. Estima-se que, daqui a t anos, a população de uma certa comunidade será de

Pt   20 
6
milhares de habitantes.
t 1
a) Deduza a expressão da taxa de variação da população, em relação ao tempo, daqui a t anos.
b) Qual será a taxa de crescimento da população daqui a 1 ano?
c) Qual será o crescimento real da população durante o 20 ano?
103. O imposto anual pago, em milhares de meticais, pelo aluguer de determinado software t
anos após 2000 é de I t   20t 2  40t  600 .

54
Qual será a taxa de crescimento do imposto, em relação ao tempo, em 2006?
104. O produto interno bruto (PIB) de um determinado país, t anos após 2000, foi de
Pt   t 2  5t  200 biliões de massa monetária.
Faça uma estimativa da variação percentual do PIB em 2004.
105. A equação demanda para um certo tipo de bijuteria é q  2 p 2  3 p  100 onde q unidades
são demandadas quando p é o preço por unidade. Determine:
a) a taxa de variação média da demanda em relação ao preço quando este é aumentado de 4
meticais para 4,50 meticais.
b) a taxa de variação instantânea da demanda em relação ao preço quando é 4 meticais.
106. Calcule a derivada das funções:
1 7 3
a) y  x 2 b) y   x 2 
2 5 7
c) y  5x 4  3x3  2 x 2  3x  5 d) y  5x 4  3x 3  2 x 2  3x  5
6 4 3 2
3 12 5  3 1 32 1  34
e) y   2 3 f) y  x  x  x  x
x x x 2 3 3 4
1 h) y  5 x 2  4 x 3  x 4
g) y  3 x  6 x 5 
x
 
i) y  3x 2  4 x 6 x  1 
j) y  2 x  3 1  x  x 2 
l) y  1  4 x 1  2 x 
3 2
m) y 
3x  5
2x  7
x 3  16 x 2  3x  2
n) y  o) y 
x2 x2  x  2

107. Em que ponto(s) da curva f x   x 3  x 2  1 a recta tangente tem ângulo de inclinação ?
4
108. Escreva as equações da recta tangente e da recta normal ao gráfico da função no ponto de de
abcissa x0 :

a) y  x  4 ln x , x0  1 b) y  3x  senx , x0  0

109. Determine os valores das constantes a e b na parábola f x   ax 2  b , de modo que a


recta de equação y  8x  4 seja tangente à parábola no ponto de abcissa x  2 .

55
110. Determine a área do triângulo rectângulo
ABC na figura sabendo que a recta r é normal à
curva f x   x 2  1 no ponto de abscissa x0  1 .

111. Calcule a área do triângulo rectângulo


sombreado na figura sabendo-se que n é a recta
normal a f x   e x no ponto de abscissa x0  1 .

q3
112. Considere a função custo C q    3q .
1000
a) Calcule o custo real de produzir uma unidade a mais, ao nível de produção, quando já
estiverem produzidas 200 unidades.
b) Calcule o custo marginal ao nível de produção q  200 e indique o seu significado
económico.
113. Suponha que o custo total para se fabricar q unidades de um certo produto seja

C q   3q 2  5q  10 .
a) Deduza a fórmula do custo marginal.
b) Calcule o custo de produção da 51.ª unidade, empregando a aproximação fornecida pelo custo
marginal.
c) Calcule o custo real de produção da 51.ª unidade.
3 2
114. Dada a função demanda q  50  2 p  p , onde q é a quantidade demandada e p é o
2
preço, calcule para p  4
a) A Receita Total
b) A Receita Marginal e indique o seu significado económico.
115. Sendo q  400  0,4 p a função demanda de um bem, onde q é a quantidade demandada e
p é o preço, determine:
a) A função receita total.
b) A função Receita Marginal.

56
c) A receita marginal para 100 unidades e indique o seu significado económico.
116. O Custo total de produção de um certo produto é de Cq   0,1q 3  0,5q 2  500q  200
meticais, onde q é a número de unidades produzidas.
a) Use análise marginal para estimar o custo de produção da 4.ª unidade.
b) Calcule o custo real de produção da 4.ª unidade.
117. Suponha que H n  unidades de um produto sejam produzidas diariamente quando n

máquinas são usadas, e H n  2000n  40n 2  n3 .


Aplique derivada para estimar a variação na produção diária, se o número de máquinas usadas
for aumentado de 20 para 21.
118. Espera-se que a população de uma certa cidade t anos após 1º de Janeiro de 2017 seja

f t   10000 
4000
.
t 1
a) Use a derivada para estimar a mudança esperada na população de 1º de Janeiro de 2021 a 1º de
Janeiro de 2022.
b) Determine a mudança exacta esperada na população de 1.º de Janeiro de 2021 a 1º de Janeiro
de 2022.
119. Uma certa indústria de equipamentos eletrónicos estima que o custo total (em milhares de
meticais) envolvido na produção de q peças de um certo aparelho no primeiro ano de produção
será de Cq   200q  300000 e a equação de demanda para esse aparelho é dada por
p  0,04q  800 .
a) Encontre a função Receita.
b) Determine a Receita Marginal.
c) Calcule usando o conceito de função marginal a receita aproximada da venda da 5001ª
unidade desse aparelho.
d) Determine a função lucro.
e) Determine a função lucro marginal.
f) Calcule o lucro marginal para q  5000 e interprete o resultado obtido.
120. A demanda semanal por um certo modelo de TV-digital é igual a p  600  0,05q onde p
denota o preço unitário por atacado em meticais e q denota a quantidade demandada. A função
custo total semanal associada com a produção é dada por

57
Cq   0,000002q 3  0,03q 2  400q  80000 onde C q  denota o custo total envolvido na
produção de q unidades.
a) Determine as funções Receita e Lucro.
b) Encontre as funções Custo Marginal, Receita Marginal e Lucro Marginal.
c) Calcule e interprete o resultado da derivada das funções Custo, Receita e Lucro no nível 2000.
121. Uma imobiliária responsável pelo arrendamento de apartamentos num prédio na cidade de
Lichinga possui 100 unidades para serem arrendadas. O lucro (em milhares de meticais) obtido
pelo arrendamento de q unidades é Lq   10q 2  1760q  50000 .
a) Qual é o lucro real obtido no arrendamento da 51ª unidade?
b) Calcule o lucro marginal quando q  50 e compara com o resultado do item a).
122. A quantidade demandada mensalmente, de um certo equipamento eletrónico, está
50
relacionada com o preço unitário com a equação p  , onde p é preço em meticais e
0,01q 2  1
q em milhares.
a) Determine a função receita.
b) Determine a função receita marginal.
c) Determine a receita real para a venda de 3 unidades.
d) Calcule e interprete o resultado da derivada da função receita no nível 2.
123. Calcule a derivada de cada uma das seguintes funções:


a) f x   2 x 3  5x  8 
3
 3x  3 
b) f x    
4

 2x  5 


c) f x   5x 3  2 x  x  x 
3 2 2
d) f x   5 3x 4  5x  1

e) f x  
2 x  3
3
f) f x   2e3 x
2
6 x 7

5  3x 2
g) f x   25 x
2
h) f x   e x
x  5x 3

i) f x   3e senx j) f x   cose  1x

k) f x   2senx 2 cosx  1 l) f x   sen3 x

2 2 x cos 3x n) f x   log 2 1  3x 
m) f x  
sen5 x

58
o) f x   p) f x   e3 x 4 x
2
sen2 x ln x
ln x 2
q) f x   sen 3x 2  4 x   r) f x   sec x  tgx

s) f x  
1 t) f x   x2 x  3 sec 2 x 2  1  
tg x  tg 4 x
2

u) f x   23 x  23 x e x  ex
v) f x   x
e  ex
x) f x   ln tg x 3  x  e x  z) f x  
2sen3x  3
3  2 cos 3x
124. Suponha que, para as equações implícitas, exista uma relação y  f x  .
Determine a derivada das seguintes funções:
a) y 2  x 2 y  1  x  0 b) x 2  y 2  1  0

c) x3  y 3  3xy  0 d) senxy   y  0

e) xy   xseny  0 f) e xy  x  y  3
2

g) ln xy   e xy h) senx  y   y 2 cos x


 y2
5 j) x 2  y 2  2 xy  10
2
i) xe x
x m) ytg x  y   4
l) sen x
y
125. Suponha que, para as equações implícitas, exista uma relação y  f x  .
dy
Determine em cada caso:
dx
 
a) x 2  y 2  4 , no ponto P 1, 3 e no ponto Q 3,1 
b) y 4  3 y  4 x 2  5x  1 , no ponto P0,1
1 
c) y  x  seny  0 , no ponto de ordenada
4 2
d) e y  xy  e , no ponto de ordenada 1

e) xy 2  y 3  2 x  2 y  2 , no ponto em que a abcissa e a ordenada possuem o mesmo valor.


126. Determine a equação da recta tangente e da recta normal às seguintes funções, nos pontos
indicados:

59
a) y  3 x  1  x , no ponto de abcissa x0  1

b) ln y  x  y 2 no ponto P 1,1

c) 6 x 2  13 y 2  19 , nos pontos onde a normal é paralela à recta 26 x  12 y  7  0


127. Seja C a circunferência dada implicitamente por
x 2  y 2  1 e t a recta tangente à C no ponto de abscissa

2
x0  , como mostra a figura.
2
Calcule o valor da área sombreada.
128. Determine a área do triângulo AOB na
figura sabendo-se que r é a recta tangente a
curva C, dada implicitamente por
 
e xy  2 cos x 2  1  3x , no ponto A1,0 .

dy
129. Use a derivação logaritmica para calcular
dx
a) y  x x b) y  x x

c) y  x senx d) y  cos x 
senx

e) y  senx  f) y  x e
x x

g) y  ln x 
ln x
h) y 

e x x3  1 
2x  1
130. Calcule o diferencial das funções:
b) f x   e  x senx
a) f x  
1
x 1
2

c) x 3  4 x 2 y  y 3  2 d) y cos x  2 xy 2  x 2 y 2  0
131. Usando diferenciais, calcule o valor aproximado de:
a) 3
0,0075 b) cos 290

60
c) 36,1 d) ln 1,07

132. Calcule a terceira derivada das seguintes funções:


a) y  4 x 3  6 x 2  6 x  4 b) y  3 sen 2 x

c) f ( x)  x 2  4  
2 d) y  sen3x  cos 2 x

e) y  e cos x f) y  ln senx 

133. Calcule as derivadas sucessivas até a ordem n indicada.


a) y  3x 4  2 x  9 , n  4 b) y  sen 5x  , n  5

 
c) y  ln 1  x 2 , n  2 d) y  e 2 x 1 , n  3
134. Calcule a enésima derivada das funções:
1 b) y  e ax
a) y 
x
135. Calcule os seguintes limites.
 5 x  5senx x 3  3x  2
a) lim b). lim
x 0 2 x3 x  2 x2  4
e4x 1  x2  2x
c) lim 2 d) lim 3
x 1 x  x  x  1
x   5 x 2

senx  f) lim sec x  tgx 


e) lim x

x 2 2  x 2

2 x  3x  x  1 
g) lim sen   arctgx  
x 0 x h) lim  2 x 4
x 1 x  2x  3
2

e x  senx  1  1 
x
i) lim j) lim 1  2 
x 0 ln x  1 x  
 x 

l) lim 1  senx  x
2
5
m) lim xsen
x 0 x   x

o) lim cos 2 x  x 2
5 3
x2
n) lim x x 0
x  

p) lim 2 x 2  x   1x 
x

x 0 q) lim x  e  1
2
x  
 

61
2e x  sen 2 3x  2 s) lim x ln x
r) lim x 0
x 0 3x

 ax  1 
x

136. Determine a se lim   9


x   ax  1
 
137. Uma indústria de jogos eletrónicos que opera sob concorrência perfeita produz e vende
jogos para computadores. A empresa pode vender a um preço de 75 mil meticais cada, todos os
jogos que produz. Se q jogos forem fabricados por mês e C q  for o custo total mensal de

produção, então o custo em milhares de meticais é C q   q 2  25q  100 .


a) Quantos jogos devem ser produzidos e vendidos para que a empresa tenha um lucro total
mensal máximo?
b) Qual é o lucro mensal máximo da empresa?
138. Uma empreendedora determina que se C q  é o custo total da produção de q unidades de

pulseiras, então C q   20000  25q . A equação de demanda é dada por p  100  0,02q , onde
q pulseiras são demandadas quando p é o preço unitário. Se o lucro total deve ser maximizado,
Determine
a) O número de pulseiras que deveriam ser produzidas.
b) O preço de cada pulseira.
c) O lucro máximo.
Soluções dos problemas propostos (3)
99. 8 x 100. 24
101. a) 200t  400 b) 1400 exemplares/ano
c) 1500 exemplares/ano 6
102. a)
t  12
b) 150% c) 100%
103. 280000,00 Mt 104. 5,5%
105. a) 14 unidades/metical b) 13 unidades/metical
dy 1 dy 14
106. a)  b)  x
dx 2 dx 5
dy dy
c)  20 x3  9 x 2  4 x  3 d)  20 x 5  9 x  4  4 x 3  3
dx dx

62
dy 6 8 9 1 5
dy 3  2 10  3 1 2 3  4
1 7
e)  2  3  4 f)  x  x  x  x
dx x x x dx 4 9 2 16
dy 1 5 1 dy 2 3
g)   6  2 h)   4  4 x3
dx 3 x
3 2
6 x x dx 5 x
5 3
4 x
dy dy
i)  54 x 2  42 x  4 j)  6x2  2x  1
dx dx
dy dy 31
l)  40 x 4  12 x 2  4 x m) 
dx dx 2 x  72
dy x3  32 dy 2x2  4
n)  o) 
dx x3 
dx x 2  x  2 2
 1 31 
107. P1,1 e Q  , 
 3 27 
1 6
108. a) Equação da recta tangente: y  5x  4 ; Equação da recta normal: y   x 
5 5
1
b) Equação da recta tangente: y  4 x ; Equação da recta normal: y   x
4
a  2 110.
25
109. 
b  12 16

e3 112. a) 117,601
111.
2
b) 117 113. a) Cmg q   6q  5

b) Cmg 50  305 c) 308

114. a) 72
b) Rmg  p   50  4 p 
9 2
p
2
115. a) R p   400 p  0,4 p 2 b) Rmg  p   400  0,8 p

c) Rmg 100  320 116. a) 499,7

b) 500,2 117. 2077


118. a) 160 b) 133,33
119. a) Rq   0,04q 2  800q b) Rmg q   0,08q  800

c) 400000,00 Mt d) Lq   0,04q 2  600q  300000

63
e) Lmg q   0,08q  600 f) 200000,00 Mt

120. a) Lq   0,000002q 3  0,02q 2  200q  80000

b) Cmg q   0,000006q 2  0,06q  400 ; Rmg q   600  0,1q ; Lmg q   0,000006q 2  0,04q  200

c) Cmg 2000  304 ; Rmg q   400 ; Lmg q   144

121. a) 750000,00 Mt b) 760000,00 Mt

122. a) Rq  
50q 0,5q 2  q  50
b) Rmg q  
0,01q 2  1 0,01q 2
1 
2

c) 137,6146 d) 46,228

123. a) f ' x   36 x 2  52 x 3  5x  8 843x  3


2 3
b) f ' x  
2 x  55
c) f ' x   5x3  2 x  x  x 2  65x 4  55x3  14 x 2  10 x 
2

60 x 3  25 62 x  3 2  x 
2
d) f ' x   e) f ' x  
2 3x 4  5 x  1 5  3x 3
f) f ' x   12x  1e3 x 6 x 7
g) f ' x   2 x25 x ln 2
2 2

 x3  5x  i) f ' x   3e senx cos x


h) f x   e 
' x
 3x 2  5 
 2 x 
j) f ' x   e x sen e x  1  k) f ' x   4 x cos x 2 cosx  1  2senx 2 senx  1

l) f ' x   3sen 2 x cos x

2 2 x ln 4 cos 3x  3sen3x sen5 x  5 cos 3x cos 5 x


m) f ' x  
sen 2 5 x

n) f ' x  
3
o) f ' x  

2 x cos 2 x ln x 2  sen2 x 
3x  1ln 2 x ln 2 x 2

p) f x  
' 2e3 x
2
4 x
x3x  2ln x  1 q) f ' x   6 x  4cos 3x 2  4 x  
x

r) f ' x  
1 senx 4tg 3 x  2tgx
s) f x  
'
cos 2 x tg 2
x  tg 4 x cos 2 x
2

t) f ' x   2 x 1  x ln 2 
4x
    32  1ln 2 6x
sen x 2  1 3 sec x 2  1 u) f x  
'
3x
3 2

64
v) f ' x  
4 3x 2  1  e x
x) f ' x  
e x
e 
x 2
  
cos x 3  x  e x sen x 3  x  e x 
df 62  3 cos 3x  3sen3x  dy 1  2 xy
z)  124. a) 
dx 3  2 cos 3x 2 dx x 2  2 y

dy

x dy y  x 2
b) c) 
dx y dx y 2  x
dy y cosxy  dy 2 xy 2  seny
d)  
dx 1  x cosxy 
e)
dx x2 xy  cos y 

dy ye xy  1 dy

y
f)  g)
dx 1  xe xy dx x

dy cosx  y   y 2 senx dy 1  2x2


h)  i) 
dx 2 y cos x  cosx  y  dx 2y

dy
1  x
j) y1  y sec 
dx
 
dy y
l)
dx x

m)
dy
dx

y
senx  y cosx  y   y
125. a)
dy
dx

1, 3   
3 dy
;
3 dx
 3,1   3

dy   1  
b)
dy
0,1  5 c)   ,  1
dx dx  2 4 2 

d)
dy
0,1   1 e)
dy
1,1  1
dx e dx 3
1 73
126. a) Recta tangente: y  8x  1 ; Recta normal: y   x 
8 8
b) Recta tangente: y   x ; Recta normal: y  x  2
13 7
c) No ponto P1,1 : Recta tangente: y  
6 19
x  ; Recta normal: y  x 
13 13 6 6
13 7
No ponto P 1,1 : Recta tangente: y  
6 19
x  ; Recta normal: y  x 
13 13 6 6
 3
127. 1  128.
4 2

 x x 1  ln x 
dy dy x x
129. a)
dx
b)  1  ln x 
dx x 2

65
dy  senx  dy
 cos x  cos x ln cos x   senxtgx 
 x senx   cos x ln x 
senx
c) d)
dx  x  dx

 senx  ln senx   xctgx  dy x e e x 1 x ln x 


x
dy x
e) f) 
dx dx x
dy ln x 

ln x
1  ln ln x  dy e x x 3  1

  e x

3x 2  2 x  1 
g)
dx x
h)
dx 2x 1

  
2 x  1 x 2  1 
2x b) dy  e  x cos x  senxdx
130. a) dy   dx
x 2
1 
2

3x 2  8 xy ysenx  2 y  2 xy 
c) dy   dx d) dy  dx
4x2  3 y 2 cos x  4 xy  2 x 2 y

131. a) 0,1958 3 
b)   0,87475
2 180  2
c) 6,0083 d) 0,07

d3y d3y
132. a)  24 b)  24 cos 2 x
dx 3 dx 3
d3y d3y
c)  24 x d)  8sen2 x  27 cos 3x
dx 3 dx 3
d3y d 3 y 2ctgx
e)  e cos x senx cos x3  cos x  f) 
dx 3
dx 3 sen 2 x
d4y d5y
 144   5 cos  5 x 
5
133. a) b)
dx 4 dx 5

c)
d2y
 

2 1 x2  d)
d3y
 8e2 x 1
dx 2 
1 x2
2
 dx 3

d n y  1 n! dny
n
134. a)  n 1 b) n
 a neax
dx n x dx
5 9
135. a)  b) 
12 4
c)   d)  
e)   f) 0
2 1
g) ln h)
3 8

66
i) 2 j) 1
l) e 2 m) 5
n) 1 o) e 3
p) 1 q)  
2 s) 0
r)
3
1 137. a) 25 jogos
136. a 
ln 3
b) 525 000,00 Mt 138. a) 1875
b) 62,50 Mt c) 50 312,50 Mt

67

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