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Unid.

Curricular: Equações Diferenciais Semestre


Professora: Alexandra Cemin
Curso: Engenharias
Aulas 1 e 2 : Nestas aulas vamos retomar os conceito de derivadas e integrais , algumas regras de
integração e suas aplicações práticas, bem como uma introdução à Equações Diferenciais.
INTEGRAIS
Definição: Uma função F é chamada de antiderivada de uma função f em um dado intervalo I se
F’(x)=f(x) para todo x no intervalo.
O processo de obter antiderivadas é chamado de antiderivação ou integração indefinida.
é uma antiderivada de f ( x)  x 2 no intervalo ,  , pois para cada x
1 3
Exemplo: A função F( x )  x
3
d 1 3 
neste intervalo F' ( x)  x   x 2  f ( x)
dx  3 
Entretanto, esta não é a única antiderivada de F neste intervalo. Se adicionarmos qualquer
é também uma antiderivada de f em ,  , pois
1 3 1 3
constante C a x , a função F( x)  x C
3 3
d 1 3 
F' ( x )  x  C  x 2  0  f ( x ) .
dx  3 
Propriedade Fundamental das Antiderivadas: Se F(x) é uma antiderivada de uma função contínua f(x),
qualquer outra antiderivada de f(x) tem a forma G( x)  F( x)  C , onde C é uma constante.
Fórmula de Diferenciação Fórmula de Integração
1. d
dx
x  1  dx  x  C
2. d  x x 1   x r 1 
  x r  1    C r  1
r
 x r dx  
dx  r  1   r  1 
3. d
dx
senx   cosx   cosxdx  senx  C
4. d
dx
 cosx   senx   senxdx   cosx  C
5. d
tgx   sec 2 x   sec
2
x dx  tgx   C
dx
6. d
 cot gx   cos sec 2 x   cos sec
2
x dx   cot gx   C
dx
7. d
dx
sec x   sec x tgx   sec xtgxdx  sec x  C
8. d
dx
 cos sec x   cos sec x cot gx   cos sec xcot gxdx   cos sec x  C
9. d x
dx
 
e  ex e
x
dx  e x  C

10. d  bx  bx
 b
dx  lnb 
x
 b x dx 
lnb
C

11. d
  1 dx
dx
ln x 
x  x
 ln x  C

1
Exemplos

 
dx cos( x )
a) b) dx
2
cos ( x ) sen 2 ( x )

PROPRIEDADES DA INTEGRAL INDEFINIDA


a) Uma constante pode se mover através do sinal de integração: isto é,

 cf ( x )dx  c
 f ( x )dx

b) Uma antiderivada de uma soma é a soma das antiderivadas; isto é,

 f ( x )  g( x )dx 
 f ( x )dx 
 g( x )dx

c) Uma antiderivada de uma diferença é a diferença das antiderivadas; isto é,


f ( x )  g( x )dx 
 f ( x )dx 
 g( x )dx

Exercícios:
1) Calcule:
a)
 xdx b)
 3dx

c)
 3 x  1dx d)
 x 2  x  1 dx 
e)
 e x  x 2 dx  f)
 x 3  2x  3 dx 

 
1  1 
g) 2
dx h)  x  3 dx
x  x 

 j)
x 3
x dx
i) x dx

  
 1
l)  x  dx m) 2  4 x dx
 x

 
 2 1   1 
n)  3x  x  dx o)  x  2 dx
 x3   x 

  
2 3  5 2 
p)   2 dx q) x dx
x x  

 
 3 1  x2  1
r)  2x  dx s) dx
 x4  x

t)
 (x  1) (x  1) dx
2 2

2) Calcule as integrais
a)
 
x 1  x3 dx  b)
 2  y  dy
2 2

c) 
  1  x2 2  x dx d)

x 5  2x 2  1
x4
dx

2
 
2 x 1 t
e)  x  3e  dx f)  2t  2e  dt
   

g)
 4sen( x )  2 cos( x )dx h)
 4 sec 2 ( x )  cos sec( x ) cot g( x )dx

i)
 sec( x )sec( x )  tg( x )dx j)
 sec( x )tg( x )  cos( x )dx


dy
l)
cos sec y
Gabarito: 55 7
x C
x2 q) 7
C
1. a) 2 x4 1
 3
C
3x  C r) 2 3 x
b)
3x 2 x2
 x C  ln x  C
2 s) 2
c)
x3 x2 x2 x5
  x C  C
d) 3 2
2a) 2 5
x3 4y 3 y 5
ex  C
3 4y   C
e) 3 5
b)
x4 x 2 2x 3 x 4
 x 2  3x  C 2x    C
f) 4 2 3 4
c)
1
 C x2 2 1
g) x   C
d) 2 x 3x 3
x2 1
 C
e) 2 ln x  3e  C
x

h)
2 2x 2
1
2 lnt  2e t  C
x3  C f) 2
i) 3
g) 4 cos x  2senx  C
2
x9  C h)
4tgx  cos sec x  C
j) 9
i)
tgx  sec x  C
x2
 ln x  C j) sec x  x  C
l) 2
l)  cos x  C
44 5
2x  x C
m) 5 2 1
2
x3   C
x 1 o) 3 x
x3   C
n)
2 2x 2
3
2 ln x  C
p) x

Aplicações do Estudo das Integrais:


3) Custo Marginal- Um fabricante estima que o custo marginal para produzir q unidades de um certo
produto é dado por C’(q) = 3q² - 24q + 48 reais por unidade. Se o custo para produzir 10 unidades é de
R$ 5000,00, qual o custo para produzir 30 unidades?
−1
4) Lucro Marginal- Um fabricante estima que a receita marginal é R’(q) = 100𝑞 2 reais quando o nível
de produção é q unidades. O custo marginal correspondente é 0,4q reais por unidades. O lucro do
fabricante é de R$ 520,00 quando o nível de produção é de 16 unidades. Qual é o lucro do fabricante
quando o nível de produção é de 25 unidades.
3
INTRODUÇÃO A EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
Muitas vezes em física, engenharia e outros ramos técnicos, há necessidade de encontrar uma função
incógnita. Em muitos casos esta pesquisa leva a uma equação envolvendo derivadas (ou diferenciais) da
função incógnita. Tais equações envolvendo derivadas (ou diferenciais) são chamadas equações
diferenciais, em que a incógnita não é um número, mas uma função.
Antes de iniciar nosso curso, vamos mostrar algumas aplicações para servir de motivação.

Lei de Resfriamento de Newton


A lei de resfriamento de Newton diz que a taxa de variação de temperatura T(t) de um corpo em
resfriamento é proporcional à diferença entre a temperatura do corpo e a temperatura constante Tm
do meio ambiente, isto é:
dT/ dt = k(T – Tm) ,
em que k é uma constante de proporcionalidade.
Exemplo Um ovo duro, a 98º C, é colocado em uma pia contendo água a 18º C. Depois de 5 minutos, a
temperatura do ovo é de 38º C. Suponha que durante o experimento a temperatura da água não
aumente apreciavelmente, quanto tempo a mais será necessário para que o ovo atinja 20º C?
Solução :
Tm = 18º C
T(0) = 98º C
T(5) = 38º C
t = ? qdo T (t) = 20º C
dT/dt = k(T – Tm)
dT/dt = k(T – 18)
dT/(T – 18)= kdt
Resolvendo essa equação diferencial, obtemos t  13 minutos
Circuitos em Série
Em um circuito em série contendo somente um resistor e um indutor, a segunda lei de Kirchhoff diz
que a soma da queda de tensão no indutor (L(dI/dt)) e da queda de tensão no resistor (I.R) é igual à
voltagem (E(t)) no circuito, ou seja
L(dI/dt) + R.I = E(t),
em que L e R são ctes conhecidas como a indutância e a resistência, respectivamente.
Exemplo Suponha que um circuito simples a resistência é 550  (ohms), a indutância é de 4 H (henry)
e a pilha fornece uma voltagem constante de 110 V (volts). Determine a corrente I se a corrente inicial
é zero.
Solução:
E(t) = 110 V; L = 4 H, e R = 550 
I(t) = ? quando I (0) = 0
L(dI/dt) + RI = E(t)
4. (dI/dt) + 550.I = 110
dI/dt + (550/4).I= (110/4) … I(t) = 0,2 – 0,2.e-137,5 t.
Nos próximos tópicos veremos métodos de resolver equações diferenciais. Isto é, veremos as vias pelas
quais podemos com sucesso usar equações diferenciais para determinar uma função desconhecida.
Simbolicamente, uma equação diferencial pode ser escrita como:

dy d 2 y dny
F(x, y, y’ , y ’’, ... , y (n)) = 0 ou F(x, y, , , ..., ) = 0.
dx dx 2 dx n

4
CLASSIFICAÇÃO DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
Se a função incógnita depende apenas de uma variável, temos uma equação diferencial ordinária. Se
depender de mais de uma variável, temos uma equação diferencial parcial.
As expressões seguintes são alguns exemplos de equações diferenciais.
3 4
dy 2 d y d 2 y  dy 
A.  x2 y D. x  2y   3  0
dx dx 3 dx 2  dx 
dy
B.  sen x E. e x dy  x 2 y dx  2
dx

d2y dy  2u  2u
C. x y0 F.   0 , onde u = (x, t)
dx 2 dx x 2 t 2

A ordem de uma equação diferencial é o número n que corresponde à ordem máxima das derivadas da
equação.
Exemplo: Na expressão (A) acima, a equação tem ordem 1 e na expressão (C), ordem 2.

O grau de uma equação diferencial é a maior potência da derivada de maior ordem.

Exemplos Determinar o grau e a ordem de cada uma das seguintes equações diferenciais.
3 2
d2y dy  dy   dy  dy
(a) 7    0 (b)    3  y  0
dx 2 dx  dx   dx  dx

A Equação (a) é uma equação diferencial de primeiro grau de ordem 2 porque d 2y/dx2 é a derivada de
maior ordem na equação e está elevada à primeira potência. Notar que a terceira potência de dy/dx
não tem influência no grau da Equação (a) porque dy/dx é de menor ordem que d2y/dx2.
A Equação (b), por outro lado, é uma equação diferencial de segundo grau e primeira ordem; dy/dx é a
derivada de maior ordem (ordem 1) e 2 é a maior potência de dy/dx aparecendo na equação.
As equações diferenciais são classificadas de acordo com o tipo, a ordem e a linearidade.

Classificação pelo Tipo


Equações diferenciais ordinárias (EDO): envolvem funções de uma variável e suas derivadas. Por
exemplo

5
Equações diferenciais parciais (EDP): envolvem funções de muitas variáveis e suas derivadas.
Por exemplo,

Classificação pela Ordem


A ordem de uma equação diferencial é indicada pela ordem da mais alta derivada que nela aparece.
Por exemplo,

Classificação pela Linearidade


Uma equação diferencial é chamada de linear quando pode ser escrita na forma

Observe que as equações diferenciais lineares são caracterizadas por duas propriedades:

(i) A variável dependente y e todas as suas derivadas são de primeiro grau; isto é, a potência de
cada termo envolvendo y é 1.
(ii) Cada coeficiente depende apenas da variável independente x.
Exemplos:

6
SOLUÇÕES DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS
Uma solução de uma equação diferencial é uma função y = f (x) a qual, juntamente com as suas
derivadas, satisfaz a equação diferencial dada.
As soluções das equações diferenciais são classificadas em:
Solução Geral: é a solução que contém um número de constantes arbitrárias igual à ordem da
equação diferencial.
Solução Particular: é obtida a partir da solução geral, mediante as condições dadas
(chamadas de condições iniciais ou condições de contorno).

Exemplos:
(a) Verificar que y = 4.e-x + 5 é uma solução da equação diferencial de segunda ordem e primeiro grau
d 2 y dy
  0.
dx 2 dx
dy d2y
Observando que x
 4.e e 2
 4.e  x e substituindo na equação diferencial dada, temos:
dx dx
4.e-x + (– 4.e-x) = 0

0=0

1  C.e x
(b) Verificar que y = é uma solução da equação diferencial de primeira ordem e primeiro grau
1  C.e x
dy 1 2
 ( y  1) .
dx 2
dy 2.C.e x
A primeira derivada da equação dada é  . Substituindo este resultado na equação

dx 1  C.e x  2

diferencial dada, temos:

2.C.e x
= 

1  1  C.e x 
2

 1
1  C.e 
x 2

2  1  C.e x 
2


=
  
1  1  2C.e x  C 2 .e2 x  1  2C.e x  C 2 .e2 x


2  
1  C.e x
2
 

1  4.C.e x  2.C.e x
=    .
  
2  1  C.e x 2  1  C.e x 
2

A solução y = 4.e-x + 5 no Exemplo (a) acima é um exemplo de uma solução particular de uma equação
diferencial. Podemos verificar que y = 4.e-x + 3 é também uma solução particular da equação diferencial
no exemplo (a). Deste modo, uma equação diferencial pode ter mais do que uma solução particular.
Uma solução y = f(x) de uma equação diferencial de ordem n contendo n constantes arbitrárias é
7
1  C.e x
chamada uma solução geral. Assim, a solução y = no Exemplo (b) ou y = 4.e-x + C no Exemplo
1  C.e x
(a) é um exemplo de uma solução geral.
Geometricamente, a solução geral de uma equação diferencial de primeira ordem representa
uma família de curvas conhecidas como curvas-solução uma para cada valor da constante arbitrária.
Uma solução particular pode ser obtida se forem dadas certas condições iniciais. Uma condição
inicial de uma equação diferencial é uma condição que especifica um valor particular de y, y0,
correspondente a um valor particular de x, x0. Isto é, se y = f(x) pode ser uma solução da equação
diferencial, então a função deve satisfazer a condição: y0 = f(x0). O problema de ser dada uma equação
diferencial com condições iniciais é chamado um problema de valor inicial.
Um estudo completo de equações diferenciais incluiria um estudo de equações diferenciais de
todos os graus e equações diferenciais parciais e ordinárias. Limitamos deste modo as nossas
considerações às equações diferenciais ordinárias do primeiro grau.

Exemplos:
(a) Verificar que y = C1.cosx + C2.senx é uma solução geral da equação diferencial y’’ + y = 0.
Primeiro, determinar as derivadas da função dada:
y' = - C1.senx + C2..cosx
y’’= - C1.cosx - C2..senx
Substituindo na equação diferencial, temos:
y’’ + y = 0

- C1.cosx - C2..senx + ( C1.cosx + C2..senx) = 0

- C1.cosx - C2..senx + C1.cosx + C2..senx = 0

0=0

Portanto, y = C1.cosx + C2..senx é uma solução geral da equação diferencial dada com duas constantes
arbitrárias distintas.
(b) Mostre que y = C.e-2x é uma solução para a equação diferencial y’ + 2y = 0 e encontre a solução
particular determinada pela condição inicial y(0) = 3.
Sabemos que y = C.e-2x é solução porque y’ = - 2.C.e-2x e y’ + 2y = - 2.C.e-2x + 2.( C.e-2x ) = 0.
Usando a condição inicial y(0) = 3, ou seja, y = 3 e x = 0, obtêm:
y = C.e-2x  3 = C e-2.0  C = 3
e concluímos que a solução particular é y = 3.e-2x .

8
Exercícios
I) Determine a equação diferencial que descreve as seguintes situações:
a) Uma curva tem a inclinação (dy/dx) igual ao dobro da soma das coordenadas (x,y) do ponto.
b) A taxa de decomposição do elemento químico rádio é proporcional à quantidade Q presente.
c) A taxa populacional P de uma cidade é proporcional à população e à diferença entre 200.000 e a
população.

II) Classifique as equações diferenciais de acordo com seu tipo, ordem e linearidade:

III) Verificar que cada uma das funções dadas y = f(x) é uma solução da equação diferencial dada.

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