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No Brasil, atualmente temos tintas, resinas e diversas formulações que possuem tecnologia a nível
internacional e de acordo com as mais modernas técnicas de proteção anticorrosiva utilizadas no segmento de
pintura industrial.
O ponto relevante apesar do avanço tecnológico das tintas, é que cada vez mais, precisamos preparar mais
pessoas, mais profissionais para as diversas atividades de seleção de esquemas de pintura, aplicação, controle de
qualidade da aplicação e inspeção dos esquemas de pintura, não só durante a aplicação, mas também durante toda
a vida útil à que foi projetado o esquema de pintura.
Esta apostila contém informações atualizadas em relação as novas tecnologias além de capítulos mais bem
dispostos, para facilitar a compreensão do leitor.
Novas tecnologias das tintas oferecidas ao mercado, como por exemplo, epóxis novolacs, epóxi
polisiloxano e poliuretanos poliaspárticos.
Estão contemplados também novos métodos de tratamento de superfície, como por exemplo, o
hidrojateamento com abrasivos, jateamento com esponjas abrasivas de poliuretano impregnadas com abrasivos e
jato com cerdas, tecnologias consideradas “limpas”, de acordo com as novas regulamentações ambientais e
exigências técnicas impostas para se obter maior longevidade dos esquemas de pintura.
É importante lembrar que este material é uma referência “inicial” para um universo de conhecimentos que
está à disposição de qualquer pessoa que se motivar e se dedicar na busca novos aprendizados no universo
químico, despertando assim para uma “curiosidade cientifica”.
1 SUMÁRIO
1 Conceitos importantes .......................................................................................................................... 7
2 Tintas................................................................................................................................................... 7
2.1 Tintas Líquidas ................................................................................................................................. 7
2.1.1 Componentes básicos ............................................................................................................... 7
2.1.2 Processo de fabricação ........................................................................................................... 14
2.1.3 Características das tintas ....................................................................................................... 15
2.1.4 Fundamentos da pintura industrial ........................................................................................ 18
2.1.5 Cores na pintura industrial .................................................................................................... 19
2.1.6 Aspectos econômicos .............................................................................................................. 21
4 Armazenamento de tintas................................................................................................................... 32
4.1 Condições de armazenamento .......................................................................................................... 32
4.2 Cuidados no armazenamento ........................................................................................................... 33
5 Corrosão ............................................................................................................................................ 33
5.1 Conceitos e importância da corrosão ................................................................................................ 33
5.2 Tipos de processo de corrosão .......................................................................................................... 35
5.2.1 Corrosão eletroquímica .......................................................................................................... 36
5.2.2 Corrosão química................................................................................................................... 36
5.3 Classificação dos processos corrosivos ............................................................................................. 36
5.3.1 Formas de corrosão ................................................................................................................ 38
5.4 Mecanismo eletroquímico de corrosão ............................................................................................. 40
5.4.1 Corrosão galvânica ................................................................................................................ 41
5.4.2 Corrosão eletrolítica............................................................................................................... 42
5.4.3 Corrosão sob atrito ................................................................................................................ 42
5.4.4 Corrosão por aeração diferencial ........................................................................................... 43
5.5 Meios corrosivos ............................................................................................................................. 44
5.5.1 Classificação dos ambientes corrosivos ................................................................................... 44
7 Preparação de superfícies................................................................................................................... 47
7.1 Tipos de limpeza de superfície.......................................................................................................... 47
7.1.1 Limpeza química .................................................................................................................... 47
7.1.2 Desengraxe com solvente ........................................................................................................ 47
7.1.3 Limpeza com ferramentas manuais e mecânicas .................................................................... 48
7.1.4 Jateamento abrasivo .............................................................................................................. 48
7.1.5 Hidrojateamento .................................................................................................................... 53
7.2 Metais e ligas ferrosas ..................................................................................................................... 56
7.2.1 Carepa de laminação .............................................................................................................. 56
7.2.2 Graus de intemperismo do aço ............................................................................................... 57
7.3 Metais e ligas não ferrosas .............................................................................................................. 58
7.3.1 Chapas de alumínio ................................................................................................................ 58
7.3.2 Chapas de cobre ..................................................................................................................... 59
7.4 Galvanizados .................................................................................................................................. 59
7.4.1 Aço galvanizado eletrolítico.................................................................................................... 59
7.4.2 Aço galvanizado a fogo ........................................................................................................... 59
7.4.3 Aspersão térmica ................................................................................................................... 60
7.5 Superfícies já pintadas .................................................................................................................... 60
7.5.1 Retoques ................................................................................................................................ 60
7.5.2 Área com tinta danificada sem corrosão ................................................................................. 60
7.5.3 Área com tinta danificada com corrosão ................................................................................ 61
7.5.4 Manutenção geral .................................................................................................................. 61
7.5.5 Repintura............................................................................................................................... 61
Autor: Luiz Henrique Kondlatsch, Seção de Serviço ao Cliente WEG Tintas Ltda.
Revisão: 06 – 28/02/2022.
(monômeros) reagem entre si para formar as Como o foco do treinamento é sobre tintas
macromoléculas. Como consequência deste tipo de líquidas os conceitos e tecnologias apresentados a
reação, a estrutura da macro molécula é constituída seguir são referentes a esse tipo de tinta.
pela repetição de unidades estruturais ligadas entre si
2.1 Tintas Líquidas
por ligações covalentes.
Monômeros: o monômero é o composto 2.1.1 Componentes básicos
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Veículos não convertíveis: são os veículos Pode provocar o aparecimento de poros e pontos
constituídos por substâncias com propriedades fracos após a evaporação.
filmógenas, onde as tintas constituídas deste Representa custo adicional às tintas, devido às
veículo, após a evaporação do solvente, formam perdas por evaporação;
a película seca. O veículo, neste caso, não sofre
Além disso, os solventes possuem diferentes
nenhuma reação química. Exemplos: resinas
estruturas químicas, poder de solvência, taxa de
acrílicas, vinílicas e borrachas cloradas,
evaporação, ponto de ebulição e classificação de
composições betuminosas (asfaltos e piches),
risco. Serão destacados nesse capítulo os seguintes
nitrato de celulose, estirenoacrilato, etc.
tipos: os hidrocarbonetos (alifáticos ou aromáticos),
Veículos convertíveis: são os veículos
glicóis, acetatos, cetonas, álcoois, ésteres e outros
constituídos por substâncias que sofrem reação
compostos orgânicos.
química após a aplicação da película de tinta.
Incluem-se neste caso as tintas a óleo ou óleo Hidrocarbonetos alifáticos: Os mais usados
modificadas que secam por oxidação e as tintas são a naftas leves e a aguarrás mineral [C10H22].
polimerizáveis, que secam por reação química Hidrocarbonetos aromáticos: Os mais comuns
de polimerização a temperatura ambiente ou são o tolueno (toluol, C7H8), xileno (xilol, C8H10)
elevada. Exemplos: tintas a óleo, alquídicas e as naftas aromáticas.
modificadas com óleo, fenólicas modificadas Ésteres: São muito importantes para a indústria
com óleo, silicones, epóxis, poliuretanas, etc., de tintas e seus derivados, uma vez que são
sendo as duas últimas citadas polimerizáveis. excelentes solubilizantes sintéticos para resinas,
Veículos inorgânicos: são os veículos também tais como como os acrílicos, o poliuretano e a
convertíveis, porém de natureza inorgânica. celulose. Exemplos de ésteres: - O acetato de
Exemplos: os silicatos que dão origem ao metila, acetato de etila, acetato de propila,
silicato de zinco. acetato de isopropila e o acetato de butila e
Os solventes são compostos orgânicos 100% Álcoois: A característica genérica dos álcoois é
voláteis, que tem a função de solubilizar as resinas. sua hidrossolubilidade. Exemplos de álcoois:
São, de modo geral, necessários às tintas para Álcool metílico, álcool butílico, álcool
porém, esses componentes apresentam as seguintes Cetonas: As cetonas são solventes orgânicos
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etil-cetona (MEK), a metil-isobutil-cetona Geralmente composto por misturas de solventes
(MIBK) e a ciclo-hexanona. de evaporação utilizados para diluir as tintas.
Exemplos: Misturas de xileno, tolueno e glicóis
Nas tintas à base d` água, a água é o solvente
(diluente para tintas epóxi e poliuretana).
utilizado, isto ocorre nas tintas de emulsão (látex),
Thinner: São misturas de solventes a base de
usadas na construção civil e nas tintas hidrossolúveis
cetonas (acetatos), glicóis (álcool), aromáticos e
de uso industrial. A água usada como solvente deve
outros. Alguns tipos de thinners são
ser tratada, pura, sem contaminantes e com pH
recomendados para diluição de tintas à base de
neutro ou ligeiramente básico.
nitrocelulose e também são muito utilizados para
Somado a isso, tem-se que alguns limpeza de peças, máquinas e equipamentos para
formuladores de tintas classificam os solventes como a pintura.
“solventes verdadeiros” e “solventes auxiliares” em
Na formulação de tintas de um modo geral, o
função da sua capacidade de solubilizar o veículo,
fabricante utiliza uma mistura de solventes,
assim:
procurando balancear sua proporção visando
Solventes verdadeiros: São os solventes conseguir: uma boa solvência, tempo de secagem
capazes de solubilizar o veículo. Exemplo: apropriado, perfeita formação da película, além,
aguarrás (solvente verdadeiro para óleos e naturalmente do menor custo possível. Desta forma,
resinas modificadas com óleos); ésteres não é recomendado o uso de um solvente de uma
(solvente verdadeiro para acrílicas e vinílicas); tinta em outra, até nos casos em que forem da mesma
cetonas (solvente verdadeiro para resinas epóxi, natureza química e especificação, porém de
poliuretana, acrílica, etc.); fabricantes diferentes. A regra mais adequada a
Solventes auxiliares: São os solventes que seguir é adquirir solventes para acerto de viscosidade
sozinhos não são capazes de solubilizar o do mesmo fabricante da tinta.
veículo, porém aumentam o poder de
2.1.1.3 Pigmentos
solubilização do solvente verdadeiro. Exemplo:
Os pigmentos são substâncias em geral
tolueno (solvente auxiliar para as resinas
pulverulentas adicionadas à tinta para dar cor,
acrílicas e vinílicas);
encorpar a película ou conferir propriedades
No mercado nacional de tintas, os solventes, anticorrosivas, podendo ser classificados de acordo
também são conhecidos como diluentes, thinners, com:
afinadores e redutores. Nomes diferentes para se
A natureza: em orgânicos e inorgânicos;
referirem a diferentes misturas de solventes,
A finalidade: em tintoriais, cargas,
contudo, alguns nomes se caracterizam e são mais
anticorrosivos e especiais;
conhecidos pela sua real utilização e custo.
A ação: em ativos e inertes.
Diluentes: São componentes que embora não
sendo solventes do veículo, contribuem para a
diminuição da viscosidade (Diluir a tinta).
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2.1.1.3.1 Classificação de acordo com a Pigmentos amarelos: amarelo hansa, amarelo
natureza de cromo, amarelo de cádmio, amarelo de zinco,
dentre outros;
são utilizados principalmente para dar opacidade molibdato, azul da Prússia e azul ultramarino;
e cor, ou seja, com objetivo tintorial. Eles se Pigmentos laranjas: laranja de cromo (cromato
caracterizam por ser de baixa densidade, possuir básico de chumbo), laranja molibdato, laranja
inorgânicos são utilizados também com o da Prússia e amarelo de cromo), óxido de cromo
objetivo tintorial, porém podem ser usados como verde e verde molibdato;
cristalina, sendo o rutilo de maior opacidade e definida dentro da tinta e, portanto, influem
resistência a luz, mas de menor brancura que o decisivamente na formulação. São eles os
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Inertes: são os pigmentos que pouco ou quase zinco não tem a sua importância ligada a cor e
nada influem na cor, na proteção anticorrosiva e sim a proteção anticorrosiva.
nas propriedades básicas da tinta. Eles são
As tintas deste tipo são chamadas tintas ricas
constituídos pelos pigmentos reforçantes e
em zinco e, em alguns trabalhos, são citadas como
encorpantes, ou seja, pelas chamadas cargas.
galvanização a frio. Estas tintas são utilizadas em
condições severas, tais como imersão em produtos
2.1.1.3.4 Pigmentos anticorrosivos (ativos) químicos, produtos de petróleo, atmosferas
altamente agressivas, especialmente atmosferas
Estes pigmentos se caracterizam por conferir marinhas, e temperaturas elevadas.
propriedades anticorrosivas à película de tinta,
Outros pigmentos, como por exemplo o óxido
inseridos especialmente nas tintas de fundo. Desta
de ferro, óxido de ferro micáceo, alumínio, mica,
categoria, os mais importantes são:
talco e alguns caulim conferem proteção por
Cromato de zinco: é constituído de cromato de barreira. Estes pigmentos aumentam a proteção
zinco e potássio e é um pigmento amarelo anticorrosivas do esquema de pintura, uma vez que,
esverdeado de excelente ação inibidora. quanto melhor for a barreira, mais durável será a
Cromato básico de zinco ou tetroxicromato tinta. Desta forma, enquanto o eletrólito (o meio) não
de zinco: constituído de cromato básico de zinco atingir o metal, não haverá corrosão.
(ZnCrO4.4Zn (OH)2). É um pigmento de
coloração amarela, um pouco menos solúvel que 2.1.1.3.5 Pigmentos especiais
o cromato de zinco, mas possui boa ação
inibidora. Estes pigmentos são utilizados com
Fosfato de zinco: é constituído de fosfato de finalidades específicas, tais como:
zinco Zn3 (PO4)2.2H2O, que possui excelente
ação inibidora. Este pigmento vem sendo Impermeabilizantes: são adicionados em tintas
zarcão, por possuir propriedades anticorrosivas proteção por barreira, como o caso das micas e
caso, o aço carbono se torna cátodo em relação acetinado as tintas de acabamento, por exemplo,
usado nas tintas de fundo com altíssimo teor de em tintas de sinalização e demarcação para
zinco metálica na película seca. O pigmento de ressaltar a ação da luz em faixas de demarcação,
placas, etc.
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Anti-incrustante (anti-fouling): são quando usados em exteriores, promovem
adicionadas as tintas de uso marinho, para tendência ao esfacelamento das películas de
cascos de embarcações, boias, dentre outras, de tinta;
modo a evitar a incrustação de organismos, tais Silicatos: os mais importantes são o silicato de
como cracas, mariscos, corais, ostras e algas. A magnésio hidratado (talco), o silicato de
ação destas tintas se dá pelo auto polimento do alumínio hidratado (caolim), o ortosilicato de
filme e pela migração dos biocidas utilizados alumínio e potássio (mica) e o silicato de
evitando a incrustação. Os componentes magnésio fibroso (amianto). Possuem maior
tradicionalmente usados são de cobre (óxido resistência química frente a ácidos, álcalis e ação
cuproso – Cu2O). do intemperismo;
Sílicas: a mais importante é a sílica diatomácea,
2.1.1.3.6 Cargas ou extensores (inertes) que é uma sílica amorfa, formada pela deposição
dos organismos marinhos em antigas eras
encorpantes, não possuem bom poder de cobertura, bário (barita) e o sulfato de cálcio (gesso). A
quase não interferem na tonalidade, sendo barita possui elevada resistência química a
translúcidos quando incorporados à maioria das ácidos, porém pelo elevado peso especifico,
resinas, devido ao seu baixo poder de refração. Estes tende a sedimentar com facilidade durante o
Segue alguns tipos de cargas mais utilizadas: As tintas de baixo PVC refletem praticamente
todo feixe de luz incidente, por isso a superfície
Carbonatos: os mais importantes são os
aparenta o brilho da fonte de luz. Já as tintas de alto
carbonatos de cálcio (calcita) e o carbono de
PVC apresentam inúmeras partículas dos pigmentos
cálcio e magnésio (dolomita). Estes pigmentos
sobressaindo na superfície, o que faz com que o feixe
têm fraquíssima resistência a meios ácidos e,
de luz incidente seja refletido em várias direções, e o
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brilho da fonte de luz chegue fraco à vista do parcialmente cheio, ou aberto, podemos
observador. perceber a formação de uma película na
superfície da tinta. Esta película é chamada de
Quando se trata de tintas de fundo
pele. Como passar do tempo, a espessura da pele
anticorrosivas, o teor de pigmento deve ser alto, para
formada tende a aumentar e, então, a
que os pigmentos protetivos, de combate à corrosão
homogeneização não será suficiente para a
tenham sua ação mais edificante. É o caso das tintas
dissolução total. Assim, recomenda-se a
“ricas” em zinco. As tintas de acabamento devem ser
filtração do produto. A tendência final será o
formuladas com “PVC” próximo ao “CPVC” – teor
endurecimento total do produto dentro do
crítico de pigmento em volume, ou seja, Critical
recipiente; nesse ponto, nada mais poderá ser
Pigment Volume Content. Quanto maior o teor de
feito para o seu aproveitamento. Assim, para
pigmento, mais permeável é a tinta e maior é a
retardar essa formação de peles nas tintas,
tendência à formação de ferrugem no aço, sobre a
existem aditivos são antioxidantes voláteis, isto
qual a tinta foi aplicada.
é, retardam a formação de pele, porém volatizam
quando a tinta é aplicada sobre uma superfície,
2.1.1.5 Aditivos
permitindo que esta seque naturalmente.
Aditivos tensoativos ou umectantes: os
Os aditivos são constituintes que aparecem de
aditivos tensoativos são aqueles que aumentam
acordo com a conveniência do formulador da tinta,
a molhabilidade do pigmento, retardando a
com objetivo de melhorar certas características ou
sedimentação. Os anti-sedimentantes produzem
propriedades da mesma. Pode-se, portanto, formular
um gel coloidal que diminui a tendência à
uma tinta sem tais componentes. Eles são
sedimentação e, caso ocorra pequena
necessários, entretanto, para ajustar uma
sedimentação, evitam que seja um sedimento
determinada formulação quanto às características e
duro e compacto. Os tensoativos atuam também
propriedades desejadas.
como dispersantes e facilitam tanto na
Os principais aditivos usados em tintas são: fabricação, quanto na aplicação da tinta.
Aditivos espessantes, geleificantes ou
Plastificantes: São aditivos que visam dar a
tixotrópicos: são aditivos com a finalidade de
película maior flexibilidade. São utilizados em
dar a tinta consistência adequada para aplicação
tintas muito duras para evitar o fendilhamento ou
em superfícies verticais. Para tintas de alta
gretamento e melhorar a aderência.
espessura consegue-se com agitação, diminuir a
Secantes: Pode -se definir um secante como
viscosidade. Após a aplicação, com retorno a
sendo um produto que promove ou acelera a
viscosidade original, não se tem escorrimento.
secagem, cura ou endurecimento de resinas à
Aditivos nivelantes: são aditivos constituídos
base de óleos vegetais.
de produtos tensoativos, que interferem na
Antipeles ou antinatas: Sempre que um
tensão superficial das tintas, melhorando o
recipiente contendo uma tinta é deixado
alastramento e evitando o aparecimento de
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marcas deixadas pelas cerdas de pinceis e período de tempo pré-determinado afim de se
trinchas. conseguir uma relativa homogeneização.
3) Moagem: O produto pré-disperso é submetido à
2.1.2 Processo de fabricação
dispersão em moinhos adequados. Normalmente
são utilizados moinhos horizontais ou verticais,
As fábricas de tintas recebem, normalmente,
dotados de diferentes meios de moagem: areia,
as matérias-primas – resinas, solventes, pigmento e
zirconita, etc. Esta operação é contínua, o que
aditivos - em condições de efetuar as misturas de
significa, que há transferência do produto de um
acordo com a formulação desejada. A título de
tanque de pré-mistura para o tanque de
demonstração e melhor entendimento, o fluxograma
completagem. Durante esta operação ocorre o
abaixo representa o processo de produção de tintas
desagregamento dos pigmentos e cargas e ao
liquidas.
mesmo tempo há a formação de uma dispersão
Todos os estágios do processo são maximizada e estabilizada desses sólidos
importantes afetam consideravelmente a 4) Completagem: Em um tanque provido com
produtividade, a concentração do pigmento e outras agitação são misturados de acordo com a
propriedades no produto final. Detalhamento das fórmula, o produto de dispersão e os restantes
fases do processo de fabricação de tintas líquidas. componentes da tinta.
5) Acertos finais: consiste na adição de aditivos,
acertos de cores e outros ajustes necessários para
conclusão do produto final.
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2.1.3 Características das tintas dependerá, entre outros fatores da
permeabilidade e da sua aderência.
gerais da película
2.1.3.2 Mecanismo de formação da película
A película de tinta deve apresentar as da tinta
seguintes características fundamentais:
O processo de secagem da tinta é definido
Coesão: consiste na coesão entre os diversos
como o mecanismo de formação da película da tinta,
constituintes do revestimento, de forma a
isto é, esse mecanismo é, a passagem da película
apresentar uma película continua, isenta de
úmida, conforme aplicada, para a película seca, que
falhas como poros, bolhas, crateras, trincas etc.
é seu estado final, após secagem e/ou cura. Os
Adesão ao substrato: consiste na perfeita e
mecanismos de formação da película de tintas mais
permanente aderência à superfície a ser
importantes são:
protegida. A aderência ao substrato é obtida em
2.1.3.2.1 Evaporação do solvente
maior grau pela ancoragem mecânica de tinta
nas irregularidades da superfície e, em parte,
pelas forças de atração de natureza molecular. Este mecanismo está presente praticamente
em todas as tintas de uso industrial. Mesmo naquelas
Além das características fundamentais, que
que usam outros mecanismos, a evaporação dos
são mandatórias em qualquer película de tinta,
solventes contribui na formação da película. No
há uma série de características gerais que ela
entanto, existem várias famílias de tintas, em que
poderá apresentar em maior ou menor grau,
este é o único mecanismo presente. São substâncias
dentre as quais se pode destacar:
já polimerizadas ou que possuem características
Absorção e transferência de umidade: filmógenas, as quais, para efeito de aplicação são
resistência a penetração de água nas moléculas dissolvidas em um solvente, que evapora após a
ou por entre as moléculas. Também, a aplicação, havendo então a formação da película na
penetração de água através da película, que superfície que se quer proteger.
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A evaporação do solvente pode introduzir formulação, podendo forma uma resina, curta, média
poros, bolhas ou crateras na película seca de tinta, ou longa em óleo.
levando a uma diminuição da sua impermeabilidade
e consequente diminuição da proteção anticorrosiva 2.1.3.2.4 Polimerização
por barreira. Como exemplos de tintas que utilizam
este mecanismo, podemos citar: as acrílicas, Este mecanismo está presente nas principais
vinílicas, borrachas cloradas, asfaltos, betuminosas, famílias de tintas de alto desempenho e alto poder
estirenoacrilatos, e outras. impermeabilizante. Para esse mecanismo, pode-se
destacar:
2.1.3.2.2 Coalescência Polimerização térmica: ocorre nas resinas que,
na temperatura ambiente, não se polimerizam,
Ocorre nas tintas monocomponentes havendo necessidade de uma energia térmica de
hidrossolúveis, emulsionadas em água. A ativação. Para melhor identificação das tintas
coalescência é a ação de um solvente orgânico que polimerizam com temperatura elevada,
coalescedor que une as multifases à medida que citamos as tintas alquídicas-melamínicas e as de
ocorre a evaporação da água. Após a evaporação silicone puras
deste coalescedor, forma-se uma película sólida e Polimerização por condensação: ocorre nas
resistente à própria água. Como exemplo, podemos resinas em que se usa um semipolímero como
citar as tintas com veículos vinílicos de acetato de um dos reagentes e um agente de cura que, tão
vinila (látex PVA) e as acrílicas hidrossolúveis, logo misturados, dão início à polimerização por
muito utilizadas na pintura arquitetônica e na pintura reação química (A+B) à temperatura ambiente.
industrial. Para melhor entendimento, citamos as tintas
epóxis, poliuretânicas e poliaspárticas.
2.1.3.2.3 Oxidação de óleos
2.1.3.3 Mecanismo de proteção
anticorrosiva da película
Este mecanismo de formação da película está
presente nas tintas a óleo e óleo modificadas. O
Os mecanismos básicos de proteção da
mecanismo consiste na oxidação dos óleos secativos
película de tinta são:
(óleos vegetais), devido ao contato com o ar após a
2.1.3.3.1 Proteção por barreira
aplicação, formando uma película sólida pela
entrada de oxigênio na molécula dos óleos. Como
exemplo de tintas que apresentam este mecanismo, Presente em praticamente todas as películas
podemos citar: óleos secativos, alquídicas, fenólicas de tinta, sendo o mecanismo fundamental nas tintas
modificadas com óleo e ésteres de epóxi. As tintas à de acabamento. O mecanismo de proteção por
base de óleo modificadas têm a sua secagem barreira atua procurando impedir o contato entre o
controlada em função do tipo de óleo utilizado na meio corrosivo e a superfície que se quer proteger.
Neste tipo de mecanismo, a eficiência da proteção
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depende da espessura do revestimento e da Enquanto a proteção catódica é aplicável a todos os
resistência das tintas ao meio externo. Porém, todas materiais metálicos.
as películas são parcialmente permeáveis, desse
modo com o tempo, o eletrólito alcança a base, e o 2.1.3.3.3 Proteção catódica
processo corrosivo tem início. Nesse ponto entram
os processos de proteção catódica e anódica, para Este mecanismo é encontrado nas películas de
evitar ao máximo a corrosão. tinta aplicadas como tinta de fundo (primer), que
contém elevados teores de pigmentos anódicos, em
2.1.3.3.2 Proteção por passivação anódica relação à superfície metálica que se quer proteger
contra a corrosão.
De maneira simples, baseia-se na formação de
Com a utilização da proteção catódica
uma película protetora, nos materiais metálicos, por
consegue-se manter instalações metálicas
aplicação de corrente anódica externa. Essa corrente
completamente livres de corrosão por tempo
ocasiona polarização anódica, que possibilita a
indeterminado. Embora a proteção catódica possa
passivação do metal. Entre as condições necessárias
ser utilizada com eficiência para a proteção de
para aplicação da proteção anódica, devem ser
estruturas metálicas completamente nuas, sua
destacadas:
aplicação torna-se extremamente econômica e mais
O material metálico deve apresentar passivação simples quando as superfícies a proteger são
no meio corrosivo em que vai ser utilizado; previamente revestidas. Sua finalidade, nesses casos,
Todas as partes expostas devem ser passivas e consiste em complementar a ação protetora dos
mantidas nesta condição. Se qualquer parte revestimentos que, por melhores e mais bem
metálica não for passiva, tem-se o inconveniente aplicados que sejam, sempre se tornam deficientes
de pequena área anódica ativa para grande área com o passar do tempo.
catódica inerte ou passiva, com consequente
O mecanismo de funcionamento da proteção
ataque localizado.
catódica é extremamente simples, embora a sua
A aplicação da proteção anódica faz com que aplicação, na prática, exija bastante experiência por
a dissolução do filme seja impossível e, quando parte do projetista e do instalador do sistema. O
ocorre qualquer falha no filme, esse é processo corrosivo de uma estrutura metálica ocorre,
automaticamente reparado pela formação de novo principalmente, pela formação de áreas anódica e
filme ou película protetora. O êxito desse sistema vai áreas catódicas na superfície do material, e
depender do controle preciso do potencial, pois um consequentemente, o surgimento de diferença de
potencial não adequado (muito alto) pode ocasionar potencial entre os dois pontos.
a dissolução do metal. A proteção anódica só pode
Logo, proteger catodicamente uma estrutura
ser aplicada para matais ou ligas que se passivam,
significa eliminar, por processo artificial, as áreas
como ferro, níquel, cromo, titânio e respectivas ligas.
anódicas da superfície do material do metal fazendo
com que toda a estrutura adquira comportamento
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catódico. Como consequência o fluxo de corrente Pintura industrial de fabricação em série:
elétrica deixa de existir e a corrosão é totalmente é aquela cuja aplicação das tintas é feita por
eliminada. meio de instalações fixas, tais como cabines
de jateamento abrasivo ou banhos de
Esse método de proteção pode ocorrer de duas
soluções químicas, para limpeza e
formas diferentes, apesar de ambos serem baseados
condicionamento de superfície, cabines de
no mesmo princípio de funcionamento, que é o de
aplicação e estufas.
injeção de corrente elétrica na estrutura através do
Pintura industrial de campo: é aquela cuja
eletrólito. São eles proteção catódica galvânica ou
aplicação das tintas é feita por meio de
por anodos de sacrifício e proteção catódica por
instalações móveis, tais como máquinas para
corrente forçada.
jateamento abrasivo, pistolas ou outros
Nas tintas que atuam pelo mecanismo de equipamentos para a aplicação das tintas.
proteção catódica, o teor de pigmentos metálicos tem Sistema de pintura ou especificação de pintura
que ser de tal ordem que impeça que o veículo menciona além do conjunto de tintas, um maior
dificulte a continuidade elétrica entre as partículas detalhamento, por exemplo: preparo da superfície
do pigmento responsável pela proteção catódica, ou com remoção de óleos, graxas, gorduras e
seja, permitida a formação da pilha eletroquímica. principalmente produtos de corrosão (óxidos). Itens
compostos no detalhamento do sistema de pintura:
2.1.4 Fundamentos da pintura industrial
1) Preparo de superfície, grau de limpeza,
perfil de rugosidade;
O termo genérico pintura pode ser estendido a
2) Número de demãos de tinta, espessura de
três ramos da atividade humana:
película seca e úmida para cada tinta;
3) Intervalo de repintura entre demãos mínimo
Pintura artística é aquela em que o uso das
e máximo;
tintas e das cores tem a finalidade de expressar
4) Método de aplicação;
uma arte. Esta pintura é, portanto, exercida pelos
5) Diluente e diluição;
artistas, que usam na execução de quadros,
6) Tempos de secagem;
painéis, murais, etc.
7) Esquema de tintas;
Pintura arquitetônica é aquela em que o uso
8) Pot Life da tinta;
das tintas e das cores tem a finalidade de tornar
9) Tipo de tinta e relação de mistura;
agradáveis os ambientes. É usada na construção
10) Rendimento teórico (com e sem % de
civil e, não obstante possa ter também finalidade
Perdas).
protetora, visa fundamentalmente o
embelezamento das superfícies revestidas. Nota: Mencionar observações quando necessário.
18
maior ou menor grau, uma preparação da
superfície, para que haja um perfeito contato
entre a tinta de fundo e a superfície que está
sendo protegida. Além disso, a preparação da
superfície objetiva criar um perfil de rugosidade,
capaz de facilitar a adesão mecânica da tinta.
19
e esteticamente favorável aos equipamentos e Cor alumínio: para tanques de
instalações. armazenamento, vasos de pressão,
2.1.5.2 Aspectos de segurança industrial tubulações (executando-se as utilidades),
estruturas metálicas em geral, reatores,
As cores obtidas pela aplicação de tintas permutadores de calor, entre outros.
desempenham um importante papel na segurança Cor branca: para tanques de
industrial. Os principais usos das cores são: armazenamento de petróleo e derivados
leves, instalações de hidrocarbonetos
Vermelho: para indicação de equipamentos
gasosos em especial o gás liquefeito de
de segurança de um modo geral, como, por
petróleo e vapor.
exemplo: veículos de combate a incêndio,
Cor azul: para tubulações de ar
tubulações de água e fluidos de combate ao
comprimido.
incêndio, equipamentos de injeção de
Cor cinza-claro: vácuo.
espuma, extintores, etc.
Cor cinza-escuro: eletrodutos
Verde: para equipamentos de proteção
Cor verde: para tubulações de água.
pessoal.
Cor preta: para combustível de alta
Branco e branco com faixas pretas: para
demarcação de tráfego. viscosidade (óleo combustível).
20
É ainda importante que se utilize pintura em Tipo de preparo da superfície,
branco nos tanques de armazenamento de petróleo e particularmente o perfil de rugosidade
derivados claros, de modo a diminuir perdas por obtido.
evaporação. A pintura em branco, mesmo quando Um elevado perfil de rugosidade aumenta a
suja, provoca menores perdas por evaporação que superfície específica a ser pintada e,
qualquer outra cor. Desta forma, a utilização de cores consequentemente, o consumo de tinta;
claras é muito importante na obtenção de maior Estado inicial de oxidação da superfície a ser
luminosidade e maior conforto nos ambientes pintada. O grau de corrosão D da ISO 8.501
industriais. – 1 leva a um maior consumo de tinta;
Método de aplicação. A aplicação por
2.1.6 Aspectos econômicos trincha leva a perdas menores do que por
pistola;
Uma questão complexa é a estimativa da Condições ambientais. A aplicação à pistola
quantidade de tinta a ser usada, particularmente em locais com ventos fortes leva a um
quando da decisão de comprar a tinta em separado consumo de tinta exagerado;
da contratação dos serviços de aplicação. A partir da Tipo de tinta usada.
especificação usada na compra ou da folha de dados
do fabricante, conhece-se o rendimento teórico 2.1.6.1 Rendimento teórico
(m2/Litro) de cada tinta a ser usada.
O rendimento teórico é uma propriedade que O rendimento teórico da tinta não inclui no seu
está diretamente ligada ao percentual de sólidos por cálculo as perdas devidas ao método de aplicação, às
volume da tinta. Ou seja, o que dá origem à película condições de aplicação e ao treinamento do pintor.
é o volume de sólidos apresentado pela tinta Para obter o rendimento teórico do produto a ser
aplicada, já que o solvente, por volatilizar-se, não aplicado devemos utilizar a fórmula:
variará em relação ao teórico em função dos EPS = espessura da película seca (μm)
seguintes fatores:
10 = fator
Volume de sólidos de tinta;
Os sólidos por volume (SV) ou não voláteis
em volume (NVV) são fornecidos no boletim técnico
do produto ou no plano de pintura indicado. A
21
multiplicação pelo fator 10 é para encontrar o Perda estimada = 30 %
resultado expresso em m²/litro, caso queira o volume
Logo:
de galão deverá utilizar-se o fator 36 e assim por
diante. Fazendo um exemplo da aplicação da R𝑝 = 9 − 30%
fórmula de rendimento, tem-se:
𝑅𝑝 = 6,3 𝑚²/𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜
22
% Diluição 20% 𝑅𝑝 = 𝑅𝑡 − (% 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠)
Rendimento de 1 litro
5,3 m² 𝑅𝑝 = 9 − (25%)
de tinta
𝑅𝑝 = 6,75 𝑚2 ⁄𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜
Portanto:
Quantidade de tinta necessária:
𝑅$⁄ 10 + (2 × 0,2)
2 = área a ser pintada
𝑚 5,3 𝑄𝑡 =
𝑅𝑝
𝑅$⁄ = 1,96
𝑚2 1000
𝑄𝑡 =
6,75
Corresponde ao preço para se pintar um metro
quadrado com este tipo de tinta. 𝑄𝑡 = 148,15 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑖𝑛𝑡𝑎
𝑄𝑡 = 148,15 ÷ 3,6
2.1.6.5 Como calcular a quantidade de tinta
𝑄𝑡 = 41,15 𝑔𝑎𝑙õ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑖𝑛𝑡𝑎
necessária para pintura
2.1.6.6 Quantidade necessária de diluente
Devemos levar em consideração:
Na aquisição das tintas geralmente ocorre o
Área a ser pintada (m2)
esquecimento de comprar o diluente. Porém, o
Sólidos por volume da tinta (%)
fabricante já tem associado que o mesmo deve ser
Espessura da película seca da tinta (µm)
enviado mediante informação no boletim técnico na
Método de aplicação (Fator perdas)
proporção recomendada na diluição.
Número de demãos
Para o exemplo acima a quantidade de
Exemplo: Pintura de 1000 m2 de aço carbono diluente necessária para 148,15 litros de tinta, será:
com tinta epóxi na espessura de 50 micrometros. 29,63 litros de diluente ou arredondando 30 litros
Aplicar em 2 demãos. O sólido por volume da tinta (geralmente as embalagens são de 5 litros cada) ou
é de 45% e a aplicação será por pistola convencional de 06 galões. Não está inclusa a quantidade de
com perda estimada em 25% e diluição de 20%. diluente para a limpeza dos equipamentos de pintura.
Pode ser adquirido um diluente compatível mais
Rendimento teórico:
barato para efetuar a limpeza e que não poderá ser
𝑆𝑉 × 10 usado na diluição da tinta durante a aplicação.
𝑅𝑡 =
𝐸𝑃𝑆
45 × 10 3 TIPOS DE TINTAS
𝑅𝑡 =
50
23
convertíveis, tintas com veículos convertíveis 3.1.2 Tintas de estirenoacrilato
(convencionais e alto desempenho) e tintas com As resinas de estirenoacrilato são obtidas
veículos inorgânicos. através da polimerização de estireno com
acrilonitrila. A acrilonitrila está cada vez mais em
3.1 Tintas com veículo não convertíveis desuso em função da sua alta reatividade e toxidez.
Estas tintas são também denominadas de As tintas com veículo de estirenoacrilato se
“seminobres” ou lacas e, possuem algumas caracterizam por uma razoável retenção de cor e de
características fundamentais em comuns que, dentre brilho, sendo, portanto, um pouco resistentes a raios
as quais pode-se destacar: ultravioleta.
Exigência de limpeza de superfície de boa
A secagem destas tintas dá-se somente por
para excelente, em geral por jateamento ao
evaporação do solvente, sendo, portanto, sensíveis
metal quase branco ou hidrojateamento
aos seus solventes. As tintas de boa qualidade devem
muito elevado.
ser isentas de óleo e, portanto, não saponificáveis.
Mecanismo de formação de filme por
São recomendadas especialmente para tintas de
evaporação de solvente ou coalescência;
acabamento em equipamentos e instalações onde
Indicadas para atmosfera medianamente
seja importante certo grau de retenção de cor e
agressivas. brilho. A utilização mais indicada é para atmosferas
Dentro deste grupo podem ser destacadas as medianamente agressivas.
seguintes tintas:
3.1.1 Tintas acrílicas
3.1.3 Tintas de borracha clorada
As resinas de borracha clorada são obtidas a
As resinas acrílicas são obtidas por reações de
partir da cloração da borracha. As tintas fabricadas
adição, ativadas por peróxidos orgânicos. As tintas
com estas resinas são resistentes a ácidos e álcalis e
com veículo acrílico caracterizam-se pela excelente
são pouco tóxicas. A secagem destas tintas dá-se
resistência aos raios ultravioleta. Existem ainda as
somente por evaporação do solvente, sendo,
acrílicas hidrossolúveis que se tornam resistentes à
portanto, sensíveis a seus solventes. As tintas de
água após a secagem.
borracha clorada de boa qualidade devem ser isentas
Sua principal característica é a excelente de óleos secativos. São recomendadas para
retenção de brilho, não amarelando quando expostas atmosferas medianamente agressivas. Apresentam
a intempéries. As resinas acrílicas, devido a sua alguns problemas que limitam o seu uso como, por
grande resistência à decomposição pelos raios exemplo:
ultravioleta, bem como resistência a óleos e graxas, Degradação pelo calor por volta de 65°C,
quando incorporadas em formulações com outras liberando ácido clorídrico;
resinas, conferem ao conjunto todas essas Aparecimento de poros, ocasionando falha
propriedades. precoce;
24
Fissuras devido ao processo de exemplo, as tintas de acetato de celulose, as
plastificação. acrílicas-vinílicas, as alquídicas-silicones, etc.
de fundo), wash-primer e tinta de acabamento. A Dentro deste grupo podem ser destacadas as
seguintes tintas:
secagem destas tintas dá-se somente por evaporação
do solvente. Existem ainda as hidrossolúveis, que
secam por coalescência. 3.2.1 Tintas a óleo
25
alquídicas modificadas com óleo e boa resistência a
As resinas epóxi são polímeros caracterizados As tintas epóxis, geralmente são formuladas
pela presença de grupos glicidila (epóxi) em sua em alta espessura (da ordem de 120 a 150 µm por
molécula, além de outros grupos funcionais como a demão) e com pigmentos lamelares do tipo óxido de
hidroxila. Elas são comercializadas desde as décadas ferro, micáceo ou alumínio, proporcionando
de 30 e 40 e são obtidas basicamente por reação de excelente proteção por barreira. Estas tintas têm tido
condensação entre a epicloridrina e o Bisfenol A, um grande incremento em seu uso em manutenção
dando assim, a resina mais comum e conhecida como industrial, particularmente em locais onde o
(EDGBA) Éter de Diglicidiu de Bisfenol A. jateamento abrasivo for de difícil execução.
A seguir, apresentamos estrutura geral da
resina epóxi. 3.2.5.1 Agentes de cura das tintas epóxis
27
1. Agente de cura poliamida mesmo em baixa temperatura (0° C). Possui
excelente resistência à umidade durante a cura e
As tintas epóxis, curadas com poliamidas são
oferece uma boa resistência química e a
muito utilizadas como primer, intermediário ou
flexibilidade.
acabamento em diversos esquemas de pintura na
indústria, em plataforma marítima, áreas portuárias. Estas propriedades únicas tornam este tipo de
Boa resistência a: umidade e imersão em tinta, uma excelente opção para o segmento naval e
água; offshore e também para locais onde não é desejável
Bom desempenho quanto a: aderência, o cheiro característico dos solventes aromáticos,
flexibilidade e impacto; possibilitando produtos Low VOC, com baixo teor
2. Agente de cura com poliamina de compostos orgânicos voláteis.
28
A cetimina é bloqueada em ambientes de São tintas que dependendo da formulação
baixa umidade, mas o contrário ocorre durante podem ser aplicadas em altas espessuras, entre 125
aplicação da tinta em locais onde houver umidade µm e 400 µm. Tais tintas associam as propriedades
residual no substrato e/ou no ambiente, de excelente resistência e inércia química, do
desbloqueando-a, liberando amina para reagir com o alcatrão de hulha, com a excelente resistência a
grupo epoxídico, secando e curando o produto imersão em água, das resinas epóxis, obtendo um
lentamente liberando cetona (MIBK), que por sua excelente custo/benefício do produto final.
vez é volátil.
Estas tintas têm usos recomendados como
revestimento único em peças e estruturas submersas
3.2.5.2 Tintas éster de epóxi
ou enterradas. Cada vez mais, em função de uma
crescente pressão social, as tintas epóxis de alcatrão
As resinas epóxi podem também ser de hulha estão deixando de serem especificadas e
modificadas com óleo secativo, dando origem as recomendadas para utilização nos novos planos e
chamadas éster de epóxi, que são comparáveis ou esquemas de pintura em função do seu nível de
superiores as alquídicas e fenólicas modificadas com toxidez e estão sendo gradativamente substituídas
óleos. A secagem ou cura das tintas epóxi dá-se por pelas tintas epóxis tar free.
polimerização (polimerização por condensação). As
tintas éster de epóxi, são monocomponentes e são
3.2.5.4 Tintas epóxis tar free
usadas tradicionalmente em formuladas de primers
anticorrosivos e tintas ricas em zinco para proteção
As tintas Epóxis Tar Free levam vantagens
do metal. Estas tintas proporcionam excelentes
em relação as tintas de alcatrão de hulha epoxídicas
propriedades adesivas, também dureza e
uma vez que, estas tintas não apresentam metais
flexibilidade. Algumas resinas éster de epóxi de
pesados como chumbo, cádmio, cromo ou mercúrio
nova geração, são utilizadas em formulações de
na sua composição, o que as classificam entre as
tintas à base de água, tintas ecologicamente corretas.
tintas ecológicas (heavy metal-free paint).
3.2.5.3 Tinta de alcatrão de hulha epóxi São tintas de alto teor de sólidos por volume
(HS – High Solids) e que propiciam aplicação em
espessuras de película seca que variam entre 0,2mm
As resinas epóxis também podem reagir com
à 1mm, com baixíssimo teor de compostos orgânicos
produtos betuminosos (alcatrão), sendo fornecidas
voláteis, que também as classificam dentre as tintas
em duas embalagens, um contento o alcatrão de
(Low VOC).
hulha mais a resina poliamida ou poliamina, e a outra
contendo a resina epóxi. Esta mesma tinta, é
conhecida por diferentes terminologias, como por 3.2.5.5 Shop primer epóxi
29
aderência, de fácil aplicação e bom rendimento. Suas (resinas de poliéster curadas com isocianato
principais características são: sua aderência sobre alifático), e também alto sólidos, secagem rápida,
metais não ferrosos, aplicação em baixa espessura, bom aspecto, propriedades niveladores e de fácil
não interfere na qualidade dos processos de solda, lixabilidade (resinas de poliéster curadas com
ótima resistência mecânica, secagem rápida e é isocianato aromático).
compatível com diversos tipos de acabamentos.
Basicamente, as resinas de poliuretano são
obtidas da reação de polióis, polímeros hidroxilados
3.2.5.6 Tintas epóxis ricas em zinco
(OH) com isocianatos (NCO). Os polióis podem ser
resinas de poliéster ou acrílicas poliidroxiladas e os
Trata-se de tintas de alta performance, para isocianatos são resinas de isocianato alifático ou
utilização como tinta de fundo. São altamente isocianato aromático.
pigmentadas em zinco, com teor de pó de zinco, em
Agente de cura a base de Isocianato Alifático:
peso, entre 75 a 95% na película seca. É uma tinta
Os poliisocianatos alifáticos e ciclo-alifáticos
com veículo epóxi, curada com amida. É
permitem obter tintas de poliuretano, com
recomendada como tinta de fundo, de alta
excelentes propriedades de resistência a
performance, para atmosferas altamente agressivas e
onde se deseja maior vida útil do esquema de pintura. intempéries, pois, esses isocianatos são
resistentes à ação dos raios ultravioleta. Essas
As tintas epóxis ricas em zinco propiciam tintas também se caracterizam por uma
proteção catódica ao aço carbono. Evitam a excelente estabilidade da cor.
progressão da corrosão em áreas da pintura que
Agente de cura a base de Isocianato
eventualmente sofrem danos mecânicos. Deve ser
Aromático: É recomendado para ambientes
aplicada sobre aço carbono jateado, mas pode ser
abrigados onde se deseja uma tinta de
usada para retoques em sistemas de pintura
poliuretano de boa aderência, secagem rápida e
compostos com tintas inorgânicas de zinco. Pode
boa lixabilidade, contudo, apresentam baixa
receber como acabamento, tintas epóxi ou epóxi
resistência à radiação ultravioleta do sol e menor
betuminosas.
estabilidade de cor.
3.2.6 Poliuretano
3.2.6.1 Poliuretano Poliaspártico
30
tintas de poliuretano de altos sólidos. Na reação, o As resinas combinadas, ou copolimerizadas
éster poli aspártico se fixa e deixa de ser volátil. permitem que a tinta ofereça uma secagem ao toque
e podem resistir algum tempo antes de serem
A reatividade única e ajustável dos ésteres poli
colocadas em cura por aquecimento (pré-cura).
aspárticos permitem a criação de revestimentos de
cura rápida à medida das necessidades de cada Depois de atingir temperaturas ao redor de
aplicação. O recurso de cura rápida destes 400 ºC todos os materiais orgânicos da resina são
revestimentos pode proporcionar melhorias decompostos por ação do calor (pirólise). O produto
significativas de produtividade, economia de que resta tem uma composição estequiométrica de
dinheiro, juntamente com aplicação em alta SiO2. É esta camada que firmemente liga pigmentos
espessura, cura a baixa temperatura e resistência à e cargas entre si e ao substrato (mecanismo de
abrasão e à corrosão. No entanto, os revestimentos aderência química).
poli aspárticos são muito diferentes em ambas
Já as tintas de silicones pura são
aplicações e propriedades de desempenho de
recomendadas para pintura de equipamentos que
revestimento das poliuréias convencionais.
operem com temperatura ao calor seco de até 500 ºC
Esta tinta é recomendada quando se deseja e 600°C. Estas tintas são pigmentadas com óxido de
maior retenção de cor, não amarelando com tempo. ferro preto e alumínio, pois são pigmentos que
Mas, também aqui, há diferenças notáveis. Os resistem a degradação do calor de 600 ºC e 650 ºC
revestimentos poli aspárticos, por exemplo, pode ser respectivamente. Elas necessitam de pré-cura,
formulado para se obter altíssimo teor de sólidos por devendo se elevar a temperatura gradualmente, 50
volume (70-100% de sólidos) e também pode ser ºC/hora até atingir a faixa de temperatura que pode
aplicado em espessuras muito elevadas (variando variar entre 180 e 230ºC, mantendo-a por
entre 150 µm e 250 µm numa única demão). aproximadamente 3 horas.
As tintas poli aspárticas tem secagem muito Via de regra, tintas de silicone são
mais rápida do que os poliuretanos alifáticos de recomendadas sobre primer inorgânico de zinco,
secagem convencional e são recomendados em uma vez que desta forma, a proteção anticorrosiva é
aplicações onde a cura rápida significa efetivamente aumentada, contudo, em alguns casos, também
“maior produtividade” na operação de pintura. podem ser aplicadas diretamente sobre o metal.
O armazenamento de tintas liquidas, solventes O local deve ser de fácil acesso e com as vias
e diluentes, deve ser feito de maneira correta a fim de acesso sempre desimpedidas;
de evitar quaisquer acidentes, manter a qualidade do Remover as latas das caixas de papelão,
produto, evitar perda de material e assegurar a quando enviadas embaladas nas mesmas
segurança das pessoas que transitam próximas ao Instalar no local extintores de pó químico
local de armazenamento. Para isso algumas seco, tanto na área interna como externa em
precauções devem ser tomadas. local visível;
O local deve ser bem iluminado, se possível
32
com luz natural, através de janelas com Ao remover a tinta de dentro da embalagem,
vidros aramados; entornar a tinta sempre pelo lado contrário a
A temperatura da sala de armazenamento colocação da etiqueta para não obstruir os dados
não deverá ultrapassar a 40ºC. sobre o produto;
A etiqueta do produto contém muitas
4.2 Cuidados no armazenamento informações importantes para o pintor, como
nome do produto, código do produto, número de
possibilite a retirada em primeiro lugar das latas catalisação, qual componente utilizar e diluente
33
Viabilizar economicamente as instalações
industriais construídas com materiais
metálicos;
Manter a Integridade Física dos
Equipamentos e instalações industriais;
Garantir a Máxima Segurança Operacional,
evitando-se paradas operacionais não-
programadas e lucros cessantes;
Figura 9: Ciclo dos metais Garantir a máxima Segurança Industrial,
evitando- se acidentes e problemas de
O estudo da corrosão envolve conhecimento
poluição ambiental.
de vários campos da ciência, dentre os quais podem
ser destacados: Com o avanço tecnológico, mundialmente
alcançado, o custo da corrosão se eleva tornando-se
Química;
um fator de grande importância. Em termos de
Eletroquímica;
quantidade de material danificado pela corrosão,
Metalurgia;
estima-se que uma parcela superior a 30% do aço
Termodinâmica;
produzido no mundo seja usada para reposição de
Físico-Química; peças e partes de equipamentos e instalações
Cinética Química. deterioradas pela corrosão.
34
formas pelos fenômenos de polarização e deve-se levar em consideração o que ela pode
passivação, os quais, associados aos processos de representar em:
proteção, proporcionam a utilização econômica e Questões de segurança: corrosão localizada
segura dos materiais metálicos. muitas vezes resulta em fraturas repentinas de
partes críticas de equipamentos, aviões e pontes
Dos processos de proteção anticorrosiva
causando além de perdas materiais, perdas de
utilizados, a pintura industrial constitui o de maior
vidas humanas;
importância se considerados os aspectos de
Interrupção de comunicações: corrosão em
viabilidade técnica e econômica e extensão de sua
cabos telefônicos e em sistemas de
aplicação.
telecomunicações;
As perdas indiretas são mais difíceis de serem Preservação de monumentos de valor históricos
avaliadas, mas pode-se afirmar que, em muitos inestimável: corrosão atmosférica acelerada
casos, totalizam custos mais elevados do que aqueles pelos poluentes atmosféricos como óxidos de
causados por perdas diretas. Pode-se citar como enxofre que formam ácido sulfuroso e sulfúrico,
exemplo de perdas indiretas: componentes da chuva ácida que não só ataca
Perda de produto, como perdas de óleo, gás ou odontologia e diferentes setores da medicina
água através de tubulações corroídas; Perda de utilizam diferentes materiais metálicos sob a
produtos de corrosão, como no caso de caldeiras consolidação de fraturas ósseas que devem
Contaminação de produtos por sais metálicos vista a destruição dos materiais metálicos pela
36
Às formas da corrosão: Uniforme, placas,
alveolar, puntiforme, intergranular, trasgranular,
filiforme, esfoliação, grafítica, dezincificação,
em torno de solda e empolamento pelo
hidrogênio.
Ao mecanismo eletroquímico de corrosão:
Corrosão galvânica e corrosão eletrolítica.
Às condições operacionais: Corrosão sob tensão
fraturante, corrosão sob fadiga, corrosão sob
atrito, corrosão – erosão, corrosão por pilhas de
concentração e corrosão por aeração diferencial.
Ao meio corrosivo: Corrosão atmosférica, pelo
solo, pela água, por microrganismos e em
temperaturas elevadas.
37
5.3.1 Formas de corrosão
A corrosão pode ocorrer, quanto ao aspecto, sob diferentes formas, e o conhecimento das formas é muito
importante no estudo de um processo corrosivo. A caracterização da forma de corrosão auxilia bastante no
esclarecimento do mecanismo e na aplicação de medidas adequadas de proteção.
38
Uniforme: a corrosão se processa em toda a Nessas duas formas de corrosão, embora não
extensão da superfície, ocorrendo perda haja perda de massa significativa, ocorre o
uniforme de espessura, com formação, como no comprometimento das características mecânicas dos
caso do ferro, de escama de ferrugem. É materiais metálicos, os quais perdendo suas
chamada, por alguns de corrosão generalizada, o propriedades mecânicas podem fraturar quando
que não é aceito de maneira ampla, pois se pode solicitados por esforços mecânicos tendo-se então, a
ter também corrosão por alvéolos ou pites, de corrosão sob tensão fraturante, chamada também,
maneira generalizada em toda a superfície corrosão sob tensão ou por estresse.
metálica.
Evidentemente elas assumem maior gravidade
Placas: a corrosão se localiza em regiões da
do que aquelas anteriormente apresentadas. Quando
superfície metálica e não em toda sua extensão,
a solicitação mecânica é permanentemente aplicada
formando placas com escavações.
tem-se a corrosão sob tensão fraturante e, quando a
Alveolar: a corrosão se processa produzindo
solicitação é cíclica, isto é, não constante, tem-se a
sulcos ou escavações semelhantes a alvéolos,
corrosão sob fadiga, tendo-se, nos dois casos,
apresentando fundo arredondado e profundidade
fraturas no material metálico. As ligas de cobre em
geralmente menor que o seu diâmetro.
presença de soluções amoniacais e solicitações
Puntiforme: a corrosão se processa em pontos mecânicas sofrem facilmente a corrosão sob tensão
ou em pequenas áreas localizadas na superfície fraturante.
metálica, produzindo pites, que são cavidades
apresentando profundidades geralmente maiores Filiforme: a corrosão se processa sob a forma de
tem- se a conhecida corrosão por pite ou por direções, porém não em profundidade. Ocorre
pitting. Deve-se considerar que não existem geralmente em superfícies metálicas com
importante, porém, considerar que elas são entre umidade relativa elevada, da ordem de 85% e
que trazem maiores inconvenientes aos oxigênio e água. Ela se inicia, comumente, em
39
camadas ocasionando o inchamento do material difundindo, exercendo pressão e originando a
metálico. formação de bolhas no material metálico, daí o
Corrosão grafítica: a corrosão se processa no nome de empolamento.
ferro fundido cinzento e o ferro metálico é
convertido em produtos de corrosão, restando à 5.4 Mecanismo eletroquímico de corrosão
grafite intacta. Observa-se que a área corroída
fica com aspecto escuro, característico do Oxidação é a perda de elétrons por uma
grafite, que pode ser facilmente retirada com espécie química e redução é o ganho de elétrons.
uma espátula. Em tubulações de ferro fundido Assim quando o ferro (Fe) é atacado por ácidos,
para condução de água potável, observa-se que, como, por exemplo: clorídrico ou muriático (HCl),
mesmo com corrosão grafítica, a espessura da obtém-se as reações de oxirredução.
parede permanece com a sua dimensão
Fe → Fe2+ + 2e- (oxidação)
praticamente original.
Dezincificação: é a corrosão que ocorre em ligas 2H+ + 2e- →H2 (redução)
de cobre-zinco (latões) observando-se o
Fe + 2H+ → Fe2+ + H2 (oxirredução)
aparecimento de regiões com a coloração
avermelhada, devida ao cobre, contrastando com No caso de um metal qualquer, tem-se a
40
Tabela de potenciais de oxidação Resulta do acoplamento de materiais
metálicos com diferentes potenciais quando
colocados acoplados em presença de um eletrólito
(exemplo: água do mar), gerando uma transferência
de cargas elétricas de um para o outro, por terem
potenciais elétricos diferentes.
41
água salgada, estacas de plataformas marítimas enterradas, como oleodutos, gasodutos, adutoras,
etc. minerodutos e cabos telefônicos.
A ligação entre materiais metálicos deve ser
Definida como sendo a deterioração de um
precedida de consulta à tabela de potenciais ou
material metálico forçado a funcionar como ânodo
as tabelas práticas a fim de se prever a
ativo de uma célula ou pilha eletrolítica. Geralmente
possibilidade de caracterização do ânodo e do
as áreas corroídas se apresentam livre do produto de
cátodo, da pilha possivelmente resultante e
corrosão e, como é uma forma de corrosão
indicação de medidas protetoras.
localizada, em pouco tempo tem-se a formação de
Pode-se estabelecer uma pilha em que se tenha
pites ou alvéolos com a consequente perfuração das
como fonte doadora de elétrons, não um metal,
tubulações. Logo, pode-se concluir que as áreas
como visto nos casos anteriores, mas sim uma
corroídas serão aquelas em que as correntes de fuga
fonte de corrente contínua para imprimir a
saem da tubulação, ou instalação metálica, para o
corrente necessária para proteção. Essas fontes
eletrólito ou meio ambiente (solo ou água).
são, mais frequentemente, retificadoras de
correntes e, menos usuais, baterias As medidas mais usuais de proteção são:
geradores. Nesse caso a estrutura a ser protegida máquinas de solda, emprego de revestimento e
é colocada como cátodo da pilha usando- se emprego de proteção catódica. Essas medidas podem
anodos inertes, para fechar o circuito elétrico. Os ser usadas isoladas ou conjuntamente. Quando elas
Grafite, ferro silício e magnetita: no solo. ocasionar corrosão nas áreas onde abandonam essas
instalações para retornar ao circuito original através
Ligas de ferro-silício-cromo, e chumbo-
do solo ou da água.
antimônio – prata, titânio platinizado e nióbio
platinizado: em água do mar.
Essa proteção é chamada proteção catódica por 5.4.3 Corrosão sob atrito
com ânodos de sacrifício, aplicando – se em das quais pelo menos uma metálica, for sujeita a
baixa, e alta resistividade. E muito usada em comumente por vibrações, observa-se a corrosão sob
grandes instalações como oleodutos, gasodutos, atrito, também chamada corrosão sob fricção ou
adutoras e estacas de píeres de atracação. corrosão por atrito oscilante. Na pilha formada a
região anódica, portanto corroída, é aquela onde a
concentração do íon metálico é menor, e a região
5.4.2 Corrosão eletrolítica
catódica é aquela onde a concentração do íon
metálico é maior.
Corrosão por eletrólise ou eletrolítica ou
corrosão por correntes de fuga, ocorre em tubulações
42
É comum ocorrer essa pilha quando se têm Em estruturas metálicas colocadas no mar,
superfícies metálicas superpostas e em contato, como estacas de píeres de atracação e plataformas
havendo, entre elas, pequenas frestas por onde o submarinas para prospecção de petróleo, observa-se
eletrólito possa penetrar. Ocorre também no contato corrosão mais acentuada na faixa de variação de
entre superfícies metálicas e não metálicas, desde maré e de respingos. Pode-se justificar este
que haja frestas. A fresta deve ser suficientemente admitindo-se que além, por exemplo, da ação
estreita para manter o meio corrosivo estagnado e mecânica da água do mar associada com ondas haja
suficientemente larga para permitir que o meio a formação de pilhas de aeração diferencial, cujas
corrosivo penetre nela. áreas anódicas vão se deslocando conforme a maré
vai subindo ou descendo.
Conhecendo-se o mecanismo desse processo
corrosivo, entende-se perfeitamente porque se Para evitar esta corrosão, tem sido bastante
procura como medidas de proteção: Usar massas de usado, com bons resultados, o emprego de
vedação, ou selantes, à base de silicones, epóxi ou revestimento com massa epóxi a dois componentes,
asfalto em locais onde possa haver formação de aplicado nas estacas já montadas: faz-se na área de
frestas e presença de eletrólito. variação de maré o jateamento e a seguir aplica-se a
massa epóxi, que polimeriza mesmo debaixo da
5.4.4 Corrosão por aeração diferencial
água, atingindo-se espessura de cerca de 3 mm para
proteção das partes sempre submersas recomenda-se
É a corrosão que ocorre quando se tem um
o uso de proteção catódica, principalmente por
mesmo material metálico em contato com um
corrente impressa ou forçada.
eletrólito diferentemente aerado. Na pilha de aeração
diferencial o ânodo é a área menos aerada e o cátodo Os processos de corrosão por concentração
a mais aerada. É uma corrosão localizada e, portanto, iônica e por aeração, quando não se observam certas
produz ataque acentuado em determinadas regiões precauções, são frequentes e, por isso, têm muita
ocorrendo à formação de pites ou alvéolos. importância as seguintes medidas que visam
minimizar as possibilidades de ocorrência de
A corrosão por aeração diferencial é
condições causadoras:
responsável por grande número de casos de corrosão
nas mais variadas instalações e equipamentos Reduzir, ao mínimo necessário, a possibilidade
industriais. Na junção de peças metálicas por rebites de frestas, principalmente em meios aquosos,
ou parafusos podem existir frestas e, como nessas contendo eletrólitos ou oxigênio dissolvidos;
frestas a aeração é pequena, resulta uma baixa Especificar juntas de topo e ressaltar a
concentração de oxigênio no eletrólito que se necessidade de penetração completa do metal de
encontra em contato com o metal fora das frestas. solda, para evitar a permanência até mesmo de
Nota-se, que a área mais atacada, ou corroída é no pequenas fendas;
interior das frestas. Usar soldas contínuas;
Usar juntas soldadas ao invés de juntas
parafusadas ou rebitadas;
43
Impedir a penetração do meio corrosivo nas Águas naturais (dos rios, dos lagos ou do
frestas por meio de massas de vedação ou subsolo): estas águas podem conter sais
selagem; minerais, eventualmente ácidos ou bases,
Evitar frestas entre um isolante e o material resíduos industriais, poluentes diversos e gases
metálico; dissolvidos. O eletrólito constitui-se
Evitar cantos, áreas de estagnação ou outras principalmente da água com sais dissolvidos. Os
regiões favoráveis à acumulação de sólidos; outros constituintes podem acelerar o processo
Especificar desenhos que permitam uma fácil corrosivo.
limpeza da superfície, aplicação de Água do mar: esta água contém uma quantidade
revestimentos protetores e completa drenagem; apreciável de sais, sendo desta forma um
Estabelecer uma rotina de frequente e completa eletrólito por excelência. Outros constituintes
limpeza nas áreas metálicas sujeitas ao acúmulo como gases dissolvidos, podem acelerar o
de depósitos e incrustações; processo corrosivo.
Alguns solos apresentam também características 3) Atmosfera industrial: envolvem regiões com
ácidas ou básicas. O eletrólito constitui-se muitos gases provenientes de combustão,
principalmente da água com sais dissolvidos. particularmente gases oriundos de combustíveis
44
com alto teor de enxofre e outros processos doce; imersão em produtos de petróleo; imersão
industriais; em produtos químicos;
4) Atmosfera úmida: locais com umidade relativa 3) Superfícies quentes: as superfícies quentes
do ar média acima de 60%, com predominância envolvem quatro subcasos: de 80° a 120°C; de
de valores superiores a 75%; 120° a 250°C; de 250° a 500°C; acima de 500°C;
5) Atmosfera urbana e semiindustrial: ocorre nas 4) Atmosfera medianamente agressiva: são
cidades onde se tem uma razoável quantidade de consideradas atmosferas medianamente
gases provenientes de veículos automotores e agressivas a atmosfera úmida, a urbana e a
uma indústria razoavelmente desenvolvida; semiindustrial. Estão incluídos neste caso locais
atmosfera rural e seca: locais, em geral no junto à orla marítima, com afastamento superior
interior, onde não há gases industriais ou sais em a 500 metros (m), desde que não recebam os
suspensão e a umidade relativa do ar se apresenta ventos predominantes na direção da instalação
com valores sempre baixos. ou da estrutura a ser pintada e seja localizada a
nível próximo do mar;
Imersão 5) Atmosfera pouco agressiva: é considerada
atmosfera pouco agressiva a atmosfera rural e
1) Líquidos aquosos: a agressividade dependerá da seca.
resistividade elétrica, que é função da presença
de sais ou gases dissolvidos. A pior condição,
neste caso, é a água salgada aerada. 6 PRÁTICAS DE PROJETO
2) Derivados de petróleo: são de modo geral pouco
agressivos, com exceção do espaço de vapor em São métodos que consistem na utilização de
tanques de armazenamento que pode conter H2S práticas reconhecidas como eficazes na proteção
e tornar-se bastante agressivo e do petróleo anticorrosiva de equipamentos e instalações
bruto, sempre associado à água salgada. industriais. Todas essas práticas visam, de modo
3) Produtos químicos: a agressividade dependerá geral, evitar o aparecimento de pilhas de corrosão,
da presença de água ou de umidade e do grau de bem como assegurar um adequado controle da
ionização da substância química. corrosão, nos casos em que se torna absolutamente
inevitável a sua existência.
Condições corrosivas Dentre esses métodos estão incluídos:
conjugada com qualquer uma das anteriores; 2) Evitar frestas: desta forma evita-se o
45
3) Evitar grande relação entre área catódica e área 9) Prever drenagem de águas pluviais: as águas
anódica: quando existirem áreas anódicas e pluviais, ou de qualquer outra origem, quando
catódicas, as áreas anódicas devem ser retidas em contato com a superfície metálica,
substancialmente maiores que as catódicas, a fim aceleram os processos corrosivos.
de assegurar uma menor taxa de corrosão; 10) Evitar regiões em contato entre si (apoiadas),
4) Prever sobreespessura de corrosão: os onde não haja estanqueidade e acesso para a
equipamentos devem ser projetados prevendo-se pintura: a entrada e o consequente acúmulo de
uma sobreespessura de material, que será eletrólito entre as duas superfícies podem
consumida durante a vida útil do equipamento, provocar forte processo corrosivo.
em virtude dos processos corrosivos. A
sobreespessura de corrosão é uma prática de 6.1 Fatores importantes para analisar
projeto bastante aplicável quando o equipamento
ou a instalação estiverem sujeitos a um processo As condições previas em que se contra o
corrosivo uniforme e generalizado. equipamento ou a estrutura, verificando-se, se todas
5) Evitar cantos vivos: os cantos vivos são regiões as áreas são planas, se existem regiões sujeitas a
onde os revestimentos e películas protetoras são estagnação de água, se as soldas estão bem acabadas,
de maior dificuldade de aplicação e mais a existência de cantos vivos, sujeito aos ataques
facilmente danificáveis, sendo, portanto, boa químicos. Se a pintura será nova ou renovação.
prática evitá-los;
As condições de exposição, é importante
6) Prever fácil acesso para manutenção às áreas
saber se o equipamento irá trabalhar em condições
suscetíveis à corrosão: os equipamentos ou
de imersão, enterrada, ou exposta à atmosfera,
instalações devem possuir acesso às regiões
devendo-se levar em conta ainda o tipo de atmosfera
sujeitas a corrosão, a fim de que possam ser
(rural, urbana, industrial ou marítima), como
inspecionadas periodicamente e realizados os
também verificar as condições operacionais, se
trabalhos de manutenção necessários;
sujeitas às altas temperaturas, ou baixas, abrasão,
7) Prever soldas bem acabadas: soldas com falta de
entre outros.
penetração e outros defeitos superficiais podem
propiciar o acúmulo de fluidos, depósito de Verificar em qual superfície a ser pintada (aço
sólidos (rebarbas), além de contribuírem para o carbono, alumínio, aço galvanizado, concreto, etc.)
aparecimento de concentração de tensões. Como como também se o ambiente é interno ou externo, se
se sabe, as soldas são regiões mais propensas à ocorre incidência de luz sobre o revestimento.
corrosão; Verificar qual a possibilidade do tratamento da
8) Evitar mudanças bruscas de direção no superfície (jateamento, manual, mecânico) e também
escoamento de fluidos contendo sólidos em qual a disponibilidade de equipamento de pintura
suspensão: fluidos contendo sólidos em (pistola, trincha, rolo).
suspensão provocam erosão em regiões onde
haja mudanças bruscas de direção.
46
7 PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIES quente (40 a 60 ºC), em seguida é efetuado uma boa
lavagem com água limpa.
A preparação da superfície metálica constitui Alguns tipos de óleos minerais não são
uma etapa importantíssima na execução de uma saponificáveis e para a sua remoção se faz necessário
pintura industrial. Ela é definhada pelo esquema de o uso de solventes orgânicos apropriados, ou de
pintura, uma vez que varia em função da natureza tensoativos em formas de soluções (detergentes) que
das tintas que se vai aplicar e do desempenho é muito eficiente, também na remoção de sais e
esperado pelo esquema de pintura. óxidos solúveis. E muito importante lavar bem as
A preparação é realizada com dois grandes peças após a aplicação dos tensoativos para remover
objetivos: possíveis resíduos do mesmo que irá interferir na
Remover da superfície materiais que possam aderência da tinta.
impedir ser contato direto com a tinta.
Criar condições adequadas para uma boa 7.1.2 Desengraxe com solvente
aderência, incluindo um adequado perfil de
rugosidade. Antes de definir qual a forma de desengraxe a
ser usado, é importante conhecer o tipo de
7.1 Tipos de limpeza de superfície contaminante a ser removido. Embora pouco
eficiente, esse método ainda é muito utilizado para
Os principias tipos de limpeza para a pintura de remover graxas, óleos solúveis, lubrificantes e óleos
equipamentos e instalações industriais, são: protetivos que restam depositados sobre a superfície
Limpeza química; após operações de usinagem e manuseio, bem como
Limpeza manual; a remoção de poeiras, cavacos e outros. Os solventes
Limpeza com ferramentas mecânicas usados podem ser de muitos tipos: Thinners de
manuais; limpeza, diluentes, “Solvenraz”, etc.
Limpeza com jateamento abrasivo; Algumas empresas ainda utilizam solventes
Hidrojateamento; clorados, embora não inflamáveis, são tidos como
Fosfatização. tóxicos. Por isso quando usados, deve-se sempre ser
instalado em locais muito bem ventilados. O método
7.1.1 Limpeza química de aplicação de solventes consiste em: Fricção com
47
panos limpos (brancos), imersão, spray, desengraxe
por vapor (solventes clorados).
48
granalha de aço, escória de cobre, dentre outros. O O compressor deve fornecer o ar com uma
jato abrasivo é obtido pela projeção, sobre a pressão da ordem de 0,6 MPa (100 psi) no bico e uma
superfície, de partículas de abrasivo, impulsionadas vazão de ar compatível com o tamanho do
por um fluído, em geral o ar comprimido. Este tipo equipamento de jato e com o diâmetro interno do
de limpeza é um dos mais recomendados para bico. O ar deve ser desumidificado no separador de
aplicação de pintura, por ser de grande rendimento umidade e ter o óleo removido no filtro. O vaso de
de execução, proporcionar uma limpeza adequada e pressão deve ser de duplo compartimento e possuir
deixar na superfície uma rugosidade excelente para válvula de segurança e uma válvula automática para
uma boa ancoragem da película de tinta. enchimento. A válvula de mistura ar-abrasivo deve
ser de características compatíveis com o
Para que o desempenho do esquema de pintura
equipamento.
não seja prejudicado por um eventual excesso de
rugosidade da superfície, sugere-se que seu valor Abaixo pode-se observar as áreas de impacto
seja relacionado com a espessura total do filme. O de bicos tipo retos e Venturi, onde se pode verificar
equipamento para jateamento abrasivo constitui-se que nos bicos tipo Venturi a área de alto impacto
basicamente dos seguintes componentes: ocupa toda a superfície de jato, conduzindo a uma
maior efetividade no jateamento, em especial no seu
rendimento. O jatista deve ser protegido, para sua
perfeita segurança, por um capacete e uma máscara
com entrada de ar puro, vestuário adequado e luvas.
49
7.1.4.1 Perfil de Jateamento 7.1.4.2 Tipos de abrasivos
Experiências de laboratório têm mostrado que hidrojateamento. O jateamento com areia úmida
a “perda” na espessura de película seca equivalente apresenta o inconveniente da oxidação rápida sofrida
à metade do perfil de jateamento é usual. Nos locais até a evaporação da água, o que pode ser evitado com
onde o aço for jateado por granalha esférica de aço e o uso de inibidores de corrosão, sendo o mais
pintado com primer de montagem, a influência é empregado até o momento o nitrito de sódio. Após o
pequena, mas quando foi feito jateamento na ocasião jateamento à úmido, deve se lavar as peças com água
da pintura, particularmente com granalha grossa, limpa e secar rapidamente com ar comprimido limpo
50
oxidação após a aplicação desta primeira demão. O
perfil de rugosidade obtido no jateamento da
Rugosidad e média
Altura máxima de
MÁXIMO DA do abrasivo.
PARTÍCULA
perfil (µm)
Abertur Nº da
(µm)
a da peneir
ABRASIVO peneira a 7.1.4.4 Orientação para operação com
(mm) AST
M E- abrasivo
11
Granalha de
aço Os trabalhos de limpeza com jato devem ser de
(Partícula
angular) modo a não danificar a pintura já realizada, a
Nº G 50 SAE 0,7 25 85 70
qual deve ser protegida adequadamente.
Nº G 40 SAE 1,0 18 90 75
Nº G 25 SAE 1,2 16 100 80 Equipamentos já montados devem ser
Nº G 16 SAE 1,7 12 200 150
Granalha de protegidos com lonas e exigem atenção especial.
aço
Num turno normal de trabalho, um jatista usando
(esféricas)
Nº S 230 SAE 1,0 18 80 65 bico de 4,5 mm (3/8") como pressão de 7 kg/cm2
Nº S 280 SAE 1,2 16 85 70
Nº S 330 SAE 1,4 14 90 75 - (100 psi) - deve render em média o seguinte:
Nº S 390 SAE 1,7 12 95 80
Jato branco - Sa 3. 60
m2/dia/bico
Após a operação de jateamento abrasivo, a
Jato quase branco - Sa 2 ½ .... 70 -
superfície a ser pintada deve ser limpa com ar seco,
80 m2/dia/bico
removendo-se a poeira proveniente do mesmo,
Jato comercial - Sa 2 100
evitando-se assim problemas de deficiente adesão de
m2/dia/bico
tinta, bem como eventual impregnação com
partículas grosseiras. Jato ligeiro - Sa 1 acima de
150 m2/dia/bico
A rugosidade da superfície após a limpeza,
Em situações de jateamento em áreas
particularmente com abrasivos, deve ser
confinadas, instalar exaustores com mangotes
proporcional à espessura mínima recomendada pelo
para jogar a poeira longe do local de pintura ou
esquema de pintura, sendo comum adotar-se um
equipamentos.
perfil médio de rugosidade do material de cerca de
1/4 a 1/3 da espessura total da camada de tintas
Não se deve jatear quando a umidade relativa
prevista pelo esquema de pintura.
do ar for maior que 85%.
Nos casos onde o intervalo de tempo entre a
aplicação da primeira demão e da demão 7.1.4.5 Intervalo entre jateamento e pintura
subsequente é grande e o ambiente é agressivo, pode-
se adotar um perfil de rugosidade de cerca de 2/3 da Após o jateamento, a superfície de aço fica em
espessura da primeira demão, evitando-se assim estado vulnerável, devendo ser protegida
51
imediatamente com a primeira demão do sistema de 7.1.4.6 Graus de limpeza com jateamento
pintura ou, de acordo com a conveniência da obra, abrasivo
com o shop-primer especificado. Não é
recomendável, e nem é boa prática, deixar a Jateamento ligeiro: constitui-se numa limpeza
superfície jateada exposta. Contudo, em termos ligeira e precária, em geral pouco empregada
práticos, é necessário observar as considerações para pintura, exceto em alguns casos de
seguintes repintura. A retirada do produto de corrosão
Um intervalo de até 4 horas entre o jateamento e neste caso situa-se em torno de 5%. Corresponde
a pintura é bastante seguro, quando o trabalho ao padrão Sa 1 da Norma Sueca SIS 05 59 00 e
está sendo realizado em ambiente abrigado, de ISO 8.501-1.
como dentro de galpões com atmosfera limpa e Jateamento comercial: constitui-se numa
umidade relativa em torno de 70%, no máximo limpeza de superfície com a retirada de óxidos,
de 75%. carepa de laminação, etc., em cerca de 50% da
Em trabalho ao ar livre é difícil estabelecer com superfície a ser pintada. Corresponde ao padrão
segurança um intervalo máximo para aplicação Sa 2 da Norma Sueca SIS 05 59 00 e da ISO
da pintura. Devem ser previamente considerados 8501-1.
o grau de poluição atmosférica existente no Jateamento ao metal quase branco: constitui-
local, as condições meteorológicas da época do se numa limpeza de superfície com a retirada
ano e a temperatura e umidade relativa do quase total dos óxidos, carepa de laminação, etc.,
ambiente na ocasião do trabalho. admitindo-se cerca de 5% da área limpa com
Sob condições muito favoráveis de tempo seco e manchas ou raias de óxidos encrustados.
em atmosfera com um mínimo de poluição, é Corresponde ao padrão Sa 2 ½ da Norma Sueca
possível considerar intervalos máximos de 4 ou SIS 05 59 00 e ISO 8501-1.
até 6 horas, enquanto que sob condições de Jateamento ao metal branco: constitui-se
atmosfera industrial ou marítima, ou ainda sob numa limpeza com a retirada total de óxidos,
condições meteorológicas desfavoráveis, é de carepa de laminação, etc., deixando-se a
importância vital que a pintura seja aplicada o superfície do metal completamente limpa.
mais rápido possível, com intervalo máximo de Corresponde ao padrão Sa 3 da Norma Sueca
até 2h. SIS 05 59 00 e da ISO 8501-1.
Superfícies jateadas que sofrerem condensação
de umidade, que apresentarem qualquer 7.1.4.7 Problemas comuns no processo de
deterioração ou oxidação visível, ou ainda que jateamento
não tiverem sido pintadas no mesmo dia de
trabalho, deverão ser rejateadas. Pré-limpeza com solvente insuficiente.
Abrasivo de tamanho inadequado.
Abrasivo contaminado.
Perfil de rugosidade inadequado.
52
Velocidade do jateamento. diretos sobre a superfície com altíssima energia
Técnica irregular de jato. concentrada.
Manuseio com as mãos na peça.
Reutilização da areia. 7.1.5.1 Hidrojateamento na remoção de tinta
Condições ambientais inadequadas.
O hidrojateamento é uma técnica para
7.1.5 Hidrojateamento
remoção de tinta ou limpeza de superfície que confia
na energia da água o efeito de limpeza completo.
O hidrojateamento é de grande eficácia na
Este sistema é ideal para aplicação em áreas onde,
retirada de materiais soltos, produtos de corrosão,
por questões de poluição ambiental e doenças
limpeza de superfícies metálicas, remoção de tintas,
profissionais, não é possível utilizar granalha de aço
ferrugens e incrustações de difícil remoção em
ou vidro, poeiras, etc. Abrasivos não são usados no
estruturas, pisos, corte de concreto e metal,
hidrojateamento SPSA (Sistema de Preparação de
tubulações internas e externas, etc, porém, não
Superfície com Água), por conseguinte os problemas
promove perfil de rugosidade. É, portanto, próprio
causados por poluição de pó e pela disposição de
para superfícies anteriormente pintadas, onde já
abrasivos gastos são eliminados, bem como seu
existia perfil. Há algumas tentativas de promover o
custo de remoção, além da contaminação não visível
perfil de rugosidade através da inclusão de pequeno
(a olho nu) impregnados no substrato, que
percentual de abrasivo na água do hidrojato.
compromete a vida útil das tintas.
Pode ser realizado em qualquer tipo de serviço
Este processo também não produz faísca,
de manutenção anticorrosiva, sem o uso de material
sendo desta forma viável a aplicação em áreas de
abrasivo, atendendo os requisitos ambientais. É
riscos (sujeitas à explosão). Não desgasta a
importante salientar, que pela não geração de
superfície jateada, retirando apenas a tinta, borracha,
material particulado sólido em suspensão na
plástico, ferrugem ou outro material de que não faça
atmosfera local, mais a propriedade de ser aplicado
parte da estrutura da superfície metálica ou de
com qualquer condição de alta umidade do ar, o
alvenaria.
processo de hidrojateamento pode ser executado em
qualquer região rural ou industrial. No hidrojateamento, encontramos os
seguintes tipos de pressões operacionais, a saber:
A principal exigência deste equipamento é
que a máquina atinja o mínimo de 1.700 bar (25.000 Limpeza com água a baixa e média
psi) de pressão. Trata-se de um equipamento com pressão até 5.000 psi (340 bar);
bomba de altíssima pressão de 06 pistões, acionado Limpeza com água a alta pressão de
por motor Diesel. A água em alta pressão é 5.000 psi (340 bar) até 10.000 psi (700
distribuída por meio de mangueiras e pistolas bar);
especiais para hidrojateamento, sendo que o jato de Hidrojateamento com Ultra Alta Pressão,
água é dirigido por um ou mais bicos rotativos / acima de 25.000 psi (1.700 bar).
53
Atualmente, já estão disponíveis no mercado
tintas especiais compatíveis com o sistema de
hidrojateamento, inclusive para contato com
superfícies úmidas ou molhadas, não sendo
necessário a utilização de inibidores de corrosão para
a aplicação do primer. Em muitos casos não é
necessária à paralisação do equipamento em
funcionamento para a execução do Hydroblasting ou
aplicação das tintas.
54
7.1.5.2 Padrões de hidrojateamento na limpeza de superfície
Condição H
Condição D Condição Condição Condição G
Condição Sistema
100% E F sistema múlti-
C múlti-
Condição de tinta de tinta rica camada, não
100% camada,
inicial da Ferrug cor clara em zinco quebradiça,
de quebradiç
superfície em aplicada aplicada aplicada sobre
Ferrug a
com sobre aço sobre aço aço nu com
em deteriora
Pites jateado jateado carepa
da
WJ- H WJ-
C WJ-1 D WJ-1 E WJ-1 F WJ-1 G WJ-1
1 1
WJ- H WJ-
C WJ-2 D WJ-2 E WJ-2 F WJ-2 G WJ-2
2 2
Grau de
WJ- H WJ-
limpeza C WJ-3 D WJ-3 E WJ-3 F WJ-3 G WJ-3
3 3
WJ- H WJ-
C WJ-4 D WJ-4 E WJ-4 F WJ-4 G WJ-4
4 4
Esta tabela é um complemento da norma SSPC-SP 12 e NACE 5 (hidrojateamento por alta e ultra
pressões). Descreve os padrões da norma e é acompanhada pelas respectivas fotografias para comparação visual.
Os graus de corrosão A e B não são ilustrados justamente por que não há razão para tratar superfícies com carepa
por hidrojateamento. Os números de 1 a 4 representam uma piora na situação, sendo 4 a remoção mais leve e o
número 1 a condição mais rigorosa com grande remoção dos óxidos e contaminantes. Apenas a título de ilustração
apresentamos abaixo alguns padrões:
55
Condição C – superfície do aço completamente aleatoriamente, de oxidação, revestimentos ou
coberta com ferrugem; pouco ou nenhum pite materiais estranhos; (limpeza substancial ou
visível. A área inclui um exemplo de alteração muito eficaz).
na cor causada pelo aquecimento. WJ-3 – Superfície deve apresentar aspecto
Condição D – superfície do aço completamente metálico fosco com, pelo menos dois terços
coberta com ferrugem; pites visíveis. A área livres de resíduos visíveis (exceto carepa de
inclui um exemplo de material estranho (grau D laminação), sendo que o restante da mesma (um
de corrosão) terço) poderá apresentar-se apenas com manchas
Condição E – superfície de aço previamente suaves, distribuídas aleatoriamente, de produtos
pintada; tinta clara aplicada sobre superfície de corrosão previamente existentes, de
jateada; a maior parte da tinta está intacta revestimentos ou de materiais estranhos;
Condição F – superfície de aço previamente (limpeza completa).
pintada; tinta rica em zinco aplicada sobre WJ-4 – Este padrão corresponde a uma situação
superfície de aço jateada; a maior parte da tinta em que apenas os resíduos (produtos de
está intacta corrosão, carepa de laminação e revestimentos)
Condição G – sistema de pintura aplicado sobre não aderentes ou soltos são removidos da
aço nu, com carepa de laminação; sistema superfície (limpeza leve).
completamente intemperizado, totalmente com
bolhas ou totalmente manchado. 7.1.5.4 Vantagens do processo de
Condição H – sistema de pintura degradado hidrojateamento
aplicado sobre aço; sistema totalmente
intemperizado, totalmente com bolhas ou O hidrojateamento não danifica as tubulações,
totalmente manchado. não produz riscos na superfície dos tubos;
Devido à perfeita limpeza, obtemos com
7.1.5.3 Graus de limpeza por hidrojateamento resultado, a melhor troca térmica e serviços de
limpeza mais espaçados;
WJ-1 – A superfície deve estar livre de todos os No caso de tubulações de cobre ou de aço inox,
produtos de corrosão previamente existentes, de este sistema apresenta a solução ideal;
carepa de laminação, de revestimentos e de
materiais estranhos. Além disso, deve possuir 7.2 Metais e ligas ferrosas
aspecto metálico fosco; (limpeza ao substrato
nu). 7.2.1 Carepa de laminação
WJ-2 – A superfície deve apresentar aspecto
metálico fosco com, pelo menos 95% de sua área As chapas de aço laminadas a quente, são
livre dos resíduos visíveis previamente formadas pela laminação dos lingotes aquecidos a
existentes. O restante da superfície (5%) poderá uma temperatura em torno de 1250 ºC, o que resulta,
apresentar apenas manchas suaves distribuídas
56
por reação com o oxigênio do ar e a água de
resfriamento, no formato de “carepa” (ou escama de
laminação) conhecida por chapa preta.
57
Grau C – superfície de aço onde toda a carepa
de laminação foi eliminada e na qual se observa
uma corrosão atmosférica uniforme
generalizada, sem, contudo, apresentar sinais de
formação de cavidades visíveis. Chapa ou perfil
que sofreu um completo intemperismo
desagregando toda a carepa de laminação
podendo o restante ser removido por raspagem.
Figura 20: Grau C -– ISO 8501-1
Grau D – superfície de aço onde toda a carepa
de laminação foi eliminada e na qual se observa
uma corrosão atmosférica severa e generalizada,
apresentando pits e alvéolos. Chapa ou perfil que
sofre uma exposição exagerada à atmosfera,
resultando em processo corrosivo.
58
7.3.2 Chapas de cobre b) Atualmente existe a opção limpeza
da peça com a utilização de um detergente
A superfície também deverá ser desengraxada (tensoativo) que apresenta algumas vantagens,
com panos limpos embebidos em solventes para a tais como: não é inflamável, pode ser
remoção de óleos e graxas. Poderá ser aplicado um biodegradável, remove os sais e compostos
shop primer epóxi para base de aderência. solúveis por ser aplicado por meio de uma
solução aquosa e a oleosidade por ser um
7.4 Galvanizados tensoativo.
7.4.1.1 Aço galvanizado eletrolítico (novo) uma superfície de aço enferrujada. Geralmente
adotando o processo de limpeza por meio de
O aço é zincado por meio de banhos onde o jateamento abrasivo ou limpeza mecânica.
59
7.4.2.1 Aço galvanizado a fogo (novo) com escovas de nylon ou piaçaba. Não utilizar lixa.
Deixar secar.
1. Desengraxar a peça galvanizada esfregando a Nota: Sobre superfície galvanizada por
superfície com panos brancos limpos embebidos aspersão térmica, não utilizar primer promotor de
em diluente até a total eliminação de oleosidade aderência que em sua composição contenha ácidos
e gorduras. Trocar os panos com frequência. tais como: wash primer
2. Atualmente existe a opção limpeza da peça com
a utilização de um detergente (tensoativo) que 7.5 Superfícies já pintadas
apresenta algumas vantagens, tais como: não é
inflamável, pode ser biodegradável, remove os
A proteção mediante pintura não é por tempo
sais e compostos solúveis por ser aplicado por
indeterminado e necessita a realização do serviço de
meio de uma solução aquosa e a oleosidade por
manutenção da pintura. As falhas na pintura que
ser um tensoativo.
podem ocorrer estão relacionadas, em ordem de
3. Jateamento abrasivo ligeiro (Padrão Sa 1),
importância, com os fatores seguintes:
criando perfil de ancoragem.
4. Fosfatização NBR 9209 - processo conversão -
Danos mecânicos na película.
cristais de fosfato que proporcionam aderência.
Limpeza não satisfatória da superfície antes da
Nota: Para utilização deste método, se faz
pintura.
necessário, treinar bem o pessoal para não forçar
Má aplicação
muito o jato e gastar a camada de zinco perdendo a
proteção. O jato deve ser bem superficial. Inspeções posteriores e periódicas fazem-se
necessárias para identificar sinais de corrosão
Nota: Iniciar a pintura imediata após a
localizada, a qual tem origem em espessuras baixas
limpeza com o primer promotor de aderência.
ou limpeza não satisfatória em pequenas áreas.
60
resíduos de graxa ou óleos são removidos com o 7.5.5 Repintura
referido solvente. Lixamento com lixa nº 120 ou 180.
Este lixamento deverá se estender a uma pequena Considera-se pintura quando a área danificada
porção da área adjacente à danificada. for superior a 25%.
Posteriormente, fazer a remoção do pó. Aplicação
das duas últimas demãos, a pincel, trincha ou rolo, 8 APLICAÇÃO DE TINTAS
do sistema de pintura originalmente especificado
para o equipamento, tubulações ou objeto a ser A seleção adequada do método de aplicação e
retocado. a observância de alguns requisitos básicos durante
todo o período de aplicação têm influência tão
7.5.3 Área com tinta danificada com corrosão grande no desempenho do esquema de pintura
quanto as tintas utilizadas.
Quando bem superficial, pode ser eliminada com tempo durante a noite, conhecidas como orvalho,
Quando subsuperficial pode requerer a remoção Recomenda-se que as tintas não devam ser aplicadas
de toda a película. A ação preventiva nestes se a temperatura da superfície não estiver no mínimo
62
O tempo de estocagem deve ser informado
Tabela para dedução do ponto de orvalho
pelo fabricante da tinta. A depender das condições
UR Temperatura ambiente °C
de armazenamento, uma tinta pode ter seu tempo de
(%) 10 15 20 25 30 35 40
estocagem vencido sem que, entretanto, tenha se
90 8,2 13,3 18,3 23,2 28,0 33,0 38,2
degradado. A realização de alguns testes de
85 7,3 12,5 17,4 22,1 27,0 32,0 37,1
laboratório é a forma ideal de analisar se a tinta está
80 6,5 11,6 16,5 21,0 25,9 31,0 36,2
em condições de uso ou não, particularmente a
75 5,6 10,4 15,4 19,9 24,7 29,6 35,0
viscosidade e os tempos de secagem.
70 4,5 9,1 14,2 18,6 23,3 28,1 33,5
65 3,3 8,0 13,0 17,4 22,0 26,8 32,0 Inspeções visuais de campo também podem
60 2,3 6,7 11,9 16,2 20,6 25,3 30,5 indicar a degradação ou não da tinta. Por exemplo,
55 1,0 5,6 10,4 14,8 19,1 23,9 28,9 as tintas à base de silicato de etila formam nódulos
50 -0,3 4,1 8,6 13,3 17,5 22,2 27,1 gomosos (grumos). As tintas a óleo ou óleo
45 -1,5 2,6 7,0 11,7 16,0 20,2 25,2 modificadas oxidam–se superficialmente, formando
40 -3,1 0,9 5,4 9,5 14,0 18,2 23,0 uma nata ou mesmo endurecendo. Algumas
35 -4,7 -0,8 3,4 7,4 12,0 16,1 20,6 pigmentadas com pigmentos pesados, tintas de
30 -6,9 -2,9 1,3 5,2 9,2 13,7 18,0 fundo, formam sedimentações duras impossíveis de
serem dispersados mesmo por diluição. Para as tintas
de base epóxi, o aumento dos tempos de secagem é
A homogeneização da tinta é muito
uma indicação evidente de sua degradação.
importante para que todos os seus componentes
fiquem uniformes e em condições de uso. Deve ser Esta dispersão deve ser feita
feita em seu recipiente original, admitindo-se que preferencialmente por meio de agitadores
parte pode ser retirada temporariamente para facilitar pneumáticos (exceto para tintas pigmentadas com
a homogeneização. No caso de tintas à base de alumínio, que podem ter as partículas de pigmento
ser feita com cuidado, em velocidade baixa para não ferramentas manuais. Em algumas situações, a
amassar as partículas do pigmento e não deixar a depender das características da tinta e do processo de
tinta ficar com uma aparência mais escura aplicação, torna-se necessário efetuar uma diluição
tempo de estocagem varia para cada tipo de tinta. no fundo da embalagem com uma espátula
(plástico ou madeira)
63
2. Se houver sedimento, mexer a sedimentação recomendada. As relações de misturas mais comuns
com a espátula buscando a sua dispersão. são: 1A:1B (3,6 L:3,6 L); 2A:1B (2,4 L:1,2 L);
3. Caso não consiga uma boa homogeneização 3A:1B (2,7 L:0,9 L).
e a tinta estiver dentro do seu prazo de
Nota: Quando fornecida a relação de mistura em
validade, informar ao fabricante.
peso pelo fabricante, pode ser utilizado da balança e
No que diz respeito às tintas fornecidas em efetuado a mistura.
dois ou mais componentes, são válidas as mesmas
A mistura em peso é mais prática e segura,
observações quanto à diluição requeridas para as
porém exige uma balança no local de preparação.
tintas mono componentes. Entretanto, requerem
Quando o pintor vai utilizar toda a quantidade do
cuidados especiais em termos de proporção de
galão fornecido, não há necessidade de se preocupar
mistura.
com as proporções de misturas, pois, os
Sequência de mistura para tintas fornecimentos são feitos em embalagens com as
bicomponente: devidas proporções entre os componentes a serem
misturados. Em casos de aplicação de apenas um dos
1. Homogeneizar bem o componente A; componentes, a película pode ficar mole e pegajosa
2. Homogeneizar bem o componente B; ou endurecer demais e ficar com o filme trincado e
3. Adicionar o componente B ao componente rachado. Deverá ser removida toda a tinta.
A, respeitando a relação de mistura;
O tempo de indução é o tempo necessário para
4. Homogeneizar bem a mistura com agitação
que o esquema epoxídico comece a reagir. Embora a
vigorosa;
reação comece imediatamente, esse tempo entre a
5. Se necessário efetuar a diluição na
mistura e a aplicação é fundamental para uma maior
proporção recomendada.
afinidade entre a resina epóxi e o agente de cura. É
Nota: Pode ser usado agitador pneumático. também chamado de pré-reação. Alguns estudos
mostram que esquemas epoxídicos aplicados com
A não-observância da relação de mistura e do
tempo de indução conveniente apresentam
tempo de indução, geralmente da ordem de 10 - 20
desempenhos superiores aos mesmos esquemas
minutos para as tintas de base epóxi, pode
aplicados imediatamente após a mistura dos
descaracterizar por completo as propriedades da
componentes. O tempo de indução varia de acordo
tinta.
com o tipo de tinta epóxi.
Proporção de mistura:
Por último, um cuidado que deve ser
observado nas etapas de mistura e diluição das tintas
As recomendações de mistura entre o
diz respeito à necessidade de passar a mistura em
componente A e B devem ser respeitadas pelos
peneiras, com granulometria recomendada pelo
pintores na hora da catalisação, pois, a falta ou
fabricante da tinta. Tal providência é indispensável
excesso de um dos componentes pode produzir uma
em tintas como a fenólica pigmentada com alumínio
tinta com características diferentes da que foi
64
(lamelar) e a etil silicato de zinco. Deve-se, A diluição serve para afinar a tinta permitindo que o
entretanto, atentar para o fato de o peneiramento ar comprimido usado pulverize o líquido que será
acarretar à retirada de material capaz de desbalancear lançado sobre a peça a ser pintada de forma que a
a tinta, particularmente nas pigmentadas com zinco, mesma forme um filme uniforme seja formado.
que necessitam ter um teor de zinco tal que mantenha
O boletim técnico indica qual o diluente
a continuidade elétrica e assim atuem protegendo
correto para a diluição e a sua substituição somente
catodicamente.
deve ser feita mediante autorização do fabricante,
O ideal é que a mistura e a diluição das tintas evitando desta forma que ocorra problemas na
sejam feitas imediatamente antes da aplicação, aplicação e pintura, tais como: perda de brilho,
logicamente desde que observado o tempo de incompatibilidade, retardo na secagem, fervura,
indução que, para o caso das tintas epóxi, é em geral casca de laranja, empoamento.
de 15 minutos. É importante que para estes casos,
Uso de diluente com solvente muito volátil:
sejam observados os tempos de vida útil da mistura,
pot life, estabelecidos pelos fabricantes das tintas.
1. Problema de bolhas ou fervuras;
Esse tempo varia em função de cada tipo de 2. Casca de laranja, pois o filme superficial da
tinta. Assim, uma tinta de base epóxi depois de tinta irá secar muito rápido, não havendo
diluída e misturada só pode ser aplicada nas poucas tempo suficiente para um bom alastramento
horas seguintes, da ordem de duas a oito horas. É ou formar filme liso. Salvo algumas
recomendável que, também em termos de tempo de exceções das tintas de alta espessura que
mistura, sejam observadas as instruções do tendem a esta característica;
fabricante. 3. Empoamento (ou over spray) ou
pulverização a seco, a tinta perde o solvente
Diluição das tintas
de diluição durante a sua pulverização
fazendo com que a tinta chegue seca na peça
As tintas são fornecidas com viscosidade mais
(como pó), baixando o brilho em alguns
alta e devem ser ajustadas ou diluídas de acordo com
locais da peça.
a necessidade seguindo a orientação do fabricante. A
viscosidade mais alta ajuda a manter os pigmentos
Uso de diluente com solvente pouco volátil:
em suspensão, evitando a sedimentação. Algumas
tintas quando fornecidas em viscosidades baixas
1. Demora na secagem;
(22” CF 4 a 25ºC), tende a formar uma pasta mole
2. Escorrimento em superfícies verticais.
ou dura no fundo das embalagens.
A diluição depende do tipo de peça a ser Uso de Diluente com baixo poder de diluição:
aplicada, das condições de aplicação e da habilidade
Para uma boa diluição na proporção correta o
do pintor. Muitas tintas podem e devem ser aplicadas
pintor pode adotar um copo graduado de plástico
a pincel, rolo ou pistolas apropriadas sem diluição.
resistente a solvente (polipropileno), adicionando à
65
tinta a quantidade de diluente necessária. Na diluição O intervalo de tempo entre o preparo da
de tintas destinadas a indústrias, é recomendado que superfície e a aplicação da primeira demão da tinta
os pintores adotem o uso de copos de medida de de fundo varia em função das condições
viscosidade conhecidos como copo ford de diâmetro atmosféricas do meio ambiente. Na orla marítima,
de orifício de 4 mm (CF 4) para determinar a correta como consequência da elevada umidade relativa do
viscosidade de aplicação de acordo com a sua ar e da presença de cloretos, o tempo decorrido entre
instrução de trabalho. Esta medida é determinada o início do preparo da superfície e o término da
com o uso de um cronômetro e dado em segundos aplicação da primeira demão de tinta de fundo não
(Ex: 16 a 22” CF4). deve exceder a três ou quatro horas.
As tintas misturadas e diluídas que não serão Os boletins técnicos informam qual deverá ser
aplicadas de imediato devem ser armazenadas em este tempo e também em qual condição de
recipientes fechados e serem novamente temperatura do ambiente. A pintura não deve ser
homogeneizadas antes de serem usadas. continuada com a próxima demão fora do prazo,
pois, poderá gerar problemas.
8.3.1 Tempo de vida útil (pot life)
Pintura antes do intervalo entre demão:
O intervalo de tempo entre demãos ou o tempo solvente da demão anterior e a secagem do filme será
que deve ser aguardado para aplicação da demão adequada. O resultado posterior do teste de aderência
observado pelos pintores, pois logo após a aplicação Pintura após ultrapassar o intervalo entre
da primeira demão de tinta começa a evaporação do demãos:
solvente e a formação do filme seco e haverá um
tempo certo a ser aguardado para aplicar a próxima Caso isto ocorra e nenhuma providência for
demão. tomada, a aderência poderá ser prejudicada gerando
destacamentos entre demãos.
66
Quando ultrapassado o intervalo entre Quando a paralisação ocorrer por período de
demãos, o procedimento de lixamento superficial da tempo muito longo, como é o comum em
camada é necessário para criar sulcos ou ranhuras, equipamentos cujo preparo da superfície seja feito
cuja rugosidade, possibilita maior superfície de no campo, imediatamente antes da montagem, é
contato com a tinta a ser aplicada e assim melhora a frequente a interrupção da aplicação do esquema de
aderência entre as demãos. Este processo de pintura após a aplicação da primeira demão da tinta
lixamento é chamado de quebra superficial no brilho. de acabamento. Com isto, consegue-se uma
Em regiões mais secas e sem a presença de cloretos satisfatória proteção durante o período de
e compostos de enxofre na atmosfera, o intervalo não interrupção da aplicação do esquema de pintura.
deve exceder a seis horas. A aplicação da primeira
Sempre que ocorrer a interrupção do esquema
demão da tinta de fundo deve ocorrer sempre na
de pintura por período superior ao tempo de secagem
mesma jornada de trabalho da execução do preparo
para repintura, ao reiniciar a aplicação a última
da superfície.
demão de tinta aplicada deve ser submetida ao um
Quando a superfície é muito grande e o leve lixamento, para permitir que a demão
jateamento efetuado naqueles intervalos de tempo subsequente tenha adesão mecânica sobre a mesma.
não contempla toda a superfície, uma vez o jato Isto é imprescindível quando se trabalha com tintas
interrompido e aplicado a primeira demão de tinta de de elevada resistência química, como as epóxi e as
fundo, o reinício da execução do preparo da poliuretanas.
superfície só deve ocorrer quando a tinta tiver
Em alguns casos, após uma interrupção muito
alcançado o tempo de secagem ao toque. Nesta
prolongada, pode ocorrer uma degradação da última
condição, a tinta aplicada não será capaz de permitir
demão de tinta aplicada, e o defeito mais comum é o
a impregnação de abrasivo ou pó, que prejudicaria o
empoamento, nem sempre muito superficial,
desempenho do esquema de pintura.
requerendo então um lixamento mais vigoroso, que
Ainda com relação a grandes superfícies, uma provoca uma significativa redução da espessura,
outra questão a ser analisada diz respeito à tornando necessário repetir-se a aplicação da demão
interrupção ou não da sequência de aplicação, até da tinta desbotada, ou pelo menos repor sua
que o preparo da superfície seja terminado. O espessura.
desejável é que todo o esquema de pintura seja
aplicado em conformidade com os tempos de 8.5 Tempos de secagem
secagem, para a repintura, previsto na especificação
da tinta que vai receber a demão subsequente. A O tempo de secagem está relacionada com a
observância destes intervalos faz com que a tinta espessura da camada aplicada. É determinado com
base, não tendo alcançado o tempo de secagem total, diversas finalidades e especificado para as tintas, em
não tenha suficiente resistência química ao solvente unidades de minutos ou horas. Há diferentes
da demão subsequente e, assim, permita uma perfeita expectativas, definições, procedimentos ao se definir
adesão química entre as demãos.
67
a secagem de uma tinta na pintura seriada e na desplacamento, enrugamento ou outra evidência de
manutenção industrial. distorção. É o tempo necessário para manusear a
peça, forçando o filme de tinta com o polegar ou
8.5.1 Determinação de secagem – Pintura de outro dedo (Limpo e desengordurado). Exercer a
linha seriada máxima pressão sobre o dedo e o filme, ao mesmo
tempo, girar o dedo a um ângulo de 90º. A película é
Secagem ao Pó: É o tempo necessário para que considerada seca ao manuseio quando não houver
o filme de tinta não absorva as partículas de pó nenhuma alteração na superfície do filme avaliado.
presentes no ambiente. Medida efetuada
geralmente logo após a aplicação da tinta 8.5.2 Determinação de secagem – Pintura de
passando-se rapidamente a ponta do dedo (limpo manutenção industrial
e desengordurado) sobre o filme de tinta e
verificando o momento em que não mais ocorre Secagem livre da pegajosidade ou ao toque:
a marcação superficial no filme. Tocar levemente a película de tinta com a ponta
Secagem ao Toque: É o tempo necessário para do dedo, limpo e desengordurado. Observar se
que o filme de tinta não fique aderido na ponta alguma parte do revestimento é transferida para
do dedo (limpo e desengordurado) ao se efetuar o dedo.
um leve toque superficial na película. O filme
deve ficar seco o suficiente para não marcar a Nota: A película é considerada seca “ao toque”
impressão digital, estar isento de pegajosidade quando à tinta não mais aderir ao dedo e não oferecer
ou “teia”. muito atrito quando o dedo tocar levemente sobre a
Secagem ao Manuseio: Colocar o painel de superfície da película.
teste em posição horizontal, numa altura tal que
É o tempo necessário para que a tinta esteja
quando o polegar é colocado sobre a película o
suficientemente seca para não aderir à “pele” quando
braço do operador fique em linha vertical à
tocada com a ponta do dedo e não haver
superfície da placa. Apertar a película de tinta
impregnações.
com o polegar (limpo e desengordurado),
exercendo o máximo de força com o braço sobre Neste momento, a peça ou o equipamento
Nota: A película será considerada seca “ao Secagem para repintura: é o tempo necessário
manuseio” quando não houver nenhuma alteração na à secagem, de modo que possam ser aplicadas as
superfície, tais como, desprendimento, demãos subsequentes. Este tempo é sempre um
mínimo, com exceção de tintas polimerizáveis,
68
que têm um mínimo e um máximo, ou seja, um Entretanto, a depender das particularidades
intervalo para repintura. O mínimo, para dos equipamentos que estão sendo pintados e do
permitir a aplicação da demão subsequente sem local onde serão utilizados, a aplicação no campo
prejudicar a anterior, e o máximo, para que não pode tornar-se mais vantajosa. É o caso típico de
se esteja com a demão anterior excessivamente grandes equipamentos de caldeiraria, que se pintados
lisa (vítrea) e, portanto, sem a adequada na fábrica, durante as operações de transporte,
ancoragem física. A aplicação da demão armazenamento e instalação, poderão sofrer danos
subsequente antes do tempo mínimo para de tal ordem que, mesmo reparados, poderão
repintura pode provocar problemas de comprometer o desempenho do esquema de pintura.
sangramento ou perda de adesão.
8.7 Métodos de aplicação
Os tempos de secagem são determinados com
base na ASTM D 1640.
8.7.1 Trincha (pincel de formato chato)
Completamente Endurecida (Total):
Pressionar a unha do polegar contra a película,
É o mais elementar dos métodos de pintura,
deslizando-a sobre a mesma. Lustrar levemente
por ser uma ferramenta simples e, consequentemente
a área contraída com um pano limpo.
de baixo custo, além de não requerer grande
Nota: A película será considerada completamente capacitação do aplicador. É o método mais indicado
endurecida quando não for possível a sua remoção para aplicação da primeira de mão de tinta em
com a unha e quando a marca do polegar for cordões de solda, reentrâncias, cantos vivos e demais
totalmente removida pela operação de lustragem. acidentes, onde outros métodos de aplicação
Quando houver a remoção da película, esta não pode poderiam deixar falhas, devido à dificuldade de
estar pegajosa. penetração ou à cavidade e às demais regiões de
difícil acesso.
8.6 Pintura na fábrica ou no campo Por maior que seja a habilidade do aplicador,
tende a dar origem a películas não-uniformes,
A aplicação do esquema de pintura na fábrica particularmente em termos de espessura. É um
apresenta uma série de vantagens em relação à método de baixa produtividade. A perda de tinta
aplicação no campo. A primeira grande vantagem é durante a aplicação é mínima, normalmente não
a possibilidade de utilização de equipamentos alcançando a 5%.
sofisticados de aplicação, como a pistola
Método de aplicação: Deve ser feita
eletrostática e a eletroforese. A segunda é a menor
mergulhando de 2/3 até a metade do comprimento
influência das condições atmosféricas, como ventos,
das cerdas na tinta (evitam-se desperdícios de tinta e
altas e baixas temperaturas, elevadas umidades
perda da própria trincha), depositando-se a tinta em
relativas do ar e chuvas, que prejudicam
uma região ainda não coberta e depois a espalhando
consideravelmente a aplicação no campo, por não
em passes cruzados. O nivelamento e alisamento da
poderem se controladas.
69
camada se fazem com longas pinceladas sobre as 8.7.2 Rolo
iniciais, sem apertar muito para evitar marcas das
cerdas no filme. As pinceladas devem ser dadas com É um método de aplicação que viabiliza a
uma pequena inclinação na trincha, para facilitar o obtenção de elevadas espessuras por demão,
deslizamento. A inclinação deve ser ao contrário da mediante passes sucessíveis, conferindo-se a medida
volta. de filme úmido obtido conforme especificado, além
de alcançar maior produtividade que a trincha. As
Terminada a aplicação, as trinchas devem ser
perdas de tinta durante a aplicação são em principio
de imediato limpas com solvente adequado, de forma
superiores à da trincha, devido principalmente a
a remover qualquer depósito de tinta, e a seguir secas
respingos, porém, o fato de se conseguir espessuras
e adequadamente armazenadas (apoiados pelo cabo
mais uniformes do que aquele método tende a igualar
e nunca pelas cerdas). As trinchas normalmente
suas perdas. Exigem diluições ligeiramente
utilizadas têm em torno de 125 mm de largura e suas
superiores às exigidas pela trincha.
cerdas são de pelos de animais, fibras sintéticas ou
vegetais. O método de aplicação a rolo é
particularmente aplicável à pintura de grandes áreas
Tipo de
Tipo de Pincel Comentários planas ou com grande raio de curvatura, na presença
Trabalho
Medida de 75 a Maior de ventos, onde a aplicação à pistola a elevadas
Áreas grandes e
125 rendimento da perdas de tinta. O mesmo se aplica as tubulações de
planas
mm (3 a 5 “) pintura variados diâmetros. Os rolos fabricados a partir de
Medida de 25 a Evita pelo de carneiro são de melhor qualidade para
Áreas pequenas e
50 desperdício de aplicação da maioria das tintas utilizadas em pintura
planas
mm (1 a 2”) tinta industrial. O rolo mais utilizado tem largura de 150
Parafusos,
Fazer penetrar mm, sendo eventualmente utilizado o de 50 mm para
Medida de 75 a porcas, cordões
nas frestas e superfícies de menor dimensão, como cantoneiras e
125 mm (1-1½ “) de solda, frestas
saliências tubulações de pequeno diâmetro.
e arestas
Método de aplicação: O rolo não deve ser
mergulhado todo na tinta. Deve ser mergulhada na
tinta depositada em uma bandeja ou recipiente, que
possui uma região que permite a retirada de
excessos, que pode gerar escorrimentos ou
desperdícios, espalhando-se a tinta na superfície
dada uma sobreposição de 50 mm.
70
fazer a tinta penetrar nas irregularidades. A cada uma sensível redução da espessura da película úmida
novo início de espalhamento da tinta, o rolo acumula para seca.
muita tinta e no final do percurso já está com pouca,
O método de aplicação por pistola
devido a isto é importante fazer o repasse em sentido
convencional apresenta ainda como limitação o fato
contrário ao primeiro movimento uniformizando a
de levar à excessiva perda de tinta durante a
camada. Ao final da aplicação, o rolo deve ser
aplicação, da ordem de 30 %, e os riscos de
imediatamente limpo com solvente, para que possa
segurança, observados quando a aplicação é feita em
ser reaproveitado.
ambientes fechados, são significativos, devido ao
excessivo acúmulo de solventes.
72
Movimente a pistola perpendicular à peça
Figura 25: Esquema de aplicação com a pistola me COMO SEGURAR A PISTOLA PERANTE O
paralelo à peça. PAINEL
Perto demais
o Tinta muito carregada
o Tende a escorrer
Longe demais
o Casca de laranja
o Acabamento arenoso
Figura 28: Esquema demonstrativo da posição correta da
o Formação de pó (pulverização seca)
pistola em relação à peca
73
LINHA DE AR COMPRIMIDO
COMPRESSOR DE AR
74
Ao contrário da pistola convencional, que descritos para a aplicação da pistola convencional
utiliza o ar para atomização da tinta, a pintura sem ar em termos de diluição, seleção do bico e movimentos
utiliza uma bomba, acionada pneumaticamente, para de aplicação.
pressurizar à tinta, e a energia com que a mesma
A aplicação de tintas pelo método da pistola
chega ao bico da pistola provoca sua pulverização.
sem ar requer cuidados de segurança por parte do
pintor, dadas às elevadas pressões envolvidas. A
distância entre o bico da pistola airless e a superfície
a ser pintada é de 25 a 50 cm. Adotam-se as mesmas
técnicas de aplicação para a pistola convencional.
Estes produtos devem ser fornecidos dentro das A peça fica completamente recoberta, não
faixas de condutividade (faixa de 10 a 30 micro havendo pontos falhos sem aplicação de tinta.
Imersão simples: em que se mergulha a peça a atraída pela peça (que, obviamente tem de ser
ser revestida em um “banho” de uma tinta metálica). Desta forma, toda a peça fica
contida em um recipiente. Normalmente, este recoberta com uma camada uniforme e aderente
recipiente possui uma região para recuperação de tinta, com espessura na faixa 20-40 μm. O
da tinta que se escoa da peça, após sua retirada excesso de tinta, não aderida, é removido por
do “banho”. Este processo oferece uma série de posterior lavagem. Após a peça é introduzida em
conhecido como “Flooding” pode substituir a falhas por corrosão, a inspeção visa a avaliar o estado
pintura por imersão. Faz-se um esguicho com de pintura no que cerne a outros defeitos,
Método de aplicação de tintas bicomponentes, Logo, abaixo segue algumas causas das falhas, bem
utilizando pequenos volumes por meio de um como o tipo de defeitos possíveis de apresentar na
77
condições operacionais, entre elas as mais e não aplicadas em tempo hábil recomendado
comuns são a presença de frestas, parafusos e pelos fabricantes;
porcas, fluxos e respingos de solda, abrasão e Impregnação de abrasivos: este defeito ocorre
erosão. pela impregnação de abrasivos, devido à
Deficiência de manutenção periódica: a operação de jateamento nas proximidades de
ausência de reparos ou repintura parcial, assim uma tinta recém aplicada e que não tenha
como a falta de limpeza periódica em áreas atingido ao tempo de secagem ao toque ou livre
sujeitas a estagnação de líquidos e deposição de de pegajosidade. Neste caso, as partículas de
sólidos são os principais fatores que a abrasivo são incorporadas à tinta e, como são
deficiência de manutenção afeta na integridade partículas grosseiras, comprometem o aspecto
das tintas estético e podem prejudicar a proteção
anticorrosiva. A impregnação pode ocorrer
9.2 Tipos de defeitos de película também devido à poeira ou outros materiais em
suspensão que venham se depositar sobre a tinta.
Espessura excessivamente desuniforme: a Entretanto, o recurso de impregnar com abrasivo
espessura de película seca deve situar-se numa uma tinta ainda úmida pode ser usada em
faixa de 10% a menos até o máximo 30% mais superfícies planas de convés e passadiços, dentre
que a espessura nominal especificada. Este valor outras, com o objetivo de se obter um piso
máximo, dependendo do tipo de tinta, deve ser antiderrapante.
de 20 ou 10%. Variações excessivas constituem- Escorrimento: neste defeito a tinta apresenta-se
se em custos adicionais, quando a espessura é escorrida, podendo ser ocasionado por um
muito superior, e deficiência na proteção, acumulo excessivo de tinta na superfície, por
quando a espessura é muito inferior à defeitos de formulação (viscosidade e
especificada. As tintas inorgânicas de zinco consistências baixas da tinta), superfície muito
podem apresentar problemas de fendilhamento fria, ou ainda aproximação excessiva da pistola,
quando aplicadas em espessura 10% superior à no caso de aplicação com este equipamento.
prevista. Casca de Laranja: é um defeito em que a
Consumo elevado: consiste em rendimento real película de pintura se apresenta rugosa,
ou prático muito aquém do esperado. As causas semelhante de uma casca de laranja. É gerado
de consumo elevado podem ser: rugosidade normalmente na aplicação a pistola, devido a
excessiva, equipamento de aplicação solvente muito volátil, atomização inadequada
inadequado para o tipo de estrutura, inabilidade (pouca pressão na pistola) ou aproximação
do aplicador, condições d vento excessivo para excessiva da pistola em relação à superfície a
aplicação a pistola, além, naturalmente, de pintar. Este defeito pode ser previsto
desperdício da tinta pelo não- aproveitamento propositalmente em pequena escala para
total do conteúdo do recipiente ou por disfarçar, por ilusão de ótica, pequenos defeitos
endurecimento de tintas bicomponente misturas de nivelamento em chaparias planas. A casca de
78
laranja, quando aumentada por aditivos formam películas duras têm mais tendência a
apropriados à base de silicone, origina as fraturas quando aplicadas em maiores
chamadas tintas marteladas, muito usadas como espessuras. Em exemplo clássico é o silicato
defeito decorativo; inorgânico de zinco.
Empolamento: consiste na formação de nódulos
sob a película pelo aprisionamento de um fluido. 9.3 Identificação, origens e correção de
As causas deste defeito são diversas, porem as defeitos
mais importantes são as condições ambientais
inadequadas para aplicação (umidade relativa do O primeiro passo na solução de qualquer
ar superior a 85% e temperatura de chapa problema com relação a tintas é identificá-lo
inferior a 10°C), retenção de solvente ou corretamente e, em seguida, determinar sua causa. A
processos corrosivos acelerados. possibilidade de haver mais de uma causa
Empoamento ou calcinação: este defeito é contribuindo para um único defeito não deve ser
também denominado de engizamento e consiste descartada. As propostas corretivas para os defeitos
na degradação da resina pela ação de raios apresentados podem não ser específicas de um
ultravioleta do sol. Com está degradação tem-se determinado defeito, devido a particularidade da
liberação dos pigmentos e a consequente perda manufatura ou restrições relacionadas ao
de brilho e, em alguns casos, até da cor. É um desempenho do produto.
defeito característico de certas resinas. A
A combinação de várias soluções (duas ou
resistência a raios ultravioleta é uma
mais alternativas) normalmente é mais eficaz, pois
característica fundamental das resinas. Há
os efeitos são mais facilmente eliminados dessa
aquelas que são altamente resistentes aos raios
maneira. Ao se perceber que a falha persiste após a
ultravioletas, como, por exemplo, as
aplicação da solução indicada, deve-se retornar à
poliuretanas alifáticas, e aquelas de resistência
fase de identificação (diagnóstico), observando-se os
razoável, como as acrílicas e estirenoacrilato, e
seguintes pontos:
há, ainda, aquelas que possuem uma fraca
resistência, como a epóxi e as alquídicas. Este 1. Se a identificação do defeito foi correta
defeito pode manifestar-se ou ser agravado 2. Se todas as causas prováveis foram
também pela degradação de pigmentos, em consideradas
especial os orgânicos. 3. O uso dos materiais corretos (lotes de tinta e
79
Identificação Origens Correções
1) Após secar, lixar as partes
afetadas, preparar a superfície e
1) Evaporação muito rápida do repintar conforme a
Fervura solvente especificação técnica
2) Aplicação sobre superfícies 2) Usar solvente menos volátil
quentes 3) Uso de retardador
3) Tinta formulada 4) Deixar esfriar o substrato
inadequadamente para aplicação 5) Usar tinta aditivada com
a rolo tenso ativos / antiespumantes
4) Uso de Diluente/Thinner para aplicação a rolo
Presença de várias bolhas pequenas que aparecem em inadequado 6) Usar Diluente / Thinner
parte de superfície ou em toda a superfície pintada, 5) Espessura muito alta correto
podendo ou não apresentar um pequeno orifício 6) Não atendimento dos 7) Aplicar na espessura
central intervalos entre demãos recomendada
7) Necessidade de Flash Off 8) Respeitar os intervalos
8) Temperatura ambiente recomendados entre demãos
9) Aumentar o tempo de Flash
Off para forneio (Cura em
estufa)
Enrugamento
1) Pode ser motivado por 1) Após secar, lixar as partes
películas muito espessas ou por afetadas, preparar a superfície e
solventes extremamente voláteis repintar conforme a
2) Secagem superficial muito especificação técnica
rápida 2) Se necessário remover tudo
3) Formulação da tinta (uso 3) Aplicar espessura correta
solventes muito voláteis) 4) Usar solvente menos volátil.
Presença de microrugas na superfície ou 4) Não atendimento dos 5) Diluir corretamente
encolhimento da película de tinta aplicada em parte intervalos entre demãos
ou em toda a superfície. Ondulação da película,
ocasionada por uma secagem irregular
80
Identificação Origens Correções
1) Encapsulamento de ar na tinta 1) Após secar, lixar as partes
devido processo de mistura e afetadas, preparar a superfície e
preparação repintar conforme a
Empolamento ou 2) Processo de aplicação que especificação técnica
Bolhas envolve bombeamento 2) Se necessário remover tudo
3) Secagem superficial rápida do 3) Uso de menor proporção de
filme solventes de evaporação rápida
4) Uso de solvente de na formulação
evaporação rápida 4) Melhorar a limpeza
5) Superfície mal preparada ou superficial.
Formação de bolhas ou vesículas contendo sólidos, oleosa. 5) Tratamento de superfície
líquidos ou gases 6) Excesso de umidade no próximo orla marítima
substrato ou ambiente. (maresia)
7) Solvente retido no substrato 6) Eliminar a umidade no
devido à secagem rápida da tinta. substrato.
8) Uso de tinta muito porosa 7) Aplicar espessuras conforme
(inadequada ao ambiente) recomendação e usar solvente
mais pesado.
8) Eliminar a umidade do
ambiente
9) Rever especificação da tinta
81
Identificação Origens Correções
1) Treinamento do Pintor
Gretamento ou 1) Inabilidade do Pintor 2) Respeitar intervalos entre
Craqueamento 2) Aplicação de tintas Etil demãos
Silicato de Zinco (Alta Camada) 3) Respeitar intervalos entre
3) Aplicação de tinta de alta demãos
dureza sobre fundo de menor 4) Seguir orientação de diluição
dureza. 5) A tinta aplicada deve ser de
4) Secagem superficial rápida, dureza adequada ao fundo.
enquanto a película continua 6) Usar solvente adequado.
A superfície apresenta-se com aspecto de textura pastosa por retenção do solvente. 7) Aplicar espessuras conforme
igual ao couro de jacaré (alligatoring) 5) Camada muito espessa. recomendação
6) Diluição inadequada 8) Seguir recomendação de
7) Não observância dos intervalo entre demão
intervalos entre demãos 9) Caso a tinta for Etil Silicato
de Zinco – Derrubar tudo
jateando.
82
Identificação Origens Correções
1) Obedecer ao tempo
Trincamento 1) Intervalos entre demãos recomendado pelo fabricante
menores que o estipulado. para repintura.
2) Uso excessivo de solvente nas 2) Usar Diluente recomendado
camadas subsequentes. pelo fabricante
3) Ganho ou perda de água 3) Selar o substrato da madeira
(quando a superfície é de convenientemente.
A superfície apresenta-se com minúsculas trincas. madeira). 4) Não usar qualquer tipo de
thinner
83
Identificação Origens Correções
Sangramento
1) O solvente do novo 1) Remover totalmente a pintura
acabamento dissolve a tinta e repintar com a cor desejada.
antiga. 2) Consultar o fabricante quanto
2) A ação de solventes fortes da a recomendação de produtos
tinta de acabamento provoca a
dissolução da tinta de fundo,
com o consequente
manchamento do acabamento.
Consiste no manchamento de uma película, 3) Aplicação de tintas sobre
especialmente pelo afloramento da cor da tinta de tintas à base de alcatrão
fundo. Migração parcial dos pigmentos, geralmente
vermelhos e marrons da pintura antiga para a película
do novo acabamento.
1) Superfície mal preparada, 1) Melhorar a limpeza
Descascamento contaminada com gorduras ou superficial
(falta de aderência) partículas sólidas soltas. 2) Controlar o perfil de
2) Umidade no substrato sob rugosidade
efeito do calor ambiental passa 3) Eliminar partículas sólidas
ao estado de vapor, pressionando soltas.
o filme de tinta, que se 4) Medir a temperatura do
desprende. substrato
3) Pintura sobre superfície 5) Rever possíveis pontos de
aquecida. contaminação durante o
Descascamento do filme de tinta do substrato, parcial 4) Contaminação da superfície a manuseio da peça
ou totalmente. Consiste na perda de aderência entre a ser pintada após a limpeza 6) Ajustar a viscosidade de
película e o substrato ou das diversas demãos entre si. 5) Rugosidade inadequada maneira a garantir a tensão
(pouca rugosidade) superficial baixa pra uma
6) Inobservância dos intervalos completa umectação da
para repintura superfície.
7) Contaminação da superfície 7) Nunca usar tintas
entre demãos. convencionais sobre superfícies
aquecidas acima de 50ºC.
84
Identificação Origens Correções
Calcinação
1) Degradação da resina das 1) Escolher tintas de formulação
Envelhecimento
tintas sob o efeito dos raios adequada para resistir as
superficial das
solares (Tintas Epóxi). radiações ultravioleta e as
pinturas resultando no
2) Nas tintas brancas e pastéis intempéries.
seu engizamento
uso de pigmento (dióxido de
(chalking)
titânio) inadequado.
85
Identificação Origens Correções
Manchamento das
cores metálicas 1) Inabilidade do Pintor 1) Treinamento do Pintor
2) Pressão muito baixa ou 2) Após secagem completa,
Concentração de distância insuficiente do lixar e repintar
alumínio em revólver em relação à superfície. 3) Usar apenas o diluente
pequenas áreas, 3) Uso de Thinners ou solventes recomendado pelo fabricante
ocorrendo o de evaporação lenta.
manchamento da
pintura.
86
Identificação Origens Correções
Eflorescência
Sais inorgânicos de 1) Superfície de alvenaria 1) Raspar o substrato e aguardar
coloração contendo alto teor de umidade, cura completa do mesmo.
esbranquiçada que sem estar suficientemente 2) Utilizar fundo selado alcalino
migram do interior da curada. resistente e repintar com tinta
superfície e podem, adequada.
inclusive, romper a 3) Se necessário, neutralizar
película de tinta. previamente a superfície com
solução de ácido muriático.
Crateras
Formação de uma 1) Superfície contaminada por 1) Observar o tratamento de
pequena depressão óleos, graxas ou gorduras superfície quanto a presença de
arredondada sobre a 2) Ambiente de pintura óleo
superfície pintada. contaminado por silicones 2) Instalar purgadores de ar
Pode apresentar-se 3) Uso de anti-respingos e próximo as pistolas de pintura
de forma perfurante e desmoldantes a base de silicone 3) Efetuar a purga do
apenas superficial. em áreas próximas a pintura compressor com certa
Também conhecida 4) Ar comprimido contaminado frequência
como olho de peixe. 5) Umidade sobre a peça e no ar 4) Eliminar anti-respingos e
6) Falta de instalação de desmoldantes a base de silicone
purgadores e filtros de ar dos locais de realização de solda
7) Pouca homogeneização da 5) Homogeneizar bem a tinta
tinta antes da preparação.
87
Identificação Origens Correções
Névoa
Branqueamento 1) Ocorre durante a aplicação da 1) Após secar, lixar as partes
(Brushing) tinta em condições de alta afetadas, preparar a superfície e
É o esbranquiçamento umidade repintar conforme a
da superfície pintada 2) Uso de diluentes / thinners especificação técnica
com Tinta inadequados 2) Controlar a umidade e
Nitrocelulose 3) Presença de muita umidade no temperatura dos ambientes de
Durante a aplicação, a ambiente de pintura pintura
evaporação dos 4) Demão muito carregada, 3) Usar diluentes de evaporação
solventes provoca o retardando a secagem mais lenta
resfriamento. A água condensada no filme provoca a
precipitação das resinas e pigmentos, gerando o
aspecto leitoso e falta de brilho.
Impurezas no filme
1) Impurezas impregnadas na 1) Avaliar como está a
São defeitos superfície estabilidade do produto
semelhantes 2) Presença de partículas 2) Observar a limpeza do
minúsculos grânulos gelificadas de resinas na tinta substrato
que ocorrem 3) Presença de impurezas no 3) Passar ar comprimido nas
aleatoriamente na ambiente peças antes da pintura
superfície 4) Impregnação de abrasivo
Marcas de lixa
Aspecto de riscos no 1) Uso de lixa de grana muito 1) Corrigir com massa rápida ou
filme de tinta sobre o grossa para o preparo da poliéster o local
substrato retratando superfície 2) Lixar com lixa de grana mais
parcial ou totalmente 2) Uso de ferramentas manuais e fina
a peça mecânicas inadequadamente 3) Treinamento dos operadores
88
Identificação Origens Correções
89
Identificação Origens Correções
Poros
Por causa da alta 1) Evaporação rápida dos 1) Respeitar o Intervalo mínimo
carga de zinco sobre solventes; entre demãos;
a concentração em 2) Temperatura ambiente alta. 2) Controle das condições
volume do pigmento 3) Temperatura de superfície ambientais e temperatura da
do aglutinante, os alta; superfície;
revestimentos ricos 4) Aplicação de espessura acima 3) Selagem adequada das tintas
em zinco são mais do recomendado; etil silicato de zinco (tie coat ou
porosos do que 5) Oclusão de ar ou solvente no mist coat);
qualquer outro tipo filme (Tinta etil silicato de 4) Correto balanceamento dos
de tinta zinco); solventes na tinta e diluente (+
6) Falta de habilidade do pintor; pesado).
“Overspray”; uso de diluente 5) Lixar superficialmente a
errado. superfície e aplicar uma nova
demão.
Empoeiramento
(Overspray) 1) Inabilidade do Pintor 1) Treinar os Pintores
2) Ambiente de pintura muito 2) Controlar a temperatura
Formação de muita quente ambiente
nuvem de tinta 3) Pressão de aplicação muito 3) Regular a pressão de
durante a aplicação, alta aplicação geralmente de 40 a 60
trazendo como 4) Uso de Thinner inadequado Lb / pol2
consequência após a 4) Diluir conforme
secagem o recomendação do fabricante
aparecimento do aspecto áspero ao passar a mão 5) Usar Thinner ou diluente de
sobre a peça secagem mais lenta
6) Controlar a temperatura do
substrato
90
Identificação Origens Correções
Baixa resistência à 1) A tinta não está curada. 1) Deixar a tinta atingir a cura
lavabilidade 2) A formulação não é adequada total antes de lavar.
Ao tentar remover para ser lavada. 2) Usar tintas de formulação
sujeiras por lavagem adequada.
com sabão neutro, a
tinta se desmancha ou
deixa sinais da
operação.
Saponificação
A tinta parece mole 1) Reação de saponificação entre 1) Remover a tinta pegajosa
ou pegajosa, pode os componentes das tintas onde a saponificação ocorreu
acontecer na (ésteres, alcalinos e água). 2) Utilizar abrasivos e limpar a
superfície inteira ou 2) Geralmente encontrado em superfície
em locais específicos tintas alquídicas e a óleo. 3) Reaplicar as tintas de fundo e
3) Frequentemente encontrado de acabamento não
em pinturas em concreto e saponificáveis
pinturas em conjunto com
proteção catódica
92
9.4 Ações de prevenção de defeitos antes da Nestes casos, exige-se que a tinta venha
aplicação acompanhada de um certificado de qualidade e
eventualmente é enviada ao laboratório para
9.4.1 Explicitação do esquema de pintura comprovar o atendimento ao especificado.
Especificação das tintas a serem utilizadas; cuidados especiais que dependem não só da
93
Um procedimento de aplicação de tintas calibrados periodicamente. As condições de uso,
deve conter o seguinte conteúdo mínimo: características construtivas dos instrumentos e as
condições climáticas são alguns fatores que podem
Esquema de pintura a ser usado;
provocar alterações nos instrumentos, que levam a
Normas do esquema de pintura a ser usado;
erros de leitura.
Condições de recebimento e
armazenamento das tintas, abrasivos, etc.; Assim, é desejável que os mesmos sejam
Sequência de aplicação do esquema de pintura, variará em função dos três fatores anteriormente
Processo de aplicação de cada tinta; do aplicador das tintas deve elaborar e implementar
inspecionadas;
Definição do procedimento de inspeção de 9.5 Ações de prevenção de defeitos durante a
Definição dos pontos de parada obrigatória identificar a presença de óleo ou graxa sobre a
para inspeção (hold points). superfície, que devem ser removidos por solvente,
além de identificar o estado inicial de oxidação da
9.4.6 Calibração dos aparelhos e
superfície, que será necessário para avaliar o grau
instrumentos de medição e testes
de sua limpeza através de comparação com os
padrões das Normas ISO 8.501-1 e SIS 05 59 00.
Não há controle da qualidade que seja
Essa inspeção permite ainda identificar eventuais
confiável se é feito com instrumentos não
defeitos superficiais, tais como incrustações de
94
escória, respingos de soldas e massas, que e nem superior a 45°C (ou 40°C para as tintas
normalmente necessitam ser removidos. inorgânicas de zinco).
As condições atmosféricas influenciam todas A inspeção deve ser feita para cada lote de
as etapas do processo de aplicação do esquema de abrasivo recebido. Avaliando-se o certificado de
pintura, desde o preparo da superfície até a cura das análise e / ou através da determinação da
tintas. Devem ser determinadas as umidades granulometria. A determinação da granulometria
relativas do ar e a temperatura ambiente. deve ser feita através de ensaio passa-não-passa, em
peneiras com aberturas preestabelecidas de acordo
A umidade relativa do ar interfere na limpeza
com cada abrasivo.
da superfície e na cura das tintas. A superfície, após
Nota: Norma SAE J444.
a limpeza, fica sensível a umidade do ar. Após um
jateamento ao metal branco, qualquer contato com
9.5.4 Inspeção de recebimentos das tintas
o ar úmido provoca oxidação da superfície.
95
Qualquer não-conformidade dentre as À semelhança da mistura e da diluição, a
verificações citadas deve ser motivo de abertura de seleção do método de aplicação é uma atividade
registro de reclamação junto ao fabricante da tinta. típica do pessoal de execução, porém compete ao
pessoal do controle da qualidade efetuar o
9.5.5 Avaliação do grau de limpeza da acompanhamento.
superfície
9.5.9 Ações de detecção de defeitos
Um preparo de superfície deficiente leva o
esquema de pintura a problemas de adesão e Quanto mais cedo qualquer defeito for
desempenho. Assim, o pessoal do controle da detectado, menores serão as suas repercussões em
qualidade deve inspecionar 100% da superfície termos de gastos com materiais e mão-de-obra,
limpa. A inspeção deve ser visual ou eventualmente reexecução de trabalhos e lucros cessantes.
com o auxílio de lupa. A luminosidade do ambiente
deve ser a mais adequada possível. Verificar o grau 9.5.10 Avaliação de eventuais falhas das
de limpeza, antes de efetuar a medição do perfil de películas de tinta
rugosidade, deve verificar se a mesma não tem
poeira depositada, vestígios de óleo. Como consequência de deficiências de
aplicação, as películas de tinta ficam sujeitas a
9.5.6 Medição do perfil de rugosidade falhas que podem comprometer seu desempenho.
Tais falhas têm origem em uma das seguintes
Um inadequado perfil de rugosidade pode causas, atuando isoladamente ou em conjunto:
levar a falhas do esquema de pintura por falta de
Má qualidade da tinta;
adesão.
Método de aplicação inadequadamente
selecionado ou utilizado;
9.5.7 Acompanhamento da mistura e diluição
Má capacitação dos aplicadores;
das tintas
Interferência das condições climáticas, como
ventos, temperatura ou umidade relativa do ar.
Apesar das atividades de mistura e diluição
das tintas serem tipicamente de responsabilidade do Após a aplicação de cada demão de tinta,
pessoal de execução, ao pessoal do controle da toda a superfície pintada deve ser inspecionada
qualidade compete acompanhá-las para certificar- visualmente ou com auxílio de algum instrumento
se de que estão sendo conduzidas em conformidade ótico, para identificar eventual aparecimento das
com as recomendações dos fabricantes. seguintes falhas:
96
Crateras, normalmente ocasionadas por má porque algumas são inevitáveis. Por exemplo, é
qualidade da tinta ou adição inadequada de praticamente impossível a aplicação de tintas sem a
solvente; são muito frequentes em algumas ocorrência de qualquer poro. A experiência do
tintas epóxi de acabamento ou acrílicas; inspetor é que, na maior parte das vezes, determina
Bolhas ou empolamento, normalmente se o defeito é aceitável ou não. Constitui exceção à
ocasionados por má qualidade da tinta ou Norma ASTM-D-714, que estabelece um método
adição inadequada de solvente; são muito para qualificação do empolamento em função do
frequentes em algumas tintas epóxi de tamanho e da distribuição das bolhas. Com base
acabamento ou acrílicas; naquela norma, a Norma da PETROBRAS N-13
Fiapos, normalmente ocasionados por seleção aceita empolamento até o tamanho 8, pequena
inadequada do método de aplicação (bico da densidade para tintas à base de esmalte epóxi e
pistola, por exemplo), inabilidade do aplicador acrílica.
ou inadequação das condições climáticas,
particularmente ventos; são muito frequentes 9.5.11 Medição das espessuras das películas de
em tintas acrílicas; tinta
Escorrimento, normalmente ocasionados por
diluição excessiva ou deficiência de capitação Esta é a mais tradicional das ações de
do aplicador; controle da qualidade durante a aplicação de um
Impregnação de abrasivos, normalmente esquema de pintura. A medição da espessura é feita
ocasionados pela execução de jateamento sem inicialmente com a película úmida durante a
que uma tinta anteriormente aplicada tenha aplicação e finalmente com a película seca. Deve
alcançado a secagem ao toque; ser feita para cada demão de tinta aplicada. A
Gretamento ou fendilhamento, normalmente medição da espessura da película úmida é
observados em tintas inorgânicas de zinco normalmente feita pelo próprio pessoal de
aplicadas em grandes espessuras; execução, pois visa controlar as condições de
97
7. O pessoal de aplicação e controle da qualidade
10 CONTROLE DE QUALIDADE
deve ser preliminarmente avaliado em termos
de capacitação técnica.
10.1 Responsabilidade pela qualidade
8. Os principais ensaios realizados no controle da
qualidade iniciam no recebimento das matérias
Qualquer que seja a decisão em termos de
primas estendendo-se durante o processo de
compra das tintas, é importante que sejam
fabricação de tintas.
claramente definidas as responsabilidades, para que
a qualidade prevista para o esquema de pintura seja Alguns deles podem ser realizados
efetivamente alcançada. rotineiramente outros ocasionalmente, a depender
de sua complexidade. Durante a formulação de uma
1. A qualidade da tinta é responsabilidade do tinta todos os ensaios devem ser realizados.
fabricante. Para isto, deve ser comprada de um
fabricante preliminarmente qualificado, que 10.2 Sólidos por massa (não-voláteis em massa)
disponha de um sistema de qualidade
implantado na fábrica, como por exemplo, o da Determina em porcentagem, a massa não-
ISO 9000; volátil da tinta, ou seja, aquilo que permanece após
2. O cliente deve definir, através de uma norma a volatilização, principalmente do solvente. Esta
técnica ou qualquer outra especificação, os parte não-volátil é constituída pelo veículo, pelos
requisitos de qualidade de tinta a ser comprada; pigmentos e aditivos não-voláteis.
3. Deve ainda exigir que o fabricante apresente,
Em linhas gerais, o procedimento consiste
para cada lote de tinta fornecido, um certificado
em se tomar certa massa de tinta e colocá-la a secar
de qualidade, atestando a conformidade da
no ar ou em estufa. Decorrido o tempo fixado no
mesma com seus requisitos;
método e nas condições descritas, determina-se a
4. Ao cliente compete ainda efetuar inspeção de
massa e, com isso, obtém-se o teor de sólidos por
recebimento de cada lote de recebido, que pode
massa pela seguinte expressão:
abranger desde uma simples análise do
certificado de qualidade da tinta, até a retirada
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎 𝑠𝑒𝑐𝑎 (𝑔)
de amostras para análise a nível de laboratório; 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 (%) = × 100
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑎 𝑡𝑖𝑛𝑡𝑎 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 (𝑔)
5. A contratação dos serviços de aplicação do
esquema de pintura deve ser feita junto a 10.3 Sólidos por volume (não-voláteis em
empresas preliminarmente qualificadas; volume)
6. A responsabilidade pelo controle da qualidade
da aplicação é do aplicador, que deve elaborar Determina o teor de não voláteis em volume
e implantar um sistema de qualidade que de matéria da tinta, ou seja, o volume de material
assegure que a aplicação seja feita em que não se evapora após a secagem do solvente. Há
conformidade com os requisitos do cliente;
98
vários métodos para a determinação do teor de não- A viscosidade é o tempo, em segundos, que
voláteis em volume, dentre eles podemos citar: a tinta leva para escorrer do viscosímetro à
temperatura de 25ºC. A operação consiste em tapar
Método de Disco: previsto na Norma ASTM
o furo com um dedo, encher o viscosímetro
D2697 e PETROBRÁS N-1358;
completamente até que escorra um excesso para a
Método da Película: previsto na Norma ABNT. calha, preparar o cronômetro e dispará-lo no
instante em que se tira o dedo do orifício. Seu
10.4 Massa específica desligamento se faz quando o fluxo da tinta se
interrompe.
A determinação da massa específica é feita a
temperatura de 25ºC, utilizando-se de um A viscosidade Ford é uma medida principal
picnômetro de alumínio ou latão de volume das condições reológicas da tinta, isto é, das suas
picnômetro vazio, dividindo-se o valor por 100, para tintas é o viscosímetro Stormer, que mede o
encontrando assim a massa específica expressa grau de consistência da tinta em unidade Krebs
99
padrões, contendo líquidos com viscosidades
certas, classificadas de A-5 até Z-10.
100
determinação da espessura da película para recobrir 10.9 Finura de moagem (Dimensão das
o substrato ou demãos anteriores. O poder de partículas do pigmento)
cobertura é especialmente importante nas tintas de
acabamento. Para sua determinação usamos um Esse método determina o grau de moagem
aparelho denominado “Criptômetro de Pfund” que dos pigmentos no veículo de uma tinta. Consiste em
é composto de duas lâminas, uma branca e outra determinar a eficiência da moagem através do grau
preta, fixadas numa moldura e unidas uma a outra. de dispersão. As partículas de pigmentos são
Cada uma delas possui duas ranhuras paralelas no fornecidas aos fabricantes de tintas com diâmetros
sentido do comprimento. Na extremidade direita de da ordem de 5 a 10 µm. Durante a estocagem há
cada lâmina temos uma escala milimétrica gravada, uma compactação, formando aglomerados que
que termina no ponto de união delas. O aparelho precisam ser quebrados na moagem.
possui duas lâminas de vidro transparente, cada
A determinação de finura de moagem é feita
uma com duas ranhuras semelhantes às dos vidros
em um aparelho denominado de grindômetro.
branco e preto.
ASTM D 1210.
O método tem como objetivo a verificação
da propriedade de acompanhar os movimentos da
superfície em que foi aplicada. Consiste na
determinação da flexibilidade de uma película seca
pela passagem em um mandril cônico que produz
um esticamento ou alongamento da chapa e começa
a surgir rachaduras a partir do menor diâmetro do
cone.
102
Frequência do teste feitos pelo menos 3 ensaios de aderência,
distribuídos uniformemente por toda a are pintada.
O teste de aderência deve ser efetuado após
decorrido o tempo mínimo de secagem para Notas:
repintura de cada demão. Sempre que possível, o 1. O critério citado é válido quando a área for
teste de aderência deve ser realizado em corpos-de- pintada pelo mesmo lote de tinta e a pintura
prova (réplicas) representativos da superfície que executada em um mesmo dia, não sendo
está sendo revestida. Desta forma, evita-se permitida a soma destas áreas para efeito da
danificar a pintura aplicada sobre os equipamentos quantificação do número de testes.
ou estruturas. Caso isto não seja possível, o teste 2. Quando a pintura for executada utilizando lotes
pode ser realizado na superfície que está sendo diferentes da mesma tinta e não for executada
revestida, desde que, posteriormente, a área no mesmo dia, as áreas pintadas devem ser
danificada seja adequadamente retocada. identificadas, mapeadas e inspecionadas
separadamente.
Para tintas com espessura de película seca
3. Deve-se priorizar a realização do teste de
por demão até 70 µm deve-se utilizar o teste de
aderência em áreas consideradas críticas na
corte em grade (método B), utilizando sempre o
estrutura pintada, como por exemplo nas áreas
dispositivo de corte tipo “C”, mostrado na norma
correspondentes à Zona Termicamente Afetada
ABNT NBR 11003, cujo intervalo entre gumes é de
(ZTA) pela soldagem e também em áreas de
2 mm.
difícil acesso, nas quais podem haver falhas de
Para tintas com espessura de película seca pintura.
por demão maior do que 70 µm deve-se utilizar o
teste de corte em “X” (método A).
10.12.1 Método A – Corte em X
Para tintas de fundo ricas em zinco, à base de
silicatos, deve-se utilizar o teste de corte em “X”
Aparelhagem para o Método A – Corte em X
(método A), inclusive nas demãos posteriores,
independente da espessura da película seca. Dispositivo de corte A: lâmina de aço, de
aproximadamente 10 mm de largura e ângulo de
103
Nota: É importante manter sempre afiadas as 7. Alisar a fita com o dedo na área das incisões e
bordas cortantes do dispositivo em seguida esfregar firmemente a borracha no
sentido longitudinal da fita para se obter uma
a) Fita adesiva com as seguintes características:
uniformidade na transparência da fita aplicada.
b) Dimensões: largura de 25 mm e espessura de
Remover a fita no intervalo de 1 min a 2 min
0,2 mm;
da aplicação, puxando-a firme e continuamente
c) Adesão ao aço: mínimo de 55 gf/mm;
com uma velocidade de 20 cm/s, em um ângulo
d) Resistência à tração: mínimo de 4,6 kgf/mm
tão próximo de 180°, quanto possível.
e) Medidor de espessura de película seca.
8. Avaliação: Examinar a área ensaiada, quanto
f) Guia ou gabarito para traçar o corte.
ao destacamento, logo após a remoção da fita,
g) Borracha.
classificando a aderência de acordo com o
h) Lupa com aumento de sete vezes.
padrão visual da norma ABNT NBR 11003.
Execução do teste
menores. Para o ensaio, remover, de maneira 3. Resistência à tração: mínimo de 4,6 kgf/mm
104
8. Alisar a fita com o dedo na área quadriculada e
em seguida esfregar firmemente a borracha no
sentido longitudinal da fita para se obter uma
uniformidade na transparência da fita aplicada.
9. Remover a fita no intervalo de 1 min a 2 min
da aplicação, puxando-a firme e continuamente
com uma velocidade de 20 cm/s, em um ângulo
tão próximo de 180°, quanto possível.
10. Avaliação: Examinar a área ensaiada, quanto
ao destacamento, logo após a remoção da fita,
Figura 42: Dispositivo de corte do método B
classificando a aderência de acordo com o
Execução do teste
padrão visual da norma ABNT NBR 11003.
1. O método B (corte em grade) é utilizado para
espessura de película seca menor que 70 µm. 10.13 Medição da espessura da película úmida
2. Selecione uma área plana, livre de (EPU)
imperfeições, limpa e seca.
Consiste em determinar a espessura aplicada
3. Executar os cortes cruzados em um ângulo reto, em µm (micrometro).
de modo a alcançar o substrato, formando-se Aparelhagem
grade de 25 quadrados. Os cortes devem ser Jogos de pentes de leitura direta (em aço
feitos com pressão normal e não através de inox) com resoluções máximas de 5 µm a 25 µm
impulsos, através de movimento uniforme e (1mil) e faixas de medição que compreenda a faixa
contínuo do dispositivo. de espessura mínima da aplicação que está sendo
4. Verificar se o substrato foi atingido, com executada.
auxílio de uma lupa com aumento de sete
vezes.
5. Remover os resíduos provenientes do corte,
antes colocação da fita, com auxílio de um
pincel com cerdas macias.
6. Remover uma volta completa da fita no início
de cada série de ensaios e descartar. Não pode
ser utilizada fita com prazo de validade
Figura 43:Pentes de leitura de espessura de filme
vencido.
molhado
7. Para o ensaio, remover, de maneira uniforme e
Frequência do teste
contínua, 10 cm de fita e aplicá-la sobre a área
quadriculada em um dos sentidos dos cortes.
Durante a aplicação da tinta, a espessura de
película úmida deve ser criteriosamente
105
acompanhada pelo inspetor de pintura, de modo a
evitar variações inaceitáveis na espessura de
película seca. Em tubulações, deve ser realizada,
pelo menos, uma medição para cada 10 m ou fração
do comprimento.
Nota: Observar que o pente deve ser sempre 𝐸𝑃𝑆 × (100 + % 𝐷𝑖𝑙)
𝐸𝑃𝑈 =
apoiado no sentido longitudinal do equipamento ou 𝑆𝑉
𝐸𝑃𝑈 × 𝑆𝑉
𝐸𝑃𝑆 =
(100 × % 𝐷𝑖𝑙)
Critério de aceitação
106
Consiste na exposição de plaquetas pintadas
A espessura mínima de película úmida é em uma câmara com umidade relativa do ar
obtida pelo resultado da divisão da espessura aproximadamente de 100% umidade a temperatura
especificada de película seca pelo valor do de 40 +/- 1ºC. Este ensaio mede a permeabilidade
percentual de sólidos por volume, multiplicado por da película durante o período que varia de 24 a 240
100: horas. Quando a resistência é fraca, ocorre o
aparecimento de bolhas (blister).
𝐸𝑃𝑆
𝐸𝑃𝑈 = × 100
𝑆𝑉
107
10.17 Ensaios de imersão
108
10.20 Cor
10.19 Brilho
inclinação da luz incidente de 60º, adotado para O modelo acima é apenas um exemplo de um
todos os tipos de brilho. Consiste na determinação dos diversos tipos equipamentos projetados para
do grau de reflexão da superfície pintada em dar rápida, precisa e exata informação de medição
relação a padrões. de cor em materiais que vão desde papel e tinta
aplicada sobre os mais diversos tipos de substratos
10.21 Intemperismo
109
modelos americanos para esboçarem os primeiros
passos em direção à instituição de Programas de
Prevenção de Acidentes que viessem a satisfazer as
suas necessidades, contemplando a elaboração de
Normas e Regulamentos que viessem a anular os
crescentes Riscos impostos pelo avanço
tecnológico.
Até meados de 1972, poucas eram as Como se pode verificar, a atividade está
empresas que conheciam e praticavam a Prevenção centralizada na Participação. E é tal Participação
de Acidentes. O que se via àquela época era a ação que promove a descentralização da
de algumas Comissões Internas de Prevenção de Responsabilidade, a qual passa a ser de todos.
Acidentes – CIPAs – que a rigor, se inspiravam nos
110
11.1 Missão da segurança algo de máxima Importância, paralelamente com:
Produção, Vendas e Lucros.
Ponto importante na implantação de
qualquer programa de Prevenção de Acidentes, 11.3 Estatísticas dos acidentes
pois, o caminho mais fácil é aquele que nos conduz
ao fato de que o Responsável pela Segurança dos 62% dos Acidentes ocorrem quando as pessoas
trabalhadores em geral é o Órgão de Segurança “cortam caminhos”; não planejam
112
Se a tinta ou solvente for ingerido Isto minimiza os perigos vindos do exterior,
acidentalmente, deve-se providenciar e alerta o pessoal para os riscos potenciais da área.
assistência médica urgente. Por outro lado, a arrumação e a limpeza dos locais
conduzem a um clima de satisfação do pessoal que
Higiene pessoal
chega a facilitar o aprendizado.
Remova anéis e relógios de pulso, antes de
iniciar o trabalho, eles podem reter tinta junto à 2. Separar, Inspecionar e levar para o local de
pele. trabalho somente o que será utilizado no dia
Escolha roupa de trabalho com fibras naturais,
Facilita a arrumação, reduz os custos de
as fibras sintéticas quando friccionadas,
transporte, minimiza a quantidade de vapores
produzem faíscas, devido à formação de
inflamáveis no ambiente e permite um melhor
eletricidade estática, que podem provocar a
controle, além de não permitir a acumulação de
ignição dos vapores de solventes.
latas de tintas e Solventes no local de Pintura.
Use somente equipamentos a prova de faíscas
e assegure-se de que o mínimo de
3. Manter todas as latas fechadas e distantes das
equipamentos elétricos seja usado na área de
fontes de ignição
trabalho.
Nunca fume na área de trabalho. Os recipientes devem permanecer fechados
Use sapatos a prova de faíscas. até o momento exato da utilização, para minimizar
a evaporação de vapores de solvente. Importante,
Equipamentos de proteção coletiva
manter as embalagens a pelo menos 6 metros do
A grande preocupação da Segurança e da compressor de ar ou de outras fontes de Ignição.
Engenharia nos tempos atuais são definidos como
aqueles que têm como objetivos proteger toda a 4. Para misturar as Tintas só se deve utilizar
planta e, principalmente todo o pessoal envolvido equipamentos Pneumáticos
na operação. Torna-se importante dar-se atenção:
Jamais se deverá usar misturadores elétricos,
Ventilação do ambiente; aterramento de todos os
ou equipamentos semelhantes devido produzirem
equipamentos e utensílios; utilização de agitadores
centelhas e, assim sendo, eleva-se o risco de
pneumáticos; berços para os tambores e recipientes
incêndios ou explosões.
semelhantes.
113
levando em consideração a produção de energia Máscaras Descartáveis: Protege a respiração
Estática suficiente para provocar a Ignição dos naso- oral, tendo adaptador para o nariz e é
vapores inflamáveis, principalmente quando o presa na cabeça por elásticos.
produto é armazenado em grandes recipientes. Máscaras de Cartucho: Com filtro de carvão
ativo cambiável. Respiração naso-oral.
6. Todas as latas de Tintas e outros recipientes Máscara com Traqueia ou ar mandado: Protege
vazios deveram ser removidos do local de toda a face. A traqueia é conectada com
trabalho ao final de cada dia elementos filtrantes a cintura do trabalhador, o
qual recebe o ar do exterior com pressão
As latas vazias também representam fontes
positiva regulável.
de perigo, devido aos restos de tintas. Retornar com
elas ao canteiro e deixar secar bem antes de colocá-
las no armazenamento de sucatas. 11.7 Trabalhos em tanques ou em outras áreas
confinadas
114
O sistema de ventilação deverá estar trabalhadores no interior do compartimento
instalado e funcionando. confinado.
115
até que a luz de emergência seja acionada pelo 11.8 Equipamentos de proteção individual –
vigia. EPI
podem levar alguns anos para chegarem e se adotar o uso de Equipamentos de Proteção
pronunciar e produzirem os seus efeitos maléficos. Individual – EPI. Pode-se adiantar a existência de
Enfatizamos que todos – indistintamente – estão um equipamento especifico, para cada atividade
sujeitos aos efeitos das tintas e seus vapores: desde também especifica. No caso dos serviços de
o pintor, até os elementos que supervisionam as pintura, são vários os equipamentos a serem
atividades. Em qualquer situação, lembrar que usados, as operações fundamentais de jateamento,
exposições – por mínimas que sejam – podem passando- se pelo manuseio de tintas e, finalmente,
116
Capuz ou elmo: Podendo ser usados em plástico são mais conhecidas, porém, isso não altera
conjunto com o avental e as mangas de raspa, as características.
protegem o jatista contra os problemas da sílica e
contras os abrasivos. Deverá ser dotado de
mangueira para fornecimento de ar. O ar deverá ser
filtrado antes de chegar à máscara.
Figura 56: Exemplo de equipamento de proteção do uso mesmo quando a ventilação for boa. O ar é
jatista fornecido por meio de compressores, deverá ser
filtrado adequadamente, e o fluxo constante pode
Luvas de raspa: com costa e punho de lona. Modelo
ser regulado através da válvula situada à altura do
básico para a proteção do jatista contra a ação do
cinto.
abrasivo. Quaisquer outros modelos similares
poderão ser adotados.
117
Máscara do tipo descartável: para utilização nos
locais onde haja a presença de poeira em
suspensão, quer seja de aplicação de tintas em
espaço a céu aberto.
Óculos com proteção lateral: deverá ser usado nas Figura 64:Exemplo de botina de proteção
operações em que ocorra a presença de abrasivos.
118
Filtro de ar: a princípio, deveria ser classificado pintor. Caso tal ponto não venha a existir, a sua
como um Equipamento de Proteção Coletiva. fixação – poderá ser um olhal – deverá ser
Como deve ser utilizado entre o suprimento de ar providenciada a aproximadamente 1 metro acima
para o trabalhador, e o compressor, o mesmo se de onde o trabalhador estiver operando. Nunca
enquadra como mais um equipamento de proteção deverá estar situado abaixo.
individual. O seu uso não deverá ser dispensado em
qualquer momento que o trabalhador tenha que usar Recomendações quanto ao uso de epi
ar mandado.
Em relação aos equipamentos, em particular
as máscaras e roupas deve ser tomado alguns
cuidados em relação a cada um deles. Jamais se
deve permitir que vários trabalhadores utilizem a
mesma máscara sem que, antes, ela tenha sido
devidamente higienizada após ter sido utilizada
pelo trabalhador precedente. Isso poderia conduzir
à transmissão de várias doenças apesar de -
supostamente – todos estarem em boas condições
Figura 65:Exemplo de filtro de ar de saúde.
indumentária do pintor, elas servem para dar Nesse caso, lavar as roupas de trabalho
proteção a cabeça e ao pescoço do pintor, evitando juntamente com as da família, seria o mesmo que
possíveis irritações e infecções. Finalmente, estar levando para casa os males que atingem o
atenção especial deverá ser dispensada ao cinto de trabalhador no local de trabalho. Só que, nesse
segurança, equipamento que deverá, também, ser caso, crianças poderão estar sendo afetadas, o que
usado por todo e qualquer trabalhador, sempre que agravaria a situação. Enfatizamos que o uso do EPI
o mesmo estiver trabalhando em alturas superiores é uma necessidade. Entretanto, não deve
a 2 metros. transformar-se em um meio exclusivo de imagem
Tal equipamento deverá ser dotado de promocional descabida. Deve-se usar somente o
talabarte e mosquetão que permitam a fixação à estritamente necessário.
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Rev: 06 | Data: 02/2022.
Sujeito a alterações sem aviso prévio.
As informações contidas são valores de
referência.
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