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28 Maria Fernanda Maz.z.'ott, ,rBar et o .. . de Grupo: breve hlstorico


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26 Maria Fernanda Mazzlottl Barreto D'r"ilã"mlca de Grupo: breve hlst6rico

dificuldades encontradas ao explicar o que era feito como os do.Thesaurus. Por exemplo, figura na edição que data de 1994
progressos alcançados com os alunos foran1considerados positivos. (pp. 93-94) um indício respeitável de sua pemmnência na Psicologia
Foi em 1969, ao orientar a fommçãopsicodramática de educadores da atualidade. Nessa última edição, são apresentados os diferentes
em São Paulo, que surgiu pela primeira vcz, segundo ela "pclo mcnos. terolOSderivados, aparentados ou especificos, que têm por núcleo a
entre nós", o termo Psicodrama Pedagógico (pp. 17-19). Dinâmica de Grupo: coesão glupal, discussão etn grupo, participação
Vê-se, dcsta forma, que o Psicodrama é uma das abordagens etll grupo, desempenho grupal, tamanho do gnlpo, estrutura do &'11.IPO,
de grup.o aplicada a, pelo menos, dois contextos de atuação do dinâmica intergrupal, brail1storming, mudança de escolha,
psicólogo: clínico e escolar. coinportamento coletivo, gntpos de elcvaçã~da consciência, instrução
Não se pode deixar de mencionar, entre outras, por um lado, 'em grupo, solução de problemas em grupo, psicoterapia de grupo,
as contribuições de Rogers e Maslo", com o movimento humanista treinamento em relações humanas, comportalllento organizacional,
e, por outro, as de Pichon Riviere eo grupo operativo, que têm sido pre~são dos pares, grupos de referência, treinamento de sensibilidade,
fecundas em suas aplicações, quer na clínica, na escola e t.lO ensino, soeióinetria e equipes (teams).
quer em outros contextos. 1
Resta acrescentar que, ~lém de se relacionar com a atuação do
Recentemente, Bednar e Kaul (1994) registraram que, imma psicólogo nas três áreas principais dessa atuação (clínica, escolar e
busca da literatura científica a respeito de "terapia de grupo, aconse- org~izacional-il?dustTial), os conhecimentos c práticas generi-
lhamento de grupo, tratamento de grupo, processo de grupo, resultados camente designados pcla rubrica Dinâmica de Grupo são, ademais,
de grupo e IIderde grupo", feita por intermédio do PsychLit a partir de rele.vantes para a atuação profissional e a compreensão de problemas
publicações de 1983 a 1990, foram localizados nada menos do que enf nuinerosos outros domírtios da Psicologia, corno a Psicologia
3826 artigos. Em contrapartida, Barreto (1994) constatou a escas- CÓl"unitária, o Aconselhamento Psicológico, a Psicologia Jurídica e
sez de literatura assemelhada em duas revistas brasileiras de Psico- . Criwiitológica, a Psicologia da Saúde e Hospitalar, a Psicologia dos
logia: Psicologia: Teoria e Pesquisa; e PSICO que, durante o ESP.9ttCSe outros.
período de 1989 a 1994, publicaram apenas dez artigos de trabalhos
sobre grupo. Levine e Morelanel
(1990), citando Steiner, assinalam,
I Para a compreensao- d o
R~ferências
aliás, que para a compreensão do com-
~..
~,~:~".K,
W. (1984). Group dynamics.ln Corsini, R. J. c col. Encyclope.dia
comportamento humano e portamento humano e do funciona- of'/}sychology. New York: Wíley.
mento da sociedade, o grupo é bastante B,arreto, M. F. (1994). Pesquisa sobre grupos: publicações em dois
do funcionamento da socie-
importante para justificar que continue
dade, o grupo é bastante pe)'!ódicos brasileiros nos últimos anos. Mimeo.
sendo obj eto de pesquisa. ~~,~to,M. F. (1999). Psicólogos: a formação co exercício profissional.
importante para justificar Merece ser assinalado que o ia
~~~_~;,'deDoutorado. Campinas: Instituto de Psicologia e Forioaudiolog
que continue sendo objeto termo descritor Dinâmica de Grupo dM'9ntificia Uníversidade Católica de Campinas.
consta tanto do Thesaurus da UNESCO B~Már, R. L. & Kaul, T. J, (1994). Expcríential group rc,earch: can lhe
de pesquisa.
\-
O
I
---- para a área da. Educação (UNESCO,
c,~9!:?tlfire? In A. E. Bergin c S. L. Gari,cld, (ed.) Handbook of
1992) como do Thesaurus da American PfJ;f.'íolheropyand behavior c!longe (pp. 631-663). New York: Wíley.
Psychological Association desde a sua primeira edição, datada de .9~ghl, D. & Zander, /1.. (1967). Dinâmica de Grupo: pesqui.w e
1974 e baseada nos termos usados nos Psy~hological Abslracts em :~~.~~9.
São Paulo: I-Ierdcr .
.1967. O mesmo termo descritor é mantido nas edições subseqücntes
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24 Maria Fernanda Mazziottl Barreto Dinâmica de Grupo: breve hIstórico

... , a busca da verdade de um ~rupo humano que discute


Depreende-sc desses estudos a relevância que tem, para o
livr:emente seuS problemas. E uma intensa experiência
profissional em Psicologia, o conhecimento a respeito não só do
pessoal .que envolve 'outras pessoas, como na vida. A
trabalho com grupos, como das influências que os grupos exercem, essência do psiquismo não pode transmitir-se somente por
quer sobre o indivíduo, quer sobre a comunidade ou instituição das meio da linguagem, e sim por um todo que Inclui o gesto. o
quais fazem' parte. Como ressalta Gauquelin, Kurt Lewin foi toque e o encontro o" O psicodrama é sempre terapêutico
pioneiro em assinalar com bastante clareza a relevância aqui e pedag6gico (dependendo do que se proponha pode-se
encaminhá-lo mais para um ou para outro desses aspectos)
mencionada. Segundo suas próprias palavras,
... O psicodrama é uma experiência de grupo vivida para o
grupo e pelo grupo (p.\ O).
Não existe indivíduo algum que não tente, consciente
ou Inconscientemente, inn~endar a sua família, o seu grupo da
Moreno (1984), no prefácio de sua obra O Teatro
de amigos, o seu grupo profissional, e assim sucessivamente
... Temos de compreen~er que o próprio poder é um Espontaneidade, publiéada pela primeira vez na Alemanha, em
aspecto essencial de um grupo' seja ele qual for ... Um dos 1923, declara que esta é a única no gênero e diz:
maiores serviços que a pesquisa social pode prestar à
sociedade é o de chegar a uma noção mais. exata dos Sua contribuição principal reside na elaboração das
aspectos legftimos e ilegftimos do poder (Kurt Lewin; apud bases da teoria da espontaneidade, da técnica de atuação, e
Gauguelin, 1980, p. 67). ..da comunicação interpessoal. Abriu novOS horizontes não
.Só. para o teatro, como também para o psicólogo
A teoria,da Gestalt marcou toda .e.xperimental, para o educador, pa'ra ó sociólogo, para o
I Temos de compreender que a obra de Kurt Lewin e, após o apareci-
. psic61ogo social, para o (onoaudiólogó, para o psicólogo
.çlfnico, para o psicoterapeuta e para o psiquiatra ... Deu
mento da Dinâmica de Gmpo, surgi- margem a diversas caracteristicas encontradas em meus
o próprio poder é um aspecto ram diversas abordagens teóricas que trabalhos' posteriores ,.. Neste sentido .• o livro foi um
essencial de um grupo seja hoje fundamentam o trabalho eom gm- precursor do sociograma, do diagrama do átomo social, do
pos, em vários domínios. diagrama do papel, do sociograr:na de ação etC. (p. 7).
ele qual for.
Ribeiro (1985), em Gestalt-
Kurt Lewill. I ter,!pia: refazendO um caminho, ao res- . (1987), professora da rede pública da Argentina,
Romanã
gatar os pressupostos teóricos c filosó- c~n(il em seu Psicodrama Pedagógico que foi em 1962, assistindo
ficos da gestalt-terapia, apresenta, entre as três teorias que dão péla ..primeira vez a uma sessão psicodramática como paciente, que
sustentação a esse processo terapêutico, a teoria de campo de Kurt enéontrou o método .didátieo que buscava com uma concepção
Lewin. As demais são: a própria Psicologia da Gestalt, desenvolvi- fenomenológica da cducação. Após um curso de formação como
da por Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka, como pSicodramatista de três anos de dusação, cuja aplicação era específica
não poderia deixar de ser, e a Teoria Holistiea ele Kurt Goldstein. plUja.a clínica, senliu necessidade de começar a constmir um marco
Essas três teorias, segundo Ribeiro (op.cit.), "perfizeram o quadro t~~rieo adequado para a aplicação em educação. EntTe 1964 e 1966,
científico do qual Frederick Perls se utilizou para ampliar a Psicologia da . pA~~oua utilizar dramatizações com seus alunos de curso superior, e,
.-£;l fIlialmente, passou a ulilizá-Ias com crianças que apresentavam
Gestalt, criando a Gestalt-terapia" (p. 65).
O Psicodrama úiado por Moreno édefinidc por Fonseea problemas de aprendizagem. Entre \966 c 68, ao fazer
Filho (\984) na apresentação da edição brasileira da obra Hipllo- .4é,nlonstrações a colegas sobre o método, então
denominado
drama e Psicodrama (Moreno, 1984) como t4cnicas psicodramáticas Aplicadas à Educação, tanto as
_:',1'''< ~"":NJ,

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Diriâmlca, de Grup'o: breve histórica
22 Maria Fernanda Mazzlottl Barreto

interpessoal, assinada pela Professora Feia Moscoviei, que passou a


Lane (1985), numa visão materialista histórica, diz que se encarregar da disciplina Dinâmica de Grupo no Curso de
pós-Graduação em Psicologia da Fundação Getúlio Vargas, no Rio
", o estudo de pequenos grupos s~ torna necessário para
entendermos a relação individuo-sociedade, pois é o grupo de Janeiro (Moscoviei, 1965).
condição para que ele supere a sua natureza individualista,
Ao longo do desenvolvimento da prática, da teorização e do
se tornando um agente consciente na produção da história ensino de Dinâmica de Grupo, diferentes concepções surgiram,
social (p. 90). direcionando a atuação do profissional que trabalha neste campo,
de acordo com a crença cm cada uma destas concepções. Para
Os últimos anos testemunharam profundas transformações alguns, elase refere "a um tipo de ideologia politiea, interessada nas
de caráter mundial, com desdobramentos c implicações em formas de organização c direção dos grupos"; para outros,
praticamente todos os setores, afetand'o a sociedade em escala '''refere-se a utn conjunto de técnicas, tais c~mo o desempenho de
sensivelmcnte maior do que no p'assado, confonne registram os papéis, discussões, observação efeedback de processos coletivos";
estudiosos da nova "sociedade 'global", "s,ociedade informatizada" e ou. ainda, para outros
"sociedade das mudanças de poder" (Ohmae, 1991;. Cetron e
Davies,I989 e 1991; Nalsbitt e Aburdene, 1990; Toffler, 1991; refere-se a um campo de pesquisa dedicado a obter
Drucker, I989 e 1991). Ainda não se acham bcm defmidos, nesse conhecimento a respeito da natureza dos grupOS, das leis,
de seu desenvolvimento e de suas inter-relações com os
novo. contexto mundial de mudanças nas sociedades, os rumos quc
.Indivlduos, outros grupos e instituições mais amplas
a Dinâmica dc' Grupo poderá tomar, mas é lícito supor que
. (Cartwright e Zander, 1967,p. S).
estejamos no limiar de sérias revisões e transformações tambétn
neste contexto, pois os indícios disponíveis apontam para a.
intensificaçãQ da importância c da relevância social '4as pesquisas a
esse respeito.
Dj,nâmica de Grupo na formação e
No Brasil, mesmo antes do surgimento oficial da profissão de n;qexercício profissional
Psicólogo e dos primeiros cursos superiores fonnais de Psicologia no' : '.~";,.
,;'..... Tendo por baSe, inicialmente, duas contribuições à literatura
país, eram realizados cursos, seminários, conferências etc: a res.peito sR~~~afonnação de psieólogos no Brasil, assinadas por Seminério e
de Dinâmica de Grupo. Sabe-se, por exemplo, que no inicio da década c?)~b()radores (1987) c WiUcr c colaboradores (1992), é de se destacar
de 1960, entidade~ como o Centro de Psicologia Aplicada, no Rio de o.papel que a disciplina Dinâmica de Grupo exerce, como parte do
Janeiro, promoviam seminários de Dinâmica de Grupo e Psicodrama, ctBículo dos Cursos de gràduação em Psicologia. Embora a mesma
sob a coordenação de Picrre Weil, valendo-se de técnicas anunciadas não..seja mencionada nas pesqtllSas de Seminério et aI. e de Witter et
corno "inspiradasno T Group de Bethel e no Pslcodramade Moreno, tal ~l.,.,os primeiros se referem a um ponto que se relaciona com a
como são feitosnos EstadosUnidose na França"(CEPA,1963):Enquanto t~,âriz,aÇão,a pesquisa e a prática em Dinâmica de Grupo: "a expansão
não surgirem doewncntos que provem o contrário, é bem possível que .~~':_Psicologia comunitária como um dos campos aplicativos mais
Weil tenha sido o pioneiro, no país, na introdução da Dinâmica de f~~êntes" (pA2). WiUer e colaboradores, por sua vez, relatam que,
QÓ Grupo. ~P.\ie. as disciplinas incorporadas aoS currículos dos cursos de
Data igualmente desse mesmo período a publieação de obra :;&tMll3ção em Psicologia, figuram "Introdução à psicologiaComunitária,
que difundiu as noções de "laboratório de sensibilidade", centrado ~~~@)íbgia Institucional,e SaúdeInstitucionale do Trabalho" (p.18?).
no treinamento de sensibilidade social, de grupo T, de dinâmica
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20 Maria Fernanda M'azziotti Barreto 'B)':ri,imlcade Grupo: breve histórico

Paralelamente, uma outra abordagem surgiu nos anos 40, com deisNTL antes mencionados, passaram a ser úm veículo importante de
o objetivo de' aperfeiçoar os processos democráticos. Conhecido ciesdmento pessoal e autoconsciência e à influência da Dinâmica~e
como movimento de "relações humanas", teve como foco principal O Grupo lewiniana foram acrescidas a~ idéias humanisticas de Rogers c
Laboratório Nacional de Treinamento em Desenvolvimento de Maslow e, mais tarde, gestált:icas (Ferls) e transacionais (Beme), de
Grupo nos EUA, fundado em 1947 com a ajuda do Centro de Pesquisa modo que os grupos T se convertcnU1l, em grande parte, em "grupos de
de Dinâmica de Gmpo. O método exigia que cada participante encontro" e "grupos de sensibilld.de" (pp. 431-432).
examinasse e discutisse eventos de maneira bastante aberta, dentro Atualmente, há diferentes concepções sobre o trabalho com
do seu próprio grupo. Esse procedimento gerou uma fomla de grupos, que variam de acordo com a metodologia e o referene'ial
aconselhamento para os participantes e a ênfase na compreensão de teórico adotados.
si mesmo chegou até a deslocar ó interesse inicial por grupos. Os Numa abordagem tradicional, Cartwright e Zander (1967)
adeptos dessa abordagem prática desenvolveram uma compreensão propõem que a Dinâmica de Grupo.
especial do valor dos chamados "grupos de sensibilidade" e "gmpos
... se defina como um campo de pesquisa dedicado ao
de encontro", não baseada em resultados de pesquisa.
conhecimento progressivo da natureza dos grupoS, das leis
Os principais aspectos considerados nesta última orientação, de, seu desenvolvimento e de suas iRter~relaçóes com
de trabalho com grupos (de sensibilidade e de encontro), assim Indivíduos, outros grupos e instituições mais amplas. Pode
como as controvérsias e os problemas ligados á avaliação de seus ser identificada-por quatro características distintivas:
resultados têm sido objeto de várias revisões detalhadas, entre as a, uma acentuação da pesquisa empírica, teoricamente
quais as de Moscovici (1965,1985). significativa;
De acordo com Phares (1979), o movimento de encontro surgiu b. um interesse pela dinâmica e pela interdependência
cm meados do século XX, a partir dos grupos de treinamento em entre os fenômenos;
relações humanas (grupos T) e da Dinâmica de Gmpo. Lewin c. uma importância geral para todas as ciê':'lcias sociais; e

organizou os primeiros gmpos T em 1946, em virtude da necessidade "d. a aplicabilidade potencial dos 'resultados nas tentativas
de aperfeiçoar o trabalho dos grupos e suas conseqüên-
de ajudar lideres comunitários nos EUA a compreender e aplicar
cias nos indivíduos e n. sociedade (p. 10).
dispositivos legais referentes á igualdadc de oportunidades de
trabalho. Foram organizados grupos 'de 'dez membros cada um, que
Numa abordagem dialética, Lapassade (1977) vê que a
passaram a se reunir e a interagir por meio de discussão em grupo,
role-playil1g c treinamento em soluções altema!Ívas. Os líderes dos Dinâmica de Grupo leva, na re.lid.de, a um. diaiétic.
grupos logo perceberam a vantagem de compartilhar suas observações dos grupos. O emprego do termo di.lética justifica-se
e análises do que acontecia durante as reuniões, além de apresentar desde que por ele se entenda uma 16gica do inacabamento, .
essas observações e análises aos membros de cada grupo, a fim de da ação sempre recomeçada (p. 227).
ajudá-los a melhorar as relações humanas. Como' resultado dessas
Segundo ele, o grupo se organiza num processo que jamais
experiências, deu-se a fundação dos "National Training Laboralories"
-¥ (NTL), em 1950, que desempenharam um papel decisivo na
~~~garáa Ulna totalização, não há nlaturidade: dos grupoS. Essa
.,9fg~ni:z;ação se dá no movimento do grupo contra a serialidade, isto
intensificação do trabalho em Dinâmica de Grupo com o uso quase
terapêutico junto a pessoas "normais". Os grupos T, sob a liderança :;~ipafusão.
'..r'i~..

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18 Maria Fernanda .Maúiottr Barreto D.ihâ'in~ica de Grupo: 'breve hIstórico

compreensao científica profunda da função de liderança e . ,Ainda nessa época, nUlllerosos .estudos foram feitos sobre
da. cultura e de outros aspectos essenciais da vida grupal caràcieristicas de liderança, embora pOllcas conelus"cs tcnham
(Lewin,.pud Z.nder, 1979,p. 418).
resulÚldo dos mesmos.
Apenas a partir de 1930 é que o estudo científico de pequenos
A evolução da literatura sobre Dinâmica de Grupo, ainda de grupos começou a tornar vulto e deu-se a criação de inúmeros
acordo com Zander (1979), inelui textos precursores sobre aspectos centros de pesquisa voltados especificamente para a investigação
psicológicos do grupo, que retrocedem até 1890. Mas a expansão dos fenômenos grupais com conseqüente aumento da literatura a
e.fetiv.a .des~aliteratura só ocorr~ a par- respeito dos mesmos (Knowles e Knowles, 1967).
I . tir da década de 1940, após os artigos . Houve nos anos subseqüentes à Segunda Grande Guerra un1
... lidar com seres huma- de Lewin. clima favorável nos Estad.os Unidos para a implementação de
nos não como indivíduos O casal Knowles (1967) expres- pesquisas no campo de Dinâmica de Grupo, bem como uma
sa sua surpresa ao constatar que, apesar convergência de interesses, quer da sociedade de forma geral, quer
ísolados, mas no meio de
. de o desenvolvimento do homem se dar
grupos sociaís. de .t,endências nas ciências sociais.
em grupos, o estudo da vida em peque-
Tanto o Governo Federal como o -
Lewin.I nos grupos só se deu após séculos de
muii'do deiS negócios, além de institui-
estudo dos aspectos mais amplos da or-
ç(í'e~ acadêmicas apoiaram financei-
ganização social.
rainente 'pesquisas que propiciaram o
O tcxto de Knowles e Knowles,' nas páginas 12-19, cita
aperfeiçoamento das relações humanas
filósofos europeus que, no final do século XVII, começaram a
(Carlwright e Zander, 1967).
especular sobre a natureza social do homem e sobre a relação entre o
.. Zander (\ 979) nos relata que o
indivíduo e a coletividade. Menciona Comte e' Spencer como os
elil11a vivido nos anos de 1940, de
primeiros sociólogos que, no século XIX, passaram a estudar
cl6rnínio das ditaduras européias que
movÍlnentos de massa e comportamentos coletivos, acrescentanúo que
favpreciam a agréssão internacional e (1..'1
foi apenas nà virada do século e inicio do século XX que sociólogo~ c
.f()rt~::depressão econômica n1undtal, 'exigia das nações dcnl0 ráticas
começaram a se interessar pelos processos e mecanismos de conlrole uma ,ação mais eficaz. Para tanto, muitos pensadores pediram mais
social exercidos pelos pequenos gnlpos. pesquisas para o fortalecimento da democracia. Assim,
As primeiras pesquisas experimcntais tinham, segundo
Hare, Borgatta e Bales (apud Knowles e Knowles), como tema o Os cientistas, especialmente psicólogos SOCiaIS,
controle social do comportamento. começaram a conduzir estudos sobre discussão de grupo,
O casal Knowles também cita Lindeman que, em 1920, desa- produtividade de grupo, mudança de atirude Ollproblemas
na liderança, e a testar suas teorias em programas de
fiou o estudo especulativo dos sociólogos, propondo um método
pesquisas. Por causa dos testes das teorias serem feitoS
empírico para pesquisar grupos fimcío.nais.
através de experimentos controlados, o número de
Várias estudos relevantes sobre processos grupais como solu- investigações'de laborat6rio (necessariamente, com grupOS
.ção de problemas, diagnóstico de problemas hUlllanos nas organiza- relativamente pequenos) aumentou grandemente. MuitoS
--- 6)
ções, controle dos grupos e outros, feitos por ElIiot e Sheffield, Follet,
Freud, Kolb e Walson, são citados por Knowles e Knowles, Gomo
estudiosos naqueles tempos acredit.."lvam firmemente que O
trabalho expedmental logo forneceri a maneiras de

I -onresentativos da literatura de pesquisa típica dos anos vinte.


fortalecer os métodos democráticos (bnder, 1979,p. 419).
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16 17
Maria Fernanda MazziotU Barreto Oi~âinrca de Grupo: breve histórico

execução de urna tarefa, mas em um cUllo espaço de tempo essa união programas de pesquisa, ensino e aplicação se baseiam em
e a colaboração cediam lugar ao traballlO isolado de cada tun dos princípiosdc Dinâmica de Gr\lpo que podcm ser estabelecidos in-
participantes. No grupo democrático, no qual as decisões eram ,dependentcmente dos propósitos das atividades específicas dqs
tomadas em conjtmto, líder e crianças, buscando uma solução que grupos (Krech, Crutchfield e Ballachey, 1962; Ross, Alexander e
satisfizesse a todos, houve momentos de tensão, porém, a Basowitz, 1966; Schultz, 1969; Gauquelin, (984).
agressividade ocorrida nunca se p.".':s~11.ali?:91',!.ponto de cril'~_ Os estudos clássicos de Lewin foram posterionnente resumidos
"bode expiatório". em dois livros: Field Iheory in lhe social science e Resolving social
Poderíamos aqui nos estender mais sobre os resultados dcsta coiiflicts.
pesquisa, porém, não é esse nosso objetivo. A intenção 'é de, em ..Ao historiar as origens da Dinâmica de Grupo, Back (\984)
primeiro lugar, apontar uma pequena parte de um trabalho assinála ainda a relevância da contribuição de outros pioneiros: os
. considerado relevante como marco histórico do nascimento da experimentos de Mayo e Roethlisberger sobre grupos numa fábrica,
Dinâmica de Gmpo. No entanto, não se pode também deixar de os, de' Sherif sobre conflitos num grupo de acampamento e
destacar que esses climas de grupo foram criados artificialmente, o des~nvolvimento de padrõesgrupais, e os estudos sociométricos de
que, não necessariamente, corresponde ,à realidade. O monitor, Mo(eno com grupos residenciais. Ainda de acordo com Back, os
treinado para executar o papel de líder autoritário, deternÍinava as p~onei[os citados criaranl diferentes técnicas de pesquisa e
tarefas 'ou 'os passos a .serem executados, um a um, sem contribuírain para propor difercntes locais 'ou contextos em que a
explicitar-lhes os objetivos, sem se preocupar com o scu progresso ou Dinâmica de Gmpo podia ser pesquisada.
com o aperfeiçoamento da maneira pcla qual os páticipantes a , A Dinâmica de Grupo foi assim se desenvolvendo, tomando-se
realizavam. O eomportamento que mantinha eom maior obstinação' um, ..campode pesquisa, quer realizadas em laboratório, quer enl
era o de exercer o domínio sobre os seus comandados. Por outro lado, campo, com o objetivo de estabelecer li relação de causa e efeito entre
o líder democrático apresentava um comportamento amistoso c oS,fel1ômenos grupais e, dcsta fonna, poder prcdizer sob que condições
amável, evitava situações de c,?nfronto e mesmo de dificuldades ~,~~...comportamentós podem ocorrer. Aléln disso, evoluiu tambéln
entre os mCInbros, e entre estes e a tarefa c9i~.o.rampa de aplicação relacionado - a uma larga variedade de
E d' f d I'd ' a ~er executada: Esses dois tipos de P:f~bl~mas e contextos, evolução que Sé acha sintelizA1da em Zander
sses OIS 'pos e I eran- liderança, a autoritária e a democrática, (1979). Essa evolução ganhou a forma de diferentes abordagcns e urna
ça, a autoritária e a demo- quando exercidas na sociedade, não são gr01~demultiplicidade de aspectos variáveis e direções de pesquisa, os
crática, quando exercidas qüai nmdanlentam o trabalho dos que se dedicam ao scu cstudo e à
tão simples de se realizar. s
na sociedade, não são tão Os seus esforços pioneiros de in- süa ~plicação. '
I d Em uma de suas ,contribuições para o estabelecimento da
.
slmp es e se rea ,.IZar. vestigação científica, conforme relata-
'_ .
I dos até aq:u, Ílzeram com que Lewm Dinâmica de Grupo como área de pesquisa, teorização e aplicação,
---- fosse conVidado em 1944 para orgaOl- Kut:i: Lewin assinaloll que:
zar e dirigir o primeiro ccntro de pesquisas em Dinâmica de Gmpo
no MIT (Massachusetts Institute ofTechnology). Ainda que o trabalho de investigação científica dos
.. grupos tenha poucos anos, eU não hesito em predizer que o
h Após sua morte em 1947, o centro por ele criado mudoll-se
trabalho de grupos - Isto é lidar com seres humanos não
para a Universidade de Michigan em Ann Arbor. O "Research
cOnio indivíduos isolados, mas na me,ia de grupos sociais -
Center of Group Dynamics" é uma divisão do "Institutc for Social será em breve um dos mais lrnportantes campos teóricos e
Research", organização autônoma dentro da Universidade, Seus práticos ... Não é possível criar um mundo melhor sem uma'
:r --,- '"'t'i"~..-.;:
,"i."

14 DInâmica. de Grupo: brevehistór[co


15
Maria Fernanda Mazzlottl Barreto

pesquisa e a teorização dos grupos à luz da Psicologia são mais tar- participantes se reuniam em subgrupos apenas quando se lhes era dada
dias e decorrem principalmente dos empenhos do Psicólogo Social a ordein pelo llder. Nos grupos deinocráticos, esta reunião era
alemão, Kurt Lewin. . espontânea e durava o dobro do tempo que a dos grupos autocráticos.
Foi em 1936 que, com Kurt Lewin, surgiu nos Estados Seu famoso relato, em colaboração com Lippitl e Whitc,
Unidos a Dinâmica de Grupo como campo de pesquisa. Aliás, foi sobre um estudo de comportamento agressivo em "Climas sociais
Lewin quem introduziu o termo Dinâmica de Grupo nas ciências . criados experimcntalmente", foi divul-
sociais. Interessava-se,.mais particuh~fT!l'enteJ em conlu:~cer, através
de pesquisas com pequenos grupos, os macro-fenômenos sociais
gado em 1939 no Journal of Social
psycholagy ..
INos grupos ..
democraticos a
(Cartwright c Zander, 1967; Mailhiot, 1991). ~s.se estudo visava conhecer o originalidade dos indiví-
Kurt Lewin era alemão de origem, nascido na cidade de ,comportamento do grupo como um duos, o sentimento de nós e
Mogilno em 9 de setembro de 1890, e por ser de uma familiajudia, todo e de cada participante, em especial,
a cooperação entre seus
desde cedo entrou em contato .com 'o que se tornou para ele tema de sob a influência de diversos tipos dc
seus estudos ao longo da vida, a minoria e suas conseqüências. liderança 'ou de atmosfera grupal: membros são muíto maiores
Estudou nas Universidades de Friburgo, Munique e Berliin, Foram. criadas experimentalmente que nos llrupos cujo lider
doutorando~se em Psicologia nesta ~ltima, em 1914, sob ,a atmosferas democráticas, autocráticas e era autocrático.
orientação de Carl Stumpf, diretor do Laboratório de Psicologia /aissezjaire em gmpos de crianç~s, nos
dessa Universidade. Lewin estudou também matemática e fisica. q.~ais se tentou assegur.ar uma
Admitido como professor da Universidade de Berlim, fez parte do comparabilidade inicial através' de teste sociométrico, observações,
grupo de psicólogos genericamente designados como gestaltistas; escolaridade, entrevista com professores c com as próprias crianças,
realizou pesquisas sobre associação e motivação e começou a al~rri de serem utilizadas as mesmas atividades coletivas e o I11CSIl?O
desenvolver suas concepções a propósito da teoria de campo. As anlbiente fisico. Os diferentes tipos de liderança não foram cliados
ameaças do nazÍst~o, eritão em expansão na Alemanha, fizeram çptn a..intenção de se reproduzir os existentes na sociedade. A
com que Lewin emigrasse para os Estados Unidos em 1935, sendo inv.estigação I2retendia descobrir as variações de comrJOrtam~llo do
acolhido primeiramente pela Universidade de Iowa. Suas pesquisás iidere,.confomlc descrito acima, sua in.fl~êllci-ª-n5~ ~omp~r~mcnto
nas áreas de Psicologia Social é Desenvolvimento HUluano griípal e de' cada um dos membros do grupo. Ou seja, visava criar
granjearam-lhe grande prestígio nos meios acadêmicos. ãmbiéntes para apreender a ~~bJâce,;t~ DitJifnuca de Grupo. Segundo
Datam da scgunda metade dos anos trinta as suas investigaçõcs Cartwright c Zander (1967), "esta parece ter sido a primeira vez que
que redundariam no nasCimento e na expansão do ,ulOvimento de Lewin utilizou o termo Dinâmica de Grupo"'(p.35).
Dinâmica de Grupo, primeiro nos EUA e posteriOlTIlente em escala Esse trabalho mostra como- crianças de gtupos cuja liderança
mundial. Entre os traballlOs de Lcwin geralmente apontados como era autocrática, que se mostravarn bastante submissas a esse tipo de
decisivos nesse. sentido, figuram a pesquisa experimental de Dinâmica líder" reagiram agressivamente quando receberalll um líder nlais
de Grupo que ele realizou eom Ronald Lippitt sobre autoeracia e liberal. Ainda sob a liderança autocrática, em alguns momentos
democracia, publicada na revista Sociometry em J 938. Nesta, os reagiam agressivamente uns com os oulfos ou com o material de
h resultados mostraràm que nos grupos detno"ráticos a originalidade dos trabalho; mas sempre que surgia alguma dificuldade, apelavam para o
indivíduos, o sentime~to de nÓs e~aco~peraçãoe{líl'ese~ls me-;'-;-bros líder 'em busca de solução. Sob a liderança loissez faire, os
~ão muito rnaiores~q;~~os grupos CIUO líder era autocrático: Ne;;es ..£omI2ortarnentos agressivos entr~!!1ell1bro~ do grupo eram ainda
-Mlimos, quand~ era necessário um -trabalho cooperativo, os 'mais intellSOS. 'Eventualmente reuniam-se alguns deles para a
,oi., :.'\. '
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-~00~.Ai!~h"
Q,à:~'.
Hoje, as Direuizes Curriculares, elaboradas pela Comissão de capítulo I

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-~ .'7'
~: Especialistas na área de Psicologia, do MEC-SESU, que substituíram '
,g:J'" ,o CurríCulo Mínimo, também descrevem o trabalho com giupos, em
seu artigo lO', que trata das competências básicas requeridas para a
atuação do psicólogo; estabelecendo que ele deve "(",) coordenar e , ,,
manejar processos grupais, considerando as diferenças de formação e de .
valores dos seus membros" (200 I, p, 12),
Este livro pretende ser uma contribuição. para O conhecimento,
entr.e autros, de cama está sendo feita, na atualidade, o 'ensina da
dii~;plina Dinftmica de Grupo. e Relações Humanas nos cursas de
Psicolagia, Um meUtor canhccimenta de cama este ensino vem
sendo realizado e cama a aprendizagem está se processando. em seu
contexto poderá' ajudar a esclarecer um aspecto ainda obscuro da

~,."
farro'açãa profissianal dos psicólagas,
Neste sentido, são aqui relatadas pesquisas feitas por mim Maria Fernanda Mazzio.tti Bar"
com estudantes que haviam acabado de passar pelo processo
ensino-aprendizagem da disciplina e com psicólogos atuantes em
diversas áreas profissionais, com no m[nimo dez anos de formados .
;'. '-
~
. Além disso) visando mostrar os recursos que o co~1hecimelltodo
trabalha em gmpa praporcianam; uma outra autora rclala a pesquisa
desenvolvida com professores de disciplinas teóricas que ulili:<aram
"", Fazer um levaniamento histórico da Dinâmica de GIUpO é
técnicaspsicadramáticas elou de Dinâmica de Grupo no desenvolvimento.
~#:~.~.~~áFio,
para que se possa entender os seus fundamentos. Atntvés
de ;scu trabaUto com as estudantes, Outra relata O trabalho prático
realizado com estudantes, por meio de técnicas e vivências grupais,
~?..conheéimento de como se desenvolveu, ,que caminhos
~~f99~.erarn os teóricos que se interessavam pelo. estudo da natureza
visando.desenvalver as relações inlerpessoais entre eles: diJs,grupos e de seus fenômenos e quais eram seus objetivos, podé-se
Finalizando., há um conjunta de técnicas criadas par alunos à.y~liar a sua importância h~je, seja para a c01uprcensão do
de graduação em Psic.ologia, as quais foram vivenciadas por eles
çqmportanlcnto grupal, seja para a sua aplicação,
enquanto. cursavam 'a disciplina Dinâmica das Grupos e Relaçães
A temâtica dos grupos sociais ,--
lnterpessoais,
f(li objeto da preocupação cios so.ci610- IF m levantamento his-
Retomando, esperamos quc os conhecimentos aqui contidos '6 d' d 'I' azer u
g d es d e os pnm r lOS a sacIo agia,
"ps . . . - 'c de Gru
passam contribuir cam docentes da disciplina e estudantes de 9,om suasdistinções a respeito de dire- tonco da Dlnaml a •
cursos de graduação em Psicologia ou áreas afins no sentido de, em
rentes tipos de grupos c da preocupa- po é necessário., para que
.' l»
p"
....-;. ..
canjunta, repensar não. Só a farmaçãa camo a atuação. prafissianal
nos mais .diversos contextos.
a
,~~o,com, anâlise das caracte'rísticas
, ~~~enctals dos grupos bumanos, tendo
se possa entender o.s seus
fundamentQs, avaliar sua
',Ro( pano de fundo as antigas especula-. _.. .-
M<lfi,l Femanda ?v\. B<1freto ~ões dos filósofos sobre tal tema, A ImpQrtâncla e aphcaçaQ,
--'

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