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A função da gordura no organismo humano

e as síndromes locais enganosas

De todas as substâncias do organismo, a gordura é menos que tudo um corpo estranho


quando ingerida do mundo exterior. Mais prontamente do que qualquer outra substância,
ela passa da qualidade que traz consigo quando ingerida como alimento, para o modo de
ação do próprio organismo humano. Os 80% de gordura contidos, por exemplo, na
manteiga, passam inalterados pelos domínios da ptialina e da pepsina e só são
transformados pelo suco pancreático em glicerina e ácidos graxos.

Esse comportamento da gordura só é possível porque ela carrega consigo o mínimo


possível da natureza específica de um organismo estranho (de suas forças etéricas etc.)
para o organismo humano. Este último pode facilmente incorporá-lo à sua própria atividade.

Isso também se deve ao fato de que a gordura desempenha seu papel sobretudo na
produção do calor interior. Ora, o calor interior é o elemento do organismo físico no qual a
organização do ego prefere viver. De todas as substâncias encontradas no corpo humano,
só é apropriada para a organização do ego a que dá origem ao desenvolvimento do calor.
Por seu comportamento total, a gordura prova ser uma substância que apenas enche o
corpo, é meramente transportada pelo corpo e é importante para a organização ativa
somente por meio daqueles processos nos quais gera calor. Derivada como alimento, por
exemplo, de uma fonte animal, a gordura nada levará consigo do organismo animal para o
humano, exceto apenas sua faculdade inerente de evoluir o calor.

Ora, este desenvolvimento do calor é um dos últimos processos do metabolismo. A gordura


recebida como alimento é, portanto, preservada como tal ao longo dos primeiros e médios
processos do metabolismo; sua absorção ocorre apenas na região das atividades mais
íntimas do corpo, começando pelo líquido pancreático.

A ocorrência de gordura no leite humano aponta para uma atividade extremamente


significativa do organismo. O corpo não consome essa gordura, permite que ela passe para
um produto de secreção. Agora, nessa gordura secretada também passa a organização do
ego. É disso que depende o poder formador do leite materno. A mãe transmite assim à
criança suas próprias forças formativas da organização do ego, e assim acrescenta algo
mais às forças formativas que ela já transmitiu por hereditariedade.

O processo saudável ocorre quando as forças formadoras humanas consomem a reserva


de gordura presente no corpo no desenvolvimento do calor. Por outro lado, não é saudável
se a gordura não for consumida pela organização do ego em processos de calor, mas
transportada, não utilizada, para o organismo. Essa gordura então dará origem em um
ponto ou outro do corpo a um poder excessivo de produzir calor. O calor assim gerado
enganará outros processos vitais ao interferir no organismo aqui e ali sem ser apreendido
pela organização do ego. Pode surgir o que pode ser chamado de focos parasitas de calor.
Estes trazem dentro de si a tendência a condições inflamatórias. A origem de tal deve ser
buscada no fato de que o corpo desenvolve uma tendência a acumular mais gordura do que
a organização do ego requer para sua vida no calor interior.

No organismo saudável, as forças animais (astrais) produzirão ou receberão tanta gordura


quanto a organização do ego for capaz de traduzir em processos de calor e, além disso,
tanto quanto for necessário para manter o mecanismo de músculo e osso em
funcionamento. pedido. O calor que o corpo precisa será então criado. Se as forças animais
suprirem a organização do ego com uma quantidade insuficiente de gordura, a organização
do ego sentirá fome de calor. O calor necessário deve ser retirado das atividades dos
órgãos. Este último torna-se então internamente rígido e frágil. Seus processos essenciais
ocorrem muito lentamente. Vemos o aparecimento, em um ponto ou outro, de processos
patológicos para uma compreensão dos quais será necessário reconhecer se e como eles
são devidos a uma deficiência geral de gordura.

Se, por outro lado, como no caso já mencionado, houver excesso de gordura, dando origem
a focos parasitas de calor, os órgãos serão apreendidos de modo a tornarem-se ativos além
de sua medida normal. Surgirão então tendências à nutrição excessiva, de modo a
sobrecarregar o organismo. Não precisa implicar que a pessoa se torne um comedor
excessivo. Pode ser, por exemplo, que a atividade metabólica do organismo forneça muita
substância a um órgão da cabeça, retirando-a dos órgãos da parte inferior do corpo e dos
processos secretores. A ação dos órgãos assim privados será então reduzida em vitalidade.
As secreções das glândulas, por exemplo, podem se tornar deficientes. Os constituintes
fluidos do organismo são trazidos para uma relação doentia em sua mistura. Por exemplo, a
secreção da bile pode se tornar muito grande em comparação com a do líquido pancreático.
Mais uma vez, será importante reconhecer como uma síndrome que surge localmente deve
ser julgada na medida em que pode proceder de uma forma ou de outra a partir de uma
atividade insalubre de gordura.

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