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E A SÍNDROME DE BURNOUT
Natal (RN)
2003
Etienne Andrade de Medeiros Dantas
2
E A SÍNDROME DE BURNOUT
Natal (RN)
2003
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
3
elaborada por Etienne Andrade de Medeiros Dantas, foi considerada aprovada por
BANCA EXAMINADORA
Provérbios 2:6
5
Agradecimentos
À Deus, por ter me dado sabedoria e capacidade para sempre vencer novos
desafios.
À minha família, em especial a minha avó Angelina, que é um exemplo de vigor e
disposição para vida.
À Lívia Borges, minha orientadora, pela disponibilidade e dedicação na
construção desse trabalho.
Aos professores, em especial a Maria Albanisa, por ter me incentivado a galgar
novos horizontes e a ousar na busca de novos conhecimentos.
Ao professor Maurício Tamayo, meu co-orientador, pelas ricas contribuições, as
quais me fizeram olhar de forma mais crítica, enriquecendo esse trabalho.
Ao professor Álvaro Tamayo, por aceitar o convite de participar da banca,
contribuindo com sugestões valiosas, ajudando no enriquecimento desse trabalho.
Ao professor José Pinheiro, pelas ricas sugestões nesse trabalho e pelos
ensinamentos desde minha graduação, contribuindo de forma grandiosa para nosso
crescimento como pesquisadora.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela contribuição para meus
estudos de pós-graduação.
Ao SENAC-RN, em especial, ao diretor Ronaldo Rezende, pelo incentivo e
disponibilidade, principalmente durante essa fase final. E a Rose, pela seriedade e
compromisso com que assumiu minhas responsabilidades quando, algumas vezes, não
pude estar presente.
Às minhas amigas Ana Andréa e Fernanda que sempre estiveram presentes,
mesmo distante fisicamente, acreditando do meu crescimento e sucesso profissional.
Aos colegas de turma, pela amizade e pela rica troca de experiências durante esse
período.
Às alunas de graduação, Alda Lêda, Érika e Kelly, as quais auxiliaram, com
muita responsabilidade, na execução de atividades para viabilização de alguns
resultados dessa pesquisa.
À colega de pós-graduação, Luciana Bezerra, pela total disponibilidade em ajudar
em algumas etapas desse trabalho com compromisso e dedicação.
A minha prima Eliane Bezerra, pela disponibilidade em traduzir o resumo para a
língua inglesa.
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Sumário
Lista de Tabelas
Tabela Página
8
Resumo
teóricos. A pesquisa foi realizada em três escolas públicas de ensino médio e em três
hospitais, dois públicos e um hospital militar. Dos questionários aplicados nos dois
tipos de organizações, obtivemos 168 questionários válidos para investigação da
incidência da síndrome de burnout, sendo que 83 nos hospitais e 85 nas escolas.
Trabalhamos com amostras acidentais, embora tenha sido planejada a proporção de
profissionais, visando reproduzir as características da população. Nas escolas as
amostras foram planejadas com professores. Nos hospitais, com médicos, enfermeiros,
auxiliares de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, odontólogos e assistentes sociais.
Para aferição da síndrome de burnout, utilizamos o Inventário de Burnout de Maslach
(MBI), acrescido de uma ficha sociodemográfica. Para análise de saúde organizacional,
utilizamos entrevistas semi-estruturadas com pessoas-chave das organizações, diretores,
coordenadores pedagógicos e pessoas envolvidas com o setor de recursos humanos,
utilizando um roteiro baseado nos indicadores. Somente entre os hospitais encontramos
diferenças estatisticamente significavas em relação aos escores dos fatores e a
incidência de burnout. Além disso, observamos também que é viável estabelecer a
relação entre a saúde organizacional e a síndrome de burnout, principal objetivo da
pesquisa.
Abstract
schools and in three hospitals, two publics and one from the military. We obtained 168
valid questionnaires for investigation about the syndrome of burnout, being 83 in the
hospitals and 85 in the schools, among the questionnaires given in those two
organizations. Worked with accidental sample, although it was decided the professional
proportions, with the objective of reproducing the population characteristics. In the
schools the sample was planned with the teachers. In the hospitals the sample was
planned with doctors, nurses and nurse assistants, nutritionists, psychologists, dentists
and social assistants. To assure the syndrome of burnout, it was used the Maslach
Burnout Inventory (MBI), followed with social demographic information. We used
semi-structured interviews, based in the indicators, with the organizations key persons,
directors, coordinators, and people involved in the human resources department, for
research about the organizational health. Only among the hospitals were found
significant statistics differences between the scores of factors and the incidence of
burnout. Besides that, it was observed as well that it is possible to establish a connection
between the organizational health and the syndrome of burnout, this research main
objective.
Apresentação
escolas de ensino médio. Apesar do tema ter partido de um interesse próprio, foi
burnout.
considerações finais a partir dos resultados encontrados, bem como novas perspectivas
1- Introdução
buscam, pelo menos, não perder o espaço conquistado. Isso traz grandes transformações
constantemente inovar (Silva, 2000). Dessa forma, tentam implantar uma série de
(Carleial, 1997).
reestruturação produtiva pode levar a certos tipos de disfunções que Cohen e Cohen
mantém constante troca tanto com o ambiente externo, quanto com o ambiente interno,
não podemos nos esquecer da sua interdependência com os indivíduos que nela atuam.
Segundo Marques (1994), “a visão que temos de uma organização é reflexo dos
comportamentos, valores e crenças dos indivíduos” (p.135). Essa visão tem sido cada
vez mais valorizada à medida que as organizações têm dado mais atenção à significação
burnout passaram a ter relevância no mundo laboral. O termo burnout é bastante antigo,
se referindo “àquilo que deixou de funcionar por absoluta falta de energia” (Benevides-
Pereira, 2002, p. 21), no entanto, somente na década de 70 é que começa ser difundido
como um termo científico, sendo utilizado por Freudenberger, em 1974, no estudo sobre
trabalho.
organização depende do impacto que o trabalho tem para ele, acreditamos que os
Organizacional e vice-versa.
concebido a partir de 1960, teve como preocupação principal conceber-se como uma
consolidado como uma disciplina independente, mas tem adquirido solidez durante
relevância social considerável, à medida que a exploração deste tema pode contribuir
2- Saúde Organizacional
2. 1. Conceituando Organização
O termo “organização” surgiu, de acordo com Georges Lenner, no séc. XIX, e seu
qual ele define organização como sendo “a coordenação planejada das atividades de
medida que ele a considera como uma construção artificial, resultado das interações dos
passam a ser vistas como sociais, já que são construídas pelos indivíduos ao longo do
tempo.
como “um campo privilegiado para adquirir conhecimentos básicos sobre a conduta
p. 156). Esta afirmação nos chama atenção que esse estudo não pode se restringir
inseridos nas organizações, estas começam por consumir não somente parte do tempo
útil das pessoas, mas delas os indivíduos dependem para satisfazer suas necessidades,
sejam elas pessoais ou grupais. Pois, segundo Srour (1998), embora as organizações
organizacional.
relações existente entre elas. Dessa forma, defende-se que os membros devem ser
daqueles que envolvem o sistema inteiro. Este pensamento não traz a solução dos
administrativo no futuro. Dessa forma, estaremos deixando claro que não encontraremos
teremos uma visão mais ampla sobre o assunto. Ou seja, como se trata de temas muito
abrangentes e, às vezes, até subjetivos, não chegaremos a uma única resposta, mas
ampliaremos nosso conhecimento sobre o tema, a fim de surgirem mais questões para
investigação.
complexa estratégia educacional que tem por finalidade mudar as crenças, as atitudes,
os valores e a estrutura das organizações, de modo que ela possa se adaptar a novos
1972, p. 2). Esses estudos surgiram sob a influência da teoria dos sistemas, nas décadas
Bertalanffy. Por isto, este enfoque sofreu grande influência dos estudos sobre sistemas
Morgan (1996, p.51) afirma que o conceito de homeostase “diz respeito à auto-
procuram conservar uma forma regular que os diferencie do ambiente enquanto mantém
uma troca contínua com esse mesmo ambiente. Essas características são conseguidas
tomando por base aquilo que hoje se conhece como ‘retroalimentação negativa’
fato dos sistemas abertos conseguirem um mesmo objetivo à partir de vários caminhos
19
sistemas.
Aberto ou Sistema Sócio-Técnico Aberto. Segundo Katz e Kahn (1976), essa teoria está
pelos atributos constantes dos objetos, ou seja, o que mais interessa nessa teoria não é
cada componente ou parte das organizações, mas suas relações internas e externas.
como sistemas abertos. O primeiro diz respeito à ênfase que é dada ao ambiente no qual
da organização.
Além desses três aspectos, é importante destacar as variáveis que atuam nas
concepções filosóficas;
ambiente;
influências tanto de fatores internos quanto externos, e que estas influências dependem
21
Segundo Morgan (1996), um dos estudos mais relevantes sobre esse enfoque foi
realizado por dois pesquisadores britânicos - Tom Burns e G. M. Stalker - nos anos 50.
condições de mercado estão afetando de forma direta as organizações. Com isto fica
claro que a postura de Burn e Stalker na gestão das organizações torna-se a favor do
seus subambientes (Morgan, 1996). Com isso, procura-se destacar que cada organização
Em resumo, a Teoria Contingencial defende que não existe uma única maneira
das organizações lidar com as mudanças ambientais, mas deverão ter sensibilidade para
realidade, uma realidade que os cientistas sociais estão descobrindo ter por origem a
organizacional. Segundo esta concepção, cada estágio deverá ser bem vivenciado para a
crescimento organizacional.
similares. Além disso, ambos autores retratam as organizações desde sua concepção até
A primeira fase caracteriza-se por cinco estágios diferentes. A começar pelo Namoro,
marcado pela época de empolgação pela concepção da empresa, seguido pela Infância,
todas as oportunidades que lhes aparecem, sem ainda ter a maturidade para avaliar se é
realmente viável ou não. Essa é a fase de realização de todos os sonhos. Superada a fase
Burocrático, a organização não consegue gerar recursos próprios em grau suficiente. Ela
sistemas são poucos funcionais. Esses três últimos estágios seguem o caminho que
poderá levar à morte da organização. É por essa razão que Naisbit (1994) afirma que as
fase, geralmente, a organização existe apenas como idéia. Marques (1994, p.14)
busca desenfreada pelas vendas e pelo cliente. O importante nessa fase é vencer a
concorrência e destacar-se no mercado, mesmo que esse passo não venha a ser
planejado. O foco agora passa a ser, segundo Adizes (1990), a produção de resultados e
a satisfação das necessidades, expresso em forma de vendas. Esses dois últimos estágios
diretrizes e normas que vão reger a organização. Logo após, surge o estágio Normativo,
orçamento empresarial.
segundo Marques (1994, p.37), “inteligência organizacional criadora que lhes capacita
não somente a se antecipar ao impacto das mudanças, mas até mesmo a ser fontes
Adizes (1990) e Marques (1994) definem uma seqüência lógica temporal para os
estágios de vida das organizações, o que hoje tende a ser refutado. Com as constantes
organizações sigam essas fases de forma ordenada. Ou seja, uma empresa pode morrer
logo após seu nascimento ou chegar rapidamente a uma fase de desenvolvimento sem
ter que passar por todas as etapas descritas anteriormente. Dessa forma, “a mortalidade
conseguem viver de forma sadia cada ciclo de vida, ou não conseguem avançar de uma
organizacionais.
26
e tomar medidas profiláticas, a fim de que esses sintomas não se agravem levando à
deterioração organizacional.
podem aparecer sob várias formas, tais como: políticas e diretrizes vagas, nas quais os
partir do momento em que não há uma definição exata dos objetivos e diretrizes que a
organização deverá tomar; comunicações deficientes, mal que aflige a maior parte das
organizações.
mais eficiente for a comunicação, mais eficazes serão os processos nas organizações.
(Gualazzi, 2001). Estas acabam por desencadear as disfunções de 2o grau que, segundo
Foguel e Souza (1980/1995) “caracterizam-se por fazer com que a organização não
perceba com rapidez suas disfunções de 1o grau. Desta maneira, impedem ou tornam
tardio o tratamento das disfunções e, pois, mantém ativado o ciclo destrutivo” (p.50).
como sistema total, ou seja, os membros não têm uma visão geral do funcionamento da
de trabalho.
mercado atual, quando se exige que o profissional do novo milênio tenha boas
estruturas da organização, considerando que não pode haver mudanças nesses aspectos.
28
quando não são diagnosticadas e tratadas em tempo. Os resultados mais comuns desse
resultados, por sua vez, levam novamente às disfunções de primeiro grau, recomeçando
o ciclo que Foguel e Souza (1980/1995) designam de ciclo destrutivo das organizações.
Outros autores como Kets de Vries e Miller (1984) e Cohen e Cohen (1995)
disfunções organizacionais.
consideram importantes, pois estas podem causar grandes males às organizações. Essas
de Vries e Miller (1984), não somente por usar nomenclaturas de patologias humanas,
Cohen (1995) e de Kets de Vries e Miller (1984), observamos que os primeiros autores
29
encontrar uma solução para a morte nas organizações que surgem os estudos sobre
desenvolvimento organizacional.
caracteriza por envolver uma ordem definida de progressão, em que sucedem estágios
deterioração.
estágio pressupõe mudanças na cultura e valores, que se somam aos estágios seguintes.
para o estudo das organizações pelo fato de trabalhar com a concepção de mudança,
organismos vivos, optaremos neste estudo, pela visão social das organizações. Pois,
segundo Peiró (1996), as organizações são sistemas artificiais, à medida que são
construídas e reconstruídas pelo homem. Dessa forma, seu estudo resulta de esforços
sociais.
objetivo. Assim, estão sempre em busca de novos objetivos, a fim de garantir a sua
trazidas pelo mercado pode levar a certos tipos de problemas organizacionais, que
não são planejadas e adaptadas à realidade de cada empresa. Isso é muito comum
31
positivas, e são convenientes para as organizações quando são feitas de forma planejada.
estrutura interna, ou quando não são bem planejadas, por outro, elas se tornam
Desta forma, quanto mais estruturada, quanto mais burocratizada for a organização e
quanto mais inflexível, tanto mais próxima da morte. Este tipo de organização
organização.
organização. Além disso sabemos que, como qualquer sistema, as organizações tendem
32
trazidas pelo mercado. Este aspecto, segundo Kotter e Heskett (1995), está relacionado
com a cultura organizacional. Uma cultura forte, geralmente está relacionada com
não são fáceis de serem mudados. Já as organizações que possuem culturas adaptáveis
Enquanto que nos sistemas físicos a entropia torna-se algo inevitável e o máximo
que se pode fazer é adiar a morte do sistema, nos sistemas sociais ocorre um processo
sempre em desenvolvimento sem nunca alcançar a morte. Este constitui um dos grandes
processo de deterioração e morte pode nunca chegar a ocorrer, uma vez que as mesmas
elevada das mudanças, a fim de conseguir estar sempre se reorganizando para vencer o
33
adaptação.
contínuas que atuam nas organizações dos dias atuais. Ou seja, à medida que as
Senge (1999) afirma que a proporção que o mundo torna-se mais interligado e os
aprendizagem. Dessa forma, podemos resumir que uma das condições básicas para que
construtos têm sido explorados, entre eles o de saúde organizacional. Segundo Naves e
maior operacionalização conceitual. Não podemos nos esquecer que o termo saúde
dificultando o estabelecimento de um conceito geral. É por esta razão que não estaremos
saúde dos indivíduos, como pode ser constatado em França e Limongi (1999). Estes
organizacionais.
internas e externas;
1
Citado por Gomide Jr., Moura, Cunha e Souza (1999).
2
Citado por Gomide Jr., Moura, Cunha e Souza (1999).
36
geral da organização (conforme conceito proposto por Schein, 1965, citado por
da organização (Katz & Kahn, 1976). Já a noção de eficácia inclui tanto a componente
sobre esse meio. Partindo dessa visão de eficácia, estaremos concordando com a
eficácia organizacional parecem muito rudimentares, uma vez que deixam de levar em
conta diversos traços das organizações modernas que são relevantes atualmente.
trabalho). Estes critérios, com a evolução das pesquisas na área, foram considerados
(Bennis, 1976).
Segundo Bennis (1976), apesar da evolução nos estudos, essas formas de pensar e
para as organizações modernas. Para ele, esses critérios “são insensíveis às necessidades
técnicas referidas anteriormente não dão conta do processo dinâmico característico das
mudanças constantes que ocorrem nas organizações modernas. Para suprir essa
criatividade. Essa mesma idéia é comungada por Kotter e Heskett (1995), quando
defendem que as organizações com culturas adaptáveis são aquelas que conseguem
estabelecer critérios para sua avaliação, ainda encontramos críticas abertas em relação
ao uso deste conceito. Ramos (1989) considera que o termo saúde organizacional é um
pertinente, por chamar atenção aos riscos que assumimos quando usamos este conceito,
optamos por utilizar o termo saúde organizacional, por ser uma forma de superar as
concepção naturalista.
Para isso, definimos os indicadores que servirão de base para a investigação na área.
Estes serão baseados nos processos definidos por Bennis (1976): adaptabilidade, senso
Estes indicadores foram ainda confirmados nos estudos de Argyris e Schon (1975)
decadência, que são: alto grau de incongruência nas suas variáveis básicas, como nos
objetivos, nas políticas e estruturas; falta de definição clara do negócio e dos objetivos
alto grau de ambigüidade com respeito à divisão de tarefas e à autoridade para tomada
atual é bem diferente de uma organização saudável de uma época anterior. Desta forma,
organização está inserida. Além disso, os critérios que Bennis (1976) define como
requisitos para a análise da saúde organizacional, para serem aplicados, necessitam ser
operacionalização, muitos estudos têm se realizado ao ponto que Jaffe (1995), num
tópicos que focalizam a saúde organizacional como ponto-chave tanto para o bem-estar
dos indivíduos, quanto para o sucesso organizacional. Este autor ressalta ainda que a
Acreditamos que uma organização saudável promove tanto uma eficácia organizacional,
uma das mais desenvolvidas; no entanto, seu enfoque se restringe ao aspecto individual,
contribuindo para os estudos sobre burnout. Esta abordagem dá uma base para saber
e a efetividade no trabalho. Aqui, acredita-se que as pessoas são motivadas tanto por
por objetivo criar condições externas ao indivíduo que o influenciem a estar mais
seus impactos sobre as pessoas e as organizações. Esta explora que tipo de políticas e
cultura que devem ser incorporadas pelo indivíduo nas organizações, a fim de servirem
como apoio social e satisfação das necessidades individuais. Esta abordagem defende
que os líderes fortes deixam marcas profundas nas organizações, influenciando a saúde
41
organização inteira reflete a visão do seu fundador, sendo isto incorporado na cultura
organizacional, mas a contribuição de cada uma delas pode conduzir a uma visão maior
uma perspectiva teórica sobre organização e saúde, criando um jogo de variáveis e inter-
relações, que favorece a construção de um campo para investigação. Por isso, Jaffe
(1995) trabalha com uma abordagem psicossocial com enfoque ecológico, a fim de dar
Mesmo partindo de uma perspectiva ecológica, não é fácil trabalhar com um tema
que ainda é tão complicado delimitar. Mais do que um estudo teórico, esta investigação
utilizados por Bennis (1976), levando em conta não só o contexto em que a organização
3- Síndrome de Burnout
inglês, aquilo que deixou de funcionar por absoluta falta de energia. Nos Estados
que acontecia com os trabalhadores, principalmente com aqueles que trabalhavam com
desenvolviam também uma atitude cínica em relação aos seus pacientes e uma
tem realmente se concretizado como uma resposta ao estresse laboral, embora alguns
estudos científicos destacam que a síndrome aparece também em pessoas que não
interna que traz um sentido negativo para o indivíduo. Segundo Cadiz, Juan, Rivero,
Herce e Achucarro (1997), a definição de burnout não advém de uma teoria pré-
2002).
relação com o trabalho, de forma que, o que o indivíduo realiza parece inútil. É também
43
observado nas pesquisas que a mesma está muito relacionada com o desempenho no
organização. Pode trazer ainda, efeitos negativos para saúde mental, como ansiedade,
Os estudos sobre burnout passaram por duas fases. A primeira fase constituiu-se
artigos iniciais sobre o assunto foram escritos por Freudenberger (concepção clínica) e
se a aspectos individuais. O burnout era visto como uma síndrome que acontecia em
processo.
(Maslach & Jackson, 1981; Maslach & Leiter, 1999; Maslach, Schaufeli & Leiter,
explicaremos mais adiante. Nessa primeira etapa, podemos notar que não houve grandes
avanços nas pesquisas, mas o momento foi importante pelo fato de muitos estudiosos
A segunda fase foi a empírica, iniciada por volta dos anos 80. Nesta época,
profissões mais voltadas para ajuda e prestação de serviços vão de encontro aos valores
da síndrome de burnout.
dos estudos, surgem, com o intuito de validar os estudos sobre burnout, vários
Inventory (MBI) – foi desenvolvido por Maslach e Jackson (1981). Nos anos 90, houve
uma continuidade da fase empírica, mas com novas direções. O estudo de burnout foi
eram enfocadas nas fases anteriores. Kurowski e Moreno-Jiménez (2002), por exemplo,
Mesmo que no início dos estudos sobre a síndrome de burnout houvesse uma
Pessoal.
(2001) como sendo uma tentativa do indivíduo em distanciar-se dos seus “objetos” de
insatisfação com as atividades laborais que realiza. Está relacionada a dois outros
Rodriguez-Marin (1995) destaca ainda que, além de definir burnout como uma
diminuição da realização pessoal, deve ser considerada também como “um tipo
interesse de professores sobre o tema, uma segunda versão foi desenvolvida para o uso
Rodriguez, Alvarez e Caballero (1997) fazem críticas ao MBI que são: o modelo de
seja, seus coeficientes psicométricos são mais fracos dos que do MBI. Embora Jimenez
instrumento acaba servindo melhor para uma avaliação global dos elementos presentes
básico público, o estudo citado por Carlotto (2002), cuja investigação desenvolvida
privada. Ainda em nível nacional, podemos destacar algumas pesquisas sobre burnout
em instituições de saúde, como é o caso do estudo realizado por Tamayo (1997), em que
realizada por Benevides-Pereira (2002a) entre os anos de 1998 e 1999 com enfermeiros
um grupo de psicólogos brasileiros. É óbvio que estes estudos não compõem toda a
produção científica desenvolvida no Brasil sobre o assunto, mas são investigações que
É relevante destacar que todas estas pesquisas, que foram realizadas durante a
segunda fase de desenvolvimento dos estudos sobre burnout, notamos uma preocupação
com a validação dos dados, sendo utilizado, na sua maioria o MBI – Maslach Burnout
síndrome. Embora o que prevalece geralmente nas empresas são programas do tipo
interpessoais e grupais, os autores que consideram o apoio social por parte dos colegas
de comunicação.
estresse laboral. Somente com a combinação destes três níveis conseguiremos intervir e,
processo, Maslach e Leiter (1999) consideram que não basta somente cuidar dos
da síndrome.
4- Objetivos:
5- Método
Esta pesquisa foi realizada em três hospitais (dois atendem aos SUS e um presta
assistência aos militares e dependentes bem como aos servidores civis da ativa e seus
dependentes) e três escolas públicas de ensino médio, na cidade de Natal (RN), visando
burnout identifica os setores de educação e saúde entre aqueles nos quais ocorre
5.1. População/Amostra
setor público, por sua vez, foi aqui escolhido por uma questão de acessibilidade ao
mesmo e pela limitação de recursos que nos impede de planejar um estudo com maior
amplitude.
caracterizar cada contexto que será pesquisado. Assim, lembramos que o sistema
educacional no Brasil vive uma contradição: de acordo com as diretrizes legais que
prática e o suporte legal. Segundo Silva (2002), a situação se torna mais crítica quando
regiões mais sofridas, tanto em relação à falta de estrutura mínima das escolas, quanto
Isso faz com que se agrave cada vez mais a distância entre o padrão mínimo de
princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), garantem acesso e qualidade nos serviços
com recursos mínimos e uma população que, muitas vezes, não tem nem sequer as
hospitais públicos são, na maioria das vezes, hiper-lotados, falta a infraestrutura mínima
para funcionamento e os profissionais que neles atuam são em pequena quantidade, não
atendendo à demanda.
Desta forma, é fácil observar que estamos trabalhando com organizações cujo
realidades que se assemelham pela precariedade, porque passam por muitas dificuldades
decorrência da natureza dos dois setores, por exemplo, nas escolas encontramos
recursos materiais, enquanto nas escolas o material de suprimento (por exemplo: papel,
lápis e giz) está aquém das necessidades, nos hospitais os recursos também não atendem
54
Município de Natal, são as profissões de saúde que contam com um maior número de
nos hospitais.
amostra, o fato das escolas serem referência no estado. Esta referência estadual se dá em
virtude de serem escolas que existem há muito tempo na cidade e também por serem as
escolas situadas em bairros distintos, situadas na Zona Leste e Sul da cidade, as mesmas
foi escolhido entre estes, os hospitais de maior acessibilidade para a coleta dos dados.
que 83 nos hospitais e 85 nas escolas. A amostra foi composta, na sua maioria por
Masculino 42 28 70
Feminino 42 54 96
Total 84 82 166
encontram-se nas escolas, variando entre 39,3 e 42,8 anos. A média em relação ao
tempo de trabalho também é maior nas escolas (M=16,17), no entanto a média de tempo
profissionais das escolas começaram a trabalhar mais cedo do que os profissionais dos
investigados são casados, 29,3% solteiros, enquanto os outros 12% estão entre os
sujeitos têm filhos, nos hospitais esse número chega a 79 sujeitos, havendo uma
p<0,01). Nos hospitais, 31,6% da amostra não tem filhos. A forma de residência vem
reafirmar os dados anteriores, contando com 43,0% da amostra mora com cônjuge e
familiar das pessoas pesquisadas nas escolas está mais concentrada entre 6 a 10 salários
mínimos (44,7%), enquanto nos hospitais a renda encontra-se melhor distribuída entre
as faixas salariais, no entanto, ainda podemos observar uma maior concentração entre 1
Com relação à religião da amostra, a maioria das pessoas investigadas, tanto nas
Portanto, pelo que foi descrito da amostra, devemos observar que na análise sobre
os escores nos fatores da síndrome de burnout e/ou sua incidência nos participantes da
amostra, devemos ter em conta a variação de idade e de sexo por organizações e/ou tipo
hospitais que atendem pelo SUS e a comunidade militar e as escolas públicas em Natal.
referido.
58
foram realizadas com o dirigente de cada organização e com a pessoa responsável pelo
caso das escolas. Nestas não existe setor de Recursos Humanos. As entrevistas foram
gravadas (quando permitido pelo entrevistado, e quando não, foram escritas pelo
5.3. Instrumentos
de Maslach e Jackson (1981) que, segundo Gil-Monte e Peiró (1997), é o mais utilizado
nas pesquisas sobre o assunto. Este questionário é composto por 22 itens relacionados
acordo com uma escala de 1 a 5, a freqüência com que experimenta o conteúdo sugerido
por cada frase. Foi, primeiramente, traduzido e validado para uso no Brasil por Tamayo,
59
(1997) com amostra brasiliense, sendo sua estrutura fatorial retestada posteriormente
com amostra de profissionais de saúde natalense (Tamayo, Argolo & Borges, no prelo).
b) Ficha sociodemográfica
estado civil, forma de residência (sozinho ou com família) e renda familiar. Dessas
c) Entrevistas
al,1999) por parte dos empregados que não atendia aos objetivos do nosso estudo,
elaboração de instrumentos de medida por construto como descrita por Pasquali (1999).
construto e/ou sistema com o qual se pretende trabalhar; (2) depois levantar as
Schein e Bennis (citado por Gomide Jr., Moura, Cunha & Souza, 1999) sobre saúde
de literatura na área (Ramos, 1994; Saviani, 1997; Almeida & Albuquerque, 1998;
identificados se assemelhavam, na maioria dos casos, tanto para as escolas quanto para
ambas realidades.
critério central a definição de indicadores que tivessem aplicação tanto para as escolas
61
quanto para os hospitais. Desta forma, chegamos ao que está sintetizado nas Tabelas 2 a
5.
Social Science). Os escores nos fatores foram estimados pela média dos pontos
atribuídos aos itens que compõem cada fator. Utilizamos ainda, a ANOVA para
comparar as médias nos fatores por organizações, bem como o teste T para fazer a
aplicadas).
categorias descritas nas tabelas dos indicadores. Após essa etapa foram
de cada indicador.
presente estudo, bem como confrontando tais resultados com os conteúdos das
resultados.
ANOVA dos escores dos fatores de síndrome de burnout por organização e por tipo de
6 – Resultados e Discussão
A partir dos dados que obtivemos através coleta e análise dos dados, voltamos à
atenção para descrição dos resultados desta pesquisa, realizada em escolas públicas de
partir das visitas realizadas para aplicação do questionário e realização das entrevistas,
apresentam um bom espaço físico, mas têm poucos recursos financeiros, dificultando a
manutenção de tal espaço. Destas, a escola da Zona Sul, por exemplo, mostrou-se com a
estrutura física mais depredada, principalmente com relação às salas de aula. Segundo
necessário para o bom andamento das atividades, como papel, giz etc. Além disso, um
outro fator que agrava os problemas existentes nestas escolas é a falta de recursos
pessoas bem menor do que o necessário, inclusive de professores, fazendo com que
alguns deles tenham carga horária muito alta, ou mesmo deixando os alunos sem aula da
especializado, por exemplo, tem investido na estrutura física, muitas vezes, com
necessidades. Um outro fator que chama à atenção tanto nas escolas quanto nos
hospital-escola o problema se agrava mais ainda, pois por se tratar de um órgão federal,
a ausência de concursos faz com que a mão-de-obra seja, pouco a pouco, sendo
atenderem às diferentes demandas e, pelo que pudemos observar na maioria das escolas
pois a maioria das escolas não conhece em profundidade quem é sua demanda,
geralmente diferenciando-a por bairro, classe social e idade. Além disso, as escolas têm
pouca autonomia para adequar seus serviços à demanda, pois por se tratarem de escolas
3
Citado por Gomide Jr., Moura, Cunha e Souza (1999).
4
Citado por Gomide Jr., Moura, Cunha e Souza (1999).
70
atender a demanda. Observamos que a escola do Centro e a escola da Zona Sul são as
Escola Centro
Especializado
Escola Zona
Componentes de saúde Indicadores de saúde
Petrópolis
Hospital-
Hospital
Hospital
Militar
Escola
Escola
organizacional organizacional
Sul
Identificação das demandas * ** * ** ** **
Identificação dos serviços
oferecidos e diferenciação * ** * ** ** **
Comparação entre os serviços
oferecidos e demanda * - 0 * - -
Possibilidade dos Forma como a organização
serviços atenderem às identifica a demanda ** ** 0 * * *
diferentes demandas Escola: Flexibilidade curricular p/
adequação à demanda * 0 * - - -
Escola: Adequação do calendário
às peculiaridades locais * 0 * - - -
Diferenciação dos serviços em
função dos ciclos de
doenças/epidemias - - - * 0 *
Conhecimento claro da história
Capacidade de da gestão da organização * ** * * * *
resolver problemas Exemplo concreto de resolução
de problemas ** ** * 0 ** **
Melhoria constante Melhoria nos serviços ** ** ** ** ** **
nos serviços Criação de novos serviços ** ** 0 ** ** **
Mudanças ocorrem em função
Mudanças que dos órgãos fiscalizadores ** 0 ** - ** **
acompanham as Mudanças ocorrem em função da
condições internas e demanda 0 0 * ** 0 0
externas Mudanças ocorrem em função de
necessidades internas ** ** ** ** ** **
** =existência do indicador de forma satisfatória
* =existência do indicador de forma deficiente
0 =não há existência do indicador
- =não foi possível observação
71
entrevistados, os diretores souberam melhor relatar a forma como as escolas fazem para
que participativa.
organização. Pelo que pudemos observar, essas mudanças, quando ocorrem, são mais
melhor nesse componente do que as escolas, referindo-se com mais detalhes sobre a
não demonstrando conhecimento claro da história da gestão. No hospital militar não foi
72
que, embora tenha sido relatado e pudemos observar durante as visitas realizadas às
organizações, uma melhoria nas instalações físicas dos hospitais, a estrutura ainda
encontra-se aquém das necessidades, tanto por falta de recursos para investimento
da demanda.
escolas é o Senso de Identidade. Este, por sua vez, foi detalhado em dois componentes:
Organizações/Forma de
ocorrência do indicador
Hospital Especializado
Escola Petrópolis
Hospital -Escola
Hospital Militar
Escola Zona Sul
Escola Centro
Componentes de saúde Indicadores de saúde
organizacional organizacional
Papel da organização ** * 0 * ** *
Conhecimento claro do que é a
organização Transmissão interna do papel da
** ** 0 * * **
organização
Transmissão externa do papel da
** 0 0 0 0 0
organização
Conhecimento do papel ** ** 0 ** 0 **
Existência de planejamento * * * * 0 *
Tipos de planejamento * ** * * 0 *
Conhecimento claro das metas Pessoas que conhecem o
organizacionais * * * * 0 **
planejamento
Pessoas que participam da
** * ** * 0 *
elaboração do planejamento
** =existência do indicador de forma satisfatória
* =existência do indicador de forma deficiente
0 =não há existência do indicador
- =não foi possível observação
superficial, tanto pelos diretores, quanto pelos pedagogos, não havendo em nenhuma
pesquisadas têm uma visão míope do que seja planejamento organizacional, não tendo,
curto prazo, que é o planejamento pedagógico realizado anualmente pelas escolas. Isto
74
considera que a saúde organizacional implica numa noção expandida desta efetividade,
realizam planejamento a médio e longo prazo e que, as ações nesta área se restringem à
organização das atividades diárias. Somente o hospital militar relata ter uma forma de
planejamento mais sofisticado. No entanto, este é sempre elaborado pela cúpula, não
tendo a participação dos funcionários. Não sendo, portanto, indicador positivo de saúde
organizacional. Esta falta de planejamento nas organizações, dificulta ainda mais que as
mesmas atinjam a eficácia organizacional, defendida por Bennis (1976) como integrante
Com relação ao fator Teste de Realidade, observamos que foi o que mais pareceu
deficitário nas escolas. Para uma melhor análise ele foi dividido em três componentes,
conhecimento dessas condições de forma clara. Mas também foi observado que essas
recursos humanos, quanto materiais, não sendo considerado a existência positiva destes
Hospital Especializado
Escola Petrópolis
Hospital Militar
Hospital-Escola
Escola Centro
Componentes de Saúde Indicadores de Saúde
Organizacional Organizacional
Disponibilidade dos
0 0 0 0 0 0
recursos financeiros
Disponibilidade de pessoal
0 0 0 ** 0 0
necessário
Pessoas são bem
qualificadas para as
* * * ** * *
atividades que
Conhecimento claro das
desempenham:
condições do meio
ambiente interno Boa distribuição de pessoas
0 0 0 ** 0 0
por setor:
Recursos materiais estão
0 0 0 0 0 0
bem alocados
Adequação das instalações
* 0 0 0 * 0
físicas
Suficiência de material de
** 0 0 ** 0 0
suprimento
A escola tem conhecimento
das competências que - - 0 - - -
precisa desenvolver
Acompanhamento dos
0 * 0 - - -
alunos egressos
Conhecimento claro das
condições do meio O hospital conhece as
ambiente externo condições sanitárias e de - - - ** ** **
higiene da população
O hospital conhece as
condições do paciente em
- - - * * *
dar continuidade ao
tratamento
Avaliação setorial 0 ** 0 0 0 0
Avaliação individual 0 0 * ** 0 **
Processos de avaliação * ** * * 0 **
Existência do
Avaliação do processo acompanhamento do
0 * ** ** 0 0
desempenho das pessoas no
trabalho
Responsável pela
0 * * * 0 0
avaliação:
** =existência do indicador de forma satisfatória
* =existência do indicador de forma deficiente
0 =não há existência do indicador
- =não foi possível observação
76
das condições do ambiente externo. A maioria delas não tem conhecimento dessas
condições e os únicos entrevistados, da escola da Zona Sul, que relataram ter esse
conhecimento, disseram que não conseguem desenvolver ações positivas para escola a
organizacional. Este é um outro componente que aparece de forma bastante precária nas
existem neste sentido são feitas por meio de reuniões gerais com a equipe técnica ou dos
que relata ter pessoal suficiente para atender a demanda. Há também uma deficiência na
retorna para consulta. Neste componente também não encontramos indicação positiva
77
organização (Schein, 1965, citado por Gomide, Jr. et al., 1999). Este foi subdividido em
oito componentes para sua melhor definição, como podemos observar na Tabela 9.
entrevistas ter dados concretos sobre a existência ou não deste componente. Em relação
à consecução dos objetivos, a maioria dos entrevistados nas escolas respondeu que
entanto, fazendo uma análise mais ampla, podemos perceber que essa resposta visa mais
acontece. Chegamos a esta conclusão, pois os mesmos relatam não terem metas
ou seja, como podem estar seguros de atingir os objetivos se estes não são claramente
definidos?
78
Escola Petrópolis
Hospital Militar
Escola Zona Sul
Hospital Escola
Escola Centro
Especializado
Componentes de
Indicadores de Saúde
Hospital
Saúde
Organizacional
Organizacional
Harmonia entre os
- - - - - -
subsistemas
Consecução dos
Metas são atingidas * * 0 ** 0 0
objetivos
Atuação em Age de acordo com missão ** ** 0 ** ** **
conformidade com
missão Realiza algo além da missão 0 0 0 ** 0 0
Pessoas são bem qualificadas p/ o
* * * ** * *
Compatibilidade que precisam desempenhar
entre qualificação Instrução dos funcionários atende
de pessoal e suas ** ** ** ** ** **
aos requisitos legais exigidos
atribuições Existência de política de
0 0 0 ** * 0
Treinamento e Desenvolvimento
A organização costuma ouvir
Canais de àqueles que se utilizam do ** ** ** * 0 *
comunicação serviço
externos Canais utilizados para ouvir
** ** ** * 0 *
aqueles que se utilizam do serviço
As pessoas que trabalham na
organização têm oportunidade de
Canais de ** ** ** * ** *
expressar sua opinião(sugestão,
comunicação
crítica)
internos
Canais utilizados para ouvir os
** ** ** * ** *
funcionários
Predomínio das atividades
0 ** 0 0 0 0
coletivas versus individual
Há proporção entre cargos
** ** ** ** 0 0
diretivos e subordinados
Há proporção entre cargos de
chefia, supervisão e ** ** ** ** 0 0
acompanhamento
Distribuição do Competência das decisões
poder ** * ** 0 - **
técnicas
Competência das decisões
* ** * 0 - *
administrativas
Designação do cargo de diretor: * * * * * *
a missão. Pudemos observar, nos relatos das entrevistas que, geralmente, a escola age de
acordo com a missão. Mas, como as pessoas que atuam neste tipo de organização têm
forma superficial também. Embora isto não apareça na fala dos entrevistados. O outro
das pessoas se dá mediante concurso público, todas as pessoas que trabalham atendem
ao requisito legal mínimo, no entanto, a maioria destas pessoas não é bem qualificada
são oferecidos pela Secretaria Estadual de Educação que, por sua vez, nem sempre se
comunicação externo e interno. Em todas as escolas existem estes dois tipos de canais,
seja através de reuniões com a equipe, caixa de sugestões, acesso direto à direção,
conselho de classe ou conselho escolar. Isto faz com que a escola tenha um feedback de
suas limitações e deficiências, no entanto, na maior parte das vezes não tem autonomia
escolas pesquisadas, mas de forma precária, porque as decisões técnicas são sempre
deveria estar presente nesse componente. Somente na Escola da Zona Sul é que foi
componente deficitário nas escolas. Somente a escola da Zona Sul relatou haver a
existência de trabalho que vise à melhoria dos recursos humanos, mesmo assim é
revela a presença desse indicador. Isso pode ser justificado pelo fato dos hospitais não
trabalharem com planejamento organizacional. Desta forma, bem como as escolas, não
todos os hospitais foi relatado que agem de acordo com a missão. Embora, observamos,
todos eles, há sempre um interesse e ações para este fim. No entanto, em nenhum deles,
qualificação é feito de forma assistemática, principalmente pelo fato dos hospitais não
terem condições financeiras de investir com uma maior freqüência no seu pessoal, não
maioria das vezes, quando a organização tem condições de oferecer treinamento para
81
de nível superior.
O componente que diz respeito aos canais de comunicação interno e externo que,
sua opinião por meio de crítica ou sugestão, realizadas através de reuniões, caixa de
sugestões ou acesso direto à direção. O que não observamos foi soluções e mudanças
claramente a não existência desse indicador, principalmente com relação aos canais de
que costuma realizar esses tipos de ações, mas que, no momento, esses canais não estão
funcionando.
observamos através dos relatos que há uma troca sistemática de informações e nem que
Pois, segundo eles, quanto mais flexível e adaptável for à organização, mais suscetível
o hospital-escola relata ter atividades que visem à melhoria da qualidade de vida de seus
realizada. Nos outros dois, atualmente não se encontra o desenvolvimento deste tipo de
atividades.
destacar que o fator que apareceu mais precariamente tanto para as escolas quanto para
demonstrem ter o conhecimento claro do meio ambiente interno, esses são indicadores
das escolas e dos hospitais relatando que realizam planejamento, observamos que se
Pelos dados obtidos, é difícil classificar qual dos dois tipos de organização
apresenta mais ou menos saúde organizacional, observando que tanto as escolas quanto
que a escola do Centro apresenta mais deficiência nos indicadores referente ao fator
Teste de Realidade, em que a deficiência é comum para todas as escolas. Com relação
aos hospitais, o que se apresentou mais deficiente com relação à existência de saúde
descreveremos a seguir.
observamos que o fator Exaustão Emocional é o que apresenta média mais elevada
maior dispersão. Corroborando isto, podemos observar, na Tabela 10, que este é o fator
que apresenta mais distribuição entre os quatro níveis da freqüência por intervalos de
escores, sendo também o único fator em que a moda da distribuição está no intervalo de
(Tabela 11) em relação aos dois tipos de organizações pesquisadas, observamos que os
participantes da amostra que trabalham nas escolas percebem-se com mais Exaustão
participantes das escolas apresentam média mais alta nesse fator em comparação com
aqueles dos hospitais (M=2,31). Este fator revela o sentimento de insatisfação com as
trabalho. Nos outros dois fatores não encontramos esse tipo de diferença, fazendo com
de atividades diferentes. Isso pode ocorrer pelo fato das organizações vivenciarem o
Em estudo anterior (Borges et al, 2002) foi encontrada associação entre tal fator e
lealdade, honestidade, ordem, polidez entre outros valores. Tal relação foi encontrada
hierarquizadas, com menor distribuição de poder e maior concentração das decisões são
Integração.
Exaustão Diminuição de
Instituição Despersonalização
Emocional Realização Pessoal
N 85 85 85
N 83 83 83
Observamos também que existe uma maior dispersão nos escores dos
participantes das escolas, sendo que o maior deles encontra-se no fator Exaustão
elas (análise de variância p< 0,05), o que provavelmente pode ser um dos componentes
todas as escolas.
Tabela 12. Análise de variância das médias nos fatores de burnout por hospitais
Graus de
Fatores de Burnout F Nível de significância
liberdade
De acordo com a Tabela 13, o hospital escola é o que apresenta média mais alta
e as decisões são mais centralizadas, fazendo com que os funcionários sintam-se menos
participantes dos processos de trabalho. Além disso, não existe nesta organização a
presença de trabalhos que visem à melhoria das relações interpessoais, referido no fator
pesquisados.
profissionais do sexo feminino (M= 1,76). No entanto, há uma maior dispersão nos
anteriores (Tamayo, Argolo & Borges, no prelo; Maslach, Schaufeli & Leiter, 2001;
Schaufeli & Ezmann, 1998). Apesar disto, não encontramos diferenças que sejam
entre médias não se deve ao gênero das pessoas, mas a existir uma associação entre
Análise de Variância
Desvio –
Fator de burnout Sexo Média
padrão F Nível de
significância
negativas, o que significa que os escores nestes dois fatores tendem a decrescer com o
avanço da idade dos participantes. Devem, portanto, indicar que a maturidade das
filhos (r=-0,21; p=0,02), ou seja, como a correlação também é negativa, significa dizer
médias no referido fator por tipo de organização em duas faixas etárias (abaixo e acima
dos hospitais (M=2,14), tanto para o grupo com idade menor a 36,5 anos (t=3,02;
p=0,004), quanto para o grupo maior com idade superior a 36,5 anos (t=2,29; p=0,024).
Desta forma, podemos observar que as escolas tendem a ter profissionais menos
realizados pessoalmente do que os hospitais, não sendo influenciado pela idade que
esses profissionais tenham. Fazendo um paralelo com saúde organizacional vimos que,
os profissionais das escolas pesquisadas não são beneficiados com trabalhos que visem
trabalho etc. E somente na escola da Zona Sul, onde foi relatada a intenção deste tipo de
de pessoal, fazendo com que os seus profissionais não sejam incentivados e criando uma
do sexo masculino que trabalham nos hospitais (F=3,60; p=0,04), sendo que a maior
que se refere ao fator Estado de Integração, fazendo com que haja uma menor
idade menor que 36,5 anos (F=5,70; p=0,006). Desta forma, podemos observar que as
não da síndrome de burnout nos dois tipos de organizações pesquisadas. Para isto,
níveis de intensidade da síndrome em cada fator (baixo, médio e alto) a partir dos
no nível mais elevado, que são exatamente as combinações que mesclam os escores alto
prelo), a Tabela 15 mostra oito configurações nas quais há uma diferença dos níveis de
burnout, indo do médio ao elevado. Na referida tabela, podemos observar que 60,12%
da amostra (101 pessoas), estão no nível mais avançado da síndrome, sendo que 38
(22,62%) dessas pessoas estão no nível máximo, no qual encontramos os escore alto nos
Configurações
Fatores
1 2 3 4 5 6 7 8
Exaustão Emocional Médio Médio Médio Alto Médio Alto Alto Alto
Diminuição de Realização Pessoal Médio Médio Alto Médio Alto Médio Alto Alto
Há também outras configurações (Tabela 16) que, embora não estejam situadas
nos níveis mais acentuados da síndrome, tornam-se relevantes, pois os indivíduos desses
(19,64%) da amostra, sendo que a maior parte deles (23 indivíduos) apresenta um nível
alto de Exaustão Emocional. Estes dados são extremamente preocupantes, visto que,
Tabela 16. Incidência da síndrome de burnout, mesclando os escores altos, médios e baixos da
síndrome de burnout
Configurações
Fatores
9 10 11 12 13 14 15 16
Exaustão Emocional Alto Alto Alto Médio Baixo Baixo Baixo Alto
Diminuição de Realização Pessoal Baixo Alto Médio Alto Médio Alto Alto Baixo
baixos da síndrome. As pessoas que se situam neste nível estão menos suscetíveis a
importante levar em consideração também os indivíduos que se situam neste nível, a fim
Fatores Configurações
17 18 19 20 21 22
incidência por tipo de organização (Tabela 18). Dessa forma, destacamos mais uma vez
diversos aspectos. A freqüência nas escolas e nos hospitais se mantém estável tanto em
relação ao primeiro tipo (nível mais elevado), quanto em relação ao segundo tipo (nível
intermediário). No entanto, o terceiro tipo (nível mais baixo) apresenta uma menor
freqüência nas escolas, mas a diferença não chega a ser relevante se compararmos aos
hospitais.
94
Tabela 18. Configurações dos fatores da síndrome de burnout por tipo de organização
Tipo de Organização
Configurações dos fatores da
síndrome de burnout
Hospitais
Escolas
pouco maior, pois a freqüência das configurações nestas duas organizações cresce para
incidência da síndrome. Neste hospital, estão 17,3% do total da amostra. Nas escolas
5
O primeiro tipo de configuração é o que reúne os escores altos e médios, o segundo tipo são as
combinações que mesclam os valores alto, médio e baixo e o terceiro tipo são aquelas que reúnem as
combinações dos escores médios e baixos.
95
da Zona Sul está no primeiro tipo. Esta é também a escola que representa o maior
Organizações
Tipo de
Configurações Escola de Escola da Escola do Hospital Hospital- Hospital
Petrópolis Zona Sul Centro Militar Escola Especializado
De acordo com os resultados obtidos, pudemos observar que tanto nas escolas
importante do que as diferenças entre as organizações quanto aos efeitos que têm na
incidência da síndrome, mas que estamos lidando com dois setores cujas atividades
confirmamos mais uma vez, além dos estudos já existentes (Lautert, 1997a e b; Radünz,
1999; Carlotto, 2002), que os profissionais que trabalham com serviço de ajuda estão
7 – Considerações Finais
Esta pesquisa foi realizada com o objetivo principal de identificar a relação entre
pesquisa foram sendo discutidos, estes objetivos foram se tornando mais claros,
obtidos por meio das análises de conteúdo das entrevistas sobre saúde organizacional e
dos dados empíricos obtidos a partir dos questionários de burnout, chegamos a algumas
Quando refletimos sobre os dados obtidos por meio da análise estatística das
observamos que existem algumas associações entre os dois conceitos. Fazendo uma
anteriores (Lautert, 1997; Borges et al, 2002; Carlotto, 2002), não havendo diferenças
da síndrome de burnout, posto que todas elas apresentam grande incidência no primeiro
Com relação aos hospitais, vimos que há uma diferença significativa em relação
Isto ocorre porque todas as escolas são mais homogêneas: todas de ensino médio,
econômico, têm administrações distintas: dois são federais, mas um tem vínculos
UFRN; outro, militar e o terceiro, filantrópico. Estes resultados confirmam que, mesmo
resultados obtidos que a saúde organizacional tem uma relação direta com a incidência
não significa que as informações aqui fornecidas não tenham limitações. Uma delas
resulta do próprio fato de que esta pesquisa foi realizada com uma amostra populacional
99
pequena. Desta forma, seus dados não garantem a generalização para outros contextos.
Ou seja, é necessário que este estudo seja analisado com cuidado, evitando transferir ou
aplicar seus resultados para outras realidades. Outra limitação refere-se à dificuldade de
objetivos propostos, os resultados a qual chegamos pela análise dos dados não foi
esgotada, sendo possível fazer outros tipos de análises sobre o conteúdo das entrevistas
apresentadas.
Além disto, novas perspectivas de estudo podem ser abordadas não somente com
burnout. Este estudo também torna possível, por meio da revisão bibliográfica realizada
8- Referências Bibliográficas
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crescem e morrem e o que fazer a respeito. São Paulo: Pioneira. (Trabalho
originalmente publicado em 1988).
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Profesional: Un problema nuevo? Reflexiones sobre el concepto y su evaluación.
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organizações. Rio de Janeiro: Campus.
Cohen, W.A., Cohen, N. (1995). A Empresa paranóica: diversas maneiras que podem
transformar sua empresa em uma paranóia total, e como curá-la. São Paulo:
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Gomide Jr, S., Moura, O. I., Cunha, W. B. & Sousa, W. M. V. (1999). Explorando o
conceito de saúde organizacional: construção e validação de um instrumento de
medida para o ambiente brasileiro [Resumo]. In Sociedade Brasileira de Psicologia
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Maslach, C., Leiter, M. P. (1999). Trabalho: fonte de prazer ou desgaste? Guia para
vencer o estresse na empresa. Campinas: Papirus.
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finitude e a evitabilidade do burnout. Tese de doutorado não-publicada. Faculdade
de Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Schaufeli, W., Ezmann, D (1998). The burnout companion to study and practice: a
critical analysis. London: Taylor & Francis.
Ziemer, R. (1996). Mitos organizacionais: o poder invisível na vida das empresas. São
Paulo: Atlas.
106
ANEXOS
107
108
Prezado(a) Professor(a) informação seja totalmente anônima. Os dados desta pesquisa serão
analisados em conjunto e de forma confidencial.
Este questionário tem finalidade acadêmica e o seu objetivo é Sinta-se inteiramente à vontade para dar as suas opiniões,
investigar aspectos da relação das pessoas com o seu trabalho. lembrando-se de que você não precisa se identificar.
PRIMEIRA PARTE
FREQÜÊNCIA 1 2 3 4 5
A seguir você encontrará 22 afirmações relacionadas com
sentimentos pelo trabalho. Por favor leia cada afirmação cuidadosamente Nunca Raramente Algumas Freqüentemente Sempre
e decida se você se sente desta forma com respeito a seu trabalho. Se vezes
você acha que nunca teve esse sentimento marque 1 (um) no espaço
antes da afirmação. Se você tem esse sentimento, marque o número de 2
a 5 que melhor descreva com que freqüência você se sente desta 10. _____ Eu sinto que me tornei mais insensível com as pessoas desde
maneira. que comecei este trabalho.
11. _____ Eu sinto que este trabalho está me endurecendo
FREQÜÊNCIA 1 2 3 4 5 emocionalmente.
Nunca Raramente Algumas Freqüentemente Sempre 12. _____ Eu me sinto muito cheio de energia.
vezes 13. _____ Eu me sinto frustrado com meu trabalho.
14. _____ Eu sinto que estou trabalhando demais no meu emprego.
FREQÜÊNCIA
15. _____ Eu não me importo realmente com o que acontece com alguns
1 - 5 AFIRMAÇÕES:
dos meus alunos.
1. _____ Eu me sinto emocionalmente exausto pelo meu trabalho.
16. _____ Trabalhar diretamente com pessoas me deixa muito
2. _____ Eu me sinto esgotado ao final de um dia de trabalho. estressado.
3. _____ Eu me sinto cansado quando me levanto de manhã e tenho 17. _____ Eu posso criar facilmente um ambiente tranqüilo com os meus
que encarar outro dia. alunos.
4. _____ Eu posso entender facilmente o que sentem os meus alunos 18. _____ Eu me sinto estimulado depois de trabalhar lado a lado com os
acerca das coisas que acontecem no dia a dia. meus alunos.
5. _____ Eu sinto que eu trato alguns dos meus alunos como se eles 19. _____ Eu tenho realizado muitas coisas importantes neste trabalho.
fossem objetos.
20. _____ No meu trabalho, eu me sinto como se estivesse no final do
6. _____ Trabalhar com pessoas o dia inteiro é realmente um grande meu limite.
esforço para mim.
21. _____ No meu trabalho, eu lido com os problemas emocionais com
7. _____ Eu trato de forma adequada os problemas dos meus alunos. calma.
8. _____ Eu me sinto esgotado com meu trabalho. 22. _____ Eu sinto que os alunos me culpam por alguns dos seus
problemas.
9. _____ Eu sinto que estou influenciando positivamente a vida de
outras pessoas através do meu trabalho.
110
( ) Nenhuma ( ) Outra_______
111
Papel da organização:
Serviços e demanda:
Planejamento organizacional:
História da gestão:
40) Quais os critérios que designam o cargo de diretor e demais cargos diretivos?
41) Por que se propôs ao cargo?
42) Quais eram os principais problemas da organização? O que foi feito para
resolvê-los?
43) Quais os problemas atuais? Quais os planos para resolvê-los?
44) Como são solucionados os problemas(determinação, consulta ou decisão
coletiva)?
Avaliação do processo:
52) Quais os meios que a escola utiliza para o acompanhamento dos alunos
egressos?
66