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PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Secretaria Municipal de Educação (SME)


8ª Coordenadoria Regional de Educação
E. M. 08.17.028 Presidente Médici
Disciplina: História | Prof.: Danilo de Lima | Ano: 9º | Turma: __________ | Data: _____/ _____/ _______
Aluno(a): ___________________________________________________________________ Nº: _____

A ERA VARGAS (1930-1945)


 A CRISE DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA

Para a eleição presidencial de 1930, o presidente Washington Luís, represen-


tante do estado de São Paulo, lançou a candidatura de outro paulista, Júlio Prestes,
quando caberia a Minas Gerais indicar seu sucessor – com isso, houve a quebra da
chamada “política do café com leite”.
Esse fato, associado à insatisfação das elites dos estados excluídos do governo
do país, levou à formação da Aliança Liberal, que lançaria a candidatura de Getúlio
Vargas, representante do Rio Grande do Sul, ao cargo de presidente, apoiado pelo
governo de Minas Gerais.
Para agravar a situação, João Pessoa, candidato à vice-presidência pela Para-
íba, foi assassinado em julho de 1930. A oposição se revoltou e tropas se posiciona-
ram em locais estratégicos nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro
Getúlio Vargas, ao centro, posa com o alto comando da e Rio Grande do Sul.
Revolução de 1930 no Palácio do Catete, Rio de Janeiro.
Diante da ameaça de uma guerra civil, o presidente Washington Luís se viu obri-
gado a renunciar e Getúlio Vargas, chefe do movimento revoltoso, assumiu provisoriamente o poder. Esse movimento ficou conhecido como
Revolução de 1930.

Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas chegou ao poder para governar o país por quinze anos. Até 1945, Vargas adotou diversas
medidas para desenvolver a indústria, o comércio e a agricultura. De caráter nacionalista, essas medidas visavam ao desenvolvimento do
Brasil, principalmente no momento em que o mundo atravessava a crise econômica de 1929 e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945),
incorporando a seu governo os princípios de intervenção do Estado na economia e a promoção de políticas sociais.

 A REVOLTA DOS PAULISTAS

Durante o Governo Provisório de Getúlio Vargas (1930-1934), foram adotadas medidas para regular
a produção e os lucros obtidos com o café; para proteger os setores industriais; e para regulamentar a
relação entre os trabalhadores e os patrões.
Em São Paulo, a oposição ao novo governo se reorganizou. Em 9 de julho de 1932 teve início a Re-
volução Constitucionalista, na qual o estado passou a lutar contra o governo federal. A exigência mais
importante do movimento era a elaboração de uma nova Constituição para o Brasil.
Entretanto, isolados, os paulistas não resistiram às tropas leais ao governo e foram derrotados militar-
mente.
Embora os paulistas tenham sido derrotados, a convocação de uma Assembleia Constituinte em 1933
significou uma vitória política. Em 1934, a Constituição foi promulgada e Vargas foi eleito presidente da
República de maneira indireta, com mandato até 1938, quando eleições diretas seriam realizadas.

 A CONSTITUIÇÃO DE 1934

Dentre as mudanças introduzidas pela Constituição de 1934, podemos destacar:

• voto secreto: com ele, dificultava-se a prática da corrupção eleitoral, tão comum nas décadas anteri-
ores;
• voto feminino: ganhando o direito ao voto, as mulheres passaram a ter importância na política;
• Justiça Eleitoral: tinha como objetivo zelar pelas eleições;
• ensino primário gratuito, de frequência obrigatória;
• criação da Justiça do Trabalho;
• direitos trabalhistas: foram reconhecidos direitos, como jornada de trabalho de 8 horas diárias, des-
canso semanal remunerado, indenização por dispensa sem justa causa, proteção ao trabalho do me-
nor e da mulher, férias anuais remuneradas, estabilidade à gestante etc.

O Governo Constitucional de Vargas (1934-1937) foi marcado pela radicalização ideológica na so-
ciedade, com a formação de duas instituições opostas: a Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança
Nacional Libertadora (ANL). De cunho fascista, a AIB foi criada em 1932, por Plínio Salgado. Era com-
posta por setores mais reacionários e anticomunistas da sociedade. Já a ANL, fundada em 1935, era
formada sobretudo por intelectuais liberais nacionalistas, sindicalistas e membros do Partido Comunista,
sob a liderança de Luís Carlos Prestes.
 A DITADURA VARGAS: O ESTADO NOVO

As eleições de 1938 se aproximavam, porém Vargas e seu grupo não tinham


planos de entregar o poder. Assim, em 10 de novembro de 1937, alegando a
existência de uma conspiração para a tomada do poder pelos comunistas (Plano
Cohen, plano falso forjado por membros do governo), Getúlio Vargas decretou o
Estado Novo (1937-1945).
Naquele mesmo dia, Vargas fechou o Congresso Nacional e impôs ao país
a Constituição de 1937, que permitia ao presidente governar por decretos-leis
(leis impostas). As eleições presidenciais foram suspensas, os partidos políticos
foram fechados, as greves proibidas e os sindicatos passaram a ser ainda mais
controlados pelo governo.
Durante o Estado Novo, houve a criação do Departamento de Imprensa e
Propaganda (DIP), órgão responsável por divulgar uma imagem positiva do Es-
tado Novo, garantindo o apoio da opinião pública, além de censurar os meios de
comunicação (rádio, jornais, livros, cinema) que fizessem oposição ao governo.
Por outro lado, o Estado Novo foi marcado por avanços nas políticas sociais. Dentre as leis trabalhistas criadas por Vargas, destacam-se a
implementação do salário mínimo e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que unificou toda a legislação trabalhista existente no Brasil.
Entre outros direitos, a CLT estabeleceu descanso semanal remunerado, férias, décimo terceiro salário, carteira de trabalho, licença-maternidade
e aposentadoria. Com várias alterações, ela regulamenta até hoje as relações entre patrões e empregados no país.
Vargas construiu um discurso voltado para a classe trabalhadora e investiu na imagem de governante que entendia as necessidades dos
trabalhadores. Buscava, assim, legitimar seu poder entre a população mais pobre por meio de uma política que ficou conhecida como traba-
lhismo.
Na economia, o período foi marcado pela aceleração do crescimento industrial, além da adoção de ações para garantir a exploração
de riquezas minerais do solo brasileiro. Em 1938, um decreto criou o Conselho Nacional do Petróleo, que estatizou as estruturas de explora-
ção e o refino do petróleo que já existiam no país, além de assumir o controle sobre a distribuição do produto. Em 1941, com a ajuda do governo
estadunidense, Vargas criou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), cujo objetivo era tornar o país autossuficiente na produção de aço. No
ano seguinte, foi criada a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), responsável por explorar as riquezas minerais do território brasileiro, princi-
palmente o minério de ferro. A mineradora passou a ser a principal fornecedora de matérias-primas para a CSN.

Analisando uma fonte histórica...

Páginas da cartilha A juventude no Estado Novo, publicada pelo DIP, 1937-1945. CPDOC/FGV, Rio de Janeiro.
Destinadas às crianças, as cartilhas publicadas pelo DIP tinham o objetivo de ensiná-las a admirar e a seguir Getúlio Vargas.

1. As ilustrações apresentadas acima foram retiradas da cartilha “A 3. Descreva as expressões e as posturas do presidente e das crian-
juventude no Estado Novo”, publicada pelo Departamento de Im- ças representadas nas ilustrações.
prensa e Propaganda (DIP) durante o Estado Novo varguista _______________________________________________________
(1937-1945). De acordo com o que você estudou, qual era a fun- _______________________________________________________
ção do DIP no Estado Novo varguista? _______________________________________________________
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_______________________________________________________ 4. Conforme pode ser observado, as ilustrações da cartilha do DIP
exaltam o patriotismo. Que elemento(s) presente(s) nas ilustrações
2. Quais são as personagens representadas nas ilustrações da carti- pode(m) indicar essa exaltação ao patriotismo?
lha do DIP reproduzida acima? _______________________________________________________
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