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Era Vargas:

Um estudo sobre o Governo Vargas

:
ALUNO Renan Eduardo Ferreira

SERIE: 2° C Nº:34
O governo de Getúlio Vargas é um marco fundamental na história do Brasil do século
XX. Seu período no poder, entre 1930 e 1945 e depois de 1951 a 1954, foi marcado
por transformações profundas na estrutura política, econômica e social do país. Vargas
implementou reformas significativas, como a consolidação das leis trabalhistas, o
fortalecimento do papel do Estado na economia e a promoção de um nacionalismo
desenvolvimentista. No entanto, seu governo também foi marcado por autoritarismo,
culminando no Estado Novo, um período de regime ditatorial entre 1937 e 1945. A
complexidade e o impacto das políticas de Vargas moldaram o Brasil moderno de
maneiras duradouras, deixando um legado controverso e multifacetado. A figura de
Getúlio Vargas é controversa e ambígua. Alguns o veem como um líder populista e
carismático, que promoveu mudanças estruturais no país e lutou pelos direitos dos
trabalhadores. Outros o criticam por suas medidas autoritárias e por ter instaurado o
Estado Novo. Independentemente das visões, é inegável que Vargas teve um papel
significativo na construção do Brasil contemporâneo.

BIOGRAFIA:
Getúlio Dornelles Vargas nasceu em 19 de abril de 1882, na cidade de São Borja, localizada
no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Filho de uma família de descendência gaúcha,
Vargas foi o quarto dos oito filhos de Manuel do Nascimento Vargas e Cândida Francisca
Dornelles Vargas.
Vargas estudou no Colégio de São Borja e, posteriormente, ingressou na Escola Preparatória
e Tática de Rio Pardo. Em 1898, mudou-se para Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul,
onde ingressou na Faculdade Livre de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Durante seus estudos, Vargas demonstrou interesse pelas ideias políticas e filosóficas da
época.
Em 1903, formou-se em Direito e, no mesmo ano, casou-se com Darci Sarmanho Vargas,
com quem teve cinco filhos. Vargas começou sua carreira política como promotor público na
cidade de Porto Alegre. Com o passar dos anos, ele se envolveu cada vez mais na política
gaúcha e, em 1922, foi eleito deputado estadual.
A ascensão de Getúlio Vargas ao cenário político nacional ocorreu em 1930, quando liderou
um golpe de Estado que depôs o então presidente Washington Luís. Vargas assumiu a
presidência da República em novembro do mesmo ano, inaugurando o período conhecido
como Era Vargas.
POLÍTICA:
A política de Getúlio Vargas foi marcada por uma abordagem populista e nacionalista, com
intervenção do Estado na economia e forte apelo às questões sociais. Durante seu governo,
Vargas adotou medidas que buscavam equilibrar os interesses das classes sociais,
especialmente focando na classe trabalhadora.
Vargas implementou políticas que fortaleceram o poder do Estado, promovendo a
industrialização e o desenvolvimento econômico por meio de investimentos estatais. A
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada em 1943, foi uma das principais
conquistas do período, estabelecendo direitos trabalhistas e criando uma legislação
abrangente sobre relações de trabalho.
Além disso, o governo Vargas promoveu um nacionalismo econômico, com a criação de
empresas estatais, como a Petrobras, visando a autonomia do país em setores estratégicos.
No entanto, seu governo também foi marcado por momentos autoritários, especialmente
durante o Estado Novo, quando houve forte centralização do poder, restrição das liberdades
civis e repressão política.
O legado político de Vargas é complexo, pois suas políticas misturavam ações autoritárias
com medidas de inclusão social, resultando em interpretações diversas sobre sua
contribuição para a história política brasileira.

ECONOMIA:
Durante o governo de Getúlio Vargas, a política econômica passou por diferentes fases.
Inicialmente, após a Revolução de 1930, Vargas se deparou com um cenário de crise
econômica mundial, o que o levou a adotar políticas de intervenção estatal para estimular a
economia brasileira.
Uma das estratégias foi o incentivo à industrialização, especialmente por meio da criação de
empresas estatais para impulsionar setores-chave, como a Companhia Siderúrgica Nacional
(CSN) e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), visando a autonomia em segmentos
estratégicos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil se beneficiou economicamente ao fornecer
matérias-primas e recursos para os países aliados. Isso ajudou a fortalecer a economia
nacional, mas também gerou desafios internos, como o aumento da inflação e escassez de
bens.
A CLT, promulgada em 1943, foi uma peça central do governo Vargas no que diz respeito às
políticas econômicas e sociais. Ela consolidou uma série de direitos trabalhistas e
estabeleceu regulamentações abrangentes para as relações laborais no país.
A criação da Petrobras em 1953 foi outro marco relevante. Esta empresa estatal tinha como
objetivo principal a exploração do petróleo nacional, garantindo ao Estado o controle
estratégico sobre esse recurso.
Apesar das iniciativas para promover o desenvolvimento econômico e a industrialização, o
governo Vargas também enfrentou oposição política e pressões internas, culminando na sua
renúncia e posterior suicídio em 1954. O legado econômico de Vargas é debatido até hoje,
com interpretações diversas sobre o impacto de suas políticas na economia brasileira e no
processo de desenvolvimento do país.

TRABALHO:
Ele implementou uma série de medidas que buscavam melhorar as condições de vida e de
trabalho dos trabalhadores brasileiros. Uma das principais ações de Vargas em benefício dos
trabalhadores foi a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943. A CLT
tinha como objetivo regular as relações de trabalho, estabelecendo direitos e deveres dos
trabalhadores e empregadores, incluindo questões relacionadas à jornada de trabalho,
salários, férias, licenças e direitos sindicais. Essa legislação garantiu uma série de direitos
trabalhistas que antes não existiam ou eram precários.
Além da criação da CLT, Vargas também instituiu a Justiça do Trabalho, um importante
órgão judiciário especializado em questões trabalhistas. Esse órgão tinha como objetivo
mediar os conflitos entre trabalhadores e empregadores, garantindo assim a proteção dos
direitos trabalhistas.
Durante o governo Vargas, também houve a criação do salário-mínimo, que estabeleceu um
valor mínimo a ser pago aos trabalhadores. Essa medida possibilitou melhorias nas
condições de vida dos trabalhadores, garantindo um valor mínimo para que pudessem suprir
suas necessidades básicas.
Outro aspecto importante do governo Vargas foi a valorização do papel dos sindicatos e dos
trabalhadores organizados. Vargas apoiou a criação de sindicatos, que serviam como
representantes legítimos dos trabalhadores e lutavam por seus interesses. Essa valorização
contribuiu para o fortalecimento do movimento sindical no Brasil.
Em resumo, Vargas implementou uma série de medidas que buscavam melhorar as
condições de trabalho e de vida dos trabalhadores brasileiros, como a criação da CLT, a
instituição da Justiça do Trabalho, a criação do salário-mínimo e o apoio aos sindicatos.
Essas medidas representaram avanços significativos na garantia de direitos trabalhistas no
Brasil.

EDUCAÇÃO E CULTURA:
Durante o governo de Getúlio Vargas, que ocorreu entre 1930 e 1945 e depois entre 1951 e
1954, houve uma série de avanços na área da educação e cultura no Brasil.
Em relação à educação, Vargas implementou diversas medidas visando a expansão do ensino
no país. Foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública em 1930, que posteriormente
se tornou o Ministério da Educação. A criação desse órgão foi fundamental para centralizar e
coordenar as ações educacionais no país.
Vargas também estabeleceu uma série de reformas no ensino, como a criação das escolas
técnicas, visando formar mão-de-obra especializada para setores industriais e agrícolas.
Além disso, houve a implementação da educação profissionalizante, que visava preparar os
jovens para o mercado de trabalho.
Outro destaque da gestão de Vargas na área da educação foi a criação de universidades,
como a Universidade do Brasil (atualmente conhecida como Universidade Federal do Rio de
Janeiro), em 1937, e a Universidade de São Paulo, em 1934. Essas instituições representaram
um avanço no ensino superior no país.
A Era Vargas também teve um impacto significativo na cultura brasileira. Durante seu
governo, houve uma valorização da identidade nacional e uma tentativa de construção de
uma cultura que refletisse os ideais e valores do país.
A cultura durante o governo de Vargas foi marcada por uma mistura de nacionalismo e
modernização. O Estado se envolveu na promoção da cultura brasileira, incentivando
expressões artísticas que exaltavam os valores nacionais e a identidade do país.
Houve um esforço para valorizar elementos culturais regionais, especialmente através do
incentivo às expressões artísticas e folclóricas de diferentes partes do Brasil. Isso foi feito
para fortalecer um senso de unidade nacional e orgulho da diversidade cultural do país.
Além disso, Vargas investiu em educação e difusão cultural, criando instituições como o
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional do Teatro
(SNT), visando promover o acesso à educação e à cultura para diferentes camadas da
sociedade.
No entanto, a política cultural de Vargas também foi criticada por alguns setores,
especialmente por seu autoritarismo e controle estatal sobre a produção artística e cultural, o
que limitava a liberdade de expressão e criatividade de alguns artistas e intelectuais.

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