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Universidade Federal do Rio de Janeiro

FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Esforço Normal – Tração e Compressão


(Parte 2)

Professores:
Luiz Fernando Lomba Rosa (luizfernando@fau.ufrj.br)
Marco Felipe Fialho Santos (marco.santos@fau.ufrj.br)
Redescar Jose Virel Rivero (redescar.rivero@fau.ufrj.br)
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

BARRA COM ESFORÇO NORMAL VARIÁVEL, E/OU SEÇÃO TRANSVERSAL


VARIÁVEL, E/OU FEITA DE MAIS DE UM MATERIAL:

Supõe-se, agora, uma barra:


▪ Em que o esforço normal não é constante e/ou
▪ Em que há variação na seção transversal e/ou
▪ Composta por mais de um material.
Nesse caso, para a determinação da variação de comprimento total que a barra
sofre ao ser solicitada por forças axiais, é necessário dividi-la em n trechos,
sendo que em cada trecho o esforço normal, a seção transversal e o material
são constantes. A variação total de comprimento da barra será dada pela soma
da variação de comprimento de cada um dos n trechos, conforme a expressão
abaixo.
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Seja o exemplo ilustrado na figura abaixo, em que se deve determinar a variação total de
comprimento da barra ABC, após a aplicação das foças P1 e P2. O trecho AB tem
comprimento LAB, seção transversal de área AAB e é feito de material com módulo de
elasticidade EAB. Para o trecho BC, esses parâmetros são, respectivamente, LBC , ABC e EBC.
Inicialmente, é preciso dividir a barra em dois trechos, AB e BC, para, então, determinar o
esforço normal em cada um deles e, em seguida, a variação de comprimento de cada
trecho.

AAB ; EAB ABC ; EBC

R A = P1 + P2 P2 P1
LAB LBC

Fig. 17
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Numa seção qualquer do trecho AB, o Numa seção qualquer do trecho BC, o
esforço normal PAB é : esforço normal PBC é :

SAB SBC

PAB = P1 + P2 P2 P1 PBC = P1 P1

Fig. 18 Fig. 19
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Exemplo 6:
Na barra ABC ilustrada abaixo, o trecho AB é feito de material com módulo de elasticidade
30 GPa, e tem diâmetro de 1,60 cm. Para o trecho BC, os valores respectivos são 27 GPa e
1,00 cm. Calcule a variação total de comprimento da barra ABC.

35 kN 85 kN

70 cm 50 cm
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Exemplo 7:
Calcule a variação total de comprimento da barra ABC.

dAB = 1,20 cm dBC = 0,90 cm

EAB = 20 GPa EBC = 30 GPa

15 kN 98 kN

65 cm 45 cm
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Exemplo 8:
Sabendo que a variação total de comprimento da barra ABC é 0,913 cm, calcule a
intensidade da força F.

dABC = 2 cm

EABC = 36 GPa

F 100 kN

50 40
cm cm
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

6. COEFICIENTE DE POISSON

Fig. 20

onde:

Obs. : O coeficiente de Poisson é adimensional, e varia entre 0,00 e 0,50,


dependendo do material. O do aço, como exemplo, é aproximadamente 0,30.
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Exemplo 9:
Uma barra engastada e livre tem 140 cm de
comprimento, e diâmetro de 2,30 cm. Aplica-se
d = 2,30 cm
uma força de tração de 120 kN à extremidade livre
da barra. Sabendo que o material da barra tem 140 cm
módulo de elasticidade de 50 GPa e coeficiente de
Poisson de 0,30, calcular:
a) o comprimento final da barra;
b) o diâmetro final da barra.

P = 120 kN
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Exemplo 10:
Uma barra engastada e livre tem 95 cm de comprimento, e diâmetro de 1,90 cm.
Aplica-se uma força de tração de 100 kN à extremidade livre da barra. O material
da barra tem módulo de elasticidade 32 GPa e coeficiente de Poisson 0,35.
Calcular:
a) o comprimento final da barra;
b) o diâmetro final da barra.

d = 1,90
cm
95
cm

P = 100
kN
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Exemplo 11:
Uma barra engastada e livre tem 100 cm de
comprimento, e diâmetro de 2 cm. Após ser comprimida
por uma carga de 90 kN, seu comprimento passa a ser de
98,977 cm, e seu diâmetro, de 2,0065 cm.
Calcule:
a) o módulo de elasticidade do material;
b) o coeficiente de Poisson do material. d=2
cm
100
cm

P = 90
kN
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

7. TENSÃO ADMISSÍVEL (σadm)


Como mencionado anteriormente, as estruturas são projetadas para que as tensões
atuantes fiquem abaixo do limite de proporcionalidade do material. Ou seja, no trecho
inicial reto do diagrama tensão – deformação do material, expresso pela Lei de Hooke.
Com o objetivo de considerar possíveis sobrecargas e imprecisões, utiliza-se um
COEFICIENTE DE SEGURANÇA, com o qual se calcula uma TENSÃO ADMISSÍVEL, que é a
máxima tensão normal “permitida” na estrutura.
O critério para escolha do coeficiente de segurança depende do tipo de material
utilizado e das condições de serviço.

Material Dúctil σ Material Frágil


σ
σúlt
σesc

ε ε
Fig. 21 Fig. 22
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Para os materiais dúcteis, a tensão admissível é obtida dividindo-se a tensão de


escoamento do material pelo coeficiente de segurança adotado.

onde:

Para os materiais frágeis, a tensão admissível é determinada dividindo-se a tensão última


(que é igual à tensão de ruptura) do material pelo coeficiente de segurança adotado.

onde:
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Exemplo 12:
Uma barra é feita de um material que tem módulo de
elasticidade 50 GPa e tensão de escoamento 250 MPa.
O Comprimento da barra é 70 cm e a seção transversal
é um quadrado de lado “a”. Adotando um coeficiente
de segurança (γ) de 1,15, calcule qual deve ser o valor
de “a” para que a barra possa ser tracionada por uma
força de 175 kN. Calcule também o alongamento que a
a
barra vai sofrer.
70 cm

P = 175 kN

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