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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Programa de Pós-Graduação Em Ensino e Processos Formativos

PIETRA MAGELA SILVA SINHORINI

“O QUE EXISTE POR TRÁS DO BRINCAR?”


PERCEPÇÕES DE DOCENTES A RESPEITO DO BRINCAR NA
EDUCAÇÃO INFÂNTIL

Pré-projeto de pesquisa apresentado ao


Programa de Pós-Graduação em Ensino e
Processos Formativos.

MAIO 2023
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“O QUE EXISTE POR TRÁS DO BRINCAR?” PERCEPÇÕES DE DOCENTES A


RESPEITO DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFÂNTIL.

LINHA DE PESQUISA: “Infância e Adolescência” (I.A)

RESUMO
Atualmente, ao buscar por brinquedos, roupas e objetos para crianças na maioria das
vezes os objetos são diferenciados pelas cores, antes do nascer à criança já é definida por
essas cores, nota-se no tão popular chá revelação, mas como essas cores podem estar
contribuindo para a desigualdade de gênero?
A questão da igualdade de gênero na escola é de extrema importância, visto que,
como será abordado no presente trabalho, faz com que meninos e meninas tenham igual
oportunidade de se desenvolverem sejam quaisquer suas preferências.
O presente trabalho busca compreender que fator histórico-cultural levou a definir o
gênero pela cor. Observando da perspectiva escolar, onde esta distinção por cores leva as
crianças? Na escolha de determinadas cores para não serem “ridicularizadas” pelos colegas ou
até pela professora? A brincar com certos brinquedos e brincadeiras por serem ou não
próprias para “meninos e meninas?”. Este trabalho poderá trazer questões para a área da
docência, visto que, o professor pode se deparar com essas questões por toda Educação
Infantil e Ensino Fundamental I.

Palavras-chave: Infância. Brincar.

1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo estudar a herança cultural utilizada para definir
meninos e meninas com as cores rosa e azul, bem como, estudar como essa herança influência
nas relações interpessoais na escola e fortalece as questões de estereótipos de gênero e
desigualdade de gênero. Além disso, busca formas de “romper” com essas práticas no
cotidiano escolar.
O tema sobre igualdade de gênero é de extrema importância, de acordo com a autora
CARDONA et. al. (2010, p.59) “A promoção de uma maior igualdade de gênero é um
elemento fundamental na educação para a cidadania e na construção de uma verdadeira
democracia” O tabu em torno do conceito de gênero se faz muito presente na sociedade
brasileira, visto que os termos “gênero” e “orientação sexual” têm sido removidos dos
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documentos sobre educação, com isso, demonstra-se a dificuldade de falar sobre a temática
dentro das escolas brasileiras.
O trabalho é baseado em uma pesquisa qualitativa, será uma abordagem bibliográfica
e de campo. De acordo com LIMA e MIOTO (2007 p.38) “A pesquisa bibliográfica implica
em um conjunto ordenado de procedimentos de busca por soluções, atento ao objeto de
estudo, e que, por isso, não pode ser aleatório”.

2. OBJETIVOS

2.1 Gerais
Compreender como a herança cultural influência nas relações de gênero na escola e
da abertura para possíveis distinções de “cores e objetos de meninos e meninas”.

2.2 Específicos
1. Conhecer as legislações que asseguram a igualdade de gênero e reconhecer a
importância da mesma
2. Compreender a herança cultural a respeito das cores para definir o gênero e
como isso implica nas diferenças de gênero.
3. Estudar sobre a importância das cores na Infância.
4. Como a distinção por cores pode influenciar na distinção de tarefas na
infância.
5. Identificar com qual idade as crianças a exercer influência na escolha nas
cores.
6. Elaborar possíveis estratégias para lidar com a quebra de pensamento das
crianças.

3. REFERÊNCIAL TEÓRICO
De acordo com o autor Ariès (1978), A infância estava restrita ao período onde
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4. ETAPAS METODOLÓGICAS
A pesquisa será de cunho qualitativo com uma abordagem bibliográfica e de campo,
a respeito da pesquisa bibliográfica o autor FONSECA (2002, p. 32), relata que está pesquisa
“É feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas por meio
de escritas eletrônicas...”. Com relação a pesquisa de campo o autor relata que a mesma é
definida por investigar além da pesquisa bibliográfica, mas da coleta de dados.

4.2 Participantes
Com relação à pesquisa de campo, será realizada em crianças e a professora de uma
escola de Educação Infantil com crianças de 5 a 6 anos de uma cidade do interior de São
Paulo.

4.3 Instrumentos
Para a realização da coleta de dados, em um primeiro momento será necessário a
observação da rotina de brincadeiras das crianças e analisar as escolhas dos alunos, bem
como: cores, tipologia entre outros.
Em um segundo momento será abordado por meio de uma entrevista a concepção da
professora sobre os estereótipos de gênero, de que meninas usam rosa e meninos azul e as
brincadeiras.
Para finalizar será realizado com os alunos um teste de preferência de cores de
meninos e meninas e também brinquedos de meninas e meninos.

4.3 Procedimentos
Com relação aos procedimentos técnicos, será realizada uma pesquisa de cunho
bibliográfico que visa explorar questões com base em um referencial teórico, serão utilizados
artigos, livros, revistas e todos os documentos necessários, com a temática de gênero e a
respeito da herança social das cores.
Para a realização da pesquisa de campo, segundo LAKATOS e MARCONI (1996)
será utilizada a técnica quantitativa descritiva com foco na verificação de hipótese:

estudos de verificação de hipótese - são aqueles estudos quantitativo-descritivos que


contêm, em seu projeto de pesquisa, hipóteses explícitas que devem ser verificadas.
Essas hipóteses são derivadas da teoria e, por esse motivo, podem consistir em
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declarações de associações entre duas ou mais variáveis, sem referência a uma


relação causal entre elas. (LAKATOS; MARCONI 1996, p.187)

4.4 Análise dos Resultados


Os dados obtidos da pesquisa de campo, serão analisados e relacionados com os
textos lidos, buscando responder as hipóteses a respeito do tema e elaborando possíveis
formas de lidar com tais questões.

5. CRONOGRAMA

2022 2023
ATIVIDADES PREVISTAS
1o sem. 2o sem. 1o sem. 2o sem.
Estudo do referencial teórico X X
Cursar disciplinas X X
Coleta de dados X X X
Análise dos dados coletados X X
Exame de qualificação X
Defesa da dissertação X
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REFERÊNCIAS

BIASOLI-ALVES, Z. M. M. Continuidades e rupturas no papel da mulher brasileira no século XX. Psic.:


Teor. e Pesq., Brasília, v. 16, n. 3, p. 233-239, dezembro, 2000.  

CARDONA, M., NOGUEIRA, C., VIEIRA, C., UVA, M. & TAVARES, T. Guião de Educação, Género e
Cidadania. Educação Pré-Escolar. Lisboa: Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género. 2010

CHAGAS, L.; CHAGAS, A. T. A posição da Mulher em diferentes épocas e a Herança Social do machismo
no Brasil. Psicologia.pt - O Portal dos Psicólogos. 2017.

Com restrições da pandemia, aumento da violência contra a mulher é fenômeno mundial. G1-Globo. 2020.
disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/11/23/com-restricoes-da-pandemia-aumento-da-
violencia-contra-a-mulher-e-fenomeno-mundial.ghtml>. Acesso em 27 de abril de 2021

ESCOURA. M.; LINS. B. A.; MACHADO. B. F. Diferentes, não desiguais: A questão do gênero na escola. 1a
Editora Reviravolta. São Paulo. 2016.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

HEILBORN, M. L. De que gênero estamos falando? In: Sexualidade, Gênero e Sociedade ano 1, n° 2
CEPESC/IMS/UERJ, 1994

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos da metodologia científica. São Paulo: 1996.

LIMA, T. C. S.; MIOTO, R. C. T. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico:


a pesquisa bibliográfica. Rev. katálysis, Florianópolis, v. 10, p. 37-45, 2007.   Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-49802007000300004&lng=en&nrm=iso>.
access on  27  Apr.  2021.  https://doi.org/10.1590/S1414-49802007000300004.

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós-estruturalista - Petrópolis, RJ, Vozes,
1997. p. 14-36

Pesquisa do IBGE mostra que mulher ganha menos que homem em todas ocupações. Agência Brasil. 2019.
Disponível em <https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-03/pesquisa-do-ibge-mostra-que-mulher-
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PEREIRA. A. S.; OLIVEIRA. E. M. B. Brincadeiras de meninos e meninas: cenas de gênero na educação


infantil. Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 24, n. 1, p. 273-288, 2016.
http://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/index

ROSEMBERG, F. Educação e Gênero no Brasil. Projeto História, São Paulo, 1994

SANTOS, S. M. M.; OLIVEIRA, L. Igualdade nas relações de gênero na sociedade do capital: limites,
contradições e avanços. Rev. katálysis, Florianópolis.  v. 13, n. 1, p. 11-19, Junho, 2010.

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