Você está na página 1de 269

B�AUTEROCH8M.

AUTEROCHE

(/VIA PRÁTICO
DE
ACVPVNTVRA
E
MOXIBVSTAO

ORGANIZAÇÃO ANDREI EDITORA LTOA.


Tel.: (011) 223-5111 - Fax.: (011) 221-0246
Caixa Postal 4989 - CEP 01061-970- São Paulo (SP)
- 1996-
Editor
Edmondo Andrei

Tradução
Rosilea Pizarro Camelos

Copyright da Edição Brasileira


Organização Andrei Editora Ltda.

-Todos os direitos reservados -

Impresso nas Oficinas Gráficas da


Organização Andrei Editora Ltda.
it
$c
�fi:;
*
Hh
Zhen Jiu Lin Chuang Cao Zuo
"Prática da Acupuntura e da Moxibustão"
Caligrafia de ZHOU HAI TING
Introdução

Por que escrevi um livro inteiramente dedicado às manipulações da


agulha e à moxibustão?
Este livro visa suprir a carência que subexiste no Ocidente no ensino
da Acupuntura e da Moxibustão e que diminui a eficácia terapêutica.
O tratamento de uma doença pela Acupuntura e moxibustão torna
imprescindível considerar-se muitos parâmetros, todos indispensáveis:
- determinar, graças às informações recolhidas nas 4 etapas do exame,
o Quadro Clínico (Zheng) que traduz o estado do paciente;
- encontrar uma associação de pontos em relação com o princípio
terapêutico a ser utilizado;
- estimular corretamente pela Acupuntura ou Moxibustão os pontos
escolhidos.
No Ocidente, os dois primeiros parâmetros são conhecidos há quinze
anos: a publicação, em 1983, de nossa obra "O Diagnóstico em Medicina
Chinesa" e mais tarde livros de informações similares. Em contrapartida, os
métodos de manipulação das agulhas são ainda pouco ensinados e fre-

qüentemente mal conhecidos.


Na China, a manipulação das agulhas sempre fez parte do tratamento.
Ela figura nas 26 técnicas do ''Nei Jing", é descrita em diversos capítulos do
"Ling Shu", e em dnco capítulos do "Zhen Jiu Jia Yi Jing", seguidos no
passar dos séculos por canções e poemas consagrados pelos acupunturistas
chineses às manipulações. Estas técnicas são retomadas em grandes obras
clássicas, tais como, "Zhen Jiu Da Cheng" ou o "Zhen Jiu Feng Yuan" e,
atualmente, nos numerosos trabalhos e publicações que insistem sobre o
interesse das manipulações na obtenção de resultados terapêuticos e
descrevem experiências relativas à obtenção e circulação do Qi, a elevação
ou queda térmica dos pontos de acupuntura.
Uma segunda razão se apresenta para a utilização das manipulações
das agulhas. As agulhas antigas, inicialmente de pedra, depois de metal, eram
8 - GUIA PRÁTICO DE ACUPUNTURA E MOXIBUSTÃO

grossas, pesadas e rígidas e só permitiam certas manipulações simples (in­


serção baseando-se na rrespiração, inserção no sentido da corrente ou
contracorrente da circulação no meridiano, etc). As agulhas serviam-se
sobretudo de seu "efeito de massa" para obter seu efeito.
A tecnologia moderna reduziu significativamente o diâmetro das agu­
lhas e aumentou sua flexibilidade, a inserção da agulha torna-se mais fácil e
praticamente indolor para um prático experimentado. Mas estas novas agulhas
não podem mais se servir unicamente de seu peso para realizar sua ação. Ao
mesmo tempo, sua pequena espessura e sua flexibilidade permitem, o que não
faziam as antigas agulhas, a execução de manobras complexas com grande
mobilização da agulha, tornando possível maior diversificação na utilização
dos pontos escolhidos.
Assim, graças à utilização de três grupos de manipulação, a
Acupuntura e a Moxibustão, que são o principal processo terapêutico por via
externa da Medicina Chinesa, permitem aplicar as Oito Regras Terapêuticas
(Ba Fa):
- a Tonificação (Bu)
- a D ispersão (Xie)
- a Tonificação-Dispersão em partes iguais (Ping Bu Ping Xie).
- a Tonificação pelas agulhas e pel as moxas permite a utilização das
regras " reparar/tonificar (Bu)" e "reaquecer (Wen)";
- a Dispersão engloba e aplica as regras "diaforese (Han)", "Emético
(Tu)", "Catártico (Xia)", "Clarear (Qing)" e "Catalítico (Xiao)".
- a Tonificação-Dispersão em partes iguais realiza "a Hannonização
(He)".
Enfim, será possível diversificar a ação terapêutica do ponto
puncturado modifiéando a técnica de manipulação utilizada.
Por exemplo, para Sanyinjiao (Baço 6):
• Sua Tonificação.
- reforça o Baço (Jian Pi),
- reforça o Baço para nutrir e manter o Sangue nos vasos (Jian Pi Se
Xue Yang Xue),
- regulariza o Qi e o Sangue (Tiao Qi Xue),
- regulariza e tonifica o Fígado e os Rins (Tiao Bu Gan Shen).
• Sua D ispersão:
- vivifica o Sangue e expulsa os excessos (Huo Xue Shu Yu),
- favorece a circulação do Qi do Fígado (Shu Gan Qi),
INTRODUÇÃO - 9

- faz circular a umidade (Xing Shi).


• Sua Dispersão, seguida pela técnica "deixa passar o frescor do céu" :
- clarifica e refresca o Sangue (Qing Liang Xue),
- Sua Dispersão seguida de Tonificação:
- vivifica o Sangue e expulsa os excessos (Huo Xue Qu Yu),
- produz Sangue novo (Sheng Xing Xue).
O livro que propomos tem por objetivo fazer conhecer com precisão as
técnicas utilizadas em acupuntura e moxibustão; os métodos descritos
permitem adquirir a habilidade manual, garantia de uma melhor eficácia
terapêutica.
O leitor encontrará:
- a descrição do material utilizado e, às vezes, as instruções necessárias
à sua fabricação,
- exercícios de treino visando dar força e flexibilidade às mãos e aos
dedos,
- a aprendizagem detalhada da técnica de inserção da agulha e a das
manipulações das agulhas das mais simples às mais complexas,
- o estudo dos diferentes métodos de moxibustão, com cone de
artemísia, ou com a ajuda de substâncias terapêuticas, moxibustão ou cilindro
de artemísia, ou com a ajuda de uma garrafa de moxibustão, moxibustão sem
calor. . .
- as outras técnicas de agulhas: picada com agulha cutânea, picada com
agulha triangular para fazer sangrar, uso da agulha longa, da agulha aquecida,
da agulha especial para as crianças. . . ;
- as técnicas de utilização das ventosas;
- as técnicas manuais de estimulação pelos dedos.
Cada técnica apresentada (agulha ou moxibustão) é seguida de
conselhos que facilitam sua utilização: indicações e contra-indicações
principais, afecções relativas, exemplos de associações de pontos utilizáveis
com a técnica descrita.
Nossa maneira de inserção da agulha não é a única que existe. Os
chineses descrevem vários outros métodos, cada um com seu interesse
próprio, mas seu estudo exige freqüentemente uma aprendizagem maior.

As vantagens do nosso ensino são as seguintes:


- Ele define os papéis respectivos de cada mão quando da inser­
ção, permitindo assim, de um lado uma penetração indolor, e de outro,
10 - GUIA PRÁTICO DE ACUPUNTURA E MOXIBUSTÃO

grande precisão no posicionamento da ponta da agulha em direção ao


ponto a ser puncturado. Uma vez a agulha posicionada, sua ponta só
deixa o local escolhido depois de sua inserção definitiva. Limitam-se assim os
erros provocados por uma colocação aproximada quando da introdução da
agulha.
- Ele indica como segurar a agulha com a mão direita antes da
manipulação. Este gesto é de tão grande importância que um item inteiro lhe
foi consagrado.
- Ele precisa a oposição entre o movimento ativo e o movimento
passivo; estes dois movimentos complementares e opostos garantem a boa
execução da manipulação.
- Ele permite ao acupunturista. que possui a técnica da inserção e a
maestria das manipulações ensinadas em nossa obra. realizar fácil e
eficazmente não importa que manobra complexa de agulha.
A importância da obtenção do Qi antes de qualquer manipulação de
agulha e o paralelismo existente entre sua propagação e o sucesso terapêutico,
levaram-nos a reservar um capítulo à descrição das diversas sensações
sentidas pelo paciente ou pelo prático quando da chegada do Qi, assim como
aos métodos destinados a favorecer sua vinda e aos meios de conservá-lo e
fazê-lo circular quando obtido.
Agradecemos a todos os acupunturistas que por suas perguntas, sua
atitude, o interesse sempre renovado por nossa obra, encorajam-nos a
perseverar em nosso trabalho. Desejamos que este livro responda a qualquer
uma de suas interrogações e. principalmente. que graças á melhor
manipulação da agulha eles alcancem resultados terapêuticos maiores.
Í ndice

Primeira parte
PRÁTICA DA AGULHA FINA (HAO ZHEN)

Capítulo I - Generalidades sobre a agulha fina (Hao Zhen) ... ...................... 31

Capítulo 2 - A inserção da agulha fina ...... .. .


........ ..... ..
......... ......... . .. ..
.. ............. 39
Treinamento básico .......................................................... ................................ 40
Treinamento sobre um papel dobrado .................. . . .
....... .. ..................... . 40
Treinamento sobre uma bola de algodão .. . .
...... .... ......... .. .. ................ . . . .41
Nosso método de treinamento ........................................................................41
Treinamento dos dedos e do pulso .............. ..... . .. ....... ... .................... ... . . 42
Treinamento com as bolas ..
... . ............. .......... . . .
..... ........................... 42
Treinamento com o bastão .. . . .
...... ..... ......... ...... . .. .
....... ...................... 44
Treinamento com o auxílio de garrafas .
............. ............. ....... ........ 46
Treinamento com a agulha ........................................ .. ...................... . ..... 46
Polimento da agulha ........... .. . .
............... .... .............................. ... ....... 46
Treinamento com a almofada .
......... ........ ... ...................................... 49
Confecção da almofada de treinamento ................................... 49
Inserção perpendicular da agulha ............... .. .
........ ...... ........ ... . . 54
Como pegar a agulha ..... ... . .. . . ... . ...... . . . . . .. ........... .. ... .. . . . . . . . 54 ...

A punctura ............. .... . .. ... ..


.. ... ..... .. . ..
.. . ..... .. .. . .. . .. . . 58
. ... ... ... . .. ...

Papel da mão esquerda . .. ..... ... . .. ... . . . . ..


.. .. .. ..... . . . . ...
... .... 59
Papel da mão direita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
A inserção da agulha ..... . . .. ..... ..
. ..
..... . ...... .... ....... ...... 63
...

Diferentes técnicas de inserção da agulha .... ... .... .. . . .... . .65 .


.. ... .. . ..
12 - GUIA PRÁTICO DE ACUPUNTURA E MOXIBUSTÃO

Inserção da agulha numa pele dificil de furar .................65


Inserção da agulha "à antiga" ............................................66
Inserção com uma única mão ............................................66
Diretivas para a prática clínica ......................................................................67
Modalidades de inserção da agulha ........................................................67
Ângulo de inserção da agulha ..........................................................68
Profundidade da inserção ..................................................................69
Idade do paciente ..........................................: .............................69
Constituição fisica ......................................................................69
Intensidade da reação à agu1ha .................................................69
Localização da doença ...............................................................69
Picadas transfixantes ..................................................................69
Ordem de inserção dos pontos ................................................................70
Comportamento do prático durante o tratamento .................................71
Incidentes ao se fazer a punctura ............................................................71
Lipotimia, síncope, convulsões, "mal das agulhas" .......................71
Punctura de uma veia ........................................................................73
Atingindo um nervo periférico .........................................................73
Agulha bloqueada ..............................................................................73
Agulha torta ........................................................................................74
Agulha quebrada ................................................................................74
Punctura de uma víscera ou de uma estrutura orgânica
importante ......................................................................................75
Proi �ições da punctura .............................................................................76
Proibições relativas à idade do paciente .........................................76
Proibições relativas à natureza do ponto ........................................78

Capítulo 3 - A obtenção do Qi (De Qi) .


............................. ................................ 81
Teoria ......................................................................................................... :......82
A sensação do Qi .............................................................................................82
Os diferentes tipos de sensações .............................................................82
Notas sobre a obtenção do Qi .................................................................84
Propagação da sensação do Qi e a eficácia do tratamento .........................85
Fazer circular o Qi de acordo com a doença ................................................86
ÍN DICE - 1 3

De acordo com a localização d a doença ................................................ 86


De acordo com a natureza da doença . . .
.............. .... .......... .. .................. . 87

Métodos ............................................................................................................. 88
Atingir o Qi (Hou Qi) ..................................................................................... 88
Procurar o Qi (Sou) . .
......... .................... ................................................... 88
Massagear sobre o trajeto do meridiano (Xun An) .............................. 88
Apoiar (She) . .
......................................... ....... ........... ................................ . 89
Dar um piparote ( Tan Zhen) .
................................... ................................ 89
Bicada do pássaro ( Que Zhuo) ............................................ . ................. . . 89
Tremer ( Chan) . . . .
......... ............. ... .............. ................ ................ . ........... . .. . 89
Mudar de lugar (Yi Wei) . .
.. ............................. ........................................ 89

Fazer circular o Qi (Xing Qi) .


...... ............ ..................................... ................. 93
Puxar-inserir ( Ti Cha) .............................................................................. 93
Rotação ( Cuo Nian) . .
. ........... ... . .. .............................................................. 'JJ

Balançar-arranhar (Bo Gua) .................................................................... ""'


Girar-agitar (Pan Yao) .
..................... ... .................. . ................ . ................ 94
Obstrução (Guan Bi) .............................................. . ...................... ........... 97
Voar-curvar ( Fei Tui) .
.......................... .................................................... 98

Conservar o Qi (Shou Qi) ........ .. .


.............. .................... .. .
................. ............ 100
Curvar o cabo ( Tui Nu) .
..... ..................................... .. .
......... ................... 1 00
Deslocar a almofada (Ban Dian) . .
................. .......... .............................. 10I

Capítulo 4 - Métodos de tonificação, dispersão, harmonização ............ ..... 103


Lento-Rápido (Xu Ji) . . . .
.......... ....... ....... ............ ......................... ........... . 103
Retirar- Inserir ( Ti Cha) .
.. ............................................ ............ ............. . . 104
Penetrar-Retirar (Jin Tui) .
................. ...................... .............................. . 104
Ir contra-Seguir (Ying Sui) .
........................... ........................................ 105
Rotação ( Nian Zhuan) . .
........ .......... ................ ...... .............. ... ................. l06
Respiração (Hu Xi) .................................................. ..... ................. .... . . . . . l08
Abrir- Fechar (Kai He) ............................................................................ 110
Nove-Seis (Jiu Liu) . .............................................. .. ............ ................. . . 111
14 - GUIA PRÁTICO DE ACUPUNTURA E MOXIBUSTÃO

Deixar a agulha no ponto ( Liu Zhen) ...................................................l l l


Harmonização: tonificação-dispersão iguais (Ping Bu Ping Xie) ..... 113
Toni ficação-dispersão segundo o fluxo do Qi nos meridianos
( Na Zhi) ................................................................................................. 113
Mãe-filho ( Mu Zi) .
................ ................................................................. 114

Capítulo 5 - Manipulações da agulha fina .


................................ ..................... 115
Tomada da agulha . .
.............................. .... .............. ............... . ..
...................... 116
Manipulações simples .................................................... . . ............................. 119
1• técnica: Tonificação em vai-e-vem (Ti Cha) .................................. 119
2• técnica: Dispersão em vai-e-vem ( Ti Cha) .
...... .............................. 119
3• técnica: Tonificação por rotação ( Nian Zhuan) . .. .......................... 121
4• técnica: Dispersão por rotação ( Nian Zhuan) . .. .............................. l 25
5• técnica: Harmonização (Ping Bu Ping Xie) .................. ............ .... . . 127
Manipulações complexas ....................................................... ............. ........ . . 128
6• técnica: acender o fogo na montanha (Shao Shan Huo) ............... 128
Realização .
............... ............................................................. .......... . 128
Variantes .
................ ............ . . . .. ..
............... . ........ . . . ..
.......................... l30
Doenças relacionadas . . . . ... .. ... . . ...... .
. . . ....... . . . . ... . .. .
. . . . ........ .. . ... . . . . . . . . . . 130
Exemplos .... : ..............................................................................130
7• técnica: refrescar no nível "céu"(Tou Tian Lian) . .
... .. ................... 130
Realização . .
.......... ............................ . . . .............. . . . .............. . . ........... . 131
Variantes .
............................ ............................. . . . .............................. 132
Doenças relacionadas ....................................... .. ............................. 133
Exemplos . .
... ................................................ .............................. 133
8• técnica: tonificação com obtenção de uma sensação de calor ..... 133
Realização ................ .. .
.............................. ................. .............. ........ 134
Variantes .
................ .......................................................................... l 35
Doenças relacionadas .
............................................... ...................... 135
Exemplos ............................................................... ................... . 135
9• técnica: dispersão com obtenção de uma sensação de frio ........... 136
Realização ................................................... ..................................... 136
Variantes .
................................................ .......................................... l 38
Doenças relacionadas .
......... ............................................................ 138
Exemplos .
........................................ .......... . . .............................. 138
ÍNDICE - 1 5

10• técnica: a tartaruga verde procura o ponto ( Cang Gui Tan


Xue) ......................................................... .............. . .............................. 138
11" técnica: o vôo (Fei) .
....... ....... .............................................. . . . . . ........ l 39
12• técnica: o dragão verde agita a cauda ( Cang Long Yao Wei) ... 143
Realização .. . .
....................................................... . ............ .. . . . . .......... 143
Variante .
........................................................... . . . .......... ................... 144
Doenças relacionadas . .. .
...... ...... . ............ ............................. . . . . . . ...... 144
Exemplo .
................................................ ...... .............................. 144
13• técnica: o tigre branco balança a cabeça (Bai Hu Yao Tou) ...... l 46
Realização .
........ ............................................................................... 146
Doenças relacionadas .
....................................... ............ ...... . .
.......... 149
Exemplos ............................................................................ . . ..... 149
14• técnica: o Yin escondido no Yang (Yang Zhong Yin Yin Fa) l 49 ...

Realização . .
..... ............................... ................... .......... . , ................149
...

Doenças relacionadas ....................................... .. . .-...........................150


Exemplo .
............................. ..................................... .................. 150
15• técnica: o Yang escondido no Yin (Yin Zhong Yin Yang Fa) l 51 ...

Realização ............ . . .
...... ............................... ........ ............................ 15 1
Doenças relacionadas .
....... ................................ .............................. 151
Exemplo .
...... ................................................ .............................. l 51
16• técnica: o dragão e o tigre brigam (Long Hu Jiao Zhan) ............l 52
Realização .
................ . . ........................ ............. . . . . . .................. ..
....... 153
Doenças relacionadas ....................................... .. ..................... ........ \53

Segunda parte
MOXIBUSTÃ O E OUTRAS TÉCNICAS

Ca pítulo I - A moxibustão (Jiu Fa) .


......... ........................................................ 157
Moxas com calor ............................................................................................l 58
Moxas de artemísia ........................................................................................158
Moxibustão com o auxílio de cones de artemísia ...............................l 61
Sem cicatriz ......................................................................................l 63
Com bolhas .......................................................................................163
Com cicatriz .....................................................................................163
16 - GUIA P RÁTICO DE ACUPUNTURA E MOXIBUSTÃO

Moxibustão indireta ................................................. ...... .................... .. . . . 166


Moxa de alho (Allium sativum) .
...................... ........................ ..... . 166
Moxa de cebolinha (Allium tuberosum) ( Jiu Cai Jiu) . ..
....... . ...... 167
Moxa de acônito ( Fu Zi Jiu) ..
.......................... . .............. .......... .... . . 167
Moxa de gengibre (Ge Jian Jiu) ( Zingiber officinale
fresco) ............................................................................................. 168
Moxa de pimenta branca (Bai Hu Jiao Jiu) .... ............ .................. l 68
Moxa de grão de soja fermentada . . . ... ................ ............. . , ............169
Moxa de loesse (Huang Tu Jiu) ............. ......... . .. ......... ................... 170
Moxa de cebola (Ge Gong Jiu) ( Allium fistulosum) . . .
.... .. ... ....... 170
Moxp Ge Xie Jiu (Allium macrostemom chinense) .......... .. ... ... . . 170
Moxa de ramo de artemísia ... . ... ....................... . .
...... .......... .. ... 170
... ....

Moxa sobre o umbigo .. . . . .. .. . 171



............... . . . .... ... ...... .. ......... ................ .

Moxibustão com o auxílio de bastões de artemísia ....... ..


.................. .175
Fabricação do bastão de artemísia .................................................l 75
Medicamentos utilizados na moxibustão com bastão ................. 177
Moxibustão suspensa .. . .. .. ................... ............ . ..
...................... ..
...... 178
Indicações gerais ......... .. ...................... ...... . .. ............... . ........ .. ..179
Pegando o bastão de moxa ...................................... ............... . 179
Diferentes métodos de moxibustão ... ... . ... ............................ ..179
Conselhos . .
......... ............. .............. ..... .. . . .. . . . ....................... .... . . . 181
Técnicas pessoais da moxibustão suspensa .
... .............. . ....... .. .... 182
..

Moxa em tonificação sobre um ponto preciso . .


..... .... ........... 182
Moxibustão em difusão . . .. ................ ........ . .. ......................... ... . 183
Cauterização dos pontos Sim das costas . . . . . .... ....... ............... . 183
Utilização de uma caixa de moxas . . . .
... ............. .... .. .... . ........ .. 184
Moxibustão apoiada (Shi'an Jiu) . . .
. ................. ........ .. .................. . . 184
Agulha milagrosa . ................................... .. .
.... ........................... 184
Agulha milagrosa do fogo do raio .
........... .............. .. .............. 186
Fumigação com a artemísia . . .
........ ........... ... ................................. .. ....... 186

Moxa sem artemísia . .


..... . . . . ...
.... . ... .
............. ..... .... . .. . . .. ...
.. .. ... .. .......... ............. l 87
Moxa de enxofre .
............... ..... ....... . .. . . .
.. .... ..... .................................... .. 187
..

Moxa de cera .
. ................... ...... .. ..
.. . .
.... .... .......................... ................... . . . 188
ÍNDICE - 1 7

Moxa d e tabaco ................. ....................................... ............................... 188


Moxa de madeira de amoreira ou de madeira de pessegueiro .......... 188
Moxa de seiva de junco ............................... : .........................................188

Moxa sem calor .............................................................................................. l 89


Moxa com pasta de alho ........................................................................ 189
Moxa com pasta de Evodia rutaecarpa .................. .............................. 189
Moxa de pasta de folhas de Ranunculus japonicus (ran únculo
mnarelo) ................................... .............................................................. l 89
Moxa de pasta de Eclipta prostrata ...................................................... 189
Moxa de raiz de Euphorbia kansui ........ ............................................... 189
Moxa de pasta de Ricinus communis ................................................... 1 90
Moxa de grão de mostarda branca ........................................................ 190
Moxa fria sobre o umbigo . .................................................................... 190
Regras do tratamento por moxibustão ............................. . . .......................... 1 90
Indicações da moxibustão ................. ............................................................ 190
Aquecer para dispersar o Perferso, o Vento, o Frio, a Umidade ...... 19â
Reaquecer para favorecer a circulação nos Meridianos e
Colaterais .............................................................................................. 1 91
Aumentar o Qi e nutrir o Sangue ................... ....................................... l 91
Aquecer os Rins, reforçar o Yang dos Rins, tonificar o Qi .. ............. 1 91
mediano e deter/cessar as ptoses e os corrimentos ..........................1 91
Fazer voltar o Yang, remediar quando de sua debilidade ................. 191
Purificar e dissipar o Calor tóxico ........................................................ 191
Ação profilática ........................... . . ............. ............................................ 191
Contra-indicações da moxibustão ............. ................................................... 192
Conselhos para a prática das moxas ............................................................ 193
Efeitos da moxibustão .............................................. ..................................... 1 94

Capítulo 2 - Outras técnicas de agulhas .......................................................... 197


A agulha epidérmica (Pi Fu Zhen) .................................................... .......... 197
Material ............................................................. ....................................... 198
Agulha em forma de martelo ......................................................... 1 98
Feixe de agulhas .............................................................................. 199
18 - GUIA PRÁTICO DE ACUPUNTURA E MOXIBUSTÃO

Técnica .... . . . . . . . . . . . . . ...... . . .. . . . . . .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . ..... . . ... . . . . . . ..... . . ... . . . ... 199


Agulha em forma de martelo . . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... . . . . . . . . . . ... . . 199
Feixe de agulhas . . ........... . . ...... . . . .. . . . .... . . . . .. . . . ...... ...... . . . . . . . . . ....... . . . . . . . . 200
Localização dos pontos a excitar·················:········· . . . . . . . . ...... . . ..... . . . . . . . . . 2()()
Indicações gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . ..... . . .. . . ... . . . ...... . . . . . . ....... ... . . .. . ... . . . . . . . 208
Cefaléia e enxaqueca .. . . . ........... . . . .............. . . . . . . . . . . . .. . ..... . ..... . . . . . . . . . . . . 208
Dores torácicas e costais .
.... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . .... . . .. . . . . . . . . . . . . . . . ... 208
Insônia .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... . . . . .. . . . . .... . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . ..... . . . .. . . ..... . . . . . . . . 208
Dores dos membros superiores e inferiores. lumbago . . .......... : . . . . 209
Paralisia facial ... . . . . . . ... . . . . . . . . . . .. . . ..... . . ... . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . ..... . . .... . . . 209
Bi Zheng: torpor e/ou estagnação du Qi Zue. reumatismo . . . . . . ... 209
Soluço . . . . .. . . . . . . .. . . ....... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... . . . . . ..... . . . .. . . . .......... . . . .... . . . . . . . . . ... 209
Wei Zheng (paralisia flácida) .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . ........ . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . 209
Dores gástricas e vômitos .... . .... . . .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . ..... . . . . . . .. . . 210
Dor abdominal . . . . . . . . . ........ . . . . . . . ... . . ..... . . . . .. . . .... . . . . . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...... 21O
Asma (Xiaochuan). tosse (Kesou) . .. . . . . . . . . ... . . . . .
. . ... . . . . . . . . .... . . .. . . . . . . . . 210
Incontinência urinária ..... . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . ......... . . . . . . .. . ..... . . . . . . . . ....... . . 210
Espermatorréia e impotência . ..... . . . . . . . ............. . . . . . . . . . . . . . . . . . ........ . . . . . . . 211
Palpitações cardíacas . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . ....... . . . . . . . ....... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211
Vertigens, alucinação ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ......... . . ..... . . . . . ....... . . . . . . . . . . . . . . 211
Dismenorréias . . . . . . ..... . . ....... . . .. . .. . . . . . . . . . . . . ........ . . . . . . .. . . . . ......... . . . . . . . . ...... 211
Convulsões infantis . ... . . . . . . . . . . . . . . .. . . .... . . . . . . . . ...... . . ........... ... . . . . . . . . . . . . . . .. 211
Doenças oculares .
. . . . ..... . . ... . . ...... . . . . . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... . . . . . ..... . ..... . . . 212
Obstrução nasal, sinusite . .......... ........ . . . .... . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212
Escrófulas (Luoli) .... . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . .... . . . .... . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 212
Contra-indicações . . . . . . . . . . . ... . . . . ... . . . . . .. . . . ....... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... . . . . . . . 212
Duração e periodicidade do tratamento . . . . . . . . . . . . .. . . . .. .
. . . .. . . . . . .. . . . . . . . .. . . . . . . 212
Agulha intradérmica que permanece no corpo (Pi Nei Zhen) . . ... . . . . . . . . . . . . . 212
Material . .
. . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . .... . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213
Técnica .
....... . . . . . . . ......... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... . . . . . . . . . . . . . ... . . ......... . . . . . . . .. . . . . . . 213
'"Agulha grão de trigo" .
...... ....... . . . .. . . . . ......... . . . . . . ..... . . .. . . ..... . . . . . ........ 213
"Agulha percevejo" . . . . . . . . ... . . .... . . . . . . . . . . . . . ....... . . . . . ... . . ......... . . . . .. . . . . . ...... 215
Agulha de acupuntura comum . . . .. . . . . . . ....... . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . ....... ...... . . 215
Duração da inserção .. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . ... . . ....... . . . . . ... . . ..... . . . . . . . . . . .. . .. . . .... . . . 215
ÍN DICE - 19

Indicações . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .................... ................ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215


Contra-indicações e precauções de emprego . . ................ . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . 215
Agulha triangular (San Leng Zhen) . . . . . . .............. . . . . . . . . . . . ......... ............... . . . . . . 216
Material . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .................. ............. ........... ................ . . . . . . . 2l6
Técnicas de utilização ........................................... ................................. 217
Agulhada rápida (Dian Ci) ............................................................. 217
Agulhadas dispérsas (San Ci) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..................................... 217
A laceração (Tiao Ci) ....................... ......... . . . . . . . . . . . . .. . . . ......... . . . . . . . . . . . . 218
Agulhadas agrupadas (Cong Ci) . ............. . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 218
Agulhadas em círculo (Wei Ci) . . . . . . ............... . . . . . . ........ . . . . . . . . . . .. . . . . . . 218
Pontos de acupuntura habitualmente agulhados com agulha

triangular ...................... .............. .................... . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . 2l9


Contra-indicações .......... ................................. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221
Precauções de uso ................ .................................. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221
Agulha longa (Mang Zhen) ........................................................ . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 1
Material . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . ............................... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223
Técnica ........................ . .. . . .. . . . . .. .... . . ..... .. . . ........ . . . ............. . . . . . . . ........ . . . . . . . . . . 223
Indicações ............................. ..................... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22-l
Contra-indicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ......... ........................... . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 224
Notas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 224
Agulha aquecida (Wen Zhen) . . . . . . . . . . . . . ........................ . . . . . ........ . . . . . . . . . ............ 224
Agulha aquecida com artemísia ............................................ ........ . . . . . . . . 224
Agulha aquecida com cera . . . . . . . . . . . . . ............................. . . . . . . . . . . ...... . . . . . . . . . . 226
Indicações da agulha aquecida . .. . . . ................. . . . . . . . . . . . . .......... . . . . . . . . . . . . . . . . . 226
Agulha de fogo (Huo Zhen) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227
Material .......... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .......................... . . . . . . . . . . .................. ............ 227
Técnica ..................................................................................................... 227
Agulhada prof1mda . . . . . . . . . . . . . . . . .................... ........... . . . . . . . . . . . . . . . ............ 227
Agulhada superficial . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ......... ......... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 228
Escolha dos pontos . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 228
Indicações . . . . . ..................... . . . .. . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . .................... . . . . . . . . ..... 228
Precauções de utilização . . . .............. . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . ................... ......... 228
Agulhas para crianças (Er Zhcn) . . . . . . . . . . . . ........... ............ . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . 229
Material necessário para sua fabricação . ...... ....................................... 229
20 - GUIA PRÁTICO DE ACUPUNTURA E MOXIBUSTÃO

Fabricação ........... . . . ....... ................ . . .......... . . . . . . .......... ........... ................... 230


Treinamento e utilização .
................ ............... .......... ................... ... . . ..... . 231

Capítulo 3 - As ventosas (Ba Guan Zi) ............................. . . ............................ 233


Diferentes modelos de ventosas ............ ........................ .............................. 233
Técnicas ............................................... ............................ ..................... ......... 234
Colocação das ventosas ........................................... .............................. 234
Processos por combustão ................................. .............................. 234
Método Tou Huo Fa .............................. ... . .............................. 234
Método Tie Mian Fa ........................................................ ........ 234
Método Shuan Huo Fa .
...... ..................... . . . . . . ........................... 236
Método Jia Huo Fa ....................... . . ......... . . . .............................. 236
Processo por ebulição ................ . . . .................... ...... ......................... 236
Retirada das ventosas . . .... . . . . . . . . . . .......... . . . . . . 236
. . . . . . . . ........ . . .................. ..... ....

Utilizações .
................. . . . ............................. ......... ........................................... 236
Ventosa simples e ventosa de sucção ......... .
.......... . . ............................. 236
Ventosa simples .
..... ....................... .................... .............................. 236
Ventosa de sucção ........................ . . . . . . ........... .:...............................238
Indicações das ventosas simples e ventosas de sucção ............... 239
Precauções de utilização .
............... ..... . . . .. . . . ..... .... .......................... 240
Ventosa móvel . . . ........................... . . . . . . ...................... ........... ........ ......... . . . 240
Ventosa com medicamentos (Yao Guan Fa) ....................................... 241
Ventosa impregnada de medicamentos ......... . . . . ............................ 241
Ventosa com solução medicamentosa ........ ........... . . ..... ........................ 243
Ventosa sobre agulha no ponto . . ............................ . ........ ...................... 243
Ventosa escarificada ........................ .
.......... .............. ...................... ....... . 243
Contra-indicações das ventosas ...................................... .............................. 245
Observações ..................................................................... ..... ....................... .. . 245

Capítulo 4 - Técnicas manuais ........................................... .............................. 247


A acupressão (Zhi Zhen Liao Fa) . . .................... . . . . . . . ........ ........................... 247
Técnicas ........................................... . . . . ............................ . . . . ........................... 247
Pressionar (Dian Qia) ... ...... . . . .................................. .............................. 247
Dar petelecos (Dian Kou) .
... ..................... .... ..................................... .... 248
ÍNDICE - 21

Pressionar-puxar (An Ban) ............................................................ ........ 248


Pinça r (Nie Na) ..................................................... . . . . .............................. 248
Escolha dos pontos ............................................ . . .......................................... 249
Indicações .................................................... ................................................... 249
Contra-indicações .......................................................................................... 249
Observações ............................... ..................................................................... 250
O movimento de puxar-enrolar (Nie Ji Liao Fa) ....................................... 250
Técnica ........................... . .. .. ................................... ......................................... 250
Indicações .............................. . ........................................................................ 251
A fricção (Gua Sha Liao Fa) ........................................................................ 251
Técnica ............................................................................................................ 252
Técnica por atrito .................................................................................... 253
Técnica por tração ................................................ .................................. 254
Indicações ........... . . . . ......................................................... . . ............................. 256
Precauções de utilização ............................................................................... 256

Anexo I- Programa de treinamento .................................... . .............................. 257

Anexo II - Tabela de recapitulação das técnicas de agulhas ........ .................. 265

Bibliografia ........................................................................................................... 269


Í ndice das ilustrações

FIGURAS

Figura 1 - Capítulo 1 do Ling Sim Jing: "As 9 agulhas", extraída da


cópia de Ma Yuan Tai, datada do décimo ano do Nian
Hao Rui Huang Ti, ou seja, 1 806 . . . . . . . . . . . ....... . . .................. ........... 3 2
Figura 2 - A s 9 agulhas antigas do Ling Shu Jing ........ ................................ 33
Figura 3 - A agulha fina .
.............................. ................................................... . 36
Figura 4 - Treinamento sobre papel dobrado ........................................... ... . . 40
Figura 5 - Treinamento sobre uma bola de algodão . . .
... .......... .. ...... ....... .. . . .. 4 1
Figura 6 - Manipulação das bolas com a mão direita . . . ........................ . . . . 43
...

Figura 7- Manipulação do bastão . .. .. . . .......................... . . . . . ............................ 45


Figura 7a- l"fase ... . . . . . ............................................ ........................................... 45
Figura 7b- 2a fase ..... . . . ....... . . ..... . . . . ...... ..... . . .... .................................................... 45
Figura 7c - 3a fase . .
............... . . . . . . . . . ................... ........ . . ........ . . ..... . . . ...... ................ 45
Figura 8 - Polimento da agulha: posição da agulha no retângulo de
papel .................................................................................................. 47
Figura 9 - Polimento da agulha . . .
..... ............... ........... ......... ........... ... . ... .......... 48
Figu ra 9a - Fazer descer a agulha puxando o polegar para perto de si ... ..... 48
Figura 9b - Fazer subir a agulha, avançando o polegar: ,...... . . . . . . . . . . . . .. .. . . . . 48
Figura tO - Confecção da almofada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... ...... . . . ........................ 4 9
Figura tOa- Enrolando o algodão bem apertado ............. ............... .................. 50
Figura lOb- Controle da expansão do algodão por meio dos dedos
mínimos . ......... .................................. .............. . . ..................... ..... ... . . 50
Figura tOe- Enrolando a segunda manta de algodão . . . . . . . . . . . . . . . .; ............. .. . .. .... 5l
Figura tOd - Apertando a segunda manta de algodão . . ............................ ... .... 52
.

Figura tOe - Enrolando o tecido em volta do algodão .


............ .......... .... . ... .. . 53
. . .

Figura lOf - Fixação do tecido com alfinetes .


.......................... ......... ........ .. . . .. 53 .

Figura lt - Posição da mão esquerda durante a punctura . . ......... . . .. ........ . .. . . . 60


24 - GUIA P RÁTICO DE ACUPUNTURA E MOXIBUSTÃO

Figura lla- Variante 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60


Figura llb- Variante 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Figura llc- Variante 3 ..................................................................... .. ............... . . 62
Figura 12- Inserção da agulha com uma mão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
Figura 1 3- Massagear com o polegar o trajeto do meridiano para fazer
chegar o Qi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .................................. 90
Figura 1 4- Massagear com o dedo médio o trajeto do meridiano para
fazer chegar o Qi . . . . . ......................... . . . . . ......... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Figura 1 5- Dar pancadinhas com o indicador no trajeto do meridiano
para fazer chegar o Qi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Figura 1 6- Apoiar intermitentemente sobre o ponto para fazer chegar
o Qi. .................................................................................................. 91
Figura 17 - Dar um piparote para fazer chegar o Qi - Fig. 1 7a e l 7b . . . . . . . . . 92
Figura 1 8 - Ti: puxar a agulha até a superficie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Figura 1 9 - Cha: inserir a agulha profundamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Figura 20 - Arranhar para baixo para tonificar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Figura 21 - Arranhar para cima para dispersar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Figura 22 - Pan: inclinar a agulha e fazê-la girar lentamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Figura 23- Yao: Mover a agulha com uma amplitude de 90° aproxima-
damente . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . ......................... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Figura 24- O vôo . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . . . . ........................ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99,1 00
Figura 24a- 1 2 tempo .
.............. .......................................................................... tOO

Figura 24b - 2Q tempo . . . : ..................................................................................... tOO


Figura 25 - Deslocar a almofada de lugar: a parte tonificada está do la-
do convexo da agulha, a parte dispersa do lado côncavo ........1 01
Figura 26 - Tonificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1 06
Figura 26a- I nserir a agulha quando da expiração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .109
Figura 26b - Retirar a agulha quando da inspiração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .1 09
Figura 27 - Dispersão . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 0
Figura 27a- I nserir a agulha quando da inspiração ........................................ l lO
Figura 27b - Retirar a agulha quando da expiração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .110
Figura 28- Tomada da agulha: posições corretas da mão direita e da
almofada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .117
Figura 29- Tomada da agulha: posições incorretas da mão direita e da
almofada . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11 8
ÍNDICE DAS ILUSTRAÇÕES - 25

Figura 30 - Ramo de artemísia ........................... . . . . ......................... . . . ............. 1 59


Figura 31 - Cones de artemísia de diferentes tamanhos . . ............................. l 62
Figura 32- Moxibustão indireta sobre lâmina de gengibre .................... . . . . . 1 69
Figura 33- Moxa sobre o umbigo com saL cebolinha, almíscar e
lâmina de gengibre. O cone de artemísia é substituído
por um pedaço de bastão com um furo no centro para
permitir que a fumaça desça e seja melhor absorvida .... . . . . . . . . . 1 72
Figura 34- Confecção do bastão de artemísia ....... . . . . ............... . . . . . . .............. 1 77
Figura 34a- Primeira etapa: colocação do veludo de artemísia ................. . . 1 77
Figura 34b - Segunda etapa: enrolamento do cabo para apertar a
artemísia ..................... . . . ............... ....... ............ . . .................... . . . . . . . . . 1 77
Figura 35- Sustentação do bastão de artemísia: moxibustão com calor
moderado e constante ........................................ ............. . . . . . . ........ 1 79
Figura 36 - Sustentação do bastão de artemísia : moxibustão "bicada" ...... 1 80
Figura 37- Dispersão pelo método da moxibustão suspensa ...................... 1 82
Figura 38- Agulha epidérmica em forma de martelo .
... . . . . . . . .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 98
Figura 39 - Situação das linhas de inserção . . . . . ...... . . ..... . . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . ......... 203
Figura 39a- Face Yang do corpoe dos membros ................ . . . . . ............ . . . . . ..... 203
Figura 39b- Face Yin do corpoe dos membros ........ . . ..... . . . . . ..... . . . . . . . . . . . . ......... 204
Figura 39c- Extremidade cefálica, vista de frente .......... . . ............................. 205
Figura 39d- Extremidade cefálica, vistade pe rfil ................ . . . ............. ...... ..... 205
Figura 40- Agulhas intradénnicas que permanecem no corpo: do tipo
"grão de trigo" e tipo "percevejo" ............................................. 213
Figura 4 1 - Fixação da agulha "grão de trigo" ................................ ..... . . . ...... 214
Figura 42- A agulha longa .................. ............ .................... ..................... . ...... 222
Figura 43 - Agulha aquecida com artemísia ........... .................................. . .... 225
Figura 44- Colocação da ventosa: método Tou Huo ..... .............................. 234
Figura 44a- Dobrar o papel ............................. ................ . . . . ...................... . .... 234
Figura 44b - Acender o papel .
........... ................................. . . . ............................ 235
Figu ra 44c- Colocar a ventosa ......................................................................... 235
Figura 45- Colocação da ventosa: método Shan Huo ................................. 237
Figura 46 - Retirada da ventosa ............................ . . ........................................ 237
Figura 47- Ventosa de sucção ........................................................................ 238
Figura 48 - Deslocamento da ventosa .... ................. . . .................. ................... 240
Figura 48a- Girando .......................................................................................... 240
26 - GUIA PRÁTICO DE ACUPUNTURA E MOXIBUSTÃO

Figura 48b- Na altura das costas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 1


. . . .

Figuras 48c e 48d: Levantando-se a base. do lado aonde se deseja ir . . . . . . . . . . 242


Figura 49 - Posição das mãos em supinação no movimento de
puxar-enrolar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1
. . . . ..

Figura ·so - Técnica da " fricção" : localização das zonas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252 . .

Figura SOa- Cabeça e pescoço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... . . . . . . . ;. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252


. .

Figura SOb- Costas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .......... 253


. . ... .. . . . . .

Figura SOe- Esterno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 254


. . . . .

Figura SOd - Sangria da dobra do cotovelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255 . . . .

Figura SOe- Cavo poplíteo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255


. . . . . ..

FOTOGRAFIAS

Foto 1 - Como pegar a agulha. Posição da agulha sobre o indicador.


Notar a posição do cabo sobre a borda lateral do dedo . . . . . . . . . . . . . . . 55 . . .

Foto 2- Como pegar a agulha. Segurar a agulha entre as polpas do


polegar e do indicador (borda exte rna do indicador e borda
interna do polegar). na altura da base ............. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . 55 ..

Foto 3- Como pegar a agulha. Recuar o indicador. A flexão da


interfalangiana proximal e a extensão da interfalangiana
distal dão a aparência de um telhado de casa . . . . . . . . . . . .. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
. .

Foto 4 - Como pegar a agulha. A disposição dos dedos pode ser


comparada a um bico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
. ... . . .. .. . . . .. . . . . . .

·
Foto S - Outra forma de segurar a agulha. Notar a di ferença da foto 4 . . . . . . . 57
Foto 6 - Outra maneira de segurar a agulha. O cabo es tá apertado entre
a polpa do polegar direito e a do indicador . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 ... . . .

Foto 7 - Como pegar a agulha longa. A ponta da agulha não deve


ultrapassar os dedos em mais de I cm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 . ... .

Foto 8- A garra do tigre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60


. . .. . . .

Foto 9 - A pele está esticada pela separação do indicador e do dedo


médio esquerdos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1
. . . . . . .

Foto 1 O- Aproximação lateraL deslizando sobre a unha do dedo médio


direito para colocar a agulha no ponto a ser agulhado. Notar a
posição da agulha sobre a borda lateral da polpa do indicador
e do dedo médio direitos . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
. . . . . . .
ÍNDICE DAS ILUSTRAÇÕES - 27

Foto 1 1 - A mão volta. apoiando-se no dedo médio e levanta-se na


vertical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Foto 1 2- "A mão esquerda apóia, a mão direita insere" . Notar o rea­
grupamento dos 4 dedos e as rugas formadas no tecido no
momento da pressão. (0 corpo da agulha está perpendicular
ao plano do tecido). A curvatura do cabo é devida à pressão
dos dedos . . . . ... . . .
. ..
. . . . . ........... .............. .......................... . . . .. .. . . . . . . . . ......... 65
Foto 1 3 - Tomada da agulha ............................. . . . . . . . . . . .
. . . .. . . . . . . . .
... .... . .... . . . . . . . . . . . . . 1 18
Foto 14 - "Inserir com força". Antes da ação. o polegar c o indicador
apertam sem forçar. A luz entre os dois dedos tem uma forma
arredonda (0 olho da fénix) . . ........... .................. ................ ............. 1 20
Foto 1 5 - "Inserir com força" . Durante a ação. a pinça se firma. A luz
entre o polegar e o indicador tomou uma forma alongada. A
contração dos dedos faz sair uma bola muscular na região de
Hegu IG 4. A luz entre os dois dedos tem uma forma oval .
(O olho do dragão) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2 1
Foto 1 6 - "Rotação" em tonificação. Posição dos dedos antes do início
da manipulação . . .. . . ............. ..... ..... . . . . . . . . .. . . . . .......... ................ . . . . . . . . . . . . . . 122
Foto 1 7 - Vista aumentada da mesma posição dos dedos .............................. 1 23
Foto 1 8 - "Rotação" em tonificação. Posição dos dedos durante a ma­
nipulação. Comparar com a foto 16. O polegar está puxado
para trás . . .
........................................ .............. ......... ............................. 1 24
Foto 1 9 - Arranhar de cima para baixo com a unha do indicador
direito . .
............................... ............... ............... ................................... 1 24
Foto 20 - "Rotação" em dispersão. Início da manobra . . . . ............. . . ............... 1 25
Foto 21 - "Rotação" em dispersão. Durante a manobra. Notar o
alongamento do polegar para si e comparar com as fotos
1 8 e 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 26
Foto 22- Plano aumentado da foto 2 1 . Ver o alongamento do polegar . . . . . . 1 27
Foto 23- "O vôo" em tonificação. Posição de partida . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . .... . ........ 1 40
Foto 24 - "O vôo" em tonificação. Outra posição de partida que pode
ser utilizada . . . . . . . . . ................................................... ..... ........................ 1 40
Foto 25 - "O vôo" em tonificação. Abertura da mão ...... . ......... . . . . . . . . . . . . . ........ 141
Foto 25a - Agulha imobilizada . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
Foto 25b -Dinâmica. Notar a vibração da agulha . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . ........ . . . . . . . . . . . . . . . 141
Foto 26 - "O vôo" e m dispersão. Nessa manobra. não se pode fazer
outra coisa senão conservar o indicador dobrado, o que
garante a exatidão da manobra . ............... .......... .......................... . .... 142
28 - GUIA PRÁTICO DE ACUPUNTURA E MOXIBUSTÂO

Foto 27 - "O dragão verde agita a cauda". O cabo da agulha passa por
cima do indicador esquerdo. A extremidade do cabo está
sustentadano ângulo formado pelas polpas do indicador e
do polegar direitos ................................ . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Foto 28 - "O dragão verde agita a cauda". A mão direita apóia-se
sobre o anular e agita a agulha perpendicularmente ao
eixo da almofada, como se ela "manipulasse um remo" ............... 1 45
Foto 29 - "O tigre branco balança a cabeça". Notar o indicador esquer­
do perpendicular ao eixo da almofada, a sustentação da agu­
lha pelo polegar, o indicador e o dedo médio da mão direi­
ta, seu balanço em direção ao indicador esquerdo e o alon-
gamento do polegar ................... .............. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 7
Foto 30 - "O tigre branco balança a cabeça" . Notar o polegar direito
puxado para trás e o indicador esquerdo perpendicular ao
eixo da almofada . . . . . . ........................... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 48
Foto 31 - "O tigre branco balança a cabeça". Mesma posição da foto
30, vista de um outro ângulo ........................................................... l 48
Foto 32 - Agulha para criança . . . . . . . . . . . . . . . ........................ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............ 230

ESQUEMAS

Esquema 1 - Â ngulo de inserção da agulha ................. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68


Esquema 2 - As 3 etapas da penetração da agulha .......................................... l 05
Esquema 3 - Rotação da agulha . . . . .. . . . . . . . ................ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....................... l 06
Esquema 4 - "O fogo queima na montanha" : esquema da versão clássica
de Shao Shan Huo ................ ............. ........................................... 1 29
Esquema 5 - "Refrescar no nível céu" : esquema da versão clássica de
Tou Tian Liang .......................................... .......... ......................... 1 32
Esquema 6 - "O Yin escondido no Yang" : primeiro tonificar, depois
dispersar ......................................................................................... 1 50
Esquema 7 - "O Yang escondido no Yin": primeiro dispersar, depois
tonificar ........................................................................................ 1 52
PRIMEIRA PARTE

PRÁTICA DA AGULHA FINA


HAO ZHEN
CAPÍTU LO I
General idades sobre a agu l ha
fina Hao Zhen

A agulha que os acupunturistas mais usam é uma extrapolação


aperfeiçoada da sétima agulha das 9 agulhas antigas, descritas no capítulo
do Ling Sim:
"Cada uma das nove agulhas tem um nome e uma forma diferente:
I - Agulha Chan (flecha), L6 cun de comprimento.
2 - Agulha Yuan (cilíndrica). L6 cun de comprimento,
3 - Agulha Di (obtusa), 3 . 5 cun de comprimento.
4 Agulha Feng (pontiaguda), 1 ,6 cun de comprimento,
-

5 - Agulha Pi (cortante), 4 cun de comprimento, 0,25 cun de espessura,


6 - Agulha Yuan-Li (cilíndrica, afilada), 1 ,6 cun de comprimento,
7 - Agulha Hao (fina como um pêlo longo e fino), 3,6 cun de
comprimento.
8 - Agulha Chang (longa), 7 cun de comprimento,
9 - Agulha Da (grande e grossa). 4 cun de comprimento.
I - A agulha Chan é utilizada para as perturbações externas que
penetraram no corpo. Esta agulha tem uma ponta em forma de flecha. É
utilizada no nível da pele.
2 - A agulha Yuan tem a extremidade arredondada e serve para as
massagens superficiais.
3 - A agulha Di tem uma extremidade obtusa que não atravessa a pele.
Com ela, age-se somente na superficie.
4 - A agulha Feng é afiada. Com ela praticam-se sangrias sobre os
pontos de acupuntura.
5 - A agulha Pi tem uma ponta aguda em forma de espada. Com ela
abre.se a pele para fazer sair o pus.
6 - A agulha Yuan Li tem uma extremidade pontuda, espessa e
arredondada. Serve para o tratamento das doenças agudas.
32 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

7 - A agulha Hao é muito fina. É utilizada nos casos de obstruções.


dores articulares, paralisias e pode-se deixá-la no corpo.
8 - A agulha Chang é longa, fina e muito pontiaguda. É utilizada nos
casos de paralisias e obstruções.
9 - A agulha Da é cilíndrica, espessa e sua extremidade é pontiaguda.
Com ela são tratados os inchaços articulares, porque ela permite que saia a
água das articulações intumescidas." (Fig. L Fig. 2).

Fig. 1 Capítulo I do Ling Shu Jing: "As 9 agulhas". Extraída da cópia de Ma Yuan Tai ,
-

datada d o décimo ano d o Nian Hao R u i Huang T i , o u seja, 1 806.


GEN ERALIDADES SOBRE A AGULHA FINA - 33

sr

Fig. 2 - As 9 agulhas antigas do Ling Shu Jing.

A agulha Hao, ou seja, a agulha fina (filiforme, capilar) é fabricada em


diferentes metais: ouro, prata, ligas. aço.
34 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

A agulha feita em ouro, prata ou ligas é mole, dificil de manusear e


cara. Esses defeitos não são compensados pela "aura" Yin Yang que a
envolve.
A agulha mais utilizada é feita em aço inoxidável . Por um lado,
ela não oxida e resiste bem ao calor; por outro, ela possui uma boa
elasticidade. Essas agulhas finas são encontradas em diferentes comprimentos
e diâmetros.

Dimensões:
- os comprimentos são expressos tanto em cun (polegar chinês que é
igual a 3,33 cm. ou U I inch). quanto em milímetros,
- os diâmetros são expressos seja seguindo um número de calibre. seja
em milímetros.

Comp rimentos da agulha fina

Comprimento do corpo da
agulha
em cun : 0.5 1.5 2 2,5 3 4 5 6
em mm \ 'i 25 40 50 65 75 100 1 25 1 50

Comprimento do cabo
em mm:
longo: 25 35 40 40 40 40 55 55 55
médio: 30 35 35
curto: 20 25 25 30 30 30 40 40 40

Diâmetros da agulha fina

Calibre (nº ) 26 27 28 29 30 31 32 34
Milímetros 0,45 0.42 0,38 0,34 0,32 0,30 0,28 0,23

A agulha de 0,5 cun é geralmente reservada às crianças ou à punc­


tura dos pontos da face e da cabeça. As agulhas de 1 , 5 e 2 cun
são comumente empregadas para os pontos do corpo e dos membros.
As agulhas de 3 e 4 cun servem para os pontos das regiões musculares,
GENERALIDADES SOBRE A AGU LHA FINA • 35

como Huantiao VB 30 ou para as pica�as transfixantes, por exemplo,


Hegu IG 4, até o Houxi ID 3 ou Yanglingquan VB 34 até o Yinlingquan
BP 9. Os calibres mais usualmente empregados são o 30 e o 3 2'. Quando se
quer dispersar bastante ou fazer sangrar, podem-se empregar os calibres
26 ou 28.
Recomendamos utilizar exclusivamente as agulhas em aço inoxi­
dável.
- Para o treinamento:
comJ>rimento 1 ,5 cun (40 mm para o corpo e 40 mm para o cabo) e
calibre 34 (diâmetro 0,23 mm).
- Para a ·prática clínica:
agulhas de calibre 34, mas de diferentes comprimentos: 1 cun (25
mm para o corpo, 25 mm para o cabo), 1 ,5 cun, 3 cun (75 mm para o
corpo, 75 mm para o cabo).
A agulha fina é composta de cinco partes: ponta. corpo, base, cabo,
cabeça. (Fig. 3 )
- A 11onta não deve ser muito afiada, ao contrário, é descrita �orno
ligeiramente arredondada, "em forma de a�lha de pinheiro, para refluir o
sangue nos vasos".
Durante o treinamento e as manipulações da agulha, os choques podem
transformar uma ponta afiada em anzol . Para verificar o bom estado da ponta,
podem-se utilizar os seguintes métodos:

Antes da esterilização:
A agulha é apanhada pelo cabo entre o polegar e o indicador da mão
direita. A ponta da agulha repousa sobre a polpa do dedo médio esquerdo. O
polegar e o indicador direitos fazem girar a agulha. Uma sensação
desagradável de "enganchar" na polpa do dedo médio dará sinais de uma
ponta em mau estado.

Depois da esterilização:
Gira-se a ponta da agulha sobre uma porção de algodão esterilizado. Se
a ponta estiver deformada, ela sairá com fibras de algodão.
Para consertar e afiar a ponta, é necessário, com o auxílio de um
esmeril ou de uma pedra de Arkansas fina, amolar transversalmente a ponta, a
fim de arredondá-la como se deseja.
36 - P RÁTICA DA AGULHA FINA

- -
- ---
- Cabeça
-

- - - - - - - - - Cabo

- - - - - - - - - Base

- - - - - - - - - - Corpo

• Ponta

Fig. 3 A agulha fina


·

- O coqw deve ser retilíneo, finne, sólido, elástico e de diâmetro igual


de ponta a ponta. Um corpo de agulha torto pode ser reparado, tendo-se em
conta um ou outro dos métodos seguintes:
1 Segurar verticalmente o cabo da agulha com a mão esquerda e
-

colocar a ponta para cima. Apertar a agulha, na altura de sua base, entre o
polegar e o indicador direitos. Lentamente, fazer subirem esses dois dedos em
direção à ponta, aplainando a agulha de baixo para cima e no sentido
contrário da curvatura do corpo da agulha.
2 - Se a curvatura é muito grande, colocar a agulha sobre a borda de
uma mesa. Segurar o cabo da agulha na mão esquerda. Com a ajuda de uma
régua de madeira dura, na mão direita, apertar a agulha na altura de sua base
contra a mesa, depois puxar gradualmente a agulha para trás com a mão
esquerda.
- A base é a parte que liga o cabo ao corpo. É um local frágil que deve
ser vigiado atentamente para indicar os traços de deterioração, corrosão ou
ferrugem, que advertem para uma quebra da agulha.
GENERALIDADES SOBRE A AGULHA FINA - 37

- O cabo é constituído de um enrolamento de fios metálicos


comprimidos. Deve ser sólido para resistir às torções. O comprimento do cabo
da agulha fina deve ser proporcional ao comprimento de seu corpo. Pensamos
que o ideal ocorre quando os comprimentos são iguais.
Se o cabo da agulha é maior que o corpo, depois da i nserção a força
não será equilibrada; o cabo terá tendência a se inclinar, provocando um
incômodo durante a manipulação da agulha.
Se o cabo é muito menor que o corpo, haverá igualmente dificuldades
na manipulação, particularmente durante aquelas efetuadas em "rotação.

Conservação e esterilização das agulhas


O acupunturista deve ter um cuidado extremo com a qualidade e a
conservação de suas agulhas:
- A qualidade do metal utilizado e a técnica de fabricação determinam
as propriedades dinâmicas das agulhas. Isso deve ser considerado para se
otimizarem os resultados.
- A conservação é fundamental. A retitude do corpo da agulha deve ser
perfeita e· a ponta não deve ser nem obtusa, nem curva; deve-se dar muita
atenção a essa última nas operações de limpeza, esterilização e utilização.
É necessário verificar regularmente as agulhas e colocá-las num estado
que elas não representem nem um perigo, nem um fator suplementar de dor
para o paciente. É indigno de um acupunturista agulhar um doente com
agulhas que não estejam em perfeita ordem.
- É indispensável a esterilização das agulhas entre cada utilização.
Depois da utilização é necessário:
I - Mergulhá-las em uma solução desinfetante, detergente.
2 - Enxaguá-las em água limpa.
3 - Esterilizá-Ias por calor seco (estufa), a 1 70 graus, durante I hora.
Os acupunturistas podem escolher utilizar:
- agulhas esterilizadas,
- agulhas esterilizadas reservadas a um único paciente. Isso implica um
esforço de controle por parte do prático,
- agulhas descartáveis. Elas representam uma alternativa interessante às
duas outras possibilidades.
CAPÍTULO 1 1
A i nserção da agulha fina

'
Su Wen, capítulo 25:
"Somos mestres em picar mais ou
menos profundamente, em fazer surgir
o Qi de mais ou menos longe; mas em
todos os casos, agiremos como se
estivéssemos à beira de um abismo,
como se tivéssemos por perto um tigre
preocupado somente com o que faze­
mos.

A inserção correta da agulha depende de dois componentes:


- a força exercida pelos dedos e a agilidade do pulso,
- a maneira de apresentar a agulha na altura do ponto a ser agulhado.
A maioria das obras aconselha o treinamento sobre o papel dobra­
do e depois sobre uma bola de algodão envolvido por um pedaço de
tecido; o procedimento é interessante e pode-se revelar útil para uma
iniciação.
Entretanto, para possuir uma técnica correta de procedimento, é
necessário adotar um treinamento progressivo e assíduo, destinado, por um
lado a amolecer e tornar mais firme a mão, o pulso e os dedos e, por
, outro, a
permitir o aprendizado da técnica de inserção da agulha.
O método que exporemos na primeira parte deste capítulo as­
segura a realização progressiva desses dois objetivos. Na segunda par­
te, daremos, ao acupunturista, os conselhos necessários para a prática
quotidiana.
40 - P RÁTICA DA AGU LHA FINA

A - TREINAMENTO BÁSICO

1 - Treinamento sobre papel dobrado


Dobrar folhas de papel (lenço de papel, papel-toalha, etc. . . ) num
quadrado de 6 cm de lado e 2 cm de espessura. Prender essa unidade com fios
'
cruzados, deixando, no centro, um espaço em forma de poço (Jing).
Com a mão esquerda, segurar o qua,drado de papel dobrado, sem deixar
enrugar. Com a mão direita, segurar o cabo da agulha ( 1 ,5 cun), entre o
polegar, o indicador e o dedo médio. Quando a ponta da agulha estiver
perpendicular ao papel, empurrar a agulha por um movimento de pressão dos
dedos e do pulso direito. Acompanhar a pressão, imprimindo à agulha um
movimento de rotação alternativa de aproximadamente 1 80 graus num sentido
e, depois, no outro (Fig. 4).
Quando a agulha atravessar o papel, recomeçar mudando de local.

Fig. 4 - Treinamento sobre papel dobrado.


A INSERÇÃO DA AGU LHA FINA - 41

Fig. 5 - Treinamento sobre umn boln de algodão.

2 - Treinamento sobre uma bola de algodão


Depois que se adquirir destreza e força para fazer penetrar a agulha
com facilidade. pegue um pouco de algodão, umedeça-o, enxugue-o e deixe-o
secar ao ar livre. Envolva-o com linha para fazer uma bola de 7 a 8 cm de
diâmetro e envolva essa bola num tecido de popeline de algodão bem
apertado, a fim de produzir uma bola para se treinar o manuseio da agulha
(Fig. 5).

B - NOSSO MÉTODO DE TREINAMENTO

Este método de treinamento compõe-se, por um lado, de exerciCIOS


gerais, destinados a amolecer e fortalecer os dedos e os pulsos e aumentar a
sutileza do toque; por outro, de um treinamento específico com a agulha.
42 - PRÁTICA DA AGU LHA FINA

TREINAMENTO DOS DEDOS E DO PULSO

Treinamento com as bolas (Jian Sheng Qiu)


A utilização das bolas como material de treinamento é muito antigo, já
que se faz menção disso no capítulo 24 do Zhuang Zi ( I V século a.C.). Os
exercícios por meio de esferas de tamanhos ou pesos crescentes servem para
adquirir força, resistência e agilidade, tanto na mão direita como na esquerda.
As qualidades desenvolvidas pelo uso das bolas são necessárias para:
- a participação da mão esquerda na inserção da agulha,
- a manipulação das agulhas.
- as localizações dos pontos, necessitando abrir os feixes musculares,
- as massagens (Tui Na).

A/ateria/ de treinamento
- 2 bolas de golfe (modelo americano)
.
- 2 bolas de pedra de calibre idêntico (modelo masculino ou feminino)
- 2 bolas de aço de calibre idêntico (modelo masculino ou feminino).

Posição do corpo
O exercício é praticado sentado.
'
Manter-se bem ereto sobre a borda de uma cadeira dura, joelhos em
ângulo reto e ligeiramente separados, pés apoiados no chão.
No início. as costas estão perfeitamente eretas. os ombros relaxados e
abaixados. a palma das mãos repousa sobre os joelhos, os braços estão
esticados sem tensão. Enquanto uma mão efetua o exercício a outra fica no
lugar.
Durante toda a duração do exercício, manter os olhos fixos sobre o
movimento da mão e o espírito concentrado no trabalho da mão na realização
do movimento.
Recomenda-se não mudar de posição. não falar, não se deixar distrair
durante o exercício, o que prejudicaria sua eficácia.

Jvfanipulação das bolas


Sempre .começar o exercício pela mão esquerda.
Colocar as 2 bolas na palma da mão. o braço ligeiramente esticado a
45 do eixo do corpo. Com o auxílio do polegar e dos 4 dedos, fazer girar as
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 43

esferas no sentido anti-horário; essas últimas são movimentadas pela ação


'
sucessiva dos 5 dedos da mão. Ficar ben1 atento para tocar as bolas
·

sucessivamente com todos os dedos.


Na mão direita, o sentido da rotação é o horário (Fig. 6).
O mesmo exercício será praticado sucessivamente com as bolas de
gol fe, as de pedra e as de aço, de acordo com o programa detalhado no
anexo I .

Fig. 6 Manipulação das bolas com a mão direita.


-

Notas:
Qualquer que seja o tipo de bolas utilizado:
- evitar, ao girar as bolas, agitar o braço: somente os dedos devem
estar ativos.
- os movimentos circulares das bolas devem ser os mais precisos e
regulares possíveis.
- manter as esferas em contato pennanente, para evitar que elas se
choquem entre si.
- durante o treinamento, nunca ultrapassar o tempo prescrito, sob pena
de riscos de epicondilite ou de tendinite.
44 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Treinamento com o bastão


Este exercício é destinado a dar força ao pulso e aos dedos. É
necessário trabalhar intensamente o cotovelo; do mesmo modo, em caso de
contratura ou de dores, é necessário suspender durante algum tempo sua
prática e retomá-la em seguida, bem progressivamente.

A1aterial de treinamento

Para as mulheres: um bastão de 30 cm de comprimento, de 2,9 a 3 cm


de diâmetro, feito em madeira compacta.
Para os homens: um bastão de 40 cm de comprimento, de 2,9 a 3 cm
de diâmetro, feito em madeira compacta.

lvfanipulação

Posição para iniciar:


Colocar-se em pé, bem ereto e aprumado, os pés paralelos e espaçados
na mesma largura dos ombros.
O treinamento começa pela mão direita.
Segurar firmemente o bastão por uma extremidade e deixar cair o
braço ao longo do corpo, mão em semipronação, o dorso da mão claramente
voltada para frente.

I ª fase:

Sem mexer o braço nem mudar a postçao de semipronação da mão,


levantar o bastão até o máximo. No movimento, o cotovelo pode-se dobrar
ligeiramente (Fig. 7a).

2ª fase:

Projetar violentamente a extremidade do bastão para frente, afrouxando


o braço e levando-o à altura do plexo solar de um inimigo imaginário.
No final dessa fase, o braço está esticado, a mão em semipronação,
sempre, e o bastão encontra-se alinhado rigorosamente no plano da face
interna do braço (Fig. 7b).

3ª fase:

Girar a mão em supinação, voltá-la com força contra o mamilo, a


extremidade do bastão fica bem apertada no interior da palma da mão
(Fig. 7c).
A INSERÇÃO DA AGU LHA FINA - 45

Fig. 7 Manipulação do bastão


·

Fig.7a - 1 a fase Fig. 7 b · 2a fase Fig. 7c · 3a fase

4ª fase:
Colocar a mão novamente em semipronação e num movimento de
chicotada, levar o bastão ao longo da perna.

Tempo de treinamento:
Encadear as fases de maneira rítmica. sem interrupção.
Treinar com a mão direita, depois com a mão esquerda.
Começar com I minuto em cada mão e aumentar gradativamen­
te para atingir no máximo 5 minutos em cada mão (ut infra, ane­
xo 1).
46 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Treinamento com o auxílio das garrafas


_
Este exercício é complemento do exercício precedente.

Material
2 garrafas de plástico, de I litro de conteúdo, de gargalo comprido, de
modo a poder segurá-los solidamente. Enchê-los de água.

Posição para iniciar


Ficar cm pé, bem ereto e apnunado, os pés paralelos, espaçados na
mesma largura dos ombros.

Manipulação
Segurar pelo gargalo uma garrafa em cada mão e deixá-las penduradas
dos dois lados do corpo.
Sem mexer o braço, levantar e abaixar as garrafas, de modo rítmico. É
possível dobrar ligeiramente o cotovelo durante a execução.

Tempo de treinamento
No início, treinar durante 1 minuto e aumentar progressivamente até 5
Íninntoç no máximo (ut infra, anexo 1) .

. TREiNAMENTO C OM A AGULHA

Polimento da agulha
- Obter um retângulo de tela de esmeril de 5 x 2,5 cm, da espécie mais
fina disponível no comércio. A de melhor categoria é aquela utilizada para o
polimento das peças no aeromodelismo.
- Dobrar o retângulo em dois, lado abrasivo na parte interna, para obter
um quadrado.
- Colocar o quadrado entre o polegar e o indicador da mão esquer­
da, de modo a que a abertura do papel esteja voltada para a palma da
mão e inclinar o quadrado de baixo para cima para que tome a forma do
losango.
A INSERÇÃO DA. AGU LHA . FINA - 47

- Inserir a agulha na abertura. apertando o corpo da agulha na parte


superior da ponta do losã ngo (Fig. 8).

'.·

Fig. 8 - Polimento d a agulha: posição d a agulha no retãngulo d e papel.

·
- Sentar-se bem ereto na borda de uma cadeira dura, os joelhos
dobrados em ângulo reto e ligeiramente afastados. os pés paralelos e apoiados
·

110 chão.

- Conservar as costas bem retas e mante6 a mão esquerda distante do


corpo, na altura da fúrcula esternal, o que mantéln a agulha bem vertical.
- Orientar o pulso direito ligeiramente pára a .direità, de modo a levar o
primeiro metacarpiano ao prolongan1ento retilíneo do bordo radial do
antebraço. Com a mão di reita, segurar a agu'lba na altura da base, entre as
polpas do polegar e do indicador.
- Os ombros devem estar abaixados e os .cotovelos próximos d.o corpo.
- Fazer girar a agulha entre .três dedos da mão direita: quer dizer, as
polpas do polegar e as polpas sobrepostas do indicador e do dedo médio.
- Imprimir à agulha em movimento de rotação leve, da ordem de 2 üli
·
3 voltas nó sentido direito-esquerdo. puxando o polegar para perto de si,
fazendo descer a agulha a uma distância de. aproximadamente I cm (Fig. 9a).
. -. Eni seguida, · fazer descer a agulha, imprimindo-lhe um mç:>vimento de
·
rotação no sentido inverso e de mesma � mplituâe (Fig. 9b).
48 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Fig. 9 Polimento da agulha


-

Fig. 9a Fazer descer a agulha. puxando o polegar para perto de si


-

Fig. 9b Fazer subir a agulha, avançando o polegar.


-
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 49

Nota: Durante esse movimento, os antebraços devem ficar imóveis, os


cotovelos próximos do corpo. Somente a mão direita. levada pelo pulso,
levanta-se e abaixa-se, acompanhando o movimento da agulha.
- Continuar com os movimentos de descida e subida da agulha, durante
5 minutos. tomando bastante cuidado para se concentrar no trabalho das mãos
direita e esquerda.
- Se houver cansaço, interromper completamente o trabalho, porque
durante o exercício a concentração sobre o movimento deve ser total.

Treinamento com a almofada

1 - Confecção da almofada de treinamento

A1ateriais necessários
- um retângulo de popeline fina de algodão, de trama bem fechada.
cor neutra, no formato de 30 cm x 40 cm, aproximadamente,
- uma primeira manta de algodão hidrófilo puro de 20 cm x 50 cm x 3
cm.
- uma segunda manta de algodão hidrófilo puro de 20 cm x 40 cm x

1,5 cm,
- uma cordinha de algodão puro (variedade "macramé"), de 2 m m de
diâmetro e 3 m de comprimento,
- goma branca para passar (bomba com pressão),
- l inha e agulha para costurar,
- alfinetes com cabeça,
- fita adesiva.

Realização
a) Preparar a cordinha, engomando-a (várias vezes, se for necessário
para esticá-la) e deixando-a secar. Depois, fazer um nó corredio com fivela
larga em uma de suas extremidades.
b) Colocar na borda da mesa, à sua frente, a extremidade estreita (20
cm) da manta de algodão mais espessa (3 cm).
Partindo dessa extremidade, enrolar a manta de algodão bem apertada,
cuidando sempre para que a faixa conserve sempre uma largura idêntica (Fig.
I Oa). Consegue-se isso, controlando a expansão do algodão para os lados por
meio dos dedos mínimos (Fig. l Ob).
50 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Fig. 1 O Confecção da almofada


-

Fig. 1 Oa Enrolando o algodão bem apertado.


·

Fig. 1 0b - Controle da expansão do algodão por meio dos dedos mínimos.


A INSERÇÃO DA AGU LHA FINA - 51

Enrolar apertando toda a manta, até consegui r um rolo de aproximada­


mente 5 a 6 cm de diâmetro.
Nota: a manta de algodão não deve ter sido empilhada previamente e
não deve ter sido enrolada e desenrolada muitas vezes em seguida.
c) Passar o nó corrredio a uma das extremidades do rolo e apertá-lo
fortemente. Depois, enrolar a cordinha em volta do rolo no sentido do
enrolamento do algodão. A cordinha deve manter firmemente o rolo, sem
afundar no algodão: são suficientes 7 a 8 voltas.
Fixar a cordinha à outra extremidade do rolo através de um fecho com
freio e retornar em sentido contrário para um segundo enrolamento cruzado.
Prender defi nitivamente a cordinha por meio de um nó e cortar o
excesso.
d) Preparar uma dúzia de alfinetes com cabeça, uma agulha de costura
e colocar o rolo sobre uma das extremidades da segunda manta de algodão (a
mais fina l ,5 cm) (Fig. IOc).
Enrolar a manta de algodão em torno do rolo, tomando o cuidado de
apertar bem forte e de evitar que o algodão ultrapasse o rolo (usar-se do peso
de seu corpo e de sua habi lidade manual) (Fig. l Od).

Fig. 1 O Confecção da almofada.


-

Fig. 1 0c · Enrolando a segunda manta de algodão (observar


as estrias feitas pela cordinha sobre o primeiro rolo de algodão).
52 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Fig. 10 · Confecção da almofada.

Fig. 1 0d · Apertando a segunda manta de algodão.

Sem afrouxá-lo. colocá-lo imediatamente o novo rolo obtido (7 cm de


diâmetro, aproximadamente) na extremidade mais estreita do quadrado de
tecido.
Segurar o tecido com os polegares e cobrir o rolo, enrolando e
apertando com força. Para facilitar a ação de apertar, a extremidade livre do
tecido terá sido, com uma fita adesiva, previamente fixada na superfície plana
onde se trabalha. (Fig. 10 e).
Depois de fazer a volta completa. alfinetar na superfície larga. em
linha e com cuidado, os dois tecidos, um sobre o outro, na altura da ourela da
primeira extremidade e cortar o excesso. deixando o suficiente para
embainhar e costurar (Fig. I Of).
e) Costurar com pontos bem apertados, tomando cuidado para assentar
cada ponto e puxar a borda superior do tecido sobre a parte inferior, deixando
o tecido esticado. De vez em quando, costurar em ponto-cruz para aumentar a
solidez. Evitar, ao costurar, atravessar o algodão que está ali dentro.
Depois de terminada a costura longitudinal, fechar uma das extremi­
dades do rolo com duas costuras cruzadas.
A INSERÇÃO DA AGU LHA FINA - 53

Fig. 1 O Confecção da almofada.


-

Fig. 1 0e - Enrolando o tecido em volta do algodão (notar no primeiro plano o pedaço de


fita adesiva que fixa a extremidade livre de tecido na superfície plana onde se trabalha).

Fig. 1 0f - Fixação do tecido por alfinetes.


54 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Em seguida, apertar firmemente o rolo de algodão para dentro desse


forro e fechar a segunda extremidade com duas costuras cruzadas.A almofada
de treinamento (Zhentou) feita dessa forma, será utilizada para estudar o
método de inserção da agulha e as diferentes manipulações da agulha (essas
manipulações estão todas agrupadas no capítulo 5 desta parte).

2. Inserção perpendicular d a agulha


A inserção perpendicular da agulha pode-se decompor em duas etapas:
a) como pegar a agulha
b) a punctura
a) Como pegar a agulha
A agulha é pega com a mão direita. Os mestres chineses aconselham
aos canhotos antes de usarem sua mão esquerda treinarem a agulhar com a
mão direita.
Segurar a agulha pela base (foto l , foto 2) entre as polpas do polegar e
do indicador, sobre a borda externa dos dois dedos; a ponta da agulha deve
estar dirigida para frente e a agulha mantida rigorosamente no plano formado
pela pinça do polegar e do indicador. O polegar está esticado. A articulação
interfalangiana proximal (IFP) do indicador está flexionada, enquanto que a
articulação interfalangiana distal (IFD) está estendida, mas sem rigidez.
Ao segurar a agulha, recuar o indicador sobre o polegar em 1 cm
aproximadamente. A flexão da interfalangiana proximal (IFP) e a extensão da
interfalangiana distal (IFD) acentuam-se, o que dá a aparência do telhado de
uma casa (foto 3).
Colocar. então, e apoiar de forma natural a polpa do dedo médio sobre
o corpo da agulha, imprimindo-lhe uma leve curvatura.
A disposição dos três dedos, assim reunidos, é tal que o dedo médio e
o polegar formam um tipo de ângulo de encaixe no qual é inserido o
indicador. Pode-se igualmente comparar essa disposição a um bico pelo qual
não passa nenhuma claridade. A ponta da agulha deve ultrapassar o dedo
médio em aproximadamente 1 cm (foto 4).
Deve-se sempre pegar a agulha com leveza, sem rigidez, os dedos não
devem estar enrugados.
Notas:
Várias obras descrevem outras formas de se segurar a agulha:
- Pegar a agulha pelo cabo entre o polegar, o indicador e o dedo médio
da mão direita, estando a polpa do polegar situada em frente ao intervalo
indicador-dedo médio (foto 5).
- Pegar a agulha pelo cabo que está apertado entre a polpa do polegar
e a do indicador. Essa forma de segurar a agulha já exige um bom
treinamento (foto 6).
A INSERÇÃO DA AGU LHA FINA - 55

Foto 1 - Como pegar a ngulhn. Posição da agulha sobre o indicndor. Notar a posição do
cabo sobre a borda lateral do dedo .

Foto 2 Como pegar a agulha. Segurar a agulha entre as polpas do polegar e do


-

indicador (borda externa do indicador e borda interna do polegar), na altura da base.


56 - PRÁTICA DA AGU LHA FINA

Foto 3 Como pegar a agulha. Recuar o indicador. A flexão da interfalangiana proximal


-

e a extensão da interfalangiana distal dão a aparência de um telhado de casa.

Foto 4 Como pegar a agulha. A disposição dos dedos pode ser comparada a um bico.
-
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 57

Foto 5 - Outra forma de segurar a agulho . NotC�r o dife1ença da foto 4 .

Foto 6 - Outra maneira de segurar a agulha. O cabo está apertado entre a polpa do
polegar direito e a do indicador.
58 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

- Pegar pelo corpo da agulha, sendo que a polpa do indicador e a do


polegar seguram a parte inferior da agulha. A ponta da agulha não deve
ultrapassar os dedos em mais de l cm. Este método é utilizado quando a
agulha deve ser inserida rapidamente, mas também é empregado para agulha
fina de 3 cun (foto 7 e ut i nfra agulha longa.parte I I . cap. 3 ) .

Foto 7 Como pegar a agulha longa. A ponta d a agulha não deve ultrapassar os dedos
·

em mais de 1 cm.

b) A punctura Nan Jing 78:


"A quele que conhece as agulhas confia em
sua mão esquerda, aquele que não as co­
nhece confia em sua mão direita. "
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 59

A inserção perpendicular da agulha representa a primeira etapa das


manipulações. Esta ação é realizada graças à mediação da mão esquerda e da
mão direita.

Papel da mão esquerda


Coloca-se a mão esquerda longitudinalmente no eixo da almo­
fada de treinamento, segurando-a firmemente e conservando o indica­
dor sobre a parte superior. Dessa maneira, o indicador mostra a
localização do ponto a ser agulhado. Além disso, a extremidade do
indicador afunda, apóia-se e estica a pele na altura do ponto a
ser agulhado. Essa posição da mão esquerda será sempre a po­
sição de início de todas as manipulações de agulhas. Correspon­
de ao que os textos clássicos chamam de "a garra do tigre" (fo­
to 8).

A mão esquerda não desempenha um papel passivo, mas, ao con­


trário, um papel ativo. De fato, ela não se contenta em se colocar
sobre as estmturas delimitando o ponto a ser agulhado. mas ela
agarra-se. verdadeiramente. e mantém os tecidos firmes. O indicador.
por sua vez. tende a procurar, com a pressão, os elementos vas­
culares e/ou nervosos que correriam riscos de serem a t raves­
sados pela agulha e contribui para a obtenção do Qi. imobilizando a
pele.
'
Existem variantes para a posição da mão esquerda:
- A parte cortante da unha do polegar esquerdo pressiona o ponto. As
segundas falanges do indicador e do dedo médio esquerdos são apoiadas
contra o ponto para estabilizar a pele (Fig. l i a).

- Os dedos da mão esquerda são alongados e a pele esticada pela


separação, seja do indicador e do dedo médio, seja do polegar e do dedo
médio. Esse procedimento é empregado para as regiões onde a pele é mole e
flácida (foto 9), (Fig. l lb).

- O polegar e o indicador pinçam o local a ser agulhado e fa­


zem-no esguichar. A picada será horizontal. Esse método convém aos
locais onde os tegumentos são finos, como, por exemplo, os pontos da face
(Fig. l l c).
60 · P RÁTICA DA AGULHA FINA

Foto 8 A garra do tigre.


-

Fig. 1 1 - Posição da mão esquerda, durante a punctura

Fig. 1 1 a Variante
- 1.
A INSERÇÃO DA AGU LHA FINA - 61

Fig. 11 - Posição da mão esquerda durante a punctura

Fig . 11b - Variante 2.

Foto 9 A pele está esticada pela separação do indicador e do dedo médio esquerdos.
-
62 - P RÁTICA DA AGU LHA FINA

Fig. 1 1 - Posição da mão esquerda durante a punctura

Fig. 1 1 c Variante 3 .
·

Papel da mão direita

Quando a mão esquerda mantém firmemente a almofada, a mão direita,


que segura a agulha. como já descrito acima, aproxima-se lateralmente.
deslizando sobre a unha do dedo médio e coloca a ponta da agulha no local
do ponto a ser agulhado (foto I 0).
Em seguida, apoiando-se sobre a extremidade do dedo médio. a mão
direita levanta-se na perpendicular e desliza, ligei ramente, em direção à mão
esquerda. de modo que o plano formado pela pinça indicador/polegar seja
rigorosamente perpendicular ao plano do indicador esquerdo.
É necessário dizer que no momento em que a mão toma a po­
sição perpendicular, a ponta da agulha sempre vai além de I cm. Para
que o dedo médio possa obter seu apoio sem que a agulha af1mde na
almofada, ou na pele, é preciso retomar esse centímetro. Para isso. enquanto a
mão retorna e gira. o apoio imperceptível da . agulha na superficie do tecido
vai permitir que a agulha suba, deslizando entre o polegar e o indicador
relaxados (foto I I ).
A INSERÇÃO DA AGU LHA FINA - 63

Foto 10 Aproximação lateral, deslizando sobre a unha do dedo médio direito para
-

colocar a agulha no ponto a ser agulhado. Notar a posição da agulha sobre a borda
lateral da polpa do indicador e do dedo médio direitos.

Assim, a agulha volta para seu lugar, sem que a disposição dos três
dedos, descrita no início, tenha-se modificado em nenhum momento.
Deve-se lembrar que, até a inserção propriamente dita. os dedos não
devem jamais se enrugar sobre a agulha, devem manter. durante todo o tempo,
um contato sutil e relaxado.
É, então. a partir dessa posição da mãd que pode ocorrer a inserção
propriamente dita.

Inserção da agulha
Quando se faz a penetração da agulha. as duas mãos trabalham em
sinergia. como ensina o Ling Sim (cap. L ) : "A mão esquerda apóia, a direita
i nsere" .
64 - PRÁTICA DA AGU LHA FINA

Foto 1 1 - A mão volta, apoiando-se no dedo médio e levanta-se na vertical.

Para que isso ocorra. numa fração de segundo antes da ação da mão
direita. o indicador esquerdo exerce uma breve pressão suplementar sobre os
tecidos para disfarçar a inserção da agulha.
Essa pressão é instantaneamente seguida pelo empurrar da agulha:
nesse momento. o dedo médio acentua sua pressão sobre a almofada, por um
lado e por out ro, a pinça formada pelo polegar e o indicador direitos se
contrai para dar um aspecto de êmbolo à agulha (foto 12).
Toda essa manobra não deve supor uma pressão pesada e apoiada dos
dedos. A entrada da agulha, ao contrário. responde a um impulso seco e
rápido do polegar e do indicador.
Quando da punctura, se o dedo médio estiver bem apoiado na
superf1cie do plano a ser agulhado. ele exerce uma tensão suplementar sobre
os tecidos subjacentes. o que contribui para a inexistência de dor.
Nesse estágio. a agulha deve ter penet rado de modo indolor 3 a 5 mm
sob a pele.
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 65

Foto 1 2 - "A mão esquerda apóia, a direita insere". Notar o reagrupamento dos 4 dedos
e as rugas formadas no tecido no momento da pressão. (O corpo da agulha está
perpendicular ao plano do tecido). A cuJVatura do cabo é devida à pressão dos dedos.

Prossef,Ttlir imediatamente com dois golpes de êmbolo suplementares.


efetuados com bastante lentidão. A profundidade atingida pela agulha deve
ser da ordem de 1 .2 cm. Efetuar esses gestos com muita concentração.
levando em consideração as est mturas anatômicas subjacentes. Dessa forma,
pode-se concordar com a mcíxima que diz que "o Shen (o mental) deve
acompanhar a ponta da agulha na sua exploração".

Diferentes técnicas de inserção da agulha

I - I nserção da agulha sobre uma pele difícil de fmar


A agulha é enfiada graças à contração do polegar e do i ndicador da
mão direita que imprimem. à agulha. uma séria encadeada de curtos abalos
vibratórios até que a agulha tenha penetrado a epiderme.
66 - P RÁTICA DA AGULHA FINA

Uma vez atingida a derme, pode-se escolher entre empurrar a agulha


segundo o método já descrito ou imprimir-lhe um pequeno movimento de
rotação em vai-e-vem, até que se atinja a profundidade desejada.

2 - I nserção da agulha "à antiga"


Antigamente, o ferro díiS agulhas era muito mais rígido que atualmente,
e podíamos permitir-nos empurrar a agulha, agrupando o polegar, o indicador
e o dedo médio na altura .da base da agulha e empurrando-a inteira, ao
imprimir-lhe uma série encadeada de curtos abalos vibratórios, qualificados
de força Yin (a força Yin corresponde a um abalo, em oposição à força Yang
que é um impulso).
Atualmente, essa série é ainda realizada com as agulhas finas, com a
condição de ter um bom treinamento de Qi Gong ou uma grande prática de
inserção pelo método clássico.
Nesse caso, é necessário apresentar à agulha que penetra "vibrando"
uma superficie cutânea sob tensão. O estiramento da pele pode ser feito de
várias maneiras:
- estiramento da pele entre o polegar e o indicador da mão esquerda,
·
- estiramento da pele pela ação da borda cubital da mão direita,
- combinação dos dois métodos precedentes.

3 - Inserção com uma única mão


A inserção acima descrita é a inserção a duas mãos. A punctura com
uma única mão pode ser empregada quando se tiver adquirido uma grande
habilidade de inserção a duas mãos.

I º método:

O cabo é sustentado entre a polpa do indicador e do polegar, o dedo


médio está esticado ao longo do corpo da agulha. O polegar e o indicador
estão paralelos ao cabo da agulha.
Quando da inserção, a penetração é assegurada pelo movimento de
flexão-extensão das articulações do polegar e do indicador, ao passo que o
dedo médio serve de guia, ficando imóvel contra o ponto (Fig. 1 2).

2º método:
As polpas do polegar e do indicador seguram o corpo da agulha.
Quando da inserção, o ponto da agulha e o pulso do praticante tocam o
paciente ao mesmo tempo. Essa penetração é indolor, geralmente. Depois da
inserção da agulha, o pulso do pniticante fica em contato com a pele do
paciente. O polegar e o indicador afrouxam a agulha e sobem ao longo dela,
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - ff7

depois seguram a extremidade superior do corpo e fazem-na penetrar


lentamente no ponto. Esse método é adequado às agulhas muito longas para
os pontos lombares, das nádegas e dos membros inferiores.

C - DIRETIVAS PARA A PRÁTICA CLÍNICA

MODALIDADES DE INSERÇÃO DA AGULHA

· Quando da inserção da agul ha. devem-se considerar dois parâmetros:


- o ângulo de inserção da agulha
- a profundidade da inserção.

Fig. 1 2 - Inserção da agulha com uma única mão.


68 - P RÁTICA DA AGULHA FINA

Ângulo de inserção da agulha


Este ângulo será diferente, de acordo com a região anatômica a ser
agulhada, segundo a escolha do sentido de propagação da sensação e segundo
as necessidades terapêuticas.
Três tipos de i nserções são possíveis: perpendicular, oblíqua, horizontal
(esquema 1).

a) A inserção perpendicular
O corpo da agulha faz um ângulo de 90° com a superficie da epiderme.
Esse ângulo de punctura, que é aquele utilizado em todas as técnicas de
treinamento, é adequado à maioria dos pontos de acupuntura.
Na inserção perpendicular, para permitir uma melhor obtenção do Qi, a
ponta da agulha deve sempre estar orientada na direção do eixo central
imaginário da almofada de treinamento. do tronco ou dos membros do
paciente.

b) A inserção oblíqua
O corpo da agulha faz um ângulo de 45° com a superficie da epiderme.
Esse tipo de punctura serve habitualmente para as regiões que recobrem
órgãos importantes, por exemplo. Zhongfu P I e Qimen F 14, situados no
tórax. A fim de direcionar mais facilmente a "'sensação do Qi" na direção
desejada. a ponta da agulha é orientada no sentido da localização da doença.

/
/
/
/
/
I
I
I
I

Esquema 1 Ângulo de inserção dn ngulhn.


-
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 69

c) A inserção horizontal, dita "à flor da pele ..


O corpo da agillha faz um ângulo de 15° com a superficie da epiderme.
Esse tipo de punctura é empregado na região cefálica, por exemplo: Baihui
DM 20, Shangxing DM 2 3 .

Profundidade da inserção
A profundidade da inserção depende dos pontos que interessam à
punctura. Entretanto. na prática, é necessário aumentar ou reduzir a
profundidade da i nserção, tendo em conta a idade do paciente, sua
constituição fisica. o grau de intensidade da reação. a localização da doença e
as associações de pontos escolhidos.

a) Idade do paciente
A profundidade da picada recomendada nos livros refere-se aos
adultos. Para os idosos e as crianças, nos quais o Qi e Sangue são deficientes,
a profundidade da i nserção deve ser menor.

b) Constituição .fisica
Nas pessoas de constituição forte e corpulentas. a agulha pode ser
inserida mais profundamente, ao passo que nos pacientes magros e de
constituição fraca, a i nserção deve ser mais superficial.

c) Intensidade da reação à agulha


Quando as sensações de cansaço. de torpor, de distensão ou de choque
elétrico são intensas. ou quando as reações aparecem muito rapidamente nos
doentes nervosos ou medrosos, a i nserção deve ser mais superficial. Ao
contrário, a punctura pode ser mais profunda quando a reação se dá
lentamente ou com fraca intensidade.

d) Localização da doença
O capítulo 50 do Su Wen lembra que a i nserção deve ser superficial
quando a doença está na superficie e que a punctura pode ser mais p rofunda
quando a doença é interna.

e) Picadas transjixantes
A associação dos pontos, bem como a profundidade e/ou o
comprimento da i nserção da agulha aumentam a sensação do Qi. Isso é feito
70 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

nas picadas transfixantes. De acordo com o modo de i nserção da agulha elas


podem ser:
- horizontais sob a pele, como: Dicang E 4, no sentido Jiache E 8,
- oblíquas como: Hegu IG 4. no sentido Laogong PC 8,
- perpendiculares como:. Neiguan PC 6. no sentido Waiguan TA 5
Exemplos de picadas transfixantes:
- Enxaquecas rebeldes:
Sizhukong TA 23 no sentido Shuaigu VB 8
- Paralisia da pálpebra superior:
Zanshu B 2 no sentido Yuyao (ponto H M)
- Desvio da boca:
Quanliao ID 1 8 no sentido Xiaguan E 7
- Dores dentárias do maxilar superior:
Taiyang (ponto H M) no sentido Xiaguan E7
- Dor no cotovelo:
Quchi IG 1 1 no sentido Shaohai C 3
- Periartrite do ombro:
Tiaokou E 38 no sentido Chengshan B 57
" Gastralgia aguda:
Juque RM 1 4 no sentido Zhongwan RM 1 2
- Hipertensão arterial:
Taichong F 3 no sentido Y ongquan R l .

ORDEM DA INSERÇÃO DOS PONTOS

A ordem da '(mnctura dá-se, geralmente, de cima para baixo, ou seja, a


prioridade é para os pontos da região superior do corpo.
Quando os pontos são agulhados bilateralmente, depois de agulhado
um ponto, em seguida agulha-se o ponto simétrico.
Se o estado da doença exige que se comece pela região inferior do
corpo, a ordem de inserção será de baixo para cima.
Em nenhum caso deve-se agulhar um ponto aqui outro acolá, em
ordem dispersa.
Se se deixarem as agulhas no ponto, a retirada deve ser feita seguindo
a ordem de inserção.
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 71

COMPORTAMENTO DO PRÁTICO DURANTE O


TREINAMENTO

Su Wen, caJlÍtulo 54:


"A mão direita deve estar bem fechada, como se segurasse um tigre, o
Shen, isento de toda preocupação externa, deve considerar a doença com
calma, sem se distrair. Para fazer bem feito, deve-se agulhar tudo direto, sem
se desviar.··

Biao Yu Fu:
"Os olhos não olham ao redor, a mão é como se segurasse um tigre, /e
Shen não deve estar disperso, ele está concentrado, como quando está à
espera de um personagem importante. "
"Assim, a mão do praticante deve estar firme e fechada, não pode
estar mal apoiada. O espírito do acupunturista deve estar totalmente
concentrado no corpo do paciente e na reação à agulha. Deve observar o
rosto do paciente, sua atitude, sua reação à estimulação, deve observar as
mudanças possíveis da cor do rosto ou as impressões de estresse ou de medo,
dessa forma ele pode manifestar em tempo o "mal das agulhas".
Enfim. como uma das chaves do sucesso da terapêutica reside na
obtenção do Qi, antes de todo treinamento (sobretudo se é a primeira sessão)
o praticante deve explicar ao paciente as reações que a inserção de agulha
pode provocar (cansaço. torpor. distensão, fadiga ou choque elétrico). Deve
fazê-lo compreender que todas essas sensações são nonnais e que elas devem
ser descritas ao acupunturista desde o momento em que aparecem. Do mesrno
modo. o praticante deve incitar o doente a não ter medo e a não se mover.
Dessa forma. serão respeitadas as recomendações do Ling Shu (cap. 1 )
que preconiza ao acupunturista escutar atentamente o doente e colocar seu
Shen na agulha.

INCIDENTES AO SE FAZER A PUNCTURA

Lipotimia, síncope, convulsões, "mal das agulhas"

Etiologia
- Primeiro tratamento pela acupuntura em um doente ansioso.
- Constituição fisica frágil, natureza muito sensível.
- Excitação muito forte, tratamento não apropriado.
72 - PRÁTICA DA AGU LHA FINA

,\'infamas
Casos sem gravidade:
- Vertigens. palidez. náusea.
- Palpitações, sensação de indisposição.
- Transpiração fria.

Casos graycs:
- Rosto pálido. como cera. arrepio �< . .. 111bros.
- Pulso fino (Xi). fraco (Ruo).
- Desmaio bruta l .

Prevenção
- Dissipar as apreensões do paciente que se submete à punctura pela
primeira vez. explicando-lhe a sensação prowcada pela agulha.
- Fazer uma manipulação doce c ní p ida nas pessoas de constituição
frágiL nos doentes crónicos. idosos. gestantes e crianças.
- Evitar a acupuntura em desnutridos. nas pessoas muito cansadas. nos
muito ansiosos.
- Instalar o paciente numa posição c,lilfortável.

Tratamento
Para os praticantes que deixam a agulha no ponto (ut infra, parte L
capítulo 3 ) :
- Agir imediatamente, tirando a s agu l has que poderiam estar n o lugar.
- Deitar o doente de cabeça baixa. afrouxar as roupas, dar-lhe uma
bebida quente. deixá-lo de repouso.
- Nos casos de perda dos sentidos, recomenda-se classicamente agulhar
Yongquan R I , Renzhong DM 26. ou agulhar Hegu IG 4, Shaochong C9,
Baihui DM 20. Zusanli E 36, ou fazer moxas sobre Baihui e Zusanli.
'
Para aqueles que não deixam a agulha no lugar, como aconselhamos.
não há o problema de retirá-Ia.
Recomendamos a punctura ( l /2 cun a I cun de profundidade) e a
manipulação do Suliao DM 25 que permite ao paciente recobrar seus ânimos
imediatamente. Não se deve nunca deixar a agulha no ponto.
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 73

Punctura de uma veia


A punctura de uma veia é dolorosa e não pode ser confundida pelo
paciente com a chegada ao Qi. A sensação é de uma queimação insuportável
e o doente está consciente de que a dor sentida é atribuída à punctura.
Se se constatar que a punctura de uma veia provocou um sangramento
ou um hematoma. pressionar firmemente com o polegar o ponto tratado,
durante I a 3 minutos. Se necessário. repetir a manobra e. em seguida. fazer
moxas de bastão em difusão para dispersar o sangue.

Atingindo um nen'o llCriférico


Quando um nervo é atingido. a dor · é muito aguda. Para retirar a
agulha. utilizar uma moxa. Para isso. aquecer a região agulhada e retirar
delicadamente a agulha.
Há risco de neurite caso se interprete um traumatismo da bainha
nervosa pela chegada ao Qi e caso se manipule indevidamente a agulha.

Agulha bloqueada
Considera-se como "bloqueada" uma agulha inserida que não pode ser
manipulada temporariamente. pois não se pode nem girá-la. nem empurrá-la.
nem retirá-la.

Etiologia
- A dor.
- A pele e os tecidos estão muito contraídos na altura da região
agulhada.
- As rotações da agulha num único sentido provocaram uma contração
das fibras musculares ou hipodérmicas ao redor da agulha.
- A agulh!l foi deixada por muito tempo no ponto e o paciente mudou
de posição.

Tratamento
- Dar pancadinhas ou apoiar os dedos no local onde a agulha está
bloqueada. ou fazer uma moxa sobre o cabo da agulha.
- Inserir uma outra agulha no ponto vizinho ao . local onde a agulha está
bloqueada ou no ponto de acupuntura contralateral.
- Se as fibras estão contraídas ao redor da agulha. é necessário girar a
agulha no sentido contrário antes de retirá-la.
- Recolocar o paciente na posição inicial.
74 - P RÁTICA DA AGULHA FINA

Agulha torta
O corpo da agulha está dobrado ou torta em zigue-zague ou em forma
de anzol na parte agulhada. Não se consegue mais manipular a agulha que
está "presa" no ponto e, ao mesmo tempo, o paciente sente uma forte dor.

Causas
- Uma manipulação muito violenta.
- Uma contração muscular muito forte, quando o paciente não suporta
bem a excitação provocada pela agulha.
- Uma mudança de posição do doente.
- A ponta da agulha encontrou um plano resistente.

Prevenção
- Fazer o paciente ficar uma posição confortável: o paciente deve-se
manter na mesma posição.
- Manipular a agulha fina delicadamente, a força dos dedos deve ser
igual e equilibrada.
- Se a agulha ficar no local, cuidar para não achatar o cabo da agulha
quando se colocar uma coberta sobre o paciente.

Tratamento
- Não retirar a agulha com força. mas girá-la e retirá-Ia seguindo o
sentido do movimento.
- Utilizar uma estimulação efetuada com o polegar esquerdo ao redor
da agulha.

Agulha quebrada
Quando a agulha se rompe no local, sua extremidade pode aparecer na
superfície da pele ou ficar invisível.

Causas
- A agulha é de má qualidade.
- A agulha é mal manipulada.
- A agulha foi utilizada por muito tempo.
- A manipulação foi muito violenta.
- A contração muscular foi muito forte.
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 75

Prevenção
- Verificar a agulha antes de fazer a punctura, particularmente na
junção do cabo com o corpo.
- Fazer manipulações com delicadeza.
- Não fazer penetrar todo o corpo da agulha.
- Não mudar o paciente de posição.

Tratamento
- Se a parte rompida ultrapassou a pele, recomenda-se ao paciente não
se mexer. depois. com uma pinça. rebaixa-se a pele em volta da agulha para
aumentar o comprimento da parte aparente e poder extraí-la.
- Se a parte rompida não estiver visível, é preciso evitar mover o
paciente para prevenir a migração da agulha e não se deve hesitar em
proceder a uma extração cirúrgica.

Punctura de uma víscera ou de uma estrutura orgânica importante


O capítulo 52 do Su Wen é praticamente dedicado a detalhar os
perigos a que estão expostas as vísceras e as estruturas orgânicas importantes,
quando de puncturas mal controladas ou mais direcionadas.

a) Pulmão
Uma punctura muito profunda na fossa supraclavicular, nas costas ou
sobre a parte anterior do peito pode provocar um pneumotórax traumático.

Sintomas
- dor,
- dispnéia, opressão torácica.
- cianose,
- transpiração excessiva,
- choque, na verdade, colapso,
- murmúrio vesicular ausente no lado atingido,
- às vezes, os sintomas aparecem tardiamente.

Prevenção
- Nunca ultrapassar de 1 cm de profundidade quando da punctura,
agulhar de preferência obliquamente ou na horizontal.
76 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

- Nunca fazer o retirar-inserir (Ti Cha), mas somente manobras por


rotação.

Tratamento
- Instalar o paciente em posição semi-scntada.
- Se a dispnéia e os sintomas não melhorarem. levá-lo a um serviço
especializado.

b) Fígado, baço, rins


Uma punctura nesses órgãos pode provocar hemorragias, com dor na
região do órgão atingido, associada a um estado de choque.

c) Vesícula hiliar, estômago, intestinos, bexiga


Uma lesão dessas vísceras pode provocar uma reação peritoneal.

d) Medula e"\pinhal, bulbo, raízes nervosas


- Uma punctura mal direcionada ao ponto Yamen DM 15. Fengfu DM
1 6, Fengchi VB 20 podem provocar uma lesão do bulbo.
- Uma punctura dos Hua Tuo Jia Ji embaixo da primeira lombar pode
provocar uma lesão da medula.
- Uma lesão da raiz de um nervo periférico pode provocar uma neurite.

PROIBIÇÕES DA PUNCTURA

As proibições da punctura estão em função tanto do estado do paciente


quando da natureza do ponto.

Proibições relativas ao estado do paciente


O Su Wen (cap. 52) enuncia as seguintes proibições:
"Não se agulham as pessoas emhriagadas, porque seu Qi está
·
desequilibrado; pessoas com muita raiva, pois seu Qi está em refluxo;
pessoas muito famintas; que comeram recentemente; muito sedentas ou muito
assustadas. ..
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 77

O Ling Shu (cap. 9) determina estas proibições:


"O paciente nunca deve ser tratado logo após ter tido relações
sexuais. Da mesma forma, ele não deve ter relações sexuais imediatamente
após a sessão de acupuntura. Não se deve jamais agulhar um homem
embriagado e o paciente não deve ingerir álcool após a sessão. Não se deve
agulhar uma pessoa após um acesso de raiva ou cólera. O paciente deve-se
resguardar de sentir raiva após a sessão. Não se deve jamais agulhar um
paciente muito cansado. Nunca se deve cansar-se após a acupuntura.
O médico não deve agulhar alguém que acabe de comer muito, e o
paciente não deve alimentar-se exageradamente após a sessão. Da mesma
forma, não se deve agulhar um paciente muito faminto, e o paciente não deve
jejuar por muito tempo após a sessão. Ni'io se deve jamais agulhar alguém
que esteja muito sedento e, inversamente, após a sessão, o paciente não deve
ficar com sede por muito tempo. Se um paciente está com muito medo, deve
primeiro superá-lo para depois ser agulhado. Da mesma forma, quando
alguém acaba de fazer uma longa viagem, não deve ser agulhado
imediatamente, é preciso, primeiro, deixá-lo descansar por 20 a 30 minutos, o
tempo de uma refeição. · Se o doente percorreu um longo trajeto a pé, é
preciso, igualmente, deixá-/o descansar por um tempo equivalente ao
necessário para percorrer 1 O Li (5 km aproximadamente). "
No capítulo 6 1 , o Ling Sim faz uma proibição relativa à natureza da
·

afecção:
"A perda do Qi produz nos pacientes cinco tipos de debilidade.
Quando o paciente está doente há muito tempo, seus músculos estão
definhando e ele está enfraquecendo cada vez mais, isso tudo provém,
geralmente, do desaparecimento de seu Qi. Se o paciente perdeu muito
sangue e esse não pode reconstituir-se, isso também mostra uma possibilidade
de perda de Qi. O terceiro tipo de perda de Qi ocorre pelos acessos de
sudação importantes e incessantes pela falta de líquido do paciente. O quarto
tipo ocorre por ocasião de fortes diarréias incontroláveis, quando o paciente
está muito fraco. O quinto tipo se dá nas parturientes que perderam muito
sangue no parto e sofrem, portanto, de uma debilidade de energia. Nesses
cinco estados, o médico não deve jamais agulhár em dispersão. "
O Ling Shu (cap. 6 1 ) determina, igualmente, evitar a acupuntura nas
doenças em "contracorrente", isto é, aquelas em que o pulso está em
desacordo com os sintomas da doença:
"Nas doenças por febre, o pulso do doente deve ser de grande
amplitude e cheio. Se estiver fraco e calmo, trata-se de um desenvolvimento
anormal em "contracorrente " do curso da doença. Ou ainda, depois de uma
sudação importante, o pulso deve ser calmo e fraco. Se estiver com grande
78 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

amplitude e acelerado, trata-se de uma doença em "contracorrente ". Esses


dois estados formam a primeira categoria dos estados da doença com curso
em "contracorrente ". Nos casos de diarréias graves, o pulso deve,
igualmente, estar calmo. S'e estiver com grande amplitude, isso corresponde
ao segundo grupo de doença com evolução em "contracorrente ".
Existe uma terceira forma de doença com evolução em "contracor­
rente ", quando as duas pernas do doente estão paralisadas e insensíveis e, ao
mesmo tempo, os músculos do paciente parecem "podres " em volta do joelho,
após um longo tempo de cama. A ssim, o doente tem .febre e seu pulso é fraco.
O quarto tipo corresponde a uma doença interna que emagrece muito
o paciente. Ele tem febre, seu rosto está pálido, branco. Há sangue preto em
suas fezes. Trata-se, então, de uma evolução particularmente grave.
Quando o paciente, depois de uma longa doença grave, está muito
magro e enfraquecido, normalmente seu pulso deve estar fraco também. Se,
no entanto, ele tem um pulso forte, trata-se do quinto tipo de doença com
evolução em "contracorrente ".

Proibições relativas à natureza do JlOnto


Yang Ji Zhou, no Zhen Jiu Da Cheng, faz as seguintes proibições:
"Poema dos pontos proibidos" :

"Naohu DM 1 7 Xinhui DM22 Shenting DM 24


Yuzhen B 9 Luoque B8 Chengling VB 1 8
Luxi TA 1 9 Jiaosun TA 20 Chengqi E 1
Chengjin B 56 Sanyang1uo TA8 Ruzhong E 17
Shendao DM 1 1 Lingtai DM l O Shanzhong RM 1 7
Shuifen RM 9 Shenque RM 8 Huiyin RM 1
Henggu R1 1 Qichong E30 Jimen BP 1 1
Shousanli IG 1 0 Qingling C2

Hegu JG 4 e Sanyinjiao BP 6 não devem ser agulhados nas gestantes.


Não se deve fazer moxa ou agulhar Shimen RM 5 na mulher porque ela
poderia tornar-se estéril.
Yunmen P 2, Jiuwei RM 15, Quepen E 1 2, Jianjing VB 21 podem
provocar síncopes que uma punctura do Zusanli E 36 poderá curar. "
Tanto é assim que os autores clássicos aconselham não agulhar os
pontos sob os quais se encontrem órgãos ou estruturas importantes.
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 79

As experiências clínicas recentes permitem dividir essas proibições em


três categorias:
l - Pontos estritamente proibidos:
por exemplo: Ruzhong E 17, Shenque RM 8.
2 - Pontos para serem utilizados com muita p rudência:
por exemplo: nas gestantes, os pontos da pelve. Nas gestantes de três
meses ou mais, não se devem escolher os pontos das regiões lombar e sacra!,
bem como Hegu e Sanyinj iao e os pontos que geram uma forte reação, tudo
isso a fim de evitar os riscos de aborto.
Em caso de necessidade, podem-se, no entanto, agulhar esses pontos,
tomando-se, porém, muito cuidado.
3 - Pontos para serem utilizados com discernimento
(profundidade da inserção, intensidade da reação):
por exemplo: os pontos próximos aos órgãos, às estruturas importantes
e aos grandes vasos. É possível. nesse caso, fazer uma inserção oblíqua
superficial.
CAPÍTULO I I I
A obtenção do Qi (De Ql)

Ling Shu, cap. 1:


"O essencial n a acupuntura é chegar
ao Qi. "
Su Wen, cap. 54:
"Esteja o Qi distante ou próximo, seja
a punctura superficial ou profunda, o
objetivo é sempre fazer chegar o Qi. "
Su Wen, cap. 25:
"Quando chegar o Qi do meridiano,
toma-se muito cuidado para não
perdê-/o. "

A obtenção do Qi (De Qi) dá-se após a inserção correta da agulha no


ponto escolhido e na profundidade exigida. Manifesta-se por uma sensação
particular, sentida pelo paciente e pelo prático.
Para o paciente, a chegada ao Qi manifesta-se por uma sensação do
tipo cansaço (Suan), entorpecimento (Ma), inchaço (Zhang), peso (Zhong),
fadiga (Kun), frio (Liang), calor (Re) ou choqÚe elétrico (Chu Dian). Essas
diferentes sensações aparecem mais freqüentemente na altura da punctura,
mas elas podem-se propagar, subindo ou descendo um trajeto de meridiano ou
ainda difundir-se em placas ao redor do ponto agulhado.
Para o prático, a chegada do Qi manifesta-se por uma sensação de
aperto, em profundidade, ou por uma impressão de regurgitação sob a agulha.
Essa sensação deve ser percebida pelo terapeuta antes que o paciente a
exprima. Por outro lado, quando ele manipula a agulha, pode sentir uma
82 - PRÁTICA DA AGU LHA FINA

espécie de atração. Pode, igualmente, perceber tremores musculares ao redor


do ponto agulhado ou distante dele.
A obtenção do Qi compreende métodos de estimulação do Qi quando
demora para se dar a chegada do Qi, métodos para fazer circular o Qi e
métodos de manutenção do Qi depois de sua chegada.

TEORIA

A - A SENSAÇÃO DO QI

Quando o Qi chega sob a agulha, o fenômeno sentido pelo paciente


pode tomar diversas formas, e os diferentes tipos de "sensações do Qi" podem
evoluir no curso da manipulação e passar por diferentes estágios que vão
desde a sensação mais leve até a mais intensa, na verdade, a mais dolorosa,
ou constituir uma combinação de várias delas.
As diferentes formas de "sensação do Qi" sentidas pelo paciente e/ou
pelo prático são descritas abaixo, em ordem de intensidade crescente.
Tipo de sensação nº 1 : prurido.
Tipo de sensação nº 2: entorpecimento.
Tipo de sensação nº 3: cansaço.
TitlO de sensação nº 4:
Os 3 tipos de sensações precedentes podem-se transformar para
produzirem, num estágio mais avançado, a sensação de inchaço.
Tipo de sensação n 2 5:
Num nível mais intenso, tem-se a sensação de distensão ou de peso
comparável à impressão de pressão interna que produz uma injeção
intramuscular de substância concentrada ou de líquido anestésico em cirurgia
dentária.
Tipo de sensação nº 6 :
A sensação . experimentada pode ser igualmente uma mistura, em
diversos graus, das cinco primeiras sensações.
Todas essas sensações, únicas ou combinadas, são desejáveis com o
mínimo de dor possível.
TitlO de sensação nº 7:
Corresponde àquilo que o prático/operador constata às vezes. Freqüen­
t(;!mente ele acompanha uma das sensações precedentes e é experimentada
A OBTENÇÃO DO Ql - 83

pelo paciente num grau mais ou menos intenso. Consiste em uma impressão
de compressão ao redor da agulha: o prático tem a impressão de que a muscu­
latura se comprime em volta da agulha e a aprisiona com certa força.
É somente após ter obtido as primeiras sensações (n2 1 a n2 6) no pa­
ciente ou constatado a sensação do tipo 7, que o operador pode querer efetuar
uma manobra, pela qual se indique que "o Qi deve ter sido obtido
previamente".
Quando a agulha é envolvida pelo Qi (sensação nº 7), mas esse Qi
contém uma energia ruim, a sensação de compressão é forte, a agulha fica
como que presa, freqüentemente com um efeito de sucção para baixo.
Contudo, pode-se girar a agulha, mas com dificuldade. Na clínica, essa
situação representa a condição prévia para uma manobra de dispersão.
Quando a agulha é envolvida pelo Qi correto, a sensação de
compressão é leve, não há efeito de sucção para baixo e pode-se girar a
agulha mais facilmente. Na clínica, esse tipo de sensação representa a
condição prévia para uma manobra de tonificação.
Deve-se ter muito cuidado em diferenciar bem a sensação de
compressão procurada pelo Qi daquela muito apertada e dolorosa para o
doente que provoca a contração das fibras musculares ao redor da agulha e
que poderia ser tomada indevidamente pela obtenção do Qi. Essa contração
torna dolorosa a tentativa de se extrair a agulha. A diferença de sensação é
facilmente reconhecida por um prático experiente (constatação de elasticidade
no local de aperto, dor, etc.).
Tipo de sensação n2 8: sensação de frio glacial. É geralmente
passageira.
Tipo de sensação n2 9: sensação de calor. Ela não perdura por muito
tempo e pode-se manifestar tanto como uma sensação confortável de calor
que se propaga na região da punctura. quanto como sensação de queimação
dolorosa.
Tipo de sensação n 2 10:
Fenômeno de estremecimento ou de tremor muscular. Por exemplo, a
punctura de Hegu IG 4 provoca um movimento do indicador.
Tipo de sensação n2 1 1 : o choque elétrico. Essa sensação é a mais
desejável. Ela constitui o máximo na arte da precisão da punctura. Na medida
do possível, é essa que deve ser visada em cada intervenção.
Se a sensação de choque elétrico é fortemente sentida pelo paciente,
ela constituirá uma dispersão, se ela é sentida muito levemente, constituirá
uma tonificação. Mas, nos dois casos, pode-se falar de "sensação ideal",
quando é sentida ao longo do trajeto do meridiano numa distância de 30 cm
84 - P RÁTICA DA AGULHA FINA

ou mais (às vezes é percebida sobre todo o trajeto do meridiano, a partir do


ponto agulhado sobre um membro, ou mesmo pelos órgãos internos, a partir
dos pontos Shu das costas).
Pode-se considerá-la como uma manobra de harmonização (Ping Bu
Ping Xie), quando a sensação irradia-se no local.
Uma sensação de pre.ssão interna que aumenta ou desenvolve-se,
tomando as dimensões de uma grande moeda, constitui, do mesmo modo, uma
manobra de harmonização (Ping Bu Ping Xie).
A dor causada pela punctura de uma pequena rede nervosa deve ser
diferenciada da sensação de Qi elétrica. Por exemplo, quando da punctura de
Zusanli E 3 6, essa última propaga-se na direção de Jiexi E 4 1 , na verdade
Neiting E 44, numa velocidade mais lenta que a sensação dolorosa que teria
ocasionado a punctura de um nervo. Com a prática, identifica-se o Qi elétrico
a partir da reação do paciente, reação essa que nunca engana, e isso tudo
antes mesmo que o paciente se manifeste verbalmente.
Quando se obtém o Qi elétrico, é preferível retirar a agulha
imediatamente, sem completar a manipulação.

Notas sobre a obtenção do Qi:


1 Um estudo feito sobre 1 .0 1 9 casos mostrou que a obtenção da
-

sensação de Qi (De Qi) diz respeito a 90% dos pacientes. Constatou-se, do


mesmo modo, que o grau de sensação do Qi aumenta com o número de
sessões ao longo de um mesmo tratamento. Além disso, embora a sensação
de obtenção do Qi seja subjetiva, ela pôde ser objetivada pelas variações de
resistência e de potencial elétricos, bem como pelas alterações térmicas.
2 Quando a doença é crónica ou o paciente está fraco, o Qi não
-

chega rápido à agulha; quando a energia é deficitária, a sensação é fraca sob a


agulha, ao passo que a energia mais potente provoca uma sensação mais forte.
3 - Quando a sensação do Qi é diferente de um lado a outro do corpo,
a energia está manifestamente desequilibrada. A partir do momento em que,
du'i'ante as manipulações, a sensação torna-se idêntica nos dois lados do corpo
(por exemplo: E 36 Zusanli direito e esquerdo), o paciente recobra o
equilíbrio de sua energia.
4 - A obtenção do Qi é relativamente fácil sobre:
- os pontos Ashi, quando são sensíveis à pressão,
- os pontos de Reunião dos meridianos (por exemplo: Xuanzhong VB
3 9 ou Sanyinjiao BP 6),
A OBTENÇÃO DO Ql - 85

- os pontos situados próximos das grandes articulações (por exemplo :


Yanglingquan VB 3 4 , Shousanli IG l O o u Zusanli E 36).
5 Pode ocorrer que o paciente sinta, durante todo o dia, uma sensação
-

devida à picada da agulha. Esse fenômeno é desejável. porque direciona o


espírito para a região tratada e aumenta, assim, os efeitos da terapia; mas para
diminuir o desconforto, deve-se massagear os pontos agulhados no sentido do
meridiano. Assim, mantém-se, no ·local tratado, uma sensação difusa mais
agradável que fixa, durante um certo tempo, a concentração do paciente sobre
a parte tratada, mas sem fazê-lo lembrar-se da sensação aguda da picada.

B - PROPAGAÇÃO DA SENSAÇÃO DO
QI E EFICÁCIA DO TRATAMENTO

A circulação da sensação de Qi no sentido do local da afecção


representa uma das chaves do sucesso do tratamento com agulha fina (Hao
Zhen).
Essa condição, já enunciada em 1 295, no "Zhen Jing Zhi Nan" : "Se o
Qi chega rápido, os resultados são rápidos, se o Qi chega lentamente, não há
resultados", é confirmada por numerosos experimentos, dentre os quais um
feito em 1 964, pelo Institut de Recherche en Médecine Chinoise (Instituto de
Pesquisa em Medicina Chinesa) relatado por Zheng Kui-san:
"Numa série de doenças tratadas como atrofia do nervo óptico, pela
punctura de Fengchi VB 20, a eficácia foi diferente, de acordo com o grau de
propagação da sensação de Qi:
- 77% para aqueles em que a sensação propagou-se até o olho.
- 68% para aqueles que tiveram uma sensação que foi até a fronte.
- 42% para aqueles que sentiram somente uma reação local. "
"Do mesmo modo, nos doentes que tiveram somente um olho atingido,
geralmente a sensação de Qi propagou-se até o olho do lado são; em
compensação, a sensação era local no lado atingido. "
"Quando os dois olhos estão doentes, e o paciente tem uma sensação
diferente de cada lado, geralmente os resultados são melhores do lado onde a
sensação propaga-se melhor. "
"Entretanto, se a sensação é local no início das aplicações e no curso
do tratamento ela se propaga gradualmente até o olho, a acuidade visual
melhora. "
Dessa forma, o resultado está em função da rapidez da obtenção do Qi
e de sua propagação em direção ao local da afecção.
86 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

A velocidade de propagação da sensação, já calculada no Jin Zhen Fu,


em função do comprimento dos meridianos e no número de respirações, é
avaliada atualmente entre 2 e l O cm por segundo. Em um minuto deve-se
atingir o local da doença ou fazer circular o Qi em todo o meridiano.
Nos casos de paralisia ou de parestesia, a sensação não se propaga
longe, deve-se recolocar uma . agulha no local onde parou a sensação. É isso
que se chama de "retomar o Qi" (Jie Qi) de onde ele parou. Isso permite
fazer-se propagar a sensação em todo o meridiano e atingir o local da doença.
(Fala-se aqui de: "fazer circular o Qi do meridiano"). Por exemplo: quando
agulha-se o ponto Jian Yu IG 1 5 , a sensação deve-se propagar até os dedos,
mas se ela pára no ponto Quchi IG 1 1 , deve-se agulhar Quchi, para que a
sensação chegue até os dedos. No entanto, não se deve prolongar
indevidamente a duração da manipulação, negligenciando-se os sofrimentos
do doente, sob pretexto de que se procura a sensação ou que se deseja que a
sensação alcance o "local da doença" .

C - FAZER CIRCULAR O QI,


DE ACORDO COM A DOENÇA

Pode-se fazer circular o Qi de acordo com a doença em função da


localização ou da natureza da doença.

De acordo com a localização da doença


Deve-se ter em conta a localização da afecção: superficie (Biao) ou
profundidade (Li), a fim de determinar o local de obtenção e de circulação
do Qi.

Por exemplo:
Nos casos em que a doença do Biao e do revestimento cutâneo, a
afecção está na superficie; deve-se atingir o Qi na altura "Céu" (ut infra parte
I, cap. 3, Penetrar-Retirar) e fazê-�o circular nos Couli I .

I Couli: "designa a texiura, a granulação da pele, dos músculos, dos tecidos orgânicos, bem como
o tecido conjuntivo dos intervalos que ligam os músculos e a pele. São divididos em Cou da pele,
Cou dos músculos, Li grosso, Li fino, Li pequeno, Li dos Reanimadores. É o local por onde se
infiltram os líquidos orgânicos, a porta de comunicação do Qi e do Sang/sangue, é a cavidade que
tem a faculdade de resistir a uma intrusão de agente maligno ex'terno." Jiangming Zhongyi Cidian
(p. 922). Couli designa, aqui. o espaço entre a pele e os músculos:
A OBTENÇÃO DO Ql - 87

Se a doença reside nos músculos ou nos Jing Luo, ou trata-se de uma


afecção metade Biao, metade Li (Bari Biao, Ban Li); deve-se atingir o Qi na
altura "Homem" e fazê-lo circular na altura dos Jing Luo.
Se a doença reside nas vísceras (Zang Fu), nos ossos e na medula, e no
caso de dores, deve-se atingir o Qi na altura "Terra", fazê-lo difundir, a fi m
de reequilibrar as vísceras e cessar as dores._

O "Zheng Jiu Da Cheng" já explicava que: "nas doenças de Frio e de


Calor, é adequado fazer circular o Qi na altura "Céu "; nas doenças dos Jing
Lu o, é adequado fazer circular o Qi na altura "Homem "; no caso de
parestesia, entorpecimento, dores, convém fazer circular o Qi na altura
"Terra ".

De acordo com a natu reza da doença


Deve-se decidir entre reforçar (tonificar) e dispersar, conforme o caso
de a doença ser do tipo Vazio (Deficiência) ou do tipo Plenitude (Excesso).

Por exemplo:
Numa doença crônica, uma doença do tipo Vazio, com respiração
curta, fezes pastosas. pulso fraco e sem força, ou mesmo quando há uma
sensação de vazio quando da penetração da agulha, sensação de vazio sob a
ponta da agulha, ou de fraqueza e de vazio quando se retira a agulha,
devem-se empregar métodos de tonificação: sacudidela (Tan), girar (Nian),
inserir (Ti), pressionar (An), até que se obtenha a sensação de presença, de
algo sob a agulha e que se tenha a impressão de um calor que se propaga para
tonificar o Vazio.
No caso de uma doença recente, aguda, de uma afecção do tipo
Plenitude (Excesso), onde há opressão torácica, dores abdominais, cons­
tipação, pulso cheio (Da), com força, ou mesmo quando a penetração da
agulha é acompanhada por uma sensação de aperto ou de rugosidade e a
sensação é de extremo aperto, quando a agulha está colocada ou quando é
retirada, convém empregar os métodos de dispersão: tirar (Cha), agitar (Yan),
continuar (Xun), apoiar (She), a fim de tornar mais calma a sensação sob a
agulha e de produzir uma sensação de frescor, para dispersar a Plenitude.
O Su Wen exprime isso, dizendo (cap. 54): "Quando a agulha
preenche um Vazio, ela aquece e o Calor traduz a Plenitude do Qi (Correto).
Quando a agulha esvazia uma Plenitude, ela refresca e o Frio traduz o Vazio
do Qi (Ruim). "
88 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

MÉTODOS

A qualidade da sensação (dor, cansaço, entorpecimento, inchaço, calor,


frescor, choque elétrico, etc.), a distância e o sentido de propagação do Qi
têm relação estreita com a . manipulação da agulha, a duração dessa
manipulação, . a precisão da localização do ponto e o estado da doença.
Conseqüentemente, quando a localização do ponto é escolhida conveniente­
mente e a agulha é inserida na profundidade exigida, se o prático não tem
nenhuma manifestação de obtenção do Qi ou se não há sensação de
propagação do Qi,ou se há perda do Qi, devem-se empregar os seguintes
métodos:
- atingir o Qi,
- fazer circular o Qi,
- manter o Qi.

A - ATINGIR O QI (Hou Qi)

"Atingir o Qi" é, após a inserção da agulha na profundidade exigida,


deixar a agulha no lugar, sem manipulá-la, durante alguns segundos.
Se o Qi não se manifesta, podem-se efetuar as manobras de
empurrar-tirar, ou de rotação para fazer chegar o Qi. Entretanto, é preferível
empregar os métodos que visam a "estimular o Qi" .

1 - Procurar o Qi (Sou)
Esta técnica é utilizada quando a agulha já penetrou até uma certa
profundidade e ainda não foi obtido o Qi. Nesse caso, deve-se retirar a agulha
até o nível abaixo da epiderme, mudar sua direção e empurrá-la novamente.
Se ainda assim não se obtém o Qi, repete-se a operação, retirando-se e
empurrando-se a agulha diversas vezes, direcionando-a para frente, para trás,
para a direita, para a esquerda, de modo a "procurar" o Qi, até que ele
chegue.

2 - Massagear sobre o trajeto do meridiano (Xun An)


Quando, após a inserção, o Qi não chega, massageia-se levemente ou
dá-se pancadinhas no trajeto do meridiano correspondente ao ponto agulhado,
ou na região ao redor do ponto (Fig. 1 3 , 14, 15). Este método que favorece a
A OBTENÇÃO DO Ql - 89

obtenção do Qi é também utilizado para solucionar o fenômeno de "bloqueio


da agulha".

3 - A lloiar (She)
Reunir em feixe o polegar, o indicador e o dedo médio da mão direita
e, com a ponta dos dedos, pressionar forte e intermitentemente a região em
torno do ponto (Fig. 1 6).
Este método permite, igualmente, resolver o "bloqueio da agulha" .

4 - Dar um piparote (Tan Zhen)


'Tan" é dar um piparote no cabo da agulha para fazer vir o Qi e trazer
uma sensação de aperto na profundidade (Fig. 1 7a, 1 7b).
"Zhen" é apertar, pela metade, o punho, alongando-se o dedo médio e
o indicador.
O dedo médio ou o indicador dão um piparote no cabo da agulha, o
que o faz agitar. Isso estimula o Qi do meridiano, acelera e aumenta a
sensação Qi.

5 - Bicada do pássaro (Que Zhuo)


Esta técnica que aumenta fortemente a sensação de Qi é realizada por
um movimento de puxar-empurrar de pequena amplitude, mas realizada com
uma grande rapidez.

6 - Tremer (Chan)
É dar à mão direita um tremor de amplitude muito pequena, mas de
extrema rapidez, que provoca um movimento de "puxar-empurrar", dando
uma sensação forte. Essa sensação assemelha-se à criada pelos estimuladores
elétricos. Este método é muito difícil de dar certo e seu aprendizado é
facilitado pelo conhecimento e prática do exercício de Qi Gong nº 4 .

7 - Mudar de lugar (Yi Wei)


Quando não se localizou bem o ponto ou quando se estimulou ao lado
do ponto, é necessário mudar a agulha de lugar ou reorientá-la para proceder,
em seguida, às manobras de estimulação do Qi. Geralmente, dessa forma
obtém-se o Qi imediatamente.
Se o paciente tem os membros paralisados ou se a sensação da agulha
é muito retardada, pode-se pressionar o Qi pelos métodos já descritos. Mas se
o Qi ainda não chegou, deve-se recorrer a métodos mais complexos, por
exemplo, "a tartaruga procura o ponto"(ut infra, parte I, cap. 5), depois deixar
a agulha no lugar e vigiar sua vinda.
90 - PRÁTICA DA AGU LHA FINA

·
Fig. 1 3 - Massagear com o polegar o traje to do meridiano para fazer chegar o Qi.

Fig. 14 Massagear com o dedo médio o trajeto do meridiano para fazer chegar o Qi.
-
A OBTENÇÃO DO Ql - 91

Fig. 1 5 · Dar pancadinhas com o indicador no trajeto do meridiano para fazer chegar
o Qi .

Fig. 1 6 - Apoiar intermitentemente sobre o ponto para fazer chegar o Qi.


92 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Fig. 17 Dar um piparote para fazer chegar o Qi.


-

Fig. 1 7a

Fig. 1 7 b
A OBTENÇÃO DO Ql - 93

B - FAZER CIRCULAR O QI (Xing Qi)

Depois que se obteve o Qi, o prático utiliza manobras de "puxar­


inserir" (Ti Cha), de "rotação"(Cuo Nian), de "obstrução"(Guan Bi), etc., que
visam a aumentar a sensação da agulha ou a propagar essa sensação até uma
região distante.

1 - Puxar-Inserir (Ti Cha)


"Puxar" (Ti), é puxar a agulha até a superficie (Fig. 1 8). "Inserir"
(Cha) é inserir a agulha profundamente (Fig. 1 9).
Geralmente, para fazer circular o Qi, deve-se proceder às ma­
nobras "Puxar-Inserir" num comprimento de 1 fen, a partir da ponta da
agulha. Dessa maneira, faz-se propagar o Qi. Mas, para se ter em conta os
diferentes estados da doença, deve-se distinguir vários graus de Ti-Cha: leve
ou forte, rápido ou lento. Essa manobra pode também ser empregada para
fazer vir o Qi.

2 - Rotação (Cuo Nian)


"Cuo" é girar com força, fazendo cmn que a agulha descreva um
grande ângulo de rotação, em geral superior a 1 80°.
"Nian" é girar delicadamente, com um ângulo de rotação muito
pequeno, em geral inferior a 45°.
A rotação da agulha se dá sempre numa única direção, como se se
enrolasse um fio.
Na prática clínica, a utilização dessa rotação da agulha (Cuo Nian),
após a obtenção do Qi, permite fazer difundir a sensação. Entretanto, quando
se faz essa manobra, deve-se evitar girar de maneira muito apertada ou muito
rápida, de modo a não enrolar as fibras do tecido hipodérmico ou muscular, o
que ocasionaria dores.

3 - Balançar-Arranhar (Bo Gua)


"Bo" é, depois da chegada do Qi sob a agulha, segurar o cabo da
agulha entre o polegar e o indicador da mão direita, imprimindo-lhe um
movimento de balanço de 45° da esquerda para a direita. Deve-se balançar da
forma mais lenta possível, de modo que a sensação se propague. Também
utiliza-se esse método para desagregar os raquitismos e os inchaços.
94 - P RÁTICA DA AGULHA FINA

Fig. 1 8 Ti : puxar a agulha até a superfície


-

''Gua" é. depois da chegada do Qi sob a agulha. arranhar o cabo da


agulha. para cima ou para baixo, com a unha do polegar ou do indicador da
mão direita. Isso permite aumentar a reação. Entretanto, o movimento de
arranhar para baixo é geralmente empregado para tonificar (Fig. 20), enquanto
que o movimento de arranhar para cima é utilizado para dispersar (Fig. 2 1 ).

4 - Gi rar-Agitar (Pan Yao)

"Pan" é inserir a agulha até o nível "terra" (a profundidade máxima do


ponto, ou "entre os músculos e o osso"). Após a obtenção do Qi. puxar a
agulha até o nível "homem" (profundidade mediana do ponto ou "no
músculo" ), ou até o nível "céu" ("sob a pele"). Em seguida inclinar a agulha
em 45° em relação ao plano da pele e girar lentamente. como se se girasse um
pilão (Fig. 22). Geralmente, não se deve ultrapassar 3 voltas. Essa manobra
auxilia a aumentar a sensação do Qi.
A OBTENÇÃO DO Ql - 95

Fig. 1 9 - Cha: inserir a agulha profundamente.

"Yao" é, após a obtenção do Qi. agitar a agulha, da esquerda pa­


ra a direita, como se agitasse uma sineta, com uma amplitude
de aproxi madamente 90° (Fig. 2 3 ) . Geralmente. não se repete
esse movimento mais de 3 vezes, isso permite aumentar o bu­
raco da agulha. Essa manobra "Yao" visa propagar a sensação,
criar um vazio sob a agulha. É, principalmente, uma manobra de dis­
persão.
Todavia, quando se utiliza a técnica Pan Yao, o gesto não deve ser
nem precipitado, nem muito rápido, de modo que os músculos não bloqueiem
a agulha, o que poderia provocar inchaço e dor, além de causar ferimento no
Zheng Qi.
96 - PRÁTICA DA AGU LHA FINA

Fig. 20 - Arranhar pnra bnixo pnrn tonificm.

Fig. 21 - Arranhar para cima para dispersar .


A OBTENÇÃO DO 01 - 97

Fig. 22 - Pan: i nclinar a agulho e fozê-lo giror lentamente.

5 - Obst n1ção (Guan Bi)


Após a obtenção do Qi,' pressionar com o polegar ou o indicador da
mão esquerda para obstmir a região oposta àquela para a qual deve se
propagar a sensação. Apóia-se sobre a região onde o Qi é abundante. A
finalidade dessa manobra é controlar e dirigir o sentido de propagação da
sensação.
Se se quer que a sensação vá para cima, os dedos da mão esquerda
devem ser colocados em baixo do ponto e pressionar continuamente para
cima. Ao mesmo tempo, a mão direita dirige a ponta da agulha para cima. Se
se quer que a sensação vá para baixo, devem-se colocar os dedos da mão
esquerda em cima do ponto e pressionar para baixo. As duas mãos trabalham
em sinergia, elas pressionam e dirigem juntas. Dessa maneira, consegue-se
propagar a sensação até o local da doença.
A ação da mão esquerda é muito importante. A pressão não deve ser
muito forte, porque ela poderia ocasionar um bloqueio do meridiano e criar
uma estimulação suficiente para dirigir o Qi na direção errada. Então, ela só
deve pressionar na direção desejada.
98 - PRÁTICA DA AGU LHA FINA

Fig 23 - Yao: mover a agulha com uma amplitude de 90°, aproximadamente.


..

Se a sensação é do tipo de entorpecimento (nº 2), a mão esquerda deve


pressionar mais forte, ao passo que uma sensação do tipo de inchaço ou de
distensão (nº 4 e 5) requer uma pressão mais leve.

6 - Voar-Curvar (Fei Tui)


A manobra de vôo (Fei) é semelhante à manobra "Nian", no entanto
não se gira (Nian) mais do que uma vez (Fig. 24a); o polegar e o indicador
soltam o cabo da agulha como um pássaro que abre suas asas para voar (Fig.
24b). Gira-se uma vez, solta-se o cabo uma vez, o corpo da agulha não gira,
obrigatoriamente.
A OBTENÇÃO DO Ql - 99

A manobra "Tui" (curvar) assemelha-se à manobra "Nian",


entretanto, na manobra "Tui", o polegar e o indicador curvam o
cabo da agulha para frente. Nesse caso, o corpo da agulha também não
gira.
Esses dois métodos permitem propagar a sensação da agulha até uma
região distante e prolongar a duração da sensação.
O método "Fei" também é utilizado para tonificar e para dis­
persar. enquanto que o método "Tui" é também empregado para manter
o Qi.

Notas:
I A propagação da sensação de Qi pode ser detida em seu curso por
-

uma forte pressão ou por uma temperatura muito baixa.


2 - Se a propagação da sensação é detida perto de uma grande
articulação, deve-se empregar técnicas mais fortes, tais como, "o dragão verde
agita a cauda", "o tigre branco balança a cabeça", ou ''a tartaruga verde
procura o ponto" (ut infra parte I, cap. 5).

Fig. 24 o VÔO-

Fig. 24a - 1° tempo


1 00 • PRÁTICA DA AGULHA FINA

Fig. 24 o VÔO
.

Fig. 24b 2° tempo


-

C - CONSERVAR O QI (Shou Qi)

Quando o paciente percebe a sensação de Qi. depois que se colocaram


em prática os métodos de obtenção ou de circulação do QL deve-se mantê-lo
sob a agulha. como aconselham o Ling Sim e o Su Wen: "'O bom médico deve
saber conservar o Qi ·· (Lingshu, cap. 3), "deve-se saber conservar o Qi
depois que ele chegar " (Suwen, cap. 25).
Para iss.o, podem-se empregar os métodos "Tui Nu" ou "Ban Dian".

1 - Cu rvar o cabo (Tui Nu)


A agulha fica apoiada sobre a zona onde há a sensação. Deve-se
segurar firmemente o cabo da agulha entre o polegar. o indicador e o dedo
médio e curvar a agulha, como se se engatilhasse. de modo a impedir que a
ponta da agulha perca o cantata com a zona onde se localiza a sensação de
Qi. Aguardam-se alguns segundos que permitem conservar a sensação.
A OBTENÇÃO DO Ql - 1 01

2 - Deslocar a almofada (Ban Dian)


"Ban" (mudar de lugar) é, depois que se obteve o Qi sob a agulha e
que o paciente tenha a sensação apropriada, segurar a agulha entre o polegar
e o indicador da mão direita. Colocar o indicador mais abaixo do cabo do que
o polegar e, com uma pressão combinada dos dois dedos, curvar a agu lha.
"Dian" (servir de almofada) . O indicador direito desce ao longo do
cabo e serve de almofada entre o polegar e a epiderme. Assim, bloqueia-se a
região onde está a sensação. Depois. o indicador sobe, o polegar, por sua vez,
serve de almofada e assim por diante. A alternância dos dedos, servindo de
almofada. com a pressão combinada como em "Ban" aumenta a sensação.
-

Essa manobra é utilizada, às vezes, em tonificação, às vezes em


dispersão. A parte tonificada está do lado convexo da agulha, a parte
dispersada. do lado côncavo (Fig. 25).

Fig. 25 Deslocar a almofada: a parte tonificada está do lado convexo da agulha, a parte
·

dispersada, do lado côncavo.


CAPÍTULO IV
Métodos de tonificação,
dispersão, harmonização

Ling Shu, cap. 3 :


"O bom médico espera primeiro que
chegue o Qi e só então é que pratica
os métodos de tonificação ou de dis­
persão, para restabelecer o equilí­
brio do Qi do paciente. "
Su Wen, cap. 25:
· Quando se agulha o vazio, espera-se
que se fortaleça. Quando se agulha o
pleno, espera-se que se enfraqueça. "

A 733 dificuldade do Nanjing lembra que para cada manobra da agulha


há uma maneira para tonificar (Bu) e uma para dispersar (Xie), e que elas
devem ser utilizadas com discernimento: a primeira, no caso de insuficiência
do Qi bom, a segunda, no caso de excesso do Qi ruim.
São descritos vários métodos que permitem a tonificação e a dispersão:

1 - Lento-Rápido (Xu Ji)


Neste método, a tonificação e a dispersão dependem da rapidez ou da
lentidão da inserção e retirada da agulha, como consta no Su Wen (cap. 54):
"Para tonificar: lentidão, depois rapidez . . .para dispersar: rapidez, depois
lentidão ", e no Ling Shu (cap. 3): "Quando o médico introduz a agulha
lentamente no ponto e a retira lentamente, isso provoca um efeito de
104 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

tonificação. Inversamente, obtém-se um efeito de dispersão, quando se insere


rapidamente a agulha no ponto e se retira lentamente. "
Para tonificar, deve-se inserir a agulha lentamente, até a profundidade
exigida e retirá-la rapidamente até que chegue ao nível sob a pele. segurar um
segundo e depois retirá-la. A finalidade dessa operação visa fazer penetrar
profundamente o Yang Qi.
Para dispersar, deve-se inserir a agulha rapidamente e. de uma só vez,
atingir a profundidade exigida. depois retirá-la lentamente. A finalidade dessa
operação é fazer sair o Qi ruim da profundidade em direção à superficie.

Nota:
Embora o método descrito seja reconhecido atualmente como o melhor,
não se deve esquecer que, nos textos mais clássicos. e às vezes até na mesma
obra, existem afirmações contraditórias no que se refere à velocidade de
inserção e retirada da agulha.

2 - Retirar-Inserir (Ti Cha)


O Nei Jing diz: '"Puxar a agulha é dispersar. inseri-la é ton!ficar. "
Retirar e inserir representam o movimento da agulha de baixo para
cima e de cima para baixo. depois que ela penetrou a pele. Nesse método, a
tonificação e a dispersão são função da força utilizada no movimento que faz
subir ou inserir a agulha.
Para tonificar, insere-se a agulha com força, a partir da superfi­
cie no sentido do nível mais profundo e retira-se com lentidão. A finali­
dade é servir-se da força de arremesso da agulha para fazer penetrar o Yang
Qi.
Para dispersar, retira-se a agulha com força. desde o nível profundo até
a superficie e insere-se lentamente, com o fim de atrair a energia ruim para o
exterior.

3 - Penetrar-Retirar (Jin Tui)


Neste método, a profundidade do ponto é dividida em 3 etapas iguais:
o nível superficial, chamado "céu", o nível mediano, chamado "homem", e o
nível profundo, chamado "terra".
A tonificação dar-se-á fazendo-se penetrar a agulha em 3 etapas (céu,
'
homem. terra) e retirando-a de uma só fez. É o que se chama de "3
penetrações, I retirada".
MÉTODOS DE TONIFICAÇÃO, DISPERSÃO, HARMONIZAÇÃO - 1 05

A dispersão será feita empurrando-se diretamente a agulha ao nível


"terra" e retirando-se em 3 etapas. É o que se chama de: " 1 penetração, 3
retiradas" (esquema 2).

Tonificação Dispersão

Esquema 2 As 3 etapas da penetração da agulha.


-

Nota:
Esses três métodos são freqüentemente associados para tonificar o Qi
bom e dispersar o Qi ruim. Eles servem para tratar todas as afecções de
Frio-Calor do tipo Vazio ou Plenitude.

4 - Ir contra-Seguir (Ying Sui)


Encontra-se no Ling Shu (cap. 1 ) : "Se o médico agulha no senti­
do do curso do meridiano, reforça a energia, é uma tonificação. Se ele
agulha em contracorrente, enfraquece a energia, é uma dispersão. " e (cap.
9): "Quando o médico tonifica, ele agulha no sentido do meridiano, quando
ele dispersa, agulha contra o fluxo do meridiano. No primeiro caso,
"

segue-se o Qi para ajudá-lo, no segundo, vai-se ao encontro dele para


enfraquecê-lo.
1 06 - P RÁTICA DA AGULHA FINA

Para tonificar, a agulha será inserida obliquamente no sentido da


circulação do Qi no meridiano. Se a agulha foi inserida perpendicularmente,
será necessário puxá-la até o nível sob a pele, depois inseri-la obliquamente,
direcionando sua ponta no sentido do meridiano. Quando se devem agulhar
vários pontos sobre um mesmo meridiano, devem-se agulhar sucessivamente
os pontos, seguindo o sentido do meridiano.
Para dispersar, a agulha deve ser inserida obliquamente no sentido
contrário do fluxo do Qi no meridiano. Se a agulha foi inserida verticalmente,
será necessário puxá-la até o nível sob a pele, depois orientar sua ponta para o
sentido da circulação do Qi no meridiano e empurrá-la novamente. Quando se
devem agulhar vários pontos sobre um mesmo meridiano, devem-se agulhar
sucessivamente os pontos, indo no sentido contrário do Qi do meridiano.

5 - Rotação (Nian Zhuan)


"Nian" é girar a agulha entre os dedos, com um ângulo de rotação
muito pequeno, em geral de 45 a 90°.
"'Zhuan" é girar a agulha entre os dedos. com um ângulo de rotação
muito grande. em geral acima de 180°.

�- -
-p
(

..-
)

---�-

'Tonificação· Dispersão

Esquema 3 - Rotação da agulha.


MÉTODOS DE TONIFICAÇÃO, DISPERSÃO, HARMONIZAÇÃO - 1 07

Para a tonificação. o movimento de rotação será brusco, da ordem de


45 a 90°. da direita para a esquerda. puxando o polegar para si e depois
levando-o ao ponto de partida.
Para a dispersão, o movimento de rotação será da ordem de 1 80 a
360°. da esquerda para a direita. alongando-se o polegar diante de si e depois
levando-o ao ponto de partida, e isso. num movimento mais calmo do que na
tonificação (esquema 3).
O sentido da rotação aconselhado aqui. mesmo que pareça em
contradição com o de numerosas escolas, está fundamentado na interpretação
dos mais antigos ensinamentos da medicina chinesa, o Luo Shu e o He Tu*.
Além disso. foram enunciadas numerosas teorias relativas ao sentido da
rotação da agulha, e Yang Ji Zhou, por exemplo, baseando-se em "ir ao
encontro-seguir". desenvolveu a seguinte teoria:
"Para os três meridianos Yang do braço e os três meridianos Yin do
pé:
- a tonificação será feita puxando o polegar para si,
- a dispersão será feita alongando-se o polegar diante de si,
para os três meridianos Yang do pé e os três meridianos Yin do braço:
- a tonificação será feita alongando-se o polegar diante de si,
- a dispersão será feita puxando-se o polegar para si. ··
O professor Shi Xue Min que é, atualmente, uma das maiores
autoridades chinesas em matéria de manipulação das agulhas, simplifica a
teoria de Yang Ji Zhou da seguinte forma:
"Para a tonificação na superficie anterior, a agulha gira no sentido da
circulação de energia no meridiano Ren Mai; na superficie posterior, ela gira
no sentido da circulação de energia no meridiano Ren Mai. Para a dispersão,
a agulha gira no sentido inverso da circulação de energia nos meridianos Ren
Mai e Du Mai.
A rotação centrípeta é tonificante, a centrífuga é dispersante.
Para os meridianos Du Mai e Ren Mai, utilizam-se os métodos de
tonificação e dispersão, empurrando a agulha no sentido do meridiano ou
contra seu fluxo (ver supra nº 4), o método de punctura de acordo com a
respiração do paciente e o método de tonificação e dispersão iguais (ver nº 6
e lO abaixo).
Embora nos pareça que o sentido de rotação seja menos
importante que a amplitude da rotação, mantivemos o ensinamento
inspirado no He Tu e no Luo Shu, porque 11ara as manobras complexas

* He Tu: segundo a tradição, diagrama levado ao imperador Fu Xi por um cavalo-dragão saído do


rio. Luo Shu: diagrama simbólico do mundo, no qual os nove primeiros nomes estão dispostos em
um quadrado mágico e que uma tartaruga do rio Luo teria levado a Yü, o grande.
1 08 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

que associam os movimentos de JlUxar-emJlu rrar e de rotação, as


manipulações são muito mais fáceis de se JlÔr em J>rática do modo como
ensinamos.

6 - ResJ>iração (Hu Xi)


Su Wen (cap. 62):
"Para tonificar um Vazio, insere-se a agulha no momento de uma
expiração; assim que se alcança a Plenitude, retira-se rapidamente a agulha
ao longo de uma inspiração. "
"Para dispersar uma Plenitude, insere-se a agulha onde o Qi existe em
abundância; assim, por essa passagem oferecida, o Qi acompanha a agulha
no momento da expiração. "
Assim. a tonificação e a dispersão são feitas inserindo-se ou
retirando-se a agulha no momento da inspiração ou da expiração do paci-
ente.
Esse método é inspirado no grande princípio "ir ao encontro/seguir".
Para tonificar. inserir a agulha no momento da expiração (Fig. 26a) e
retirá-la quando da inspiração (Fig. 26b). Para dispersar. inserir a agulha no
momento da inspiração (Fig. 27a) e retirá-la quando da expiração (Fig. 27b).
Tonifica-se quando a agulha segue o sentido do Qi (Shun Qi).
dispersa-se quando a agulha vai contra o sentido normal do Qi (Ni Qi).
Quando da inspiração. o Qi penetra no peito. Se a agulha for inserida
nesse momento. estará de frente para o Qi. Quando da expiração. o Qi sai do
peito. a parede abdominal fica. então, vazia e afunda. Se. ao contrário.
retirar-se a agulha. o Qi segue a saída da agulha c elimina-se. assim, o
excesso.
Quando da expiração. no momento em que o Qi sai. o abdômen está
vazio e o Qi fraco. Se a agulha for inserida nesse momento. tonifica-se o Bom
e preenche-se o Vazio. Se a agulha for retirada no momento da inspiração, o
abdômen está cheio e o Qi é abundante. A agulha está em sintonia com o
movimento do Qi. É possível conservar o Qi bom sem dispersá-lo e.
conseqüentemente. com isso faz-se a tonificação.

Notas:
Freqüentemente. encontram-se descritas duas possibilidades suplemen­
tares de utilizar a respiração para tonificar ou dispersar.
I - Depois da ii_1serção da agulha e aparição da sensação de Qi, quando
se manipula a agulha em rotação:
- para tonificar. a rotação deve ser detida durante a inspiração,
- para dispersar, a rotação deve ser detida durante a expiração.
MÉTODOS DE TONIFICAÇÃO, DISPERSÃO, HARMONIZAÇÃO - 1 09

2 - Durante as manipulações de agulhas, é preferível:


- inspirar pelo nariz e expirar pela boca, para tonificar,
- inspirar pela boca e expirar pelo nariz, para dispersar.

Fig. 26 - Tonificação

Fig. 26a - Inserir a agulha quando da expiração.

Fig. 26b Retirar a agulha quando da inspiração.


·
110 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Fig. 27 - Dispersão

Fig. 27a Inserir a agulha quando da inspiração.


-

Fig. 27b - Retirar o agulha qu ando da expiração.

7 - Abri r-Fechar (Kai He)


Su Wen (cap. 54):
"Quando se esvazia un Xie vencedor, não se deve massagear o ponto
depois que a agulha tiver saído. "
MÉTODOS DE TONIFICAÇÃO, DISPERSÃO, HARMONIZAÇÃO - 1 1 1

Su Wen (cap. 62):


"Para que o orifício não se feche antes da eliminação da doença,
aumenta-se a passagem pelos movimentos da agulha, que abre o caminho. "
"Depois que se fez a tonificação, retira-se a agulha e tapa-se o
orificio. "
Para tonificar. deve-se levar a ponta da agulha até o nível abaixo da
epiderme, rapidamente e num único movimento, e fazer uma pausa de uma
fração de segundo. Tirar a agulha prontamente e massagear o ponto.
Para dispersar, a retirada da agulha deve ser feita lentamente, seja
suspendendo-a lenta e uniformemente, até o fim da extração. seja imprimindo­
lhe um movimento de balanço ou de espiral, para aumentar o orificio de
saída. Uma vez extraída a agulha, não se deve mais intervir sobre o ponto.
Quando se trouxer novamente a agulha próxima à superficie, deve-se
assegurar que ela não esteja presa nas fibras musculares ou nas fibras do
tecido hipodérmico, desobstruindo-a com um pequeno movimento de rotação.

8 - Nove-Seis (Jiu Liu)


Este método. baseado em uma teoria do Yi Jing, estabelece uma
relação entre o Yin e os números pares. o Yang e os números ímpares.
De um modo geral, o número 9, ímpar, sendo Yang, serve para
tonificar e o 6, par, sendo Yin, para dispersar.
Esse método é associado aos métodos por rotação (Nian Zhuan) ou por
Retirar-Inserir (Ti Cha).
Para tonificar, deve-se inserir com força e retirar com leveza, ou girar
a agulha, puxando o polegar para si, 9 vezes. Se não se obteve uma resposta
suficiente. será necessário recomeçar a manobra com um múltiplo de 9 (3 x 9
= 27 vezes . . . ).
Para dispersar, deve-se inserir com leveza e retirar com força, ou girar
a agulha, alongando-se o polegar diante de si, 6 vezes. Se a energia ruim é
muito forte e se não se conseguiu dispersá-la. será necessário recomeçar as
manobras com um múltiplo de 6 (2 x 6 1 2 vezes . . . ).
=

9 - Deixar a agulha no ponto (Liu Zhen)


O princípio de deixar a agulha no ponto ou de retirá-la imediatamente
após a manipulação sempre foi objeto de controvérsias. No Ocidente, a maior
parte dos acupunturistas são adeptos à idéia de deixar a agulha; mas deve-se
reconhecer que, comparando-se com .os ensinamentos clássicos, eles manipu­
lam pouco ou nada a agulha. Entretanto, num ou noutro caso, é obrigatória a
obtenção do Qi.
112 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Ling Sim (cap. l ) :


"Depois que o Qi chegar, não há mais utilidade em se deixar a agulha
por muito tempo no corpo do paciente, porque, nesse momento, a finalidade
da manobra foi atingida. "
Ling Sim (cap.3):
"() bom médico deve retirar a agulha assim que o Qi chegar. "
Quanto a nós, considerando que a manutenção da agulha no ponto, sem
manipulá-la, permite aumentar ou prolongar sua ação, pensamos que de110is
da obtenção do Qi e de uma manipulação correta, t>ode-se retirar
imediatamente a agulha.
Por outro lado, muitos textos antigos consideram que retirar a agulha
depois da obtenção do Qi representa uma tonificação e que deixá-la até que
se disperse o Qi sob a agulha é uma dispersão. De fato. se a agulha é deixada
muito tempo no ponto, o paciente pode-se lamentar de cansaço no final da
sessão ou nos dias que se seguem.
Na prática clínica. é o estado da doença, habitualmente, que guia a
escolha da decisão.
Por exemplo:
Não se deixam as agulhas:
- nas afecções agudas (síncopes. choques, colapsos), a serem tratadas
com urgência,
- nas afecções infantis,
- nas afecções habituais ou após a obtenção do Qi e manipulação
correta da agulha, pode-se retirá-la.
Podem-se deixar as agulhas no ponto depois de sua manipulação:
- nas doenças do tipo frio, câimbras, espasmos e dores violentas,
- nas afecções nervosas. com finalidade sedativa.

Notas:
1 - Por razões didáticas, os 9 métodos de Tonificação-Dispersão foram
descritos separadamente. Mas, na prática, essas diversas manobras são
combinadas para realizar técnicas complexas de manipulação das agulhas que
serão estudadas no próximo capítulo.
2 - O sucesso de uma tonificação produz, sob a agulha,
uma sensação de calor, de comJlressão das fibras, ao passo que o sucesso
da dispersão cria um Vazio sob a agulha, como se essa fosse es1>etada no
queijo branco (ou no queijo de soja, "To Fu" Jlara os chineses).
MÉTODOS DE TONIFICAÇÃO, DISPERSÃO, HARMONIZAÇÃO - 1 1 3

10 - Harmonização: Tonificação-Dispersão iguais (Ping B u Ping


Xie)
Depois de se ter inserido a agulha, deve-se efetuar movimentos de
Tirar-Inserir (Ti Cha) e/ou movimentos de rotação (Nian Zhuan). Entretanto, a
amplitude da rotação deve ser mediana e a força exercida no Tirar-Inserir
deve ser igual na subida e na descida da agulha. Quando o Qi chega, retira-se
a agulha.
Esse método é utilizado, principalmente nos casos em que o Vazio
(Deficiência) e a Plenitude (Excesso) não são muito evidentes, ou mesmo em
certas afecções que comportam, ao mesmo tempo, sinais de Vazio e de
Plenitude. Convém, igualmente, aos pacientes de constituição frágil que são
atingidos por uma doença do tipo Plenitude.
Certas manipulações de agulhas complexas que serão estudadas no
próximo capítulo, são consideradas como "Tonificação-Dispersão iguais", por
exemplo:
- "O Yin escondido no Yang", ou seja, "Esconder o Yin no Yang",
- "O Yang escondido no Yin", ou seja, "Esconder o Yang no Yin",
- O d ragão e o tigre se batem".
Convém assinalar 2 métodos de Tonificação-Dispersão que não
fazem J>arte stricto sensu das manobras de agulhas, mas que são
freqüentemente descritos com elas nas obras clássicas. Trata-se da
Tonificação-Dispersão segundo o fluxo do Qi nos meridianos e no método
Mãe-Filho.

Tonificação-Dispersão segundo o fluxo do Qi nos meridianos (Na


Zhi)
Su Wen (cap. 54):
" O momento (de tonificar ou de dispersar) afina-se com os movimentos
do Qi nos meridianos. "
Ling Shu (cap. 75):
"Para tratar uma Plenitude, deve-se estimular no momento do fluxo do
Qi no meridiano, para tratar um Vazio, deve-se estimular depois do início do
fluxo do Qi no meridiano. "
Uma vez que, de um lado, o Qi e o Xue circulam nos meridianos sob a
ação do Zong Qi, apresentando horas de fluxo e refluxo da Energia e que, por
outro lado, o Qi do meridiano também é função do estado da víscera (Zang ou
Fu) à qual pertence, então: para dispersar, insere-se a agulha no momento em
1 14 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

que o Qi está mais forte para "ir contra", a fim de eliminar o excesso, e para
tonificar, insere-se a agulha no momento em que o Qi está fraco, a fim de
"segui-lo", para dissimular sua insuficiência.

Mãe-Filho (Mu Zi)


Este método utiliza somente os pontos Shu das extremidades dos
membros (chamados "pontos Su antigos") em suas relações com as cinco
fases (Wu Xing) e com as vísceras (Zang Fu).
Seguindo-se as relações de controle e de produção, parte-se do
princípio de que para o Vazio (Xu), deve-se tonificar o ponto Mãe (Mu) e
para a Plenitude (Shi), deve-se dispersar o ponto Filho (Zi).
CAP ÍTULO V
Manipulações da agu lha fina

Este capítulo é o centro da manipulação da agulha fina. Para abordá-lo


com aproveitamento, deve-se dominar a inserção perpendicular da agulha em
seus componentes verticais e horizontais e ter assimilado os elementos:
tonificação e dispersão dos métodos expostos anteriormente.
As 16 técnicas que selecionamos para servir de treinamento são as
manipulações clássicas ou suas variantes descritas nas obras mais importantes,
por exemplo: ·

- Zhen Jing Zhi Nan,


- Zhen Jiu Ju Yin,
- Zhen Jiu Wen Hui,
- Shen Ying Jing,
- Zhen Jiu Da Cheng.
Todas essas técnicas, desde a mais elementar até a mais complexa, são
o resultado de associações de métodos simples. Sua classificação é dificil,
porque os métodos de tonificação, dispersão ou harmonização são freqüen­
temente mesclados com aqueles que têm por finalidade obter ou fazer circular
o Qi.
Em nosso ensino, privilegiamos uma dassificação baseada numa
progressão contínua na arte de manipulação. Só se deve passar à técnica
seguinte depois que a precedente estiver bem dominada e que puder ser bem
executada, perpendicularmente tanto à face superior da almofada quanto às
suas faces laterais.
O treinamento sobre a almofada não permite abordar duas noções que
são importantes para a prática.
- Antes de toda manipulação, deve-se ter obtido o Qi. Contudo, a maior
parte das técnicas ditas "em tonificação" podem igualmente servir para obter
116 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

o Qi. Nesse caso, quando o Qi chega, pode-se tenninar a manipulação em


curso, assim como ela é descrita, exceto quando trata-se de Qi elétrico: sua
aparição implica a retirada da agulha e a massagem do ponto agulhado.
- Uma tonificação traz calor, freqüentemente, enquanto que uma
dispersão traz frescor. A proporção de pacientes que sentem calor varia entre
60 e 90%, segundo os métodos empregados. É muito mais difícil de se obter a
sensação de frescor ou de fÍio que a de calor. Nessa cadeia de idéias,
lembramos que as denominações "dragão" e "tartaruga" têm, na medicina
chinesa, uma conotação de tonificação, enquanto que "tigre" e "fénix"
anunciam uma dispersão.
Neste capítulo, são utilizados dois dos pontos-chaves de nosso método:

1 - A posição da mão direita quando se toma a agulha na mão.


Esta posição condiciona o sucesso das manipulações. A nosso ver ela
tem tanta importância que lhe consagramos um parágrafo inteiro no início
deste capítulo. É sabido que a tomada da agulha faz parte de cada uma das 1 6
técnicas descritas e que é ponto de partida.

A oposição entre o movimento ativo e o llassivo.


2 -

A boa execução dos dois movimentos, ao mesmo tempo complemen­


tares e opostos, é garantida pelo domínio da manipulação. As duas primeiras
técnicas de manipulações expostas estão demonstradas.

Tomada da agulha

Posição de partida
.

Colocar a almofada diante de si, seu centro em frente à linha axilar


direita.
Com a mão esquerda, firmar a garra do tigre e com a mão direita
realizar uma i nserção perpendicular bem lenta da agulha fina, na profun­
didade adequada ( 1 ,2 cm).

Tomada da agulha
Depois de ter verificado que a agulha foi inserida perfeitamente
perpendicular à superficie da almofada, colocar a borda ungueal medial do
dedo médio direito (lado do anular) sobre a almofada, de modo que sua polpa
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 117

encontre-se de frente para a agulha e perpendicular ao plano do indicador


esquerdo. Esse movimento llrovoca uma rotação para a direita da mão
que leva o p rimeiro metacarpiano direito no prolongamento retilíneo do
bordo radial do anteb raço.
Em seguida, dobrar levemente a articulação interfalangiana proximal
(IFP) do dedo médio, conservando sua articulação interfalangiana distal (IFD)
em extensão.
O auricular direito está bem livre (o dedinho no ar).
O cotovelo direito está próximo do corpo e os ombros abaixados.
Manter o punho levemente orientado para a direita para manter o
primeiro metacarpiano no prolongamento retilíneo da borda radial do
antebraço.
Por fim, segurar a agulha na altura da base, colocando-a no ângulo
aberto formado pela extremidade do polegar e do indicador direitos, quando
esses dois dedos estão reunidos pelo centro de suas polpas. Pinçar, então,
levemente a agulha.
A tomada da agulha está correta (Fig. 28, 29), (Foto 1 3).

Fig. 28 - Tomada da agulha: posições corretas da mão direita e da almofada.


118 - PRÁTICA DA AGU LH A FINA

Fig. 29 - Tomada da agulha: posições incorretas da m5o direita e da almofada.

Foto 1 3 - Tomada da agulha.


MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 119

A - MANIPULAÇÕES SIMPLES
1 a técnica:
Tonificação em vai-e-vem
Ti Cha

Esta técnica permite associar, numa manipulação simples, a compo­


nente Tonificação dos métodos lento-rápido (xu-ji), retirar-inserir (ti-cha),
abrir-fechar (kai-he).

Realização
Depois de ter empunhado a agulha, imprimir-lhe um curto movimento
de inserir-retirar, da ordem de I a 2mm, seguindo os preceitos dos textos
clássicos: "inserir com força, retirar com leveza ".
O movimento ativo "inserir com força" é obtido, mobilizando-se a
pinça formada pelo polegar e o indicador, de tal forma que a contração
realizada por esses dois dedos alonga a pinça. É esse alongamento que, por si
só, produz a inserção da agulha, enquanto que o relaxamento da contração
fará com que ela suba.
Durante a execução, aparece e desaparece, no ângulo dos 1 e 2
metacarpianos, uma bola que prova a contração muscular, garantia do sucesso
da manobra (Foto 14, 15).
Provocar os movimentos de descida e subida da agulha, sem pressa,
mas de fonna contínua, uniforme e harmoniosa, durante o tempo solicitado
para o tratamento, de l O a 1 5 segundos, em geral.
Retirar a agulha prontamente e massagear o ponto.

28 técnica:
Dispersão em vai-e-vem
Ti Cha

Este método permite associar, numa manipulação simples, a compo­


nente Dispersão dos métodos lento-rápido (xu-ji), retirar-inserir (ti-cha),
abrir-fechar (kai-he).
1 20 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Foto 1 4 - "Inserir com força". Antes da ação, o polegar e o indicador apertam sem forçar.
A luz entre os dois dedos tem uma forma arredondada. (O olho da fênix).

Realização
Depois de ter pego a agulha na mão, imprimir-lhe um movimento de
retirada e de inserção, da ordem de I a 2 mm, seguindo os preceitos dos
textos clássicos: "retirar com força, inserir com leveza ".
Nessa manobra, a pinça formada entre o polegar e o indicador
intervém somente para manter e controlar a agulha. O movimento ativo
"retirar com força" reside na ação da mão e não na da pinça digital .
Com o punho fechado, a mão, com apoio total sobre a polpa do dedo
médio direito, salta com flexibilidade por intermédio da articulação
interfalangiana proximal (IFP) que serve de amortizador.
Produzir movimentos de subida e descida da agulha, de forma
continua, uniforme e harmoniosa, durante o tempo adequado para o
tratamento, em geral 1 O a 1 5 segundos.
MANIPU LAÇÕES DA AGU LHA FINA - 1 21

Foto 1 5 - "Inserir com força". Durante a ação, a pinça se fecha. A luz entre o polegar e o
indicador tomou uma forma alongada. A contração dos dedos faz sair uma bola
muscular na região de Hegu IG 1 4. A luz entre os dois dedos tem uma forma oval (O
olho do dragão).

Retirar a agulha rapidamente, seja puxando-a lenta e uniformemente


até sua extração total, seja fazendo-a descrever um movimento cônico,
puxando-a lenta e uniformemente até o fim de sua extração, o que aumenta o
orifício. Não intervir mais no ponto agulhado. A escolha do procedimento de
extração depende da conduta do tratamento.

técnica:
33
Tonificação por rotação
Nian Zhuan

Esta técnica permite-nos associar, numa manipulação simples,


a componente Tonificação dos métodos lento-rápido (xu-j i), ro-
1 22 - P RÁTICA DA AGULHA FINA

tação (nian-zhuan). nove-seis Uiu-liu), arranhar (gua) e abrir-fechar


(kai-he).

Realização
Depois de ter pego � agulha (foto 1 6, 1 7), imprimir-lhe um movi­
mento de rotação bmsco de 45 a 90° da direita para a esquerda (foto 1 8),
puxando o polegar para si e depois levando-o para o ponto de partida. O
polegar inicia a manobra com uma tração para trás e conclui com um impulso
para frente.
Repetir esse movimento de ir e voltar 9 vezes, ou múltiplo
de 9.

Foto 16 - "Rotação" em tonificação. Posição dos dedos antes do início da manipu­


lação.
MANIP U LAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 23

Foto 1 7 Vista aumentada da mesma posição dos dedos.


-

Depois, assegurando-se de que a "garra do tigre" mantém-se firme.


colocar a polpa do dedo médio esquerdo sobre a cabeça do cabo da agulha e
imobilizá-la, sem que ela entre ou se curve.
Com a unha do indicador direito, arranhar o cabo da agulha 9 vezes ou
múltiplo de 9, de cima para baixo, tomando-se bastante cuidado para não
inseri-la. A pressão do indicador esquerdo co1úra a base da agulha permite
evitar essa penetração (foto 1 9) .
Retirar a agulha em dois tempos:
Primeiro tempo: levar, rapidamente, a ponta da agulha sob a derme e
deixá-la aí por uma fração de segundo.
Segundo tempo: tirar rapidamente a agulha e massagear o ponto com o
indicador esquerdo.
1 24 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Foto 18 - "Rotoçâo" em tonificação. Posição dos dedos durante a manipulação.


Comparm com a foto 1 6 . O polegor estil puxado pam trils.

Foto 1 9 - Arranhar de cima pma boixo com a unha do indicador direito.


MANIPU LAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 25

técnica:
4l!
Dispersão por rotação
Nian Zhuan

Esta técnica permite-nos associar. numa manipulação simples, a


componente Dis11ersão dos métodos rotação (nian-zhuan), nove-seis U iu-liu),
arranhar (gua), abrir-fechar (kai-he).

Realização
Depois de ter pego a agu lha, imprimir-lhe um amplo movimento de
rotação da ordem de 1 80 a 360°. da esquerda para a direita, alongando o
polegar para si e depois, levando-o ao ponto de partida. Então, o polegar
i nicia a manobra com um impulso para frente e a conclui com uma tração
para trás (fotos 20. 2 1 . 22)

Foto 20 "Rotaçô.o" em dispersão. Inicio da manobra.


·

Repetir esse movimento de ir e voltar 6 vezes ou múltiplo de 6.


1 26 - P RÁTICA DA AGU LHA FINA

Depois. assegurando-se de que a "garra do tigre" mantém-se firme,


colocar a polpa do dedo médio esquerdo sobre a cabeça do cabo da agulha e
imobilizá-la, sem que ela entre ou se curve.
Com a unha do indicador direito, arranhar o cabo 6 vezes ou múltiplo
de 6, de baixo para cima, tomando bastante cuidado para não suspender a
agulha . A pressão do indicador esquerdo contra a base da agulha permite
evitar essa reti rada.
Retirar a agulha rapidamente, seja suspendendo-a lenta e uniforme­
mente. até sua ext ração total, seja fazendo-a descrever um movimento cônico,
puxando-a lenta e uniformemente, até o fim, o que aumenta o orificio. Não
intervir mais sobre o ponto.
Quando a agulha é levada até perto da superficie. deve-se ter certeza
de que ela não está presa entre fibras musculares e desobstmí-la por uma
pequena rotação.

Foto 21 .. Rotação .. em dispersão. Durante a manobra. Notar o alongamento do polegar


-

para si e comparar com as fotos 1 8 e 20.


MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 27

Foto 22 - Plano aumentado da foto 2 1 . Ver o olongomento do polegar.

técnica:
53
H armonização
Ping Bu Ping Xie

A manipulação de Harmonização. Ping Bu Ping Xie ( metade


tonificação, metade dispersão ou tonificação e dispersão iguais) é. como
indica o nome. uma combinação dos movimentos de tonificação e de
dispersão em rotação (nian-zhuan). associados aos movimentos de tonificação
e de dispersão em retirar-inserir (ti-cha) da agulha.
Esta manipulação também pode ser utilizada para se obter o Qi.

Realização
Depois de ter pego a agulha. imprimir-lhe um movimento de rotação
não bmsco, da ordem de 2 a 3 voltas, da direita para a esquerda, puxando o
polegar para si e i nserindo a agulha 5mm aproximadamente. Em seguida, ao
1 28 - P RÁTICA DA AGULHA FINA

puxar a agulha, imprimir-lhe um movimento de rotação no sentido inverso, de


mesma amplitude.
Prosseguir com esses movimentos durante alguns segundos, numa série
contínua, uniforme e harmoniosa.
Retirar rapidamente a agulha, num único movimento, e não intervir
mais sobre o ponto.

B - MANIPULAÇÕ ES COMPLEXAS

técnica:
6a
"Acender o fogo sobre a montanha"
Shao Shan Huo

Esta técnica provoca uma reação forte. Ela permite-nos associar. numa
manipulação complexa, a componente Tonificação dos métodos lento-rápido
(xu-ji), retirar-inserir (ti-cha) ou rotação (nian-zhuan), penetrar-retirar (jin­
tui), nove-seis (jiu-liu), abrir-fechar (kai-he).
. A tradição conta que ela faz descer o Yang Qi ao encontro do Yin Qi .
É sabido que ela vem acompanhada da sensação de calor ou de transpiração.
Só se deve utilizá-la nas regiões musculares profundas, por exemplo,
nos membros ou na região lombar.
Essa manipulação também pode servir de processo de obtenção do Qi.

Realização
Depois de ter pego a agulha, firmar bem a "garra do tigre" e subir com
o polegar e o indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso máximo de
2mm, sem soltar a agulha.

Atenção: a agulha não sobe. Somente os dedos deslizam para cima.


Inserir a agulha lentamente e com força de, no máximo, 2 mm
imprimir-lhe um movimento de rotação brusco de 90° aproximadamente, da
direita para a esquerda, puxando o polegar para si e depois levando-o ao
ponto de partida. Repetir esse movimento de ir e voltar 9 vezes. Aqui se está
no primeiro patamar.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para cima o polegar e o indi­
cador ao longo do cabo da agulha, num percurso máximo de 2mm, sem perder
contato com a agulha. Inseri-la lentamente e com força de 2 mm, no máximo,
e recomeçar a manobra anterior de rotação. Aqui se está no segundo patamar.
MANIPULAÇÕES DA AGULHA. FINA - 1 29

Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para cima o polegar e o


indicador ao longo . do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato com a agulha. Inseri-Ia IeÓtamente e com força de 2
mm, no máximo, e recomeçar a manobra anterior e rotação. Aqui se está no
terceiro patamar.
O percurso total de inserção da agulha durante a manobra atingiu um
máximo de 6mm e a agulha efetuou 3 séries de 9 rotações (nian-zhuan).
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para baixo o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, até a junção do cabo com o corpo da
agulha. Segurar firme e puxar a agulha, num só movimento, até o primeiro
patamar.
Retirar a agulha em dois tempos:
Primeiro tempo: levar, rapidamente, a ponta da agulha sob a derme e
deixá-la aí por uma fração de segundo . .
Segundo tempo : tirar rapidamente a agulha e massagear o ponto com o
indicador ou o polegar esquerdos.

! 1

Esquema 4 "O fogo queima na montanha": esquema da versão


- clássica de Shao Shan
Huo.
1 30 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Variante A
Fazer a manobra descrita, de uma ponta a outra, mas substituir, em
todos os níveis, a manobra de rotação (nian-zhuan) pela manobra retirar­
inserir (ti-cha) em tonificação, quer dizer, insere-se a agulha 9 vezes no local,
em cada patamar. Este método é a versão clássica de Shao Shan Huo
(esquema 4).

Variante B
Efetuar rigorosamente a manipulação descrita, de um lado a outro, mas
substituir, em todos os níveis, a tonificação em rotação pela manobra "a
tartaruga procura o ponto", repetindo 9 vezes o movimento do braço em
vai-e-vem ou bate-estaca (ut infra JOa técnica).

Doenças relacionadas
Shao Shan Huo nutre o Yuan Qi das vísceras e trata as doenças do tipo
Vazio e Frio, como Zhong Feng e doenças debilitantes, parestesia e paralisia,
Bi do Vento e da Umidade, membros frios, diarréia. impotência, hérnia,
abdômen doloroso e lombalgia.
Este método pode ser empregado para libertar a Superficie do ataque
do Vento e do Frio, fazendo transpirar.
Exemplos:
- Agulhar Zhongwan RM 12 com este método provoca uma sensação
de calor no estômago e elimina dores abdominais do tipo Frio.
- Agulhar Fengchi VB 20 e Hegu IG 4 fará transpirar e libertará a
Superficie.
- Agulhar Zusanli E 36, Liangqiu E 34 e Xiyan ponto H.M (olho do
joelho), permite, ao esquentar, dispersar o Frio e a Umidade e curar, assim, as
inflamações articulares do joelho provocadas pelo Vento. Frio e Umidade.

7atécnica:
" Refrescar no nível céu"
Tou Tian Liang

Esta técnica, que se poderá chamar "Deixar passar o frescor do céu",


provoca uma reação forte. Ela nos permite associar, numa manipulação
complexa, a componente Dispersão dos métodos lento-rápido (xu-ji),
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 31

retirar-inserir (ti-cha) ou rotação (nian-zhuan), penetrar-inserir (jin-tui),


nove-seis (jiu-liu), abrir-fechar (kai-he).
Esta manipulação só deve ser utilizada nas reg10es musculares
profundas, por exemplo, nos membros e na região lombar.
Freqüentemente. as sensações de frio acompanham a manipulação.

Realização
Depois de ter pego a agulha, deslizar para cima o polegar e o indicador
ao longo do cabo da agulha, sem perder o contato com ele, num percurso de
6mm, aproximadamente.
Atenção: a agulha não sobe, somente os dedos sobem, deslizando.
Inserir a agulha, de uma só vez, numa profundidade suplementar de 6
mm, aproximadamente.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para baixo o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num trajeto de 2 mm, no máximo, sem
perder contato com a agulha.
Atenção: a agulha não desce, somente os dedos é que deslizam para
baixo.
Retirar a agulha lentamente e com força, por 2mm, aproximadamente,
em direção à superficie. Imprimir-lhe um amplo movimento de rotação de 1 80
a 360° da esquerda para a direita, alongando o polegar para si e depois
levando-o ao ponto de partida.
Repetir esse movimento de ir e voltar 6 vezes. Aqui se está no
primeiro patamar.
Manter firma a "garra do tigre" e deslizar para baixo o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato com a agulha.
Retirar a agulha lentamente e com força de 2mm, aproximadamente,
em direção à superficie. Imprimir-lhe um amplo movimento de rotação de 1 80
a 360°, da esquerda para a direita, alongando. o polegar para si e depois
levando ao ponto de partida.
Repetir esse movimento de ir e voltar 6 vezes. Aqui se está no segundo
patamar.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para baixo o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato com a agulha.
Retirar a agulha lentamente e com força, por 2mm, aproximadamente,
em direção à superficie. Imprimir-lhe um amplo movimento de rotação de 1 80
1 32 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

a 360° da e squerda para a dire ita , alo nga ndo o polegar para si e depo is
leva ndo-o ao po nto de part ida .
Repet ir e sse movime nto de ir e voltar 6 veze s. Aqui se e stá no terce iro
patamar .

CÉU
1 I
HOMEM 6
J .;
T����-�� � � � � � �6J L�����=-=�-����=� � ���--- -_�� � = = -
---- - - - - - - - - -
.
- - -- - Ã

Esquema 5 - "Refrescar no nível céu: esquema da versão clássica de Tou Tian Liang.

O percur so total da retirada da agulha , dura nte a manobra , ati ng iu uma


altura de 6mm e a agulha efetuou 3 série s de 6 rotaçõe s ( nia n-zhua n) .
Retirar a agulha num ú nico mov ime nto , seja puxa ndo-a le nta e
u niformeme nte at e' Slla extração total, seja faze ndo-a de screver um movimento
c ónico , puxa ndo-a le nta e u niformeme nte até o fim de sua extração , o que
aume nta o or ific io . Não i ntervir mais no po nto .

Variante A
Efetuar a manobra a nter ior, ma s sub st itu ir , em todo s o s patamare s, a
ma nobra de rotação pela ma nobra retirar- inserir (ti-cha) em d isper são ,
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 33

repetindo 6 vezes o movimento de retirada da agulha em cada patamar. Esta


versão de Tou Tian Liang é considerada como a manobra clássica (esque­
ma 5).

Variante B
Proceder como na manipulação descrita, mas fazer seguir os 6
movimentos de rotação (nian-zhuan) por 6 movimentos de retirar-inserir
(ti-cha).

Doenças relacionadas
O método Tou Tian Liang dispersa o excesso de energia Yang, esconde
a energia ruim e permite tratar as doenças do tipo Plenitude e Calor, como
Zhong Feng de tipo fechado, insolação, hipertermia, delírio verbal, psicose
maníaca, epistaxe, inchaço gengival, corpo quente, fezes secas.
Com a finalidade de refrescar o calor e liberar a Superficie, utiliza-se
também esse método nos ataques de Vento Calor de origem externa.
Exemplos:
- Agulhar Zhongfeng F 4 permite curar a conjuntivite.
- Agulhar Shuidao E 28, Zhongji RM 3, Fuliu R 7, dispersa o calor,
aumenta a diurese e permite tratar as retenções urinárias devidas a uma
Plenitude de Calor da Bexiga.
- Agulhar Dazhui DM H, Feishu B 1 3 , Hegu IG 4 refresca o Calor e
libera a Superficie e permite curar as febres devidas ao Vento Calor de
origem externa.

técnica:
83
Tonificação com obtenção
de uma sensação de .calor

Esta técnica é também conhecida pelo nome "Tonificação fazendo


penetrar o Calor"(Jing Re Bu Fa). Ela nos permite associar, numa
manipulação complexa, a componente Tonificação dos métodos lento-rápido
(xu-ji), rotação (nian-zhuan) ou retirar-inserir (ti-cha), penetrar-retirar (jin­
tui), nove-seis (jiu-liu), rotação (cuo-nian), arranhar (gua), respiração (hu-xi),
abrir-fechar (kai-he).
134 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Realização
Depois de ter pego a agulha, manter firme a "garra do tigre" e deslizar
para cima o polegar e o indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso
de 2mm, no máximo, sem perder o contato com a agulha.
Atenção: a agulha não sobe. Somente os dedos deslizam para cima.
Inserir a agulha lentamente e com força, por 2mm, no máximo, e
imprimir-lhe um movimento de rotação brusco de 90° da direita para a
esquerda, puxando o polegar para si e depois levando-o ao ponto de partida.
Repetir esse movimento de ir e voltar 9 vezes. Aqui se está no primeiro
patamar.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para cima o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato da agulha. Inserir a agulha lentamente, com força, por
2mm, no máximo, e recomeçar a manobra de rotação anterior. Aqui se está no
segundo patamar.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para cima o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato da agulha. Inserir a agulha lentamente, com força, por
2mm, no máximo, e recomeçar a manobra de rotação anterior. Aqui se está no
terceiro patamar.
O percurso total da inserção da agulha durante a manobra atingiu um
máximo de 6mm e a agulha efetuou 3 séries de 9 rotações (nian-zhuan). ·

Depois, descer a agulha uma fração de milímetro e fazê-Ia girar no


sentido da tonificação, enrolando as fibras até imobilizá-las (cuo-nian). Em
seguida, colocar o dedo médio esquerdo na ponta do cabo da agulha e
arranhá-lo 9 vezes de cima para baixo, com a unha do indicador direito (gua).
Retirada da agulha: desenrolar as fibras e retirar a agulha em dois
tempos:
Primeiro tempo: levar, rapidamente, a ponta da agulha sob a derme e
deixá-la aí por uma fração de segundo.
S'egundo tempo: tirar, rapidamente, a agulha e massagear o ponto com
o indicador ou o polegar esquerdo.

N a prática clínica
- A componente tonificação do método respiração (hu-xi) pode ser
adicionada à manipulação. Para obtê-la, deve-se, durante 3 séries de 9
rotações (nian-zhuan), pedir ao doente para expirar pela boca no momento da
componente tonificação das rotações.
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 35

- Durante ou no fim do movimento de arranhar. o paciente deve ter


uma sensação de calor. Assim que for obtido o efeito do calor, concluir e não
repetir a manobra. Não insistir se o calor não aparecer em 20 e até 40
segundos depois do movimento de arranhar.
- Atentar para não confundir a sensação de calor obtida por uma
manobra correta com a mesma sensação obtida por erro quando se atinge um
pequeno vaso perifério, no momento da inserção ou da manipulação da
agulha.

Variantes
I - Substituir a manobra rotação (nian-zhuan) em tonificação pela
manobra retirar-inserir (ti-cha). A respiração, nesse caso, está associada da
seguinte maneira: o paciente inspira pelo nariz e expira pela boca, as
inserções da agulha serão realizadas durante as expirações, enquanto que as
retiradas serão associadas às inspirações.
2 - Depois de ter pego a agulha e obtido o Qi, deve-se pressionar mais
fortemente a "garra do tigre" e praticar uma rotação (nian-zhuan) em
tonificação 9 vezes. Prosseguir com um retirar-inserir (ti-cha) em tonificação
9 vezes. Concluir com uma rotação (nian-zhuan) em tonificação 9 vezes. A
retirada da agulha é feita pelo método já descrito.

Doenças relacionadas
Zhong Feng do tipo aberto com sintoma de debilidade, parestesia e
paralisia crônicas, polaciúria, fezes pastosas, borborigmos abdominais,
diarréia, lombalgia, impotência, espermatorréia noturna. Bi do Vento e da
Umidade que são todos sintomas de Vazio e de Frio.
Este método de punctura é empregado também em casos de doenças
crônicas e em pessoas de constituição tisica frágil.

Exemplos:
- Agulhar Shenshu B 23, Zhibian B 54, Fengshi VB 3 1 , Yinshi E 3 3 ,
Xuehai BP 10, Zusanli E 3 6 , Sanyinjiao B P 6 permite, ao aquecer, assegurar
uma circulação livre nos meridianos e colaterais, bem como tratar as seqüelas
de poliomielite das crianças.
- Agulhar Zhongwan RM 1 2, Tianshu E 25, Qihai RM 6, Yaoshu DM
2, Huiyang B 35 pennite, ao aquecer, curar as dores abdominais e as diarréias
pastosas do tipo Vazio e Frio.
1 36 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

98
técnica:
Dispersão e obtenção
de uma sensação de frio

Esta técnica também é - conhecida pelo nome de "Dispersão, fazendo


penetrar a Água" (Jin Shui Xie Fa). Ela nos permite associar, numa
manipulação complexa, a componente Dispersão dos métodos lento-rápido
(xu-ji), rotação (nian-zhuan) ou retirar-inserir (ti-cha), penetrar-retirar (jin­
tui), nove-seis (jiu-liu), rotação (cuo-nian), arranhar (gua), respiração (hu-xi),
abrir-fechar (kai-he).

Realização
Depois de ter pego a agulha, deslizar para cima o polegar e o indicador
ao longo do cabo da agulha, sem perder o contato da agulha, num percurso de
6mm, aproximadamente.
Atenção: a agulha não sobe, somente os dedos é que sobem,
deslizando.
Inserir a agulha de uma só vez, numa profundidade sup,Iementar de
6mrn, aproximadamente.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para baixo o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato da agulha.
Atenção: a agulha não desce, somente os dedos é que deslizam para
baixo.
Retirar a agulha lentamente, com força, por 2mm, aproximadamente,
em direção à superficie, depois, imprimir-lhe um amplo movimento de rotação
de 1 80 a 3 60°, da esquerda para a direita, alongando o polegar para si e
levando-o ao ponto de partida.
Repetir esse movimento de ir e voltar 6 vezes. Aqui se está no
primeiro patamar.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para baixo o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato da agulha.
Retirar a agulha lentamente e com força, por 2mm, aproximadamente,
em direção à superficie, depois, imprimir-lhe um amplo movimento de rotação
de 1 80 a 360°, da esquerda para a direita, alongando o polegar para si e
levando-o ao ponto de partida.
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 37

Repetir esse movimento de ir e voltar 6 vezes. Aqui se está no segundo


patamar.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar o polegar e o indicador ao
longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo, sem perder o
contato da agulha.
Retirar a agulha lentamente, com força, por 2mm, aproximadamente,
em direção à superficie, depois imprimir-lhe um amplo movimento de rotação
de 1 80 a 360°, da esquerda para a direita, alongando o polegar para si e
levando-o ao ponto de partida.
Repetir esse movimento de ir e voltar 6 vezes. Aqui se está no terceiro
patamar.
O percurso total da retirada da agulha, durante a manobra, atingiu uma
altura de 6mm e a agulha efetuou 3 séries de 6 rotações.
Manter firme a "garra do tigre" e inserir novamente a agulha de uma
só vez, numa profundidade de 6mm, aproximadamente, como se fosse repetir
a manobra de dispersão. Mas, puxar novamente a agulha uma fração de
milímetro e fazê-la girar no sentido da dispersão, enrolando as fibras, até
imobilizá-las (cuo-nian).
Colocar o dedo médio esquerdo na ponto da agulha e arranhar o cabo
de baixo para cima, com a unha do indicador direito (gua).
Retirada da agulha: retirar a agulha num único tempo, quer puxando-a
lenta e uniformemente, até sua extração total, quer fazendo-a descrever um
movimento cónico, puxando-a lenta e uniformemente, até o fim de sua
extração, o que aumenta o orificio. Não intervir mais sobre o ponto.

Na p rática clínica
- A componente dispersão do método respiração (hu-xi) pode ser
adicionada à manipulação. Para obtê-la, deve-se, durante 3 séries de 6
rotações (nian-zhuan), pedir ao doente para inspirar pelo nariz no momento da
componente dispersão das rota9ões.
- No momento de levar a agulha perto da superficie, deve-se ter
certeza de que ela não está presa entre as fibras musculares, desobstruindo-a
através de um pequeno movimento rotativo no sentido oposto.
- Durante ou no fim do movimento de arranhar, o paciente deve ter
uma sensação de frescor ou de frio glacial. Assim que esse efeito for obtido,
concluir a manobra. Não insistir se a sensação de frio não aparecer entre 20 e
40 segundos após o movimento de arranhar.
1 38 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

- Atentar para não confundir a sensação de frio obtida por uma


manobra correta com a mesma sensação por erro quando se atinge um
pequeno vaso periférico, no momento da inserção ou da manipulação da
agulha.

Variantes
1 - Substituir a manobra rotação (nian-zhuan) em dispersão pela
manobra retirar-inserir (ti-cha). A respiração, nesse caso, está associada da
seguinte maneira: o paciente inspira pelo nariz e expira pela boca, as retiradas
da agulha serão realizadas durante as expirações, enquanto que as inserções
serão associadas às inspirações.
2 - Depois de ter pego a agulha e obtido o Qi, deve-se soltar levemente
a "garra do tigre" e praticar uma rotação (nian-zhuan) em dispersão, 6 vezes.
Prosseguir com um retirar-inserir (ti-cha) em dispersão, 6 vezes. Concluir com
uma rotação (nian-zhuan) em dispersão, 6 vezes. A retirada da agulha é
efetuada pelo método já descrito.

Doenças relacionadas
Zhong Feng do tipo fechado, hipertermia, insolação, olhos vermelhos,
ulcerações dos lábios, opressão torácica. fezes secas, constipação, delírio
verbal, loucura, que são todos sintomas de Plenitude Calor.
Exemplos:
- Agulhar Dachangshu B 25, Tianshu E 25, Zusanli E 36,. Fenglong E
40 permite, ao refrescar o Calor e evacuar as fezes, curar as constipações de
tipo secura. .
- Agulhar Jiache E 6, Yifeng TA 17, Hegu IG 4, ao refrescar o Calor e
ao criar o Frio, permite fazer desaparecerem os inchaços devidos às
parotidites.

t o• técnica:
"A tartaruga verde procura o ponto"
Cang Gui Tan Xue

Esta técnica de Tonificação, tal como é descrita pelos clássicos, deve


ser feita sucessivamente no sentido de cada um dos pontos cardinais. Na
prática, é efetuada numa única direção, aquela que corresponde à posição do
acupunturista diante de seu paciente.
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 39

Esta manipulação também pode ser utilizada para se obter o Qi.

Realização
Depois de ter pego a agulha, inseri-la e retirá-la, num percurso de
aproximadamente 2 mm, fazendo-a descrever um movimento circular de
frente para trás, no plano vertical.
Realiza-se essa manipulação, imprimindo à pinça polegar/indicador um
movimento do braço em vai-e-vem ou bate-estaca.
Prosseguir com a manobra até a obtenção do Qi (não mais de um
minuto) ou se se tratar de estimulá-lo, observar o tempo requerido pelo
tratamento.

l la técnica:
O vôo
Fei

O vôo é uma técnica potente de Tonificação e de Dispersão que se


utiliza em caso de fortes dores. Ela é aplicada de forma diferente, dependendo
se se trata de pacjente com tendência à obesidade ou ao emagrecimento.

Realização
- Tonificação:
Depois de ter pego a agulha, deve-se pinçar fortemente entre as
extremidades do polegar e do indicador (fotos 23, 24) e desligar bruscamente
este último do primeiro, como que dando um piparote. Simultaneamente, o
dedo médio se separa da almofada, e a mão se abre (dedos separados).
A agulha, por si só, vibra intensamente, oscilando visivelmente.
Quanto mais importante é a oscilação, mais potente é o efeito (fotos 25a,
25b).
- Dispersão:
Depois de ter pego a agulha, deve-se pinçar fortemente entre as
extremidades do indicador e do polegar e desligar bruscamente este último do
primeiro, como que dando um piparote. Simultaneamente, o dedo médio se
separa da almofada e a mão se abre (dedos separados). Entretanto, a flexão
parcial das articulações interfalangianas proximal e distal do indicador
garante a exatidão da realização da técnica (foto 26).
140 - P RÁTICA DA AGULHA FINA

Foto 23 - "O vôo" em tonificação. Posição de partida.

Foto 24 - "O vôo" em tonificação. Outra posição de partida que pode ser utilizada.
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 41

Foto 25 "O vôo" em tonificação. Abertura da mão.


-

Foto 25a Agulha imobilizada.


-

Foto 25b Dinâmica. Notar a vibração da agulha.


-
142 - PRÁTICA DA AGU LHA FINA

Foto 26 "O vôo" em dispersão. Nessa manobro., não se pode fazer outra coisa senão
-

conservar o indicador dobrado, o que garante a exatidão da manobra.

A agulha, por si só, vibra intensamente, oscilando visivelmente.


Quanto mais importante é a oscilação, mais potente é o efeito.

Na p rática clínica
- Nos obesos, onde a energia do corpo está em Vazio, de­
ve-se, primeiramente, imprimir à agulha um único efeito de toni­
ficação (Bu) em rotação, para a esquerda, depois, um único efeito
de dispersão (Xie) em rotação para a direita. Observar um tempo
de parada de uma fração de segundo e conciliar com a manobra
Fei em tonificação. O conjunto da manobra deve ser realizado num único
lance.
Nas pessoas magras emaciadas, primeiramente imprimir à
agulha um único efeito de dispersão (Xie) em rotação para a direita,
seguido de um único efeito de tonificação (Bu) em rotação para a esquerda.
Observar uma fração de segundo de parada para pinçar a agulha e conciliar
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 43

com a manobra Fei em dispersão. Realizar o conjunto da manobra num


único lance.

123 técnica:
"0 dragão verde agita a cauda"
Cang Long Yao Wei

Esta técnica é um meio potente para fazer circular o Qi até a parte


doente e para tratar fortes dores. O Zheng Jiu Da Cheng a considera como
uma manipulação que "Tonifica o Vazio e faz Difundir o Tépido" (Bu Fa He
Wen San Fa).
"O dragão verde agita a cauda" é a associação dos métodos
agitação-balanço (yao), nove-seis (jiu-liu), abrir-fechar (kai-he) e, às vezes,
obstrução (guan-bi), respiração (hu-xi).

Realização
Colocar a almofada à sua frente, seu centro de frente para a linha
axilar esquerda do corpo.
Praticar uma inserção perpendicular da agulha na profundidade
adequada, ou seja, 1 ,2 cm.
Se se supõe que a dor reside na extremidade esquerda da al­
mofada, deve-se colocar o indicador esquerdo à direita da agulha (ou
seja, a oeste, se se considera que o operador está para o sul) e aplicá-Ia
firmemente.
Formar a llinça com o indicador e o polegar da mão direita e
escorar a extremidade do cabo da ·agulha no ângulo interno formada
pelas polpas desses dois dedos, a agulha não deve ser segurada com força,
mas somente sustentada (foto 27).
Abaixar, então, o cabo da agulha por cima da unha do indica­
dor esquerdo, até que se chegue ao eixo da almofada e paralelo à super­
ficie.
Colocar o anular direito na lateral da almofada. Dessa forma, a ponta
da agulha está dirigida no sentido da afecção.
144 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Apoiando-se no anular, agitar o cabo, perpendicularmente ao ei­


xo da almofada, 9 vezes ou múltiplo de 9, como se "se manipulasse
um remo" . O indicador esquerdo está sob a agulha, do lado do ca­
bo, nunca à sua frente, de modo a permitir ao Qi se dirigir ao local da doença
(foto 28).
Retirar rapidamente a agulha e massagear o ponto.

Na prática clínica
- É importante efetuar a manipulação sobre um ponto bem distante da
parte doente, de modo a lançar o Qi à distância para esta região.
- Prosseguir com a manipulação até que circule o Qi, mas não
ultrapassar um minuto em nenhum caso.
- Se o Qi se recusa obstinadamente a viajar, ajudar sua mobilização
massageando o trajeto do meridiano, com a ajuda da mão esquerda, a partir
do ponto agulha, em direção à afecção a ser tratada.

Variante
O indicador da mão esquerda, em vez de se encontrar à direita da
agulha (oeste), vem se colocar atrás da agulha (norte).
Efetuar o movimento exato da fonna descrita acima, conservando a
curvatura da agulha no eixo da almofada. Dessa maneira, se se desejar, o Qi
terá a liberdade de se deslocar nos dois sentidos.

Doenças relacionadas
Acúmulos verdadeiros ou falsos nos Aquecedores Médio e Inferior
(Zheng Jia Ji Ju), escrófulas, bócio, inchaço articular doloroso, todos provêm
de uma estase do Qi e do Sangue.

Exemplo:
- No caso de dores abdominais provenientes de uma estase do Qi e do
Sangue, se se agulha, por esse método, Zhongwan RM 1 2, Tianshu E 25,
Guanyuan RM 4, Zusanli E 36, Sanyinjiao BP 6 vai-se aquecer e fazer
circular o Qi e o Sangue e contribuir, assim, para o desaparecimento das
estagnações.
MANIPU LAÇÕES DA AGULHA FINA - 145

Foto 27 - " O drug5.o verde agito o cauda". O cabo d a agulha passa p m cima do
indicador esquerdo. A extremidade do cabo está sustentada no ângulo formado pelas
polpas do indicador e polegar direitos.

Foto 28 "O dragão verde agita a cauda". A m5.o direita apóia-se no anular e agita a
-

agulha perpendicularmente ao eixo da almofada, como se ela "manipulasse um remo".


1 46 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

133 técnica:
"O tigre branco balança a cabeça"
Bai Hu Yao Tou

Esta técnica, também chamada: ''a fénix vermelha agita a cabeça"(Chi


Feng Yao Tou), representa um meio potente para fazer circular o Qi. Seu
emprego permite lançar o Qi à distância, no sentido da afecção, a fim de
repercutir como um engatilhar. O Zhen Jiu Da Cheng a considera como uma
técnica de Dispersão (Xie Fa).
"O tigre branco balança a cabeça" é composto pela associação dos
métodos retirar-inserir (ti-cha), agitar-balançar (yao), nove-seis (jiu-liu),
obstrução (guan-bi), respiração (hu-xi), rotação (nian-zhuan).

Realização
Colocar a almofada diante de si. seu centro de frente para a linha
axilar esquerda do corpo.
Fazer uma inserção perpendicular da agulha, numa profundidade
adequada, ou seja, l ,2 cm.
Se se considerar que a afecção reside na extremidade esquer­
da da almofada, deve-se colocar o indicador esquerdo atrás da agulha,
ou seja, ao norte, admitindo-se que o operador esteja voltado para
o sul. A oeste da agulha, a mão direita, orientada a 45° do eixo da
almofada, apóia-se sobre sua eminência hipotenar que faz o papel de
balanço.
Segurar a agulha com três dedos da mão direita (polegar, indicador e
dedo médio) e balançá-la perpendiculannente ao eixo da almofada.
Quando se inclina a agulha sobre o indicador esquerdo, o polegar
direito alonga-se para frente, enquanto a agulha é inserida levemente (fo­
to 29).
Quando se balança a agulha para o outro lado, o polegar está puxado
para trás, enquanto que a agulha sobe levemente (fotos 30, 3 1 ).
Prosseguir calmamente o balanço alternativo da agulha, 6 vezes ou
múltiplo de 6 .
Retirar lentamente a agulha e não intervir mais sobre o ponto.
MANIPU LAÇÕES DA AGULHA FINA - 147

Foto 29 "O tigre branco balança a cabeça". Notar o indicador esquerdo perpen­
-

dicular ao eixo da almofada, a sustentação da agulha pelo polegar, indicador e dedo


médio da mão direita, seu balanço em direção ao indicador esquerdo e o alongamento
do polegar.

Na prática clinica
- O método respiração (hu-xi) pode ser associado na clínica. Para isso,
deve-se pedir ao paciente que respire naturalmente, expirando pelo nariz e
inspirando pela boca. As manobras de dispersão (polegar para frente) cessarão
durante a expiração.
-É importante efetuar a técnica sobre um ponto bem distante da parte
doente.
- Prosseguir a manipulação até que o Qi se manifeste ao longo do
meridiano, mas não ultrapassar um minuto em caso algum.
- Se o Qi se recusa obstinadamente a viajar, ajudar sua mobilização,
massageando o trajeto do meridiano, com a mão esquerda, a partir do ponto
agulhado, em direção à afecção a ser tratada.
1 48 - P RÁTICA DA AGU LHA FINA

Foto 30 - "O tigre branco balança a cabeça". Notar o polegar direito puxado para trás e o
indicador esquerdo perpendicular ao eixo da almofada.

Foto 31 - "O tigre branco balança a cabeça". Mesma posição que a foto 30, vista de um
outro ângulo.
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 149

Doenças relacionadas
Perda de consciência. delírio verbal, agitação e ansiedade com
sensação de calor no peito, loucura, estagnação e raquitismo nos meridia­
nos e colaterais. espasmos, nuca rígida são todos sintomas de Plenitude e de
Calor.

Exemplo:
A punctura de Hegu IG 4, Renzhong DM 26, Fenglong E 40, com esta
técnica, expulsa o vento, transforma os catarros, abre os orificios e, assim,
permite curar as doenças do tipo "psicose maníaca" .·

1 4a técnica:
O Yin escondido no Yang
Yang Zhong Yin Yin Fa

Esta técnica combina. ao mesmo tempo, a Tonificação e a Dispersão.


"Tonificar é Yang, Dispersar é Yin" . O Yin escondido no Yang significa que,
ao tonificar, faz-se tambéni. a dispersão.
Efetuar-se-á uma Tonificação em Superficie. seguida de uma
Dispersão em Profimdidade. Para isso, serão combinados os métodos
lento/rápido (xu-ji). retirar-inserir (ti-cha) e nove-seis (jiu-liu). A Superficie
corresponde à agulha inserida até a metade da profundidade adequada para o
ponto, a Profundidade corresponde à agulha inserida em todo o comprimento
previsto.

�ealização
Para um ponto cuja profundidade solicitada é I cun, inserir a
agulha. de início, a 5 fen de profundidade, afundar lentamente, com
força, e retirar rapidamente, com leveza, 9 vezes ou múltiplo
de 9.
Em seguida, inserir a agulha até 1 cun, afundar rapidamente, com
leveza, e retirar lentamente, com força, 6 vezes ou múltiplo de 6.
Tirar a agulha (esquema 6).
1 50 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

Na p rática clínica
O paciente deve ter uma sensação de calor sob a agulha. no fim da
série Tonificação e, depois, uma sensação de frescor, no fim da série
Dispersão.

Doenças relacionadas
Este método, que consiste primeiro em tonificar e depois em dispersar,
convém às afecções de tipo Frio, nas quais se insere o Calor ou às afecções
de tipo Vazio, nas quais se insere a Plenitude.

Exemplo:
Um doente acometido de paraplegia atrófica, acamado há muito tempo
e sofrendo de mais de uma infecção das vias urinárias tem, todo dia, crises de
hipertermia com calafrios. É um caso de Plenitude inserida no Vazio ou de
Calor i nserido no Frio. Para tratar esse caso, utilizando-se essa técnica.
pode-se agulhar Quchi IG 1 1 , Hegu IG 4, Zhongji RM 3 e Sanyinjiao BP 6.

9T t � - - - - - � - - - - - - -- - - - - -
� J� L - - ----- -
_ _ _ _ _ & , - - - - - -

6� ... - - - - - - - L t... - - - - - - - - - - -
Tonificar depois Dispersar

Esquema 6 - "O Yin escondido no Yang": primeiro tonificar, depois dispersar.


MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA • 151

técnica:
1 58
O Y ang escondido no Yin
Yin Zhong Yin Y ang Fa

Como a anterior, esta técnica combina a Tonificação e a Dispersão.


"Tonificar é Yang, Dispersar é Yin". O Yang escondido no Yin significa que
na dispersão se inclui uma tonificação.
Primeiramente, dispersar-se-á profundamente, depois, tonificar-se-á na
superficie, utilizando-se a associação dos métodos lento-rápido (xu-ji),
retirar-inserir (ti-cha) e nove-seis (jiu-liu).

Realização
Para um ponto cuja profundidade requerida é de I cun, inserir e
afundar com leveza a agulha até essa distância. Efetuar, nessa profundidade,
uma dispersão, afundando a agulha rapidamente e com leveza e depois
retirando-a lentamente e com força. Efetuar essa manipulação 6 vezes ou
múltiplo de 6.
Em seguida, retirar a agulha a 5 fen e efetuar uma tonificação,
afundando-a lentamente e com força e retirando-a rapidamente e com leveza
9 fezes ou múltiplo de 9.
Retirar a agulha (esquema 7).

Na prática clínica
O paciente deve perceber uma sensação de frescor sob a agulha, no fim
da série de Dispersão e depois uma sensação de calor, no fim da série de
Tonificação.

Doenças relacionadas
Este método, que consiste primeiro . em dispersar e em seguida
tonificar, convém às afecções de tipo Calor, nas quais se insere o Frio e às
doenças de tipo Plenitude, nas quais se insere o Vazio.

Exemplo:
Um paciente acometido de reumatismo articular com transpiração e
hipertermia. Assim, depois que a febre passar, suas articulações estão ainda
doloridas, ele está sensível ao Frio e ao Vento e tem necessidade de se cobrir
1 52 - PRÁTICA DA AGULHA FINA

de calor. Esses são os sintomas de "Vazio inserido na Plenitude" ou sinais de


'Frio inserido no Calor" . Será necessário estimular os pontos de acupuntura
seguindo esse método.

- - - - � - - - - - -- rI �:
9T-i- - - - - - - - - - - - - -

��[ J � 1� � �- �-� = � ���-� = � � ��


Dispersar/ para Tonificar

Esquema 7 - "O Yang escondido no Yin": primeiro dispersar, depois tonificar.

1 63 técnica:
"O dragão e o tigre se batem"
Long Hu Jiao Zhuan

Esta técnica mista de Tonificação e Dispersão é destinada a cessar as


dores e provém da associação dos métodos simples: rotação (nian-zhuan) e
nove-seis (jiu-liu).
É interessante observar que "o combate do tigre e do dragão" é
semelhante à combinação de técnicas "o Yang escondido no Yin" e o "o Yin
escondido no Yang" . Entretanto, segundo Yang Ji Zhou, essas duas
manipulações têm por finalida�e tratar o Frio e o Calor e equilibrar o Yin e o
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 53

Yang, e é por isso que eles utilizam o método retirar-inserir (ti-cha), enquanto
que a presente técnica, visando cessar as dores, liberando o Qi dos
meridianos, emprega o método rotação (nian-zhuan).

Realização
Quando se agulham os pontos dos 3 meridianos Yang da mão. dos 3
meridianos Yin do pé e de Ren Mai, sobre esses 7 meridianos, será necessário
girar a agulha 9 vezes, em tonificação, é o que se chama de "o dragão",
depois deve-se continuar girando 6 vezes a agulha. em dispersão, o que se
chama de ''tigre" .
Quando se agulham os pontos dos 3 meridianos Yin da mão, dos 3
meridianos Yang dos pés e de Du Mai, será necessário, primeiramente, girar a
agulha 6 vezes, em dispersão, depois 9 vezes em tonificação.
Com esse método, efetua-se, em alternância, uma tonificação e uma
dispersão, ou seja, um "dragão" e um "tigre", de onde se tira a frase: "o
dragão e o tigre brigam" .
Sobre a almofada, é evidente que se alternará simplesmente as séries
de 9 rotações em tonificação, com algumas séries de 9 rotações, em dispersão.

Doenças relacionadas
Este método tem por finalidade fazer circular e regularizar o Qi dos
meridianos. fazer circular o Ying e o Wei, e é por isso que ela é tão eficaz
para cessar as dores.
SEGUNDA PARTE

MOXIBUSTÃO
E OUTRAS TÉCNICAS
CAPÍTULO I
A moxibustão Jiu Fa

Ling Shu, cap. 7 3 :


"O que não pode ser tratado com
agulha deve ser feito com moxas. "
Yi Xue Ru Men:
''Devem-se aplicar moxas quando os
medicamentos e a acupuntura não
puderam curar. "

O termo moxa, segundo os autores, teria como origem tanto o termo


português mechia (mecha), quanto o japonês mogusa (variedade de artemísia).
e a primeira aparição desse termo no Ocidente teria ocorrido em 1 677.
A moxibustão é certamente a terapêutica chinesa mais antiga, já que a
descoberta do "Tratado de moxibustão dos onze vasos Yin Yang (Yin
Yang Shi Yi Mai Jiu Jing)", na tumba de Ma Wang (Ma Wang Dui), dá o
testemunho da experiência já adquirida no emprego de moxas, mil anos antes
de Nei Jing.
Depois, as obras clássicas fizeram referências às indicações da
moxibustão:
Su Wen (cap. 1 2) : ". . . o resfriamento das 'vísceras traz as doenças de
"repleção ", às quais são adequadas as moxas que vêm do Norte ".
(Cap. 74): "Frio, agora reaquecer":
Ling Sim (cap. l O): "Quando a energia Yang está fraca internamente,
o que se pode ver no pulso fraco, o médico deve utilizar as moxas. "
(cap. 48) : "O Frio bloqueia a corrente sangüínea; aquecendo-a com as
moxas, pode-se eliminar o Frio ".
"Para ptoses ou perdas, usar moxa ".
1 58 - MOXIBUSTÂO E OUTRAS TÉCNICAS

Shang Han Lun: "Fazer sete moxas sobre Shao Yang ".
Zheng Jiu Da Cheng (bastão 9) : "Para conservar a saúde, é necessário
que San Li nunca esteja seco " (ut infra: moxa com cicatriz e indicações da
moxibustão).
Essas obras estabeleceram. assim, as relações entre a moxibustão, a
acupuntura e a fannacopéia:
Ling Sim (cap. 73): '' Quando uma doença não pode ser tratada com
agulhas, deve-o ser com moxas ".
Yi Xue Ru Men: " Devem-se aplicar moxas quando os medicamentos
e as agulhas não puderam curar ".
As moxas (em chinês Jiu: termo que tem o sentido de "queimar")
permitem. pela combustão de diferentes materiais, excitar os pontos de
acupuntura, a fim de regularizar a atividade fisiológica do corpo.
A artemísia é o principal combustível utilizado. mas a partir das épocas
de Jin e Tang. começou-se a associar a ela produtos medicinais que
contribuíram para expadir o campo da moxibustão. Atualmente, observando o
mesmo princípio básico. podem-se tomar os raios solares e a eletricidade
como fonte de calor: são as moxas com calor (Huo Re Jiu).
Partindo da ação dos medicamentos. faz-se uso de produtos ou
preparações diretamente aplicadas sobre os pontos de acupuntura, para que o
poder vesicante desses tópicos produza uma excitação sem calor.
As moxas com calor são as mais freqüentemente empregadas e, na
maioria dos casos, utiliza-se a artemísia como combustível.

MOXAS COM CALOR


A - MOXAS DE ARTEMÍSIA

A artemísia (Aiye), Artemisia vulgaris ou Artemisia argyi, faz parte da .


família das Compositae. É uma planta vivaz, de cheiro penetrante. muito
comum na França. Na China, a melhor vem do Hubei, onde se costuma
colhê-la quando se faz a festa Duan Yang, ou seja, no 5 dia do 5 mês lunar*
(Fig. 30).

* Quando a arkmísia é colhida depois desse período (mi mai), seu cheiro já s e dissipou e seu uso
medicinal fica restrito. Os chineses dizem: "quando passamos artemísia nos cabelos, tomamo-nos
ágeis e fortes". Esta propriedade da artemísia fresca é igualmente conhecida pelos autores
ocidentais: "Artemisia et elelisphacum alligatas qui habeat viator, negatur lassitudinem sentire"
(Pline). "lf a tootman takes mugwort and put it into his shoes in the moming, he may go forty
miles before noon, and not be weary" (Cole: Art of Simpling).
A MOXIB USTÃO - 1 59

Fig. 30 Ramo de artemísía.


-
1 60 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Zhu Dan-xi ( 1 280- 1 3 58) resume a ação da artemísia numa frase: "de
natureza extremamente quente, ela faz circular para baixo, quando empregada
em medicamentos e, para cima, quando empregada em moxas" .

Uso interno da artemísia

Características:
- Sabor picante e amargo.
- Natureza quente.
- Penetra os meridianos do Pulmão, do Fígado, do Baço e dos Rins.

A ção da artemísia:
- Aquece os meridianos e cessa os derramamentos de sangue das
funções vitais.
- Dispersa o Frio e elimina as dores.
- Cessa a tosse, acalma a asma e torna fluidas as mucosidades.

Emprego:
- Útero vazio e frio. esterilidade.
- Dores abdominais das menstruações.
- Leucorréias.
- Lombalgias.
- Opressão toracoabdominal.
- Tosse e asma.

Uso externo da artemísia


Ben Cao-jing diz: "A artemísia tem um sabor amargo, seu Qi é leve e
quente, é parte do Yang no Yin, cura todas as doenças quando empregada em
moxas ".

Emprego:
E m moxibustão, a artemísia permite:
- aquecer e fazer circular o Qi e o Sangue,
- fortificar o Rein Yang (Yuan Yang),
- eliminar o Vento e dispersar o Frio,
A MOXIBUSTÃO - 1 61

- refrescar o Calor e dissipar o veneno,


- vivificar o Sangue e dissolver as estases.

Fabricação do veludo de artemísia:


Depois da colheita, as folhas são separadas dos talos e ramos e
colocadas para secar. Depois da secagem, são esmagadas numa plumagem
fina, semelhante à fibra de algodão, depois são peneiradas para serem
separadas das impurezas.
Para os cones de moxas, o veludo deve ser ainda mais fino e deve-se
retirar as nervuras das folhas, esfregando-as nas mãos, mas deve-se evitar
quebrar as fibras vegetais para não prejudicar a solidez dos cones.
O veludo de artemísia nova, de coloração esverdeada, é muito
inflamável e seu emprego em moxibustão provoca uma dor muito forte. O
veludo de artemísia antiga, de coloração amarelada, perdeu seus bálsamos e,
durante a moxibustão, mantém uma temperatura igual (600 °C}; além disso, o
veludo não se desagrega. Deve-se, então, escolher essa última, como sugere
Meng Zi no Li Lou Pian : "uma doença que dura mais de sete anos deve ser
tratada com a artemísia velha, de três anos ".
O melhor veludo de artemísia deve ter sete anos e ser amarelo. A
sensação de calor que sua moxibustão provoca desaparece e deixa uma
sensação de frescor, comparável àquela da cânfora, enquanto que com uma
artemísia nova, a sensação de queimação persiste.
A artemísia deve ser conservada em sacos de tecido que ficam
pendurados. Deve-se fazê-la secar freqüentemente, para evitar o bolor, a
umidade e o ataque dos insetos.
A moxibustão pode ser efetuada tanto com cones, quanto com bastões
de artemísia.

MOXIBUSTÃO COM O AUXÍLIO DE CONES DE ARTEMÍSIA

Fabricação dos cones de artemísia


O compacto de artemísia, colocado sobre uma superficie plana, é
tomado entre o polegar, o indicador e o dedo médio e modelado em forma de
pequenos cones de tamanhos diferentes.
Os cones grandes têm l cm de altura, . uma base de 0,8 cm de diâmetro
e um peso de l g, aproximadamente. Os cones médios são do tamanho de meia
1 62 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

semente de jujuba, os pequenos têm o tamanho de um grão de trigo. Esses


últimos são reservados à moxibustão dÍreta (Fig. 3 1 ).
Para fabricar estes cones, pode-se utilizar somente o veludo de
artemísia ou o veludo adicionado de substâncias medicinais. Por exemplo,
pegar 90g de veludo de artemísia velha, vaporizá-lo com álcool para
umedecê-lo, adicionar 3g de rosalgar (sulfureto natural de arsênico), misturar
e amassar tudo, depois juntar 0,3g de almíscar, misturar tudo e fonnar os
cones.

Indicações gerais dos cones


A natureza da doença, a localização do ponto a ser tratado determinam
o tamanho e o número de cones a serem utilizados.
Utilizam-se cones maiores e em maior número onde a musculatura é
mais espesSa: cintura, costas, abdômen, ombros, coxas; as menores onde a
musculatura é mais reduzida e a pele mais fina: nuca, extremidades dos
membros.
O menor número utilizado é de I a 3 ; é clássico dizer que o maior
número é de "algumas centenas" .
Devem-se utilizar vários cones nas síndromes Vazio, Frio.
Não se devem fazer moxas na fase inicial das doenças febris.
Existem dois métodos de moxibustão por cones: aquele que coloca o
cone diretamente na pele (moxibustão direta) e aquele que intercala um
produto entre o cone e a pele (moxibustão indireta). Nos dois métodos, a
moxa é acesa por sua parte superior.

Fig. 31 - Cones de artemísia de diferentes tamanhos.


A MOXIBUSTÃO - 1 63

Moxihustão direta

Para que o cone adira ao revestimento cutâneo, utiliza-se um pouco de


álcool para os cones médios e um pouco de suco de alho para os pequenos.
Para fazer o suco, corta-se uma extremidade do dente de alho e esfrega-se na
pele a parte cortada. Deve-se lembrar que o alho irrita a pele e, às vezes, pode
provocar bolhas.
A moxibustão direta é agressiva para a pele. De acordo com o grau de
agressão, distinguem-se três tipos de moxibustão:
- moxibustão sem cicatriz,
- moxibustão com bolha,
- moxibustão com cicatriz.

Moxibustão sem cicatriz


Utilizar um cone médio ou pequeno. Colocá-lo sobre a pele no local
escolhido e acendê-lo. Retirá-lo antes que queime completamente ou que o
paciente sinta queimar. Colocar um novo cone no lugar do primeiro e
acendê-lo também. Não se deve deixar a pele queimar ou deixar aparecer uma
bolha. Com as moxas de tamanho médio, o paciente começa a sentir uma
queimação quando o cone já queimou lf4 ou 2/5 de seu todo, nesse momento
deve-se retirá-lo. Com os cones pequenos, assim que o paciente sentir dor,
deve-se esmagar o cone com a unha e colocar um novo para continuar a
moxibustão.
Esta técnica de moxibustão é empregada para tratar as doenças do tipo
Vazio e Frio, como por exemplo, lombalgia, diarréia, dores abdominais,
impotência, etc. . .

Moxibustão com bolhas


Para este tipo de moxibustão, utilizam-se cones pequenos. Depois de
ter acendido a m�xa, espera-se até que o paciente tenha uma sensação de
queimação e deixa-se a moxa consumir-se por 3 a 5 segundos ainda. Pode-se
formar sobre a pele uma auréola amarela. Aparece uma bolha após 1 a 2
horas. Não se deve furá-la, mas sim deixá-la reabsorver-se sozinha,
protegendo-a com um curativo.
Esta moxibustão é empregada no caso de asma, tuberculose, escrófulas.

Moxibustão com cicatriz


Antes da sessão, colocar o doente numa postçao em que ele fique
tranqüilo e da qual ele não saia mais. Localizar com precisão os pontos
164 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

escolhidos. Untar o ponto com suco de alho e aderir o cone de artemísia.


Acendê-lo e esperar que ele seja completamente consumido para então
substituí-lo por outro. Continuar a moxibustão até que o número de cones
previsto para o tratamento tenha sido utilizado.
Habitualmente, no início da moxibustão, o paciente sente uma dor que
pode ser >violenta. Deve-se dar pancadinhas leves sobre a pele ao redor da
moxa para atenuá-la. Pode-se, antes da sessão, fazer uma infiltração
intradérmica de anestésico sob os pontos.
Quando a moxibustão terminar, o local tratado está queimado e a pele
pode até mesmo ter adquirido uma cor negra. Limpar com uma compressa de
gaze, aplicar um pouco de vaselina ou um unguento e colocar uma proteção
(na China utiliza-se o Qingshui : 1 50 a 200g de mínio cozido em 500g de óleo
de gergelim).
Uma semana após a moxibustão, aparece uma supuração abacteriana
de cor esbranquiçada no nível dos pontos. Esta cor deve ser observada, porque
se houver uma infecção, ela tornar-se-á amarelada ou esverdeada. Durante o
período da supuração, colocar o unguento e trocar o curativo todos os dias. O
local cicatriza-se ao fim de 6 semanas.
Se não se der a supuração, far-se-á, diariamente, por 2 ou 3 dias, uma
moxibustão de bastão de artemísia de 5 a 1 O minutos sobre o ponto.
Este método que provoca queimadura, supuração e cicatrização é
pouco utilizado atua1mente. Dá, no entanto, excelentes resultados, nos
seguintes casos:
- asma: moxas sobre Fengmen B 1 2, Feishu B l 3, Gaohuang B 43.
Shanzhong RM 1 7,
- úlceras gastroduodenais e edemas: moxas sobre Shuifen RM 9,
Guanyuan RM 4, Qihai RM 6, Zusanli E 36.
- impotências e diminuição da capacidade sexual dos homens: moxas
sobre Qihai RM 6, Zusanli E 36,
- manutenção da saúde e com finalidade preventiva: moxas sobre
Zusanli E 36, Gaohuang B 43, Qihai RM 6.

Notas sobre as moxas diretas


1 - É muito importante a localização do ponto. Para medir as
distâncias, pode-se ter a ajuda de um compasso de ponta seca ou de um fio,
para medir e marcar o local do ponto sobre a pele, com um lápis
dermográfico. Como referência da distância, toma-se a segunda falange do
dedo médio da mão esquerda do homem e a da mão direita da mulher.
A MOXIBUSTÃO - 1 65

Quando o paciente tiver que ficar sentado, tomar as medidas nessa


posição; quando tiver que ficar deitado, as medidas devem ser tomadas nessa
posição.
2 - O paciente deve estar confortavelmente instalado, de modo a não
sentir necessidade de mudar de posição.
3 - O paciente deve ser advertido da percepção de calor e da dor
eventual. Deve-se notar que a dor é melhor tolerada pelas mulheres do que
pelos homens.
4 Para diminuir o tamanho da cicatriz, pode-se manter para a moxa a
-

forma "de semente" . Mas esta forma é instável e a moxa corre o risco de
virar.
5 - A moxa direta é acesa com um bastãozmho de incenso. A mão
direita deve ficar bem firme, porque a moxa é pequena; deve-se ter a maior
atenção quando se emprega a forma "de semente".
6 A moxa queima de cima para baixo e o momento mais doloroso é
-

aquele em que a moxa toma-se branca e assemelha-se a uma bola de cinzas


esbranquiçadas. É nesse momento que se deve dar tapinhas ao redor do ponto,
para diminuir a dor.
Para reduzir a dor, deve-se primeiramente fazer uma moxa bem
pequena, porque quando ela tiver queimado, a pele estará morta e as
sensações serão menos vivas. Geralmente, a progressão no tamanho das
moxas, para os homens, será: pequena, média, grande e para as mulheres:
pequena, pequena, média.
7 - Nas moxas sem cicatriz, como os cones não são inteiramente
queimados, pode ser necessário aumentar o número de moxas para se obter
um resultado terapêutico.
8 Como se utilizam sucessivamente vários cones, quando o primeiro
-

for consumido, tira-se o excedente de cinza e depois coloca-se o cone


seguinte sobre a cinza que ficou aderida à pele, e assim por diante.
9 - Quando a moxibustão tiver terminado e a ferida tratada, o paciente
deve evitar de fazer exercícios e de tomar friagem. Nos dias seguintes, não
deve tomar banho, nem molhar os locais onde se fez a moxibustão. Se houver
uma bolha, não se deve furá-la.
10 - As moxas diretas aceleram o pulso, dão apetite, harmonizam, dão
vontade de dormir e provocam, às vezes, uma febrícula. É por isso que uma
sessão anual de moxa direta é suficiente para um homem de 50 anos para
conserv�r sua saúde e prevenir debilidade do Yang dos Rins.
1 1 - Nas mulheres que não têm perturbações de menstruação ou que
não são tratadas por uma afecção dessa natureza, é preferível não praticar a
moxibustão durante as regras.
1 66 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

12 As moxas diretas podem tonificar ou dispersar, mas são mais


-

tonificantes que dispersantes.


O Ling Shu (cap. 5 1) lembra que para tonificar, é preciso deixar a
moxa consumir-se lentamente e que, para dispersar, deve-se, desde que se
acende a moxa, estimular sua combustão para que ela se consuma
rapidamente.

Moxibustão indireta

Na moxibustão indireta, intercala-se uma substância medicamentosa


entre a pele e o cone de moxa. O efeito obtido é dobrado. Por um lado, a ação
do medicamento se conjuga ao da moxibustão, por outro, a propagação do
calor é mais constante que na moxibustão direta. O emprego desse método é
particularmente adequado às doenças crônicas e às infecções e ulcerações do
revestimento cutâneo.
Embora Wang Xue Tai, da Academia de Pesquisa em Medicina
Tradicional de Pequim (Zhong Yi Yuan Beijing) tenha recenseado 37
variedades de moxibustão indireta: descrevemos somente 1 1 modalidades.

1 - Moxa de alho (AIIium sativum)


Existem 2 técnicas diferentes: a moxa com uma lâmina de alho (Ge
Suan Jiu) e a moxa com a pasta de alho (Suan Ni Jiu).

Moxa com fatia de alho


Cortar de um dente de alho, uma fatia de 0,5 a 1 fen (3mm) de
espessura. Fazer pequenos furos e colocá-la sobre o ponto de acupuntura ou
sobre a região a ser tratada. Por cima, colocar um pequeno cone de moxa e
· acendê-lo.
Quando o cone tiver queimado completamente, adicionar um outro
cone, e assim por diante, até atingir o número de moxas desejado (em geral de
3 a 6).
·
A fatia deve ser trocada quando estiver seca. No fim da moxibustão, a
pele está vermelha e úmida, e o paciente tem uma sensação de descanso. Não
deve haver nem dor, nem bolha.

Ação:
Refresca o Calor, elimina as toxinas, vivifica o Sangue, dissolve os
acúmulos, acalma a dor, faz desaparecer os inchaços.
A MOXIBUSTÃO - 1 67

Emprego:
Funínculo, antraz, estágio inicial das infecções piogemcas da pele,
picadas de insetos e de cobras, fase inicial das úlceras cutâneas, tuberculose
óssea, escrófulas.

Moxa de pasta de alho


Quando a superficie a ser tratada é mais importante, o alho é reduzido
a pasta para se fazer um emplastro do tamanho da superficie em questão e da
espessura de 3 mm. Fazem-se alguns furos nesse emplastro, com ele recobre-se
a parte a ser tratada e sobre ele coloca-se uma moxa bastante grande.
Continua-se a moxibustão até que o emplastro esteja seco.
O emplastro de alho pode ser preparado antecipadamente e posto para
secar no calor. Nesse caso, antes de ser utilizado, deve-se mergulhá-lo no
vinagre.

2 - Moxa de cebolinha (Ailium tuberosum) Jiu Cai Jiu


Utilizar cebolinhas inteiras, inclusive o bulbo (parte branca).
A utilização e as indicações são similares às das moxas de alho.

3 - Moxa de acônito (Fu Zi Jiu)


Utiliza-se a raiz do acônito preparado (Aconitum carmichaeli
preparado). Existem duas fórmulas diferentes: o emplastro de acônito e a
lâmina de raiz de acônito.

Emplastro de acônito
Separar a quantidade necessária de raiz de acônito preparado, reduzi-la
a , pó, umedecê-la com água ou preparado de vinho e, com ela, fazer um
emplastro de tamanho da superficie a ser tratada e de 3 mm de espessura.
Fazer alguns furos no emplastro e colocá-lo no local em questão. Colocar uma
moxa média sobre o emplastro e acendê-Ia. Quando o paciente sentir a dor da
queimadura, tirar a moxa e substituí-Ia por outra. Continuar a moxibustão até
que o emplastro esteja seco.

Ação:
Aquece os Rins, fortifica o Yang original (Yang dos Rins), restabelece
a debilidàde, cessa a transpiração, renova as células, elírnina o que está
"podre".
1 68 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Emprego:
Medicina interna: Rins em estado de Vazio, impotência, ejaculação
precoce, Yang em estado de Vazio e transpiração espontânea. Debilidade por
Vazio, insuficiência cardíaca. Pelve fria e dolorosa. Baço-Estômago Vazios e
Frios. Diarréia. Bi devido ao Frio.
Medicina externa: úlcera cutânea crónica supurante que não cicatriza,
fistulas. Muito eficaz por agilizar as cicatrizações.

Fatia de acônito
No início das úlceras de pequena dimensão, pode-se substituir o
emplastro por algumas lâminas de raízes de acônito preparado, de 2 a 3 mm de
espessura. Os cones de moxa serão de pequena dimensão e a técnica é similar
à empregada para as moxas sobre fatias de alho.

4 - Moxa de gengibre (Ge Jiang Jiu) Zingiber officinale fresco


Cortar uma fatia de gengibre fresco de 5mm de espessura. Furá-la em
vários pontos com uma agulha grossa. Colocar essa fatia sobre . o ponto ou
parte a ser tratada. Por cima, colocar um cone de artemísia e acendê-lo (Fig.
32). Quando o paciente experimentar uma sensação de queimação, tirar o
cone e substituí-lo por um outro. Continuar até que a fatia esteja seca.
Se a fatia secar antes que o número de cones previsto tenha sido
queimado, colocar uma nova fatia sobre a primeira.
Quando a moxibustão tiver terminado, o paciente terá sensação de
descanso e a pele estará vermelha e úmida. Não deverá haver bolha.

Emprego:
Dispepsia, abdômen doloroso, diarréia, espermatorréia, ejaculação
precoce, dores reumáticas (Feng Shi Bi) que pertencem às Divisões Clínicas
de Vazio-Frio.

5 - Moxa de pimenta branca (Bai Hu Jiao Jiu)


Separar uma quantidade razoável de pimenta branca, misturá-la com
farinha e com isso fazer um emplastro de 2cm de diâmetro por 2mm de
espessura. Fazer uma depressão no centro do emplastro e colocar aí algumas
pitadas do seguinte pó composto:
Syzygium aromaticum (Ding Xiang): cravo da Índia,
Moschus moschiferus (She Xiang): almíscar,
A MOXIBUSTÃO - 1 69

Cortex cinnamomum (Rou Gui ) : casca de cinnamornurn cassia.


Colocar o cone de rnoxa sobre esse pó.

Indicações:
Bi do Vento, do Frio, da Umidade. Parestesia e paralisia da face.

6 - Moxa de grão de soja fermentada


Existem 2 formas:
- simples
- com componentes medicinais.

Forma simples
Fazer um emplastro com a pasta de grão de soja fermentada, e sobre
ele colocar a moxa.

Fig. 32 - Moxibustão indireta sobre lâmina de gengibre . .

Indicações:
Funínculos, ulcerações cutâneas.

Forma com componentes medicamentosos


Triturar e misturar os seguintes ingredientes:
Pasta de grão de soja fermentada,
1 70 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Zanthoxylum schinifolium,
Zingiber officinale (fresco),
Sal marinho,
Allium fistulosum (a parte branca).
Com essa pasta, fazer um emplastro de 2mm de espessura e 5mm a
2cm de diâmetro. Fazer furos no emplastro. Sobre ele colocar uma moxa
média e acendê-la.

Indicações:
Fmúnculos, antraz, infecção cutânea piogênica inicial.

7 - Moxa de loesse (Huang Tu Jiu)


O loesse é uma variedade de limo calcário de partículas muito finas. A
marga ou a argila muito finas podem ter a mesma utilização.
Impregnar de água um pouco de argila purificada e com ela fazer um
emplastro de 3 cm de diâmetro por 2mm de espessura. Fazer vários furos no
emplastro, colocá-lo no local a ser tratado e fazer queimar várias moxas
grandes, uma após a outra.

Indicações:
Funínculos, antraz, particularmente nas costas.

8 - Moxa de cebola (Ge Gong Jiu) (Allium fistulosum)


Dispor sobre o abdômen, ao redor do umbigo, fatias de cebola branca e
por cima delas colocar cones grandes de moxa para queimar simultânea ou
sucessivamente.

Indicações:
Colapso, flatulência, dores abdominais do tipo Frio, anúria, retenção
urinária.

9 - Moxa Ge Xie Jiu (Allium macrostemon chinense)


Mesma preparação e mesmas indicações da moxa de cebola.

1 0 - Moxa de ramo de artemísia


Existem 2 métodos: aquele dito "de ferro de passar" e aquele "de raios
solares".
A MOXIBUSTÃO - 1 71

Estes métodos são empregados para as afecções do tipo Vazio-Frio, as


paralisias flácidas e os Bi.

Moxa "de ferro de passar " (Yun Jiu)


De maneira uniforme, dispor um pouco de veludo de artemísia sobre o
ponto a ser tratado. Recobrir com vários pedaços de tecido, depois colocar em
cima um ferro quente.
Este método combina os efeitos da artemísia e os do calor do ferro de
passar.

Moxa de raios solares (Ri Guang Jiu)


Dispor unifonnemente um pouco de veludo de artemísia sobre o
abdômen, depois expô-lo aos raios solares durante I O a 20. minutos. Isso
combina os efeitos da artemísia e os do banho de sol e é adequado,
particularmente, às debilidades constitucionais crônicas, às alterações da
pigmentação da pele e ao raquitismo em crianças.

11 - Moxa sobre o umbigo


Podem ser utilizadas numerosas preparações. Descrevemos três delas:
- a moxa de sal marinho,
- a moxa de cróton,
- a moxa de pó medicinal.

Moxa de sal marinho


Pegar sal marinho fino, em quantidade suficiente para encher o
umbigo. Passá-lo no fogo, para tirar sua umidade e evitar que o calor da moxa
o faça estalar.
Colocar uma gaze sobre o umbigo e enchê-lo de sal. Colocar uma
moxa grande sobre o sal e acendê-la. O número de moxas depende da doença
e do estado do paciente.

Ação:
Refresca o calor, elimina as toxinas, fortifica o estômago e os
intestinos. Faz voltar o Yang, leva remédio ao sentido oposto, sustenta a base
e impede a debilidade.
1 72 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Indicações:
Gastroenterite aguda, desarranjos intestinais, vômitos, doenças crônicas
do estômago e dos intestinos, prolapso anal, colapso devido a um Zhong
Feng.

Fig. 33 Moxa sobre o umbigo com sal, cebolinha, almíscar e fatia de gengibre. O cone
-

de artemísia é subs.tituído por um pedaço de bastão furado no centro para permitir que a
fumaça desça e seja melhor absorvida.

Notas:
- Para os pacientes que têm um Vazio de Yang dos Rins, com edema�.
ascite, retenção urinária ou problemas cardíacos, adicionam-se ao sal
diferentes medicamentos, por exemplo (do menos para o mais eficaz) :
pimenta branca e fatia de gengibre,
cebolinha,
cebolinha e almíscar,
A MOXIBUSTÃO - 1 73

cebolinha, almíscar e fatia de gengibre.


(A fatia de gengibre deve ter vários furos feitos com agulha).
- Quando o umbigo não é muito côncavo, é importante fazer ao seu
redor uma coroa de massa (farinha e água), ou de argila, ou de massa para
modelar.
- O cone de moxa pode ser substituído por um pedaço de um bastão
grande de artemísia ( lcm equivale a I cone). Nesse caso, o cilindro pode ser
parcialmente furado no centro, de modo a permitir que a fumaça desça e seja
melhor absorvida. É este o método que praticamos habitualmente (Fig. 3 3 ).
- No caso de dores menstruais, podem-se aplicar moxas com erva
Saussurea lappa. É importante determinar com cuidado se as dores são de tipo
Vazio ou de tipo Plenitude. Dores pré-menstruais são, geralmente, considera­
das como dores de tipo Plenitude. Nesse caso, deve-se reequilibar com
agulhas. As dores pós-menstruais são comumente atribuídas a um estado de
Vazio, o que permite fazer moxas sem receio.
- Se. depois das moxas no umbigo, o paciente tiver uma sensação
grande de calor ascendente, deve-se fazer-lhe uma moxa no Zusanli E 36 para
reequilibrá-lo.
- Depois das moxas, pode-se dar ao paciente um copo de suco de maçã
ou de cidra.

Moxa de cróton (Ba Dou Jiu) Croton tiglium


2 métodos:
I - Separar pó de rizoma de Coptis chinensis e 7 frutos de cróton sem
a casca. mas com o óleo. Juntar e esmagar num pilão, até obter uma massa. Se
a massa estiver seca, é o excesso de pó de Coptis; será necessário colocar
algumas gotas de água.
Coloca-se essa pasta no umbigo e por cima acendem-se moxas.
2 - Pegar I O frutos de cróton, esmagar. juntar 3 g de farinha para uma
massa que será colocada ao redor do umbigo. Fazer consumir 7 moxas do
tamanho de um grão de soja, até obter borborigmos intestinais. Nesse
momento, continuar com uma moxa de cebola (Allium fistulosum) ou com
uma moxa de "ferro de passar" (ver acima). Utilizar essas moxas até que se
sinta um calor no corpo. Completar com a absorção de um cozimento
composto de:
3 g de pó de Aconitum cannichaeli (preparado),
I lâmina de Zingiber officinale (fresco),
3 grãos de sal marinho,
6 g de pó de Wu Ji (Wu Ji San).
1 74 - MOXIBUSTÂO E OUTRAS TÉCNICAS

Esta decocção será tomada 3 vezes ao dia. Sua absorção pode provocar

...................
uma ligeira transpiração.

Fórmula do pó de Wu Ji:

J
Angelica sinensis .
Ligusticum Wallachii . . . . . . . . . .. ...... .. .. .
. ... .... ... ..... .
. . ....... .. ââ 2,5 g
Paeonia alba . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Poria cocos ....................................................................

Platycodon grandiflorum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

l
Atractylodes sinensis . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Angelica dahurica . . . . . .. . . . . . ........................................... . 1,8 g
Magno lia officinalis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Citrus reticulata . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . M

................... ... .. .. .....


.

Citrus aurantium. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .................................. .

Ephedra sinica

]
.

Pinellia temata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . ââ l .2 g
Cortex Cinnamomum cassia ...................................... .
Zingiber officinale sec . . . . . ... . . ..... .... ... ... .... ... ..... ....... ..
J
. .

Glycyrrhiza uralensis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ................................ ââ 0,9 g

Indicações:
Dispepsia, dores gástricas de tipo Frio, digestões dificeis.

Moxa de pó medicinal (Zheng Qi Fa)

Fórmula:
Fezes de Trogopterum . . . . . . .......................................... . 24 g
Sal tnarinho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....................................... . 15 g
Boswellia carteris . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3g
Commiphora myrrha . . . . . . . . . . . . . . : . . . ........ ....... .. .... .. . ..
. . ......

Vespertilio superans (levemente tostada) . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Allium fistulosum sec . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6g


Akebia quinata . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9g
Moschus mosciferus . . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,2g
A MOXIBUSTÃO - 1 75

Reduzir tudo a pó fino. misturar uma parte desse pó com a farinha.


umedecer com água, fazendo uma massa de contorno, que será colocada sobre
o umbigo. Essa massa deve contornar todo o umbigo. Colocar, 6g do pó
anterior no meio da moldura de massa, recobrir com uma rodela do tamanho
de uma moeda, feita da casca de Sophora japonica e depois fazer queimar as
moxas. Empregar moxas no mesmo número da idade da pessoa. Colocar
novamente o pó depois da combustão de cada moxa.

Indicações:
Acumulação de Frio-Vazio, debilidade constitucional. Tonifica o Baço
e o Estômago, aumenta a capacidade de resistência às afecções, aumenta o
poder profilático do organismo.

MOXIBUSTÃO COM O AUXÍLIO DE BASTÕES DE ARTEMÍSIA

O uso dos cilindros de artemísia, também chamadas bastões ou cigarros


de artenúsia, iniciou-se na época Ming. O bastão de artemísia vem dos
bastões medicinais que se denominava também de flechas de fogo. Este
método de moxibustão pode ser realizado, seguindo as técnicas da
"cauterização suspensa (Xuan Qi Jiu)" e da "cauterização com auxílio do
bastão (Shi 'an Jiu)".
A técnica "da cauterização suspensa" é geralmente realizada com os
bastões comuns, enquanto que a técnica "com o auxílio do bastão" pede o uso
de bastões medicinais.
Qualquer que seja a técnica empregada, este método pode ser
considerado como uma moxibustão indireta.

Fabricação do bastão de artemísia


Material necessário:
- veludo de artemísia
- fita adesiva
- uma caixinha de madeira leve, mas áspera (tipo compensado leve),
nas seguintes dimensões: 24 cm de comprimento, 1 8 cm de largura, 8 cm de
altura
- papel grosso, marrom, de embalagem (tipo kraft)
1 76 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

- um bastãozinho em madeira dura. de 34 cm de comprimento e 1 , 5 cm


de diâmetro
- cola de papel, uma fita adesiva larga, bem resistente
- papel enrolado como cigarrinhos de 1 8 cm x 18 cm (podem ter outras
dimensões parecendo folhas de formato muito pequeno). Na falta, pode-se
utilizar papel de arroz, mas ele solta muito mais fumaça.

Preparação:
Cortar uma tira de papel de embalagem de 30cm de comprimento e 1 8
c m de largura. Colocá-la sobre a caixinha, a largura do papel deve coincidir
com a da caixinha. O papel deve ultrapassar 2 cm no comprimento,
aproximadamente. depois dobrá-lo e diminuí-lo de acordo com a altura da
caixinha, e colá-lo com fita adesiva.
Enrolar a extremidade livre do papel sobre o bastãozinho, centrali­
zando-o bem. Dar uma ou duas voltas bem apertadas e certinhas e colar. É
necessário colar o papel sobre a madeira e depois o papel sobre si mesmo. O
bastãozinho deve ser enrolado por baixo, de modo que durante o enrolamento,
encontre-se entre o papel e a superficie da caixa. Deixar secar por uma hora.
aproximadamente.
O bastãozinho preparado assim constitui o cabo do aparelho.

Confecção do bastão:
Colocar o veludo de artemísia sobre � papel, ao longo do cabo, sobre
toda a largura do papel . Reparti-lo uniformemente, como para enrolar um
cigarro à moda antiga. Avançar sobre o veludo, passando com o cabo por
cima (Fig. 34a).
Segurar as duas extremidades do cabo e girá-lo no sentido do
enrolamento natural do papel. Dar 2 ou 3 voltas, bem apertadas, o veludo
ficará enrolado e comprimido (Fig. 34b). Com a extremidade chata de um
'
lápis, amontoar cada lado do bastão assim formado.
Pegar a folha de papel engomada de 18 cm x 8 cm, colocá-la sob o
cabo e inseri-la profundamente. Colar a borda livre ou umedecer se já estiver
engomada.
Retomar o enrolamento do cabo no mesmo sentido, até que o papel
engomado tenha desaparecido, tendo enrolado a artemísia. Manter no lugar
por alguns segundos e depois liberar o bastão.
A MOXIBUSTÃO - 1 77

Fi g . 34 Confecção do bastão de artemísia


·

Fig . 34a Primeira etapa : colocação do veludo de artemísia no lugar.


·

Fig . 34b Segunda etapa: enrolamento dó cabo para apertar a artemísia.


-

Colar a borda externa das extremidades e fechar, diminuindo-as com a


unha do polegar. Pintar de branco toda a supérficie do bastão, a fim de
conservar o Qi da artemísia no interior.

Medicamentos utilizados na moxibustão com bastão


De modo geral, em toda moxa com bastão, põe-se um pouco de
almíscar (Moschus moschiferus). Mas, podem-se empregar outros produtos,
por exemplo, a associação:
casca de Cinnamomum cassia
Zingiber officinale seco
1 78 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

fios Caryophili
Saussurea lappa
rizoma de Angelica pubescens
rizoma de Angelica dahurica
rizoma de Atractylodes chinensis
Asarum sieboldii
sulfureto de arsênico (rosalgar)
Boswellia carterii
Commiphora myrrha
Zanthoxylum piperirum
Estes medicamentos são reduzidos a pó, e 3 g desse medicamento são
misturados com a artemísia. Nesse caso, a espessura do papel será tripla.
Outras substâncias podem ser introduzidas nos bastões medicinais, por
exemplo:
Aquilaria agallocha
E nxofre
Notopterygium incisium
Manis pentadactyla (cascas)
Eucommia ulmoldes (casca)
Citrus aurantium
Artemisia capillaris
Mylabris phalerata
Prunus persica (casca)
Ligusticum wallichii (rizoma)
Buthus martensi
Croton tiglium
Gleditsia sinensis
Pinus massoniana Lamb.

Moxibustão suspensa (Xuan Qi Jiu)


Utiliza-se um bastão de artemísia comum, ou, às vezes, um bastão onde
se inseriram medicamentos. O prático acende o bastão e o coloca sobre um
ponto de acupuntura. A pele deve sentir um calor, mas não deve ser
queimada, de forma alguma. A operação dura de 5 a 1 O minutos, em geral.
A MOXIBUSTÃO - 1 79

Indicações gerais
A moxibustão suspensa pode ser empregada nos quadros clínicos de
Baço-Estômago Vazios e Frios. nos casos de impotência masculina, nas
disenterias, cistites e no baixo ventre frio e doloroso, bem como nos casos de
artrites reumáticas, parestesias e paralisias.

Pegando o bastão de moxa


a) O bastão de artemísia é sustentado entre o pol egar, o indicador e o
dedo médio da mão direita, como se se segurasse uma caneta. O dedo mínimo
deve-se apoiar próximo ao ponto a ser cauterizado. Assim, evitam-se os
t remores do pulso do prático e o cansaço ocasionado por uma moxibustão
prolongada.
b) Segura-se o bastão de artemísia entre o polegar e o indicador, e o
dedo médio apóia-se próximo ao ponto a ser cauterizado.

Diferentes métodos de moxibustão


Moxibustão com calor moderado e constante (Wen He Jiu)
Aproximar a ponta acesa do ponto a ser tratado, a uma distância da
pele de aproximadamente l a 2 cun. De acordo com a reação do paciente que
deve sentir o calor, mas não dor, é que se vai aproximar ou distanciar da
extremidade incandescente da moxa (Fig. 3 5).

Fig. 35 - Sustentação do bastão de artemísia: moxibustão com calor moderado e


constante.
1 80 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Durante a sessão, a distância será modulada em função das sen­


sações experimentadas pelo paciente. Em geral, aquecem-se os pontos
até que a pele esteja vermelha e congestiva, mas sem a aparição de
bolhas.
Não se deve aproximar demais a ponta incandescente da pele, porque,
nesse caso, a dor obrigaria a cessar a moxibustão. Logo, se o importante é
aquecer, a operação deve durar um certo tempo.
Este método resgata os Jing Luo e elimina o Frio ruim.
Moxibustão "bicada "(Que Zhuo Jiu), também chamada moxibustão
subida e descida
Colocar a ponta incandescente da moxa sobre o ponto, a 2 cun de
distância da pele, aproximadamente. Por um movimento de subida e descida,
como um frango que bica o grão, levantar e abaixar sucessivamente a
extremidade incandescente do bastão (Fig. 36). Deve-se controlar atentamente
a duração da moxibustão (em geral I a 2 minutos, raramente mais de 5
minutos), e cuidar para que a extremidade incandescente não se aproxime
muito da pele, para evitar uma queimadura.

Fig. 36 - Sustentação do bastão de artemísia: moxibustão "bicada".


A MOXIBUSTÃO - 1 81

Indicações:
Perda de consciência, síncope, Bi do Vento, da Umidade e do Frio.

Moxibustão tipo "passar roupa ,.(Yun Re Jiu)


Colocar a parte acesa do bastão a uma distância de l cun da pe­
le, aproximadamente. Fazer um movimento de vai-e-vem na horizontal
sobre o ponto a ser cauterizado, como se se passasse uma roupa. O bastão de
moxa deve ficar paralelo ao plano da pele. Duração da moxibustão: 5 a 1 0
minutos.

Indicações:
Doenças de pele, dermatoses, frieiras, Bi da Umidade e do Vento sobre
uma grande superficie, paralisia e parestesia.

Conselhos:
·
- Parar a moxibustão quando a parte tratada está hiperêmica.
É possível fazer uma ou duas moxibustões por dia, no mesmo local .
- Se se deseja aumentar a difusão do calor, não se deve aproximar
muito o bastão da pele, porque se o doente ficar com uma queimadura, será
necessário interromper o tratamento, sem se ter podido prolongar o
aquecimento durante o tempo necessário.
- Se se quiser fazer penetrar o calor, emprega-se a técnica "bicada" e
pressiona-se sobre o ponto com a mão esquerda, a fim de fazer penetrar o
ca�or. Esta técnica é muito boa para aliviar as dores causadas pelo frio.
- Quando for necessário aquecer toda a região, particularmente nas
doenças da pele, pode-se aplicar o método do tipo "passar roupa", de uma
maneira circular, ou seja, partindo-se do exterior, descrevem-se círculos que
se vão estreitando para chegar ao centro da zona a ser tratada. Chegando-se
ao centro, levantar a moxa e recomeçar, partindo-se do exterior. Não é
necessário girar no sentido horário.
- Na moxibustão suspensa:
A tonificação se faz pelo método "bicada", fechando-se o ponto para
fazer penetrar o calor. É importante conservar os dedos da mão esquerda
próximos ao ponto a ser tratado, a fim de se avaliar o grau do calor e de se
evitar uma queimadura.
1 82 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

A dispersão pelo método suspenso é realizado, descrevendo-se um


círculo numa distância constante do ponto a ser tratado (Fig. 37). Não se deve
fechar o ponto com a mão.

Fig. 37 Dispersão pelo método da moxibustão suspensa.


-

Técnicas 11essoais da moxibustão suspensa


Sempre trabalhar com 2 bastões por vez.

a) Moxa em tonificação sobre um ponto preciso


Coloca-se toda a mão esquerda cobrindo a epiderme, o dedo médio
designa o ponto a ser cauterizado.
A mão direita segura os 2 bastões, como 2 lápis, um ao lado do outro,
e coloca as pontas incandescentes sobre o ponto a ser cauterizado, numa
distância de l cm, aproximadamente. Esta mão permanece sobre o paciente
pela eminência hipotenar.
Para cauterizar, deixar as pontas incandescentes sobre o ponto por
·
1 segundo. Com um movimento preciso, suspender os dois bastões,
oscilando a mão sobre a eminência hipotenar, mantendo o contato com o
A MOXIBUSTÃO - 1 83

corpo do paciente. Deixar os dois bastões no ar por 1 segundo e reco­


locá-los sobre o ponto em tratamento. Fazer uma série de movimentos bem
ritmados.
Nas três cauterizações, cobrir o ponto aquecido com os dedos da mão
esquerda e resfriá-lo, assim, por 2 a 3 segundos.
Ao fim de 6 a 7 minutos, esta manobra provoca uma sensação de calor
penetrante que tende a se . tomar insuportável. Nesse caso, deve ser
interrompida.
Deve-se aquecer até que se obtenha uma placa vermelha, mas nunca
atingir o estágio da queimadura. Em caso de queimadura, cobrir a zona
afetada com azeite de oliva.

b) Moxibustão em difusão
Com o auxílio de 2 bastões, aquecer a região do ponto (ou dos pontos)
com um grande movimento circular.
Colocar a mão esquerda não muito longe da região a ser cauteriza­
da. A mão direita segura os bastões de moxa, da forma descrita
para a tonificação, sem perder o apoio; ela aquece a região do ponto (ou dos
pontos) a cauterizar, num movimento longo e circular, começando pelo
centro.
Esta manobra provoca uma sensação de bem-estar, de relaxamento da
região tratada.

c) Cauterização dos pontos Shu das costas


Esta técnica permite cauterizar, ao mesmo tempo, 2 pontos idên­
ticos das primeiras inervações da Bexiga, de cada lado da coluna ver­
tebral.
Segurar os bastões de moxa do modo como se faz com os "pau­
zinhos" chineses, ou seja, colocando-se o dedo médio entre os
2 bastões e unindo-se as extremidades frias dos bastões sobre a articulação
metacarpofalangiana do indicador. O polegar recobre os bastões e os man­
tém. Assim, as pontas i ncandescentes são mantidas separadas
uma da outra e são postas, respectivamente, nos pontos a cauterizar.
A mão direita fica sobre as costas pela eminência hipotenar e abaixa e
levanta os bastões, conforme a forma descrita para a cauterização em
tonificação.
184 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

A mão esquerda fica toda na superficie, longitudinalmente sobre as


costas do paciente, o dedo médio fica em contato com as apófises espinhosas
da espinha dorsal.
Para resfriar periodicamente, deixar o dedo médio no local, mas
flexioná-lo na altura da articulação interfalangiana proximal e fazê-lo
apoiar-se nas costas do paciente pela face dorsal da falangeta. Durante o
movimento, o indicador e o anular avançam e suas polpas se colocam, por
alguns segundos, sobre os pontos aquecidos. Em seguida, levar a mão ao
ponto de partida para continuar a cauterização.

d) Utilização de uma caixa de moxas


Nossa caixa de moxas é composta de um quadrado de madeira. nas
seguintes dimensões: 1 6 cm de comprimento, 1 2 cm de largura, 9 cm de
altura. A 3cm de altura fixa-se uma grade metálica cujas malhas são de 2mm.
Para a moxibustão, colocar 2 ou 3 porções de moxas de 2 a 3 cm de
comprimento sobre a grade, sobre o lado que fica a 3cm de distância da pele,
para um aquecimento mais rápido, ou sobre o lado distante 6cm da pele, para
uma difusão de calor mais lenta.
Acender os bastões de moxas e colocar a caixa sobre as partes do
corpo que devem ser tratadas. Deixar a caixa no local por l O a 1 5 minutos,
controlando o grau do calor.
Esta técnica de moxibustão é apropriada para aquecer uma zona muito
vasta, vários pontos de acupuntura de uma só vez, geralmente nas partes
superior e inferior das costas, a região lombar, o epigastro, o abdômen, o
baixo-ventre, as coxas.

Moxibustão apoiada (Shi'an Jiu)


Esta moxibustão apela para métodos antigos; faz uso de bastões de
artemísia nos quais são colocados pós medicinais. As duas preparações mais
utilizadas são a agulha milagrosa (Tai Yi Shen Zhen) e a agulha milagrosa do
fogo do raio (Lei Huo Shen Zhen) :

a) Agulha milagrosa
Composição do pó medicinal:

Veludo de artemísia ............... . . ..................... ........ .... . l OO g


E nxofre .................... . . ................................................... . 6g
A MOXIBUSTÃO - 1 85

Moschus moschiferus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
Boswellia carterii . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Conuniphora myrrha .................................................. . .
P inus massoniana . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cinnamomum cassia ......... . . . ................. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Eucommia ulmoldes ................................................... .
Citrus aurantium. . . . . . .. . . . ..................... . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Gleditsia sinensis ....................................................... .. >> 3 g
Asarum sieboldii .......................................... . . . . . . . . . . . . . . . .
Ligusticum wallachii .................................................. .
Rosalgar (sulfureto de arsênico) .............................. ..
Manis pentadactyla .................................................... ..
Angelica dahurica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
Buthus martensii . . . . . . . . . . . . .......... ................................... .

Reduzir todos esses ingredientes a pó e misturá-los bem.

Confecção do bastão:
Pegar uma folha de papel bem grosso (papel de casca de amoreira
Sang Pi Zhi), distribuir uniformemente sobre a folha 25g de veludo de
artemísia, adicionar 6 g do pó medicinal. Misturar bem esse pó com o veludo
de artemísia. Formar o bastão de moxa, colar a parte externa com clara de
ovo, colar por cima uma outra folha de papel de amoreira. Deixar, nas 2
extremidades, I cun de papel vazio que se fecha como papelote.

Uso: 2 métodos:
a) Encapuzar a extremidade acesa do bastão com vários retalhos de um
tecido não sintético, previamente umedecidos no vapor de cozimento do
mesmo preparado. Colocar a mo�a sobre o ponto e reacendê-la, caso a
extremidade esteja apagada e fria. Assim, pode-se acender o bastão por 5 a 7
vezes. Deve-se apoiar firmemente o bastão sobre o ponto, até que o paciente
sinta o calor. Assim que o paciente experimentar uma sensação de queimação,
suspender o bastão e recomeçar.
b) Cobrir os pontos que serão submetidos ao tratamento com moxa
com várias camadas de tecido previamente umedecido no vapor de um
cozimento do mesmo preparado. Colocar a ponta incandescente do bastão
1 86 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

sobre o tecido que está sobre o ponto. Deixar l a 2 segundos e depois


colocá-lo sobre outro ponto. É necessário colocar a moxa dez vezes sobre
cada ponto.
Esta "agulha milagrosa" é considerada muito eficaz nos Bi devido ao
Vento. ao Frio, à Umidade. nas paralisias flácidas, nos casos clínicos de
Frio-Vazio, particularmente nas dismenorréias e dores abdominais relaciona­
das a essas dismenorréias.

b) Agulha milagrosa do fogo do raio


Composição da preparação:

Veludo de artemísia ................................... . . . .............. . 60 g


Aquilaria agallocha . . . . . .. . . . ........... .......... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Saussurea lappa . . . . . . . . . . . ................................................ .
Boswellia carterii . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .................. ..
Artemisia capillaris ..................................................... . >> lO g
Notopterigium incisum ............................................... .
Zingiber officinale sec .............................................. . .
Manis pentadactyla . . . . . . . . . . .......................................... . .
Moscus moschiferus . .. . . . . . .......................................... .. 0,5 g
A fabricação, a utilização e as indicações dessa preparação são as mesmas da
agulha milagrosa.

FUMIGA Ç ÃO COM ARTEMÍ S IA (Ai Xun Jiu)

A fumigação é a operação que consiste em produzir, às custas de


substâncias medicinais, vapores dos quais se procura utilizar as propriedades
terapêuticas.
Vários métodos permitem praticar a fumigação:

Fumigação com o vapor:


Ferver água com artemísia e praticar a fumigação com o vapor que sai
da água fervente, seja quando se mantém a ebulição, seja quando, depois da
decocção, joga-se a água fervente numa vasilha.
A MOXIBUSTÃO - 1 87

Fumigação com um "moxeiro '·'

Pratica-se a fumigação com um aparelho de vapor. Existem vanos


modelos; habitualmente, são todos formados de um tubo cilíndrico em metal
com vários furos. O veludo de artemísia queima no tubo e pratica-se a
fumigação sobre os pontos, com o vapor quente que sai.

Fumigação com um copo:


Colocar o veludo de artemísia num copo e acender. Pratica-se a
fumigação sobre os pontos escolhidos com o vapor que sai.

Fumigação com bastão de artemísia:


Esta técnica, que usamos habitualmente, deriva de nosso método
descrito nas moxas de sal sobre o umbigo. Pegar um pedaço de bastão de
artemísia, de I cun de comprimento, fazer um furo no centro e colocar fogo
em uma das extremidades. Aproximar a extremidade não acesa do ponto a ser
tratado. A fumaça sairá pelo furo central e impregnará o ponto.
Em todas essas técnicas de<fumigação com artemísia, é importante não
enxugar os pontos tratados após a fumigação.

Doenças relacionadas:
Os Bi, os inchaços abdominais, as diarréias, as dores abdominais
crónicas do tipo Frio.

B - MOXA SEM ARTEMÍSIA

Vários produtos podem ser empregados para praticar a moxibustão.


São, em geral, métodos complementares. São numerosas técnicas, mas só
citaremos as principais:

Moxa de enxofre:
Indicações: abcessos, funínculos, fistulas.
Pegar um pouco de enxofre, de acordo com o tamanho do funínculo.
Colocar esse enxofre sobre o funínculo e inflamá-lo com o auxílio de um
outro tanto de enxofre previamente aceso.
1 88 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Moxa de cera:
Indicações: úlceras, furúnculos, antraz.
Fazer uma massa com farinha e água e dispô-la em forma de coroa de
1 cun de altura, aproximadamente, ao redor da úlcera ou do furúnculo.
Colocar no meio dessa coroa algumas fatias de cera. Derreter essa cera com o
auxílio de uma brasa de carvão que se retira assim que o paciente sente o
calor. Nos casos de úlceras abertas e profundas, o paciente não sente dor,
então coloca-se cera pouco a pouco. Assim que o paciente começar a sentir
uma irritação, cessa-se a operação, jogando-se algumas gotas de água fria
sobre a cera. Após o resfriamento, retira-se a cera, bem como a coroa de
massa de farinha.

Moxa de tabaco:
Indicações: reaquece os vasos e dispersa o frio.
Nos casos de urgência, os cigarros podem substituir os bastões de
artemísia. Entretanto, deve-se ficar atento, porque a temperatura da combustão
é mais elevada e menos regular que a da artemísia.

Moxa de madeira de amoreira ou de madeira de pessegueiro:


Indicações: reumatismos, abcessos, furúnculos, úlceras, escrófula.
Pegar um ramo seco de amoreira ou de pessegueiro. Colocar fogo em
uma das extremidades. Assoprar para apagar a chama e praticar uma moxa
com a ponta vermelha. Não se deve provocar queimadura, mas o paciente
deve ter uma sensação de irritação sobre os locais tratados.

Moxibustão de seiva de junco:


Este método é também chamado de pavio de lampião, porque a seiva
do junco embebida em óleo de lampião pode servir para iluminar.
Pegar seiva de junco embebida em óleo de gergelim. Acendê-Ia e,
com a ponta acesa, fazer moxibustão sobre os pontos em tratamento.
Levar o pavio até a pele e retirá-lo rapidamente. Não deve haver
queimadura. Esta técnica permite dispersar o Vento, melhorar a aparência,
relaxar o peito, fazer circular o Qi, evacuar as mucosidades, acalmar o
espírito e os espasmos.
Indicações: é \lm método popular para tratar o estômago e o abdô­
men doloroso, a malária, a parotidite, as indigestões e as convulsões
infantis.
A MOXIBUSTÃO - 1 89

MOXAS SEM CALOR

A eficácia destas moxas não reside no calor, mas na ação vesicante dos
produtos utilizados.

Moxa de pasta de alho:


Fazer uma pasta de alho, de preferência o alho roxo. Colocá-la em
forma de emplastro sobre o ponto a ser tratado:
Hegu IG 4: trata as amigdalites.
Yuji P 10: é it!dicado nas faringites.

Moxa de pasta de Evodia rutaecarpa:


Pegar frutos de Evodia e reduzi-los a pó. Misturar esse pó com um
pouco de vinagre e fazer um emplastro. Colocar esse emplastro sobre o
Yongquan R 1 . Trocar o emplastro todos os dias.
Indicações: edemas das crianças.

Moxa de pasta de folhas de Ranunculus japonicus (ranúnculo


amarelo):
Fazer uma pasta macerando-se folhas de ranúnculo amarelo. O
emplastro colocado sobre os pontos provoca uma irritação na pele, com
hiperemia e bolhas.
Indicações: malária: pontos Jingqu P 8, Neiguan PC 6, Dazhui
DM 14.

Moxa de pasta de Eclipta 1>rostrata:


Macerar até se obter uma pasta. Colocar ém forma de emplastro sobre
os pontos a serem tratados, até a produção de uma bolha.
Por exemplo: Dazhui DM 14 para a malária.

Moxa de pasta de raiz de Euphorbia kansui:


Reduzir o rizoma a um pó fino, colocá-lo em emplastro sobre o ponto
Dazhui DM 14 para tratar a malária.
1 90 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Moxa de pasta de Ricinus communis:


Pegar grãos de rícino, sem a pele, macerá-los até obter uma pasta.
Um emplastro sobre Baihui DM 20 cura o prolapso uterino.
Um emplastro sobre Yongquan R 1 facilita o trabalho de parto dificil.

Moxa de Jlasta de grão de mostarda branca:


Um pouco de mostarda branca em pó misturada com água é eficaz, em
forma de emplastro, contra as dores reumáticas.
Reduzir a pó 30 g de Corydalis Turtschaninovii, 30 g de Euphorbia
kansui, 30 g de Asarum sieboldii, 1,5 g de Moschus moschiferus. misturar
com o pó de mostarda branca. com a água e fazer uma pasta.
Emplastros sobre Feishu B 1 3 , Gaohuang B 43, Bailao. ponto
extrameridiano são indicados para tratar a asma.
Depois de ter colocado o emplastro, sentem-se dor e algumas "picadas"
que desaparecem após uma ou duas horas. Trocar o emplastro todos os dias. O
tratamento dura uns dez dias.

Moxa fria sobre o umbigo:


Colocar uma compressa sobre o umbigo, encher a cavidade umbilical
de pó de alume. Gotejar água fria sobre o alume. Assim, uma sensação de frio
penetra no abdômen e libera a micção e as fezes. Este método é indicado nos
casos clínicos de Calor com anúria e constipação.
Se o umbigo não é muito fundo. pode-se colocar ao seu redor uma
coroa de massa de farinha e água ou de massa de modelar. da forma como foi
descrita para as moxas sobre o umbigo .

REGRAS DO TRATAMENTO
POR MOXIBUSTÃO

Indicações da moxibustão

1 - Aquecer para dispersar o Ruim, o Vento, o Frio e a Umidade:


Por sua ação de aquecimento, a moxibustão pode restabelecer uma
circulação fluida do Qi e do Sangue, com a finalidade de relaxar os músculos
e os tendões ou de reforçar a atividade funcional do trato digestivo.
A MOXIBUSTÃO - 1 91

Portanto, utiliza-se para tratar:


- os Bi devidos ao Vento, Frio e à Umidade.
- as dores abdominais, as afecções gastrointestinais, as diarréias, as
dismenorréias do tipo Frio.
2 - Reaquecer para favorecer a circulação nos meridianos e colaterais:
As propriedades da moxibustão são utilizadas para aquecer os "canais",
a fim de regularizar a circulação do Qi e do Sangue e de cessar as dores
provocadas por uma estagnação do Qi e dos acúmulos de Sangue.
É por isso que é empregada para curar:
- as parestesias, as dores, as dismenorréias, os inchaços causados por
uma estagnação do Qi ou os acúmulos de Sangue localizados ou que obstruem
um meridiano ou um colateral.
3 - Aumentar o Qi e nutrir o Sangue:
A ação da moxibustão é utilizada para curar a debilidade do organismo
quando de uma doença crônica.
Por exemplo:
- as atrofias musculares, as paralisias, as diarréias crônicas, as cistites
crônicas, as nefrites crônicas, os malposicionamentos fetais e a falta de
lactação devidos a uma deficiência orgânica.
4 Aquecer os Rins, reforçar o Yang dos Rins, tonificar o Qi mediano
-

e cessar as ptoses e os corrimentos:


A moxibustão é empregada para tratar:
- a impotência, a espermatorréia, a ejaculação precoce, as afecções
devidas a um estômago Vazio e Frio, as ptoses gástricas e uterinas, a enterite
crônica.
- Fazer voltar o Yang, remediar quando de sua debilidade:
É por isso que a moxibustão é utilizada para dissimular as perdas de
consciência com respiração curta, pulso fraco, olhos fechados, acompanhadas
ou não de convulsões dos membros.
6 - Purificar e dissipar o calor tóxico:
A moxibustão é empregada por sua ação analgésica, cicatrizante,
dissipadora das inflamações piogênicas, dissolvente dos coágulos e dos
"acúmulos" . Cura: tuberculose pulmonar ou linfática, dores dos Shanqi,
fistulas e úlceras que não cicatrizam.
7 - Ação profilática:
O poder preventivo da moxibustão é freqüentemente citado nos textos.
1 92 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Por exemplo:
- o Yishuo aconselha fazer moxas sobre Zusanli E 36 para prevenir o
Zhongfeng.
- Zhang Gaozhuan ( 1 224) lembra que as moxas sobre Zusanli E 36
reforçam a saúde e que as moxas sobre Guanyuan RM 4 e sobre Shenshu 8
23 fortificam o Yang original.
É bem conhecido que as moxas sobre Dazhui DM 24, Fengmen 8 12,
-

Hegu IG podem evitar o Gan Mao (afecção aguda das vias respiratórias
superiores, gripe, etc.).
Entretanto, não se deve esquecer que a eficácia dessa prevenção está
ligada à boa utilização das moxas e, em particular, à utilização da moxibustão
direta com bolhas, como indica Yang Jizhou, no bastão 9 (Quian Jin Jiu Fa)
do Zhen Jiu Da Cheng ( 160 1): "Se for necessário conservar a saúde, o
Zusanli E36 nunca poderá estar seco ", o que significa que a moxibustão
direta provocará uma supuração abacteriana do Zusanli.

Contra-indicações da moxibustão
Há várias contra-indicações da moxibustão:
- as doenças febris, um pulso rápido e um Yin em Vazio,
- os casos de Yin Vazio e de Calor interno (Calor Vazio), porque isso
pode fazer elevar o Fogo e perturbar as "aberturas puras",
- as síndromes de Plenitude-Calor,
- os casos de cefaléia devidos a um excesso de Yang do Fígado,
- os casos de Zhong Feng (ictus apoplético) do tipo fechado,
- quando o paciente sofre de desnutrição ou se sua constituição é muito
frágil, se está muito alimentado ou se e.Stá bêbado.
Deve-se:
- estar muito atento nos casos de grande perda de água, nas
transpirações profusas, nas perdas de sangue e nos edemas generalizados.
- evitar, na gestante, fazer moxibustão sobre os pontos do baixo
abdômen e da região lombossacra.
Não se devem fazer:
- moxas diretas no rosto, nos arredores dos orificios naturais, nas
regiões pilosas, nas cicatrizes, nos pontos descarnados, nas articulações do
pulso e no tornozelo,
- moxas na região do coração, ao redor dos olhos, no pescoço e na
nuca, sobre os órgãos sexuais e nas proximidades de uma mucosa ou de um
vaso sangüíneo importante.
A MOXIBUSTÃO - 1 93

Pontos de acupuntura proibidos para a moxibustão�


Esta lista é tirada da "canção dos pontos proibidos para a moxibustão"
do Zhen Jiu Da Cheng:
Yamen DM 1 5 , Fengfu DM 16, Tianzhu B 10, Chengguang B 6,
Toulinqi VB 1 5, Touwei E 8, Sizhukong TA 23, Zanzhu B 2, Jingming B 1 ,
Suliao DM 25, Heliao I G 1 9, Yingxiang I G 20, Quanliao I D 1 8 , Xiaguan E 7,
Renying E 9, Tianrong ID 1 7, Tianfu P 3. Zhourong BP 20, Jiuwei RM 1 5 ,
Fuai B P 1 6 , Jianzhen I D 9, Yangchi T A 4, Zhongchong P C 9, Shaoshang P
1 1 , Yuji P 10, Jingqu P 8, Diwuhui VB 42, Yaoyangguan DM 3, Jizhong DM
6, Yinbai BP 1 , Lougu BP 7, Yinlingquan BP 9, Tiaokou E 38, Dubi E 35,
Yinshi E 3 3 , Futu E 32, Biguan E 3 1 , Shenmai B 62, Weizhong B 40, Yinmen
B 37, Chengfu B 36, Baihuanshu B 30, Winshu B 15, em todos os 45 pontos.
Deve-se evitar o rosto, onde a moxibustão pode causar uma supuração
ou deixar cicatrizes. Renyin e Weizhong estão próximos de um vaso
sangüíneo, por isso estão excluídos. Entretanto, nessa lista há pontos proibidos
que têm um bom efeito terapêutico. Assim, Yinbai BP 1 cura os sangramentos
uterinos (Benglou) e Dubi E 35 é apropriado no caso de dores articulares do
joelho.
Assim, em certos casos, a experiência clínica vem corrigir os textos
antigos.

Conselhos JJara a prática das moxas


\ 1 - Antes de um tratamento por moxibustão, deve-se preparar
psicologicamente o paciente, para fazê-lo aceitar a eventualidade de uma dor
causada pelo calor.
2 - O doente deve ser instalado o mais confortavelmente possível, para
que possa. sem cansaço. manter-se na mesma posição durante todo o decorrer
do tratamento.
3 - Os pontos utilizados para a moxibustão são os mesmos que servem
para a acupuntura, mas a moxibustão tem a vantagem de provocar no doente
uma sensação de descanso e de bem-estar.
4 - Com as moxas diretas, o efeito é iinediato e a ação terapêutica
persiste por muito tempo, enquanto que com as moxas indiretas o efeito é
mais tardio e a duração da ação é mais curta, sobretudo para as praticadas
com o bastão de artemísia.
5 - As moxas serão, no início, aplicadas nos membros superiores e, em
seguida, nos inferiores.
O tórax e o abdômen são tratados antes das costas e da lombar.
194 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

6 - A duração da moxibustão e o número de moxas são maiores para a


lombar, costas e abdômen que para o tórax e os membros. O número será
ainda mais reduzido para a· cabeça e o pescoço.
7 - Se a moxibustão tiver que ser associada a uma punctura, deve-se,
primeiro, inserir e manipular a agulha e depois de extraída, praticar a
moxibustão. Pode-se, igualmente, depois de se ter agulhado e manipulado,
fazer queimar uma moxa sobre a agulha, antes de retirá-la (ut ilúra agulha
quente. parte II, cap. 2).
8 - Quando a doença é recente e o organismo ainda resiste, devem-se
fazer muitas moxas e depois reduzir seu número, pouco a pouco, conforme a
melhora. Quando a doença é crônica e o organísmo está debilitado, deve-se
diminuir o número de moxas e, em seguida, aumentar, quando a doença
evoluir favoravelmente.
9 Pode-se aumentar o número de moxas para os pacientes jovens e
-

vigorosos. Deve-se diminuir no caso de. pessoas idosas e no caso de crianças.


Deve-se aumentar o número de moxas nas síndromes Vazio, Frio, no inverno
e nas regiões frias.

Efeitos da' moxibustão


A moxibustão tem tendência para mobilizar rapidamente o Qi . Dessa
fonna:
- Num caso de debilidade de Yang, com arrepios, transpiração,
atordoamento, as moxas sobre Qihai RM 6 ou Guanyuan RM 4 permitem
levar a energia ao Centro.
- Num caso de Fogo Vazio, que tem tendência a subir, pode-se fazer
descer novamente o Yang, aplicando-se moxas sobre Qihai RM 6, Guanyuan
RM 4 ou sobre as pernas.
- Nos casos de hipertensão arterial, as moxas aplicadas sobre Zusanli E
36 ou Fenglong E 40 permitem diminuir a pressão arterial.
- Nos casos de atordoamento por Vazio na cabeça, podem-se fazer
moxas sobre Baihui DM 20. Mas, se os atordoamentos resultam de uma
Plenitude ou de um Vento ruim, a moxa sobre Baihui pode agravar os
sintomas, acrescentando-se a febre, as cefaléias. Nesse caso, para restabelecer
o equilíbrio, será necessário, em caráter de urgência, praticar moxas sobre
pontos situados na . parte inferior do corpo.
- As moxas sobre o umbigo são muito eficazes para tonificar o Qi, mas
seu abuso pode provocar perturbações do sono. Dessa forma, será necessário
ser prudente no emprego das moxas em jovens. A partir de 40 anos, pode-se
fazer um tratamento por ano, e dois após os cinqüenta.
A MOXIBUSTÃO � 1 95

As moxas feitas sobre o umbigo aumentam a energia na parte


superior do corpo. Quando a constituição do paciente faz com que sua energia
suba, as moxas podem agravar essa tendência, e isso, mais ainda quando o
ponto escolhido está situado mais para cima. Para dissimular esse risco,
pode-se fazer moxa nos pontos de baixo, por exemplo: Taixi R 3, Fuliu R 7,
Yingu R l O .
Quando as moxas são utilizadas abaixo do umbigo, deve-se equilibrar a
parte inferior do corpo, mas nesse caso, os pontos previamente escolhidos são
somente agulhados.
Após o tratamento por moxibustão:
O paciente deve beber com moderação e evitar os legumes e frutas
crus, os alimentos gordurosos e o álcool. Além disso. deve-se abster de
relações sexuais. manter o espírito calmo e não tomar frio.
CAPÍTULO 1 1
Outras técnicas de agu lhas
A AGULHA EPIDÉR_MICA
Pi Fu Zhen

A terapêutica pela agulha epidénnica (Pi Fu Zhen) consiste em inserir


superficialmente na pele um grupo de agulhas. Este método também é
chamado de "agulhada epidénnica", porque a excitação dada pela agulhada
limita-se à pele. Ela é um aprimoramento das agulhas e técnicas antigas de
estimulação (Mao Ci, Ban Ci, Fu Ci)* expostas no capítulo 7 do Lingshu, que
consiste em uma estimulação à flor da pele com o auxílio de uma agulha fina
curta. A agulha atualmente utilizada tem como origem as agulhas "em seta"
(Chan) e "fina" (Hao), descritas no capítulo 1 do Lingshu (ut infra, parte I,
capítulo 1).
Os locais onde se insere a agulha epidérmica não são os mesmos dos
pontos de acupuntura locais, nem detenninados pelas zonas dolorosas, mas
escolhidos em função de uma concepção global da medicina chinesa. Dé fato,
o Suwen (cap. 56) declara: "Os 1 2 meridianos são localizados nas partes da
pele, e é por isso que a origem das doenças se encontra na pele,
primeiramente". Como as 1 2 zonas cutâneas (Pibu) são estreitamente ligadas
aos 1 2 meridianos (Jingluo) e às 1 2 vísceras (Zangfu), agulhar e inserir nessas
regiões pennite fazer escoar o Qi das vísceras para os meridianos (Shu Tong
Jing Luo Zang Fu Zhi Qi), drenar os meridianos e seus colaterais (Shu Tong
Jing Luo) e regularizar o Qi e o sangue (Tiao He Qi Zue), o que põe o
organismo em ordem novamente.

* Mao Ci: agulha "como um pêlo", Ban Ci: agulhada pela metade, Fu Ci: agulhada superficial.
1 98 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Material
As agulhas epidérmicas à venda no comércio são de dois tipos: em
forma de martelo e o feixe de agulhas.

Agulha em forma de martelo


Ela se apresenta como . um martelo leve, de cabo longo, cuja cabe­
ça é guarnecida de pontas (Fig. 3 8). O cabo do instrumento clássico
que mede 30cm deve ser redondo, sólido e elástico. O martelo moderno, em
plástico, tem um cabo todo elástico, mas mais curto e achatado na sua
extremidade livre. São colocadas agulhas curtas e finas, em número variável,
na cabeça do martelo: 5 para a agulha em flor de ameixa (Mei Hua Zhen), 7
para a agulha de sete estrelas, (Qi Xing Zhen), 18 para a agulha dos Arhats
(Luo Han Zhen). *

Fig. 38 Agulha epidérmica em forma de martelo.


·-
-

rh
As po as do martelo devem ser em forma "de agulha de pi­
nhe i ro" . Par� verificar seu bom estado, é sufici ente tocá-las
levemente com um pedaço de algodão; os filamentos de algodão fi­
cam presos nas pontas defeituosas. É fácil, então, desprezar as agulhas
epidérmicas cujas pontas estão fracas, cortantes, tortas ou até mesmo agulhas
sem pontas.

• Cinco é o número de pétalas da flor de ameixa. Sete é o número das estrelas da Ursa
Maior. Os Arhats ou Arhans (Luo Han): os discípulos de Buda são em número de 1 6,
1 8 . . 500.
.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 1 99

A agulha epidérmica em forma de martelo pode ser substituída, nas


crianças e pessoas de constituição muito frágil, por uma escova de dentes
dura com os cantos cortados em bisei.

Feixe de agulhas (Gun Ci Tong)


É um feixe em metal com pontas. Abrange uma grande superficie e
excita, de forma homogênea, uma grande superficie da pele. É manipulado
com facilidade.

Técnica
A utilização da agulha epidérmica oferece a vantagem da seguran­
ça, é benéfica para muitas indicações, sua eficácia é boa e seu manejo
fácil.
O instrumento deve ser esterilizado, e a região a ser tratada desinfetada
·

com álcool a 75°.

Agulha em forma de martelo


A mão direita, em pronação incompleta, segura o cabo do martelo
clássico de seguinte forma:
- o anular e o auricular mantêm-no contra a eminência hipotenar,
- o polegar e o dedo médio apertam-no de um lado ao outro,
- o indicador alongado apóia-se nele,
- a extremidade do cabo ultrapassa alguns centímetros a palma da mão,
para trás.
·
O modo de pegar o martelo moderno, de cabo mais curto e achatado na
sua extremidade, é um pouco diferente. As posições do polegar, do indicador
e do dedo médio são idênticas, mas o anular e o auricular apertam,
bloqueando o cabo na palma da mão, e a extremidade do martelo não vai para
trás.
O pulso, com velocidade constante e delicadeza, levanta e abaixa a
agulha epidérmica num movimento em que a agulha sobe, até que ela tenha
tocado a pele. As pontas devem tocar a superficie da pele em ângulo reto
(90°), porque os impactos que não são perpendiculares provocam uma dor
aguda.
200 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

A força de inserção permite obter 2 tipos principais de excitação:


- uma inserção leve, com um tempo de contato agulha/pele muito
breve, produz uma pequena excitação com um leve rubor. Ela corresponde à
tonificação . .
- uma inserção apoiado, com um tempo de contato agulha/pele mais
longo, produz uma excitação forte com um forte rubor e mesmo uma pequena
efusão de sangue. Ela equivale à dispersão.
A tonificação é indicada para os idosos, pessoas de constituição frágil,
nas doenças crônicas e nos sintomas de Vazio. A dispersão é indicada para os
jovens, os de constituição forte, nas doenças agudas e sintomas de Plenitude.

Feixe de agulhas:
A mão direita segura o cabo e com ele faz um movimento de
vai-e-vém sobre a pele. Para as agulhadas leves, o cabo mantém-se paralelo à
superficie cutânea, e para as agulhadas fortes, deve-se fazer um ângulo de no
mínimo 45°.

LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS A EXCITAR

As regiões a excitar seguem o trajeto de um meridiano ou se estendem


ao redor de um nervo ou sobre um músculo. Agulha-se de cima para baixo e
do interior para o exterior.
Seguindo o estado da doença, a técnica consiste em estimular:
- um ponto de acupuntura: é a inserção pontual,
- um meridiano: é a inserção linear,
- uma parte doente: é a inserção de superficie que se faz dos arredores
para o centro.
Estes três métodos podem ser utilizados separadamente ou em
conjunto:
1 - Para as doenças orgânicas, deve-se, primeiro, efetuar o "inserção de
base". Esta inserção consiste, qualquer que seja a doença, em inserir,
primeiramente, ao longo da primeira inervação da Bexiga, dos dois lados da
coluna vertebral, dos ombros, até a região lombossacra, 3 vezes de cima para
baixo e vice-versa. A distância entre cada ponto de impacto deve ser de
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 201

aproximadamente 5 fen a 1 cun.


Após a inserção de base, escolhem-se os pontos a estimular em função
do órgão ao qual corresponde a doença.

Por exemplo:
- Doenças do sistema respiratório: estimulação entre a 1 • e a 7•
vértebras dorsais.
- Doenças do sistema nervoso e doenças psíquicas: estimulação de D3
e L2, bem como da cabeça.
- Doenças do sistema digestivo: estimulação entre D7 e L5.
- Doenças do sistema genitourinário: estimulação entre L2 e as
vértebras sacrais.
2 - Para as doenças dos 4 membros e da pele, é possível não efetuar o
" inserção de base" . Deve-se inserir localmente na parte doente ou seguir o
trajeto do meridiano.

Situação das linhas de inserção e indicações terapêuticas (Fig. 39a, 39b,


39c, 39d).

Costas:
Agulhar paralelamente à coluna vertebral, à esquerda e à direita, sobre
os ramos interno e externo do meridiano da Bexiga.

Ombro:
Agulhar sobre 3 ou 4 linhas, do interior para o exterior, seguindo o
feixe inferior do trapézio.
Indicações: dores da região dos ombros, paralisia dos membros
superiores, doenças dos órgãos respiratórios.

Omoplata:
Agulhar 3 ou 4 linhas seguindo a omoplata, do interior para cima e
para o exterior.
Indicações: dores da omoplata.
202 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Lombar:
Agulhar 3 ou 4 linhas paralelas à coluna vertebral, cada linha separada
de 1 cm.
Indicações: dores lombares, paralisia dos membros inferiores, doenças
do fígado, da vesícula .biliar, do pâncreas, do estômago, dos rins.

Sacro, nádegas:
Agulhar 2 ou 3 linhas ao longo das nádegas, em círculo, desde o sacro,
do interior para baixo e para o exterior.
Indicações: dores lombares, paralisia dos membros inferiores, doenças
urinárias, genitais, intestinais.

Peito:
Esterno: agulhar 2 linhas de cima para baixo, seguindo a borda do
esterno.
Costelas: dar tapinhas do exterior para o interior, seguindo o espaço
intercostal.
Indicações: doenças torácicas, doenças do coração e dos pulmões.

Abdômen:
Parte superior:
Agulhar 5 a 7 linhas cruzadas (quadriculadas), desde o rebordo costal
até sobre o umbigo, ou então, agulhar 3 a 5 linhas em círculo, paralelas
ao rebordo costal, do interior para o exterior e para baixo.
Indicações: doenças do fígado, da vesícula biliar, do baço e do
estômago.
Parte inferior:
Agulhar 5 linhas cruzadas, desde o umbigo até o púbis e até a vi­
rilha.
Indicações: doenças intestinais e urogenitais.
Virilha:
Agulhar 1 a 2 linhas seguindo a virilha.
Indicações: doenças dos órgãos genitais.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 203

Fig. 39 Situação das linhas de inserção


-

Fig. 39a - Face Yang do corpo e dos membros.


204 - MOXIB USTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Fig. 39 Situação das linhas de inserção


-

Fig. 39b Face Yin do corpo e dos membros.


-
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 205

Fig. 39 · SituGção dGs linhGs de inserção

Fig. 39c · Extremidade cefálica, vistG de frente.

Fig. 39d · Extremidade cefálica, vista de perfil .


206 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Cabeça:
Extremidade do crânio (vértice), fronte:
Agulhar 4 a 8 linhas, indiferentemente da direita para a esquer­
da ou da esquerda para a direita, paralelas à raiz dos ca­
belos, desde a borda superior das sobrancelhas até o vér­
tice.
Indicações: cefaléias, neurastenia.
Occipício:
Agulhar 3 linhas, seguindo os meridianos Dumai, Bexiga, Vesícula
Biliar, desde o occipital até os pontos Naohu DM 17, Yuzhen B9,
Fengchi VB 20.
Indicações: cefaléias, neurastenia.
Têmporas:
Agulhar 3 a 5 linhas dispostas em leque desde a orelha até as
têmporas.
Indicações: cefaléias, neurastenia.

Rosto:
Região ocular:
Agulhar 4 linhas horizontais, do interior para o exterior, para­
lelas às pálpebras superiores e inferiores do olho, ou en­
tão, dar tapinhas em I ou 2 linhas circulares em relação à ór­
bita.
Indicações: doenças dos olhos, paralisia facial.
Boca:
Agulhar 1 a 2 linhas circulares, seguindo os lábios.
Indicações: paralisia facial.
Maxilar inferior:
Agulhar 1 a 2 linhas em círculo, indiferentemente da esquerda
para a direita ou da direita para a esquerda, seguindo o maxilar
inferior.
Indicações: paralisia facial.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 207

Bochecha:
Agulhar 3 linhas do interior para o exterior, seguindo o arco
zigomático.
Indicações: paralisia facial.

Pescoço:
Indicações: doenças do pescoço, doenças do sistema digestivo.
Parte anterior do pescoço:
Agulhar I a 3 linhas pa ralelas à parte anterior da linha mediana do
crânio.
Parte lateral do pescoço:
Agulhar I a 3 linhas, paralelas ao músculo esternoclidomastóideo.
Nuca:
De um lado, agulhar I linha mediana do ponto Naohu DM 1 7,
até o ponto Dazhui DM 14 e 2 linhas laterais à esquerda,
desde Fengchi VB 20 e Tianzhu B 10, até as apófises trans­
versas da 6• cervical e, do outro lado, agulhar 3 linhas desde
a parte alta interna, até a parte baixa externa, paralelas ao músculo
trapézio.

Membros:
Seguir o trajeto dos 12 meridianos. Agulhar I a 2 linhas, seguindo cada
meridiano. Pode-se também agulhar ao redor do cotovelo, da rótula e
dos maléolos internos e externos.
Indicações: doenças dos meridianos.

Além dessas regras gerais, pode-se modificar o traçado das agu­


lhadas, em função da doença ou agulhar a zona dos pontos
Ashi que corresponde à localização de uma doença; por exemplo,
para uma calvície circular, dar tapinhas em círculo no limite da cal­
vície.
208 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

INDICAÇÕES GERAIS

O tratamento através da agulha epidénnica convém às mulheres, às


crianças e às pessoas sensíveis ou idosas.
Permite curar as cefaléias, as vertigens, a insoma, a neurastenia, as
dermatoses crónicas, as gastroenterites, a paralisia infantiL as dores do tórax e
as doenças ginecológicas crónicas.

Exemplos:
Convencionou-se que, nesta sene de exemplos, o termo "ponto"
significa zona, localização ou região do ponto, e que os termos "picar" e
"agulhar" são similares.

Cefaléia ou enxaqueca:
Para a cefaléia, as regiões principais são o occipício e o crânio. Sobre
a cabeça, tomar os pontos sobre o occipício ou a nuca e sobre a região
dolorosa, bem como os pontos sensíveis distantes ou situados sobre o trajeto
dos meridianos relacionados.
Para a enxaqueca, tomar os pontos sobre a nuca, sobre o lado doloroso
da cabeça e os pontos sensíveis situados sobre o trajeto dos meridianos
relacionados.

Dores torácicas e costais


Regiões principais: dos dois lados da primeira até a décima segunda
vértebra torácica, particularmente sobre os pontos Geshu B 17 e Ganshu B 1 8 .
Dor torácica: pode-se agulhar a região dolorosa e ao longo das
costelas, sobre e sob essa região.
Dor costal: podem-se associar os pontos Zhigou TA 6 e Taichong F 3
aos pontos supracitados.

Insônia
Regiões principais: dos dois lados da coluna vertebral, mais particular­
mente os pontos Xinshu B 1 5, Ganshu B 1 8 e sobre os meridianos do Coração
e do Pericárdio.
Se houver insônia com abundância de sonhos e palpitações cardíac;as,
acrescentar Fengchi VB 20, Sanyinjiao BP 6 ou os locais sensíveis próximos
desses pontos.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 209

Se houver sonolência, acrescentar as regiões sensíveis dos meridianos


uumai e Renmai.

Dor dos membros superiores e inferiores, lumbago


Regiões principais:
Membros superiores: dos dois lados das vértebras torácicas, a região
dolorosa e os locais sensíveis do meridiano Dumai.
Membros inferiores: dos dois lados das vértebras lombares, a região
dolorosa dos membros superiores e inferiores.
Lumbago: lombar, cóccix e locais sensíveis dos dois lados e sobre o
trajeto do meridiano da Bexiga, sobre o membro inferior.

Paralisia facial
Regiões principais:
A região da face relacionada e os pontos Zanzhu B2, Tongziliao VB 1 ,
Dicang E 4 , Jiache E 6 , como pontos principais, e Hegu IG 4 ou o s pontos
sensíveis, como pontos associados.

Bi Zheng: entorpecimento e/ou estagnação do Qi/Xue, reumatismo


Regiões principais:
Dores dos membros superiores: dos dois lados das vértebras torácicas e
sobre a articulação do ombro, do cotovelo.
Dores dos membros inferiores: dos dois lados das vértebras lombares e
regiões dolorosas. Pode-se agulhar fortemente, com sangramento se o Bi
Zheng estiver vermelho e inchado (entumescido). Podem-se demarcar linhas
(dianci) e fazer sangrar, se a zona do Bi Zheng estiver inchada e pode-se
completar com as ventosas.

Soluço
Regiões principais:
Da 9• à 12• vértebra torácica e a linha mediana do abdômen, ou seja,
sobre Renmai, pode-se também associar aí os pontos Geshu B 17, Ganshu B
18, Weishu B 2 1 e, sobre o abdômen, os pontos Tianshu E 25, Daheng BP 1 5 .

Wei Zheng (paralisia flácida)


Regiões principais:
Membros superiores: dos dois lados, entre a Ia e a 7• vértebras
torácicas.
21 O - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Membros inferiores: dos dois lados das vértebras lombares e sacrais.


Se os membros superiores estiverem paralisados (Mabi), podem-se
associar os 3 meridianos Yin e os meridianos Yang do braço. Se os membros
inferiores estiverem paralisados (Mabi), pode-se agulhar sobre o trajeto dos 3
meridianos Yin e dos 3 meridianos Yang da perna. Pode-se agulhar com força
nas regiões em que as articulações estão deformadas.

Dores gástricas e vômitos


Regiões principais:
Ganshu B 1 8, Pishu B 20, Weishu B 2 1 , Zhongwan RM 12. Para a dor
gástrica, pode-se acrescentar Gongsun BP 4, Zusanli E 36 ou os locais
sensíveis na proximidade. Para os vômitos, acrescentar uma agulhada forte
sobre Neiguan PC 6.

Dor abdominal
Regiões principais:
Dos dois lados entre a 93 e a 1 23 vértebras torácicas e os dois lados
entre a 1 a e a 53 vértebras lombares e sobre o abdômen .
Se a dor for na parte superior do abdômen, acrescentar Shangwan RM
1 3 , Zhongwan RM 12, Youmen R 2 1 .
Se a dor for na parte inferior do abdômen, acrescentar Guanyuan RM
4, Qihai RM 6.

Asma (Xiaochuan), tosse (Kesou)


Regiões principais:
Dos dois lados das vértebras torácicas, os pontos Feishu B 1 3 ,
Shanzhong RM 1 7 .
Para a asma, acrescentar Tiantu RM 22, Tianshu E 25.
Para a tosse, acrescentar Chize P 5.
Se houver "mucosidades' (Tan), acrescenta-se Fenglong E 40, ou um
local sensível na proximidade.

Incontinência urinária
Regiões principais:
Dos dois lados das vértebras lombares e sacrais e sobre a parte inferior
do abdômen.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 21 1

Acrescenta-se Sanyinjiao BP 6, Qihai RM 6, para a incontinência


·

urinária infantil.
Para os adultos, associam-se os pontos Qihai RM 6, Guanyuan RM 4,
Dahe R 1 2.

Espermatorréia e impotência
Regiões principais:
Dos dois lados das vértebras lombares e sacrais e a linha mediana do
abdômen, sobre Remnai.
Para a espermatorréia, acrescenta-se Guanyuan RM 4 .
Para a impotência, acrescenta-se Ciliao B 3 2 , Dahe R 1 2 .
S e o sono estiver perturbado, acrescenta-se Sanyinjiao B P 6.

PaiJlitações cardíacas
Regiões principais: Xinshu B 1 5, Ganshu B 1 8.
Utiliza-se em associação Shenmen C 7, Sanyinjiao BP 6, Taixi R 3 ou
as zonas sensíveis na proximidade.

Vertigens, alucinação
Regiões principais: Cabeça, Ganshu B 1 8, Shenshu B 2 3 .
E m associação: Taiyang, Shangyintang (ou seja, 1 cun sob Yintang).
Os pontos sobre o trajeto do meridiano da Vesícula Biliar e a região
parietotemporal.

Dismenorréias
Regiões principais:
Os dois lados da lombar e do sacro e sobre o trajeto dos meridianos
Renmai e dos Rins.
Qihai RM 6 e Guanyuan RM 4 serão os ·pontos principais. Ganshu B
1 8 e Sanyinjiao BP 6 serão os pontos suplementares.

Convulsões infantis
Regiões principais:
Shixuan. Podem-se também empregar os 12 pontos Jing das mãos ou
Fengchi VB 20, Dazhui DM 14, Shenzhu DM 1 2 .
21 2 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS .

Doenças oculares
Regiões principais: pontos ao redor do olho.
Ganshu B 1 8, Danshu B 19, Shenshu B 23.
Associar Fengchi VB 20 e Zanzhu B 2 para os glaucomas.
Associar Fenghi VB 20, Tongziliao VB 1 para as cataratas.
Associar Taiyang OlJ Tongziliao VB I, Zanzhu B 2 para as
conj untivites.

Obstrução nasal, sinusite


Pontos principais:
Feishu B 1 3 , Fengchi VB 20, Yingxiang IG 20.
Quando houver um início de obstrução, pode-se agulhar Yingxiang IG
20 e Shangyingxiang (ponto fora do meridiano, situado a 5 fen sobre IG 20).
Para a sinusite, associam-se os pontos Hegu IG 4 e Yuji P 10.

Escrófulas (Luoli)
"Pontos principais:
Os dois lados entre a 5• e a l O• vértebras torácicas.
Pode-se também agulhar toda a região ao redor das escrófulas.

Contra-indicações
Doenças infecciosas agudas, queimaduras, úlceras cutâneas, síndromes
abdominais agudas.

Duração e periodicidade do tratamento


Trata-se a doença uma vez por semana ou a cada 2 dias. Pode-se fazer
de l O a 1 5 sessões e renovar uma vez o tratamento.

AGULHA INTRADÉRMICA QUE


PERMANECE NO CORPO
Pi Nei Zhen

A agulha que permanece no corpo (Pi Nei Zhen) ou "agulha enterrada"


(Mai Zhen) provém de um método antigo onde se deixava a agulha no lugar.
A técnica consiste em fixar na pele, no local de um ponto, uma pequena
agulha e deixá-la no corpo durante um tempo bem longo.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 21 3

Este método é utilizado nas doenças que necessitam de uma esti­


mulação superficial, por longo tempo. Serve, igualmente, na auriculoterapia.

Material
Pode-se fazer uso de agulhas de vários tipos:
I - "Agulha grão de trigo" : feita de uma ponta de calibre 32 ou 34,
comprimento de I ,5cm e de um cabo muito pequeno, do tamanho de meio
grão de arroz (Fig. 40).
2 - "Agulha percevejo" : do mesmo calibre, mas com a forma de um
percevejo (Fig. 40).
3 - Agulha de acupuntura comum, fina, nº 32 ou 34, de 5 fen de
comprimento.

Técnica
As agulhas devem ser perfeitamente esterilizadas e a pele cuidadosa­
mente desinfetada.

Fig. 40 Agulhas intradérmicas que permanecem no corpo: tipo "grão de trigo" e tipo
-

"percevejo".

"Agulha grão de trigo"


Inserção:
Com a mão direita, segurar com uma pinça o corpo da agulha e esticar
a pele no ponto a ser agulhado, entre o pÇJlegar e o indicador da mão
214 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

esquerda. Colocar a agulha perpendicularmente no sentido do meridiano, o


corpo da agulha formando um ângulo de 1 5° com a pele. Fazer penetrar a
agulha na derme. A agulha deve-se encontrar em posição horizontal, numa
distância de 0,5 ou l cm sob a pele.
Por exemplo: Feishu B l 3 está situado nas costas, sobre a primeira
linha do meridiano Tai Yang da Bexiga. Como a direção do meridiano é de
cima para baixo, a agulha será inserida transversalmente, da direita para a
esquerda, ou da esquerda para a direita, para ficar perpendicular ao meridiano.

Fig. 41 - Fixação da agulha "grão de trigo··.

Fixação:
Após ter feito penetrar a agulha sob a pele, fixar um pequeno
pedaço de esparadrapo ( I cm x I cm), sob o cabo e a parte do corpo
da agulha que sai da pele. Em seguida, recobrir a agulha com um
pedaço de esparadrapo um pouco maior que o primeiro. Um dos cantos do
quadrado de esparadrapo deve coincidir com a extremidade superior do cabo
da agulha.
Essa fixação, por um lado impede os deslocamentos da agulha
sob o efeito dos movimentos, por outro lado, facilita sua extração. Para
retirar a agulha, basta levantar o canto do quadrado de esparadrapo
situado ao lado oposto de seu cabo, para que a agulha saia ao mesmo tempo
(Fig. 4 1 ) .
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 21 5

"Agulha percevejo"
A agulha percevejo é empregada, de preferência, sobre o rosto, as
orelhas e locais que necessitam das puncturas verticais e superficiais.
Segurar o círculo que forma a cabeça da agulha, imobilizar o ponto,
levar a agulha diante do ponto e fazê-la penetrar por pressão e por um leve
movimento de rotação de sua cabeça. Fixar com um pequeno pedaço de
esparadrapo. Pode-se, iguahhente, colocar, com pinças, a agulha sobre um
pequeno pedaço de esparadrapo, depois, segurando-o pela borda e, com o
polegar, fazer penetrar a agulha, apoiando-se em sua cabeça.

Agulha de acupuntura comum


Inserir a agulha horizontalmente na derme em alguns fen; a direção da
inserção e a fixação são similares àquelas da "agulha de grão de trigo"

Duração da inserção
O tempo durante o qual se deixam as agulhas intradérmicas depende
do estado da doença; em geral é de um ou 2 dias, mas pode-se prolongar até
uma semana. No verão ou em clima quente, não se deve ultrapassar de 48
horas. No inverno, podem-se deixar as agulhas no local de 5 a 7 dias.

Indicações
As agulhas que permanecem no corpo são utilizadas em caso de dores
como: cefaléia, enxaqueca, dores gástricas, cólicas hepáticas ou nas afecções
crónicas como: insônia, asma, hipertensão arterial, neurastenia, distúrbios das
menstruações, incontinência urinária, casos clínicos dos Bi (Bi Zheng).

Contra-indicações e precauções de emprego


- Antes de utilizar uma agulha que permanece no local, deve-se sempre
verificar cuidadosamente seu estado, para eliminar o risco de uma ruptura da
agulha sob a pele.
- As agulhas que permanecem no corpo só são inseridas sobre os
pontos onde elas não representem uma tortura para os movimentos. Elas não
deve ser utilizadas nas inflamações ou nas ulcerações cutâneas, bem como
sobre os locais entumescidos.
- Retirar a agulha se houver agravação da dor após sua inserção.
- Retirar a agulha se, após sua inserção, aparecer rubor local, inchaço,
exsudação ou sinal de infecção.
21 6 • MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

AGULHA TRIANGULAR
San Leng Zhen

A agulha triangular é um aperfeiçoamento da quarta agulha antiga


(Feng: pontiaguda e afiada), descrita no capítulo I do Ling Shu (ut supra,
parte I, cap. 1 ).
A técnica que utiliza a agulha triangular consiste em provocar um
sangramento leve, ao se lacerar superficialmente uma região da pele ou ao se
furar uma veiazinha.
A sangria é conhecida na China há muito tempo, ela é praticada com o
auxílio de uma agulha de pedra (Bian Shi). Os livros clássicos deram os
princípios de sua utilização:
Su Wen (cap. 24): "Quando se tiver reconhecido o "sofrimento " de
um vaso, começa-se por um sangramento que elimina o que o afeta. . . ."

Ling Shu (cap. 1 ) : "Deve-se fazer sangrar para evacuar o que está
acumulado ".
Ling Shu (cap. 7): "O método Luo, ao agulhar os colaterais, faz
desaparecer os bloqueios sangüíneos".
Ling Shu (cap. 39): "Se nos Luo se encontrar uma congestão, a zona
congestionada pode ser tão pequena quanto a cabeça de um alfinete, mas
pode ser tão grande e longa quanto uma corda. Nesse caso, o médico deve
praticar uma sangria sem esperar".
Ling Shu (cap. 78): "Para dispersar o Calor, deve-se fazer sair o
sangue ".
O modo de ação da agulha triangular corresponde ao sangramento dos
vasos" (Ci Xue Luo) e ao "fazer escoar o Calor" (Chu Xue Xie Re). O
sangramento "abre as aberturas e dispersa o Calor" (Kai Qiao Xie Re),
"vivifica o sangue e faz desaparecer o inchaço" (Huo Xue Xiao Zhong).
Assim, a agulha triangular é indicada em todos os casos de bloqueio dos
vasos, nas doenças de estagnação de sangue que bloqueiam a circulação.
A sangria pela agulha triangular tem o efeito de vivificar o Sangue,
de dissolver os acúmulos de Sangue, de reduzir as inflamações, de
acalmar as dores, de dispersar as Plenitudes e de eliminar as
Acumulações.

Material
A agulha triangular é uma grossa agulha de 2 a 3 cun de comprimento,
o corpo termina em uma ponta triangular cujos 3 lados são afiados.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 217

Pode, eventualmente, ser substituída por uma agulha de injeção, uma


lâmina de barbear ou uma agulha epidérmica (Pi Fu Zhen).

Técnicas de utilização
A agulha triangular pode ser empregada de 5 maneiras diferentes.
Antes de toda manipulação, deve-se desinfetar cuidadosamente a parte
a ser tratada e as mãos, e esterilizar a agulha.

Agulhada rápida (Dian Ci)


Manter a parte a ser tratada com a mão esquerda (garra do tigre). Pegar
a agulha entre o polegar, o indicador e o dedo médio da mão direita, visar
com precisão o vaso ou o local a ser furado. Inserir rapidamente a agulha de
. Y2 ou 1 fen de profundidade e retirá-la imediatamente. O sangue deve
escorrer, não se deve estancar o sangramento. Se o sangramento não estiver a
contento, pode-se pressionar levemente ao redor do orifício para auxiliar o
sangue estagnado a sair. No fim da operação, comprimir o orificio com um
algodão esterilizado para estancar o sangramento. Quando se tiver que
agulhar uma veia superficial, provoca-se uma congestão local, pressionando­
se ao longo da veia, ao redor da parte a ser tratada.

Indicações:
- Dores lombares causadas por acúmulos de sangue na seqüência de
um ferimento externo: estimular Weizhong B 40.
- Dores e inchaço da garganta: estimular Shaoshang P 1 1 .
- Diarréias e vómitos nos casos de gastroenterites agudas: agulhar
Quchi IG 1 1 , Weizhong B 40.
- Conjuntivites agudas: estimular Taiyang Ponto HM, ou Erjian IG 2 .
- Insolações (Zhong Shu) e ictus apoplético (Zhong Feng de forma
·

fechada), agulhar os 1 0 Xuan.


- Nas crianças, para os Ganji (doenças d�vidas à desnutrição· com
emagrecimento, dispepsia, diarréia, inchaço abdominal e membros magros):
agulhar os pontos Sifeng Ponto HM .
_ Rubores e inchaços das articulações nos casos de Bi Calor (Re Bi):
agulhar os pontos locais.

Agulhadas dispersas (San Ci)


Esta técnica é também denominada: a agulhada em pele de pantera
(Bao Wen Ci).
21 8 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Fazer sangrar através de agulhadas que circunscrevem a parte doente:


para frente. para trás. à direita. à esquerda da parte inflamada, ou sobre a
borda da linha vermelha que a delimita.

Indicações:
Esta técnica é empregada para as afecções da superficie cutânea e de
dimensões muito extensas, por exemplo:
- entorses.
- dermatoses rebeldes,
- úlceras cutâneas. Nesse caso, pode-se agulhar diretamente sobre a
úlcera ou até mesmo ao redor dela pela técnica Sanei.
Fazem-se, em geral, de 3 a 8 agulhadas. Pode-se utilizar uma
agulha superficial (Pi Fu Zhen), mas a sangria não deve ser muito exces­
siva.

A laceração (Tiao Ci)


Esta técnica consiste em lacerar uma pequena parte da pele, com o
auxílio da ponta da agulha triangular, a fim de provocar um sangramento.
Com a mão esquerda, pinçar a pele no local escolhido. Com a
mão direita, furar rapidamente a pele sobre Y2 fen de profundidade e inclinar
de tal forma a agulha que a ponta, ao subir, lacere a pele. Deixar escorrer um
pouco de sangue. Se o sangue não escorrer, pode-se pressionar o local da
laceração com os polegares e os indicadores das 2 mãos. O sangue sai
imediatamente.

Indicações:
- Sicoses múltiplas. particularmente os furúnculos da nuca: procurar os
pontos vermelhos, dos dois lados da coluna vertebral e agulhar com a agulha
triangular.
- Hemorróidas: fazer sangrar os pontos marrons situados sobre a parte
lombossacra.
- Gan Ji (desnutrição infantil): agulhar os pontos extrameridianos
Sifeng.

Agulhadas agrupadas (Cong Ci)


Fazer agulhadas rápidas (Dian Ci) e próximas sobre uma zona restrita e
deixar sangrar.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 21 9

Indicações:
Este tipo de sangria é geralmente associado ao das ventosas e
emprega-se nos casos de:
- entorses.
- casos clínicos das doenças Bi.
- alopecia,
- úlceras.

Agulhadas em círculo (Wei Ci)


Agulhar rapidamente (Dian Ci) ao redor de um local doloroso ou
inchado.

PONTOS DE ACUPUNTURA HABITUALMENTE AGULHADOS


COM AGULHA TRIANGULAR

Shixuan ( l O pontos extrameridianos da ponta dos dedos):


Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: hipertermia, desmaio, insolação, síncope, paresia das
extremidades dos membros.

Shi 'er Jing ( 1 2 pontos Jing da ponta dos dedos):


Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: hipertermia, desmaio, garganta dolorosa, inflamação das
amígdalas.

Sifeng (pontos extrameridianos):


Técnica: Dian Ci, agulhar e pinçar para fazer
, sair um pouco de líquido
amarelado.
Indicações: digestão difícil, indigestão, coqueluche, Gan Ji (desnu­
trição infantil).

Yuji P 10:
Técnica: Dian Ci ou San Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: hipertermia, garganta dolorosa, inflamação das amígdalas.
220 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Chize P 5:
Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: insolação. vómitos e diarréia aguda.

Quze PC 3:
Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: insolação, opressão torácica, sentimento de inquietação.
com sensação de opressão, de calor torácico e de sufocação (Xin Fan:
habitualmente traduzido por "agitação ansiosa").

Weizhong B 40:
Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: insolação, vómito e diarréia aguda, contratura da pantur­
rillm.

Bafeng (pontos extrameridianos):


Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: paresia, inchaço doloroso dos pés.

Baxie: (pontos extrameridianos) :


Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: inchaço doloroso da mão, paresia da mão.

Yintang (ponto extrameridiano):


Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: cefaléia, vertigem, desmaio, olhos vermelhos, rinite.

Taiyang (ponto extrameridiano):


Técnica: Dian Ci ou San Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: cefaléia, olhos vermelhos e dolorosos.

Baihui DM 20:
Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: cefaléia, desmaio, vertigem, alucinação, hipertensão arte­
rial.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - . 221

Erjian, Pingjiang, Erbei (pontos extrameridianos):


Técnica; Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: hipertermia, inflamação das amígdalas, olhos vermelhos e
dolorosos, hipertensão arterial.

Jinjin, Yuye (pontos extrameridianos):


Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: ictus apoplético (Zhong Feng), língua áspera, elocução
dificil.

Contra-indicações
Não utilizar a agulha triangular nos casos clínicos de Defi­
ciência (Vazio) de Sangue (Xue Xu Zheng), nos hipotensos, nas pessoas de
constituição frágil, nas gestantes, nas parturientes, nos doentes sob tra­
tamento anticoagulante ou aqueles sujeitos a sangramentos espontâneos ou
crónicos.

Precauções de uso
I Explicar a técnica ao paciente para prevenir uma eventual lipotimia
-

causada pela visualização do sangue.


2 - Efetuar a manobra superficialmente e com leveza. Evitar fazer
sangrar muito.
3 - Desinfetar cuidadosamente a região a ser tratada, bem como as
mãos. A agulha deve ser esterilizada. Se o sangramento é muito forte,
comprimir com um tampão de algodão para estancar o sangue.
4 Agulhar uma vez por dia ou a cada 2 dias. Em caso de perda de
-

muito sangue, agulhar, no máximo, 2 vezes por semana.

AGULHA LONGA
Mang Zhen

A agulha longa é uma agulha fina (Hao Zhen), longa "como uma aresta
(pragana) de trigo", empregada nas doenças crónicas que pedem uma inserção
profunda.
222 - MOXIBUST ÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Esta agulha tem por origem a oitava agulha (Chang) descrita nos
capítulo I do Ling Sim (ut supra parte I, cap. 1).

Fig. 4 2 - A agulha longa.


OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 223

Material
É uma agulha fina (Hao Zhen) cujo corpo pode medir 5 cun, 7 cun, 8
cun, l chi, 1 chi 5 cun. 2 chi, 2 chi 5 cun, 3 chi (de 16 cm a 96 cm) e cujo
diâmetro vai do n2 29 ao n2 32.

Técnica
Penetração da agulha:
Com o dedo médio, o anular e o auricular da mão esquerda dobrados,
apoiar com força sobre a pele para imobilizá-la. Com o polegar e o indicador
da mão esquerda, apertar o corpo da agulha e inseri-la, girando-a suavemente.
Ao mesmo tempo, fazer girar o cabo da agulha com o polegar, o indicador e o
dedo médio da mão direita. Durante a penetração da agulha. as duas mãos
devem agir em conjunto e fazer girar a agulha com regularidade (Fig. 42) (ut
supra parte I, cap. 2, foto 7).
Tonificação e Dispersão:
Não há técnica especial de tonificação e dispersão. Retira-se a agulha
quando se obteve o Qi.
Sobre os membros, as costas, a cabeça e o rosto. para uma síndrome
Plenitude, o ângulo de rotação é grande; para uma síndrome Vazio, é
pequeno.
Profundidade e direção da penetração da agulha:
O momento em que o paciente sente a agulha determina a
profundidade da penetração.
Pode-se agulhar direto sobre o abdômen e os bordos do abdômen.
Sobre os pontos da linha mediana do abdômen, agulha-se a uma profundidade
de 7 a 8 cun, mas se a sensação chega a 4 ou 5 cun, é inútil agulhar mais
profundamente. Sobre o meridiano Dai Mai, que está sobre a borda do
abdômen, pode-se inserir numa profundidade de I chi 2 cun a 2 chi,
aproximadamente. Abaixo da cintura, nas nádegas, agulha-se obliquamente de
5 a 8 cun. Nas costas, no tórax, na região dos órgãos essenciais, tais como,
coração, pulmões. fígado, baço, que são próximos da superfície, deve-se
agulhar na horizontal, não muito profundamente. "Agulhar rapidamente"
(Dianci) sobre a cabeça e o rosto.

Indicações
A agulha longa é indicada, essencialmente, nos casos de doenças
crônicas: dores reumáticas, distúrbios menstruais, doenças mentais, doenças
intestinais, ou doenças para as quais as agulhas curtas não deram resultado.
224 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Contra-indicações
Corpo debilitado por uma doença crônica,
Hipersensibilidade,
Regiões inchadas, doenças de pele evolutivas,
Gestantes,
Crianças e adolescentes.

Notas
1 - A agulha longa exige uma grande experiência. No início de um
tratamento, devem-se escolher outros métodos e só utilizar a agulha longa
quando esses métodos não deram resultado.
2 Para os doentes que se assustam com o comprimento da agulha,
-

deve-se explicar qual será a sensação dada por ela. Deve-se fazer penetrar
progressivamente, para ter uma reação lenta e não manobrar a agulha muito
bruscamente, para evitar um desmaio.
3 O paciente deve estar absolutamente deitado, numa posição
-

confortável, porque ele não deve mudar de posição durante o tratamento.


4 - As agulhadas sobre o tronco, particularmente na região dos órgãos
internos, não devem ser muito profundas, para evitar lesar as vísceras.

AGULHA AQUECIDA
Wen Zhen

Esta técnica, que combina os efeitos da punctura e da moxibustão,


pode ser realizada com o auxílio da artemísia ou da cera aquecida.
Na moxa com agulha aquecida, o calor segue de uma maneira mais
precisa o trajeto do meridiano, enquanto que nas outras formas de moxa:
cones ditetos ou indiretos ou bastões de moxa, o calor se propaga de uma
maneira mais difusa.

AGULHA AQUECIDA COM ARTEMÍSIA

Depois de ter agulhado, obtido o Qi, tonificado ou dispersado, segundo


as necessidades e deixado a agulha no lugar, deve-se preparar uma moxa que
se separa em 2 partes e com a qual se envolve o cabo da agulha.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 225

O cone de moxa pode ser substituído por um pedaço de I a 2 cm de


um bastão de artemísia que será fixado no cabo da agulha. A base da moxa ou
do pedaço de bastão de artemísia deve estar a uma distância de, no mínimo, 2
cm da pele.
Pegar uma folha de papel de 5 x 5 cm, rasgá-la em diagonal na metade
de seu comprimento (principalmente não cortá-la com tesoura). Recobrir o
ponto com a folha de papel, fazendo-a deslizar de cada lado da agulha e
reajustando os dois pedaços da ranhura. Com o auxílio de um incenso,
acender, pela base. o cone ou o pedaço de bastão de artemísia, a fim de que o
calor se propague diretamente para baixo, por intermédio da agulha (Fig. 43).

Pontos a observar
A agulha deve ser de calibre 26. A moxa deve ter o tamanho de uma
semente de jujuba. Deve-se atentar para que o veludo de artemísia esteja bem
apertado entre os dedos, que sua superfície seja lisa, para que a artemísia não
caia.
A folha de papel serve para recolher as cinzas, por um lado, e por
outro para evitar uma dor pela propagação do calor a uma extensão impor­
tante da pele.

Fig. 43 Agulha aquecida com artemísia.


-
226 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

O paciente não deve se mover de maneira alguma. Não utilizar a


agulha aquecida nos casos em que não se deve deixar a agulha no local.

AGULHA AQUECIDA COM CERA

Esta técnica consiste em aquecer, com a cera líquida, a agulha de


acupuntura (Haozhen) inserida na pele.
Preparar a agulha e um pequeno frasco (tipo frasco de antibiótico)
cheio de parafina e aquecido em "banho-maria" para torná-la líquida.
Deixar resfriar o frasco por aproximadamente l O minutos, ou seja, até
que sua parede apresente o aspecto de um vidro embaçado. O centro do frasco
ainda está líquido e a temperatura da parafina, compreendida entre 48 e 52°,
é a adequada. Esta temperatura é bastante estável e só baixa apro­
ximadamente 2 graus durante o tratamento: ela não pode causar danos à pele
ou aos tecidos.
Durante esse tempo, escolher o ponto de acupuntura a tratar, agulhar,
obter a sensação de Qi e tonificar ou dispersar, conforme o caso. Deixar a
agulha no local.
Inserir o cabo e uma parte do corpo da agulha no frasco, de modo que
a abertura do frasco se encontre a 1 cm da pele. Segurar o frasco imóvel ou
fazê-lo girar.
O paciente tem, rapidamente, a sensação contínua de picada,
entorpecimento, inchaço, peso. calor e difusão. Em geral. são as sensações de
inchaço, peso e calor as mais fortes. Tirar o frasco ao final de I O minutos,
reaquecê-lo e guardá-lo para a próxima utilização. Trinta minutos de
aplicação contínua pennitem conservar a sensação da agulha. Enfim, tirar a
agulha.
Lembramos que é indispensável ter obtido a "sensação de Qi" antes
de praticar as técnicas com a agulha aquecida. Se o Qi não apareceu
sob a agulha, somente o aquecimento não permitirá obter o resultado
desejado.

Indicações da agulha aquecida


Paralisias flácidas, Bi do Vento, do Frio e da Umidade, estagnação do
Frio nos meridianos e colaterais. estagnação do Qi e do Sangue. paresias,
entorpecimentos, diarréia, inchaços abdominais, Baço e Estômago Vazios e
Frios.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 227

AGULHA DE FOGO
Huo Zhen

Este método consiste em agulhar um local. fazendo penetrar rapi­


damente uma grossa agulha, previamente aquecida no fogo.
A agulha destinada a este uso é um aperfeiçoamente da agulha Da
(grande), descrita no capítulo 1 do Ling Sim (ut supra parte I, cap. 1).
O Nei Jing denomina este método "a têmpera (Cui Ci)", por analogia à
dos metais.
Vários textos clássicos determinam o emprego da agulha de fogo, por
exemplo:
Ling Sim (cap. 7): "a agulha de fogo permite eliminar os Bi".
Qian Jin Yi Fang: "Utiliza-se a agulha de fogo para curar os
furúnculos, o antraz e as úlceras da pele".
Os efeitos desse método são "reaquecer os vasos, dispersar o Frio"
(Wen Jing San Han), "abrir passagem nos vasos, vivificar os colaterais" (Tong
Jing Huo Luo).

Material
Atualmente empregam-se agulhas de aço inoxidável (nº 26 ou 27). As
agulhas devem ser sólidas e elásticas. As agulhas de cobre conduzem bem o
calor, mas o corpo da agulha fica mole depois de muitas aplicações, por isso
qti'e as desaconselhamos. O corpo da agulha é bastante grosso, de 0,5mm (nº
26 ou 27), até l mm de diâmetro. Elas têm comprimento de 1 a 2 cun. As
agulhas muito longas são difíceis de serem utilizadas, porque elas se curvam
facilmente. Para as agulhas curtas. deve-se isolar o cabo com um pedaço de
bambu ou um tampão de algodão, enquanto que o cabo das agulhas mais
longas não precisa ser isolado.

Técnica
Desinfetar a reg1ao a ser agulhada. Conforme a sensibilidade do
doente, pode-se, previamente, fazer uma anestesia local, por infiltração de
solução de procaína de 2 a 1 0% , à qual se pode adicionar 0,2% de cloridrato
de adrenalina para prevenir uma hemorragia.

Agulhada profunda {Shen Ci)


Segurar a agulha com a mão direita, enquanto que a mão esquerda
(garra do tigre) imobiliza a região a ser agulhada. Às vezes, enfia-se a unha
do polegar esquerdo na borda do ponto. Aquecer progressivamente o corpo da
228 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

agulha no fogo, indo-se do cabo até a ponta e depois fazer penetrar


rapidamente a agulha e retirá-la imediatamente. Em seguida, massagear com
um tampão de algodão. A profundidade da inserção é de aproximadamente 5
fen a 1 cun.

Agulhada superficial (Qian Ci)


Depoi.s de ter aquecido a agulha no fogo, contenta-se com furar a pele
·

na região indicada.
Pode-se utilizar uma agulha epidérmica (Pi Fu Zhen). Aquecem-se as
pontas da agulha, no fogo, e depois insere-se na parte a ser tratada.

Escolha dos pontos


A escolha dos . pontos, cujo princípio é o mesmo que para a "agulha
fina" (Hao Zhen), faz-se em função dos sintomas da doença, da constituição e
da !dade dos pacientes.
Os pontos escolhidos são geralmente pouco numerosos, podem-se
agulhá-los, com vantagem, nos casos clínicos de Plenitude (Excesso) e nos
·

pacientes jovens e róbustos.


Os pontos habitualmente escolhidos para o tratamento são aqueles
situados sobre a região doente ou em regiões vizinhas. ou os pontos Ashi.
A espessura dos músculos e a localização dos vasos sangüíneos, no
local escolhido, determinam a profundidade da inserção. Habitualmente, as
inserções são mais profundas nos membros, abdômen e região lombar (2 a 5
fen) e mais superficiais no peito e costas (1 a 2 fen).

Indicações
Utiliza-se a agulha de fogo nos casos de escrófula, antraz, urticária,
verrugas, condilomas chatos e nevos, bem como nos casos clínicos de Bi do
Frio (Han Bi), das ptoses e dores gástricas, diarréias, impotência, mens­
truações irregulares, dismenorréias, dos Gan Ji (síndrome .de desnutrição
i nfantil), mastites.
Quando se quer fazer expelir o pus, utiliza-se uma agulha de diâmetro
grande. Por outro lado, aconselha-se uma agulha mais fina se se quiser
desagregar as massas duras e os inchaços de tipo Yin.

Precauções de utilização
Aquecer a agulha progressivamente, começando pelo corpo e tenni­
nando pela ponta. Não agulhar se o corpo da agulha estiver quente e a ponta
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 229

fria. Assim, se está de acordo com as recomendações do Zhen Jiu Da Cheng


(capítulo: agulha de fogo) : "Esquenta-se até que a agulha esteja vermelha,
desta forma será eficaz. Se não ficar vermelha, a doença não será eliminada,
ao contrário, o paciente terá seu estado agravado".
A região a ser estimulada deve ser escolhida com exatidão. O prático
deve evitar os vasos sangüíneos. os tendões e os ossos. O movimento deve ser
preciso e rápido. A agulha deve ser retirada desde que a parte doente tenha
sido atingida, lembrando-se das recomendações do Zhen Jiu Da Cheng
(capítulo: agulha de fogo): "Evitar absolutamente agulhar muito profunda­
mente, para não ferir os vasos, mas se a inserção for muito superficial, não
eliminará a doença".
Deve-se utilizar com prudência a agulha de fogo no rosto, porque ela
pode deixar pequenas cicatrizes. O Zhen Jiu Da Cheng (capítulo: a agulha de
fogo) lembra que: "Pode-se empregar a agulha de fogo em todas as partes do
corpo, mas deve-se ser prudente e evitar o rosto".
Não utilizar a agulha de fogo nos casos de hipertermia.
Se aparecer, nos dias que sucederem o emprego da agulha de fogo, um
rubor, uma tumefação ou pruridos na região da punctura, dever-se-á ter
cuidado, particularmente com a assepsia na região.

AGULHAS PARA CRIANÇAS


Er Zhen

Várias agulhas podem ser utilizadas para as crianças, seja a agulha


fina, de 0,5 cun e de calibre 34, seja a agulha epidérmica (Pi Fu Zhen) ou sua
sucessora, a "escova de dentes dura", já estudadas nesse capítulo. ·
Entretanto, existe uma agulha especialmente reservada ao uso
pediátrico. Esta agulha, embora de grande interesse, não é muito conhecida
dos acupunturistas; é por isso que nos pareceu necessário expor sua
fabricação e sua utilização (foto 32).

Material necessário para sua fabricação


- Uma pipeta de vidro, de 5 mm de diâmetro exterior e de 2,3 a 2,5
mm de diâmetro interior. Comprimento total de 5 cm, mas prever vários
comprimentos em caso de tentativas frustradas.
- A agulha propriamente dita: um cilindro de ouro branco de 14
quilates, de 2,8 cm de comprimento e 2,2 mm de diâmetro. A ponta da agulha
230 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

deve ser cortada em forma de tulipa, por um profissional, sobre um


comprimento de 5 mm, aproximadamente. A ponta afiada dessa tulipa mede 2
mm e o bisei da ponta não deve ser traumatizante. Obedece às regras de
afiamento das agulhas de acupuntura disponíveis no comércio.
- 2 cilindros em ouro de 1 0 quilates de 5 mm de comprimento e 2,2
mm de diâmetro, que servern de contra-peso.

Foto 32 Agulha para criança.


-

Fabricação
Com o auxílio de um bico de bunzen, fechar pela metade uma das
extremidades do tubo de vidro.
Pela outra extremidade, deslizar no tubo, primeiramente os contra­
pesos, depois a agulha, pelo cabo.
Fechar parcialmente, com o auxílio do bico de bunzen, a extremidade
do tubo por onde sairá a ponta da agulha. Os bordos do tubo, fechados pelo
calor, devem conservar ulha abertura bem redonda e abraçar perfeitamente o
declive da tulipa. Quando o tubo for segurado verticalmente, a ponta estará
dirigida para baixo e deverá ultrapassar o tubo em aproximadamente 2 mm.
Pode ser que sejam necessárias várias tentativas para se obter o
resultado desejado. Não se satisfazer, de forma alguma, com uma realização
i mperfeita.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 231

Nota: Para consumir a pipeta em pedaços, deve-se limá-la no


comprimento desejado com uma lima triangular e quebrá-la com a mão.

Treinamento e utilização
Para o treinamento, colocar a almofada diante de si, inclinada para a
direita, num ângulo de 45°.
Segurar a agulha na sua extremidade não pontiaguda, entre o polegar e
o indicador, mais exatamente entre a polpa do polegar e a do indicador. A
extremidade do tubo está inserida nas laterais das polpas dos dedos, sem
emergir para cima.
Partindo da extremidade distal e voltando para si, dar com a mão, de
uma ponta à outra da almofada, umas doze sacudidelas suaves, em menos de
3 segundos.
No movimento, a extremidade do tubo tamborina superficialmente a
superficie a ser tratada, e a ponta age na superficie da pele de forma
totalmente indolor para a pessoa tratada.
Aconselha-se treinar até que a mão adquira um automatismo de
percussão tal que os golpes se encadeiem com regularidade, sem ficarem
pesados pelo peso da mão.
Esta técnica é recomendada para tratar as crianças durante os 7
primeiros anos.
A manipulação é efetuada sobre todo a extensão dos trajetos de Ren
Mai, sobre a primeira inervação da Bexiga, sobre a face interna e externa do
antebraço e sobre a face interna e externa das pernas.
Pode-se completar o tratamento por alguns golpes marcados 3 vezes no
lugar dos pontos selecionados, particularmente: PC 6 Neiguan, BP 6
Sanyinjiao, TA 5 Waiguan, E 36 Zusanli.
CAPÍTU LO I I I
As ventosas
Ba Guan Zi

As ventosas são pequenos frascos com abertura redonda e lisa,


utilizados para criar, na pele, uma depressão que vai puxar o sangue para o
exterior do corpo e fazê-lo circular.
O termo antigo (Jiao Fa), que serve para designar as ventosas,
lembra que as primeiras entre elas eram feitas com chifres de ani­
mais. Com o passar do tempo, todos os tipos de materiais foram
utilizados para sua confecção, e foram descritas numerosas formas de criar a
depressão.

DIFERENTES MODELOS DE VENTOSAS

Existem ventosas de tamanhos muito variáveis e feitas de


diversos materiais. As ventosas mais comuns são de vidro, barro ou
bambu. Existem também ventosas de ferro ou de cobre. As de vi­
dro têm a vantagem de permitir ver a evolução da congestão da
pele e, então, modular a duração do tratamento, mas sua con­
dutibilidade para o calor é muito grande e elas são muito frágeis.
O essencial numa ventosa é que sua abertura seja bem lisa. Esta abertura tem,
geralmente, I cun, I cun 5 fen, 2 cun. As ventosas de barro têm um gargalo
estreito e um grande volume, o que lhes dá uma grande capacidade de
aspiração.
234 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

TÉCNICAS

Colocação das ventosas


Podem ser utilizados vários processos destinados a eliminar o ar:

1 - Processos por com bustão


a) Método Tou fluo Fa
Dobrar uma pequena folha de papel em forma de búzio (Fig.
44a). Acender uma extremidade, jogar o papel em forma de búzio ace­
so na ventosa (Fig. 44b). A combustão do papel elimina o ar, o
que cria uma depressão. Recolocar a ventosa sobre a parte doente (Fig.
44c) .

b) Método Tie Mian Fa


Umedecer de álcool um pequeno tampão de algodão, amassá-lo em
forma de pastilha que se adere à parede da ventosa. Acender, deixar queimar
um instanle e colocar a ventosa sobre a parte doente.

Fig, 44 - Colocação da ventosa: método Tuo Huo.

Fig. 44a - Dobrar o pape l .


AS VENTOSAS - 235

Fig. 44 - Colocação da ventosa: método Tuo Huo.

Fig. 44b · Acender o papel.

Fig. 44c · Colocar a ventosa.


236 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

c) Método Shan Huo Fa


Segurar a ventosa com a mão esquerda e com a mão direita, fazer girar
dentro da ventosa. com o auxílio de uma pinça, um chumaço de algodão
embebido em álcool e inflamado (Fig. 45). Colocar a ventosa; se ela não se
aderir, pode-se voltar a fazer girar o algodão aceso na ventosa e colocá-la
uma segunda vez; os "cotonetes", de cabo de papelão, podem ser
convenientes para esse uso.

d) Método Jia Huo Fa


Uti lizar-se de um objeto antiinflamável e condutor de calor, por
exemplo, uma moeda colocada num pequeno disco de papelão. Colocar esse
objeto sobre a parte doente e pôr cm seu centro um pouco de algodão
embebido em álcool e inflamado. Ao mesmo tempo. colocar a ventosa.
tomando-se cuidado para não virar o suporte para evitar uma queimadura.

2 - Processo por ebulição


Colocar as ventosas para ferver em água, durante dez minutos, depois
retirar uma delas com pequenas pinças e agitar para eliminar a água. E m
seguida, tampar suavemente seu orifício sobre uma esponja impregnada de
água fria e, rapidamente, aplicar a ventosa sobre o ponto de acupuntura ou a
zona a ser tratada.

Retirada das ventosas


O tempo ótimo de aplicação está compreendido entre três e dez
minutos, mas deve ser modulado, em função do grau de tensão que existe no
interior da ventosa.
Quando a ventosa tiver cumprido seu efeito, deve-se segurá-la com
uma mão. enquanto que com a outra pressiona-se a pele ao redor do orifício,
para que o ar possa penetrar; aí então, pode-se retirar a ventosa (Fig. 46).

UTILIZAÇÕES

1 - Ventosa simples e ventosa de sucção


a) Ventosa simples
Podem ser utilizados diferentes tipos de ventosas. Seu tamanho é
proporcional à parte a ser tratada e a natureza da doença.
AS V ENTOSAS - 237

Fig. 45 - Colocnçiio da ventosa: método Shuan Huo.

Fig. 46 - Retirada dn ventosa.


238 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

b) Ventosas de sucção
São ventosas simples nas quais se realiza um vazio. mais ou menos
puxado por aspiração do ar contido na ventosa.

Modo de operação:
Pegar um frasco vazio de antibiótico injetável. tirar o fundo e lixar a
abertura com lima de vidro ou uma pedra para deixá-lo perfeitamente liso.
Escolher o ponto em f1mção da doença.
Colocar o frasco sobre o ponto e apoiá-lo sobre a pele. Aspirar o ar
com uma seringa vazia de 1 0 ou 20 mi. através da rolha de borracha, até que
o frasco adira completamente à pele (Fig. 4 7). Injetar, então. 4 a 5 mi de água
na ventosa, para evitar que uma depressão muito forte provoque um
sangramento.
Ti ra-se a ventosa após I O a 1 5 minutos e enxuga-se a região do ponto.
São necessárias 7 sessões para fazer um tratamento. trocando os pontos
em cada sessão. Pode-se prolongar o tratamento para as doenças crónicas.

Fig. 47 - Ventosa de sucção.


AS VENTOSAS - 239

Observações:
- Não pressionar muito forte a depressão nas pessoas de constituição
frágil, habitualmente não se retira mais de 20 mi de ar.
- Utiliza-se freqüentemente esta técnica para acalmar a dor causada por
uma punctura.
- Quando se colocam as ventosas sobre os idosos que têm hipertensão
arterial, puncturam-se. ao mesmo tempo, os pontos Quchi IG 1 1 e Neiguan
PC 6.

c) Indicações das ventosas simples e das ventosas de sucção


- As dores por Calor-Plenitude-Umidade, as dores articulares com
derramamentos.
- Região lombar e costas doloridas (sobretudo por Umidade) :
Yinmen B 37, Yaoyan (ponto HM), Yaoyangguan DM 3 , Dazhui
DM 14.
- Cefaléias:
Dazhui DM 14, Taiyang (ponto HM), Yintang (ponto HM).
- Dores gástricas crónicas:
Zhongwan RM 1 2, Weishu B 2 1 . Zusanli E 36.
- Dores abdominais por golpe de frio ou por indigestão:
Sanyinjiao BP 6, Guanyuan RM 4.
- Dores abdominais das crianças:
Shenque RM 8.
- Diarréia:
Tianshu E 25, Qihai RM 6, Zusanli E 36.
- Gamnao (resfriado, gripe, afecções das vias aéreas superiores):
Dazhui DM 14, Dazhu B I I , Hegu IG 4.
- Tosse:
Feishu B 1 3 . Dingchuan (ponto HM), Geshu B l 7.
- Asma:
Zhongfu P I , Qihai RM 6, Fengmen B \2.
- Peito e flancos dolorosos:
Zhangmen F 1 3 , Yanglingquan VB 34, Tianyingxue (ponto HM).
- Dismenorréia:
Daimai VB 26, Yinjiao RM 7, Xuehai BP 10.
- Hipertensão arterial:
Jianyu IG 1 5, Quchi IG l L Hegu IG 4, Chengfu B 36, Weizhong B
40, Chengjin B 56, Kunlun B 60, Yongquan R I, Shenmai B 62,
Zusanli E 36.
240 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

d) Precauções de utilização
O tempo de colocação é variável . Deve-se retirar a ventosa quando a
pele ficar violácea, ou seja, após 5 minutos de colocação, aproximadamente.
Se, após 5 minutos, a pele não ficar vermelha, é que o tratamento não é
adequado. Quanto mais rapidamente ficar vermelha a pele, mais evidente é a
indicação terapêutica
Não aplicar várias veHtosas ao mesmo tempo.

2 - Ventosa móvel (Tui Guan Fa)


Utilizar uma ventosa cuja borda é particularmente lisa, sem nenhuma
aspereza. Esvaziar a ventosa de ar pelo método Shan Huo Fa e fazê-la aderir
sobre a parte doente.
Depositar ao redor da ventosa e na borda da abertura uma pequena
camada de matéria lubrificante (vaselina. óleo vegetal) e fazer girar a ventosa
no sentido horário (Fig. 48a), deslocando-a em todas as direções sobre a parte
doente (Fig. 48b), até que a região fique vermelha-violácea. Devem-se utilizar
as duas mãos e suspender levemente a base da ventosa do lado para o qual se
deseja dirigi-la (Fig. 48c. Fig. 48d).

Fig. 48 - Deslocamento da ventosa

Fig. 48a - Girando.


AS VENTOSAS - 241

Fig. 48 - Deslocamento da ventosa

Fig. 48b - Na altura das costas.

Esta técnica é empregada sobre as partes doentes muito extensas que


comportam músculos muito espessos; é adequada, então, para as dores das
costas e da coluna vertebral .

3 - Ventosa com medicamentos (Yao Guan Fa) ·

Existem várias técnicas:

a) Ventosa impregnada de medicamentos


Preparar uma decocção com a seguinte fórmula (colocar os ingredi­
entes em uma peneira)
242 • MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Fig. 48c e 48d · Levantando-se a base, do lado aonde se deseja ir.

Herba Ephedra,
Angelica pubescens,
Ledebourellia divaricata,
Chaenomeles lagenaria,
Zantoxyllum piperitum,
Gentiana macrophylla,
AS VENTOSAS • 243

Datura metei,
Artemisia anomala,
Boswellia carterii,
Commiphora myrrha,
Notopterygium incisum.
Tomar 6 g de cada um desses ingredientes.
Nessa decocção, colocar ventosas de bambu e deixar ferver durante
quinze minutos. As ventosas serão utilizadas, em seguida, como no processo
por ebulição. As indicações principais das ventosas impregnadas de
medicamentos são as dores de Vento-Umidade (Feng Shi Tong).

b) Ventosa com solução medicamentosa


Utiliza-se uma ventosa comum ou uma ventosa de sucção, nas quais
foram depositadas soluções medicamentosas, por exemplo:
"A água de pimentão" (Capsicum frutescens),
"A tintura de Zanthoxylum nitidum",
''O suco de gengibre fresco",
"O álcool de Feng Shi" (Syzygum aromaticum, Ilex chinensis,
Eucalyptus globulus, Cinnamomum camphora. . . ).
\
As ventosas com soluções medicamentosas são indicadas nos casos de
dores de Vento-Umidade, tosse, asma, resfriados, gastrites crônicas, digestões
difíceis, psoríase. . .

4 - Ventosa sobre agulha n o ponto (Zhen Guan Fa)


Colocar uma agulha de acupuntura no local escolhido; após a obtenção
do Qi e depois da estimulação, colocar a ventosa sobre a agulha. Esta técnica
é freqüentemente utilizada nas dores de Vento-Umidade (Feng Shi).

5 - Ventosa escarificada
a) Sangramento obtido com uma agulha triangular
Fazer sangrar a parte doente, agulhando-a rapidamente (Dian Ci) com
uma agulha triangular. Eliminar o ar de uma ventosa e colocá-la sobre a parte
agulhada, para provocar um escoamento de sangue mais abundante.

b) Sangramento obtido com um escalpe/o


Material :
U m escalpelo, ventosas de aberturas variáveis, algodão embebido e m
álcool.
244 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICÀS

Escolha dos pontos:


Escolhem-se os pontos próximos da parte doente ou os pontos Ashi.

1 º tempo: sangrar com um escalpelo:


Desinfetar a região a ser tratada.
Com a mão direita, segurar o escalpelo verticalmente, o dedo médio
contra sua ponta. Agulhar rapidamente (Dian Ci) a epiderme, não puxar o
escalpelo sobre a pele. O comprimento da incisão deve ser mais curto que a
abertura da ventosa, e sua profundidade o suficiente para deixar aparecer o
sangue. Entre cada incisão deve-se deixar uma distância igual à da espessura
de um grão de arroz.
Praticam-se de 30 a 40 incisões para uma ventosa de gargalo largo. de
20 a 25 para uma ventosa de gargalo médio e de 10 a 1 5 para uma ventosa de
gargalo estreito. A profundidade da incisão deve ser determinada pela
natureza da parte doente e a espessura dos tecidos musculares. Deve-se evitar
tocar os vasos sangüíneos.

2º tempo: suspensão da ventosa:


É a parte tl!ais importante do método, a que determina o sucesso.
Utilizar um chumaço de algodão aceso ou dobrar o papel em forma de
búzio, acendê-lo até um terço e introduzi-lo na ventosa. Inspirar profunda­
mente, inclinar a ventosa contra a parte doente e soprar na abertura da
ventosa para aí colocar oxigênio. Deve-se soprar sem parar, de n1odo que as
chamas azuladas crepitem. Colocar rapidamente a ventosa sobre a parte a ser
tratada.

3 º tempo: suspensão da ventosa:


Suspender a ventosa após 5 a 1 O minutos de aplicação. Pressionar a
pele com o dedo, na borda da ventosa, e soprar dentro da ventosa. Secar os
resquícios de sangue com a gaze esterilizada, colocar um curativo.
Periodicidade do tratamento;
Espaçar as sessões de 3 a 10 dias. Um tratamento é composto,
normalmente, de 4 a 6 sessões.
Observações:
Utilizar 2 a 3 ventosas para a primeira sessão e 2 a 5 ventosas para as
seguintes. Não se deve ultrapassar 6 ventosas por vez. A constituição do
doente e o estado da doença determinam o número de ventosas a se utilizar.
AS VENTOSAS - 245

Esta técnica pode ser empregada nos casos de picadas de cobras


venenosas, nas frieiras, entorses, neurodermatites, mas também associada a
outras técnicas.

Contra-indicações das ventosas


Hipertermias, espasmos, convulsões, ulcerações cutâneas, alergias
cutâneas, insuficiência cardíaca, tumores malignos, tuberculose pulmonar
evolutiva, doenças mentais, menstruações, doenças hemorrágias, doenças
i nfecciosas agudas, nos idosos debilitados e sobre as regiões abdominal e
lombar das gestantes.

Observações
1 - O paciente deve ser instalado confortavelmente, porque ele não
pode mexer-se.
2 Não se deve colocar a ventosa sobre zonas descarnadas, reg10es
-

ósseas, vasos sangüíneos, varizes e locais onde já foram colocadas outras


ventosas, enquanto a congestão sangüínea não tiver sido reabsorvida.
3 - A ventosa móvel deve ser deslocada lentamente.
4 Devem-se evitar as contrações musculares quando da utilização da
-

ventosa sobre a agulha inserida no ponto.


5 A retirada de sangue feita com o auxílio da ventosa escarificada
-

não deve exceder 1 O cm3.


CAPÍTULO IV
Técnicas manuais

A s técnicas manuais são terapêuticas simples, freqüentemente empre­


gadas pela população chinesa, sem que haja a intervenção de um
acupunturista. Pode-se considerá-las como terapias [amiliares.
Os métodos mais utilizados são: a acupressão, o puxar-enrolar e a
fricção.

A ACUPRESSÃO
Zhi Zhen Liao Fa

A acupressura, ou estimulação pelos dedos, é uma técnica terapêutica


simples, mas eficaz que consiste em massagear os pontos de acupuntura com
o dedo. Este método, de uso popular, é conhecido há muito tempo. No Zhen
Jiu Da Cheng, encontra-se: "Piriçar os tendões dos 2 braços (mãos) se alguém
sofrer um desmaio brutal (Jijing), se estiver como morto".
A acupressura é adequada para as pessoas idosas, às mulheres, às
crianças, às pessoas que temem as agulhas ou nos casos de urgência para
dissimular a ausência de agulhas.

TÉCNICAS

Utilizam-se, habitualmente, 4 métodos diferentes:

1 - Pressionar (Dian Qia)


Aplica-se a polpa do polegar sobre o ponto e pressiona-se perpendicu­
larmente. Ou se realiza uma excitação leve ou uma excitação forte. Para a
248 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

excitação leve, pressiona-se levemente o polegar e relaxa-se imediatamente


após; depois apóia-se novamente. Para a excitação forte, pressiona-se forte e
profundamente, permanece-se pressionando um certo tempo e depois relaxa-se
parcialmente a pressão e pressiona-se novamente. Nos dois casos, a pressão
deve ser regular.
Utiliza-se a pressão leve nos casos de debilidade na seqüência de
doença crónica, nas crianças, nos idosos e nos locais onde os músculos são
pouco espessos. A pressão forte é empregada para as doentes recentes,
constituições robustas, nos casos de perda de consciência e nos locais onde os
músculos são espessos.

2 - Dar petelecos (Dian Kou)


Dar petelecos com um único dedo: emprega-se este método para as
excitações fortes. Com o dedo médio da mão direita, "agulha-se" rapidamente
os pontos Shu e os nervos.
Dar petelecos com vários dedos: utiliza-se este método para as
excitações leves. Dão-se os petelecos com 3 a 5 dedos de uma única mão ou
das 2 mãos. Os dedos formam uma linha ou então estão reunidos em "flor de
ameixa". "Agulham-se" , assim, os grupos musculares (Jiqun) ou o crânio.

3 - Pressionar-puxar (An Ban)


Pressiona-se com um único dedo e puxa-se para o outro sentido, com
todos os outros dedos. Emprega-se este método para excitar os nervos e os
tendões (Jijian) da camada profunda.

4 - Pinçar (Nie Na)


Pinça-se com 3 dedos juntos: polegar, indicador e dedo médio.
Utiliza-se este método para excitar os tendões na profundidade (Jijian), os
grupos musculares (Jiqun), ou 2 pontos simétricos, como Quchi IG 1 1 ,
Shaohai C 3 , Neiguan PC 6, Waiguan TA 5 .
Em todas essas técnicas, não se deve nem pressionar bruscamente, nem
apoiar fortemente com a unha, para não causar uma sensação desagradável ao
paciente. Deve-se aumentar gradualmente a pressão e massagear toda a volta
do ponto, até ficar dolorida.
Como a maioria dos pontos formam pares, pode-se pressionar ao
mesmo tempo um par de pqntos simétricos. Pressiona-se, geralmente, durante
2 a 3 minutos.
TÉCNICAS MANUAIS - 249

Escolha dos pontos

1 - Sobre os meridianos
- Pontos sobre a linha dos meridianos, sobre os membros e o tronco,
conforme a localização da doença.
- Pontos "Huatuo" situados a 1 polpa digital, dos 2 lados da coluna
vertebral.
- Pontos ordinários da cabeça, do rosto, pescoço, da nuca e dos
membros.

2 - Sobre os troncos nervosos periféricos


- Pontos situados sobre os plexos nervosos, sensíveis aos dedos, tais
como, a fossa supraclavicular, as axilas.
- Pontos situados nos locais onde os nervos são mais superficiais, por
exemplo, nas articulações dos membros.
- Pontos situados sobre as regiões sensíveis, por exemplo, as unhas, as
articulações da planta dos pés e da palma das mãos.

3 - Sobre a região afetada pela doença


- Região sensível à pressão, grupos musculares atrofiados, região de
uma fratura óssea calcificada.

Indicações
A acupressura tem um grande campo de aplicação. Pode ser empregada
em todas as doenças em que a acupuntura é indicada. Utiliza-se freqüente­
mente para os fenômenos dolorosos como: cefaléias, odontalgias, dores
abdominais. É igualmente bastante empregada para as síndromes neurossenso­
riais.

Contra-indicações
1 - Em caso de doença infecciosa aguda ou com febre elevada.
2 - Depois de ter comido, depois de um trabalho psíquico importante
ou um esporte violento.
3 - Quando há uma doença de pele, urticária, nódulos, úlceras, ou se
houver uma inflamação próxima ao ponto.
250 • MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Observações
1 - O prático deve ter as unhas cortadas redondas e no mesmo
comprimento que a extremidade dos dedos. Se forem muito compridas, as
unhas podem penetrar na pele; muito curtas, a técnica será mal praticada. As
mãos devem estar tépidas, porque mãos frias podem influenciar o resultado.
Deve-se desinfetar as mãos antes do tratamento.
2 Para obter um bom resultado, o grau de intensidade da pressão deve

ser apropriado. Deve ser forte ou fraco, conforme o caso; a intensidade deve
ser regular e a velocidade moderada. Deve-se treinar para dominar a força de
seu pulso e dedos.
3 Deve-se instalar o doente cmúortavelmente e explicar-lhe a técnica,
-

para que ele consiga um relaxamento muscular satisfatório.

O MOVIMENTO DE PUXAR-ENROLAR
Nie Ji Liao Fa

Este método terapêutico consiste em enrolar a pele e os músculos de


cada lado da coluna vertebral. Faz parte das técnicas de massagem (Tui Na).

Técnica
O paciente fica sentado, curvado para frente, as mãos contra as
têmporas; deve relaxar os músculos das costas. O prático fica atrás dele e
começa a manipulação na altura do sacro.
Colocar as mãos em supinação, os polegares para cima. Segurar a pele
e os músculos de cada lado da coluna vertebral entre os polegares e os
indicadores. Os indicadores puxam a pele para cima, os polegares, ao
pinçarem, enrolam, levantam e puxam para baixo (Fig. 49).
As duas mãos devem trabalhar juntas, do sacro até a região cervical.
Repete-se a ope'ração de baixo para cima, de 3 a 5 vezes. Depois da segunda
ou terceira vez, levanta-se a pele um pouco para a diagonal. Quando o
método é praticado corretamente, deve-se escutar um barulho peculiar dos
dois lados da L2 e L5. Depois que se tiver terminado, massageia-se
suavemente 3 a 4 vezes, com os polegares, sobre os pontos: Feishu B 1 3 ,
Xinshu B 1 5, Ganshu B 1 8, Pishu B 20 e Shenshu B 23.
Periodicidade: Efetua-se o tratamento 1 vez por dia, durante 6 dias.
Quando a doença for mais grave, pode-se continuar o tratamento durante 1 2
dias.
TÉCNICAS MANUAIS - 251

Fig. 49 - Posição das mãos em supinação no movimento de puxar-enrolar.

Indicações
Esta manipulação favorece a circulação nos meridianos, vivifica o
sangue, equilibra o trato digestivo. Nas crianças, ela cura as desnutrições, as
indigestões, as estagnações de alimento ou de leite, as indigestões, as
gastroenterites crônicas.

A FRICÇÃO
Gua Sha Liao Fa

A fricção (Gua Sha) é um meio terapêutico seguro e eficaz. Na China,


ela é usada correntemente pelo povo, particularmente no campo. Ela é
apreciada por sua simplicidade e pela falta de efeitos colaterais. Utiliza-se
para curar as doenças de origem externa (Waigan), as cefaléias, as dores
gástricas e abdominais, a asma (Chuanxiao), a insolação (Zhongshu), a
opressão torácica.
252 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Técnica

Localização
- a região do ponto Tai Yang no nível da têmpora.
- as duas regiõeS que se encontram aproximadamente a 2 cun de cada
lado do pomo de Adão (Fig. 50a),
- a primeira linha do meridiano da Bexiga, entre a coluna vertebral e a
borda interna da omoplata, sobre todo o comprimento dessa última
(Fig. 50b),
- a linha mediana do peito correspondente ao esterno (Fig. 50c),
- a dobra do cotovelo (Zhouwo) (Fig. 50d),
- a região do ponto Weizhong no cavo poplíteo (Fig. 50e).

Fig. 50 - Técnica da "fricção": localização das zonas

Fig. SOa Cabeça e pescoço.


-
TÉCNICAS MANUAIS - 253

Fig. 50 - Técnica da "fricção": localização das zonas

Fig. SOb Costas.


-

Técnica t>or atrito (Gua Fa)


Pegar uma moeda de I de 2 cm de diâmetro, aproximadamente, ou
uma colher de sopa em porcelana com bordas lisas. Mergulhá-las em óleo
vegetal ou em água fria ou então, untá-las bem de ''bálsamo do tigre" .
Esfregar a região a ser tratada numa direção determinada, até que
apareça um rubor. Começar suavemente a acentuar a pressão de acordo com o
atrito.
254 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Fig . 50 - Técnica da "fricção": localização das zonas

Fig. SOe - Esterno.

Técnica 110r tração (Che Sha Fa)


Se não se tiver à mão os objetos anteriores, é possível ope­
rar por tração. As localizações são as mesmas da técnica por atrito.
O prático segura, com a mão esquerda, uma borda da parte a
ser tratada. Dobra, como gancho, o indicador e o dedo médio da
mão direita, mergulha-os em água fria e, apoiando-se, traciona a pele
repetidamente.
O resultado é idêntico ao caso anterior.
TÉCNICAS MANUAIS - 255

Fig. 50 - Técnica da "fricção": localização das zonas

Fig. 50d - Sangria da dobra do cotovelo.

Fig. SOe - Cavo poplíteo.


256 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Indicações
- Doença aguda (Shazheng) como cólera, insolação: ponto Weizhong B
40, dobra do cotovelo, pomo de Adão.
- I nsolação (Zhongshu) : ponto Taiyang (HM); dobra do cotovelo.
- Doença de origem externa (Wai Gan): ponto Taiyang (HM); os dois
lados da coluna vertebral (inervações da Bexiga).
- Cefaléia: ponto Taiyang (HM).
- Tosse e asma: linha mediana do tórax; os dois lados da coluna
vertebral.
- Dor de garganta: os dois lados do pomo de Adão.
- Dores gástricas: dobra do cotovelo; linha mediana do tórax.
- Dores abdominais: os dois lados do pomo de Adão; o ponto
Weizhong 8 40.

Precauções de utilização
O paciente deve ser instalado confortavelmente, de forma a facilitar a
manipulação.
Durante a manipulação, a pressão deve ir-se acentuando, no início leve
e depois mais forte, a fim de não ferir a pele.
Não se deve utilizar esse método se não houver dor na coluna
vertebral, se a pele estiver infeccionada, se houver varizes, furúnculos
(Chuang) ou abcessos (Ding).
AN EXO I
Programa de treinamento

Ao longo desta obra, foram descritas numerosas técnicas de treina­


mento. Algumas servem para obter uma maior habilidade da mão ou
permitem adquirir uma sensibilidade maior nos dedos. Outras são destinadas a
uma utilização em terapêutica depois de obtido o domínio necessário à sua
execução. através de um treinamento repetido.
O aprendizado de todas essas técnicas deve ser feito seguindo uma
progressão lógica. O programa aqui apresentado foi previsto para se
desenvolver numa duração de tempo de aproximadamente dez meses,
correspondendo, mais ou menos, a um ano universitário. Esse período de
tempo foi dividido em 5 períodos de 2 meses cada, durante os quais todos os
exercícios e todas as técnicas são sucessivamente estudadas.
Esta divisão é feita de maneira precisa, para poder estar de acordo com
as necessidades de um treinamento coletivo. A partir desse esquema geral, o
estudante que se exercita individualmente poderá adaptar a progressão de seu
trabalho às suas capacidades pessoais, respeitando dois princípios:
1 - Só passar de um exercício ao seguinte quando o anterior estiver
perfeitamente dominado.
2- Treinar-se regularmente e sem interrupção, porque toda pausa conta
como uma regressão.
Não se deve iludir, porque aprender a manipular corretamente as
agulhas não se dá rapidamente, nem sem esforços. Mas uma coisa é certa, é
que todo progresso no domínio da inserção e da manipulação traduz-se
imediatamente num aumento dos resultados terapêuticos. Então, vale a pena
perseverar.

TemJlO consagrado ao treinamento


Para se obter bons resultados, convém treinar de manhã e à noite. No
início, os diversos exercícios serão realizados em 1 0 até 1 5 minutos. Esse
tempo aumentará notadamente, à medida que novos exercícios vierem
somar-se aos primeiros.
258 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

PRIMEIRO PERÍODO
primeiro e segundo meses

Cada sessão compreende:


- um treinamento com as bolas,
- o polimento da agulha,
- um aprendizado das técnicas de agulhas sobre a almofada de
treinamento.

Treinamento com as bolas


Treinar com as bolas de golfe: 1 minuto na mão esquerda, depois um
minuto na mão direita, durante o primeiro mês.
A partir do segundo mês, passar para 2 minutos em cada mão.

Polimento da agulha
Praticar o exercício do polimento da agulha durante 2 minutos, em
cada sessão. Exercitar-se puxando o polegar para si, enquanto a agulha desce,
o que lhe imprime um movimento de rotação da direita para a esquerda.

Aprendizado das técnicas de agulhas sobre a almofada de treinamento


A cada sessão:
- treinar durante 2 minutos a inserção da agulha,
- em seguida, consagrar 5 minutos ao aprendizado das duas primeiras
técnicas de manipulações:
1a técnica: tonificação em vai-e-vem (Ti Cha),
23 técnica: dispersão em vai-e-vem (Ti Cha).

SEGUNDO PERÍODO:
terceiro e quarto meses

Cada sessão compreende:


- um treinamento com as bolas,
- o polimento da agulha,
PROGRAMA DE TREINAMENTO - 259

- um aprendizado das técnicas de agulha sobre a almofada de


treinamento.

Treinamento com as bolas


Treinar com as bolas de golfe: 5 minutos em cada mão, ou 5 séries de
1 00 rotações ininterruputas.

O polimento da agulha
Praticar esse exercício todo em 3 minutos.
Durante os 2 primeiros minutos, exercitar-se puxando o polegar para si,
enquanto que a agulha afunda, o que lhe imprime um movimento de rotação
da direita para a esquerda.
No último minuto, inverter o movimento. Avançar o polegar enquanto
a agulha afunda, o que a faz girar no sentido da esquerda para a direita.

Aprendizado das técnicas de agulhas sobre a almofada de treinamento


A cada sessão:
- treinar durante 2 minutos a inserção da agulha,
- em seguida, dedicar 5 minutos à revisão das duas primeiras técnicas e
elO aprendizado das seguintes técnicas:
3• técnica: tonificação por rotação (Nian Zhuan),
4• técnica: dispersão por rotação (Nian Zhuan),
5• técnica: harmonização (Ping Bu Ping Xie).

TERCEIRO PERÍODO
quinto e sexto meses

Cada sessão compreende:


- um treinamento com as bolas,
- um treinamento com o bastão,
- o polimento da agulha,
- um aprendizado das técnicas das agulhas sobre a almofada de
treinamento.
260 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Treinamento com as bolas


Substituir as bolas de golfe por bolas de pedra.
Estas bolas são mais pesadas que as de golfe. No quinto
mês exercitar-se-á durante 2 minutos em cada mão. a cada sessão.
No sexto, aumentar-se-á progressivamente até 5 minutos ou 5 séries de 100
rotações.

Treinamento com o bastão


Exercitar cada mão sucessivamente, começando pela mão direita.
Começar com 1 minuto em cada mão, no quinto mês, e passar a 2
minutos no sexto mês.
Este exercício faz trabalhar intensamente o cotovelo. Em caso de
contratura, interromper a prática por algum tempo e retomá-la em seguida.
progressivamente.

Polimento da agulha
Treinar durante 4 minutos. Durante os 2 primeiros minutos, fazer girar
a agulha no sentido da direita para a esquerda. Durante os 2 últimos minutos,
fazê-Ia girar da esquerda para a direita.

Aprendizado das técnicas de agulhas sobre a almofada de treinamento


- Dedicar 2 minutos à inserção da agulha e ao aprendizado da inserção
oblíqua e da inserção horizontal.
- Em seguinda, durante 5 minutos, revisar as técnicas já aprendidas e
acrescentar a elas as primeiras manipulações complexas.
63 técnica: o fogo queima sobre a montanha (Shao Shan Huo),
7a técnica: refrescar na altura do "céu" (Tou Tian Liang),
ga técnica: tonificação com obtenção de uma sensação de calo,r,
93 técnica: dispersão com obtenção de uma sensação de frio.
Estas manipulações apelam para os gestos básicos já estudados nas
técnicas simples. São, então, dominadas rapidamente. Mas é necessário
praticar com destreza as técnicas simples. para poder realizar corretamente as
complexas.
PROGRAMA DE TREINAMENTO - 261

QUARTO PERÍODO
sétimo e oitavo meses

Cada sessão compreende:


- um treinamento com as bolas,
- um treinamento com o bastão,
- o polimento da agulha,
- um aprendizado das técnicas de agulhas sobre a almofada de
treinamento.

Exercício com as bolas


Substituir as bolas de pedra por bolas de aço, mais pesadas ainda.
No sétimo mês, exercitar-se, em cada sessão, 2 minutos com cada mão.
No oitavo mês, passar para 5 minutos ou 5 vezes de I 00 voltas com
cada mão.

Treinamento com o bastão


Treinar com a mão direita, depois com a mão esquerda, 3 minutos no
sétimo mês, depois 4 minutos no oitavo.

Polimento da agulha
Exercitar-se durante 4 minutos alternadamente em cada sentido de
rotação, computando o número de inserções da agulha. Inserir 9 vezes ou um
múltiplo de 9, avançando o polegar quando a agulha desce. Inserir 6 vezes ou
um múltiplo de 6, puxando o polegar para si, quando a agulha desce.

Aprendizado das técnicas de agulhas sobre a almofada de treinamento


- Dedicar 2 minutos à inserção da agulha (perpendicular, oblíqua,
horizontal). Não se contentar em praticar sobre a almofada, mas também
inserir a agulha em frente e atrás dele.
- Depois, durante 5 minutos, revisar as técnicas já aprendidas (da
pri�eira à nona) e adicionar-lhes as seguintes técnicas:
1 0• técnica: a tartaruga verde procura o ponto (Cang Gui Tan Xue),
I I • técnica: o vôo (Fei),
1 2• técnica: o dragão verde agita a cauda (Cang Long Yao Wei).
262 - MOXIBUST ÃO E OUTRAS TÉCNICAS

QUINTO PERÍODO
nono e décimo meses

Cada sessão compreende:


- um treinamento com as bolas,
- um exercício com o bastão,
- um exercício com as garrafas,
- o polimento da agulha,
- um aprendizado das técnicas de agulhas sobre a almofada de
treinamento.

Treinamento com as bolas


Continuar o treinamento com as bolas de aço ou utilizar as bolas
musicais, 5 minutos por mão, a cada sessão.

Exercício com o bastão


Aumentar até 5 minutos de treinamento por mão a cada sessão.

Exercício com as garrafas


Treinar durante 1 minuto, no início e depois aumentar progressiva­
mente até 5 minutos, no máximo.

Polimento da agulha
Praticar o polimento da agulha durante 5 minutos, alternando o sentido
de rotação e computando as inserções: 9 inserções ou múltiplo de 9 e 6
i nserções ou múltiplo de 6.

Aprendizado das manipulações de agulha


- Treinar a inserção durante 2 minutos.
Aprender a i nserção sobre uma pele difícil de ser furada e a inserção
com uma única mão.
- Revisar as técnicas de agulhas já aprendidas (da primeira à décima
segunda) e aprender as últimas técnicas:
1 3 3 técnica: O tigre branco balança a cabeça (Bai Hu Yao Tou),
1 43 técnica: O Yin escondido no Yang (Yang Zhong Yin Yin Fa),
1 53 técnica: O Yang escondido no Yin (Yin Zhong Yin Yang Fa),
1 63 técnica: O dragão e o tigre brigam (Long Hu Jiao Zhan).
PROGRAMA DE TREINAMENTO - 263

ESQUEMA SIMPLIFICADO
DO PROGRAMA DE TREINAMENTO

Período Bolas Bastão Garrafa Polimento Técnicas


da agulha das agulhas

Bola de 2 minutos Inserção 2 min


golfe 1 a Técnicas 1 ,2 .
2 min por
mão

II Bola de 3 minutos
.
Inserção 2 min
golfe 5 Técnicas 1 ,2,3,
min por 4,5
mão

III Bola de 1 a 2 min 4 minutos Inserção 2 min


pedra 2 a por mão Técnicas 1 ,2,3,
5 min por 4, 5, 6, 7, 8, 9.
mão

IV Bola de 3 a 4 min 4 minutos Inserção 2 min


aço 2 a por mão Técnicas 1 ,2,3,
5 min 4,5,6,7,8,9, 10,
por mão 1 1 , 12.

v Bola de 5 min 1 a 5 min 5 minutos Inserção 2 min


aço ou por no máximo Todas as
5 min mão técnicas
por mão
AN EXO 1 1
Tabela de recapitulação
das técnicas de agu lhas

Nome da técnica Meta procurada Princípio da manobra

ta técnica:
Tonificação em vai-e-vem Tonificação Inserir com força,
Ti Cha retirar suavemente

28 técnica:
Dispersão em vai-e-vem Dispersão Retirar com força.
Ti Cha inserir suavemente

Ja técnica:
Tonificação por rotação Tonificação Movimento de rotação de
Nian Zhuan fraca amplitude e puxando
o polegar para si 9 vezes ou
múltiplo de 9.
48 técnica:
Dispersão por rotação Dispersão Movimento de rotação 1 80°
Nian Zhuan a 360°, alongando o polegar
para si, 6 vezes ou múlti­
plo de 6.

58 técnica:
Harmonização Tonificação Inserir girando, puxando
Ping Bu Ping Xie e Dispersão o polegar para si. Reti­
iguais. Obten­ rar, girando no sentido
ção do Qi inverso.
266 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

Nome da técnica Meta Jlrocurada Princípio da manobra

68 técnica:
Acender o fogo na Tonificação Rotação no sentido da to-
montanha Obtenção do Qi nificação, em três níveis,
Shao Shan Huo Sensação de dor. 9 vezes em cada nível.

7a técnica:
Refrescar no nível "céu" Dispersão Rotação no sentido da dis-
Tou Tian Liang Sensação de frio persão, sobre 3 níveis, 9
vezes em cada nível.

sa técnica:
Tonificação com obtenção Tonificação Rotação no sentido da toni-
de uma sensação de dor Obtenção de ficação sobre 3 níveis. En-
uma sensação rolar as fibras, arranhar, de-
de dor senrolar a agulha, tirá-la.

9a técnica:
Dispersão com obtenção Dispersão Rotação no sentido da dis-
de uma sensação de frio Obtenção de persão sobre 3 níveis. En-
uma sensação rolar as fibras, arranhar,
de frio desenrolar a agulha, reti-
rá-la
toa técnica:
A tartaruga verde procura Tonificação Inserir/retirar a agulha fa-
o ponto Cang Gui Procura e ob- zendo-a descrever um cír-
Tan Xue tenção do Qi culo no sentido da vertical.

1 1 a técnica:
O vôo Tonificação ou Pinçar a agulha entre o po­
Fei Dispersão legar e o indicador. Soltar
tanto o polegar quanto o
indicador, abrindo a mão.

123 técnica:
O dragão verde agita a Fazer circular Curvar o cabo da agulha
cauda o Qi. sobre o indicador e agitá­
Cang Long Yao Wei Tonificação lo como uma ginga.
TABELA DE RECAPITU LAÇÃO DAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 267

Nome da técnica Meta procurada Princhlio da manobra

tJa técnica:
O tigre branco balança Fazer circular o Balançar calmamente a
a cabeça Qi. agulha, tanto no sentido
Bai Hu Yao Tou Dispersão da esquerda, como do la-
do oposto.

14a técnica:
O Yin escondido no Yang Na Tonificação Inserir com força, na metade
Yan Zhong Yin Yin Fa inclui-se uma da profundidade solicitada,
Dispersão. tonificar em Ti Cha (9 ve-
zes). Depois, inserir com
suavidade, na profundidade
requerida e dispersar em Ti
Cha (6 vezes).

t5a técnica:
O Yang escondido no Yin Na Dispersão Inserir com suavidade na
Yin Zhong Yin Yang Fa inclui-se uma profundidade requerida e
Tonificação dispersar em Ti Cha (6 ve-
zes). Depois, puxar até a me-
tade da profundidade reque-
rida e tonificar em Ti Cha
(9 vezes).

163 técnica:
O dragão e o tigre brigam Tonificação e Sobre os meridianos Yang
Long Hu Jiao Zhan Dispersão da mão, Yin do pé o Ren
Trata o Frio Mai, girar 9 vezes em to-
e o Calor, nificação, depois 6 vezes
equilibra o Yin em dispersão. Sobre os me-
e o Yang ridianos Yin da mão, Yang
do pé e sobre Du Mai, girar
6 vezes em dispersão, depois
9 vezes em tonificação.
Bibliografia

CHENG Dan'an: - Zhongguo Zhenjiu .rue. Renmin Weisheng Chubanshe,


1 955.
LI Tianyuan: Communications personnelles.
LI Wenhui, HE Baoyi - Shiyong Zhenjiu Xue. Renmin Weisheng Chubanshe,
Beijing, 1 98 1 . _ . -
Ling .S'hu Jing: Cópia de Ma Huantai, 1 806.
"
Ling S'h u Jing Jiaoshi - 2 tomos. anotados por He Bei Xue Yuan. Renmin
Weisheng Chubanshe, Beijing, 1 982. Biblioteca particular.
LU Shouyan e ZHU Rugong Zhenjiu Xue Xicong. Shanghai Kexue Jishu
-

Chubanshe, Shanghai. 1 959


:
Mei Hua Zhen Liao Fa. Zhongyi Yanjiu Guang An Men Yiyuan, Renmin
Weisheng Chubanshe, Beijing, 1 973.
Nan Jing. Yishi. Nanjing Zhongyi Xueyuan. Shanghai Kexue Jishu Chuban­
she, Shanghai, 1 96 1 .
The Second national symposium on acupuncture and moxibustion and
acupuncture anesthesia.
Abstracts. Beijing China, 1 984: nº 108 p. 1 05, nº 109, p. 105, 1 06, nº 1 10, p.
1 06 a 1 08, nº 1 1 1 , p. 1 08, nº 1 1 2, p. 1 09, 1 10, nº 1 1 3, p. 1 10, 1 1 1 , nº 1 1 4, p.
1 1 1 . nº 1 1 5, p. 1 1 2. nº 1 1 6, p. 1 1 2, 1 1 3, nº 1 1 9, p. 1 1 4. 1 1 5, nº 1 20, p. 1 1 5,
1 16, nº 1 2 1 , p. 1 1 6, 1 1 7.
SHI Xue Min: Zhongyi Gangmu. Renmin Ribao Chubanshe, 1 993 .
XI Yongjiang - Zhen Fa Jiu Fa Xue. Shanghai Kexue Jishu Chubanshe,
Shanghai. 1 985.
YANG Jizhou - Zhen Jiu Da Cheng, 160 1 . Reedição Renmin Weisheng
Chubanshe, Beijing, 1 973.
YANG Jizhou - Zhen Jiu Da Cheng, 1 60 1 . Fonds SOUBEIRAN, edição 1 843.
YANG, Mingyuan - Jianming Zhen;iu Xue. Heilongjiang Renmin Chubanshe,
Harbin, 1 98 1 .
270 • MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS

ZHENG Kuishan - Zhen Jiu Ji Jin. Gansu Renmin Chubanshe, Lanzhou,


1 978.
Zhenjiu Xue. Chengdu Zhongyi Xueyuan, Sichuan Renmin Chubanshe,
Chengdu, 1 98 1 .
Zhenjiu Xue. Nanjing Zhongyi Xueyuan, Jiangsu Renmin Chubanshe, Nanjing.
1 957.
Zhenjiu Xue. Nanjing Zhongyi Xueyuan. Shanghai Kexue Jishu Chubanshe,
Shanghai, 1 978.
Zhenjiu Xue. Shanghai Zhongyi Xueyuan, Renmin Weisheng Chubanshe,
Shanghai, 1 974.
Zhenjiu Xue Jianbian. Zhongyi Yanjiu Yuan, Renmin Weisheng Chubanshe,
Beijing. 1 957.
ZHONG Meiquan - Zhongguo Meihua Zhen. Renmin Weisheng Chubanshe,
Beij ing, 1 982.

Você também pode gostar