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AUTEROCHE
(/VIA PRÁTICO
DE
ACVPVNTVRA
E
MOXIBVSTAO
Tradução
Rosilea Pizarro Camelos
Primeira parte
PRÁTICA DA AGULHA FINA (HAO ZHEN)
Métodos ............................................................................................................. 88
Atingir o Qi (Hou Qi) ..................................................................................... 88
Procurar o Qi (Sou) . .
......... .................... ................................................... 88
Massagear sobre o trajeto do meridiano (Xun An) .............................. 88
Apoiar (She) . .
......................................... ....... ........... ................................ . 89
Dar um piparote ( Tan Zhen) .
................................... ................................ 89
Bicada do pássaro ( Que Zhuo) ............................................ . ................. . . 89
Tremer ( Chan) . . . .
......... ............. ... .............. ................ ................ . ........... . .. . 89
Mudar de lugar (Yi Wei) . .
.. ............................. ........................................ 89
Realização . .
..... ............................... ................... .......... . , ................149
...
Realização ............ . . .
...... ............................... ........ ............................ 15 1
Doenças relacionadas .
....... ................................ .............................. 151
Exemplo .
...... ................................................ .............................. l 51
16• técnica: o dragão e o tigre brigam (Long Hu Jiao Zhan) ............l 52
Realização .
................ . . ........................ ............. . . . . . .................. ..
....... 153
Doenças relacionadas ....................................... .. ..................... ........ \53
Segunda parte
MOXIBUSTÃ O E OUTRAS TÉCNICAS
Moxa de cera .
. ................... ...... .. ..
.. . .
.... .... .......................... ................... . . . 188
ÍNDICE - 1 7
Utilizações .
................. . . . ............................. ......... ........................................... 236
Ventosa simples e ventosa de sucção ......... .
.......... . . ............................. 236
Ventosa simples .
..... ....................... .................... .............................. 236
Ventosa de sucção ........................ . . . . . . ........... .:...............................238
Indicações das ventosas simples e ventosas de sucção ............... 239
Precauções de utilização .
............... ..... . . . .. . . . ..... .... .......................... 240
Ventosa móvel . . . ........................... . . . . . . ...................... ........... ........ ......... . . . 240
Ventosa com medicamentos (Yao Guan Fa) ....................................... 241
Ventosa impregnada de medicamentos ......... . . . . ............................ 241
Ventosa com solução medicamentosa ........ ........... . . ..... ........................ 243
Ventosa sobre agulha no ponto . . ............................ . ........ ...................... 243
Ventosa escarificada ........................ .
.......... .............. ...................... ....... . 243
Contra-indicações das ventosas ...................................... .............................. 245
Observações ..................................................................... ..... ....................... .. . 245
FIGURAS
FOTOGRAFIAS
·
Foto S - Outra forma de segurar a agulha. Notar a di ferença da foto 4 . . . . . . . 57
Foto 6 - Outra maneira de segurar a agulha. O cabo es tá apertado entre
a polpa do polegar direito e a do indicador . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 ... . . .
Foto 27 - "O dragão verde agita a cauda". O cabo da agulha passa por
cima do indicador esquerdo. A extremidade do cabo está
sustentadano ângulo formado pelas polpas do indicador e
do polegar direitos ................................ . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Foto 28 - "O dragão verde agita a cauda". A mão direita apóia-se
sobre o anular e agita a agulha perpendicularmente ao
eixo da almofada, como se ela "manipulasse um remo" ............... 1 45
Foto 29 - "O tigre branco balança a cabeça". Notar o indicador esquer
do perpendicular ao eixo da almofada, a sustentação da agu
lha pelo polegar, o indicador e o dedo médio da mão direi
ta, seu balanço em direção ao indicador esquerdo e o alon-
gamento do polegar ................... .............. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 7
Foto 30 - "O tigre branco balança a cabeça" . Notar o polegar direito
puxado para trás e o indicador esquerdo perpendicular ao
eixo da almofada . . . . . . ........................... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 48
Foto 31 - "O tigre branco balança a cabeça". Mesma posição da foto
30, vista de um outro ângulo ........................................................... l 48
Foto 32 - Agulha para criança . . . . . . . . . . . . . . . ........................ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............ 230
ESQUEMAS
Fig. 1 Capítulo I do Ling Shu Jing: "As 9 agulhas". Extraída da cópia de Ma Yuan Tai ,
-
sr
Dimensões:
- os comprimentos são expressos tanto em cun (polegar chinês que é
igual a 3,33 cm. ou U I inch). quanto em milímetros,
- os diâmetros são expressos seja seguindo um número de calibre. seja
em milímetros.
Comprimento do corpo da
agulha
em cun : 0.5 1.5 2 2,5 3 4 5 6
em mm \ 'i 25 40 50 65 75 100 1 25 1 50
Comprimento do cabo
em mm:
longo: 25 35 40 40 40 40 55 55 55
médio: 30 35 35
curto: 20 25 25 30 30 30 40 40 40
Calibre (nº ) 26 27 28 29 30 31 32 34
Milímetros 0,45 0.42 0,38 0,34 0,32 0,30 0,28 0,23
Antes da esterilização:
A agulha é apanhada pelo cabo entre o polegar e o indicador da mão
direita. A ponta da agulha repousa sobre a polpa do dedo médio esquerdo. O
polegar e o indicador direitos fazem girar a agulha. Uma sensação
desagradável de "enganchar" na polpa do dedo médio dará sinais de uma
ponta em mau estado.
Depois da esterilização:
Gira-se a ponta da agulha sobre uma porção de algodão esterilizado. Se
a ponta estiver deformada, ela sairá com fibras de algodão.
Para consertar e afiar a ponta, é necessário, com o auxílio de um
esmeril ou de uma pedra de Arkansas fina, amolar transversalmente a ponta, a
fim de arredondá-la como se deseja.
36 - P RÁTICA DA AGULHA FINA
- -
- ---
- Cabeça
-
- - - - - - - - - Cabo
- - - - - - - - - Base
- - - - - - - - - - Corpo
• Ponta
colocar a ponta para cima. Apertar a agulha, na altura de sua base, entre o
polegar e o indicador direitos. Lentamente, fazer subirem esses dois dedos em
direção à ponta, aplainando a agulha de baixo para cima e no sentido
contrário da curvatura do corpo da agulha.
2 - Se a curvatura é muito grande, colocar a agulha sobre a borda de
uma mesa. Segurar o cabo da agulha na mão esquerda. Com a ajuda de uma
régua de madeira dura, na mão direita, apertar a agulha na altura de sua base
contra a mesa, depois puxar gradualmente a agulha para trás com a mão
esquerda.
- A base é a parte que liga o cabo ao corpo. É um local frágil que deve
ser vigiado atentamente para indicar os traços de deterioração, corrosão ou
ferrugem, que advertem para uma quebra da agulha.
GENERALIDADES SOBRE A AGULHA FINA - 37
'
Su Wen, capítulo 25:
"Somos mestres em picar mais ou
menos profundamente, em fazer surgir
o Qi de mais ou menos longe; mas em
todos os casos, agiremos como se
estivéssemos à beira de um abismo,
como se tivéssemos por perto um tigre
preocupado somente com o que faze
mos.
A - TREINAMENTO BÁSICO
A/ateria/ de treinamento
- 2 bolas de golfe (modelo americano)
.
- 2 bolas de pedra de calibre idêntico (modelo masculino ou feminino)
- 2 bolas de aço de calibre idêntico (modelo masculino ou feminino).
Posição do corpo
O exercício é praticado sentado.
'
Manter-se bem ereto sobre a borda de uma cadeira dura, joelhos em
ângulo reto e ligeiramente separados, pés apoiados no chão.
No início. as costas estão perfeitamente eretas. os ombros relaxados e
abaixados. a palma das mãos repousa sobre os joelhos, os braços estão
esticados sem tensão. Enquanto uma mão efetua o exercício a outra fica no
lugar.
Durante toda a duração do exercício, manter os olhos fixos sobre o
movimento da mão e o espírito concentrado no trabalho da mão na realização
do movimento.
Recomenda-se não mudar de posição. não falar, não se deixar distrair
durante o exercício, o que prejudicaria sua eficácia.
Notas:
Qualquer que seja o tipo de bolas utilizado:
- evitar, ao girar as bolas, agitar o braço: somente os dedos devem
estar ativos.
- os movimentos circulares das bolas devem ser os mais precisos e
regulares possíveis.
- manter as esferas em contato pennanente, para evitar que elas se
choquem entre si.
- durante o treinamento, nunca ultrapassar o tempo prescrito, sob pena
de riscos de epicondilite ou de tendinite.
44 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
A1aterial de treinamento
lvfanipulação
I ª fase:
2ª fase:
3ª fase:
4ª fase:
Colocar a mão novamente em semipronação e num movimento de
chicotada, levar o bastão ao longo da perna.
Tempo de treinamento:
Encadear as fases de maneira rítmica. sem interrupção.
Treinar com a mão direita, depois com a mão esquerda.
Começar com I minuto em cada mão e aumentar gradativamen
te para atingir no máximo 5 minutos em cada mão (ut infra, ane
xo 1).
46 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
Material
2 garrafas de plástico, de I litro de conteúdo, de gargalo comprido, de
modo a poder segurá-los solidamente. Enchê-los de água.
Manipulação
Segurar pelo gargalo uma garrafa em cada mão e deixá-las penduradas
dos dois lados do corpo.
Sem mexer o braço, levantar e abaixar as garrafas, de modo rítmico. É
possível dobrar ligeiramente o cotovelo durante a execução.
Tempo de treinamento
No início, treinar durante 1 minuto e aumentar progressivamente até 5
Íninntoç no máximo (ut infra, anexo 1) .
. TREiNAMENTO C OM A AGULHA
Polimento da agulha
- Obter um retângulo de tela de esmeril de 5 x 2,5 cm, da espécie mais
fina disponível no comércio. A de melhor categoria é aquela utilizada para o
polimento das peças no aeromodelismo.
- Dobrar o retângulo em dois, lado abrasivo na parte interna, para obter
um quadrado.
- Colocar o quadrado entre o polegar e o indicador da mão esquer
da, de modo a que a abertura do papel esteja voltada para a palma da
mão e inclinar o quadrado de baixo para cima para que tome a forma do
losango.
A INSERÇÃO DA. AGU LHA . FINA - 47
'.·
·
- Sentar-se bem ereto na borda de uma cadeira dura, os joelhos
dobrados em ângulo reto e ligeiramente afastados. os pés paralelos e apoiados
·
110 chão.
A1ateriais necessários
- um retângulo de popeline fina de algodão, de trama bem fechada.
cor neutra, no formato de 30 cm x 40 cm, aproximadamente,
- uma primeira manta de algodão hidrófilo puro de 20 cm x 50 cm x 3
cm.
- uma segunda manta de algodão hidrófilo puro de 20 cm x 40 cm x
1,5 cm,
- uma cordinha de algodão puro (variedade "macramé"), de 2 m m de
diâmetro e 3 m de comprimento,
- goma branca para passar (bomba com pressão),
- l inha e agulha para costurar,
- alfinetes com cabeça,
- fita adesiva.
Realização
a) Preparar a cordinha, engomando-a (várias vezes, se for necessário
para esticá-la) e deixando-a secar. Depois, fazer um nó corredio com fivela
larga em uma de suas extremidades.
b) Colocar na borda da mesa, à sua frente, a extremidade estreita (20
cm) da manta de algodão mais espessa (3 cm).
Partindo dessa extremidade, enrolar a manta de algodão bem apertada,
cuidando sempre para que a faixa conserve sempre uma largura idêntica (Fig.
I Oa). Consegue-se isso, controlando a expansão do algodão para os lados por
meio dos dedos mínimos (Fig. l Ob).
50 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
Foto 1 - Como pegar a ngulhn. Posição da agulha sobre o indicndor. Notar a posição do
cabo sobre a borda lateral do dedo .
Foto 4 Como pegar a agulha. A disposição dos dedos pode ser comparada a um bico.
-
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 57
Foto 6 - Outra maneira de segurar a agulha. O cabo está apertado entre a polpa do
polegar direito e a do indicador.
58 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
Foto 7 Como pegar a agulha longa. A ponta d a agulha não deve ultrapassar os dedos
·
em mais de 1 cm.
Fig. 1 1 a Variante
- 1.
A INSERÇÃO DA AGU LHA FINA - 61
Foto 9 A pele está esticada pela separação do indicador e do dedo médio esquerdos.
-
62 - P RÁTICA DA AGU LHA FINA
Fig. 1 1 c Variante 3 .
·
Foto 10 Aproximação lateral, deslizando sobre a unha do dedo médio direito para
-
colocar a agulha no ponto a ser agulhado. Notar a posição da agulha sobre a borda
lateral da polpa do indicador e do dedo médio direitos.
Assim, a agulha volta para seu lugar, sem que a disposição dos três
dedos, descrita no início, tenha-se modificado em nenhum momento.
Deve-se lembrar que, até a inserção propriamente dita. os dedos não
devem jamais se enrugar sobre a agulha, devem manter. durante todo o tempo,
um contato sutil e relaxado.
É, então. a partir dessa posição da mãd que pode ocorrer a inserção
propriamente dita.
Inserção da agulha
Quando se faz a penetração da agulha. as duas mãos trabalham em
sinergia. como ensina o Ling Sim (cap. L ) : "A mão esquerda apóia, a direita
i nsere" .
64 - PRÁTICA DA AGU LHA FINA
Para que isso ocorra. numa fração de segundo antes da ação da mão
direita. o indicador esquerdo exerce uma breve pressão suplementar sobre os
tecidos para disfarçar a inserção da agulha.
Essa pressão é instantaneamente seguida pelo empurrar da agulha:
nesse momento. o dedo médio acentua sua pressão sobre a almofada, por um
lado e por out ro, a pinça formada pelo polegar e o indicador direitos se
contrai para dar um aspecto de êmbolo à agulha (foto 12).
Toda essa manobra não deve supor uma pressão pesada e apoiada dos
dedos. A entrada da agulha, ao contrário. responde a um impulso seco e
rápido do polegar e do indicador.
Quando da punctura, se o dedo médio estiver bem apoiado na
superf1cie do plano a ser agulhado. ele exerce uma tensão suplementar sobre
os tecidos subjacentes. o que contribui para a inexistência de dor.
Nesse estágio. a agulha deve ter penet rado de modo indolor 3 a 5 mm
sob a pele.
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 65
Foto 1 2 - "A mão esquerda apóia, a direita insere". Notar o reagrupamento dos 4 dedos
e as rugas formadas no tecido no momento da pressão. (O corpo da agulha está
perpendicular ao plano do tecido). A cuJVatura do cabo é devida à pressão dos dedos.
I º método:
2º método:
As polpas do polegar e do indicador seguram o corpo da agulha.
Quando da inserção, o ponto da agulha e o pulso do praticante tocam o
paciente ao mesmo tempo. Essa penetração é indolor, geralmente. Depois da
inserção da agulha, o pulso do pniticante fica em contato com a pele do
paciente. O polegar e o indicador afrouxam a agulha e sobem ao longo dela,
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - ff7
a) A inserção perpendicular
O corpo da agulha faz um ângulo de 90° com a superficie da epiderme.
Esse ângulo de punctura, que é aquele utilizado em todas as técnicas de
treinamento, é adequado à maioria dos pontos de acupuntura.
Na inserção perpendicular, para permitir uma melhor obtenção do Qi, a
ponta da agulha deve sempre estar orientada na direção do eixo central
imaginário da almofada de treinamento. do tronco ou dos membros do
paciente.
b) A inserção oblíqua
O corpo da agulha faz um ângulo de 45° com a superficie da epiderme.
Esse tipo de punctura serve habitualmente para as regiões que recobrem
órgãos importantes, por exemplo. Zhongfu P I e Qimen F 14, situados no
tórax. A fim de direcionar mais facilmente a "'sensação do Qi" na direção
desejada. a ponta da agulha é orientada no sentido da localização da doença.
/
/
/
/
/
I
I
I
I
Profundidade da inserção
A profundidade da inserção depende dos pontos que interessam à
punctura. Entretanto. na prática, é necessário aumentar ou reduzir a
profundidade da i nserção, tendo em conta a idade do paciente, sua
constituição fisica. o grau de intensidade da reação. a localização da doença e
as associações de pontos escolhidos.
a) Idade do paciente
A profundidade da picada recomendada nos livros refere-se aos
adultos. Para os idosos e as crianças, nos quais o Qi e Sangue são deficientes,
a profundidade da i nserção deve ser menor.
b) Constituição .fisica
Nas pessoas de constituição forte e corpulentas. a agulha pode ser
inserida mais profundamente, ao passo que nos pacientes magros e de
constituição fraca, a i nserção deve ser mais superficial.
d) Localização da doença
O capítulo 50 do Su Wen lembra que a i nserção deve ser superficial
quando a doença está na superficie e que a punctura pode ser mais p rofunda
quando a doença é interna.
e) Picadas transjixantes
A associação dos pontos, bem como a profundidade e/ou o
comprimento da i nserção da agulha aumentam a sensação do Qi. Isso é feito
70 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
Biao Yu Fu:
"Os olhos não olham ao redor, a mão é como se segurasse um tigre, /e
Shen não deve estar disperso, ele está concentrado, como quando está à
espera de um personagem importante. "
"Assim, a mão do praticante deve estar firme e fechada, não pode
estar mal apoiada. O espírito do acupunturista deve estar totalmente
concentrado no corpo do paciente e na reação à agulha. Deve observar o
rosto do paciente, sua atitude, sua reação à estimulação, deve observar as
mudanças possíveis da cor do rosto ou as impressões de estresse ou de medo,
dessa forma ele pode manifestar em tempo o "mal das agulhas".
Enfim. como uma das chaves do sucesso da terapêutica reside na
obtenção do Qi, antes de todo treinamento (sobretudo se é a primeira sessão)
o praticante deve explicar ao paciente as reações que a inserção de agulha
pode provocar (cansaço. torpor. distensão, fadiga ou choque elétrico). Deve
fazê-lo compreender que todas essas sensações são nonnais e que elas devem
ser descritas ao acupunturista desde o momento em que aparecem. Do mesrno
modo. o praticante deve incitar o doente a não ter medo e a não se mover.
Dessa forma. serão respeitadas as recomendações do Ling Shu (cap. 1 )
que preconiza ao acupunturista escutar atentamente o doente e colocar seu
Shen na agulha.
Etiologia
- Primeiro tratamento pela acupuntura em um doente ansioso.
- Constituição fisica frágil, natureza muito sensível.
- Excitação muito forte, tratamento não apropriado.
72 - PRÁTICA DA AGU LHA FINA
,\'infamas
Casos sem gravidade:
- Vertigens. palidez. náusea.
- Palpitações, sensação de indisposição.
- Transpiração fria.
Casos graycs:
- Rosto pálido. como cera. arrepio �< . .. 111bros.
- Pulso fino (Xi). fraco (Ruo).
- Desmaio bruta l .
Prevenção
- Dissipar as apreensões do paciente que se submete à punctura pela
primeira vez. explicando-lhe a sensação prowcada pela agulha.
- Fazer uma manipulação doce c ní p ida nas pessoas de constituição
frágiL nos doentes crónicos. idosos. gestantes e crianças.
- Evitar a acupuntura em desnutridos. nas pessoas muito cansadas. nos
muito ansiosos.
- Instalar o paciente numa posição c,lilfortável.
Tratamento
Para os praticantes que deixam a agulha no ponto (ut infra, parte L
capítulo 3 ) :
- Agir imediatamente, tirando a s agu l has que poderiam estar n o lugar.
- Deitar o doente de cabeça baixa. afrouxar as roupas, dar-lhe uma
bebida quente. deixá-lo de repouso.
- Nos casos de perda dos sentidos, recomenda-se classicamente agulhar
Yongquan R I , Renzhong DM 26. ou agulhar Hegu IG 4, Shaochong C9,
Baihui DM 20. Zusanli E 36, ou fazer moxas sobre Baihui e Zusanli.
'
Para aqueles que não deixam a agulha no lugar, como aconselhamos.
não há o problema de retirá-Ia.
Recomendamos a punctura ( l /2 cun a I cun de profundidade) e a
manipulação do Suliao DM 25 que permite ao paciente recobrar seus ânimos
imediatamente. Não se deve nunca deixar a agulha no ponto.
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 73
Agulha bloqueada
Considera-se como "bloqueada" uma agulha inserida que não pode ser
manipulada temporariamente. pois não se pode nem girá-la. nem empurrá-la.
nem retirá-la.
Etiologia
- A dor.
- A pele e os tecidos estão muito contraídos na altura da região
agulhada.
- As rotações da agulha num único sentido provocaram uma contração
das fibras musculares ou hipodérmicas ao redor da agulha.
- A agulh!l foi deixada por muito tempo no ponto e o paciente mudou
de posição.
Tratamento
- Dar pancadinhas ou apoiar os dedos no local onde a agulha está
bloqueada. ou fazer uma moxa sobre o cabo da agulha.
- Inserir uma outra agulha no ponto vizinho ao . local onde a agulha está
bloqueada ou no ponto de acupuntura contralateral.
- Se as fibras estão contraídas ao redor da agulha. é necessário girar a
agulha no sentido contrário antes de retirá-la.
- Recolocar o paciente na posição inicial.
74 - P RÁTICA DA AGULHA FINA
Agulha torta
O corpo da agulha está dobrado ou torta em zigue-zague ou em forma
de anzol na parte agulhada. Não se consegue mais manipular a agulha que
está "presa" no ponto e, ao mesmo tempo, o paciente sente uma forte dor.
Causas
- Uma manipulação muito violenta.
- Uma contração muscular muito forte, quando o paciente não suporta
bem a excitação provocada pela agulha.
- Uma mudança de posição do doente.
- A ponta da agulha encontrou um plano resistente.
Prevenção
- Fazer o paciente ficar uma posição confortável: o paciente deve-se
manter na mesma posição.
- Manipular a agulha fina delicadamente, a força dos dedos deve ser
igual e equilibrada.
- Se a agulha ficar no local, cuidar para não achatar o cabo da agulha
quando se colocar uma coberta sobre o paciente.
Tratamento
- Não retirar a agulha com força. mas girá-la e retirá-Ia seguindo o
sentido do movimento.
- Utilizar uma estimulação efetuada com o polegar esquerdo ao redor
da agulha.
Agulha quebrada
Quando a agulha se rompe no local, sua extremidade pode aparecer na
superfície da pele ou ficar invisível.
Causas
- A agulha é de má qualidade.
- A agulha é mal manipulada.
- A agulha foi utilizada por muito tempo.
- A manipulação foi muito violenta.
- A contração muscular foi muito forte.
A INSERÇÃO DA AGULHA FINA - 75
Prevenção
- Verificar a agulha antes de fazer a punctura, particularmente na
junção do cabo com o corpo.
- Fazer manipulações com delicadeza.
- Não fazer penetrar todo o corpo da agulha.
- Não mudar o paciente de posição.
Tratamento
- Se a parte rompida ultrapassou a pele, recomenda-se ao paciente não
se mexer. depois. com uma pinça. rebaixa-se a pele em volta da agulha para
aumentar o comprimento da parte aparente e poder extraí-la.
- Se a parte rompida não estiver visível, é preciso evitar mover o
paciente para prevenir a migração da agulha e não se deve hesitar em
proceder a uma extração cirúrgica.
a) Pulmão
Uma punctura muito profunda na fossa supraclavicular, nas costas ou
sobre a parte anterior do peito pode provocar um pneumotórax traumático.
Sintomas
- dor,
- dispnéia, opressão torácica.
- cianose,
- transpiração excessiva,
- choque, na verdade, colapso,
- murmúrio vesicular ausente no lado atingido,
- às vezes, os sintomas aparecem tardiamente.
Prevenção
- Nunca ultrapassar de 1 cm de profundidade quando da punctura,
agulhar de preferência obliquamente ou na horizontal.
76 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
Tratamento
- Instalar o paciente em posição semi-scntada.
- Se a dispnéia e os sintomas não melhorarem. levá-lo a um serviço
especializado.
PROIBIÇÕES DA PUNCTURA
afecção:
"A perda do Qi produz nos pacientes cinco tipos de debilidade.
Quando o paciente está doente há muito tempo, seus músculos estão
definhando e ele está enfraquecendo cada vez mais, isso tudo provém,
geralmente, do desaparecimento de seu Qi. Se o paciente perdeu muito
sangue e esse não pode reconstituir-se, isso também mostra uma possibilidade
de perda de Qi. O terceiro tipo de perda de Qi ocorre pelos acessos de
sudação importantes e incessantes pela falta de líquido do paciente. O quarto
tipo ocorre por ocasião de fortes diarréias incontroláveis, quando o paciente
está muito fraco. O quinto tipo se dá nas parturientes que perderam muito
sangue no parto e sofrem, portanto, de uma debilidade de energia. Nesses
cinco estados, o médico não deve jamais agulhár em dispersão. "
O Ling Shu (cap. 6 1 ) determina, igualmente, evitar a acupuntura nas
doenças em "contracorrente", isto é, aquelas em que o pulso está em
desacordo com os sintomas da doença:
"Nas doenças por febre, o pulso do doente deve ser de grande
amplitude e cheio. Se estiver fraco e calmo, trata-se de um desenvolvimento
anormal em "contracorrente " do curso da doença. Ou ainda, depois de uma
sudação importante, o pulso deve ser calmo e fraco. Se estiver com grande
78 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
TEORIA
A - A SENSAÇÃO DO QI
pelo paciente num grau mais ou menos intenso. Consiste em uma impressão
de compressão ao redor da agulha: o prático tem a impressão de que a muscu
latura se comprime em volta da agulha e a aprisiona com certa força.
É somente após ter obtido as primeiras sensações (n2 1 a n2 6) no pa
ciente ou constatado a sensação do tipo 7, que o operador pode querer efetuar
uma manobra, pela qual se indique que "o Qi deve ter sido obtido
previamente".
Quando a agulha é envolvida pelo Qi (sensação nº 7), mas esse Qi
contém uma energia ruim, a sensação de compressão é forte, a agulha fica
como que presa, freqüentemente com um efeito de sucção para baixo.
Contudo, pode-se girar a agulha, mas com dificuldade. Na clínica, essa
situação representa a condição prévia para uma manobra de dispersão.
Quando a agulha é envolvida pelo Qi correto, a sensação de
compressão é leve, não há efeito de sucção para baixo e pode-se girar a
agulha mais facilmente. Na clínica, esse tipo de sensação representa a
condição prévia para uma manobra de tonificação.
Deve-se ter muito cuidado em diferenciar bem a sensação de
compressão procurada pelo Qi daquela muito apertada e dolorosa para o
doente que provoca a contração das fibras musculares ao redor da agulha e
que poderia ser tomada indevidamente pela obtenção do Qi. Essa contração
torna dolorosa a tentativa de se extrair a agulha. A diferença de sensação é
facilmente reconhecida por um prático experiente (constatação de elasticidade
no local de aperto, dor, etc.).
Tipo de sensação n2 8: sensação de frio glacial. É geralmente
passageira.
Tipo de sensação n2 9: sensação de calor. Ela não perdura por muito
tempo e pode-se manifestar tanto como uma sensação confortável de calor
que se propaga na região da punctura. quanto como sensação de queimação
dolorosa.
Tipo de sensação n 2 10:
Fenômeno de estremecimento ou de tremor muscular. Por exemplo, a
punctura de Hegu IG 4 provoca um movimento do indicador.
Tipo de sensação n2 1 1 : o choque elétrico. Essa sensação é a mais
desejável. Ela constitui o máximo na arte da precisão da punctura. Na medida
do possível, é essa que deve ser visada em cada intervenção.
Se a sensação de choque elétrico é fortemente sentida pelo paciente,
ela constituirá uma dispersão, se ela é sentida muito levemente, constituirá
uma tonificação. Mas, nos dois casos, pode-se falar de "sensação ideal",
quando é sentida ao longo do trajeto do meridiano numa distância de 30 cm
84 - P RÁTICA DA AGULHA FINA
B - PROPAGAÇÃO DA SENSAÇÃO DO
QI E EFICÁCIA DO TRATAMENTO
Por exemplo:
Nos casos em que a doença do Biao e do revestimento cutâneo, a
afecção está na superficie; deve-se atingir o Qi na altura "Céu" (ut infra parte
I, cap. 3, Penetrar-Retirar) e fazê-�o circular nos Couli I .
I Couli: "designa a texiura, a granulação da pele, dos músculos, dos tecidos orgânicos, bem como
o tecido conjuntivo dos intervalos que ligam os músculos e a pele. São divididos em Cou da pele,
Cou dos músculos, Li grosso, Li fino, Li pequeno, Li dos Reanimadores. É o local por onde se
infiltram os líquidos orgânicos, a porta de comunicação do Qi e do Sang/sangue, é a cavidade que
tem a faculdade de resistir a uma intrusão de agente maligno ex'terno." Jiangming Zhongyi Cidian
(p. 922). Couli designa, aqui. o espaço entre a pele e os músculos:
A OBTENÇÃO DO Ql - 87
Por exemplo:
Numa doença crônica, uma doença do tipo Vazio, com respiração
curta, fezes pastosas. pulso fraco e sem força, ou mesmo quando há uma
sensação de vazio quando da penetração da agulha, sensação de vazio sob a
ponta da agulha, ou de fraqueza e de vazio quando se retira a agulha,
devem-se empregar métodos de tonificação: sacudidela (Tan), girar (Nian),
inserir (Ti), pressionar (An), até que se obtenha a sensação de presença, de
algo sob a agulha e que se tenha a impressão de um calor que se propaga para
tonificar o Vazio.
No caso de uma doença recente, aguda, de uma afecção do tipo
Plenitude (Excesso), onde há opressão torácica, dores abdominais, cons
tipação, pulso cheio (Da), com força, ou mesmo quando a penetração da
agulha é acompanhada por uma sensação de aperto ou de rugosidade e a
sensação é de extremo aperto, quando a agulha está colocada ou quando é
retirada, convém empregar os métodos de dispersão: tirar (Cha), agitar (Yan),
continuar (Xun), apoiar (She), a fim de tornar mais calma a sensação sob a
agulha e de produzir uma sensação de frescor, para dispersar a Plenitude.
O Su Wen exprime isso, dizendo (cap. 54): "Quando a agulha
preenche um Vazio, ela aquece e o Calor traduz a Plenitude do Qi (Correto).
Quando a agulha esvazia uma Plenitude, ela refresca e o Frio traduz o Vazio
do Qi (Ruim). "
88 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
MÉTODOS
1 - Procurar o Qi (Sou)
Esta técnica é utilizada quando a agulha já penetrou até uma certa
profundidade e ainda não foi obtido o Qi. Nesse caso, deve-se retirar a agulha
até o nível abaixo da epiderme, mudar sua direção e empurrá-la novamente.
Se ainda assim não se obtém o Qi, repete-se a operação, retirando-se e
empurrando-se a agulha diversas vezes, direcionando-a para frente, para trás,
para a direita, para a esquerda, de modo a "procurar" o Qi, até que ele
chegue.
3 - A lloiar (She)
Reunir em feixe o polegar, o indicador e o dedo médio da mão direita
e, com a ponta dos dedos, pressionar forte e intermitentemente a região em
torno do ponto (Fig. 1 6).
Este método permite, igualmente, resolver o "bloqueio da agulha" .
6 - Tremer (Chan)
É dar à mão direita um tremor de amplitude muito pequena, mas de
extrema rapidez, que provoca um movimento de "puxar-empurrar", dando
uma sensação forte. Essa sensação assemelha-se à criada pelos estimuladores
elétricos. Este método é muito difícil de dar certo e seu aprendizado é
facilitado pelo conhecimento e prática do exercício de Qi Gong nº 4 .
·
Fig. 1 3 - Massagear com o polegar o traje to do meridiano para fazer chegar o Qi.
Fig. 14 Massagear com o dedo médio o trajeto do meridiano para fazer chegar o Qi.
-
A OBTENÇÃO DO Ql - 91
Fig. 1 5 · Dar pancadinhas com o indicador no trajeto do meridiano para fazer chegar
o Qi .
Fig. 1 7a
Fig. 1 7 b
A OBTENÇÃO DO Ql - 93
Notas:
I A propagação da sensação de Qi pode ser detida em seu curso por
-
Fig. 24 o VÔO-
Fig. 24 o VÔO
.
Fig. 25 Deslocar a almofada: a parte tonificada está do lado convexo da agulha, a parte
·
Nota:
Embora o método descrito seja reconhecido atualmente como o melhor,
não se deve esquecer que, nos textos mais clássicos. e às vezes até na mesma
obra, existem afirmações contraditórias no que se refere à velocidade de
inserção e retirada da agulha.
Tonificação Dispersão
Nota:
Esses três métodos são freqüentemente associados para tonificar o Qi
bom e dispersar o Qi ruim. Eles servem para tratar todas as afecções de
Frio-Calor do tipo Vazio ou Plenitude.
�- -
-p
(
..-
)
---�-
'Tonificação· Dispersão
Notas:
Freqüentemente. encontram-se descritas duas possibilidades suplemen
tares de utilizar a respiração para tonificar ou dispersar.
I - Depois da ii_1serção da agulha e aparição da sensação de Qi, quando
se manipula a agulha em rotação:
- para tonificar. a rotação deve ser detida durante a inspiração,
- para dispersar, a rotação deve ser detida durante a expiração.
MÉTODOS DE TONIFICAÇÃO, DISPERSÃO, HARMONIZAÇÃO - 1 09
Fig. 26 - Tonificação
Fig. 27 - Dispersão
Notas:
1 - Por razões didáticas, os 9 métodos de Tonificação-Dispersão foram
descritos separadamente. Mas, na prática, essas diversas manobras são
combinadas para realizar técnicas complexas de manipulação das agulhas que
serão estudadas no próximo capítulo.
2 - O sucesso de uma tonificação produz, sob a agulha,
uma sensação de calor, de comJlressão das fibras, ao passo que o sucesso
da dispersão cria um Vazio sob a agulha, como se essa fosse es1>etada no
queijo branco (ou no queijo de soja, "To Fu" Jlara os chineses).
MÉTODOS DE TONIFICAÇÃO, DISPERSÃO, HARMONIZAÇÃO - 1 1 3
que o Qi está mais forte para "ir contra", a fim de eliminar o excesso, e para
tonificar, insere-se a agulha no momento em que o Qi está fraco, a fim de
"segui-lo", para dissimular sua insuficiência.
Tomada da agulha
Posição de partida
.
Tomada da agulha
Depois de ter verificado que a agulha foi inserida perfeitamente
perpendicular à superficie da almofada, colocar a borda ungueal medial do
dedo médio direito (lado do anular) sobre a almofada, de modo que sua polpa
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 117
A - MANIPULAÇÕES SIMPLES
1 a técnica:
Tonificação em vai-e-vem
Ti Cha
Realização
Depois de ter empunhado a agulha, imprimir-lhe um curto movimento
de inserir-retirar, da ordem de I a 2mm, seguindo os preceitos dos textos
clássicos: "inserir com força, retirar com leveza ".
O movimento ativo "inserir com força" é obtido, mobilizando-se a
pinça formada pelo polegar e o indicador, de tal forma que a contração
realizada por esses dois dedos alonga a pinça. É esse alongamento que, por si
só, produz a inserção da agulha, enquanto que o relaxamento da contração
fará com que ela suba.
Durante a execução, aparece e desaparece, no ângulo dos 1 e 2
metacarpianos, uma bola que prova a contração muscular, garantia do sucesso
da manobra (Foto 14, 15).
Provocar os movimentos de descida e subida da agulha, sem pressa,
mas de fonna contínua, uniforme e harmoniosa, durante o tempo solicitado
para o tratamento, de l O a 1 5 segundos, em geral.
Retirar a agulha prontamente e massagear o ponto.
28 técnica:
Dispersão em vai-e-vem
Ti Cha
Foto 1 4 - "Inserir com força". Antes da ação, o polegar e o indicador apertam sem forçar.
A luz entre os dois dedos tem uma forma arredondada. (O olho da fênix).
Realização
Depois de ter pego a agulha na mão, imprimir-lhe um movimento de
retirada e de inserção, da ordem de I a 2 mm, seguindo os preceitos dos
textos clássicos: "retirar com força, inserir com leveza ".
Nessa manobra, a pinça formada entre o polegar e o indicador
intervém somente para manter e controlar a agulha. O movimento ativo
"retirar com força" reside na ação da mão e não na da pinça digital .
Com o punho fechado, a mão, com apoio total sobre a polpa do dedo
médio direito, salta com flexibilidade por intermédio da articulação
interfalangiana proximal (IFP) que serve de amortizador.
Produzir movimentos de subida e descida da agulha, de forma
continua, uniforme e harmoniosa, durante o tempo adequado para o
tratamento, em geral 1 O a 1 5 segundos.
MANIPU LAÇÕES DA AGU LHA FINA - 1 21
Foto 1 5 - "Inserir com força". Durante a ação, a pinça se fecha. A luz entre o polegar e o
indicador tomou uma forma alongada. A contração dos dedos faz sair uma bola
muscular na região de Hegu IG 1 4. A luz entre os dois dedos tem uma forma oval (O
olho do dragão).
técnica:
33
Tonificação por rotação
Nian Zhuan
Realização
Depois de ter pego � agulha (foto 1 6, 1 7), imprimir-lhe um movi
mento de rotação bmsco de 45 a 90° da direita para a esquerda (foto 1 8),
puxando o polegar para si e depois levando-o para o ponto de partida. O
polegar inicia a manobra com uma tração para trás e conclui com um impulso
para frente.
Repetir esse movimento de ir e voltar 9 vezes, ou múltiplo
de 9.
técnica:
4l!
Dispersão por rotação
Nian Zhuan
Realização
Depois de ter pego a agu lha, imprimir-lhe um amplo movimento de
rotação da ordem de 1 80 a 360°. da esquerda para a direita, alongando o
polegar para si e depois, levando-o ao ponto de partida. Então, o polegar
i nicia a manobra com um impulso para frente e a conclui com uma tração
para trás (fotos 20. 2 1 . 22)
técnica:
53
H armonização
Ping Bu Ping Xie
Realização
Depois de ter pego a agulha. imprimir-lhe um movimento de rotação
não bmsco, da ordem de 2 a 3 voltas, da direita para a esquerda, puxando o
polegar para si e i nserindo a agulha 5mm aproximadamente. Em seguida, ao
1 28 - P RÁTICA DA AGULHA FINA
B - MANIPULAÇÕ ES COMPLEXAS
técnica:
6a
"Acender o fogo sobre a montanha"
Shao Shan Huo
Esta técnica provoca uma reação forte. Ela permite-nos associar. numa
manipulação complexa, a componente Tonificação dos métodos lento-rápido
(xu-ji), retirar-inserir (ti-cha) ou rotação (nian-zhuan), penetrar-retirar (jin
tui), nove-seis (jiu-liu), abrir-fechar (kai-he).
. A tradição conta que ela faz descer o Yang Qi ao encontro do Yin Qi .
É sabido que ela vem acompanhada da sensação de calor ou de transpiração.
Só se deve utilizá-la nas regiões musculares profundas, por exemplo,
nos membros ou na região lombar.
Essa manipulação também pode servir de processo de obtenção do Qi.
Realização
Depois de ter pego a agulha, firmar bem a "garra do tigre" e subir com
o polegar e o indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso máximo de
2mm, sem soltar a agulha.
! 1
Variante A
Fazer a manobra descrita, de uma ponta a outra, mas substituir, em
todos os níveis, a manobra de rotação (nian-zhuan) pela manobra retirar
inserir (ti-cha) em tonificação, quer dizer, insere-se a agulha 9 vezes no local,
em cada patamar. Este método é a versão clássica de Shao Shan Huo
(esquema 4).
Variante B
Efetuar rigorosamente a manipulação descrita, de um lado a outro, mas
substituir, em todos os níveis, a tonificação em rotação pela manobra "a
tartaruga procura o ponto", repetindo 9 vezes o movimento do braço em
vai-e-vem ou bate-estaca (ut infra JOa técnica).
Doenças relacionadas
Shao Shan Huo nutre o Yuan Qi das vísceras e trata as doenças do tipo
Vazio e Frio, como Zhong Feng e doenças debilitantes, parestesia e paralisia,
Bi do Vento e da Umidade, membros frios, diarréia. impotência, hérnia,
abdômen doloroso e lombalgia.
Este método pode ser empregado para libertar a Superficie do ataque
do Vento e do Frio, fazendo transpirar.
Exemplos:
- Agulhar Zhongwan RM 12 com este método provoca uma sensação
de calor no estômago e elimina dores abdominais do tipo Frio.
- Agulhar Fengchi VB 20 e Hegu IG 4 fará transpirar e libertará a
Superficie.
- Agulhar Zusanli E 36, Liangqiu E 34 e Xiyan ponto H.M (olho do
joelho), permite, ao esquentar, dispersar o Frio e a Umidade e curar, assim, as
inflamações articulares do joelho provocadas pelo Vento. Frio e Umidade.
7atécnica:
" Refrescar no nível céu"
Tou Tian Liang
Realização
Depois de ter pego a agulha, deslizar para cima o polegar e o indicador
ao longo do cabo da agulha, sem perder o contato com ele, num percurso de
6mm, aproximadamente.
Atenção: a agulha não sobe, somente os dedos sobem, deslizando.
Inserir a agulha, de uma só vez, numa profundidade suplementar de 6
mm, aproximadamente.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para baixo o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num trajeto de 2 mm, no máximo, sem
perder contato com a agulha.
Atenção: a agulha não desce, somente os dedos é que deslizam para
baixo.
Retirar a agulha lentamente e com força, por 2mm, aproximadamente,
em direção à superficie. Imprimir-lhe um amplo movimento de rotação de 1 80
a 360° da esquerda para a direita, alongando o polegar para si e depois
levando-o ao ponto de partida.
Repetir esse movimento de ir e voltar 6 vezes. Aqui se está no
primeiro patamar.
Manter firma a "garra do tigre" e deslizar para baixo o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato com a agulha.
Retirar a agulha lentamente e com força de 2mm, aproximadamente,
em direção à superficie. Imprimir-lhe um amplo movimento de rotação de 1 80
a 360°, da esquerda para a direita, alongando. o polegar para si e depois
levando ao ponto de partida.
Repetir esse movimento de ir e voltar 6 vezes. Aqui se está no segundo
patamar.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para baixo o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato com a agulha.
Retirar a agulha lentamente e com força, por 2mm, aproximadamente,
em direção à superficie. Imprimir-lhe um amplo movimento de rotação de 1 80
1 32 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
a 360° da e squerda para a dire ita , alo nga ndo o polegar para si e depo is
leva ndo-o ao po nto de part ida .
Repet ir e sse movime nto de ir e voltar 6 veze s. Aqui se e stá no terce iro
patamar .
CÉU
1 I
HOMEM 6
J .;
T����-�� � � � � � �6J L�����=-=�-����=� � ���--- -_�� � = = -
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.
- - -- - Ã
Esquema 5 - "Refrescar no nível céu: esquema da versão clássica de Tou Tian Liang.
Variante A
Efetuar a manobra a nter ior, ma s sub st itu ir , em todo s o s patamare s, a
ma nobra de rotação pela ma nobra retirar- inserir (ti-cha) em d isper são ,
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 33
Variante B
Proceder como na manipulação descrita, mas fazer seguir os 6
movimentos de rotação (nian-zhuan) por 6 movimentos de retirar-inserir
(ti-cha).
Doenças relacionadas
O método Tou Tian Liang dispersa o excesso de energia Yang, esconde
a energia ruim e permite tratar as doenças do tipo Plenitude e Calor, como
Zhong Feng de tipo fechado, insolação, hipertermia, delírio verbal, psicose
maníaca, epistaxe, inchaço gengival, corpo quente, fezes secas.
Com a finalidade de refrescar o calor e liberar a Superficie, utiliza-se
também esse método nos ataques de Vento Calor de origem externa.
Exemplos:
- Agulhar Zhongfeng F 4 permite curar a conjuntivite.
- Agulhar Shuidao E 28, Zhongji RM 3, Fuliu R 7, dispersa o calor,
aumenta a diurese e permite tratar as retenções urinárias devidas a uma
Plenitude de Calor da Bexiga.
- Agulhar Dazhui DM H, Feishu B 1 3 , Hegu IG 4 refresca o Calor e
libera a Superficie e permite curar as febres devidas ao Vento Calor de
origem externa.
técnica:
83
Tonificação com obtenção
de uma sensação de .calor
Realização
Depois de ter pego a agulha, manter firme a "garra do tigre" e deslizar
para cima o polegar e o indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso
de 2mm, no máximo, sem perder o contato com a agulha.
Atenção: a agulha não sobe. Somente os dedos deslizam para cima.
Inserir a agulha lentamente e com força, por 2mm, no máximo, e
imprimir-lhe um movimento de rotação brusco de 90° da direita para a
esquerda, puxando o polegar para si e depois levando-o ao ponto de partida.
Repetir esse movimento de ir e voltar 9 vezes. Aqui se está no primeiro
patamar.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para cima o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato da agulha. Inserir a agulha lentamente, com força, por
2mm, no máximo, e recomeçar a manobra de rotação anterior. Aqui se está no
segundo patamar.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para cima o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato da agulha. Inserir a agulha lentamente, com força, por
2mm, no máximo, e recomeçar a manobra de rotação anterior. Aqui se está no
terceiro patamar.
O percurso total da inserção da agulha durante a manobra atingiu um
máximo de 6mm e a agulha efetuou 3 séries de 9 rotações (nian-zhuan). ·
N a prática clínica
- A componente tonificação do método respiração (hu-xi) pode ser
adicionada à manipulação. Para obtê-la, deve-se, durante 3 séries de 9
rotações (nian-zhuan), pedir ao doente para expirar pela boca no momento da
componente tonificação das rotações.
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 35
Variantes
I - Substituir a manobra rotação (nian-zhuan) em tonificação pela
manobra retirar-inserir (ti-cha). A respiração, nesse caso, está associada da
seguinte maneira: o paciente inspira pelo nariz e expira pela boca, as
inserções da agulha serão realizadas durante as expirações, enquanto que as
retiradas serão associadas às inspirações.
2 - Depois de ter pego a agulha e obtido o Qi, deve-se pressionar mais
fortemente a "garra do tigre" e praticar uma rotação (nian-zhuan) em
tonificação 9 vezes. Prosseguir com um retirar-inserir (ti-cha) em tonificação
9 vezes. Concluir com uma rotação (nian-zhuan) em tonificação 9 vezes. A
retirada da agulha é feita pelo método já descrito.
Doenças relacionadas
Zhong Feng do tipo aberto com sintoma de debilidade, parestesia e
paralisia crônicas, polaciúria, fezes pastosas, borborigmos abdominais,
diarréia, lombalgia, impotência, espermatorréia noturna. Bi do Vento e da
Umidade que são todos sintomas de Vazio e de Frio.
Este método de punctura é empregado também em casos de doenças
crônicas e em pessoas de constituição tisica frágil.
Exemplos:
- Agulhar Shenshu B 23, Zhibian B 54, Fengshi VB 3 1 , Yinshi E 3 3 ,
Xuehai BP 10, Zusanli E 3 6 , Sanyinjiao B P 6 permite, ao aquecer, assegurar
uma circulação livre nos meridianos e colaterais, bem como tratar as seqüelas
de poliomielite das crianças.
- Agulhar Zhongwan RM 1 2, Tianshu E 25, Qihai RM 6, Yaoshu DM
2, Huiyang B 35 pennite, ao aquecer, curar as dores abdominais e as diarréias
pastosas do tipo Vazio e Frio.
1 36 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
98
técnica:
Dispersão e obtenção
de uma sensação de frio
Realização
Depois de ter pego a agulha, deslizar para cima o polegar e o indicador
ao longo do cabo da agulha, sem perder o contato da agulha, num percurso de
6mm, aproximadamente.
Atenção: a agulha não sobe, somente os dedos é que sobem,
deslizando.
Inserir a agulha de uma só vez, numa profundidade sup,Iementar de
6mrn, aproximadamente.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para baixo o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato da agulha.
Atenção: a agulha não desce, somente os dedos é que deslizam para
baixo.
Retirar a agulha lentamente, com força, por 2mm, aproximadamente,
em direção à superficie, depois, imprimir-lhe um amplo movimento de rotação
de 1 80 a 3 60°, da esquerda para a direita, alongando o polegar para si e
levando-o ao ponto de partida.
Repetir esse movimento de ir e voltar 6 vezes. Aqui se está no
primeiro patamar.
Manter firme a "garra do tigre" e deslizar para baixo o polegar e o
indicador ao longo do cabo da agulha, num percurso de 2mm, no máximo,
sem perder o contato da agulha.
Retirar a agulha lentamente e com força, por 2mm, aproximadamente,
em direção à superficie, depois, imprimir-lhe um amplo movimento de rotação
de 1 80 a 360°, da esquerda para a direita, alongando o polegar para si e
levando-o ao ponto de partida.
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 37
Na p rática clínica
- A componente dispersão do método respiração (hu-xi) pode ser
adicionada à manipulação. Para obtê-la, deve-se, durante 3 séries de 6
rotações (nian-zhuan), pedir ao doente para inspirar pelo nariz no momento da
componente dispersão das rota9ões.
- No momento de levar a agulha perto da superficie, deve-se ter
certeza de que ela não está presa entre as fibras musculares, desobstruindo-a
através de um pequeno movimento rotativo no sentido oposto.
- Durante ou no fim do movimento de arranhar, o paciente deve ter
uma sensação de frescor ou de frio glacial. Assim que esse efeito for obtido,
concluir a manobra. Não insistir se a sensação de frio não aparecer entre 20 e
40 segundos após o movimento de arranhar.
1 38 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
Variantes
1 - Substituir a manobra rotação (nian-zhuan) em dispersão pela
manobra retirar-inserir (ti-cha). A respiração, nesse caso, está associada da
seguinte maneira: o paciente inspira pelo nariz e expira pela boca, as retiradas
da agulha serão realizadas durante as expirações, enquanto que as inserções
serão associadas às inspirações.
2 - Depois de ter pego a agulha e obtido o Qi, deve-se soltar levemente
a "garra do tigre" e praticar uma rotação (nian-zhuan) em dispersão, 6 vezes.
Prosseguir com um retirar-inserir (ti-cha) em dispersão, 6 vezes. Concluir com
uma rotação (nian-zhuan) em dispersão, 6 vezes. A retirada da agulha é
efetuada pelo método já descrito.
Doenças relacionadas
Zhong Feng do tipo fechado, hipertermia, insolação, olhos vermelhos,
ulcerações dos lábios, opressão torácica. fezes secas, constipação, delírio
verbal, loucura, que são todos sintomas de Plenitude Calor.
Exemplos:
- Agulhar Dachangshu B 25, Tianshu E 25, Zusanli E 36,. Fenglong E
40 permite, ao refrescar o Calor e evacuar as fezes, curar as constipações de
tipo secura. .
- Agulhar Jiache E 6, Yifeng TA 17, Hegu IG 4, ao refrescar o Calor e
ao criar o Frio, permite fazer desaparecerem os inchaços devidos às
parotidites.
t o• técnica:
"A tartaruga verde procura o ponto"
Cang Gui Tan Xue
Realização
Depois de ter pego a agulha, inseri-la e retirá-la, num percurso de
aproximadamente 2 mm, fazendo-a descrever um movimento circular de
frente para trás, no plano vertical.
Realiza-se essa manipulação, imprimindo à pinça polegar/indicador um
movimento do braço em vai-e-vem ou bate-estaca.
Prosseguir com a manobra até a obtenção do Qi (não mais de um
minuto) ou se se tratar de estimulá-lo, observar o tempo requerido pelo
tratamento.
l la técnica:
O vôo
Fei
Realização
- Tonificação:
Depois de ter pego a agulha, deve-se pinçar fortemente entre as
extremidades do polegar e do indicador (fotos 23, 24) e desligar bruscamente
este último do primeiro, como que dando um piparote. Simultaneamente, o
dedo médio se separa da almofada, e a mão se abre (dedos separados).
A agulha, por si só, vibra intensamente, oscilando visivelmente.
Quanto mais importante é a oscilação, mais potente é o efeito (fotos 25a,
25b).
- Dispersão:
Depois de ter pego a agulha, deve-se pinçar fortemente entre as
extremidades do indicador e do polegar e desligar bruscamente este último do
primeiro, como que dando um piparote. Simultaneamente, o dedo médio se
separa da almofada e a mão se abre (dedos separados). Entretanto, a flexão
parcial das articulações interfalangianas proximal e distal do indicador
garante a exatidão da realização da técnica (foto 26).
140 - P RÁTICA DA AGULHA FINA
Foto 24 - "O vôo" em tonificação. Outra posição de partida que pode ser utilizada.
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 41
Foto 26 "O vôo" em dispersão. Nessa manobro., não se pode fazer outra coisa senão
-
Na p rática clínica
- Nos obesos, onde a energia do corpo está em Vazio, de
ve-se, primeiramente, imprimir à agulha um único efeito de toni
ficação (Bu) em rotação, para a esquerda, depois, um único efeito
de dispersão (Xie) em rotação para a direita. Observar um tempo
de parada de uma fração de segundo e conciliar com a manobra
Fei em tonificação. O conjunto da manobra deve ser realizado num único
lance.
Nas pessoas magras emaciadas, primeiramente imprimir à
agulha um único efeito de dispersão (Xie) em rotação para a direita,
seguido de um único efeito de tonificação (Bu) em rotação para a esquerda.
Observar uma fração de segundo de parada para pinçar a agulha e conciliar
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 1 43
123 técnica:
"0 dragão verde agita a cauda"
Cang Long Yao Wei
Realização
Colocar a almofada à sua frente, seu centro de frente para a linha
axilar esquerda do corpo.
Praticar uma inserção perpendicular da agulha na profundidade
adequada, ou seja, 1 ,2 cm.
Se se supõe que a dor reside na extremidade esquerda da al
mofada, deve-se colocar o indicador esquerdo à direita da agulha (ou
seja, a oeste, se se considera que o operador está para o sul) e aplicá-Ia
firmemente.
Formar a llinça com o indicador e o polegar da mão direita e
escorar a extremidade do cabo da ·agulha no ângulo interno formada
pelas polpas desses dois dedos, a agulha não deve ser segurada com força,
mas somente sustentada (foto 27).
Abaixar, então, o cabo da agulha por cima da unha do indica
dor esquerdo, até que se chegue ao eixo da almofada e paralelo à super
ficie.
Colocar o anular direito na lateral da almofada. Dessa forma, a ponta
da agulha está dirigida no sentido da afecção.
144 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
Na prática clínica
- É importante efetuar a manipulação sobre um ponto bem distante da
parte doente, de modo a lançar o Qi à distância para esta região.
- Prosseguir com a manipulação até que circule o Qi, mas não
ultrapassar um minuto em nenhum caso.
- Se o Qi se recusa obstinadamente a viajar, ajudar sua mobilização
massageando o trajeto do meridiano, com a ajuda da mão esquerda, a partir
do ponto agulha, em direção à afecção a ser tratada.
Variante
O indicador da mão esquerda, em vez de se encontrar à direita da
agulha (oeste), vem se colocar atrás da agulha (norte).
Efetuar o movimento exato da fonna descrita acima, conservando a
curvatura da agulha no eixo da almofada. Dessa maneira, se se desejar, o Qi
terá a liberdade de se deslocar nos dois sentidos.
Doenças relacionadas
Acúmulos verdadeiros ou falsos nos Aquecedores Médio e Inferior
(Zheng Jia Ji Ju), escrófulas, bócio, inchaço articular doloroso, todos provêm
de uma estase do Qi e do Sangue.
Exemplo:
- No caso de dores abdominais provenientes de uma estase do Qi e do
Sangue, se se agulha, por esse método, Zhongwan RM 1 2, Tianshu E 25,
Guanyuan RM 4, Zusanli E 36, Sanyinjiao BP 6 vai-se aquecer e fazer
circular o Qi e o Sangue e contribuir, assim, para o desaparecimento das
estagnações.
MANIPU LAÇÕES DA AGULHA FINA - 145
Foto 27 - " O drug5.o verde agito o cauda". O cabo d a agulha passa p m cima do
indicador esquerdo. A extremidade do cabo está sustentada no ângulo formado pelas
polpas do indicador e polegar direitos.
Foto 28 "O dragão verde agita a cauda". A m5.o direita apóia-se no anular e agita a
-
133 técnica:
"O tigre branco balança a cabeça"
Bai Hu Yao Tou
Realização
Colocar a almofada diante de si. seu centro de frente para a linha
axilar esquerda do corpo.
Fazer uma inserção perpendicular da agulha, numa profundidade
adequada, ou seja, l ,2 cm.
Se se considerar que a afecção reside na extremidade esquer
da da almofada, deve-se colocar o indicador esquerdo atrás da agulha,
ou seja, ao norte, admitindo-se que o operador esteja voltado para
o sul. A oeste da agulha, a mão direita, orientada a 45° do eixo da
almofada, apóia-se sobre sua eminência hipotenar que faz o papel de
balanço.
Segurar a agulha com três dedos da mão direita (polegar, indicador e
dedo médio) e balançá-la perpendiculannente ao eixo da almofada.
Quando se inclina a agulha sobre o indicador esquerdo, o polegar
direito alonga-se para frente, enquanto a agulha é inserida levemente (fo
to 29).
Quando se balança a agulha para o outro lado, o polegar está puxado
para trás, enquanto que a agulha sobe levemente (fotos 30, 3 1 ).
Prosseguir calmamente o balanço alternativo da agulha, 6 vezes ou
múltiplo de 6 .
Retirar lentamente a agulha e não intervir mais sobre o ponto.
MANIPU LAÇÕES DA AGULHA FINA - 147
Foto 29 "O tigre branco balança a cabeça". Notar o indicador esquerdo perpen
-
Na prática clinica
- O método respiração (hu-xi) pode ser associado na clínica. Para isso,
deve-se pedir ao paciente que respire naturalmente, expirando pelo nariz e
inspirando pela boca. As manobras de dispersão (polegar para frente) cessarão
durante a expiração.
-É importante efetuar a técnica sobre um ponto bem distante da parte
doente.
- Prosseguir a manipulação até que o Qi se manifeste ao longo do
meridiano, mas não ultrapassar um minuto em caso algum.
- Se o Qi se recusa obstinadamente a viajar, ajudar sua mobilização,
massageando o trajeto do meridiano, com a mão esquerda, a partir do ponto
agulhado, em direção à afecção a ser tratada.
1 48 - P RÁTICA DA AGU LHA FINA
Foto 30 - "O tigre branco balança a cabeça". Notar o polegar direito puxado para trás e o
indicador esquerdo perpendicular ao eixo da almofada.
Foto 31 - "O tigre branco balança a cabeça". Mesma posição que a foto 30, vista de um
outro ângulo.
MANIPULAÇÕES DA AGULHA FINA - 149
Doenças relacionadas
Perda de consciência. delírio verbal, agitação e ansiedade com
sensação de calor no peito, loucura, estagnação e raquitismo nos meridia
nos e colaterais. espasmos, nuca rígida são todos sintomas de Plenitude e de
Calor.
Exemplo:
A punctura de Hegu IG 4, Renzhong DM 26, Fenglong E 40, com esta
técnica, expulsa o vento, transforma os catarros, abre os orificios e, assim,
permite curar as doenças do tipo "psicose maníaca" .·
1 4a técnica:
O Yin escondido no Yang
Yang Zhong Yin Yin Fa
�ealização
Para um ponto cuja profundidade solicitada é I cun, inserir a
agulha. de início, a 5 fen de profundidade, afundar lentamente, com
força, e retirar rapidamente, com leveza, 9 vezes ou múltiplo
de 9.
Em seguida, inserir a agulha até 1 cun, afundar rapidamente, com
leveza, e retirar lentamente, com força, 6 vezes ou múltiplo de 6.
Tirar a agulha (esquema 6).
1 50 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
Na p rática clínica
O paciente deve ter uma sensação de calor sob a agulha. no fim da
série Tonificação e, depois, uma sensação de frescor, no fim da série
Dispersão.
Doenças relacionadas
Este método, que consiste primeiro em tonificar e depois em dispersar,
convém às afecções de tipo Frio, nas quais se insere o Calor ou às afecções
de tipo Vazio, nas quais se insere a Plenitude.
Exemplo:
Um doente acometido de paraplegia atrófica, acamado há muito tempo
e sofrendo de mais de uma infecção das vias urinárias tem, todo dia, crises de
hipertermia com calafrios. É um caso de Plenitude inserida no Vazio ou de
Calor i nserido no Frio. Para tratar esse caso, utilizando-se essa técnica.
pode-se agulhar Quchi IG 1 1 , Hegu IG 4, Zhongji RM 3 e Sanyinjiao BP 6.
9T t � - - - - - � - - - - - - -- - - - - -
� J� L - - ----- -
_ _ _ _ _ & , - - - - - -
6� ... - - - - - - - L t... - - - - - - - - - - -
Tonificar depois Dispersar
técnica:
1 58
O Y ang escondido no Yin
Yin Zhong Yin Y ang Fa
Realização
Para um ponto cuja profundidade requerida é de I cun, inserir e
afundar com leveza a agulha até essa distância. Efetuar, nessa profundidade,
uma dispersão, afundando a agulha rapidamente e com leveza e depois
retirando-a lentamente e com força. Efetuar essa manipulação 6 vezes ou
múltiplo de 6.
Em seguida, retirar a agulha a 5 fen e efetuar uma tonificação,
afundando-a lentamente e com força e retirando-a rapidamente e com leveza
9 fezes ou múltiplo de 9.
Retirar a agulha (esquema 7).
Na prática clínica
O paciente deve perceber uma sensação de frescor sob a agulha, no fim
da série de Dispersão e depois uma sensação de calor, no fim da série de
Tonificação.
Doenças relacionadas
Este método, que consiste primeiro . em dispersar e em seguida
tonificar, convém às afecções de tipo Calor, nas quais se insere o Frio e às
doenças de tipo Plenitude, nas quais se insere o Vazio.
Exemplo:
Um paciente acometido de reumatismo articular com transpiração e
hipertermia. Assim, depois que a febre passar, suas articulações estão ainda
doloridas, ele está sensível ao Frio e ao Vento e tem necessidade de se cobrir
1 52 - PRÁTICA DA AGULHA FINA
- - - - � - - - - - -- rI �:
9T-i- - - - - - - - - - - - - -
1 63 técnica:
"O dragão e o tigre se batem"
Long Hu Jiao Zhuan
Yang, e é por isso que eles utilizam o método retirar-inserir (ti-cha), enquanto
que a presente técnica, visando cessar as dores, liberando o Qi dos
meridianos, emprega o método rotação (nian-zhuan).
Realização
Quando se agulham os pontos dos 3 meridianos Yang da mão. dos 3
meridianos Yin do pé e de Ren Mai, sobre esses 7 meridianos, será necessário
girar a agulha 9 vezes, em tonificação, é o que se chama de "o dragão",
depois deve-se continuar girando 6 vezes a agulha. em dispersão, o que se
chama de ''tigre" .
Quando se agulham os pontos dos 3 meridianos Yin da mão, dos 3
meridianos Yang dos pés e de Du Mai, será necessário, primeiramente, girar a
agulha 6 vezes, em dispersão, depois 9 vezes em tonificação.
Com esse método, efetua-se, em alternância, uma tonificação e uma
dispersão, ou seja, um "dragão" e um "tigre", de onde se tira a frase: "o
dragão e o tigre brigam" .
Sobre a almofada, é evidente que se alternará simplesmente as séries
de 9 rotações em tonificação, com algumas séries de 9 rotações, em dispersão.
Doenças relacionadas
Este método tem por finalidade fazer circular e regularizar o Qi dos
meridianos. fazer circular o Ying e o Wei, e é por isso que ela é tão eficaz
para cessar as dores.
SEGUNDA PARTE
MOXIBUSTÃO
E OUTRAS TÉCNICAS
CAPÍTULO I
A moxibustão Jiu Fa
Shang Han Lun: "Fazer sete moxas sobre Shao Yang ".
Zheng Jiu Da Cheng (bastão 9) : "Para conservar a saúde, é necessário
que San Li nunca esteja seco " (ut infra: moxa com cicatriz e indicações da
moxibustão).
Essas obras estabeleceram. assim, as relações entre a moxibustão, a
acupuntura e a fannacopéia:
Ling Sim (cap. 73): '' Quando uma doença não pode ser tratada com
agulhas, deve-o ser com moxas ".
Yi Xue Ru Men: " Devem-se aplicar moxas quando os medicamentos
e as agulhas não puderam curar ".
As moxas (em chinês Jiu: termo que tem o sentido de "queimar")
permitem. pela combustão de diferentes materiais, excitar os pontos de
acupuntura, a fim de regularizar a atividade fisiológica do corpo.
A artemísia é o principal combustível utilizado. mas a partir das épocas
de Jin e Tang. começou-se a associar a ela produtos medicinais que
contribuíram para expadir o campo da moxibustão. Atualmente, observando o
mesmo princípio básico. podem-se tomar os raios solares e a eletricidade
como fonte de calor: são as moxas com calor (Huo Re Jiu).
Partindo da ação dos medicamentos. faz-se uso de produtos ou
preparações diretamente aplicadas sobre os pontos de acupuntura, para que o
poder vesicante desses tópicos produza uma excitação sem calor.
As moxas com calor são as mais freqüentemente empregadas e, na
maioria dos casos, utiliza-se a artemísia como combustível.
* Quando a arkmísia é colhida depois desse período (mi mai), seu cheiro já s e dissipou e seu uso
medicinal fica restrito. Os chineses dizem: "quando passamos artemísia nos cabelos, tomamo-nos
ágeis e fortes". Esta propriedade da artemísia fresca é igualmente conhecida pelos autores
ocidentais: "Artemisia et elelisphacum alligatas qui habeat viator, negatur lassitudinem sentire"
(Pline). "lf a tootman takes mugwort and put it into his shoes in the moming, he may go forty
miles before noon, and not be weary" (Cole: Art of Simpling).
A MOXIB USTÃO - 1 59
Zhu Dan-xi ( 1 280- 1 3 58) resume a ação da artemísia numa frase: "de
natureza extremamente quente, ela faz circular para baixo, quando empregada
em medicamentos e, para cima, quando empregada em moxas" .
Características:
- Sabor picante e amargo.
- Natureza quente.
- Penetra os meridianos do Pulmão, do Fígado, do Baço e dos Rins.
A ção da artemísia:
- Aquece os meridianos e cessa os derramamentos de sangue das
funções vitais.
- Dispersa o Frio e elimina as dores.
- Cessa a tosse, acalma a asma e torna fluidas as mucosidades.
Emprego:
- Útero vazio e frio. esterilidade.
- Dores abdominais das menstruações.
- Leucorréias.
- Lombalgias.
- Opressão toracoabdominal.
- Tosse e asma.
Emprego:
E m moxibustão, a artemísia permite:
- aquecer e fazer circular o Qi e o Sangue,
- fortificar o Rein Yang (Yuan Yang),
- eliminar o Vento e dispersar o Frio,
A MOXIBUSTÃO - 1 61
Moxihustão direta
forma "de semente" . Mas esta forma é instável e a moxa corre o risco de
virar.
5 - A moxa direta é acesa com um bastãozmho de incenso. A mão
direita deve ficar bem firme, porque a moxa é pequena; deve-se ter a maior
atenção quando se emprega a forma "de semente".
6 A moxa queima de cima para baixo e o momento mais doloroso é
-
Moxibustão indireta
Ação:
Refresca o Calor, elimina as toxinas, vivifica o Sangue, dissolve os
acúmulos, acalma a dor, faz desaparecer os inchaços.
A MOXIBUSTÃO - 1 67
Emprego:
Funínculo, antraz, estágio inicial das infecções piogemcas da pele,
picadas de insetos e de cobras, fase inicial das úlceras cutâneas, tuberculose
óssea, escrófulas.
Emplastro de acônito
Separar a quantidade necessária de raiz de acônito preparado, reduzi-la
a , pó, umedecê-la com água ou preparado de vinho e, com ela, fazer um
emplastro de tamanho da superficie a ser tratada e de 3 mm de espessura.
Fazer alguns furos no emplastro e colocá-lo no local em questão. Colocar uma
moxa média sobre o emplastro e acendê-Ia. Quando o paciente sentir a dor da
queimadura, tirar a moxa e substituí-Ia por outra. Continuar a moxibustão até
que o emplastro esteja seco.
Ação:
Aquece os Rins, fortifica o Yang original (Yang dos Rins), restabelece
a debilidàde, cessa a transpiração, renova as células, elírnina o que está
"podre".
1 68 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS
Emprego:
Medicina interna: Rins em estado de Vazio, impotência, ejaculação
precoce, Yang em estado de Vazio e transpiração espontânea. Debilidade por
Vazio, insuficiência cardíaca. Pelve fria e dolorosa. Baço-Estômago Vazios e
Frios. Diarréia. Bi devido ao Frio.
Medicina externa: úlcera cutânea crónica supurante que não cicatriza,
fistulas. Muito eficaz por agilizar as cicatrizações.
Fatia de acônito
No início das úlceras de pequena dimensão, pode-se substituir o
emplastro por algumas lâminas de raízes de acônito preparado, de 2 a 3 mm de
espessura. Os cones de moxa serão de pequena dimensão e a técnica é similar
à empregada para as moxas sobre fatias de alho.
Emprego:
Dispepsia, abdômen doloroso, diarréia, espermatorréia, ejaculação
precoce, dores reumáticas (Feng Shi Bi) que pertencem às Divisões Clínicas
de Vazio-Frio.
Indicações:
Bi do Vento, do Frio, da Umidade. Parestesia e paralisia da face.
Forma simples
Fazer um emplastro com a pasta de grão de soja fermentada, e sobre
ele colocar a moxa.
Indicações:
Funínculos, ulcerações cutâneas.
Zanthoxylum schinifolium,
Zingiber officinale (fresco),
Sal marinho,
Allium fistulosum (a parte branca).
Com essa pasta, fazer um emplastro de 2mm de espessura e 5mm a
2cm de diâmetro. Fazer furos no emplastro. Sobre ele colocar uma moxa
média e acendê-la.
Indicações:
Fmúnculos, antraz, infecção cutânea piogênica inicial.
Indicações:
Funínculos, antraz, particularmente nas costas.
Indicações:
Colapso, flatulência, dores abdominais do tipo Frio, anúria, retenção
urinária.
Ação:
Refresca o calor, elimina as toxinas, fortifica o estômago e os
intestinos. Faz voltar o Yang, leva remédio ao sentido oposto, sustenta a base
e impede a debilidade.
1 72 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS
Indicações:
Gastroenterite aguda, desarranjos intestinais, vômitos, doenças crônicas
do estômago e dos intestinos, prolapso anal, colapso devido a um Zhong
Feng.
Fig. 33 Moxa sobre o umbigo com sal, cebolinha, almíscar e fatia de gengibre. O cone
-
de artemísia é subs.tituído por um pedaço de bastão furado no centro para permitir que a
fumaça desça e seja melhor absorvida.
Notas:
- Para os pacientes que têm um Vazio de Yang dos Rins, com edema�.
ascite, retenção urinária ou problemas cardíacos, adicionam-se ao sal
diferentes medicamentos, por exemplo (do menos para o mais eficaz) :
pimenta branca e fatia de gengibre,
cebolinha,
cebolinha e almíscar,
A MOXIBUSTÃO - 1 73
Esta decocção será tomada 3 vezes ao dia. Sua absorção pode provocar
...................
uma ligeira transpiração.
Fórmula do pó de Wu Ji:
J
Angelica sinensis .
Ligusticum Wallachii . . . . . . . . . .. ...... .. .. .
. ... .... ... ..... .
. . ....... .. ââ 2,5 g
Paeonia alba . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Platycodon grandiflorum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
l
Atractylodes sinensis . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Angelica dahurica . . . . . .. . . . . . ........................................... . 1,8 g
Magno lia officinalis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Citrus reticulata . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . M
Ephedra sinica
]
.
Pinellia temata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . ââ l .2 g
Cortex Cinnamomum cassia ...................................... .
Zingiber officinale sec . . . . . ... . . ..... .... ... ... .... ... ..... ....... ..
J
. .
Indicações:
Dispepsia, dores gástricas de tipo Frio, digestões dificeis.
Fórmula:
Fezes de Trogopterum . . . . . . .......................................... . 24 g
Sal tnarinho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....................................... . 15 g
Boswellia carteris . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3g
Commiphora myrrha . . . . . . . . . . . . . . : . . . ........ ....... .. .... .. . ..
. . ......
Indicações:
Acumulação de Frio-Vazio, debilidade constitucional. Tonifica o Baço
e o Estômago, aumenta a capacidade de resistência às afecções, aumenta o
poder profilático do organismo.
Preparação:
Cortar uma tira de papel de embalagem de 30cm de comprimento e 1 8
c m de largura. Colocá-la sobre a caixinha, a largura do papel deve coincidir
com a da caixinha. O papel deve ultrapassar 2 cm no comprimento,
aproximadamente. depois dobrá-lo e diminuí-lo de acordo com a altura da
caixinha, e colá-lo com fita adesiva.
Enrolar a extremidade livre do papel sobre o bastãozinho, centrali
zando-o bem. Dar uma ou duas voltas bem apertadas e certinhas e colar. É
necessário colar o papel sobre a madeira e depois o papel sobre si mesmo. O
bastãozinho deve ser enrolado por baixo, de modo que durante o enrolamento,
encontre-se entre o papel e a superficie da caixa. Deixar secar por uma hora.
aproximadamente.
O bastãozinho preparado assim constitui o cabo do aparelho.
Confecção do bastão:
Colocar o veludo de artemísia sobre � papel, ao longo do cabo, sobre
toda a largura do papel . Reparti-lo uniformemente, como para enrolar um
cigarro à moda antiga. Avançar sobre o veludo, passando com o cabo por
cima (Fig. 34a).
Segurar as duas extremidades do cabo e girá-lo no sentido do
enrolamento natural do papel. Dar 2 ou 3 voltas, bem apertadas, o veludo
ficará enrolado e comprimido (Fig. 34b). Com a extremidade chata de um
'
lápis, amontoar cada lado do bastão assim formado.
Pegar a folha de papel engomada de 18 cm x 8 cm, colocá-la sob o
cabo e inseri-la profundamente. Colar a borda livre ou umedecer se já estiver
engomada.
Retomar o enrolamento do cabo no mesmo sentido, até que o papel
engomado tenha desaparecido, tendo enrolado a artemísia. Manter no lugar
por alguns segundos e depois liberar o bastão.
A MOXIBUSTÃO - 1 77
fios Caryophili
Saussurea lappa
rizoma de Angelica pubescens
rizoma de Angelica dahurica
rizoma de Atractylodes chinensis
Asarum sieboldii
sulfureto de arsênico (rosalgar)
Boswellia carterii
Commiphora myrrha
Zanthoxylum piperirum
Estes medicamentos são reduzidos a pó, e 3 g desse medicamento são
misturados com a artemísia. Nesse caso, a espessura do papel será tripla.
Outras substâncias podem ser introduzidas nos bastões medicinais, por
exemplo:
Aquilaria agallocha
E nxofre
Notopterygium incisium
Manis pentadactyla (cascas)
Eucommia ulmoldes (casca)
Citrus aurantium
Artemisia capillaris
Mylabris phalerata
Prunus persica (casca)
Ligusticum wallichii (rizoma)
Buthus martensi
Croton tiglium
Gleditsia sinensis
Pinus massoniana Lamb.
Indicações gerais
A moxibustão suspensa pode ser empregada nos quadros clínicos de
Baço-Estômago Vazios e Frios. nos casos de impotência masculina, nas
disenterias, cistites e no baixo ventre frio e doloroso, bem como nos casos de
artrites reumáticas, parestesias e paralisias.
Indicações:
Perda de consciência, síncope, Bi do Vento, da Umidade e do Frio.
Indicações:
Doenças de pele, dermatoses, frieiras, Bi da Umidade e do Vento sobre
uma grande superficie, paralisia e parestesia.
Conselhos:
·
- Parar a moxibustão quando a parte tratada está hiperêmica.
É possível fazer uma ou duas moxibustões por dia, no mesmo local .
- Se se deseja aumentar a difusão do calor, não se deve aproximar
muito o bastão da pele, porque se o doente ficar com uma queimadura, será
necessário interromper o tratamento, sem se ter podido prolongar o
aquecimento durante o tempo necessário.
- Se se quiser fazer penetrar o calor, emprega-se a técnica "bicada" e
pressiona-se sobre o ponto com a mão esquerda, a fim de fazer penetrar o
ca�or. Esta técnica é muito boa para aliviar as dores causadas pelo frio.
- Quando for necessário aquecer toda a região, particularmente nas
doenças da pele, pode-se aplicar o método do tipo "passar roupa", de uma
maneira circular, ou seja, partindo-se do exterior, descrevem-se círculos que
se vão estreitando para chegar ao centro da zona a ser tratada. Chegando-se
ao centro, levantar a moxa e recomeçar, partindo-se do exterior. Não é
necessário girar no sentido horário.
- Na moxibustão suspensa:
A tonificação se faz pelo método "bicada", fechando-se o ponto para
fazer penetrar o calor. É importante conservar os dedos da mão esquerda
próximos ao ponto a ser tratado, a fim de se avaliar o grau do calor e de se
evitar uma queimadura.
1 82 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS
b) Moxibustão em difusão
Com o auxílio de 2 bastões, aquecer a região do ponto (ou dos pontos)
com um grande movimento circular.
Colocar a mão esquerda não muito longe da região a ser cauteriza
da. A mão direita segura os bastões de moxa, da forma descrita
para a tonificação, sem perder o apoio; ela aquece a região do ponto (ou dos
pontos) a cauterizar, num movimento longo e circular, começando pelo
centro.
Esta manobra provoca uma sensação de bem-estar, de relaxamento da
região tratada.
a) Agulha milagrosa
Composição do pó medicinal:
Moschus moschiferus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
Boswellia carterii . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Conuniphora myrrha .................................................. . .
P inus massoniana . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cinnamomum cassia ......... . . . ................. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Eucommia ulmoldes ................................................... .
Citrus aurantium. . . . . . .. . . . ..................... . . ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Gleditsia sinensis ....................................................... .. >> 3 g
Asarum sieboldii .......................................... . . . . . . . . . . . . . . . .
Ligusticum wallachii .................................................. .
Rosalgar (sulfureto de arsênico) .............................. ..
Manis pentadactyla .................................................... ..
Angelica dahurica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..
Buthus martensii . . . . . . . . . . . . .......... ................................... .
Confecção do bastão:
Pegar uma folha de papel bem grosso (papel de casca de amoreira
Sang Pi Zhi), distribuir uniformemente sobre a folha 25g de veludo de
artemísia, adicionar 6 g do pó medicinal. Misturar bem esse pó com o veludo
de artemísia. Formar o bastão de moxa, colar a parte externa com clara de
ovo, colar por cima uma outra folha de papel de amoreira. Deixar, nas 2
extremidades, I cun de papel vazio que se fecha como papelote.
Uso: 2 métodos:
a) Encapuzar a extremidade acesa do bastão com vários retalhos de um
tecido não sintético, previamente umedecidos no vapor de cozimento do
mesmo preparado. Colocar a mo�a sobre o ponto e reacendê-la, caso a
extremidade esteja apagada e fria. Assim, pode-se acender o bastão por 5 a 7
vezes. Deve-se apoiar firmemente o bastão sobre o ponto, até que o paciente
sinta o calor. Assim que o paciente experimentar uma sensação de queimação,
suspender o bastão e recomeçar.
b) Cobrir os pontos que serão submetidos ao tratamento com moxa
com várias camadas de tecido previamente umedecido no vapor de um
cozimento do mesmo preparado. Colocar a ponta incandescente do bastão
1 86 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS
Doenças relacionadas:
Os Bi, os inchaços abdominais, as diarréias, as dores abdominais
crónicas do tipo Frio.
Moxa de enxofre:
Indicações: abcessos, funínculos, fistulas.
Pegar um pouco de enxofre, de acordo com o tamanho do funínculo.
Colocar esse enxofre sobre o funínculo e inflamá-lo com o auxílio de um
outro tanto de enxofre previamente aceso.
1 88 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS
Moxa de cera:
Indicações: úlceras, furúnculos, antraz.
Fazer uma massa com farinha e água e dispô-la em forma de coroa de
1 cun de altura, aproximadamente, ao redor da úlcera ou do furúnculo.
Colocar no meio dessa coroa algumas fatias de cera. Derreter essa cera com o
auxílio de uma brasa de carvão que se retira assim que o paciente sente o
calor. Nos casos de úlceras abertas e profundas, o paciente não sente dor,
então coloca-se cera pouco a pouco. Assim que o paciente começar a sentir
uma irritação, cessa-se a operação, jogando-se algumas gotas de água fria
sobre a cera. Após o resfriamento, retira-se a cera, bem como a coroa de
massa de farinha.
Moxa de tabaco:
Indicações: reaquece os vasos e dispersa o frio.
Nos casos de urgência, os cigarros podem substituir os bastões de
artemísia. Entretanto, deve-se ficar atento, porque a temperatura da combustão
é mais elevada e menos regular que a da artemísia.
A eficácia destas moxas não reside no calor, mas na ação vesicante dos
produtos utilizados.
REGRAS DO TRATAMENTO
POR MOXIBUSTÃO
Indicações da moxibustão
Por exemplo:
- o Yishuo aconselha fazer moxas sobre Zusanli E 36 para prevenir o
Zhongfeng.
- Zhang Gaozhuan ( 1 224) lembra que as moxas sobre Zusanli E 36
reforçam a saúde e que as moxas sobre Guanyuan RM 4 e sobre Shenshu 8
23 fortificam o Yang original.
É bem conhecido que as moxas sobre Dazhui DM 24, Fengmen 8 12,
-
Hegu IG podem evitar o Gan Mao (afecção aguda das vias respiratórias
superiores, gripe, etc.).
Entretanto, não se deve esquecer que a eficácia dessa prevenção está
ligada à boa utilização das moxas e, em particular, à utilização da moxibustão
direta com bolhas, como indica Yang Jizhou, no bastão 9 (Quian Jin Jiu Fa)
do Zhen Jiu Da Cheng ( 160 1): "Se for necessário conservar a saúde, o
Zusanli E36 nunca poderá estar seco ", o que significa que a moxibustão
direta provocará uma supuração abacteriana do Zusanli.
Contra-indicações da moxibustão
Há várias contra-indicações da moxibustão:
- as doenças febris, um pulso rápido e um Yin em Vazio,
- os casos de Yin Vazio e de Calor interno (Calor Vazio), porque isso
pode fazer elevar o Fogo e perturbar as "aberturas puras",
- as síndromes de Plenitude-Calor,
- os casos de cefaléia devidos a um excesso de Yang do Fígado,
- os casos de Zhong Feng (ictus apoplético) do tipo fechado,
- quando o paciente sofre de desnutrição ou se sua constituição é muito
frágil, se está muito alimentado ou se e.Stá bêbado.
Deve-se:
- estar muito atento nos casos de grande perda de água, nas
transpirações profusas, nas perdas de sangue e nos edemas generalizados.
- evitar, na gestante, fazer moxibustão sobre os pontos do baixo
abdômen e da região lombossacra.
Não se devem fazer:
- moxas diretas no rosto, nos arredores dos orificios naturais, nas
regiões pilosas, nas cicatrizes, nos pontos descarnados, nas articulações do
pulso e no tornozelo,
- moxas na região do coração, ao redor dos olhos, no pescoço e na
nuca, sobre os órgãos sexuais e nas proximidades de uma mucosa ou de um
vaso sangüíneo importante.
A MOXIBUSTÃO - 1 93
* Mao Ci: agulha "como um pêlo", Ban Ci: agulhada pela metade, Fu Ci: agulhada superficial.
1 98 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS
Material
As agulhas epidérmicas à venda no comércio são de dois tipos: em
forma de martelo e o feixe de agulhas.
rh
As po as do martelo devem ser em forma "de agulha de pi
nhe i ro" . Par� verificar seu bom estado, é sufici ente tocá-las
levemente com um pedaço de algodão; os filamentos de algodão fi
cam presos nas pontas defeituosas. É fácil, então, desprezar as agulhas
epidérmicas cujas pontas estão fracas, cortantes, tortas ou até mesmo agulhas
sem pontas.
• Cinco é o número de pétalas da flor de ameixa. Sete é o número das estrelas da Ursa
Maior. Os Arhats ou Arhans (Luo Han): os discípulos de Buda são em número de 1 6,
1 8 . . 500.
.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 1 99
Técnica
A utilização da agulha epidérmica oferece a vantagem da seguran
ça, é benéfica para muitas indicações, sua eficácia é boa e seu manejo
fácil.
O instrumento deve ser esterilizado, e a região a ser tratada desinfetada
·
Feixe de agulhas:
A mão direita segura o cabo e com ele faz um movimento de
vai-e-vém sobre a pele. Para as agulhadas leves, o cabo mantém-se paralelo à
superficie cutânea, e para as agulhadas fortes, deve-se fazer um ângulo de no
mínimo 45°.
Por exemplo:
- Doenças do sistema respiratório: estimulação entre a 1 • e a 7•
vértebras dorsais.
- Doenças do sistema nervoso e doenças psíquicas: estimulação de D3
e L2, bem como da cabeça.
- Doenças do sistema digestivo: estimulação entre D7 e L5.
- Doenças do sistema genitourinário: estimulação entre L2 e as
vértebras sacrais.
2 - Para as doenças dos 4 membros e da pele, é possível não efetuar o
" inserção de base" . Deve-se inserir localmente na parte doente ou seguir o
trajeto do meridiano.
Costas:
Agulhar paralelamente à coluna vertebral, à esquerda e à direita, sobre
os ramos interno e externo do meridiano da Bexiga.
Ombro:
Agulhar sobre 3 ou 4 linhas, do interior para o exterior, seguindo o
feixe inferior do trapézio.
Indicações: dores da região dos ombros, paralisia dos membros
superiores, doenças dos órgãos respiratórios.
Omoplata:
Agulhar 3 ou 4 linhas seguindo a omoplata, do interior para cima e
para o exterior.
Indicações: dores da omoplata.
202 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS
Lombar:
Agulhar 3 ou 4 linhas paralelas à coluna vertebral, cada linha separada
de 1 cm.
Indicações: dores lombares, paralisia dos membros inferiores, doenças
do fígado, da vesícula .biliar, do pâncreas, do estômago, dos rins.
Sacro, nádegas:
Agulhar 2 ou 3 linhas ao longo das nádegas, em círculo, desde o sacro,
do interior para baixo e para o exterior.
Indicações: dores lombares, paralisia dos membros inferiores, doenças
urinárias, genitais, intestinais.
Peito:
Esterno: agulhar 2 linhas de cima para baixo, seguindo a borda do
esterno.
Costelas: dar tapinhas do exterior para o interior, seguindo o espaço
intercostal.
Indicações: doenças torácicas, doenças do coração e dos pulmões.
Abdômen:
Parte superior:
Agulhar 5 a 7 linhas cruzadas (quadriculadas), desde o rebordo costal
até sobre o umbigo, ou então, agulhar 3 a 5 linhas em círculo, paralelas
ao rebordo costal, do interior para o exterior e para baixo.
Indicações: doenças do fígado, da vesícula biliar, do baço e do
estômago.
Parte inferior:
Agulhar 5 linhas cruzadas, desde o umbigo até o púbis e até a vi
rilha.
Indicações: doenças intestinais e urogenitais.
Virilha:
Agulhar 1 a 2 linhas seguindo a virilha.
Indicações: doenças dos órgãos genitais.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 203
Cabeça:
Extremidade do crânio (vértice), fronte:
Agulhar 4 a 8 linhas, indiferentemente da direita para a esquer
da ou da esquerda para a direita, paralelas à raiz dos ca
belos, desde a borda superior das sobrancelhas até o vér
tice.
Indicações: cefaléias, neurastenia.
Occipício:
Agulhar 3 linhas, seguindo os meridianos Dumai, Bexiga, Vesícula
Biliar, desde o occipital até os pontos Naohu DM 17, Yuzhen B9,
Fengchi VB 20.
Indicações: cefaléias, neurastenia.
Têmporas:
Agulhar 3 a 5 linhas dispostas em leque desde a orelha até as
têmporas.
Indicações: cefaléias, neurastenia.
Rosto:
Região ocular:
Agulhar 4 linhas horizontais, do interior para o exterior, para
lelas às pálpebras superiores e inferiores do olho, ou en
tão, dar tapinhas em I ou 2 linhas circulares em relação à ór
bita.
Indicações: doenças dos olhos, paralisia facial.
Boca:
Agulhar 1 a 2 linhas circulares, seguindo os lábios.
Indicações: paralisia facial.
Maxilar inferior:
Agulhar 1 a 2 linhas em círculo, indiferentemente da esquerda
para a direita ou da direita para a esquerda, seguindo o maxilar
inferior.
Indicações: paralisia facial.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 207
Bochecha:
Agulhar 3 linhas do interior para o exterior, seguindo o arco
zigomático.
Indicações: paralisia facial.
Pescoço:
Indicações: doenças do pescoço, doenças do sistema digestivo.
Parte anterior do pescoço:
Agulhar I a 3 linhas pa ralelas à parte anterior da linha mediana do
crânio.
Parte lateral do pescoço:
Agulhar I a 3 linhas, paralelas ao músculo esternoclidomastóideo.
Nuca:
De um lado, agulhar I linha mediana do ponto Naohu DM 1 7,
até o ponto Dazhui DM 14 e 2 linhas laterais à esquerda,
desde Fengchi VB 20 e Tianzhu B 10, até as apófises trans
versas da 6• cervical e, do outro lado, agulhar 3 linhas desde
a parte alta interna, até a parte baixa externa, paralelas ao músculo
trapézio.
Membros:
Seguir o trajeto dos 12 meridianos. Agulhar I a 2 linhas, seguindo cada
meridiano. Pode-se também agulhar ao redor do cotovelo, da rótula e
dos maléolos internos e externos.
Indicações: doenças dos meridianos.
INDICAÇÕES GERAIS
Exemplos:
Convencionou-se que, nesta sene de exemplos, o termo "ponto"
significa zona, localização ou região do ponto, e que os termos "picar" e
"agulhar" são similares.
Cefaléia ou enxaqueca:
Para a cefaléia, as regiões principais são o occipício e o crânio. Sobre
a cabeça, tomar os pontos sobre o occipício ou a nuca e sobre a região
dolorosa, bem como os pontos sensíveis distantes ou situados sobre o trajeto
dos meridianos relacionados.
Para a enxaqueca, tomar os pontos sobre a nuca, sobre o lado doloroso
da cabeça e os pontos sensíveis situados sobre o trajeto dos meridianos
relacionados.
Insônia
Regiões principais: dos dois lados da coluna vertebral, mais particular
mente os pontos Xinshu B 1 5, Ganshu B 1 8 e sobre os meridianos do Coração
e do Pericárdio.
Se houver insônia com abundância de sonhos e palpitações cardíac;as,
acrescentar Fengchi VB 20, Sanyinjiao BP 6 ou os locais sensíveis próximos
desses pontos.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 209
Paralisia facial
Regiões principais:
A região da face relacionada e os pontos Zanzhu B2, Tongziliao VB 1 ,
Dicang E 4 , Jiache E 6 , como pontos principais, e Hegu IG 4 ou o s pontos
sensíveis, como pontos associados.
Soluço
Regiões principais:
Da 9• à 12• vértebra torácica e a linha mediana do abdômen, ou seja,
sobre Renmai, pode-se também associar aí os pontos Geshu B 17, Ganshu B
18, Weishu B 2 1 e, sobre o abdômen, os pontos Tianshu E 25, Daheng BP 1 5 .
Dor abdominal
Regiões principais:
Dos dois lados entre a 93 e a 1 23 vértebras torácicas e os dois lados
entre a 1 a e a 53 vértebras lombares e sobre o abdômen .
Se a dor for na parte superior do abdômen, acrescentar Shangwan RM
1 3 , Zhongwan RM 12, Youmen R 2 1 .
Se a dor for na parte inferior do abdômen, acrescentar Guanyuan RM
4, Qihai RM 6.
Incontinência urinária
Regiões principais:
Dos dois lados das vértebras lombares e sacrais e sobre a parte inferior
do abdômen.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 21 1
urinária infantil.
Para os adultos, associam-se os pontos Qihai RM 6, Guanyuan RM 4,
Dahe R 1 2.
Espermatorréia e impotência
Regiões principais:
Dos dois lados das vértebras lombares e sacrais e a linha mediana do
abdômen, sobre Remnai.
Para a espermatorréia, acrescenta-se Guanyuan RM 4 .
Para a impotência, acrescenta-se Ciliao B 3 2 , Dahe R 1 2 .
S e o sono estiver perturbado, acrescenta-se Sanyinjiao B P 6.
PaiJlitações cardíacas
Regiões principais: Xinshu B 1 5, Ganshu B 1 8.
Utiliza-se em associação Shenmen C 7, Sanyinjiao BP 6, Taixi R 3 ou
as zonas sensíveis na proximidade.
Vertigens, alucinação
Regiões principais: Cabeça, Ganshu B 1 8, Shenshu B 2 3 .
E m associação: Taiyang, Shangyintang (ou seja, 1 cun sob Yintang).
Os pontos sobre o trajeto do meridiano da Vesícula Biliar e a região
parietotemporal.
Dismenorréias
Regiões principais:
Os dois lados da lombar e do sacro e sobre o trajeto dos meridianos
Renmai e dos Rins.
Qihai RM 6 e Guanyuan RM 4 serão os ·pontos principais. Ganshu B
1 8 e Sanyinjiao BP 6 serão os pontos suplementares.
Convulsões infantis
Regiões principais:
Shixuan. Podem-se também empregar os 12 pontos Jing das mãos ou
Fengchi VB 20, Dazhui DM 14, Shenzhu DM 1 2 .
21 2 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS .
Doenças oculares
Regiões principais: pontos ao redor do olho.
Ganshu B 1 8, Danshu B 19, Shenshu B 23.
Associar Fengchi VB 20 e Zanzhu B 2 para os glaucomas.
Associar Fenghi VB 20, Tongziliao VB 1 para as cataratas.
Associar Taiyang OlJ Tongziliao VB I, Zanzhu B 2 para as
conj untivites.
Escrófulas (Luoli)
"Pontos principais:
Os dois lados entre a 5• e a l O• vértebras torácicas.
Pode-se também agulhar toda a região ao redor das escrófulas.
Contra-indicações
Doenças infecciosas agudas, queimaduras, úlceras cutâneas, síndromes
abdominais agudas.
Material
Pode-se fazer uso de agulhas de vários tipos:
I - "Agulha grão de trigo" : feita de uma ponta de calibre 32 ou 34,
comprimento de I ,5cm e de um cabo muito pequeno, do tamanho de meio
grão de arroz (Fig. 40).
2 - "Agulha percevejo" : do mesmo calibre, mas com a forma de um
percevejo (Fig. 40).
3 - Agulha de acupuntura comum, fina, nº 32 ou 34, de 5 fen de
comprimento.
Técnica
As agulhas devem ser perfeitamente esterilizadas e a pele cuidadosa
mente desinfetada.
Fig. 40 Agulhas intradérmicas que permanecem no corpo: tipo "grão de trigo" e tipo
-
"percevejo".
Fixação:
Após ter feito penetrar a agulha sob a pele, fixar um pequeno
pedaço de esparadrapo ( I cm x I cm), sob o cabo e a parte do corpo
da agulha que sai da pele. Em seguida, recobrir a agulha com um
pedaço de esparadrapo um pouco maior que o primeiro. Um dos cantos do
quadrado de esparadrapo deve coincidir com a extremidade superior do cabo
da agulha.
Essa fixação, por um lado impede os deslocamentos da agulha
sob o efeito dos movimentos, por outro lado, facilita sua extração. Para
retirar a agulha, basta levantar o canto do quadrado de esparadrapo
situado ao lado oposto de seu cabo, para que a agulha saia ao mesmo tempo
(Fig. 4 1 ) .
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 21 5
"Agulha percevejo"
A agulha percevejo é empregada, de preferência, sobre o rosto, as
orelhas e locais que necessitam das puncturas verticais e superficiais.
Segurar o círculo que forma a cabeça da agulha, imobilizar o ponto,
levar a agulha diante do ponto e fazê-la penetrar por pressão e por um leve
movimento de rotação de sua cabeça. Fixar com um pequeno pedaço de
esparadrapo. Pode-se, iguahhente, colocar, com pinças, a agulha sobre um
pequeno pedaço de esparadrapo, depois, segurando-o pela borda e, com o
polegar, fazer penetrar a agulha, apoiando-se em sua cabeça.
Duração da inserção
O tempo durante o qual se deixam as agulhas intradérmicas depende
do estado da doença; em geral é de um ou 2 dias, mas pode-se prolongar até
uma semana. No verão ou em clima quente, não se deve ultrapassar de 48
horas. No inverno, podem-se deixar as agulhas no local de 5 a 7 dias.
Indicações
As agulhas que permanecem no corpo são utilizadas em caso de dores
como: cefaléia, enxaqueca, dores gástricas, cólicas hepáticas ou nas afecções
crónicas como: insônia, asma, hipertensão arterial, neurastenia, distúrbios das
menstruações, incontinência urinária, casos clínicos dos Bi (Bi Zheng).
AGULHA TRIANGULAR
San Leng Zhen
Ling Shu (cap. 1 ) : "Deve-se fazer sangrar para evacuar o que está
acumulado ".
Ling Shu (cap. 7): "O método Luo, ao agulhar os colaterais, faz
desaparecer os bloqueios sangüíneos".
Ling Shu (cap. 39): "Se nos Luo se encontrar uma congestão, a zona
congestionada pode ser tão pequena quanto a cabeça de um alfinete, mas
pode ser tão grande e longa quanto uma corda. Nesse caso, o médico deve
praticar uma sangria sem esperar".
Ling Shu (cap. 78): "Para dispersar o Calor, deve-se fazer sair o
sangue ".
O modo de ação da agulha triangular corresponde ao sangramento dos
vasos" (Ci Xue Luo) e ao "fazer escoar o Calor" (Chu Xue Xie Re). O
sangramento "abre as aberturas e dispersa o Calor" (Kai Qiao Xie Re),
"vivifica o sangue e faz desaparecer o inchaço" (Huo Xue Xiao Zhong).
Assim, a agulha triangular é indicada em todos os casos de bloqueio dos
vasos, nas doenças de estagnação de sangue que bloqueiam a circulação.
A sangria pela agulha triangular tem o efeito de vivificar o Sangue,
de dissolver os acúmulos de Sangue, de reduzir as inflamações, de
acalmar as dores, de dispersar as Plenitudes e de eliminar as
Acumulações.
Material
A agulha triangular é uma grossa agulha de 2 a 3 cun de comprimento,
o corpo termina em uma ponta triangular cujos 3 lados são afiados.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 217
Técnicas de utilização
A agulha triangular pode ser empregada de 5 maneiras diferentes.
Antes de toda manipulação, deve-se desinfetar cuidadosamente a parte
a ser tratada e as mãos, e esterilizar a agulha.
Indicações:
- Dores lombares causadas por acúmulos de sangue na seqüência de
um ferimento externo: estimular Weizhong B 40.
- Dores e inchaço da garganta: estimular Shaoshang P 1 1 .
- Diarréias e vómitos nos casos de gastroenterites agudas: agulhar
Quchi IG 1 1 , Weizhong B 40.
- Conjuntivites agudas: estimular Taiyang Ponto HM, ou Erjian IG 2 .
- Insolações (Zhong Shu) e ictus apoplético (Zhong Feng de forma
·
Indicações:
Esta técnica é empregada para as afecções da superficie cutânea e de
dimensões muito extensas, por exemplo:
- entorses.
- dermatoses rebeldes,
- úlceras cutâneas. Nesse caso, pode-se agulhar diretamente sobre a
úlcera ou até mesmo ao redor dela pela técnica Sanei.
Fazem-se, em geral, de 3 a 8 agulhadas. Pode-se utilizar uma
agulha superficial (Pi Fu Zhen), mas a sangria não deve ser muito exces
siva.
Indicações:
- Sicoses múltiplas. particularmente os furúnculos da nuca: procurar os
pontos vermelhos, dos dois lados da coluna vertebral e agulhar com a agulha
triangular.
- Hemorróidas: fazer sangrar os pontos marrons situados sobre a parte
lombossacra.
- Gan Ji (desnutrição infantil): agulhar os pontos extrameridianos
Sifeng.
Indicações:
Este tipo de sangria é geralmente associado ao das ventosas e
emprega-se nos casos de:
- entorses.
- casos clínicos das doenças Bi.
- alopecia,
- úlceras.
Yuji P 10:
Técnica: Dian Ci ou San Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: hipertermia, garganta dolorosa, inflamação das amígdalas.
220 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS
Chize P 5:
Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: insolação. vómitos e diarréia aguda.
Quze PC 3:
Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: insolação, opressão torácica, sentimento de inquietação.
com sensação de opressão, de calor torácico e de sufocação (Xin Fan:
habitualmente traduzido por "agitação ansiosa").
Weizhong B 40:
Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: insolação, vómito e diarréia aguda, contratura da pantur
rillm.
Baihui DM 20:
Técnica: Dian Ci, fazer sair o sangue.
Indicações: cefaléia, desmaio, vertigem, alucinação, hipertensão arte
rial.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - . 221
Contra-indicações
Não utilizar a agulha triangular nos casos clínicos de Defi
ciência (Vazio) de Sangue (Xue Xu Zheng), nos hipotensos, nas pessoas de
constituição frágil, nas gestantes, nas parturientes, nos doentes sob tra
tamento anticoagulante ou aqueles sujeitos a sangramentos espontâneos ou
crónicos.
Precauções de uso
I Explicar a técnica ao paciente para prevenir uma eventual lipotimia
-
AGULHA LONGA
Mang Zhen
A agulha longa é uma agulha fina (Hao Zhen), longa "como uma aresta
(pragana) de trigo", empregada nas doenças crónicas que pedem uma inserção
profunda.
222 - MOXIBUST ÃO E OUTRAS TÉCNICAS
Esta agulha tem por origem a oitava agulha (Chang) descrita nos
capítulo I do Ling Sim (ut supra parte I, cap. 1).
Material
É uma agulha fina (Hao Zhen) cujo corpo pode medir 5 cun, 7 cun, 8
cun, l chi, 1 chi 5 cun. 2 chi, 2 chi 5 cun, 3 chi (de 16 cm a 96 cm) e cujo
diâmetro vai do n2 29 ao n2 32.
Técnica
Penetração da agulha:
Com o dedo médio, o anular e o auricular da mão esquerda dobrados,
apoiar com força sobre a pele para imobilizá-la. Com o polegar e o indicador
da mão esquerda, apertar o corpo da agulha e inseri-la, girando-a suavemente.
Ao mesmo tempo, fazer girar o cabo da agulha com o polegar, o indicador e o
dedo médio da mão direita. Durante a penetração da agulha. as duas mãos
devem agir em conjunto e fazer girar a agulha com regularidade (Fig. 42) (ut
supra parte I, cap. 2, foto 7).
Tonificação e Dispersão:
Não há técnica especial de tonificação e dispersão. Retira-se a agulha
quando se obteve o Qi.
Sobre os membros, as costas, a cabeça e o rosto. para uma síndrome
Plenitude, o ângulo de rotação é grande; para uma síndrome Vazio, é
pequeno.
Profundidade e direção da penetração da agulha:
O momento em que o paciente sente a agulha determina a
profundidade da penetração.
Pode-se agulhar direto sobre o abdômen e os bordos do abdômen.
Sobre os pontos da linha mediana do abdômen, agulha-se a uma profundidade
de 7 a 8 cun, mas se a sensação chega a 4 ou 5 cun, é inútil agulhar mais
profundamente. Sobre o meridiano Dai Mai, que está sobre a borda do
abdômen, pode-se inserir numa profundidade de I chi 2 cun a 2 chi,
aproximadamente. Abaixo da cintura, nas nádegas, agulha-se obliquamente de
5 a 8 cun. Nas costas, no tórax, na região dos órgãos essenciais, tais como,
coração, pulmões. fígado, baço, que são próximos da superfície, deve-se
agulhar na horizontal, não muito profundamente. "Agulhar rapidamente"
(Dianci) sobre a cabeça e o rosto.
Indicações
A agulha longa é indicada, essencialmente, nos casos de doenças
crônicas: dores reumáticas, distúrbios menstruais, doenças mentais, doenças
intestinais, ou doenças para as quais as agulhas curtas não deram resultado.
224 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS
Contra-indicações
Corpo debilitado por uma doença crônica,
Hipersensibilidade,
Regiões inchadas, doenças de pele evolutivas,
Gestantes,
Crianças e adolescentes.
Notas
1 - A agulha longa exige uma grande experiência. No início de um
tratamento, devem-se escolher outros métodos e só utilizar a agulha longa
quando esses métodos não deram resultado.
2 Para os doentes que se assustam com o comprimento da agulha,
-
deve-se explicar qual será a sensação dada por ela. Deve-se fazer penetrar
progressivamente, para ter uma reação lenta e não manobrar a agulha muito
bruscamente, para evitar um desmaio.
3 O paciente deve estar absolutamente deitado, numa posição
-
AGULHA AQUECIDA
Wen Zhen
Pontos a observar
A agulha deve ser de calibre 26. A moxa deve ter o tamanho de uma
semente de jujuba. Deve-se atentar para que o veludo de artemísia esteja bem
apertado entre os dedos, que sua superfície seja lisa, para que a artemísia não
caia.
A folha de papel serve para recolher as cinzas, por um lado, e por
outro para evitar uma dor pela propagação do calor a uma extensão impor
tante da pele.
AGULHA DE FOGO
Huo Zhen
Material
Atualmente empregam-se agulhas de aço inoxidável (nº 26 ou 27). As
agulhas devem ser sólidas e elásticas. As agulhas de cobre conduzem bem o
calor, mas o corpo da agulha fica mole depois de muitas aplicações, por isso
qti'e as desaconselhamos. O corpo da agulha é bastante grosso, de 0,5mm (nº
26 ou 27), até l mm de diâmetro. Elas têm comprimento de 1 a 2 cun. As
agulhas muito longas são difíceis de serem utilizadas, porque elas se curvam
facilmente. Para as agulhas curtas. deve-se isolar o cabo com um pedaço de
bambu ou um tampão de algodão, enquanto que o cabo das agulhas mais
longas não precisa ser isolado.
Técnica
Desinfetar a reg1ao a ser agulhada. Conforme a sensibilidade do
doente, pode-se, previamente, fazer uma anestesia local, por infiltração de
solução de procaína de 2 a 1 0% , à qual se pode adicionar 0,2% de cloridrato
de adrenalina para prevenir uma hemorragia.
na região indicada.
Pode-se utilizar uma agulha epidérmica (Pi Fu Zhen). Aquecem-se as
pontas da agulha, no fogo, e depois insere-se na parte a ser tratada.
Indicações
Utiliza-se a agulha de fogo nos casos de escrófula, antraz, urticária,
verrugas, condilomas chatos e nevos, bem como nos casos clínicos de Bi do
Frio (Han Bi), das ptoses e dores gástricas, diarréias, impotência, mens
truações irregulares, dismenorréias, dos Gan Ji (síndrome .de desnutrição
i nfantil), mastites.
Quando se quer fazer expelir o pus, utiliza-se uma agulha de diâmetro
grande. Por outro lado, aconselha-se uma agulha mais fina se se quiser
desagregar as massas duras e os inchaços de tipo Yin.
Precauções de utilização
Aquecer a agulha progressivamente, começando pelo corpo e tenni
nando pela ponta. Não agulhar se o corpo da agulha estiver quente e a ponta
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 229
Fabricação
Com o auxílio de um bico de bunzen, fechar pela metade uma das
extremidades do tubo de vidro.
Pela outra extremidade, deslizar no tubo, primeiramente os contra
pesos, depois a agulha, pelo cabo.
Fechar parcialmente, com o auxílio do bico de bunzen, a extremidade
do tubo por onde sairá a ponta da agulha. Os bordos do tubo, fechados pelo
calor, devem conservar ulha abertura bem redonda e abraçar perfeitamente o
declive da tulipa. Quando o tubo for segurado verticalmente, a ponta estará
dirigida para baixo e deverá ultrapassar o tubo em aproximadamente 2 mm.
Pode ser que sejam necessárias várias tentativas para se obter o
resultado desejado. Não se satisfazer, de forma alguma, com uma realização
i mperfeita.
OUTRAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 231
Treinamento e utilização
Para o treinamento, colocar a almofada diante de si, inclinada para a
direita, num ângulo de 45°.
Segurar a agulha na sua extremidade não pontiaguda, entre o polegar e
o indicador, mais exatamente entre a polpa do polegar e a do indicador. A
extremidade do tubo está inserida nas laterais das polpas dos dedos, sem
emergir para cima.
Partindo da extremidade distal e voltando para si, dar com a mão, de
uma ponta à outra da almofada, umas doze sacudidelas suaves, em menos de
3 segundos.
No movimento, a extremidade do tubo tamborina superficialmente a
superficie a ser tratada, e a ponta age na superficie da pele de forma
totalmente indolor para a pessoa tratada.
Aconselha-se treinar até que a mão adquira um automatismo de
percussão tal que os golpes se encadeiem com regularidade, sem ficarem
pesados pelo peso da mão.
Esta técnica é recomendada para tratar as crianças durante os 7
primeiros anos.
A manipulação é efetuada sobre todo a extensão dos trajetos de Ren
Mai, sobre a primeira inervação da Bexiga, sobre a face interna e externa do
antebraço e sobre a face interna e externa das pernas.
Pode-se completar o tratamento por alguns golpes marcados 3 vezes no
lugar dos pontos selecionados, particularmente: PC 6 Neiguan, BP 6
Sanyinjiao, TA 5 Waiguan, E 36 Zusanli.
CAPÍTU LO I I I
As ventosas
Ba Guan Zi
TÉCNICAS
UTILIZAÇÕES
b) Ventosas de sucção
São ventosas simples nas quais se realiza um vazio. mais ou menos
puxado por aspiração do ar contido na ventosa.
Modo de operação:
Pegar um frasco vazio de antibiótico injetável. tirar o fundo e lixar a
abertura com lima de vidro ou uma pedra para deixá-lo perfeitamente liso.
Escolher o ponto em f1mção da doença.
Colocar o frasco sobre o ponto e apoiá-lo sobre a pele. Aspirar o ar
com uma seringa vazia de 1 0 ou 20 mi. através da rolha de borracha, até que
o frasco adira completamente à pele (Fig. 4 7). Injetar, então. 4 a 5 mi de água
na ventosa, para evitar que uma depressão muito forte provoque um
sangramento.
Ti ra-se a ventosa após I O a 1 5 minutos e enxuga-se a região do ponto.
São necessárias 7 sessões para fazer um tratamento. trocando os pontos
em cada sessão. Pode-se prolongar o tratamento para as doenças crónicas.
Observações:
- Não pressionar muito forte a depressão nas pessoas de constituição
frágil, habitualmente não se retira mais de 20 mi de ar.
- Utiliza-se freqüentemente esta técnica para acalmar a dor causada por
uma punctura.
- Quando se colocam as ventosas sobre os idosos que têm hipertensão
arterial, puncturam-se. ao mesmo tempo, os pontos Quchi IG 1 1 e Neiguan
PC 6.
d) Precauções de utilização
O tempo de colocação é variável . Deve-se retirar a ventosa quando a
pele ficar violácea, ou seja, após 5 minutos de colocação, aproximadamente.
Se, após 5 minutos, a pele não ficar vermelha, é que o tratamento não é
adequado. Quanto mais rapidamente ficar vermelha a pele, mais evidente é a
indicação terapêutica
Não aplicar várias veHtosas ao mesmo tempo.
Herba Ephedra,
Angelica pubescens,
Ledebourellia divaricata,
Chaenomeles lagenaria,
Zantoxyllum piperitum,
Gentiana macrophylla,
AS VENTOSAS • 243
Datura metei,
Artemisia anomala,
Boswellia carterii,
Commiphora myrrha,
Notopterygium incisum.
Tomar 6 g de cada um desses ingredientes.
Nessa decocção, colocar ventosas de bambu e deixar ferver durante
quinze minutos. As ventosas serão utilizadas, em seguida, como no processo
por ebulição. As indicações principais das ventosas impregnadas de
medicamentos são as dores de Vento-Umidade (Feng Shi Tong).
5 - Ventosa escarificada
a) Sangramento obtido com uma agulha triangular
Fazer sangrar a parte doente, agulhando-a rapidamente (Dian Ci) com
uma agulha triangular. Eliminar o ar de uma ventosa e colocá-la sobre a parte
agulhada, para provocar um escoamento de sangue mais abundante.
Observações
1 - O paciente deve ser instalado confortavelmente, porque ele não
pode mexer-se.
2 Não se deve colocar a ventosa sobre zonas descarnadas, reg10es
-
A ACUPRESSÃO
Zhi Zhen Liao Fa
TÉCNICAS
1 - Sobre os meridianos
- Pontos sobre a linha dos meridianos, sobre os membros e o tronco,
conforme a localização da doença.
- Pontos "Huatuo" situados a 1 polpa digital, dos 2 lados da coluna
vertebral.
- Pontos ordinários da cabeça, do rosto, pescoço, da nuca e dos
membros.
Indicações
A acupressura tem um grande campo de aplicação. Pode ser empregada
em todas as doenças em que a acupuntura é indicada. Utiliza-se freqüente
mente para os fenômenos dolorosos como: cefaléias, odontalgias, dores
abdominais. É igualmente bastante empregada para as síndromes neurossenso
riais.
Contra-indicações
1 - Em caso de doença infecciosa aguda ou com febre elevada.
2 - Depois de ter comido, depois de um trabalho psíquico importante
ou um esporte violento.
3 - Quando há uma doença de pele, urticária, nódulos, úlceras, ou se
houver uma inflamação próxima ao ponto.
250 • MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS
Observações
1 - O prático deve ter as unhas cortadas redondas e no mesmo
comprimento que a extremidade dos dedos. Se forem muito compridas, as
unhas podem penetrar na pele; muito curtas, a técnica será mal praticada. As
mãos devem estar tépidas, porque mãos frias podem influenciar o resultado.
Deve-se desinfetar as mãos antes do tratamento.
2 Para obter um bom resultado, o grau de intensidade da pressão deve
•
ser apropriado. Deve ser forte ou fraco, conforme o caso; a intensidade deve
ser regular e a velocidade moderada. Deve-se treinar para dominar a força de
seu pulso e dedos.
3 Deve-se instalar o doente cmúortavelmente e explicar-lhe a técnica,
-
O MOVIMENTO DE PUXAR-ENROLAR
Nie Ji Liao Fa
Técnica
O paciente fica sentado, curvado para frente, as mãos contra as
têmporas; deve relaxar os músculos das costas. O prático fica atrás dele e
começa a manipulação na altura do sacro.
Colocar as mãos em supinação, os polegares para cima. Segurar a pele
e os músculos de cada lado da coluna vertebral entre os polegares e os
indicadores. Os indicadores puxam a pele para cima, os polegares, ao
pinçarem, enrolam, levantam e puxam para baixo (Fig. 49).
As duas mãos devem trabalhar juntas, do sacro até a região cervical.
Repete-se a ope'ração de baixo para cima, de 3 a 5 vezes. Depois da segunda
ou terceira vez, levanta-se a pele um pouco para a diagonal. Quando o
método é praticado corretamente, deve-se escutar um barulho peculiar dos
dois lados da L2 e L5. Depois que se tiver terminado, massageia-se
suavemente 3 a 4 vezes, com os polegares, sobre os pontos: Feishu B 1 3 ,
Xinshu B 1 5, Ganshu B 1 8, Pishu B 20 e Shenshu B 23.
Periodicidade: Efetua-se o tratamento 1 vez por dia, durante 6 dias.
Quando a doença for mais grave, pode-se continuar o tratamento durante 1 2
dias.
TÉCNICAS MANUAIS - 251
Indicações
Esta manipulação favorece a circulação nos meridianos, vivifica o
sangue, equilibra o trato digestivo. Nas crianças, ela cura as desnutrições, as
indigestões, as estagnações de alimento ou de leite, as indigestões, as
gastroenterites crônicas.
A FRICÇÃO
Gua Sha Liao Fa
Técnica
Localização
- a região do ponto Tai Yang no nível da têmpora.
- as duas regiõeS que se encontram aproximadamente a 2 cun de cada
lado do pomo de Adão (Fig. 50a),
- a primeira linha do meridiano da Bexiga, entre a coluna vertebral e a
borda interna da omoplata, sobre todo o comprimento dessa última
(Fig. 50b),
- a linha mediana do peito correspondente ao esterno (Fig. 50c),
- a dobra do cotovelo (Zhouwo) (Fig. 50d),
- a região do ponto Weizhong no cavo poplíteo (Fig. 50e).
Indicações
- Doença aguda (Shazheng) como cólera, insolação: ponto Weizhong B
40, dobra do cotovelo, pomo de Adão.
- I nsolação (Zhongshu) : ponto Taiyang (HM); dobra do cotovelo.
- Doença de origem externa (Wai Gan): ponto Taiyang (HM); os dois
lados da coluna vertebral (inervações da Bexiga).
- Cefaléia: ponto Taiyang (HM).
- Tosse e asma: linha mediana do tórax; os dois lados da coluna
vertebral.
- Dor de garganta: os dois lados do pomo de Adão.
- Dores gástricas: dobra do cotovelo; linha mediana do tórax.
- Dores abdominais: os dois lados do pomo de Adão; o ponto
Weizhong 8 40.
Precauções de utilização
O paciente deve ser instalado confortavelmente, de forma a facilitar a
manipulação.
Durante a manipulação, a pressão deve ir-se acentuando, no início leve
e depois mais forte, a fim de não ferir a pele.
Não se deve utilizar esse método se não houver dor na coluna
vertebral, se a pele estiver infeccionada, se houver varizes, furúnculos
(Chuang) ou abcessos (Ding).
AN EXO I
Programa de treinamento
PRIMEIRO PERÍODO
primeiro e segundo meses
Polimento da agulha
Praticar o exercício do polimento da agulha durante 2 minutos, em
cada sessão. Exercitar-se puxando o polegar para si, enquanto a agulha desce,
o que lhe imprime um movimento de rotação da direita para a esquerda.
SEGUNDO PERÍODO:
terceiro e quarto meses
O polimento da agulha
Praticar esse exercício todo em 3 minutos.
Durante os 2 primeiros minutos, exercitar-se puxando o polegar para si,
enquanto que a agulha afunda, o que lhe imprime um movimento de rotação
da direita para a esquerda.
No último minuto, inverter o movimento. Avançar o polegar enquanto
a agulha afunda, o que a faz girar no sentido da esquerda para a direita.
TERCEIRO PERÍODO
quinto e sexto meses
Polimento da agulha
Treinar durante 4 minutos. Durante os 2 primeiros minutos, fazer girar
a agulha no sentido da direita para a esquerda. Durante os 2 últimos minutos,
fazê-Ia girar da esquerda para a direita.
QUARTO PERÍODO
sétimo e oitavo meses
Polimento da agulha
Exercitar-se durante 4 minutos alternadamente em cada sentido de
rotação, computando o número de inserções da agulha. Inserir 9 vezes ou um
múltiplo de 9, avançando o polegar quando a agulha desce. Inserir 6 vezes ou
um múltiplo de 6, puxando o polegar para si, quando a agulha desce.
QUINTO PERÍODO
nono e décimo meses
Polimento da agulha
Praticar o polimento da agulha durante 5 minutos, alternando o sentido
de rotação e computando as inserções: 9 inserções ou múltiplo de 9 e 6
i nserções ou múltiplo de 6.
ESQUEMA SIMPLIFICADO
DO PROGRAMA DE TREINAMENTO
II Bola de 3 minutos
.
Inserção 2 min
golfe 5 Técnicas 1 ,2,3,
min por 4,5
mão
ta técnica:
Tonificação em vai-e-vem Tonificação Inserir com força,
Ti Cha retirar suavemente
28 técnica:
Dispersão em vai-e-vem Dispersão Retirar com força.
Ti Cha inserir suavemente
Ja técnica:
Tonificação por rotação Tonificação Movimento de rotação de
Nian Zhuan fraca amplitude e puxando
o polegar para si 9 vezes ou
múltiplo de 9.
48 técnica:
Dispersão por rotação Dispersão Movimento de rotação 1 80°
Nian Zhuan a 360°, alongando o polegar
para si, 6 vezes ou múlti
plo de 6.
58 técnica:
Harmonização Tonificação Inserir girando, puxando
Ping Bu Ping Xie e Dispersão o polegar para si. Reti
iguais. Obten rar, girando no sentido
ção do Qi inverso.
266 - MOXIBUSTÃO E OUTRAS TÉCNICAS
68 técnica:
Acender o fogo na Tonificação Rotação no sentido da to-
montanha Obtenção do Qi nificação, em três níveis,
Shao Shan Huo Sensação de dor. 9 vezes em cada nível.
7a técnica:
Refrescar no nível "céu" Dispersão Rotação no sentido da dis-
Tou Tian Liang Sensação de frio persão, sobre 3 níveis, 9
vezes em cada nível.
sa técnica:
Tonificação com obtenção Tonificação Rotação no sentido da toni-
de uma sensação de dor Obtenção de ficação sobre 3 níveis. En-
uma sensação rolar as fibras, arranhar, de-
de dor senrolar a agulha, tirá-la.
9a técnica:
Dispersão com obtenção Dispersão Rotação no sentido da dis-
de uma sensação de frio Obtenção de persão sobre 3 níveis. En-
uma sensação rolar as fibras, arranhar,
de frio desenrolar a agulha, reti-
rá-la
toa técnica:
A tartaruga verde procura Tonificação Inserir/retirar a agulha fa-
o ponto Cang Gui Procura e ob- zendo-a descrever um cír-
Tan Xue tenção do Qi culo no sentido da vertical.
1 1 a técnica:
O vôo Tonificação ou Pinçar a agulha entre o po
Fei Dispersão legar e o indicador. Soltar
tanto o polegar quanto o
indicador, abrindo a mão.
123 técnica:
O dragão verde agita a Fazer circular Curvar o cabo da agulha
cauda o Qi. sobre o indicador e agitá
Cang Long Yao Wei Tonificação lo como uma ginga.
TABELA DE RECAPITU LAÇÃO DAS TÉCNICAS DE AGULHAS - 267
tJa técnica:
O tigre branco balança Fazer circular o Balançar calmamente a
a cabeça Qi. agulha, tanto no sentido
Bai Hu Yao Tou Dispersão da esquerda, como do la-
do oposto.
14a técnica:
O Yin escondido no Yang Na Tonificação Inserir com força, na metade
Yan Zhong Yin Yin Fa inclui-se uma da profundidade solicitada,
Dispersão. tonificar em Ti Cha (9 ve-
zes). Depois, inserir com
suavidade, na profundidade
requerida e dispersar em Ti
Cha (6 vezes).
t5a técnica:
O Yang escondido no Yin Na Dispersão Inserir com suavidade na
Yin Zhong Yin Yang Fa inclui-se uma profundidade requerida e
Tonificação dispersar em Ti Cha (6 ve-
zes). Depois, puxar até a me-
tade da profundidade reque-
rida e tonificar em Ti Cha
(9 vezes).
163 técnica:
O dragão e o tigre brigam Tonificação e Sobre os meridianos Yang
Long Hu Jiao Zhan Dispersão da mão, Yin do pé o Ren
Trata o Frio Mai, girar 9 vezes em to-
e o Calor, nificação, depois 6 vezes
equilibra o Yin em dispersão. Sobre os me-
e o Yang ridianos Yin da mão, Yang
do pé e sobre Du Mai, girar
6 vezes em dispersão, depois
9 vezes em tonificação.
Bibliografia