1) A acústica estuda o som, sua geração, transmissão e efeitos. 2) Ondas sonoras são ondas longitudinais de pressão que se propagam no ar e outros fluidos, transmitindo energia sem transporte de matéria. 3) A velocidade do som depende do meio, sendo maior em sólidos e menor em gases.
1) A acústica estuda o som, sua geração, transmissão e efeitos. 2) Ondas sonoras são ondas longitudinais de pressão que se propagam no ar e outros fluidos, transmitindo energia sem transporte de matéria. 3) A velocidade do som depende do meio, sendo maior em sólidos e menor em gases.
1) A acústica estuda o som, sua geração, transmissão e efeitos. 2) Ondas sonoras são ondas longitudinais de pressão que se propagam no ar e outros fluidos, transmitindo energia sem transporte de matéria. 3) A velocidade do som depende do meio, sendo maior em sólidos e menor em gases.
ACÚSTICA E VIBRAÇÕES Em relação à direção de propagação da energia
nos meios materiais elásticos, as ondas são
Prof. Cesar Siqueira Mello classificadas em:
• unidimensionais: quando se propagam numa só
SOM E RUÍDO direção, como numa corda;
A Acústica é a ciência do som, incluindo sua • bidimensionais: quando se propagam ao longo de
geração, transmissão e efeitos. Ela abarca várias áreas um plano, como na superfície da água; e atividades por uma série de razões. Primeiramente, a • tridimensionais: quando se propagam em todas as natureza ubíqua da radiação mecânica, gerada por direções, como ocorre com as ondas sonoras no ar causas naturais e pelas atividades humanas. Em atmosférico. seguida, há a sensação da audição, da capacidade vocal humana, da comunicação via som, acompanhada de Quanto à sua natureza, as ondas se classificam uma variedade de efeitos. Uma ampla variedade de em mecânicas e eletromagnéticas. Ondas mecânicas aplicações em ciência básica e tecnologia explora o fato são aquelas originadas pela deformação de uma região de a transmissão do som ser afetada e, de um meio elástico e que, para se propagarem, consequentemente, fornecer informações, sobre o necessitam de um meio material. Sendo assim, meio em que o som se propaga e sobre os corpos não- podemos afirmar que as ondas mecânicas não se homogêneos presentes nesse meio. propagam no vácuo. As ondas numa corda e na superfície da água, são exemplos de ondas mecânicas. Para além da física básica, um aspecto prático Outro exemplo muito importante de ondas dessa é o estudo do controle de ruído. Para resolver natureza são as ondas sonoras, que se propagam nos problemas de ruído ambiental, é preciso estudar a gases (como o ar), nos líquidos e nos sólidos. acústica atmosférica. O controle do ruído é também preocupação da acústica arquitetônica. De fato, o ruído Ondas eletromagnéticas são aquelas parece perturbar as pessoas desde os tempos em que originadas por cargas elétricas oscilantes, como, por elas passaram a viver em cidades, pois ele permeia as exemplo, elétrons oscilando na antena transmissora de atividades humanas 24 horas por dia, e vem sendo uma estação de rádio ou TV. Elas não necessitam apontado como uma das principais causas de obrigatoriamente de um meio material para se deterioração da qualidade de vida. Alguns dos propagarem. Assim, as ondas eletromagnéticas exemplos de problemas são a perda da audição, stress, propagam-se no vácuo e em certos meios materiais. A hipertensão, perda do sono, falta de concentração, luz emitida por uma lanterna, as ondas de rádio, as baixa produtividade e redução de oportunidades de micro-ondas, os raios X e os raios D são exemplos de repouso. ondas eletromagnéticas.
Entretanto, qual é a diferença entre som e Em relação ao modo de propagação,
ruído? Uma maneira de apontar a diferença é dizer que denominam-se ondas transversais aquelas em que a ruído é um som sem harmonia, em geral de conotação direção de propagação da onda é perpendicular à negativa, no sentido de algo indesejável. Mas é direção de vibração (figura A). Ondas que se propagam importante destacar que um ruído pode trazer numa corda e ondas eletromagnéticas são exemplos de informações importantes, como um alarme de ondas transversais. Denominam-se ondas longitudinais incêndio ou a sirene de uma ambulância. aquelas em que a direção de propagação da onda coincide com a direção de vibração (figura B). O som se A completa eliminação do ruído não é propaga nos gases e nos líquidos por meio de ondas normalmente o objetivo de um projeto, mas sim a longitudinais. diminuição para níveis aceitáveis.
CONCEITOS DE ONDULATÓRIA
Denomina-se onda uma perturbação que se
propaga num meio. Uma onda transfere energia de um ponto a outro sem o transporte de matéria entre os pontos. NATUREZA DO SOM A unidade de frequência é ciclos por segundos, chamada de hertz (Hz). O som pode ser definido como uma variação da pressão ambiental detectável pelo sistema auditivo. Usando os períodos máximos e mínimos T1 e Em outras palavras, as ondas longitudinais de pressão, T2, podemos determinar a faixa de frequências do som que se propagam no ar e nos fluidos em geral, são audível. O sistema auditivo de uma pessoa normal é denominadas ondas sonoras. As ondas sonoras têm sensibilizado por ondas sonoras de frequências entre, origem mecânica, pois são produzidas por aproximadamente, 20 Hz e 20.000 Hz. As ondas deformações em um meio elástico. Portanto, as ondas sonoras nesta faixa audível costumam ser sonoras não se propagam no vácuo. denominadas sons. Na verdade, esses limites são convencionais, dependendo, entre outros fatores, da idade da pessoa.
As frequências inferiores a 20 Hz são
denominadas infrassons e ocorrem, por exemplo, precedendo os abalos sísmicos. Certos animais têm ouvidos sensíveis a essas ondas, como os cavalos e os elefantes. Por isso eles pressentem a ocorrência de terremotos.
Ondas sonoras com frequências superiores a
Ao nível do mar, a pressão ambiente é de 20.000 Hz constituem os ultrassons. Embora não sejam 101350 Pa e esse valor diminui com a altitude. Em São audíveis para o homem, muitos animais podem ouvi- Paulo, por exemplo, que está a uma altitude de 860 m los, como cachorros, gatos, morcegos e outros. em relação ao nível do mar, a pressão ambiente cai para 91600 Pa. A menor variação de pressão ambiente detectável pelo sistema auditivo é 2.10-5 Pa (limiar da VELOCIDADE DO SOM audição), enquanto a variação capaz de provocar doar A velocidade da luz no ar é próxima de 300.000 é da ordem de 60 Pa (limiar da dor). Importante km/s. A velocidade do som no ar a 15 °C é 340 m/s ou destacar, entretanto, que uma variação de pressão 1.224 km/h. precisa ser cíclica (periódica) para nosso sistema auditivo identificar como som. De modo geral, a velocidade de propagação do som nos sólidos é maior do que nos líquidos, que por Define-se período (T) como o intervalo de sua vez é maior do que nos gases. Por exemplo, na tempo decorrido para que um ciclo se complete no água, a 15 °C, o som se propaga à velocidade de 1.450 gráfico de variação de pressão (ver figura abaixo). Para m/s e, no ferro, a 4.480 m/s. A velocidade ser interpretado como som, esse período não pode ser relativamente pequena do som no ar e em outros gases maior do que T1 = 50 ms (50.10-3 s) e nem menor do explica-se pelo fato de as moléculas terem de se chocar que T2 = 50 µs (50.10-6 s). umas com as outras, a fim de propagarem a onda longitudinal de pressão. Nos líquidos e nos sólidos as moléculas estão mais próximas umas das outras, justificando a maior velocidade de propagação.
Observe que, ao serem citadas as velocidades
do som no ar e na água, foi fornecida a temperatura. É que nos fluidos (gases e líquidos) a influência da temperatura não pode ser desprezada, como geralmente acontece nos sólidos.
Uma grandeza importante no estudo dos Particularmente para os gases, o aumento da
fenômenos acústicos é o inverso do período, que temperatura produz maior agitação molecular, o que recebe o nome de frequência (f): facilita a propagação das ondas sonoras. Esse fato se traduz por um aumento na velocidade do som. É 1 possível demonstrar que, para os gases perfeitos, a 𝑓= 𝑇 velocidade do som varia com a temperatura absoluta T QUALIDADES FISIOLÓGICAS DO SOM segundo a seguinte fórmula: A qualidade pela qual diferenciamos sons graves de sons agudos é denominada altura. Ela depende apenas da frequência do som. O som será tanto mais grave quanto menor for a sua frequência. 𝛾𝑅 Ele será tanto mais agudo quanto maior for a sua onde 𝐾 = 𝑀 , sendo R a constante universal dos gases perfeitos (ver valores na tabela abaixo), M é a massa frequência. Por exemplo, o homem costuma emitir 𝐶𝑝 sons entre 100 e 200 Hz, e a mulher, sons entre 200 e molar do gás e 𝛾 = é o expoente de Poisson, sendo 𝐶𝑣 400 Hz. Dizemos então que a voz do homem é mais Cp e Cv os calores específicos do gás a pressão grave que a da mulher ou que a voz da mulher é mais constante e a volume constante, respectivamente. aguda que a do homem.
Quando um instrumento musical emite
determinada nota, diversos sons de frequências múltiplas se superpõem para constituir essa nota. Desses sons, o de menor frequência constitui o som fundamental, e os demais, com frequências múltiplas, são os harmônicos. Assim, sendo f1 a frequência do som fundamental, podemos ter o segundo harmônico (f2 = 2f1), o terceiro harmônico (f3 = 3f1) e assim sucessivamente. A superposição do som fundamental com os harmônicos determina a forma da onda emitida pelo instrumento, como se representa na figura.
O som fundamental ou primeiro harmônico
está sempre presente e é ele que determina a frequência do som emitido. Os harmônicos que acompanham o som fundamental variam de instrumento para instrumento. É essa característica É importante assinalar ainda que, tratando-se que torna distintos, para o ouvinte, sons de mesma de ondas periódicas, valem para as ondas sonoras as altura (mesma frequência) emitidos por instrumentos mesmas considerações a respeito de amplitude a, diferentes, mesmo que esses sons tenham a mesma período T, frequência f, velocidade v e comprimento de intensidade. A essa qualidade fisiológica do som damos onda λ, inclusive a fórmula: o nome de timbre.
A qualidade fisiológica pela qual diferenciamos
os sons fracos dos sons fortes é denominada intensidade auditiva ou sonoridade, ou ainda nível sonoro do som. Depende da energia transportada pela onda sonora e, portanto, de sua intensidade física.
A intensidade física I de uma onda é o
quociente entre a energia ΔE que atravessa uma superfície (perpendicular à direção de propagação) na unidade de tempo e a área A da superfície. Nessa fórmula, β é medida em bel (símbolo B), nome Matematicamente: dado em homenagem a Alexander Graham Bell, inventor do telefone. Na prática geralmente medimos β em uma unidade menor, o decibel (dB), sendo 1 dB = Δ𝐸 𝑃𝑜𝑡 1/10 B. Nesse caso, temos: 𝐼= = 𝐴. Δ𝑡 𝐴
onde usando que Pot = ΔE/Δt. Além disso, lembrando
que a área da casca esférica é A = 4.π.R², sendo R a distância entre a fonte emissora do som e o O som do tráfego na cidade é de 90 dB; um observador, podemos escrever a intensidade sonora conjunto de rock, usando amplificador, produz como mostrado na figura abaixo. intensidades audíveis de 125 dB, e o som de um avião a jato aterrissando é de aproximadamente 140 dB. Já está provado que uma exposição prolongada a níveis sonoros acima de 85 dB geralmente ocasiona um dano permanente às estruturas auditivas do ouvinte.
No Sistema Internacional de Unidades, sendo
ΔE medido em joules, A em m² e Δt em segundos, a unidade de intensidade física é o J/m².s, ou W/m².
A mínima intensidade física que uma onda
sonora deve ter para ser audível (limiar de audição) é aproximadamente 10-12 W/m². Por outro lado, se a intensidade física exceder aproximadamente 1 W/m², ela provocará efeitos dolorosos (limiar da dor).
Experiências mostram que, para medir a
intensidade auditiva, também denominada nível sonoro do som, deve-se utilizar uma escala logarítmica. Considerando I0 a menor intensidade física de som audível (geralmente adota-se 10-12 W/m²) e I a intensidade física do som que se quer medir, define-se intensidade auditiva ou nível sonoro β de um som como o expoente a que se deve elevar o número 10 para se obter a relação I/I0. Então:
Ou ainda, usando a definição de logaritmo decimal,