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VIDA ADULTA
Na origem desse trauma consta também a culpa que a criança sente
por não saber se foi a responsável por determinada situação de violência
que tenha passado. Nesse sentido, podemos classificar de violência
qualquer acontecimento pelo qual a criança tenha passado e tenha sido
agressivo à ela (brigas entre os pais e com a própria criança, separação,
xingamentos, chantagem emocional, drogas ou bebedeiras na frente da
criança, presenciar sexo, tentativa de estupro, incentivo à prostituição
infantil, exploração para o trabalho, espancamento ou utilização de
objetos que ferem, depreciação constante da criança, abandono, desastres
naturais, acidentes, violência urbana e doméstica em geral etc.). Citei
aqui alguns casos pelos quais algumas crianças passam. A lista é
interminável, porém, é bom atentar que qualquer tipo de violação no
desenvolvimento normal da criança, poderá produzir um
enfraquecimento do Eu e contribuir para a configuração de um sujeito
inseguro, cheio de carências e neuroses que limitam a sua vida e
impedem a busca pela autonomia.
Na terapia Reichiana pode-se dizer que esse trauma ao qual falamos
iria contribuir para a formação da couraça no caráter do indivíduo. Essa
couraça seria uma forma de defesa contra a ansiedade criada pelos
intensos sentimentos da criança e o consequente medo da punição.
Esse mecanismo de defesa do Ego passa a agir de forma crônica fazendo
com que o adulto passe a viver em constante estado de estresse, como se
alguma coisa ruim fosse acontecer, fazendo com que ele viva com o
corpo sempre contraído e raramente se permitisse o relaxamento. A
couraça serve para proteção contra novos eventos traumáticos, mas
também tira a sensibilidade e o prazer de viver.