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PROJETO DE LEITURA

FICHA DE REGISTO / LEITURA


NOME: GIL TOMÉ QUEIROZ TURMA: A N.º 3

Título CÂNDIDO OU O OPTIMISMO


Autor Voltaire
Editor Francisco Lyon de Castro Tradutor Maria Isabel Gonçalves Tomás Ano 1759 N.º páginas 145

Assunto / Sinopse (descrição breve) Esta sinopse é sobre o livro “CÂNDIDO OU O OPTIMISMO” escrito por
Voltaire. A história tem como protagonista um jovem ingénuo e puro que se chama Cândido e que vivia num
castelo de Vestefália. Neste castelo, Cândido escutava de boa-fé as lições do mestre de filosofia Pangloss que
defendia que o mundo em que viviam era o melhor dos mundos possíveis. Certo dia, Cândido é expulso do
castelo pelo Sr. Barão por ter beijado Cunegundes, a filha deste, sendo esta esbofeteada pela mãe.
Seguidamente, o protagonista é recrutado ardilosamente por sargentos búlgaros para o serviço militar. Por
tentar fugir do regimento, Cândido levou quatro mil varadas, que o deixaram muito ferido. Já estando curado,
Cândido participou da guerra entre os búlgaros e os árabes, onde viu grandes atrocidades como cadáveres de
humanos e restos destes espalhados por todo o lado, aldeias a serem incendiadas, mortes de inocentes, entre
outras. Cândido consegue fugir da guerra e é acolhido por um anabatista chamado Tiago que lhe dá comida e
emprego. O protagonista encontra Pangloss que se tinha tornado num mendigo após os búlgaros terem
destruído o castelo do qual Cândido tinha sido expulso. Tiago paga pela cura de uma doença que Pangloss
tinha apanhado de uma criada chamada Paquette. Por motivos de negócios, Tiago teve de ir para Lisboa,
tendo levado consigo Cândido e Pangloss. Durante o caminho, caiu uma tempestade que fez com que o navio
em que estes três iam naufragasse. Tiago caiu no mar e morreu afogado enquanto que Pangloss e Cândido
conseguiram chegar num pedaço do navio a Lisboa. Pouco tempo depois de estarem na cidade começou um
tremor de terra. Cândido e Pangloss conseguiram sobreviver, mas presenciaram a tragédia de trinta mil
habitantes ficarem esmagados sob as ruínas dos edifícios. Devido às suas ideias, Pangloss foi enforcado num
auto-de-fé e Cândido açoitado nesse mesmo auto por concordar com essas ideias. O protagonista foi acolhido
por uma velha que era criada da casa em que se encontrava Cunegundes, que era dividida como objeto por
dois proprietários, um judeu e um inquisidor-mor. Cândido acaba por matar estes dois indivíduos por ser a
única forma de salvar Cunegundes. Devido ao facto de estarem a ser perseguidos pela inquisição,
Cunegundes casa-se com um nobre espanhol para ter proteção e Cândido foge com um fiel criado chamado
Cacambo, para mais tarde resgatar Cunegundes. No Eldorado, Cândido e Cacambo adquirem uma grande
riqueza, facilmente, já que o ouro e os diamantes que existem em abundância no chão são considerados como
coisas sem valor pelos seus habitantes. Cacambo é mandado por Cândido para comprar Cunegundes ao
nobre espanhol. No decorrer disso, Cândido conhece um velho sábio pessimista chamado Martin que o passa
a acompanhar. O protagonista depara-se com Pangloss numas galés, que tinha sobrevivido ao enforcamento
devido a uns nós que a corda da forca tinha. Cândido resgata Cunegundes, que tinha ficado feia. O
protagonista compra uma pequena quinta, na qual fica a viver com Cunegundes, Pangloss, Cacambo, Martin,
a criada velha e, mais tarde, com as personagens Paquette e o Irmão Giroflée. Para se libertarem dos males
da pobreza, do aborrecimento e do vício, todos na propriedade passaram a ter algum tipo de trabalho, solução
que se revelou eficaz.

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PROJETO DE LEITURA

NOME: GIL TOMÉ QUEIROZ TURMA: A N.º 3

Apreciação crítica (comentário crítico, com opiniões e pontos de vista fundamentados) Na minha opinião,
“CÂNDIDO OU O OPTIMISMO” é um livro bom e fácil de ler. Gostei da história devido a três fatores principais,
sendo estes o modo como os acontecimentos são contados, as desgraças que Cândido vê e vive e a evolução do
caráter de Cândido. Quanto ao modo como os acontecimentos são contados, em primeiro, cada capítulo possui
um título que indica o acontecimento específico que o capítulo irá tratar, por exemplo, o título do capítulo I é
“Como Cândido foi educado num belo castelo e porque dele foi expulso”, do capítulo II é “O que aconteceu a
Cândido entre os búlgaros”, repetindo-se este padrão para os títulos dos restantes capítulos, devido a isto, o leitor
tem acesso a informações claras de cada capítulo e, por isso, dificilmente se perde na história, em segundo, os
acontecimentos da história do livro ocorrem de forma rápida e dinâmica, por exemplo, numa página era descrito o
naufrágio do navio que transportava Cândido, Pangloss e Tiago e a morte de Tiago, e na página seguinte já era
descrito o momento em que Cândido e Pangloss se deparavam com o terramoto de Lisboa, este tipo de narrativa
acaba por fazer com que o leitor nunca se aborreça com a história, e em terceiro, apesar de Cândido durante as
suas desventuras, realizar uma peregrinação pelo mundo, a descrição dos locais que este visita é pequena e
limita-se na maior parte das vezes a identificar o nome do país ou da cidade, isto deve-se ao facto da história se
focar mais nos infortúnios de Cândido, não perdendo tempo por isso com coisas que não fazem a ação avançar.
Passando agora para as desgraças que Cândido vê e vive, em primeiro, as quatro mil varadas que o protagonista
recebeu dos búlgaros foram tão brutais que é descrito no livro que estas tiraram a Cândido a pele, desde o
pescoço ao rabo, deixando-lhe os músculos e os nervos à mostra, sendo a dor tão insuportável que quando se ia
proceder uma nova ronda de varadas, o protagonista pediu que lhe esmigalhassem a cabeça, em segundo, as
atrocidades que Cândido vê na guerra são descritas ao pormenor, sendo de destacar as aldeias incendiadas
pelos soldados, nas quais velhos crivados de feridas viam as mulheres a serem degoladas, raparigas a serem
violadas e outras meio queimadas que gritavam a pedir que as acabassem de matar, para além disso, também é
feita a referência a massas encefálicas que se espalhavam pela Terra, ao lado de braços e pernas cortadas, em
terceiro, a invasão dos búlgaros ao castelo do Sr. Barão também não foi pacífica, Cunegundes foi violada pelos
soldados invasores, o seu pai, ao querer defendê-la, teve a sua cabeça esmigalhada e a mãe de Cunegundes foi
cortada em bocados, em quarto, o Sr. Pangloss apesar de se ter curado da doença que Paquette lhe pegara,
devido a essa cura perdeu um olho e uma das orelhas, em quinto, a morte do anabatista Tiago, que se deu
quando este, ao ter salvo um marinheiro de cair ao mar, caiu ele próprio ao mar devido ao esforço que fez, à vista
do marinheiro, que deixou Tiago afogar-se sem se dignar sequer a olhá-lo, e em sexto, o escravo negro que
Cândido encontrou com uma qualidade de vida deplorável, sendo o vestuário dado pelo proprietário a este
escravo dois pares de ceroulas por ano, tendo sido cortada a mão direita do escravo por este se ter aleijado a
trabalhar nos engenhos de açúcar e a sua perna esquerda por ter tentado fugir, existem ainda outras desgraças
existentes no livro, mas consideram que estas sejam as mais relevantes. O facto dos acontecimentos que referi
serem pesados e crus faz com que se torne evidente que a crença de que o mundo em que Cândido vive é o
melhor dos mundos possíveis está errada. Quanto à evolução do caráter de Cândido, ficou claro que este ao
longo das suas desventuras perdeu a sua ingenuidade e tornou-se mais maturo, tendo entendido que o mundo
em que vive não foi feito a pensar no bem dos seres humanos e, por isso, o papel destes no universo é trabalhar
por iniciativa própria em prol desse bem. Para concluir, recomendo este livro para qualquer pessoa que não seja
sensível a conteúdo extremamente violento já que a história é fácil de entender e é interessante.

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