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FISHBOWL (MÉTODO AQUÁRIO): O QUE É, EXEMPLOS E COMO USAR EM AULA

Conheça o Fishbowl (método aquário), uma metodologia ativa de discussão em grupo que promove o diálogo e a
troca de experiência entre os participantes.

CONTEXTO DO FISHBOWL EM SALA DE AULA

Fim do bimestre chegando, trabalhos sendo entregues, provas finais preparadas, todos desejando as férias do meio
do ano… mas, nessa época, pode ser que um questionamento venha à tona: será que os alunos conseguiram
aprender tudo o que trabalhamos até agora?

Antes das provas, quando o calendário permite, a gente costuma reservar uma ou duas aulas pra fazer uma revisão
dos temas abordados com os alunos.

Preparamos os pontos mais relevantes da matéria e fazemos uma aula “express”, passando por uma linha geral do
que foi discutido no bimestre.

Esse formato é interessante para que o aluno possa lembrar tudo o que trabalhou, mas alguns problemas podem
acontecer:

 Tempo a mais para planejar uma aula de recapitulação


 Alunos desinteressados
 Muito conteúdo acumulado
 E por aí vai...

E se a gente contasse que existe um método super bacana para colocar o aluno no papel de protagonista dessa
revisão?

A Prática de hoje vai te mostrar como o Fishbowl, uma metodologia ativa de discussão em grupo que promove o
diálogo e a troca de experiência entre os participantes, permite revisar a matéria estimulando o protagonismo dos
alunos, diferentes inteligências e, o melhor de tudo, o aprendizado por meio da colaboração!

A TEORIA QUE ESTÁ POR TRÁS DO FISHBOWL

Segundo Araújo (2016) o Fishbowl foi criado na na Faculdade de Engenharia Civil da Universidade de Stanford, pelo
Problem Based Learning Laboratory (PBL Lab) e foi inspirado nas escolas de medicina em que, enquanto especialistas
operam pacientes, estudantes o servam as cirurgias através das paredes de vidro, aprendendo, portanto, por meio
da o serva o de seus mentores.

De acordo com a United Nations Human Rights, o Fishbowl é uma ferramenta para facilitar o diálogo entre pessoas
que estudaram um tema, de uma maneira que os outros possam ser expostos ao conhecimento enquanto todo
mundo aprende mais sobre um assunto.

Quem sou er mais so re o que vai ser discutido (um ou dois alunos que querem ser os “peixes” da rodada) senta no
meio do círculo para discutir questões centrais levantadas pelo professor rodeados por um grande grupo de
o servadores (os alunos que seriam o “aquário”).

Enquanto o círculo de dentro fala e contribui, os que estão de fora precisam escutar ativamente e se quiserem
participar da conversa precisam se levantar e entrar no círculo de dentro.

O Fishbowl, de acordo com Fruchter (2006) citado por Araújo (2016), pode ser considerado uma metodologia ativa
de educação que não só permite a aprendizagem por meio de debates, mas também dá oportunidade ao professor
compartilhar conhecimentos efetivos de habilidades comunicacionais.

USANDO FISHBOWL PARA REVISÃO!


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Agora que entendemos a origem desse termo e como ele funciona, vamos a prática! Como o Fishbowl é um formato
estruturado de discussão em grupo alguns passos precisam ser seguidos:

#1 PASSO: ORGANIZE A SALA

Organize a sala de aula em dois círculos. O círculo de dentro com três, cinco ou sete cadeiras, dependendo da
quantidade de alunos na sala e o círculo de fora com o restante das cadeiras, até que todos os alunos tenham uma
cadeira pra sentar.

Se precisar, é possível ir formando círculos atrás das cadeiras do círculo de fora, até completar o número de pessoas.

#2 PASSO: EXPLIQUE COMO VAI FUNCIONAR

Explique para os alunos como vai funcionar o exercício:

 “Será uma atividade de revis o de todo conteúdo do imestre”.


 “A cada 6 minutos eu farei uma interrup o para perguntar se vocês querem continuar nesse conteúdo ou
se podemos passar pro próximo tópico”
 “A ordaremos … tópicos (essa parte é com você! É preciso levantar os temas importantes do imestre que
valem ser discutidos/lem rados)”

Aqui valem dois comentários: pensando que uma aula tem 45 minutos, dependendo da quantidade de matérias a
serem revisadas, é preciso escolher entre fazer o Fishbowl em mais de uma aula, ou escolher alguns tópicos mais
importantes.

Além disso, que é a parte mais interessante, o Fishbowl pode ser usado em diversas situações da de sala de aula, não
só para fechamento de bimestre, ele pode ser usado também para trabalho de escola, debates sobre temas,
inclusive para reuniões de planejamento pedagógico.

#3 PASSO: PREENCHA AS CADEIRAS!

Convide, ou peça para alguns alunos preencherem as cadeiras do círculo de dentro (o aquário).

Da mesma forma, peça para que o restante dos alunos sentem no círculo de fora e avise que caso alguém queira
entrar no debate, é só se levantar em silêncio, sentar no círculo de dentro e fazer suas ponderações.

Lembrando que uma cadeira deve estar sempre vazia, sendo assim, quando alguém entra, necessariamente alguém
precisa se voluntariar a sair.

#4 PASSO: JOGUE TEMAS

Agora coloque o tema/discussão em pauta e deixe com que os alunos do círculo de dentro comentem.

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Ao final de 6 minutos, interrompa e pergunte-os se querem continuar naquele tópico, ou se eles querem passar para
o próximo tema, lembrando sempre da quantidade de tópicos a serem discutidos e do tempo da aula.

Caso eles queiram continuar, o tema ganha mais 6 minutos de debate.

#5 PASSO: INSTIGUE, SE NECESSÁRIO

Caso os alunos não tenham chegado no ponto principal do tema, é possível fazer algumas perguntas pontuais para
nortear um pouco mais a conversa. Lembrando que quem deve falar são só as pessoas que estão no centro.

Continue na sequência até que todos os temas sejam discutidos, ou que o tempo da aula acabe.

Agora que sabemos como aplicar o Fishbowl na prática vamos aos exemplos específicos.

FISHBOWL APLICADO A ÁREA DE HUMANAS

Como essa Prática é voltada para o ensino médio, traremos temas/ideias para esse público, mas sempre é possível
aplicar a qualquer outro tipo de realidade, basta usar a criatividade!

Na Literatura, podemos a ordar temas centrais como Romantismo, Realismo, Arcadismo, com perguntas como “O
que a gente pode usar de característica para distinguir uma o ra romântica de outras?” “Como o arroco influência
na nossa vida até hoje?”.

Em história, é possível trazer características gerais de períodos históricos, por exemplo, “Quais foram as principais
causas da queda do império romano?”, “Por que aconteceu a Primeira Guerra Mundial?”.

Em Geografia, podemos trazer diversos temas como “Por que aconteceu a glo aliza o e quais s o os reflexos dela
no nosso cotidiano?”, “Quais s o os tipos de rocha e onde podemos encontrá-las?”.

FISHBOWL APLICADO A ÁREA DE EXATAS

Seguindo na linha dos conteúdos do ensino médio, na matemática, temas como “Quais s o os tipos de fun ões e
para que elas servem?” podem ser colocados no Fish owl, lem rando sempre de trazer conteúdos nem muito
específicos, nem muito abrangentes.

Em química da pra trazer ermoquímica, Calor e entalpia, Lei de Hess, ou qualquer outro tema trabalhado, fazendo
perguntas instigantes como “O que é e como se aplica uma rea o endotérmica na sua vida?”.

Em física seguindo a mesma lógica é possível trazer temas como “O que é mudan a de estado da matéria e como ela
influencia na nossa so revivência?”, “Quais máquinas térmicas temos dentro da nossas casas e como elas
funcionam?”.

Lembre sempre de trazer perguntas ou temas instigantes, aplicados principalmente ao cotidiano dos alunos, para
que eles possam se envolver mais rápido e também para que eles criem associações fáceis de lembrar.

FISHBOWL APLICADO A ÁREA DE BIOLÓGICAS

Já em biologia, podemos trazer diversos temas como os Reinos (Monera, Protista, Fungi, Vegetal e Animal), através
de perguntas como: “Quem compõe o reino protista e quais doen as podemos pegar deles?” “Qual a importância do
Reino Monera no nosso dia-a-dia?”.

É possível tra alhar temas relacionados a corpo humano, ou genética, como: “Qual é o caminho que a comida faz
quando almoçamos?” “Como que as sinapses químicas s o importantes na nossa vida e como os analgésicos
funcionam?” “Como intera o genética pode determinar nossas características?”.

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Lembre sempre de trazer perguntas ou temas instigantes, aplicados principalmente ao cotidiano dos alunos, para
que eles possam se envolver mais rápido e também criar associações cognitivas que permitam um acesso mais fácil
desse aprendizado.

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